espefiiRlistRs em 1nstr"mentos M"sifiRis de Sopro ASSISTÊNCIA TÉCNICA r ACESSORIOS INSTRUMENTOS Fornecedor: Bandas Militares e Militarizadas Conservatórios de Música, Escolas Orquestras Colectividades Musicais, Autarquias e Câmaras Municipais. Av. Júlio Dinis, 14 (Ao Campo Pequeno) Centro Comercial Columbia, Loja 24 - 1050-131 Lisboa - Portugal Tel: 21 795 15 26 - Fax: 21 795 15 27 E-Mail: [email protected] Sumário Boletim da Banda Sinfónica do Exército N." 4 - T Série - Março 2007 2 Editorial de Sua Excelência O Chefe do Estado-Maior do Exército 3 Mensagem de Sua Excelência General Luis Valença Pinto 4 Testemunho 5 Prefácio 7 Concerto 11 Entrevista com Jorge Almeida, Juiz de Direito 16 Ciclo das Bandas Militares no Exército Português 22 Grandes Compositores Orquestra de Sopros 25 O Contrabaixo 32 A Arte de Respirar 36 Entrevista 43 Músicos Militares Notáveis 45 Realização de "MasterClass" na Banda Sinfónica do Exército 47 Notícias 51 Cursos de Música Ministrados pela Banda Sinfónica do Exército Propriedade Exército Português Director Direcção de Serviços de Pessoal José Carlos Mendonça da Luz Major-General Director Executivo Chefe Titular da Banda Sinfónica Manuel Joaquim Ferreira da Costa Capitão Chefe de Banda de Música Coordenadores João Fernando Afonso Sousa Cerqueira Capitão Chefe de Banda de Música Jorge i\ lanuel de Oliveira Lopes Sargento- \judante Músico João Pedro Lopes Rafael Azevedo 1° Sargento Músico Redacção e Administração Regimenro de vrtilhana Antiaérea N." I Banda do Exército I.argo do Palácio 2745-191 QuELUZ Tel. 21434:)480 I-ax: 214343483 Site: www.excrciro.pt Edição de Fotografia Jorge Manuel Domingos Velcz Sargento \Judante \fúSICO Paginação Electrónica Jorge \ l.inuel de Oliveira Lopes S'lrg1l1ro Ajudante MUSICO Impressão OU,GARIO FERN.\NDES - \RTLS GR.\FlC \S, S. \. Zona Industrial do Alto do Colancle \panado 51 27')6-!)OI C.\( I~'l\l Tclefonc214:)281 -lI) l'ax214,)2814!) RDIS 214328142 l.mail:<.legariofernand(amail.rc1epac.pt Depósito Legal 1692.')6/01 :moo Tiragem I-xcmplarcs Periodicidade \nual Capa: vnrónio Primavera de com Sérgio Carolino COSt.l Dirccçao de Serviços de Pessoal (h .trllgos da prl"!'l..'nlc..'public.içno c pnllll'm ;\ opilll;'\o do~ seus autores c.: n.io nn"l'ssan.tml.'nn.: () pOnlO de.: \ "t:l ofin ..tl da 1I,,"d.1 SII1t'ol11cado hxcrcuo, da DSP v cio I ,r.ldo \lalOf do 1\.l'n.:ttO. Editorial ". lM com particular satisfação que, no inicio das minhas funções como Chefe do Estado-Maior valiosíssimo do Exército, saúdo a Banda Sinfónica do Exército pelo seu contributo para a imagem do Exército e para a dignificação do cerimonial militar. Estou ciente do elevado prestígio já alcançado, quer pela excelência do trabalho desenvolvido, quer pela constância e dinamismo onde tem participado, assim como colocados nos múltiplos actos do grande número de reconhecimentos recebidos, incluindo de Sua Excelência o Presidente da República, do Comando do Exército e de diversas entidades civis. Tenho presente o enorme virtuosismo e sensibilidade musical dos elementos da Banda e as suas distintas características de brio, aprumo e garbo. Por outro lado, estou também convicto de que só foi possível alcançar este nivel através do enorme empenho e profissionalismo de todo o pessoal que serviu e serve na Banda do Exército, aliado a um contínuo trabalho de formação e de treino, bem como de uma sensata mas, simultaneamente, audaciosa, renovação do reportório musical. Só com esta conjugação de factores é possível manter e/ ou aumentar o vosso desempenho. É por isso que vos encorajo a darem continuidade ao muito profícuo trabalho e aos elevadíssimos padrões de qualidade alcançados, compromete-se que são no fundo os cânones da nossa instituição. O Exército a tudo fazer para continuar a assegurar as condições necessárias para o prosseguimento desse desígnio. Lisboa, 21 de Fevereiro de 2007 2 o CHEFE DO ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO JOSÉ LUIS PINTO RAMALHO GENERAL __________ Boletim da Banda Sinfónica do Exército --------- Mensagem de Sua Excelência General Luis Valença Pinto Ao longo de mais de três anos, como Chefe do Estado-Maior testemunhar o extraordinário virtuosismo do Exército, tive o grato prazer de e brio da Banda Sinfónica do Exército, reflectido no brilhantismo que transmite às muitas cerimónias e actos militares, assim como aos festivais e concerto públicos em que tem actuado por todo o País, tanto para os militares como para a sociedade civil. Muito me apraz também salientar a forma muito eficaz como a Banda Sinfónica do Exército soube tirar partido das recentes transformações operadas no Exército, para acrescentar um ainda maior profissionalismo musical e assumir mais audaciosos desafios. Os magníficos concertos comemorativos do V Centenário da Irmandade da Nossa Senhora da Saúde e de S. Sebastião, dos 250 anos do Terramoto de 1755 e da Reconstrução de Lisboa e dos Dias do Exército, e ainda os da "Primavera", são exemplos que, estou certo, perdurarão oportunidade na memória dos muitos participantes que tiveram a de apreciar a cuidada escolha dos temas musicais, a enorme sensibilidade de execução e os distintos traços de garbo, aprumo e de motivação, que espelham e que são tão próprios dos militares. Os excelentes desempenhos múltiplas vezes, reconhecidos da Banda Sinfónica do Exército e a sua singular conduta foram, por pelo Comando do Exército, o que fundamentou a proposta que determinou a recente atribuição da medalha de ouro de serviços distintos por decreto de Sua Excelência o Presidente da República. Reconhecimento análogo foi feito por diversas entidades civis. Neste sentido, não só, uma vez mais, congratulo todos os elementos da Banda Sinfónica do Exército, como vos exorto a continuarem os vossos relevantes e distintíssimos serviços e a manteremse assim como muito dignos representantes da imagem do Exército, da arte e da cultura. Lisboa, 29 de Novembro de 2006 LUIS VALENÇA PINTO GENERAL __________ Março 2007 _ 3 'Tcsrcrrrurrb o orno Comandante do Regimento de Artilharia Antiaérea n° 1 (RAAA1) considerome uma testemunha privilegiada do trabalho desenvolvido pela Banda Sinfónica do Exército (BSE), do qual este quarto número da Eurídice, seu órgão de informação e divulgação, constitui mais uma prova do dinamismo e da vitalidade de um grupo de militares a quem o Exército muito deve em termos de imagem da instituição e da dignidade do cerimonial militar. , Como Artilheiro e como Comandante da Unidade que alberga a BSE, penso que a Eurídice constitui um instrumento importante para auxiliar os leitores menos ligados ao meio musical em geral e à BSE em particular, a entenderem melhor o intenso trabalho desenvolvido ao longo do último ano, o profissionalismo imposto em todos os múltiplos actos, desde a formação a cerimónias militares, passando por concertos e outras actuações realizadas em vários pontos do País. A BSE, que se encontra na dependência da Direcção dos Serviços de Pessoal e que tem como Chefe Titular o Capitão Ferreira da Costa, tem contado com o apoio administrativo-logístico do Regimento de Artilharia Antiaérea n° 1, mas também com o reconhecimento de todos os militares que servem o Exército na Artilharia Antiaérea, reconhecimento que se traduz na imagem de uma sub-unidade militar que está sempre em combate; pela dignidade do cerimonial militar, pela formação de novos militares, pela alegria que transmite aos militares e civis que a escutam, pela divulgação da cultura por todos os cantos do Exército e do País, e pelo prestígio da instituição que devotadamente serve. Como reconhecimento de todas as acções que vem desenvolvendo nos últimos anos, a BSE foi recentemente agraciada com a medalha de ouro de serviços distintos, no concerto (de Gala) da primavera que teve lugar no Palácio de Queluz, facto que também foi motivo de orgulho para os camaradas do RAAA1 que com "ela" convivem diariamente. Para além de inúmeras participações em cerimónias militares, vários concertos de grande impacto marcaram o último ano da Banda Sinfónica Exército e do seu Grupo de Música de Câmara. Sou testemunha e actor privilegiado da formação contínua que a torna numa verdadeira Escola Prática das Bandas e Fanfarras. Numa altura da Transformação do Exército, em que as restrições orçamentais imperam, fazemos votos para que o Exército continue a cuidar da sua Banda como um instrumento importante de divulgação dos seus valores e da sua missão. O RAAA1 e todos quantos nele servem, continuará a dar todo o apoio à BSE nos moldes que for superiormente determinado, mas sempre com a compreensão de que "a cultura de uma instituição não se mede em euros, mas em valores, nem sempre perceptíveis mas que perduram no tempo". Em nome dos Artilheiros que acolhem a BSE neste Palacete da Arcada em Queluz, os meus sinceros parabéns pela qualidade do trabalho desenvolvido, pela criatividade e pela inovação imposta em todas as suas actuações, mas também pela permanente dedicação e empenho de militares que também são artistas .... 4 Quartel em Queluz, 18 de Março de 2007 o COMANDANTE JOÃO JORGE BOTELHO VIEIRA BORGES CORONEL DE ARTILHARIA Boletim da Banda Sinfónica do Exército Prefácio II I ais um ano que passa e uma vez mais trazemo~ até vós com muito empenho e entusiasmo, o boletim de informação "EURIDICE" da Banda Sinfónica do Exército. Na qualidade de Chefe Titular da Banda Sinfónica do Exército cabe-me dar uma palavra de apreço a todos os militares da Banda, e em particular ao grupo de trabalho que ao longo do ano prepara este boletim que, com abnegação e espírito de bem servir tornam possível trazer ao prelo este exemplar, bem como aos nossos patrocinadores, que uma vez mais se identificaram com este nosso propósito de divulgar a música do Exército. O boletim destaca-se cada vez mais no panorama nacional, uma vez que não abundam as publicações do género, sendo pioneiro no seio das Bandas militares portuguesas. Com a publicação da quarta edição são atingidas uma maturidade e um Knoiu-Hoiu importantes que se devem manter, pois o boletim torna-se um meio essencial para dar a conhecer não só a actividade da Banda Sinfónica do Exército, como também alguns aspectos menos conhecidos da nossa missão dentro do Exército. O ano transacto foi profícuo em acontecimentos, nomeadamente no que concerne a dotar a Banda Sinfónica do Exército com efectivos e capacidades musicais que lhe confiram capacidade sinfónica e a habilitem a desempenhar condignamente as missões de representação do Exército. Se na vertente de efectivos este propósito foi alcançado com sucesso, através da admissão de sargentos contratados para as vagas de Violoncelo e de Contrabaixo, já no plano das capacidades musicais existe ainda um longo caminho a percorrer, sobretudo na aquisição e renovação do instrumental necessário a este tipo de agrupamento sinfónico. Todavia tenho plena consciência que todo o esforço será dispendido pelas chefias com o intuito de dotar a sua Banda representativa com os meios necessários a este fim. Inúmeras actividades tiveram lugar desde a última edição da "EURÍDICE ''. Os Cursos de Formação e de aperfeiçoamento seguiram a programação prevista. O Concerto de Primavera no Palácio Nacional de Queluz, o Concerto de Gala do Exército no Teatro Garcia Resende em Évora e inúmeros concertos para as mais variadas entidades civis. Porém, gostaria de realçar o Concerto de Natal promovido pela Real Irmandade da Nossa Senhora da Saúde e S. Sebastião, que teve lugar na igreja de S. Domingos, onde a Banda Sinfónica do Exército, dirigida pelo seu Chefe Titular Capitão Ferreira da Costa, em colaboração com o Coral Lisboa Cantat, sob a direcção do maestro Jorge Alves, levou a cabo a execução do Requiem de W A. Mozart, inserido nas comemorações dos 250 anos do seu nascimento. Foi um momento de particular importância, pois a formação da Banda conseguiu adequar-se à execução deste tipo de obras, o que nos conduziu a um trabalho intenso de adaptação à especificidade deste repertório, bem como pelo prazer, pela motivação acrescida de se poder tocar nesta Banda a música de um dos maiores génios musicais de todos os tempos com um Coro de elevadíssima qualidade. Aos nossos leitores e ouvintes um grande bem-haja, pois eles são a razão de ser da nossa actividade e conferemnos um forte estímulo para continuarmos a fazer mais e melhor. Quartel em Queluz, 18 de Março de 2007 o CHEFE TITULAR DA BANDA SINFÓNICA ~ -/2~ - ?