O relevo Honorífico e o Retrato

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O relevo Honorífico e o Retrato
ARGAN, Giulio Carlo. História da Arte Italiana. São Paulo: Cosac & Naify, 2003, v.3,
194.
ARGAN, Giulio Carlo. História da Arte Italiana. São Paulo:
Cosac & Naify, 2003, v.1, 194-208.
Proposta de Leitura: GOMBRICH, E.H. A História da
Arte. LTC - Livros Técnicos e Científicos Editora, 16ºEd.
1999, 117-124.
• O século II (200-100 a. C.) foi
decisivo para o que seria Roma nos
séculos seguintes.
• Efetuaram a conquista do
Mediterrâneo oriental e foram
estabelecidas novas dimensões tanto
políticas como econômicas, seja com
relação aos povos itálicos, seja no
interior da sociedade romana.
• No início do século II a. C. Roma
vence os Gauleses na planície do rio
Pó.
• Em 182 são fundadas as colônia
latinas em Bolonha, Felsina (cidade
etrusca), em 183 Módena e Parma,
181 Aquiléa.
• Em 180 Pisa e Luni em 177 a.C.
• Entre 200-197 a.C. os Romanos
“libertaram” a Grécia do domínio de
Felipe V da Macedônia.
• Essas novas riquezas aguçaram o apetite
dos colecionadores, de hábeis artistas,
mercadores, oficinas de artesãos a copiar,
corrigir, restaurar e variar.
• Houve uma apropriação material e sem
critérios da arte grega clássica e helenística,
herança de mais de cinco séculos de
produção intensa e criativa.
• A fase clássica foi aquela da maturidade da
arte grega na qual se destaca a serenidade e
o equilíbrio das formas, domínio técnico e
espírito criador.
• Após a invasão persa, Atenas é reconstruída
com a atuação de Fídias e os arquitetos
Ictínio e Calícrates.
Ictino, um clássico. O Partenon. Acrópole, Atenas,
447-432 a.C.
Notar o capitel dórico como almofadas.
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• Na fase Helenística Alexandre Magno,
filho de Felipe da Macedônia conquista a
Índia e o Egito.
• Quando a Grécia foi submetida à Roma a
arte romana passou a ser composta por
uma mescla de tradições artísticas
totalmente diferentes entre si.
• O ecletismo é a primeira característica
que distingue a arte romana médio itálica,
que suprira, até então, as necessidades
artísticas de Roma.
• Relevos Egípcios
• Os relevos de temas históricos que
representam momentos da vida privada ou
pública, civil ou religiosa quase sempre
pertencentes a todas essas esferas da vida
social romana.
• Não são invenções romanas pois, já
haviam sido utilizados pelos assírios e
egípcios.
• Entretanto, na arte romana o relevo
assume importância excepcional e um
desenvolvimento que parece fundamental
na caracterização dessa civilização
artística.
O Retrato Romano (Argan, 2003:199-208)
• Outro tipo de manifestação artística é
o retrato que, juntamente com o relevo
histórico apresenta ligação terrena e
objetiva, que exclui toda construção
metafísica.
• Enquanto o relevo tem sua origem na
arte plebéia, o retrato tem sua origem
no patriciado romano e foi realizado
por artistas de educação grega.
• Em geral, o retrato realista,
fisionômico e particular de um
indivíduo é sempre fruto de uma
civilização urbana, profundamente
politizada, com uma classe social
dominante ligada a uma tradição
própria e largamente provida de
recursos.
• Na Grécia, o primeiro retrato
fisionômico foi, provavelmente, o de
Platão, colocado por um não grego
em lugar dedicado às Musas, em
honra ao filósofo, após a sua morte,
depois da metade do século IV a.C.
• Tratava-se de um retrato público e,
portanto, intencional e de
reconstrução, não real.
• O verdadeiro retrato fisionômico
nasce na esfera privada somente na
era do Helenismo e os raros que se
salvaram, em geral, são de bronze e
nas moedas.
2
•
•
•
•
Os traços faciais idealizados do filósofo grego Sócrates
(470 - 399 a.C.) vistos aqui são semelhantes aos que se
encontram em numerosos retratos póstumos.
Outras imagens, tanto esculpidas como pintadas,
identificam claramente o ancião através de uma
inscrição.
