Monitor Mercantil Quarta-feira, 14 de janeiro de 2015 Monitor FINANCEIRO CAI USO DO DINHEIRO EMPRESTADO POR FUNDOS DE HEDGE Fim do atual ciclo de alta das bolsas dos EUA Quase 25% dos gestores prevêem que o S&P 500 fechará o ano estável ou no vermelho Fundos de hedge norteamericanos, como a CQS LLP, que administra US$ 14 bilhões, e a Passport Capital LLC, com US$ 4 bilhões sob gestão, recentemente diminuíram suas exposições a ações, após seis anos seguidos de altas anuais na Média Industrial Dow Jones e três anos de ganhos no índice S&P 500. O uso de dinheiro emprestado por fundos de hedge (a chamada alavancagem para ampliar o efeito das apostas), caiu na semana passada para o menor nível em mais de dois anos, segundo informou o banco Morgan Stanley em um memorando confidencial. O recuo na alavancagem sinaliza uma convicção cada vez menor de que os mercados continuarão subindo, segundo matéria do Wall Street Journal. Cautela A crescente cautela por parte desses investidores diverge das previsões dos bancos de Wall Street de mais um ano de alta para as bolsas norte-americanas. Nenhum dos 22 estrategistas de bancos e de gestoras de recursos consultados pela firma de pesquisa Birinyi Associates acredita que o S&P 500 encerrará 2015 num patamar mais baixo do que começou o ano. Eles estimam, em média, uma alta de 8,2% para o índice, projeção mais otimista da que fizeram há um ano. Por outro lado, quase 25% dos gestores de fundos de hedge consultados prevêem que o S&P 500 fechará o ano estável ou no vermelho, segundo uma pesquisa com quase 200 gestores feita pela consultoria de investimentos Aksia. Dificuldades no mercado A aposta que 2015 trará retornos menores ocorre num momento difícil para os fundos de hedge. O bom desempenho do mercado acionário no ano passado pegou muitos fundos de surpresa, especialmente os que buscam estar à frente das tendências. Eles passaram boa parte do ano tentando acompanhar a alta das bolsas americanas e respondendo às ramificações da política do Federal Reserve, o banco central dos EUA, de manter as taxas de juros em mínimos históricos. O ganho médio que os fundos de hedge tiveram com ações foi de apenas 2% no ano passado após as comissões, de acordo com a firma HFR Inc., que monitora os resultados dos fundos. Foi o pior desempenho em comparação ao S&P 500, incluindo dividendos, desde 2011. O Fundo Advantage, da Paulson & Co., teve um dos piores desempenhos, tendo caído 19% no ano, de acordo com uma pessoa a par do assunto. Resgates As dificuldades dos fundos de hedge levaram alguns grandes investidores a resgatar suas aplicações. Na sexta-feira, o fundo de pensão holandês PFZW, o terceiro maior da Europa, tornou-se o mais recente grande investidor a anunciar que não vai mais investir em fundos de hedge, em parte devido aos altos custos em relação aos retornos. Muitos fundos estavam começando a apostar na baixa do mercado antes da reviravolta da semana passada nas ações. Os principais índices tiveram o seu pior início de ano desde a crise financeira de 2008, em meio à queda nos preços do petróleo e receios de um crescimento menor da economia mundial. Mas as ações se recuperaram na segunda Michael Hintze prevê ‘rombos cada vez maiores’ nas ações devido ao ‘desacoplamento’ do mercado metade da semana e agora acumulam perda de 1% no ano. Um grande fundo de hedge que ficou mais cauteloso é o Passport, fundado por John Burbank. O fundo iniciou o ano com uma exposição a ações em alta mais que 50% menor que há cerca de seis meses, segundo documentos que o fundo enviou a investidores e a que o The Wall Street Journal teve acesso. Bur- bank reduziu as apostas em firmas financeiras e de internet e elevou as que fez contra outros setores, como o de energia. Michael Hintze, fundador do CQS, de Londres, tem a mesma opinião. Ele disse recentemente a investidores que prevê “‘rombos’ cada vez maiores” nas ações em vista de um “desacoplamento” no mercado. Em antecipação, o CQS reduziu quase à metade as apostas em ações no seu principal fundo, dizem pessoas próximas à empresa. A medida amenizou o impacto de uma eventual queda nas ações norte-americanas que integram o portfólio da empresa, mas também reduziu potenciais ganhos caso elas voltem a subir rapidamente, como já ocorreu várias vezes desde a crise financeira de 2008. Kyle Bass, que comanda o Hayman Capital Management LP, firma de Dallas, também está adotando apostas mais pessimistas. Ele planeja lançar um fundo baseado em ações de farmacêuticas e composto principalmente por opções de venda (as chamadas put), diz uma pessoa a par do assunto. As opções de venda geram lucros quando a ação cai. A cautela vai além do mercado acionário. Uma vasta maioria — 86% — dos fundos de hedge está apostando que o dólar, geralmente considerado um bom investimento nos momentos difíceis, será a moeda com o melhor desempenho este ano, segundo a pesquisa da Aksia. E, de modo geral, o número de gestores que considera que hoje está mais difícil comprar e vender ativos rapidamente a um preço determinado é cerca do dobro dos que acham que as condições de negociação atuais estão mais fáceis. CÂMBIO Moedas EURO COROA DINAMARQUESA COROA NORUEGUESA COROA SUECA DOLAR AUSTRALIANO DOLAR CANADENSE FRANCO SUÍCO IEN JAPONÊS LIBRA ESTERLINA PESO ARGENTINO PESO CHILENO PESO COLOMBIANO PESO MEXICANO PESO URUGUAIO RAND SUL AFRICANO WON COREANO R$ US$ 3,1057 0,4174 0,3408 0,3280 2,1542 2,2120 2,5854 2,5854 4,0001 0,3072 0,0043 0,0011 0,1810 0,1075 0,2292 0,0024 1,1764 0,1581 0,1291 0,1242 0,8160 0,8379 0,9793 0,9793 1,5152 0,1164 0,0016 0,0004 0,0686 0,0407 0,0868 0,0009 Fonte: MM Data