~~ ~-çq_. DO EXÉRCITO - MANUEL JOAQUIM FERREIRA DA COSTA CAPITÃO CHEFE DE BANDA DE MÚSICA __________ Março 2007 _ _5__ -11 , USSOlllUSlCa INSTRUMENTOr;; MUSICAIS, Lo"-. "Russobiúsica é lima empresa jovem especializada em instrumentos de Sopro e percussão com vasto conhecimento 110 área das Bandas Filarmónicas. Consideramo-nos o seu PARCEIRO IDEAL porque conhecemos perfeitamente o meio. Pertencemos a ele. As partituras, as gravações em CD e K7, os instrumentos de, praticamente, Iodas as marcas e modelos, as reparações, a formação e todos os eventos relacionados com AS BANDAS DE MÚSICA SÃO A NOSSA RAZÃO DE EXISTIR. Temos muito para dar ás Bandas Filarmónicas e vamos fazê-lo" Instrumentos Musica Edições Musicais Som e Luz Assistência Técnica Telf: 219 181580 Rua Marquês de Pombal, 97 Fax: 219129617 Loja Esq. Telm: 917 279 478 2735-316 CACÉM Concerto de Pritnavera Artigo elaborado pelo 10 Sargento João Azevedo Fotografia António Costa "Desde a minha infância, sempre me despertaram interesse as antigas civilizações, povos e suas culturas. Na mitologia, acima de todas as outras, foram a grega e romana, as duas que maior espanto e admiração, em mim, me suscitaram. «Mars», ou Marte, era o deus da guerra violenta,filho de Juno, de quem cultivou o mau génio e a ambição arrogante. Em «Mars, Bellorum Dominas» (1v1arte,o Senhor das Guerras), são retratados alguns episódios mitológicosdo Deus numa perspectiva, como nãopodia deixar de ser, musical. Desde as suas paixões com a deusa Vénus até à batalha do cercode Tróia, não deixando jamais de ser sempre acompanhadopelos seusfilhos «Hob«:» e «Deim«:» (representados pelo flautim epelo contrafagote) que o acompanhavam para a guerra. Pela minha arte, se é que sepode chamar de arte, tento levar a banda a retratar cenários,personagens e sentimentos. «Mars», a primeira de uma dúzia de fantasias, simboliza uma banda sonora dum filme que só existe na minha cabeça.)) Rui Rodrigues, sobre Mars, Bellorum Dominus 7 11 m30 de Maio de 2006, pelas 21.30 horas, a Banda Sinfónica do Exército levou a efeito o tradicional Concerto de Primavera. O evento, como é habitual, realizou-se na Sala do Trono do Palácio de Queluz e a assistir encontravam-se, entre outras Altas Entidades, o Chefe de Estado-Maior do Exército, General Valença Pinto, o Secretário de Estado da Defesa Nacional e Assuntos do Mar, Doutor Mira Gomes, o Secretário de Estado da Cultura, Professor Doutor Mário Vieira de Carvalho (Musicólogo), __________ antigos CEMEs, bem como outras entidades militares e civis. Do programa apresentado constaram cinco obras musicais, alinhadas pela seguinte ordem: Março 2007 1 - Convite à Valsa Karl Maria von WEBER (1786-1826) 2 - Fantasia para Fagote Francisco A. N. dos SANTOS PINTO (1815-1860) Solista - SAJ LUÍS CORREIA 3 - MARS, BeUorum Dorninum (1' Audição Absoluta) RUI RODRIGUES (1988) 4 - Miss Saigon, A Symphonic portrair A. BOUBLIL (1941), Claude-Michel SCHOENBERG (1944) 5 - AFRICA - Ceremony, Song and Ritual ROBERT W. SMITH (1958) _ o concerto, gue culminou com o 18° aniversário da Banda Sinfónica do Exército, foi dirigido sob a batuta do Chefe Titular Maestro Capitão CBMus Ferreira da Costa, e constituiu mais um ponfo alto de desernpenhoda BSE, num espectáculo de ímpar beleza, não só pela qualidade da execução musical, mas também pelos acontecimentos e factos gue iriam marcar esta noite como memorável. Na primeira parte do programa, de destacar, a obra intitulada Fantasia para Fagote, gue foi recuperada pelo SAJ Luis Correia, a partir de um manuscrito existente na Biblioteca Nacional, Data de 1847, tendo sido inspirada em temas da ópera de Donizetti Robert Devereux 8 (prerniêre: Nápoles, 29-10-1837) e apresentada no Teatro de S. Carlos em 13 de Julho de 1838 e na temporada de 1844-45. A apresentação a solo, do SAJ Luis Correia e desta obra, ficou a dever-se às provas finais de mestrado do referido militar, sendo o primeiro militar das Bandas do Exército a atingir este grau académico. Por este motivo encontrava-se presente o júri constituído por: do Departamento de Musicologia da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, o Professor Gerhard Doderer, gue honrosamente já publicou um artigo no nosso Boletim Eurídice, o Professor Doutor João Soeiro de Carvalho e a Professora Doutora Luísa Cymbron; da Escola Superior de Música de Lisboa, a Ex.ma Sr.' Directora Cremilde Rosado Fernandes, o Maestro Vasco Pearce de Azevedo (membro do Júd do Concurso de Composição General Firrnino Miguel) e o Professor José Massarrão. A finalizar a primeira parte, sucederam dois momentos únicos e ímpares. Em primeiro lugar a estreia e 1a audição absoluta da obra vencedora do Concurso Nacional de Composição "General Firmino Miguel" - MARS, Bellorum Dominum, promovido pelo Estado-Maior do Exército/Banda Sinfónica do Exército. Inspirada na mitologia grega foi composta por Rui Rodrigues nascido em 1988 e residente em Óbidos. Em segundo lugar, decorreu a cerimónia de condecoração e entrega da Medalha de Ouro de Serviços Distintos à Banda Sinfónica do Exército, atribuída por Sua Excelência O Presidente da Republica, Doutor Jorge Sampaio. Este galardão, entregue pelas mãos do Chefe de Estado-Maior do Exército, General Valença Pinto, constitui a mais alta distinção gue a BSE auferiu ao longo da sua breve existência. A concessão foi justificada pelo contributo militar relevante e extraordinário, e pelos actos notáveis, gue ao longo destes anos resultou, em honra e lustre para a Pátria. 0$ A finalizar o nosso concerto, foi atribuído o Prémio ao Compositor Rui Rodrigues. Este iniciou os estudos musicais aos 8 anos com o professor João Baltazar, ingressando posteriormente no Conservatório de Caldas da Rainha na classe da professora Henriqueta Gonçalves. Participou nas 8" e 9" Edições da Semana Internacional de Piano em Óbidos, nos r, 8° e 9° Cursos de Verão Jovens Músicos das Caldas da Rainha, na classe de Violoncelo, e em cursos organizados pelo INATEL, como executante de Percussão e Regente. Em 2004, deslocou-se à cidade de Tangôlviste, na Roménia para a 8" Edição do "Festival W. A. Mozart", na área de Piano, tendo sido laureado com uma menção honrosa. Venceu o Concurso de Composição "Hinos" do Município de Leiria e o Prémio Especial de Jovens Compositores no Concurso de Composição para Banda Filarmónica "Maestro Silva Dionísio". Actualmente frequenta o Curso __________ Complementar de Piano na Escola de Música de Santarém e o Curso Básico de Violoncelo no Conservatório de Caldas da Rainha. É ainda percussionista na Banda da Sociedade Musical e Recreativa Obidense e pianista na Orquestra Ligeira da mesma Sociedade, para as quais compôs várias obras. Preconizando um dos objectivos basilares da Banda Sinfónica do Exército, o Concurso Nacional de Composição "General Firmino Miguel" visou promover, fomentar e valorizar a escrita musical para a BSE, honrando e homenageando a memória do General Firrnino Miguel, principal responsável pela criação da Banda representativa do Exército. De salientar o significativo número de concorrentes, de vários pontos do país, promovendo o aparecimento e o reconhecimento público de novos talentos na área da composição. Por fim, Sua Ex: o General CEME dirigiu-se a todos os presentes e para brindar tais palavras, a Banda do Sinfónica Exército, interpretou um encore Marcha Patrono do Exército de Joaquim Liuz Gomes (1914). À saída foi distribuído o terceiro exemplar do Boletim Eurídice, procedendo-se assim ao seu lançamento oficial. Estes e outros momentos constituem factos históricos marcantes, que nos enchem de orgulho por pertencermos a tão prestigiada Instituição Militar, com séculos de história que remontam á criação da nossa Pátria, o Exército Português. Março 2007 _ 9 Entrevista com Jorge Almeida, Juiz de Direito do Tribunal Judicial de Ourém Entrevista realizada pelo Sargento-Ajudante Jorge Lopes e pelo 10 Sargento João Azevedo Fotografia Sargento-Ajudante Jorge Velez Pertenceu aos quadros da Banda Sinfónica do Exército como r Flauta Solista, mas curiosamente, foi o Exército que lhe mostrou os caminhos da lei e o "condenou" à magistratura. Entre concertos e muitas noites em claro, trilhou um árduo caminho para conquistar o seu sonho. Uma década depois, de ter trocado as notas de música pelas leis, o Dr. Juiz Jorge Almeida é um dos espectadores mais atentos que a Banda tem. 11 Eurídice: Como despertou para a música qual foi o seu percurso na mesma? e Juiz Jorge Almeida: A minha vida na música começa antes de me aperceber da música e da minha própria vida. O meu pai é urna pessoa iletrada em termos musicais, mas sempre foi uma pessoa extremamente musical. Quando se senta ao piano consegue tocar música, músicas que apanha de ouvido, e pelo gosto que tem e pela abordagem que faz á mesma consegue, de facto, interpretá-las. Convivendo com este ambiente, empre fui habituado a uvir música. Os reflexos da postura do meu pai perante a música, levam-me, c m três anos de idade, a aprender piano Com a Pr fessora Manuela Tamagnini em Tomar. om cerca de cinc u eis anos fui pela primeira vez __________ à Fundação Calouste Gulbenkian tocar numa festa de Natal. Recordo-me desse episódio como se fosse hoje, porque o banco do piano não tinha a extensão suficiente para estar cómodo, e colocaram uma lista telefónica por cima do banco para facilitar o meu acesso ao piano. Posteriormente, continuei a estudar piano com o Professor Coelho, também em Tomar e subitamente, dá-se um factor que me leva a estar uns anos sem ter nenhuma ligação á música. Esse factor ficou a dever-se à excessiva pressão que o meu pai causava em mim, ao nível do estudo da música. Como não existia uma atitude pedagógica por parte do meu pai, no sentido de eu buscar a música, e não a música ser-me imposta, isso levou-me a que no extremo, criasse um certo fenómeno de rejeição e que me levou a não tocar música. Março 2007 _ segunda parte do CFS, onde permaneci até findar a minha vida militar e musical no Exército. 12 Quando surge a flauta transversal e a sua ligação às Bandas Filarmónicas? Mais uma vez por iniciativa do meu pai, e como as minhas irmãs também já frequentavam a Sociedade Filarmónica Gualdim Pais, começo a tocar flautim na Banda da Sociedade com os meus cinco anos. Na altura começava-se pelo flautim e depois passava-se para a flauta, e passei para a flauta com nove anos, mas continuando, paralelamente, com o piano. Além de toda esta actividade musical, conjugava também os estudos normais. O meu percurso na escola não era particularmente brilhante, porque a minha abordagem às matérias era um pouco dispersa, mas penso que gostava de fazer aquilo que me dava prazer, e a música dava-me muito prazer. Em determinada altura, com os meus dezoito anos, coloquei a possibilidade de enveredar pela música em jeito profissional. Os meus pais não eram pessoas particularmente abonadas e desde muito cedo tive a perfeita noção de que parte do meu percurso de vida teria que ser eu próprio a sustentá-lo. Como foi a sua passagem pela Exército? Em 1984, com dezoito anos ingresso no Exército em Tomar, integrado numa companhia de instrução e já com destino à Banda de Música da Região Militar Centro em C~imbra onde estive até 1986. Em Outubro desse mesmo ano, marchei para o RIP no Porto para frequentar o 15° Curso de Formação de Sargentos. No ano seguinte venho para Lisboa, para a Banda do Exército, frequentar a Que raízes ficaram da sua passagem pela Banda Sinfónica do Exército? As instituições são realidades dinâmicas e o que hoje existe em substância é o mesmo, mas as instituições não existem por si só e são compostas por pessoas que lá estão a cada momento. O Chefe Adjunto da Banda Sinfónica do Exército é meu amigo pessoal há mais de vinte anos. Tenho variadíssimos amigos e seria injusto para alguns enumerá-los porque poderia esquecer-me de algum e não quero cometer essa indelicadeza, mas as raizes estão lá. Não é em vão que se passam 14 anos a partilhar muitas situações de vida, com um grau de envolvimento muito grande. Existe uma diferença muito substancial entre trabalhar num escritório e fazer um trabalho autón mo, como tocar numa Banda profissional, em que se comunga uma partilha e uma experiência muito maior entre as pessoas, por que o trabalho não resulta isolado, resu.lta na conjugação com todos os outros. As raizes são multas, os amigos são muitos e com as limitações de tempo e a distância a que nos encontramos uns dos outros, tentamos vastas vezes superar as barreiras físicas e temos conseguido. Existem muitas referências do passado que nunca quero esquecer. A disciplina implicita na carreira militar influencia e ajuda-o no desempenho das suas actuais funções? Sem dúvida. Quem passou pelo Exército ou por qualquer ramo das Forças Armadas sabe q~le.os ~orári.os não se discutem, cumprem-se, e essa disciplina e muito importante. É uma exigência que temos de ter em relação a nós próprios e deverá ser tanto maior quanto menos for controlada. A minha passagem pela instituição militar foi acima de tudo formativa em múltiplos aspectos: ao nível da personalidade, ao nível dos valores, entre outros. Obtive benefícios óbvios e evidentes, benefícios que ainda continuo a colher nos mais variados aspectos da minha vida profissional. Boletim da Banda Sinfónica do Exército Há quem compare o palco à barra do tribunal. Agora que já experimentou os dois lados, considera que sempre que um músico realiza um concerto está a ser julgado e que no fim existe uma sentença? Não tenho a mínima dúvida clisso. O exercício de julgar tem aspectos cénicos, quer pelo ritual inerente ao acto de julgar, quer pelo vestuário que se usa na sala de aucliências, quer pela condução dos actos que implica uma clirecção do Juiz a quem compete nos termos da lei do processo civil e penal a condução dos actos de audiência, e existe uma analogia muito próxima deste exercício e a actividade de um músico. Basicamente acaba por ser a mesma coisa ... se um Juiz não clisser nada, a sentença não realiza. Se o Maestro não levantar a batuta, não se passa rigorosamente nada. Existe um paralelismo muito grande entre estes dois actos, e quer na actuação como Juiz, quer na actuação como solista, a sentença, como clisse e bem, é logo passada ali. Acima de tudo, para o músico, é o momento. Se um Juiz não apreciou bem um requerimento, pode sempre emendar. Os códigos contemplam mecanismos processuais que permitem salvaguardar essas situações, enquanto que com um músico não. Se a nota saiu mal, se o trecho não foi bem executado, não há forma de voltar atrás e esgota-se naquele preciso momento. Para um músico não existe recurso possível, não se pode voltar atrás. Como foi conciliar as notas de música durante o dia e as leis á noite? Muito complicado ... mas mesmo muito complicado. Estava de manhã no Exército, á tarde ia para