A sua aparência também nos é conhecida através dos
relatos de dois de seus alunos, Xenófones (430 - 355
a.C.) e Platão (428 - 348 a.C.).
Tem a face barbada, linha capilar em recessão, olhos
pequenos e próximos e um nariz largo e espalmado. Os
retratos do filósofo tentam transmitir os seus
pensamentos.
Alcibíades, outro de seus discípulos famosos, disse
dele, no “Banquete” de Platão, que se parecia a um
Silenus (sátiro).
• Início do século II
d.C. segundo obra
original de Lísipo
datada de cerca 318
- 317 a.C.
Descoberta na Itália
Mármore
Alt. 37 cm
Antiga coleção de
Luís XIV nas
Tuileries.
• Esta fealdade contradizia o princípio grego
de "kalos kai agathos" (ser belo e bom),
mas convidava o espectador a passar
além do mundo da aparência de modo a
atingir a beleza verdadeira.
• O retrato do Louvre faz parte de uma série
que nos é conhecida através de cerca de
28 cópias romanas, sendo quase
certamente uma reprodução da face da
estátua póstuma do filósofo realizada por
Lísipo em cerca de 318 - 317 a.C.
(Gombrich, 1999:121)
• Restaram poucos retratos gregos,
porém, um grande número de cópias
grosseiras produzidas no período
romano para adornar bibliotecas,
teatros e casas.
• Em comparação com essa produção
comercial, os retratos originais de
arte romana se destacam pela
agudeza e frescor.
• Na religião primitiva dos romanos,
imagens de cera dos ancestrais eram
transportadas nos rituais fúnebres.
• Desde os antigos egípcios a imagem
preservaria a alma do falecido.
• Mais adiante, quando Roma já se
convertera num império, o busto do
imperador ainda era visto com
religioso temor e reverência.
• Todos os romanos deveriam queimar
incenso diante desse busto como
sinal de sua lealdade e vassalagem.
3
Museo
archeologico di
Firenze,Ritratto
del Gallo
Treboniano,
séc. III d.c.
Retratos fúnebres do museu do
Louvre
• A perseguição dos judeus ocorreu devido
ao fato de se negarem a tal procedimento.
• Apesar das homenagens, os romanos
permitiram que seus artistas
compusessem tais retratos mais realistas
e menos lisonjeiros que os gregos jamais
ousaram fazer.
• Os bustos de Vespasiano, Pompeu,
Augusto, Tito ou Nero nada têm de
lisonjeiro.
Bustos de Vespasiano e Tito nada tem de
lisonjeiro.
• Vespasiano (70 d.C) nada tem de um
Deus, poderia ser um banqueiro ou
um armador.
Nem o de
Augusto
www.spartacopalla-scultore.it/english.html
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Coluna de Trajano
• Outra forma de comemoração eram
as colunas como a de Trajano para
comemora vitórias alcançadas.
• Nela vemos os legionários romanos
pilhando, combatendo e
conquistando a Dácia, atual
Romênia.
• A coluna de trajano (114 d.C.), foi projeto de
Apolodoro de Damasco, e comemora o auge do
poder do Império.
• Situada numa no Fórum de Trajano foi
inovadora com funções funerárias e
comemorativas, foi usada como propaganda,
glorificando a capacidade militar do Imperador.
• Em termos urbanísticos, funcionava como a
grande referência do amplo espaço do fórum,
mas rodeada de outras construções no Fórum
de Trajano, a coluna era quase invisível.
Deus Danúbio observa os legionários
atravessando uma ponte.
Partida dos legionários
de seus quartéis.
• A expressão dramática desses
relevos influenciariam as
representações religiosas dos povos
conquistados como egípcios e hindus
que também adotaram essa maneira
para glorificar seus heróis ou contar
suas histórias.
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GOMBRICH, E. A História da Arte. Rio de Janeiro: TC Editora, 1999, p. 117.
• Quando Roma se tornou a senhora
do mundo os artistas tiveram que
executar diferentes tarefas e tiveram
que se adaptar a novos métodos.
• A mais notável realização dos
romanos ocorreu na área da
engenharia civil.
• As ruínas restantes são
impressionantes; as construções,
estradas, aquedutos e banhos
públicos, tornam impossível esquecer
a grandeza de Roma.
