2º Mistério doloroso. A flagelação

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2º Mistério doloroso. A flagelação
4.10.2007
Evangelho de São João:
Jesus respondeu: “O meu Reino não é deste mundo; se o meu Reino fosse deste
mundo, certamente os meus ministros se haviam de esforçar para que não fosse
entregue aos judeus; mas o meu Reino não é daqui”. Pilatos disse-lhe então:
“Portanto, Tu és rei?” Jesus respondeu: “Tu o dizes, sou Rei. Nasci e vim ao
mundo para dar testemunho da verdade; todo aquele que está na verdade ouve a
minha voz”. Pilatos disse-lhe: “O que é a verdade?”. Dito isto, tornou a sair para ir
ter com os judeus e disse-lhes: “Não encontro nele motivo algum de condenação.
Ora é costume que eu, pela Páscoa, vos solte um prisioneiro; quereis, pois, que
vos solte o Rei dos Judeus?”. Então gritaram todos novamente: “Este não, mas
Barrabás!”. Ora Barrabás era um assassino.
Pilatos tomou então Jesus e mandou-o flagelar.
Jn 18, 36-40 e 19, 1
Textos de São Josemaria:
Fala Pilatos: Tendes o costume de que vos solte alguém pela Páscoa. Quem
havemos de pôr em liberdade? Barrabás - ladrão, preso com outros por homicídio
- ou Jesus? (Mt XXVII, 17). - Manda matar este e solta Barrabás, clama o povo
incitado pelos seus príncipes (Lc XXIII, 18).
Pilatos fala de novo: Então que hei-de fazer de Jesus, que se chama Cristo? (Mt
XXVII, 22). - Crucifige eum - Crucifica-O! (Mc XV, 14). Pilatos diz-lhes, pela
terceira vez
Mas que mal fez Ele? Não encontro n´Ele causa alguma de morte ( Lc XXIII, 22).
Aumentava o clamor da multidão: Crucifica-O, crucifica-O!
E Pilatos, desejando contentar o povo, solta-lhes Barrabás e manda açoitar
Jesus.
Atado à coluna. Cheio de chagas.
Ouvem-se os golpes dos azorragues na Sua carne rasgada, na Sua carne sem
mancha, que padece pela tua carne pecadora, Mais golpes. Mais sanha. Mais
ainda... É o cúmulo da crueldade humana.
Por fim, rendidos, lá desprendem Jesus. - E o corpo de Cristo rende-Se também
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à dor e cai, como um verme, truncado e meio morto.
Tu e eu não podemos falar. - Não há necessidade de palavras. - Olha para Ele,
olha para Ele... devagar.
Depois... serás capaz de ter medo à expiação?
Santo Rosário, 2º mistério doloroso
Jesus entregou-se a si mesmo, feito holocausto por amor. E tu, discípulo de
Cristo; tu, filho predilecto de Deus; tu, que foste comprado a preço de Cruz; tu
também deves estar disposto a negar-te a ti mesmo. Portanto, sejam quais forem
as circunstâncias concretas que atravessemos, nem tu nem eu podemos levar
uma conduta egoísta, aburguesada, cómoda, dissipada..., - perdoa a minha
sinceridade - néscia! Se ambicionas a estima dos homens e anseias ser
considerado ou apreciado e se não procuras senão uma vida de prazer,
desviaste-te do caminho... Na cidade dos santos, só aos que passam pelo
caminho áspero, apertado e estreito das tribulações se permite entrar, descansar
e reinar com o Rei pelos séculos sem fim.
É necessário que te decidas a carregar com a cruz voluntariamente. Senão, dirás
com a língua que imitas Cristo, mas os teus actos desmenti-lo-ão; assim não
conseguirás tratar com intimidade o Mestre nem o amarás verdadeiramente. É
urgente que nós, os cristãos, nos convençamos bem desta realidade: não
andamos perto do Senhor, quando não sabemos privar-nos espontaneamente de
tantas coisas que o capricho, a vaidade, o prazer, o interesse... reclamam. Não
deve passar um dia sem que o tenhas condimentado com a graça e o sal da
mortificação. E afasta a ideia de que estás, então, reduzido a ser um desgraçado.
Pobre felicidade será a tua, se não aprendes a vencer-te a ti próprio, se te deixas
esmagar e dominar pelas tuas paixões e veleidades, em vez de tomares a tua
cruz com galhardia.
Amigos de Deus, 127
Que importa tropeçar, se na dor da queda encontramos a energia que nos
levanta de novo e nos impulsiona a prosseguir com renovado alento? Não
esqueçais que santo não é o que não cai, mas o que se levanta sempre, com
humildade e com santa persistência. Se no livro dos Provérbios se comenta que o
justo cai sete vezes ao dia, tu e eu - pobres criaturas - não nos devemos
estranhar nem desalentar perante as misérias pessoais, perante os nossos
tropeços, porque continuaremos em frente, se procurarmos a fortaleza n'Aquele
que nos prometeu: Vinde a mim todos os que andais cansados e oprimidos, que
eu vos aliviarei. Obrigado, Senhor, quia tu es, Deus, fortitudo mea, porque foste
sempre Tu, e só Tu, meu Deus, a minha fortaleza, o meu refúgio, o meu apoio.
Se verdadeiramente desejas progredir na vida interior, sê humilde. Recorre
constantemente, confiadamente, à ajuda do Senhor e de sua Mãe bendita, que é
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também a tua Mãe. Com serenidade, tranquilo, por muito que te doa a ferida
ainda não sarada da tua última queda, abraça de novo a cruz e diz: Senhor, com
o teu auxílio lutarei para não parar, responderei fielmente aos teus convites, sem
temer as encostas íngremes, nem a aparente monotonia do trabalho habitual,
nem os cardos e pedras do caminho. Sei que a tua misericórdia me assiste e que,
no fim, acharei a felicidade eterna, a alegria e o amor pelos séculos em fim.
Amigos de Deus, 131
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