o Conservatório ter aulas e á noite para a faculdade estudar. Isto foi um percurso que vi, muito rapidamente, que não conseguma manter. ão era minimamente exequível, e nes a altura já estava casado. Era manifestamente impossível. Aí dá-se o ponto de decisão em que eu "abandono" a música. Vejo que não consigo conciliar tudo e após ter entrado para a faculdade, começo a obter classificações que de alguma forma me acalentaram a esperança que poderia ter um futuro que seria correspondente aquilo que eu ansiava. Tive de fazer opções, com sacrifício de umas em detrimento de outras. No ano lectivo de 91/92 abandono o Conservatório e continuo no Exército, porque era um compromisso pessoal e profissional defender os meus interesses e os da instituição que na altura representava, que me pagava o ordenado e que era quem me garantia o meu sustento e da minha família. Optei por continuar a desempenhar as minhas funções e continuar a fazer o curso de direito. Como surge o interesse pelas leis e pela justiça? O interesse surge por três razões de origem sentimental e uma de origem pragmática. As três causas próximas que concorrem de alguma forma com o meu interesse são: uma irmã que cursou direito em Coimbra em 1984, a professora Inês Monteiro, licenciada em clireito também pela Universidade de Coimbra, e o Professor José Soares, na altura militar da Força Aérea na situação de reserva. A minha actividade como músico levou-me a ingressar neste círculo de amigos, e formamos, juntamente com alguns parceiros, uma cooperativa musical, ao abrigo do cócligo cooperativo, cooperativa essa que assumiu o nome de Academia de Música de Tomar (AMT). O contacto com o José Soares, a Inês Monteiro, e com a minha irmã, e o curso formação de sargentos, como causa pragmática, onde abordei pela primeira vez algum texto legal, como por exemplo o cócligo de justiça militar e o RDM, juntamente com as três razões de origem sentimental, levaram-me a trilhar de alguma forma o percurso das leis. Estas são as causas próximas, conjugadas com um interesse que eu senti. Sempre gostei muito do debate de ideias, da atitude clialéctica em relação ás coisas. Sempre senti interesse por tudo o que cliz respeito á filosofia, tudo o que diz respeito á análise politica nas suas múltiplas variedades em que o clireito, de uma forma ou de outra, está claramente no plano de interferência. 13 Março 2007 E o interesse pela magistratura? Quando termino a licenciatura em direito sou confrontado com uma realidade estranha. ão podia, enquanto militar, fazer o estágio de advocacia porque havia uma incompatibilidade muito substancial. Sempre procurei fazer o curso bem feito e tive consciência disso. Assumi para mim próprio, que tinha de fazer um curso diferente. Daí que tenha optado por imprimir um cunho muito pessoal e procurei valorizar-me muito, tentando sempre ser, senão o melhor, pelo menos dos melhores em cada disciplina e em cada ocasião. E quando conclui o curso, também era muito claro que tinha alcançado aquilo que me era licito sonhar. Na altura em que sou confrontado com a opção da magistratura, pensei que se já tinha passado tanto e já tinha estudado tanto, então a opção natural seria o Centro de Estudos Judiciários (CEJ) porque me permitiria continuar a auferir vencimentos, sem implicar um transtorno de ordem económica. Enquanto auditor de Justiça seria remunerado, permitia-me continuar vinculado ao Exército com uma licença sem vencimento durante o primeiro ano, e após, tendo sucesso, o ingresso nos quadros do Ministério da Justiça, como veio a suceder. O CEJ veio densificar ainda mais o gosto que sempre tive, transformando-se numa paixão e hoje é um modo de vida, mas acima de tudo é a minha vida. Como ouvinte frequente da nossa Banda, o que sente quando assiste a um concerto? Uma nostalgia muito grande ... uma saudade imensa ... sem qualquer tipo de dúvida. Para mim o mais importante não é o passar na vida, mas sim a forma como se passa na vida. Se me perguntar: Quer voltar? É obvio que não. Agora é uma outra vida ... Ainda no último concerto que assisti, em Dezembro, senti saudades porque foram momentos muito interessantes. Sinto um carinho muito grande pela Banda e dá-me muito prazer rever os amigos. Por isso é que continuo religiosamente, desde que possa e tenha conhecimento, a fazer questão de não renegar um passado que faz parte de mim e do qual muito me orgulho. Como sente que é projectada a imagem da Banda Sinfónica do Exército? Aquilo que eu hoje vejo, não tem nada a ver com o que via no meu tempo... para melhor. Quando ingressei no Exército, a matriz era a do jovem de província que tocava na Banda da aldeia e que ia para a tropa, e hoje em dia não é assim. A evolução da sociedade portuguesa, ao nível da música, deu origem a que cada vez mais apareçam pessoas com uma qualificação profissional interessante. Antigamente as Bandas militares tinham um papel formativo enquanto que nos dias de hoje as Bandas são receptoras de pessoas já formadas e com uma grande qualidade musical. No último concerto da Banda a que assisti registei um facto que não existia no meu tempo. a minha altura, quem tocava os solos era sempre o mais graduado de cada naipe. Neste concerto assisti a jovens soldados a suplantar o Chefe de naipe, que é o mais graduado. Nessa perspectiva penso que se registou o aumento qualitativo muito grande. Ao nível da reforma de mentalidades, a vossa Revi ta Eurídice é ignificativa dis o. Há dez anos não existia esta dinâmica. Acho que hoje a imagem é completamente distinta da minha altura e penso que para melhor. Noto um salto qualitativo muito grande e claramente em frente e oxalá se mantenha, para bem de todos e da instituição e da Banda. o que gostava de ver na BSE num futuro próximo? Gostava muito de ver a Banda com um quarteto de cordas, como têm as orquestras. Gostava de ver a Banda com meios ao nível de instrumentos e de logística de apoio, que lhe permitissem guindar ao patamar superi r, que pela qualidade das pessoas que lá estão permite alcançar. É bom não esquecer que a B tem pessoa que vão regularmente tocar a Orquestras infónicas, têm inúmeras pessoas que ão licenciadas em música, em suma, têm músicos muito bons. Se é assim por que não transformar aquilo que estas pessoa fazem, ao nível d outros locais onde são chamados? 14 o que é que a música vai continuar a ser para si? Vai continuar a ser a minha razão de existir, como sempre tem sido. ____________ Boletim da Banda infónica do Exército _ ~ SMI No dia 22 de Fevereiro de 1832, aporta a Ponta Delgada o Duque de Bragança, D. Pedro Iv, numa garbosa naval. Integram a o BC5 e o Rl18 e respectivas Há um enorme alvoroço em toda expedição "muzicas". a ilha expedição de grandiosa É organizada S. Miguel. recepção, que reúne uma autoridades, inúmeras pessoas influentes e uma população numerosrssima. Quando D. Pedro desembarcou, estava no cais apinhado de gente um afamado - o Cara- Velha repentista -, que se aproximou do Imperador em voz alta, depois de o saudar: e lhe disse Nós uns pobres jornaleiros Com as enxadas na mão Como havemos de saber Qual dos dois Reis tem razão? entre malhados (os liberais) e valeu ao Cara- Velha Tal indecisão " ...As "muzicas" da expedição causaram grande assombro e curiosidade na pacata cidade de Ponta Delgada, pelo absoluto desconhecimento de tais corporações, pois, tudo quanto a população vira até então era tambores e pífaros à frente dos regimentos e, destacamentos militares. Causaram também grande entusiasmo e foram semente ClTI campo fértil, ..." corcundas (os miguelistas), de prisão imediata. Mas D. Pedro ordenou que e ainda lhe ofereceu umas moedas de prata ... uma ordem o soltassem Provisório") e Ponta Delgada decorridos batalhão de caçadores, 0 alegria possuídos: de que todos os a Cidade estava illuminada. com o n." 4 (BC4) que, na tarde do dia 29 de Abril de 1847, participa no funeral do 1.0 Barão das Laranjeiras: "O Batalhão de Caçadores 4, competente Muzica terminava préstito" (Correio com a sua o aparatoso Michaelense) e "Muito compungiu a Muzica que acompanhava o seu préstito funebre de cerca de 7.000 pessoas" (Açoriano Oriental). Por Decreto Exército publicado de 25 de Junho na Ordem de de 1864, é colocado em Ponta Delgada o Batalhão n.? 11 (BCll), com a respectiva de Caçadores Banda militar, composta por "Mestre de musica - 1; Ct." mestre de mus." - 1; Musicos - 15 (pé de paz)" e "Musicos Batalhão bordo - 19 (pé de guerra)" chega a 17 de Agosto da corveta Estefânea, . O de 1864, a e vai aquartelar- / TOMAS MIRANDA "a musica do N. 18 animava o espírito de consolação Regimento universal os festejos, n." 1. Mas, só a esta cidade um se no extinto e degradado convento de freiras de S. João Evangelista Ante Portam Latinam, no coração da cidade - o "Quartel de S. João". 5 e o Regimento de Infanteria n." 18, os quaes ao som de suas excellentes musicas, desfilarão diante das janelas, onde Durante - Caçadores dez anos aperta Perto da residência destinada a SMI, o palácio do morgado José Caetano, na rua da Graça (rua Dr. José do Canto), "achavão-se postados o Batalhão de Caçadores n." S.M.I. veio esperá-los." -------------- animos LUTHIER e de se achavão Assim foi celebrado este dia (... )" . As "muzicas" e curiosidade absoluto quanto da expedição na pacata desconhecimento a população grande Delgada, de tais corporações, e destacamentos entusiasmo fértil, pois, decorridos Ponta Delgada grande assombro de Ponta vira até então era tambores frente dos regimentos também causaram cidade e foram pelo pois, tudo semente em campo 12 anos - em 1845 - é fundada a primeira corporação à e pífaros militares. Causaram Técnico de Instrumantoe Mu~icai~ de .s:o~tO em musical - a Sociedade Wind lnstrumant T aehnlclan Filarmónica Micaelense . Em 23 de Junho de 1832, as forças liberais formam em Ponta Delgada no velho ampo do Dízimo - a Alameda Duque de Bragança (conhecida de uma grandiosa T echniket von Mu~ilalli~hen Bla~indtumenten por Relvão), para a celebração missa campal, antes do embarque com de tino à praia do Mindelo, na vizinhança da cidade do Porto. "Cantando, os ânimos da militança alevantaram-se, incitados pelo som imponente das Bandas de Caçadores 5 e de Infantaria 18, sob um entusiasmo popular a denunciar os alvores da ambicionada victória" . Após a celebração, as duas Bandas executam próprio o "Hino de Bordo", D. Pedro IV; um apaixonado perfeitamente tropas. o efeito moralizador composto pelo das artes que entendia da música no ânimo das RUI! o ano de 1837, a organização d Decreto de 4 de Janeir cria para a "10.' divisão militar" (Açores) s seguintes batalhões: Angra - Infantaria n.? 21 ("era o Bat. __________ dali POillill de ~lio Bento, 25 1200-g45 Março 2007 Telrn: ss 402 2~ 11 lI~BOA _ ~ Ciclo das Bandas Militares no Exército Português Artigo elaborado pelo MGEN RES Ferreira Almeida Banda de Música da Zona Militar dos Açores 16 Antecedentes históricos conjuntamente com outros, derrotaram as forças da música absolutistas no combate da Ladeira Velha, em 2 de Agosto de 1831, na cos ta norte da ilha de S. Migucl. militar remonta à época das Lutas Liberais, pois é sabido A primeira notícia sobre a actuação de "muzicas" é dada No arquipélago dos Açores, a presença que as forças expedicionárias constitucionalistas, sob o comando do marechal conde de Vila Flor, integravam duas "muzicas" (como então se designavam as Bandas militares), compostas pertencentes Regimento na sua maioria por ingleses e franceses e ao Batalhão de Caçadores n." 5 (BCS) e ao de Infantaria n.? 18 (RI18). Estes corpos, pela imprensa tcrceirense, na Crónica de 24 de Abril de 1831: ''A Muzica do Batalhão dc Caçadores tocando o Hyno Nacional n.? 5 se achou e Rcal na Ponta de Santo António". Este facto ocorreu na cidade de Angra, durante o embarque do BCS para ir submeter as restantes ilha ocidentais do arquipélago ao rcgime liberal, Boletim da Banda Sinfónica do Exército Não obstante a insuficiência de elementos, a "muzica" - o Campo de S. Francisco (rebaptizado, com a implantação do BCll estreia-se no ano seguinte, por ocasião do da República, Praça 5 de Outubro) -, para agrado geral da Juramento da Carta Constitucional. O jornal A Persuasão população. Os concertos realizavam-se no Verão, às S.as noticia, no seu suplemento n." 188, que "a muzica de feiras e domingos à noite, e no Inverno, nas tardes de Caçadores 11, estreou-se segunda-feira, tocando a Arvorada domingo. Ao reacender-se o brilhantismo das festas defronte da residência do Sr. Comandante militar e no religiosas da cidade, é Manuel José Candeias - o mestre da quartel, à noite no theatro: Incompleta, como se acha ainda, Banda militar - quem, entusiasticamente, compõe o Hino já agrada bem." No n." 192, A Persuasão volta a noticiar que do Senhor Santo Cristo dos Milagres, em 1869. "no dia 31 de Julho estreou-se em publico a banda de Na organização de 30 de Outubro de 1884 são muzica de Caçadores 11, e daquelle dia em deante tem constituidos 24 regimentos de infantaria e 12 regimentos de sempre acompanhado o corpo em todas as ocasiões que elle caçadores, com as respectivas Bandas de música. Passam, sahe do quartel. Faltam ainda vários músicos assim, a existir 36 Bandas, sedeadas nas n'aquella banda, que sem se attingir a rasão, cidades capitais de distrito, privilegiadas deste se tem obstinado em não vir do continente modo com a presença de um excelente meio (...)as 32 bandas apesar de se acharem despachados, no de formação e acção educativa, que se regimentais então estende de norte a sul do Pais, incluindo a entanto o seu mestre, Sr. Martinho, com os existentes são elementos que tem à sua disposição, tem Madeira e os Açores, pois todas as cidades demonstrado que lhe sobra competência para drasticamente (com excepção da Horta e Silves) têm a sua fazer a sua Banda uma das melhores do reduzidas, e quase Banda militar. exército. todas as cidades As sucessivas reorganizações do Exército, Por Decreto de 23 de Maio de 1872, os empobrecem criando, extinguindo ou alterando o escalão e quadros orgânicos das Bandas sofrem nova culturalmente, a designação dos corpos militares, e alteração, sendo agora constituidas por um privadas que ficam consequentes alterações da composição e mestre, um contramestre, três músicos de l ." de concertos e designação das corporações musicais (é o classe, quatro de 2." classe, oito de 3." classe, "Regulamento para Banda de Música de 11 escolas seis aprendizes e quatro músicos de pancada, de Março de 1870" que substitui a expressão musicais( ...) num total de 27 elementos. "música do regimento" por "banda de De 1864 até 1946, passam pelo Quartel música" ), dificultaram o presente trabalho, de S. João sucessivas unidades. Pormenor que se desejaria mais rigoroso e municioso, curioso: para evitar o incómodo da população causado pela não fora a escassez de tempo e a limitação de espaço. Certo estridência (e fífias) dos clarins do Regimento, estes é que durante quase 100 anos existiram, em paralelo, Bandas ensaiavam fora da cidade, numa rua que ainda hoje é militares nas cidades de Angra do Heroismo e de Ponta conhecida por Foral das cornetas (a Rua Nova da Delgada. Tal como em S. Miguel, a primeira "rnuzica do Misericórdia). Até à primeira metade do século XX, há regimento" da Terceira data de 1847 - quando chega à ilha regularmente concertos da Banda militar no passeio público o batalhão de infantaria, com os tais dez anos de atraso. e"" ....