• Entre elas, o Coliseu, uma estrutura
utilitária, com três ordens de arcos
sobrepostos, destinados a sustentar
os assentos de vasto anfiteatro
interior e dotado de cortinas de
formas gregas.
• Foram aplicados os três estilos de
construções dos templos gregos:
térreo, uma variação do dórico,,
inclusive com métopas e triglifos; o
segundo é jônico e o terceiro e quarto
são meias colunas coríntias.
O Coliseu, c. 80 d.C.
• O Coliseu é uma gigantesca arena com
três ordens de arcos sobrepostos,
destinados a sustentarem os assentos do
vasto anfiteatro interior.
• Todos os três estilos são herdados
daqueles usados nos templos gregos: o
térreo é dórico, o segundo andar jônico e
o terceiro e quarto coríntio.
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• Na arte grega foram desenvolvidos três
sistemas formais: a ordem dórica, a jônica
e a coríntia. A ordem dórica era a mais
simples.
• A jônica, mais esbelta, tinha um capitel
decorado por duas volutas (espirais).
• A ordem coríntia, que surge somente na
época clássica, era ainda mais esbelta e
ornamentada, sendo famosa pelo seu alto
capitel em forma de sino invertido,
decorado com folhas de acanto.
• Os arcos triunfais foram erigidos em
todo o Império, na Itália, na França,
África do Norte e Ásia.
• A arquitetura grega era composta
geralmente por unidades idênticas,
que foram empregadas até para o
Coliseu;
• mas os arcos triunfais usam métodos
que emolduram e acentuam a grande
portada central, que é flanqueada por
aberturas mais estreitas.
Arco de Augusto Susa- L'arco romano (9-8 a.C.)
• A mais importante característica da
arquitetura romana é o uso de arcos
que foram pouco utilizados pelos
arquitetos gregos.
• Construir um arco com pedras
separadas em forma de cunha foi
uma façanha da engenharia romana.
Arco de Tibério,
c. 14-37 d.C –
Orange, França
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O arco de Tito
foi construído
para comemorar
a sujeição dos
rebeldes judeus
em 70 d. C., era
encimado por
uma imagem
dourada do
imperador em
sua quadriga.
• Os arcos solitários exerciam essa
função, porém, precisavam de
pilares possantes para absorver a
pressão que a curva exercia do
centro para fora.
• Numa cadeia de arcos, no
entanto, diminuía a pressão
sobre as pilastras e a
construção se tornava mais
econômica.
• A grande pedra angular no
centro do arco firma o conjunto
e distribui as forças.
Uma sucessão de arcos
permitiu a construção de
pontes e aquedutos.
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Pedras
angulares
• Por volta de 120 d. C., o imperador
Adriano, homem culto e afeito à
arquitetura, encomendou uma
edificação que ficaria como
monumento às mais altas aspirações
da Roma Imperial.
• O Panteão, templo de todos os
deuses, com o domo que o recobre
simbolizando o firmamento.
• Os raios de sol penetram pelo óculo e
brilham no chão de mármore.
Arquitetura Clássica – Panteão – 120 d.C
Os caixotões diminuem o peso da estrutura e
são mais finos em direção ao óculo.
Coliseu
70 d.C
Panteão
120 d.C
• Veja que as obras romanas clássicas
influenciariam a arte do Renascimento,
como pode se observado na Escola de
Atenas (1509-10) de Rafael.
1509-10
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Panteão
• A técnica dos arcos permitiu a
construção de tetos abobadados
como o do Panteão romano, um
templo dedicado a todos os deuses.
• Nele uma abertura no teto permite a
visualização do céu.
• Apesar de não ter janelas, todo o seu
interior é iluminado pela luz que entra
por esta abertura.
• De fato, o Panteão de Agripa foi destruído
por um incêndio em 80 d.C., sendo
totalmente reconstruído em 125, durante o
reinado do imperador Adriano, como se
pode comprovar pelas datas impressas
nos tijolos que fazem parte da sua
estrutura.
• A inscrição original, referindo-se à sua
fundação por Agripa foi inserida na
fachada da nova construção de acordo
com uma prática habitual nos projetos de
reconstrução devidos a Adriano, por toda
a Roma.
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