~" !T""úc,:..t' J,.b-;p~«~~ 6." S ,\, )iI~ ~,U3 ~"r~~"1~~, 18 Boletim da Banda Sinfónica do Exército _ t A actual Banda Militar A organização do Decreto-Lei n.? 28.401, de 31 de Dezembro de 1937, altera mais uma vez o dispositivo militar, com profundas e nefastas consequências no que concerne às Bandas de música, a que não escapam as então designadas ilhas adjacentes dos Açores. Por razões de ordem económica, as 32 bandas regimentais então existentes são drasticamente reduzidas, e quase todas as cidades empobrecem culturalmente, privadas que ficam de concertos e escolas musicais para as filarmónicas, pois, nesta organização, serão constituídas somente oito bandas militares em tempo de paz, sendo três de 1: classe, (52 elementos) três de 2: classe (44 elementos) e duas de 3: classe (36 elementos). É o Decreto n." 29.957, de 6 de Outubro 1939, que atribui as Bandas às cidades sedes de região ou comando militar: - As três bandas de 1: classe são atribuidas a Lisboa (duas) e Porto; - As três bandas de 2: classe, a Tomar, Coimbra e Évora; -Tendo sido criados três batalhões independentes de infantaria nas ilhas adjacentes - o BII17 (Angra do Heroísmo), o BII18 (ponta Delgada) e o BII19 (Funchal), as duas bandas de 3.' classe são atribuidas aos BII18 e BII19. Concomitantemente, pelas "Instruções para a execução do Decreto n.? 29.957", de 24 de Outubro de 1939, "é transferido desde já de Angra do Heroísmo para Ponta Delgada o comando militar do Açores". O comando militar estava sedeado em Angra do Heroísmo, pois, já pela organização de 31 de Dezembro em 1863, ''Angra, P nta Delgada e Horta, com o Quartel-general em Angra, con titue a LO." divisão". Assim, em con equência do Decreto-Lei n." 28.401, a __________ partir de 1939 o Comando Militar dos Açores e a uruca Banda militar do arquipélago (do BII18) ficam sedeados em Ponta Delgada. O Comando Militar vai instalar-se no palácio "Marquês da Praia", transferindo-se para o Forte de S. Brás depois da II Grande Guerra, e o recém-criado BII18 permanece no Quartel de S. João. Em 1946, o BII18 vai ocupar as instalações do Hospital Militar Temporário n." 1, na freguesia dos Arrifes, a 6 km de Ponta Delgada, construido durante a II Grande Guerra. A Banda marcha com o BII18 para o novo aquartelamento, mas, verificando-se que a distância dificultava a realização de guardas de honra a diversas entidades estrangeiras (e também a frequência de cursos nocturnos pelos músicos que pretendiam valorizar-se), regressa à cidade ao fim de dois anos, indo instalar-se no Forte de S. Brás, junto do Comando Militar. O ex-quartel de S. João é oferecido à cidade pelo Ministro da Guerra, tenente-coronel do EstadoMaior Fernando dos Santos Costa, para a construção do Teatro Micaelense. Em sessão de 1 de Agosto de 1946, " (... ) tendo ponderado com a maior atenção e elevado apreço os benefícios a esta cidade prestados", a Câmara Municipal confere a Santos Costa, "por votos unânimes", o título de Cidadão Honorário de Ponta Delgada. Considerando que, no que concerne às Bandas militares, a organização de 1937 já não se coaduna com as necessidades do Exército, o Decreto-Lei n." 133/79, de 17 de Maio, cria duas Bandas de música de tipo A e seis bandas de música de tipo B. Decorridos apenas nove anos, uma nova desadequação ao sistema de forças origina o Despacho n.? 25/88, de 25 de Março, pelo qual a organização das bandas passa a ser a seguinte: Banda do Exército; 1 Banda Militar tipo A; 5 Bandas Militares tipo B; 2 Bandas Militares tipo C. A Banda da ZMA, "a aquartelar na área da Guarnição Militar de Ponta Delgada (QG)", mantém a categoria de Banda Militar tipo B. Março 2007 _ 19 No âmbito da presente organização (Decreto-Lei n." 61/2006, de 21 de Março), a Banda da Zona Militar dos Açores é extinta pelo Despacho n." 12.251/2006 (2.série), de 12 de Junho, do Ministro da Defesa Nacional, sendo criada, pelo Despacho n." 12.555/2006 (2.- série), de 16 de Junho, da mesma entidade, a Unidade de Apoio do Comando da Zona Militar dos Açores, cuja orgânica inclui a Banda Militar, mas com um efectivo de somente 32 elementos: 1 oficial, 19 sargentos e 12 praças. (Despacho de 13 de Agosto de 2006 do CEME) Esta diferença de menos 11 elementos em relação ao quadro orgânico anterior (43 elementos) é considerada muito gravosa, pois, se não prejudica significativamente a actuação da Banda em guardas de honra e desfiles, já cria sérias dificuldades ou inviabiliza mesmo a execução de concertos, pela insuficiência do número de determinados instrumentos imprescindíveis à execução de repertório adequado. Instalada desde a década de 1980 no aquartelamento de S. Gonçalo, a Banda Militar dirigida com maestria por oficiais chefes de Banda ou, na falta destes, por sargentos músicos, tem tido uma acção notável na sua longa vida, pelo profissionalismo e elevado nível técnico-artístico com que desempenha a sua missão regulamentar. Muito tem contribuido também para a valorização cultural das populações e incremento pelo gosto da Música nos Açores. Tal facto está consignado em diversos louvores do Comando Militar e é reiteradamente afirmado em inúmeras referências elogiosas de entidades civis, de que se citam, entre outros, o Governo Regional, a Universidade, o Conservatório Regional de Ponta Delgada, a Irmandade do Senhor Santo Cristo dos Milagres, escolas, câmaras municipais e juntas de freguesia. De facto, a par das actividades de âmbito castrense, a Banda Militar é permanentemente solicitada pela sociedade civil para eventos de carácter comemorativo, 20 recreativo e cultural, em todas as ilhas do arquipélago. São os inúmeros concertos, a solo ou com o excelente Grupo Coral de S. José, as participações nos dias mundiais da criança e do idoso, as gravações, os frequentes concertos didácticos para jovens, nos estabelecimentos de ensino ou na sede da Banda (onde a juventude toma contacto com o meio militar), etc. É interessante referir a deslocação, em corveta da Marinha de Guerra, à ilha do Corvo, no ano de 1981, para duas actuações: o acompanhamento da procissão de Nossa Senhora dos Milagres e um concerto para a população. Há um gosto muito acentuado nos Açores pela Música , existindo cerca de 110 filarmónicas em actividade. Nelas se faz sentir, de forma mais ou menos directa, a acção e a influência da Banda Militar, verdadeira escola de formação musical e centro de irradiação de cultura que alimenta e anima as filarmónicas com os seus músicos, quer como maestros quer como executantes, e prestigia a Instituição Militar junto das populações açorianas. Comando Militar dos Açores Concêrto pele Bende de Música n ~ ..~~ç~ ..5...~.~~~~;:~ .... .......... de 195 -º..... d.s ..J9. ...às ..?~....hor.s Em .. l.B.•... do . J.unluL. I PROGRAMA ~1," PARTE 1,' ..trn. ...,.. Un.l MArcha 2."AlaB>DO-.da ..s_on1s:: Paul Fauohet .....yalfl& .. 3." .lJo1.11sh .... 4,· ;..~..9.'?~.!..~~..!~!-~ 7." 1:o~P.~!t.:J:~n:t!2.~:W:l..... . . "!.!.~.~~~. PARTE 4~ ..Cena...do ..iLllado 6.' ~.9.rr~ ..~.~..~.:rmo.j~ ...J1...N1.hQ1L ~.~~.~~ 2.- 50' ..Jhttono .......................... ~~a.~~~~..... . :l.ll.""l . : ..~.•.r.t"-"t.......... . . ~M.~~..J.l.Çl.~~~ . .A .Glazaunmo: . .Alblnh . ~.,~~.~~~.IlI. Bibliografia: - ARCHIVO DOS AÇORES - Chegada de S. M. o Duque de Bragança a S. Miguel em 22 de Fevereirode 1832. Vol. VI. Ponta Delgada, 1884. - CABRAL, Joaguim Maria - Filarmónicas da Ilha de São MigueL Ponta Delgada, 1985. - COELHO, ALF CBMUS Alexandre Lopes - História das Bandas do Exército em PortugaL Escola Superior Politécnica do Exército, CTMDM (2005/2006). - DIAS, TEN CBMUS REF Francisco José - Bandas lvIilitares nos Açores - Comentários e notas históricas. Ponra Delgada, 1980. (não publicado) - OLIVEIRA, Raposo de - A poesia popular nos Açores - os repentistas. ln A'ibum Açoriano. Plano e direcção de António Baptista. Lisboa, 1903. - PEREIRA, CAP INF Rodrigo Alvares - Esboço Histórico do Batalhão de Caçadores No 11 filais tarde Regimento de Caçadores N° 11 e depois Regimento de Infantaria N° 26. Ponta Delgada, 1927. - REZENDES, TEN RC Lic.? Hist. Sérgio - A História de uma mudança actual: a transferência do B.U. n.? 18 para o guartel dos Arrifes, em S. Miguel. ln Boletim do Regimento de Guarnição n. o 2. N° 2 - II Série. Ponta Delgada,]unho de 2 04. Boletim da Banda Sinfónica do Exército Grandes Compositores de Orquestra de Sopros Artigo elaborado pelo 10 Sargento Luís Cascão Com o lançamento de mais uma edição da revista EURÍDICE, iniciamos mais uma nova rubrica, que visa dar a conhecer melhor os que de alguma forma contribuíram para o desenvolvimento da escrita para agrupamentos de sopros e percussão, sejam eles, Banda Sinfónica, Orquestra de Sopros, Bandas de Metais, entre outros. Alfred Reed Desde sempre a escrita para Banda passou pela adaptação dos grandes clássicos ao seu repertório, como por exemplo, a abertura 1812 de Tchaikovsky, o poema sinfónico Finlândia de Sibelius, ou mesmo de sinfonias completas como a 5° de Shostakovich ou a 9° de Dvorák, só para citar alguns. Todavia, foi com o desenvolvimento da escrita de originais para Banda que este tipo de agrupamentos mais se desenvolveu, quer nas capacidades técnicas, tímbricas ou de orquestração. Houve compositores que se destacaram na escrita para orquestra, mas que também escreveram para ensembles de sopros como por exemplo Gustav Holst, Malcolm Arnold, ou até mesmo Richard Strauss, porém foram compositores como John Philip Sousa, Alfred Reed, Johan de Meij, Jan van der Roost, Robert W Smith, David Holsinger, James Curnow entre outros, os que verdadeiramente inovaram e criaram uma nova identidade musical para as Orquestras de Sopros. Vamos debruçar-nos sobre um compositor americano, que pela sua importância enquanto compositor e pedagogo merece um lugar de destaque: Alfred Reed. Alfred Reed nasceu na ilha de Manhattan, na cidade de 22 Nova Iorque em 25 de Janeiro de 1921, filho de pais Austríacos, numa família com tradições musicais. A sua educação musical começou com a idade de 10 anos, quando iniciou o estudo do Trompete. Mais tarde, como adolescente tocou com pequenos grupos em bares de hotel sendo que, já evidenciava qualidades na composição. Em 1938 com 17 anos começou a trabalhar na Radio Workshop em Nova Iorque como Compositor/Orquestrador e como Maestro Assistente. Com o inicio da II Grande Guerra, e tal como fizeram muitos jovens americanos, alistou-se para assim servir o seu país e foi prestar serviço na 529th Army Air Corps Band. Durante três anos e meio de serviço militar, nas funções de maestro assistente, compôs cerca de 100 obras (originais e transcrições) para Banda. Após o final da guerra candidata-se e entra para a Juilliard School of Music onde estudou composição com Vittorio Giannini. Em 1953 entrou para a Baylor University em Waco, Texas, onde prosseguiu os seus estudos musicais tendo recebido em 1956 o seu diploma de mestrado. A sua tese de mestrado foi uma rapsódia para Viola e Orquestra que foi galardoada com o prémio Luria em 1959. Paralelamente trabalhou como maestro na Orquestra Sinfónica da mesma universidade. O seu interesse no desenvolvimento da música educacional levou-o ao cargo de Director-Executivo das publicações Hansen de 1955 até 1966. Durante este período trabalhou para as estações ABC e NBC na qualidade de compositor. Mais tarde viria a deixar este cargo para se tornar professor na Universidade de Miami onde trabalhou até á sua reforma em 1993. Após esta data Alfred Reed continuou a escrever intensamente para Banda e a fazer inúmeras aparições como maestro convidado e como júri de concursos em todos os continentes, sobretudo no continente asiático, no Japão, onde a sua obra é particularmente apreciada, tendo dirigido, entre outras, a Tokio Kosey Wind Orchestra e a Banda Municipal de Osaka. Em 17 de Dezembro de 2005, com a idade de 85 anos faleceu após um período de doença. De entre as suas obras destacam-se: Boletim da Banda Sinfónica do Exército ----------------- -Armenian Dances Part I -Armenian Dances Part II -Russian Christmas Music -EI Camino Real -Second Suite for Band -5th Symphony "Sakura" -Concertino for Marimba and Winds -A Symphonic Prelude A obra "Russian Christrnas Music " foi escrita em 1944 e ainda hoje é considerada uma obra-prima da literatura para Orquestra de Sopros. -~ .... RUSSIAN êHruSTMA.S MUSIC a planear estrear o 2° andamento da sua 6' Sinfonia (da parte Russa a obra seria a Marcha op.99 de Prokofiev). No entanto, e tendo um manuscrito da mesma obra nos Estados Unidos, Harris descobriu que a mesma fora já estreada algum tempo antes. Com apenas 16 dias para o concerto, foi então entregue a Alfred Reed a missão de escrever uma obra inédita para Banda. Ao fazer uma pesquisa para este trabalho encontrou um manuscrito com músicas de natal chamado "Conto das Pequenas Crianças Russas" com melodias do séc. XVI, que serviu de base para o tema inicial da sua obra. A inspiração para concluir esta peça veio através da Liturgia Ortodoxa, que lhe forneceu outras ideias temáticas, permitindo-lhe completar a partitura em 11 dias; os copistas demoraram mais dois dias intensivos a preparar as respectivas partes cavas para os ensaios. Estreada em 12 de Dezembro de 1944, numa transmissão da NBC, sendo tocada em concerto dois dias depois na cidade de Denver, Alfred Reed conseguiu nesta obra capturar na perfeição a sonoridade, as inflexões rítmicas, a clarividência e o fluir da voz humana. Está dividida em quatro partes: "Carol", que é um tema baseado nos contos do séc. XVI atrás mencionados, "Antiphonal Chant", "Village Song", e "Cathedral Chorus". Outra das obras que se destaca pela sua popularidade, chama-se "El Camifio Real". Esta obra foi uma encomenda da 581st Air Force Band e do seu chefe Lt. CoI Ray Toler. T"IIw~""" ...._o/ltttll"",.;s.m"AIrF ..._A_H ...... t.n;.I"' a.n.~/ltfà .. JliMN/I;nm~.Ll.a.t""'.rtWr.c..-.,_,;,Mw,,, ",IH - f""'- .... JU "",_ ........ ( r: .... · .l.,_ I Alfred Reed tinha 23 anos e estava a prestar serviço militar na Europa em plena II Guerra Mundial, quando foi necessário criar uma obra inédita para promover a união entre a União Soviética e os Estados Unidos. Na Europa por esta altura respirava-se um clima de grande confiança, inspirado pela invasão da França e da Bélgica por parte das tropas aliadas. Foi assim que, para comemorar um feriado festivo, foi promovido um concerto pela cidade de Denver onde Constassem obras inéditas de compositores Russos e Americanos. Roy Harris foi o compositor escolhido e estava 23 Reparação de Instrumenlos de Percussão - Leasln4 de Instrumenlos Consulladoda de Parllluras Rua Cesário Verde, n" 80 3°Dto. 2790 - 495 Queijas Telr. 21 4] 8 01 20 Telm. 91 970 82 90 e-mail: [email protected] - www.abelcardoso.com.sapo.pt Reg.C.R.C. Cascais n" 507456149 Contribuinte n" 507 456 149 Capital Social 6000 Euros A música de "EI Carnifio Real" é baseada numa série de progressões de acordes, comum a inúmeras guitarristas de flamenco Espanhois. suas relações tonais tornaram-se gerações Estas progressões e as sinónimo do que nós sentimos que é a verdadeira música espanhola. A primeira secção é baseada numa dança típica chamada Jota, enquanto que a segunda é baseada num fandango. encontra-se alterado de forma significativa, Contudo, este quer no tempo, quer no compasso. Esta peça está estruturada tradicional de A-B-A : rápido-lento-rápido. Alfred Reed é um compositor numa forma do qual a Banda Sinfónica que por mais que se toque, as' suas obras não se desgastam, antes pelo. contrário, ouvimos ou executamos, pontos de interesse. Com Sinfónica, mais de Orquestra obras para grupos proeminentes de cada vez que as encontramos 250 obras de Sopros, sempre publicadas para Coro e Orquestra novos Banda e várias de Câmara, Alfred Reed foi um dos mais e mais tocados da sua geração. 0 Foram-lhe encomendadas imensas obras para Banda, sendo que à data da sua morte, a quantidade de encomendas que tinha ao seu encargo 30 anos. contabilizavam trabalho Ele tinha inclusive uma frase característica com frequência: "Sou o segundo compositor publicações logo a seguir a JS. Bach". .Bibliografia: . "Alfred Reed: A Bio-Bipliography" Douglas M. Jordan Greenwood Publishing Group Na internet: www.en.wikipedia.org 24 Frequência do Conservatório Nacional, tendo aulas de Percussão com o professor Carlos Vosso Concluiu em 2002 o curso de Percussão na Escola Superior de Música de Lisboa sob a orientação de Carlos Voss e de Richard Buckley, com a classificação final de 18 valores. Participou no 1 Estágio Internacional de Percussão de Espinho. Frequentou Masterclasses sob a orientação de Miguel Bernard, Robert Van Sice e Emanuel Sejourné. Frequência do curso de Professores do Ensino Básico, variante de Educação Musical na Escola Superior de Educação de Lisboa. Frequência de Masterclass de direcção sob a orientação do maestro Jo Conjaerts. Luís Carlos Garcia Cascão nasce em 1972 em Riachos, e é na filarmónica local que dá os primeiros passos na aquisição de conhecimentos musicais. Em 1990 ingressa numa banda militar, com a qual se apresentou a solo e onde ainda presta serviço, no posto de 1 Sargento. Desde 1992 tem colaborado com várias orquestras, das quais se destacam: Orquestra Gulbenkian, Metropolitana de Lisboa, Sinfónica Portuguesa, City of London Symphonia, Sinfonietta de Lisboa, Orquestra do Norte, tendo actuado em locais como Zurique, Xangai, Madrid, Pequim, Genebra, Bad Kissingen. No âmbito dos Encontros Gulbenkian de Música Contemporânea colaborou com a Orquestra Sinfónica de Tóquio, com o Grupo de Percussão de Strasbourg, com o Ensemble Intercomtemporain e com o STX-Ensemble Xenakis. Foi membro da Orquestra Sinfónica Juvenil da qual foi chefe de naipe da Percussão. Tem actuado em agrupamentos de música de câmara, nomeadamente com o grupo de percussão Rythmmethod, Grupo de Metais do Seixal, etc. No âmbito da música Jazz é membro fundador do grupo "Estardalhaço Brass Band", formado em 1997, apresentando-se no Hot Clube de Portugal, Centro Cultural de Belém, R.T.P., S.I.c., Festival de Jazz do Valado, entre outros. Com esta formação gravou um CD em 1999. Já ministrou cursos de percussão em Portalegre, Covilhã, S. Jorge (Açores), Abrantes, Leiria, Caldas da Rainha, Alcobaça, etc. Actualmente lecciona na Academia de Amadores de Música. Colabora regularmente com a RTP na qualidade de assistente musical. É membro da Percussive Arts Society. 0 do Exército já executou diversas obras como a 5" Sinfonia ou a 2" Suite para Banda, entre outras, mas é um daqueles compositores Luís Carlos Garcia Cascão de www.windband.org www.curnowmusicpress.com Boletim para mais que citava com mais da Banda Sinfónica do Exército ----------------- (;u .... ídiCQ o CONTRABAIXO ORIGENS E EVOLUÇÃO ATÉ AO SÉC.XIX Artigo elaborado pelo Sargento-Chefe Marco P. Ferreira INTRODUÇÃO A forte motivação que me levou a escolher o tema deste trabalho, residiu no facto de procurar adquirir melhores conhecimentos sobre o instrumento que executo no dia a dia da minha vida profissional. À medida que a minha investigação era feita, apercebia-me do elevado grau de complexidade que o contrabaixo possuía ao nível da sua origem e percurso histórico. No entanto, outra grande motivação no estudo do contrabaixo, é o facto de ser dos instrumentos que maior evolução sofreu para conseguir dar resposta às mudanças musicais e técnicas que ocorreram ao longo dos séculos. De facto, os temas abordados neste trabalho poderiam ser outros; mas o percurso da minha investigação foi traçando o rumo que segui. Este rumo reside assim na análise das suas origens e percurso evolutivo, tendo em conta os vários vectores que o caracterizam, sem esquecer aqueles que, quer pelo seu virtuosismo técnico, quer pelo tipo de construção que optaram, melhor contribuíram para o seu desenvolvimento. I - ORIGENS E EVOLUÇÃO É um lugar comum dizer-se que o contrabaixo é o maior e mais grave instrumento de corda friccionada que existe numa orquestra moderna, mas para chegarmos ao contrabaixo moderno houve um longo caminho a p rcorrer. De facto, temos de recuar até à segunda metade do século XVI para encontrarmos os seus verdadeiros contrabaixo de cordas, mas tendo sempre o cuidado (baseando-nos em E. Winternitz) de ver até que ponto as características dos instrumentos nas fontes são realistas ou apenas estão a servir o interesse artístico do pintor. Apesar de nas fontes escritas do século XIX se afirmar que os contrabaixos só começaram a ser utilizados a partir do momento em que se tornaram Baixos contínuos, ou seja, entre os princípios do século XVII e a segunda metade do século XVIII, existem fontes pictóricas suficientes que evidenciam e confirmam a utilização de grandes baixos na música Renascentista. Estudos feitos por Alfred Planyavsky, revelam que estes baixos não tinham a função de oitavar a música (16 pés), mas era suposto soarem mais grave do que os cantores baixos, dai a palavra "contra", mas como eram apenas chamados de Bassi, estiveram escondidos nas fontes escritas. A musicologia geralmente assume que não haveria a necessidade de um contrabaixo na música renascentista, pois o som celestial que a caracterizava seria incompatível com os graves terrenos do contrabaixo. Pode muito bem ser esta a causa de ter sido excluído dos ensaios e edições da música renascentista. No entanto, como veremos a seguir, as fontes pictóricas onde se podem observar instrumentos de som celestial (Alaúdes, Harpas, flautas doces, etc.) desmentem este pensamento, pois os contrabaixos da gamba ou violones estão a tocar lado a lado com estes. antepassados. Para pesquisar a história antiga dos instrumentos musicais, as artes visuais, ou seja, as descrições pictóricas, são muito importantes para o historiador de música, independentemente do tipo de suporte que possam ter, nomeadamente: tela, mosaico, tapeçaria, escultura, gravura, etc. o entanto, devemos ter em conta todos os pormen res destas fontes e a pr blemática que possam As primeiras fontes que se conhecem onde estão presentes instrumentos com a função de baixo e que tinham o tamanho do executante ou mais altos ainda, remontam a 1509, num fresco pintado numa parede exterior em Viena, na chamada Casa da Lebre surgir devido ao tipo de sup rte u ado. (Hasenhaus) . Esta fontes válidas de informaçã , ão um c ntributo imp rtante para preencher a lacuna deixadas pelas fontes mu icai e crita em relaçã à rig m e evoluçã d Uma fonte pictórica de 1516 e outra de 1560, mostram contrabaixos que foram posteriormente considerados os antecessores primitivos do contrabaixo moderno. 1.1- A complementaridade das fontes pictóricas e escritas Março 2007 25 o pescoço do instrumento não se separa do corpo que já possui uma forma achatada na parte superior. Num documento de 1574 atribuído ao menestrel Juan de Montoya podemos ler o seguinte: «los veinticincoescudos que ahora le dan, com condición que tenga un criado para tafier el contrabajo y el bajón el día de fies ta» como condição para serem aumentados os seus honorários. Outra citação de Vicente Espinel (1550-1624) em Vida del escudeiro Marcos de Obregón: «Trahía consigo una guitarra, com que sentado al umbral de la puerta, cantaba algunas tonadilhas, à que yo llevabaun mal contrabaxo, pero bien concertado». Temos que considerar o termo contrabaixo num sentido que abarca os baixos das famílias tanto das violas como dos violinos. Martin Agricola (1486-1556), teórico musical e compositor alemão, na sua obra Musica Instrumentalis Deutch (1532), faz referência a um Contrabasso di viola que teria pormenores tanto da família das violas da gamba como da família dos violinos. Era a voz mais grave disponível no instrumentário da época. Agricola estava a referir-se a um instrumento que está actualmente no museu de Nuremberga, construído em 1563 por Hanns Vogel. É um instrumento ricamente decorado, com seis cordas afinadas em: por outro lado, vai assumir também características do baixo da viola da Gamba. 1.2 - Heranças fisionómicas G' - C - F - A - D - G. 26 Fresco pintado numa parede exterior em Viena, na chamada Casa da Lebre (Hasenhaus) . Respirando um ambiente renascentista, o final do séc.XV e o sec.XVI, foram férteis no aparecimento de novos instrumentos e de experiências e transformações ao nível mecânico, técnico, acústico e de alargamento de tessituras, tanto para o grave como para o agudo. Foi uma época de grandes construtores (Gasparo da Saló, Guarnieri, Amati, Stradivarius, entre muitos outros) e onde os instrumentos vão ser integrados em famílias. É na família do violino que vai aparecer o contrabaixo como violino contrabaixo, mas ___________ Partindo duma grande dualidade fisionómica entre as famílias do violino e da viola da gamba na evolução para o contrabaixo moderno, realçamos aqui as principais diferenças entre uma e outra família. As violas da gamba têm o tampo traseiro direito no qual a parte de cima estreita um pouco até à extremidade do braço (pescoço), seis cordas afinadas em quartas com uma terceira intercalada ( G' - C - F - a - d - g ), o ponto ou escala com trastos, cravelhame esculpido em forma de cabeça, aberturas em forma de CC no tampo frontal, braço ligeiramente mais largo, interior da caixa harmónica reforçada por barras transversais, ângulo acentuado entre a caixa harmónica e o braço. Os violinos têm as costas abauladas e as ilhargas direitas, quatro cordas afinadas por quintas (G - D _ A - E ), escala ou ponto sem trastos, cravelhame a terminar em voluta, aberturas em SS no tampo superior ou frontal, braço mais estreito e perpendicular em relação à parte superior da caixa de ressonância, interior da caixa de ressonância reforçada pela alma e uma barra longitudinal no tampo superior. O contrabaixo foi evoluindo dentro desta dualidade no seu formato, adoptando características das duas famílias segundo o gosto da época e o local geográfico onde era usado. Boletim da Banda Sinfónica do Exército _ Um instrumento muito importante e talvez o antecessor directo do contrabaixo foi o violone, designado por Michael Praetorius sob o nome de Gross-Bassgeige (Violone em G) no seu Sintagma Musicum em 1619. Era um instrumento que estava entre o baixo e o violoncelo. Este instrumento, segundo a escala usada por Praetorius, tinha 4 pés e meio de Brunswick ou 125 cm de altura e cinco cordas afinadas em quintas (F'- C - G - D - A). Por outro lado, Praetorius na obra atrás citada, também faz referência a um Gross Viol de GambaBass( Violone em D), este é claramente o seu antecedente nas características que o contrabaixo tem da família da viola da Gamba. (Fig. em baixo). Johann Christoph Weigel no seu tratado (c.1715) Musicalisches Theatrum, também representa um executante de violone (Fig. à direita), mas neste caso o de quatro cordas mais ligado ao baixo de violino. Quando se investiga a origem e a evolução do contrabaixo, deparamo-nos com instrumentos de várias formas, terminologias e com aspectos de uma e de outra família. Além dos exemplos anteriormente referidos, Anathase Kircher no seu tratado de 1650, Musurgia Universalis, publicado em Roma, estuda os instrumentos mais comuns nesta cidade e na época, agrupando-os por famílias. Podemos observar uma gravura com três instrumentos de famílias diferentes: O violone com quatro cordas (mais conhecido como Bass-violin) à esquerda; o bass de viol com seis cordas ( família das violas da gamba) ao centro e a Lyra dodecachordae ou Accordo ( mais conhecido como bass-lyra) com doze cordas sendo as três últimas do lado esquerdo duplas. Podemos concluir, que pela forma como o contrabaixo era representado nas fontes pictóricas desde o século XVI até ao final do século XVII, a sua função não era a de oitavar (16') o baixo nem tinha uma função orquestral. Era representado como um dos membros de pequenos agrupamentos e como membro da família dos alaúdes e da Gamba. A família da viola da gamba data de finais do século XV e parece ser originária de Espanha com a forma de uma guitarra de arco. Os instrumentos desta família foram, possivelmente, difundidos na Europa através de Itália, onde se tornam um instrumento muito apreciado e usual na música feita nas cortes durante o Renascimento. A palavra Gamba significa em italiano perna, pelo facto de ser executada no meio das pernas numa posição vertical. Esta família era correntemente chamada de violoni (daí a palavra violone para o baixo), uma palavra que generalizava todas as violas grandes e que contrastava com as violas da braceio que eram chamadas de violini (pequenas violas). Possivelmente devido à rápida ascensão e sucesso do violino solo do século XVII, os contrabaixos posteriores que vão ser usados em orquestra foram ajustados em alguns aspectos à forma do violino. As primeiras referências que se conhecem de detalhes da família do violino adoptados pelo contrabaixo, aparecem a partir de 1570 nos instrumentos de um construtor italiano de violinos e contrabaixos muito importante: Gasparo da Saló, Bréscia (1542-1609). Até finais do século XVII, esta dupla herança fisionómica vai coexistir na música de câmara. É também a partir da segunda metade do século XVII que o baixo de violino vai evoluir para o violoncelo e o Baixo da gamba vai perder as suas cordas mais agudas evoluindo para um contrabaixo orquestral de lé, ou seja, a oitava baixa do violoncelo. No século XIX a quinta corda do contrabaixo foi restaurada de modo a permitir dar o Dó 1, fazendo assim toda a extensão do violoncelo na oitava inferior. Outra solução para obter este Dó 1 foi criada em finais do século XIX. Foi uma extensão adaptada ao lado das cravelhas que vai permitir mudar a afinação da quarta corda, ou seja, a corda no seu tamanho normal dará o Mil e no seu tamanho total dará o Dól, diminuindo assim a pressão que uma quinta corda exerce no cavalete, a diminuição da distância entre as cordas e a perda de som do instrumento. Podemos distinguir dois modelos de construção diferentes do contrabaixo: O modelo alemão, muito baseado na família das violas da Gamba ( com as costas direitas, os ombros mais adelgaçados, etc. ). Tinham cinco cordas afinadas em quartas e mesmo quando a quinta corda não era utilizada a afinação era aceite em E'-A'-D-G. O outro modelo era o italiano. Este modelo era mais baseado com pormenores da família dos violinos ( costas abauladas, ombros mais largos, etc.) : Este modelo chegou a evoluir para apenas três cordas e eram normalmente _________ Março 2007 chamados de bassetos. 27 1.3 - O Violone Penso ser importante para o objectivo deste trabalho, um melhor esclarecimento sobre o violone como, em minha opinião, antepassado do contrabaixo. o mais importante Tendo como base os estudos feitos por Joelle Morton e Paul Brun, durante os séculos XVI e XVII, o membro maior e mais usual da família das violas da gamba era o instrumento que já vimos anteriormente referido por M. Praetorius com seis cordas afinadas em G' - C - F - a - d - g. Este instrumento podia aparecer também com cinco cordas (era retirada a corda mais grave) ou com as seis afinadas uma 2a Maior acima, ou seja, .N - D - G - b - e - a . Estamos perante o instrumento que era usualmente chamado de violone (viola grande) e que estava afinado em Sol (G) ou em Lá (A). Vamo-nos centrar no mais usual violone em G. Era um instrumento muito versátil, pois tanto podia ser usado na execução da linha do baixo em música de câmara, como na execução de partes solísticas ou, como era muitas vezes frequente, reforçava as notas graves do órgão na igreja, numa fusão perfeita entre os timbres dos dois instrumentos. o Acorde, Lda. - Escola de Música - Instrumentos Musicais - Assistência Técnica -Luz e Som Fisicamente o violone era muito semelhante ao contrabaixo moderno. O comprimento das suas cordas variava entre os 80,5 cm e os 96,5 cm, um pouco mais pequenos que o contrabaixo moderno que tem um comprimento médio de 104 cm. Tinha as costas direitas, trastos, as esquinas curvas tanto por fora (como os violinos) como por dentro (como as violas da gamba). Para executar este instrumento acaba por não ser complicado, pois as três cordas mais agudas são precisamente as primeiras cordas do contrabaixo moderno (g - d - a ...). Era comum na época haver uma certa confusão nas terminologias dos instrumentos. Ficamos com alguns exemplos das fontes escritas da época onde mencionam o violone ou contrabaixo: Sebastien de Brossard , em 1705 na sua compilação de termos musicais estrangeiros, pág. 221, define assim o violone: «Violone, o nosso violino baixo, ou para ser mais específico, um duplo baixo (contrabaixo). O seu corpo e pescoço são duas vezes mais largos que o do tradicional violino baixo; as suas cordas são duas vezes mais longas e mais grossas do que as do violino baixo, consequentemente soa uma oitava abaixo do tradicional violino baixo. Produz um efeito maravilhoso em acompanhamentos e em grandes corais e admira-me que não seja utilizado mais frequentemente em França» Em 1701, na Capela Real de Madrid, foram contratados três baixistas como executantes de violone, e em outro documento datado de 20 de Maio de 1701 são designados como executantes de violone contrabajo. Nessa mesma Capela real, em 1736, surgem os nomes destes três executante em que um deles é o executante de violone e os outros dois são executantes de violone contrabajo. Começa aqui a aceitação e separação entre os termos: Bass violin ( violoncelo) e o violone ( contrabaixo) uma oitava abaixo do violoncelo, ou seja, o comum bass violino eYAMAHA Em 1783, o luthier italiano Antonio Bagatella, na contrução dos seus instrumentos com base na família dos violinos, usava cinco terminologias diferentes para a composição desta família: <D ortotá. S.Q. Rua D'Aviz, 71-73 7000-591 ÉVORA Telf/Fax: 266 743 273 e-mail: [email protected] www.oacorde.net ___________ Violino-------- Viola------------VioloncelJo-------- Basso Viol.ino-------- Viola da Braccio----VioloncelJo---Basso Viol.ino-------- Viola----------------_ VioloncelJo-------- Violono Violino------- Violetta ----------- VioloncelJ o--------Con trabbasso Violino---- Violetta--- VioloncelJo---Violono 6 ontrabbasso. Para não se confundir o violoncelo com o contrabaixo, na língua inglesa ficou o violoncelo como bass e o contrabaixo como Double Bass. Por outro lado, os alemães vão chamá-lo de Kontrabass. Boletim da Banda Sinfónica do Exército ----------------- 2 .-----....-- 1.4 - O Rabecão 3 5 que constituem contrabaixo l-Cabeça, 6 Cravelhame, 4 De acordo com uma pesquisa efectuada por -.::::~. Gerald R. Hayes, num dicionário português do inicio do século XX, todas as palavras ligadas à família do violino, seu arco e funcionamento, estão ligadas na sua terminologia à palavra rebeca: por exemplo, um violino tinha a designação de rebecchino. Por seu lado, Florian Pertzborn, contrabaixista e professor húngaro à muitos anos radicado em Portugal, menciona também que o termo rabeca para os instrumentos viola da braceio e o termo rabecão para os instrumentos baixos, aparecem no repertório de baixo contínuo da polifonia portuguesa do século XVII. Parece portanto, que o termo rabecão consistia em mais uma das muitas designações dos primeiros baixos da família do violino, independentemente do tamanho ou de serem designados em França por violinos baixos e em Itália por violones. No século XVIII os termos rabecão pequeno e grande rabecão designavam respectivamente o violoncelo e o contrabaixo. Bastante usado até meados do século XIX, o termo rabecão ainda perdura no português coloquial dos nossos dias. De facto, nas partituras mais antigas de contrabaixo da Banda Sinfónica da Guarda Nacional Republicana (com 150 anos de existência), este instrumento tem a designação de rabecão. -c , 3-Mecanismo o 2das cravelhas, 4-Pestana superior, 5Ponto, ô-Cordas, 7-Braço, 8-Talão, 9-Taco, l O-Tampo superior, 11Taco de reforço superior, 12Bordo do tampo inferior, 13Aberturas em ff, 14-Tampo inferior, IS-Cavalete, 16-Alma, 17Taco de reforço inferior, 18Reforço da ilharga, 19-Barra harmónica, 20-Estandarte, 21Filete, 22-Costilha inferior, 23Taco do espigão, 24-Pestana inferior, 25-Parafuso do espigão, 26-Espigão, 27- Ponta do espigão, 28- Cabo de detenção do estandarte. 28 Victoria and Albert Museum, Catalogue of Musicai Instruments Instruments), Her Magesty's Srationery Office, London, HlJlwn-O,"Y'DU'.rG ,A Ne., History of Tbe Double Bass, Paul Brun Productios, Villeneuve d'Ascq - France, 2000 Diziollario Ricordi Del/a Musica E Dei Musidsti. G.Ricordi & C, Milano, 1959 Henrique, Luis, Instrumentos MllSicais,Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa,1988 Larousse De IA Musique, Vol I, Librarie Larousse, Paris, 1982 Michels, Ulrich, Atlas de Música, VoU, Gradiva- Publicações, Ld", Lisboa, 2003 MontaguJeremy The JV'orld of Romantic & Modern Musica/lnstruments, David & Charles, London, 1981 Sachs, Curt, The History Of MlIsica/lnstruments, Norton, New York, 1940 Stanley, Tbe New Grooe (Dictionary of Musical Instruments), Vol. 1 , Im.c,,"·~.uPress, London, 1984 1 :~f.~~~~j:~~i,~K~:agth:~I~e~en. ModemLondon, Orchestra/lnslruments (History, Structure, William Reeves, 1910 Musical Instruments and Their Symbolism in IPestern Art, Yale Haven and 1967 Iniciou os estudos musicais com 13 anos de idade, na de Música Matias Lucas, da Banda de Música da oocreoaoe] Filarmónica União Seixalense. Em 1983 ingressa na Banda Sinfónica da Guarda Nacional Republicana como executante de Bombardino. 1.5 - O Contrabaixo Moderno Em 1986 inicia os esrudos de Contrabaixo Depois duma longa evolução de cerca de três séculos na fisionomia do contrabaixo, o instrumento do século XIX Ja possui a generalidade de características que constituem o contrabaixo moderno herdando pontos comuns tanto da família da viola da gamba como da do violino. Assim, temos um instrumento com quatro ( mais usual) ou cinco cordas afinadas em Quartas: B'- E' - A - D - G ou E' - A - D - G , o ponto sem trastos, braço proporcional ao corpo, ângulo acentuado entre o braço e a caixa de ressonância, aberturas em ff no tampo superior, ilhargas altas e as costas abauladas ou direitas, cravelhame a terminar em voluta (com algumas excepções em instrumentos mais antigos que possuem cabeças de pessoas ou animais bastante trabalhadas), interior da caixa de ressonância reforçado pela alma e uma barra longitudinal no tampo superior. A figura seguinte dá-n s a nomenclatura das partes de Cordas na Academia de Amadores de Música na classe do professor 29 Frequentou o Curso livre de instrumentista de Orquestra/Contrabaixo Nacional Superior de orquestra (1992/1994) na classe do Madrennes. membro efectivo da Orquestra diversos Iarquipélago IColaborou estágios Sinfónica Juvenil de 1988 a 1999 participando de aperfeiçoamento musical em Portugal dos Açores, Madeira e Hortos (Grécia). com vários agrupamentos entre os quais se destacam o Colegíum do Conservatório Nacional, Orquestra das Escolas de Música particulares, Académica Gulbenkian, Metropolitana, Orquestra Metropolitana de Lisboa, Orquestra das Beiras e Sinfonieta de Lisboa. É colaborador desde 1990, da Radiodifusão Porruguesa/ Antena 2, como assistente musical aos concertos, recitais e óperas gravadas por esta estação de rádio. Em 2006 termina a Licenciatura em Ciências Musicais pela Faculdade de Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. É, desde 2006, membro da «International Military Music Society. IOrgaJ101(lg>a aos cursos de promoção a cabo e a sargento músico, é membro Março 2007 de Câmara da GNR e coordenador da Guarda Nacional Republicana. do naipe de contrabaixos da I INSTRUMENTOS MUSICAIS AVEIRO 234 42 56 25 ALESIS INSPIRE Importador exclusivo: Américo Nogueira, Lda. Rua do Almada, 170·4050-031 Porto Tel. 22 20046 16· Fax 22 208 49 49 e-mail: [email protected] PLAY CR(Al( ~ -------~- A Arte de Respirar Artigo elaborado pelo 10 Sargento Marco Torre o conceito no universo das costelas para a f!ente, ganhando assim dos músicos de sopro como por exemplo, espaço na caixa tóraxica para os pulmões se grandes famílias de instrumentos, os sopros que músculos têm maior importância expandirem."A parte activa da respiração e a percussão. Neste momento existe uma acto de se respirar. diafragmática é a inspiração há muito de Banda Militar está desde directamente ligado a duas no expiração Este artigo é assim baseado na teoria mas devido ao facto de não existir em todas de Arnold Jacobs, que em conjunto com o fazer crer. Este músculo as Bandas e de não ser uma família de Pulmologista realizar instrumentos Pulmonar marciais, as cordas não são e Director do do Laboratório Memorial Hospital em Chicago, Dr. David Cugell escreveu uma Sem dúvida que os sopros são o maior série de documentos e ministrou vários contingente de uma Banda, cerca de 90% Masterclass explicando e demonstrando do efectivo, e estes estão divididos em dois verdadeira "Arte de Respirar". grandes grupos, madeiras e metais. Os a e não a como muitas vezes é tentado terceira família (nas Bandas Sinfónicas), directamente associadas à música militar. um papel não deixa de fundamental na respiração, pois sem ele a nossa capacidade tóraxica seria menor e consequentemente teríamos que respirar mais vezes, mas para a formação e manutenção de uma boa coluna de ar os músculos que se utilizam "Coluna de Ar", um termo utilizado são essencialmente os abdominais e outros localizados no nosso peito e até alguns no comum a regularmente, consiste no movimento de ar todos eles, que é o facto de se produzir som que vem dos pulmões e que serve para pescoço. Na região abdominal existem dois através da vibração dos lábios dentro de um expulsar o dióxido grupos bocal. Já as madeiras e exactamente devido produziu nas trocas gasosas. Mas para os conhecidos à maneira instrumentistas músculo metais têm uma característica como se produz divididas duplas em palhetas e arestas. instrumentos o som, são simples, palhetas Estou a referir que variam entre o flautim e de carbono que se de sopro é crucial saber mantê-la e controla-la de modo a produzir movimento continuamente movimento timbrado; um som límpido, afinado e este a tuba, passando pelo fagote, a trompa e o responsabilidade saxofone. Que poderão estes instrumentos respiratórios. tão diferentes ter em comum? Exactamente mais referido trabalho dos é da músculos O diafragma é o músculo em qualquer método músculo de músculos como só efectua e sobrepostos, intercostais. um para Cada determinado contrariar esse terá que se utilizar um outro que efectue um movimento contrário; seria como utilizar a marcha a trás para travar o carro e vice-versa, Continuando ou a utilizar a metáfora do apoiar no carro, para se imobilizar a viarura teria de se ou seja, instrumentos que utilizam o ar para diafragma quando se toca", "deve-se fazer achar um ponto de equilíbrio entre as duas produzir som. força na região abdominal quando se sopra mudanças é um para obrigar o diafragma a fazer pressão", complicado muitas "a manutenção posteriormente o que referi anteriormente, A respiração assunto nos delicado, perguntas, 32 dissipou dúvidas pendentes aerofones onde muitas são aerofones, existe respostas e poucas técnica de estudo. está estritamente "Deve-se de uma boa coluna de ar ligada à utilização do do travão. e isso de certeza ao que seria princípio mas já ninguém notaria a falta No nosso corpo passa-se certezas, quem o diz é um senhor que diafragma", etc. .. Todas estas explicações exactamente passou grande parte da sua vida a esrudar o estariam correctas se o diafragma fosse um manutenção de uma boa coluna de ar passa fenómeno músculo utilizado durante a expiração, mas pelo controle dos movimentos Este da respiração, Arnold Jacobs. estudioso levanta uma série questões que já se transformaram de quase não é, logo todas estas teorias são dos músculos intercostais. infundamentadas. O diafragma é um ,--'---...".,.,. num mito urbano. Há quem diga que só músculo tinha um pulmão, outros para que sofria de abdominal inspirar ou que se utiliza tecnicamente asma, e até quem diga que sofria das duas falando, e utilizando a explicação do maleitas, mas a realidade é que este contraiu Dr. Cugell: " Localizado à volta e por uma doença enquanto criança que o deixou cima da zona abdominal, é o único com uma capacidade pulmonar músculo em todo o nosso corpo que Devido a esta insuficiência, reduzida. e desejando não se contrai de uma extremidade seguir uma carreira musical,Jacobs esrudou para a outra, como os músculos das a fundo o fenómeno pernas, braços ou costas, mas sim todas as suas ciéntíficos como da respiração vertentes desde a anatomia em factos do corpo humano até à utilização de técnicas mais isotéricas como o Yoga. Trabalhando num movimento quando circular, e assim se contrai reduz o seu tamanho. O diafragma encontra-se ligado ás costelas inferiores de modo com médicos que, quando se inspira, o músculo especialistas, principalmente pulmologistas, contrai empurrando todo o conjunto muitas vezes em conjunto o mesmo, Boletim da Banda Sinfónica do Exército a construção e contrários Quando inspiramos existe um determinado número de músculos (que podemos chamar grupo A) que se contraem de modo a possibilitar a entrada do oxigénio nos pulmões, ainda antes de pararmos de respirar o nosso cérebro dá ordem aos outros músculos (grupo B) para começarem a contrair de modo a parar o movimento que se está a realizar, é exactamente esse grupo B de músculos que utilizamos para expirar. Aí o movimento é o contrário, utilizamos o grupo B para expulsar o ar dos nossos pulmões e o grupo A para controlar esse movimento, quando este complexo jogo do empurra está controlado a nossa respiração é da exclusiva responsabilidade do nosso cérebro, quando necessitamos de uma maior quantidade de ar nos pulmões ele saberá que ordens dar, assim como quando tocamos ele definirá o volume e pressão necessária para a construção e manutenção de uma boa coluna de ar. Estes músculos que acabamos de referir estão localizados no nosso tronco, e assim é difícil termos uma percepção da sua localização no meio de tantos órgãos. John Ridgeon, um eminente teórico nas técnicas de respiração preparou dois pequenos exercícios que nos poderão facilitar a detecção, e bem como o funcionamento destes músculos. O primeiro exercício tem como objectivo detectar o diafragma assim como sentir o seu movimento quando contraído. Deve-se relaxar e respirar pausadamente durante uns segundos, posteriormente expirar todo o ar possível do sistema respiratório, quando se estiver praticamente sem ar abrir a boca o máximo possível e num gesto repentino sem movimentar o resto do tronco, inspirar fortemente. Este movimento cria vácuo que puxa ar directamente para os pulmões e obriga o diafragma a contrair, se for executado correctamente irá sentir não só a expansão da área abdominal como também da área inferior das costas. Para se sentir os músculos intercostai vamos utilizar uma técnica semelhante. Assim devemos descontrair e respirar calmamente, inclinando o corpo para a frente e deixando pender s braços, nessa mesma posição devemos expirar até ao nosso limite tapando a boca e o nariz de seguida. Quando retomamos a p ição erecta retiramos a mão do nariz ao mesmo tempo que abrimos a boca; o primeiro ar que entrar nos pulmões será devido ao efeic vácuo que os músculos intercostais criaram. As garrafas de plástico s frem um fenómeno parecido quando retiram s tod o ar do seu interior, e quando a largamos elas enchem-se sugando o ar d exteri r. Existe um utr tip de exer ícios que serve para melhorar a nossa performance respiratória, pois sendo músculos como quaisquer outros, ao serem trabalhados, os músculos respiratórios respondem melhor ao esforço e controle exercido. Aqui ficam dois pequenos exemplos de uma quantidade infinita de métodos e técnicas que se utilizam tendo como objectivo melhorar a capacidade respiratória. Deve-se regular o metrónomo para sessenta batimentos por minuto, seguidamente inspirar lentamente pelo nariz em dez batidas (se ouvir o ar a entrar no seu sistema é porque está a inspirar muito rápido) e expirar em outras dez, pela boca. Deve-se ter em atenção que o objectivo é encher os pulmões em cada respiração; quando se conseguir realizar em plenitude o exercício deve-se aumentar a velocidade do metrónomo. Este exercício é muito similar ao anterior, e foi por esse facto que achei por bem colocá-lo pois este foi retirado de um manual de Yoga. Deve-se relaxar e inspirar pelo nariz durante dez segundos, manter o ar no sistema e dez segundos depois expirar também durante dez segundos. Este exercício Irá aumentar a capacidade respiratória e ao mesmo tempo relaxar o corpo e a mente. Por último queria deixar um pequeno exercício que tem como objectivo trabalhar uma técnica de respiração utilizada por alguns instrumentistas e que actualmente tem muitos seguidores em quase todo o tipo de instrumento. Trata-se da chamada respiração contínua, ou também conhecida como respiração circular. Técnica que permite a um instrumentista ter um fluxo de ar contínuo enquanto este respira pelo nariz, esta técnica é possível apenas graças a desl cação do ar para as bochechas e a um movimento coordenado que faz com que o ar saia para o instrumento enquanto o músico inspira. Por incrível que pareça uma técnica similar é desde à muito tempo utilizada pelos vidraceiros na construção das suas peças, como não podiam respirar porque o vidro estava quente mantinham o ar que lhes restava nas bochechas e enquanto continuavam a soprar nos tubos, inspiravam. Para se perceber o fenómeno, existem quatro etapas distintas: l-Quando os pulmões começam a ficar sem ar, enche-se as bochechas. 2-Depois de o ar se encontrar nas b chechas é empurrad para dentro do in trurnento, utilizando os músculos das b chechas. esta altura inspira-se. 3-Quando se tiver inspirado suficientemente começa-se a exalar ar vindo dos pulmões. 4-As bochechas voltam à sua posição Março 2007 original. Claro que tudo isto não é normal e não se consegue em poucos dias, é uma técnica que poderá demorar anos até se encontrar dominada. Mas como referi anteriormente vou deixar um pequeno exercício que poderá de alguma maneira ajudar: Encher as bochechas de ar e respirar normalmente pelo nariz. Executando a mesma técnica, deve deixar um pequeno orifício nos lábios de onde deve deixar escapar um pouco de ar. Este deverá ser controlado. Seguidamente coloque uma palhinha na boca e a outra extremidade num copo com água, insufle as bochechas e respire normalmente, agora tente produzir bolhinhas de ar no copo. Na prática, quando conseguir dar uma inspiração enquanto estiver a fazer bolhinhas na água, está a realizar respiração circular, mas a transição para o instrumento costuma ser a parte mais penosa do processo, portanto é aconselhável que quanto mais cedo experimentar, melhor. Este é sem dúvida um assunto que dá pano para mangas, mas na realidade cada um de nós, instrumentistas, é que poderá escolher a técnica que melhor se adapta ao seu corpo e à sua maneira de tocar. Este artigo serve essencialmente para dissipar algumas dúvidas que poderiam existir quanto à musculatura utilizada na respiração, e acima de tudo para homenagear um homem que muito deu ao estudo de fenómenos ligados à arte de respirar, Arnold Jacobs. Marco Paulo da Torre, de 1977 em os Cascais, estudos onde musicais Sociedade Familiar Malveira da mente Nacional para estudar António com seus 6 anos na e Recreativa da contrabaixo de cordas com Ferreira. Mais tarde, transita para a classe de tuba e começa Professor Ilídio Massacote. Participou inicia Serra com o Sr. Moreira Saraiva. ingressou no Conservatório Posterior o Professor Carriço nasceu a 19 de Novembro em diversos a estudar com o Masterclasses e em cursos livres onde há que destinguir Michael Lind, Phillipe Legris, Sérgio Carolino entre Outros. Em Militar 1997 ingressa de Lisboa. Curso de Sargentos, na Banda do Posteriormente, Governo concorre ao no mesmo cm na Banda Sinfónica do ingressando 2000. Em 2003 é colocado Exército, e actualmente encontra-se Banda da Zona Militar dos Açores. Colabora convidado frequentemente na Orquestra Orquestra Sinfonietra Solistas de Lisboa. Paralelamente, curso superior Instituto como Sinfónica encontra-se em Almada. na músico Portuguesa, de Lisboa e a Orquestra de instrumentista Piaget deslocado a frequentar dos o tuba, no ISETT, 33 ------~~----- 34 Mais que falar numa empresa, que regra geral se esgota no puro interesse comercial com que é criada, falar de Cardoso & Conceição, implica falar num universo próprio, de uma entidade que tem procurado ao longo dos últimos 12 anos, contribuir para o desenvolvimento do meio filarmónico, mas fazendo-o de uma forma, que vai muito além disso e se _~~_~~_-"~_'_ cruza com a música e com os músicos, na sua vida profissional, civil e em alguns casos, militar. Neste período, a empresa lançou, promoveu e acompanhou, tal como continua a fazer, inúmeros músicos, muitos maestros e um número considerável de composi tores. Incentivou, apoiou e fez parcerias, aos mais diversos níveis, com largas dezenas, para não dizer algumas centenas de bandas filarmónicas, a exemplo aliás do que acontece hoje em dia. Levou e leva cursos de aperfeiçoamento, master-classes, tanto ao nível dos instrumentos, como de Direcção, a diversos pontos do país. Para os ministrar e de forma a procurar quebrar barreiras, estigmas e tabus, recorreu, tal como hoje, tanto a profissionais do ramo civil, como do ramo militar, escolhendo sim, sempre os melhores, capazes de proporcionar uma mais valia efectiva aos formandos. Travou e trava uma cruzada em defesa dos valores nacionais, incitando a que os nossos compositores escrevam, e dêem asas ao valor que se lhes reconhece, mas por vezes esquece. Procura ir mais longe e tem desenvolvido contactos, no sentido de promover internacionalmente algumas das mais significativas composições editadas. Sempre com a noção de que o público-alvo é diversificado e por isso mesmo, assim deve acontecer com as obras que vão sendo escritas. Formou, ou promoveu a formação de inúmeros técnicos de reparação de instrumentos, o que tem permitido às bandas, considerável redução de custos. A disponibilidade para ouvir, para aconselhar, para ajudar enfim, é imagem de marca de uma estrutura pensada para ter sucesso. O forte entusiasmo, a inabalável confiança, a visão própria mas que se alastra aos diversos colaboradores, são pilares desta mesma estrutura Evidentemente que o interesse comercial norteia a acção, mas assente numa regra muito básica, mas ao mesmo tempo observável apenas para alguém com a visão, a acuidade e a subtileza de M.Cardoso, mentor de todo este grande projecto - A empresa só pode crescer e evoluir, se for sustentada pelo crescimentoepela evolução do meio em que se insere! E mesmo sendo avessa à, por vezes habitual, guerra de preços, não caindo nessa tentação, continua a liderar vendas, porque considera e !I.~~ com sucesso, que é mais importante um apoio efectivo e estratégico, do que um simples negócio e "lavar de mãos". Assentou também nesta premissa, o investimento feito, de mais de um milhão e meio de euros, em novas instalações, onde foi acautelada entre outras coisas, a existência de um auditório, um futuro estúdio de gravação, uma oficina de reparações, sala polivalente, que se encontram permanentemente à disposição não só da empresa como dos seus parceiros e por onde já passaram neste primeiro ano, (em concerto mais de 1000 músicos) e continuam a passar, alguns dos nomes mais sonantes da nossa praça bem como do panorama internacional. Para além disso, e apesar de se mover num espaço que cobre todo o território nacional (continental e insular), procura estar cada vez mais perto de todos, daí a parceria celebrada a sul, com a empresa Russomúsica, com o mesmo tipo de especialização, e da qual C&C é associada, e mais recentemente a abertura de um espaço próprio, no arquipélago dos açores, mais precisamente na Ilha do Pico.Esta forma de actuar, tem granjeado o respeito de clientes, mas também o não menos importante reconhecimento por parte de fornecedores, no caso, as grandes marcas internacionais de fabricantes de instrumentos. A empresa é hoje em muitos casos, parceiro privilegiado das mesmas. Recentemente e porque a globalização assim o exige, não ficou indiferente às novas tecnologias. Mas, uma vez mais presidiu ao seu pensamento, mais que um vector comercial, prestar apoio também aos seus parceiros. Comprovam esta teoria, os três "sites" que neste momento dispõe (para além da parceria em muitos outros), cada um com objectivos definidos, desde o puramente comercial www.cardosoeconceicao.com. aos colocados ao serviço das filarmónicas WW\Y;bandasfilarmonicas.come mais recentemente de todos os agentes ligados ao meio musical, filarmónico ou não www.palaciodosmusicos.com. A pergunta é óbvia: Qual o futuro deste projecto? A resposta é pronta: Será o que o meio determinar! C&C Dep. Comunicação e imagem Boletim da Banda Sinfónica do Exército Cardoso & Conceição Unip. Lda .• Rua da Estrada Nacional 1319 Espargo • 4520- 105 sta. Maria da Feira tel. (351) 256 333 876 • fax. (351) 256 372 898 e~e YNNI.cardosoeconceicao.com [email protected] Entrevista Artista Internacional Yamaha, Sérgio Carolino é actualmente tuba solo da Orquestra Nacional do Porto e professor das classes de tuba na Academia Nacional Superior de Orquestra (ANSO Lisboa) e na Escola Superior de Música e das Artes do Espectáculo (ESMAE - Porto). Encontra-se permanentemente em actividade, realizando masterclasses e tocando como solista em várias cidades mundiais. 36 Com que idade é que começou na música? Comecei a aprender música com 11 anos de idade. Como é que uma criança, como era na altura, começa com um instrumento tão grande e tão pouco usual? Na minha família, só o meu avô, Fernando Carolino, tinha sido músico na Banda de Alcobaça. Era o homem do ritmo! Tocava caixa. O meu pai decidiu inscrever-me na Escola de Música da Banda de Alcobaça, onde comecei por experimentar o fagote. Eu queria um instrumento grave e a sonoridade do fagote agradava-me imenso. Infelizmente ou felizmente, não conseguia conter os lábios para dentro, na tentativa de segurar e fazer vibrar a palheta. O professor sugeriu então que experimentasse a tuba. Havia uma tuba em mi bemol parada na sala de ensaio e decidi experimentar. Mal me deu o bocal fiz de imediato alguns sons e, mais tarde na tuba ainda saíram melhor! Foi amor ao primeiro som! Que passos à que seguir para dominar a tuba ou qualquer outro instrumento? Penso que "dominar" é uma palavra muito forte! Nunca esquecer que no caso da tuba e dos outros instrumentos de metal, é "metal versus mente/ corpo". Dado que nunca poderemos vencer o metaL.. eu acredito que com muito trabalho, disciplina e dedicação, qualquer pessoa pode equilibrar essa relação. Boletim da Banda Sinfónica do Exército o seu percurso na musica também passa pelo isso as excelentes relações humanas que daí resultam. Jazz. Como surgiu esse gosto e essa experiência? Para mim, é como inserir sangue novo nas veias.... Desde muito jovem comecei a gostar fII••••••••••••••••••••••••••••••• muito de vários estilos de música, e como não poderia deixar de ser, o jazz fazia parte! Q Sobretudo, o jazz da cidade de New Orleans: o dixieland de Louis Armstrong e o funky/ second line dos Dirty Dozen Brass Band. A partir daí, fui-me interessando por conhecer outros tipos de jazz e passei a ser sobretudo um ouvinte assíduo. Não me considero um músico de jazz, ando muito longe disso. Gosto de me classificar como um improvisador. • A sua trajectória está muito ligada ao estrangeiro. Por algum motivo especial? Essa trajectória foi algo muito normal para um estudante de música que quer aprender e que não tem condições para o fazer no seu país. Refiro-me á inexistência de um professor de tuba na única escola de música onde poderia aprender, refiro-me à Escola de Música do Conservatório Nacional de Lisboa. Devido a essa situação, uma das opções que tinha, seria o de ir estudar para uma escola/conservatório no estrangeiro no qual França e Suíça eram as hipóteses viáveis. Graças aos meus pais, que eram imigrantes em França, tive o apoio que precisava para poder "tentar a sorte"! Após fazer provas de admissão no Conservatório de Genebra (Suíça) e de ser admitido, decidi que essa seria a melhor opção, e a que me daria mais condições para evoluir como tubista e como homem. Como surgiu o convite para ser endorser da Yamaha? O convite foi-me feito por um antigo funcionário da Yamaha Portugal, o Sr. Nuno Rocha. Fiquei extremamente contente pois como há já alguns anos tocava com um instrumento da marca Yamaha, foi como "juntar o útil ao agradável". Foi a primeira vez que realizou um Masterclass num meio músico/militar? Qual a sua opinião acerca desta iniciativa? Não foi a primeira vez que fiz uma Masterclass num meio músico/militar. Tinha realizado uma Masterclass em 2002, a convite do Comissário Ernesto Esteves, para a secção de tubas da Banda Sinfónica da Policia de Segurança Pública. Este tipo de iniciativas é de louvar pois dá-me a oportunidade de partilhar novos e diferentes conceitos técnico-musicais, de actualizar informação coerente e inventiva, juntando a __________ 11 Que conclusões retira do panorama musical/ militar desta Masterclass? Penso que todos aprendemos e evoluímos depois desta semana fantástica. Tivemos oportunidade de nos conhecer melhor, trocar ideias, e tocar em conjunto, neste caso, em ensemble de tubas, o que para muitos, foi a primeira vez a tocar e para alguns a ouvir. Julgo que foi muito proveitoso e enriquecedor para todos os intervenientes. Para si, qual é a importância da tuba nas Bandas? A tuba é extremamente importante numa Banda de música, pois é o baixo, a base de toda a formação. Como em qualquer projecto musical, podemos tocar sem secção rítmica (instrumento harmónico e bateria), mas não podemos abdicar do baixo... o baixo é a referência para todos, tanto em termos harmónicos como em termos rítmicos. E nas Orquestras? Nas orquestras, a tuba tem um papel diferente. A maioria das vezes serve de baixo ao naipe de trombones, outras, de base ao naipe de metais e por consequência, a base de toda a orquestra. Tem uma voz solista, uma vez que é única na orquestra. Por ter uma sonoridade e uma versatilidade totalmente diferente dos outros instrumentos, alguns compositores confiaram-lhe solos, como são os casos de Serguey Prokofiev, Dmitri Shostakovich, Igor Stravinsky (Rússia), Gustav Mahler, Richard Wagner e Richard Strauss (Alemanha), e Silvestre Revueltas (México). Março 2007 _ 37 o "mundo das tubas" é muito disputado? 38 O "Mundo das Tubas" é, na minha opinião um, "mundinho" muito pequeno e, quase insignificante .... Claro está, a disputa por um lugar numa orquestra é bastante grande, dado o facto de só haver uma tuba na Orquestra e dos concursos de admissão escassearem. Devido a haver um só vencedor nas audições, e muitas vezes nenhum tubista ser escolhido para ocupar o lugar... como devem calcular, leva a um ambiente de grande desilusão e tensão! Quais os tubistas de referência mundiais tem como "alimento diário musical"? Na realidade, não tenho praticamente rubistas como referencias à excepção de William Beli (primeiro tubista da Orquestra Filarmónica de Nova Iorque com o maestro Arturo Toscannini), Harvey Phillips, e Warren Deck (que foi também tubista da Orquestra Filarmónica de Nova Iorque). De resto, as minhas referências musicais são, entre outros, a grande diva Elia Fitzgerald, o Frank Sinatra e o Bobby McFerrin (voz), Pablo Casals e Truls Merk (violoncelo), John Coltrane e Michael Brecker (saxofones), Miles Davis (trompete), o Tommy Dorsey e o Frank Rosolino (trombones)! Qual o compositor que destaca mais para o desenvolvimento do seu instrumento? Criando repertório, ajudando a que este esteja à altura de outros instrumentos solistas ... O compositor que mais se destaca, só poderá ser o Britânico, Ralph Vaughn Williams, devido a ter sido o primeiro compositor famoso, a confiar um concerto como solista a um instrumento como a tuba. Não foi um compositor que tenha escrito muitas obras para o instrumento, mas foi sua a iniciativa e a partir dai, outros compositores seguiram o seu exemplo. Além do concerto, o Sr. Williams, confiou à tuba partes difíceis e excitantes em quase todas as suas 9 Sinfonias para orquestra sinfónica e das suas obras para orquestra de sopros (banda). Boletim da Banda Sinfónica do Exército _ Que projectos tem para o futuro próximo? Tenho vários projectos a realizar a curto-médio prazo, um dos quais será a criação de uma Academia Internacional de Instrumentos de Metais, tendo como professores principais, Azevedo e Paulo Perfeito (Portugal) , Elizabeth Raum (Canadá), Jim Self e Barton Cummings (EUA), Mico Nissirn (França). * os músicos portugueses de maior destaque bem como de solistas e músicos de orquestra de renome internacional. Neste momento concentro-me em lançar alguns discos a solo com obras encomendadas e escritas para mim por compositores nacionais e estrangeiros os quais destaco: * "XL" - CD a solo com o pianista/compositor Telmo Marques com música de Carlos Azevedo, Francisco Loreto, Paulo Perfeito, Carlos Marques, Laurent Filipe, Telmo Marques, Filipe Melo e Bernardo Sassetti. * "Mr. S.C" - CD a solo com o quarteto de saxofones SAXOFINIA, Jeffery Davis (vibrafone) e Mico Nissim (piano e composição). Obras de Carlos CD com o meu projecto EUROPEAN TUBA TRIO com François Thuillier (tuba) e Anthony Caillet (eufónio). * Novo CD com o meu trio TGB - tuba, guitarra e bateria com Mário Delgado (guitarra) e Alexandre Frazão (bateria). Saíram recentemente dois CDs: O primeiro com a National Youth Brass Band from Switzerland, sob a direcção de Robert Childs, com o "CONCERTO PARA TUBA e Brass Band, Op. 136" de Jorge Salgueiro. O segundo, o meu primeiro CD como solista de nome - SÉRGIO CAROLINO "Steel aLive!". Este Cd, contém gravações ao vivo, efectuadas entre os anos de 2004 a 2006, onde toco como solista em vários "settings", com diferentes instrumentos e em vários países. y 39 JUNTA DE FREGUESIA DE CARANGUEJEIRA Presidente: Adriano Francisco Rua do Comércio, 54 ~lO-CARANGUEJEJRA TEI: 244 734 437 E-mail: [email protected] __________ Março 2007 _ Militares da Banda Sinfónica do Exército POSTO NOME POSTO NOME FUNÇÃO CAP Manuel Joaquim Ferreira da Costa Chefe Ti tular lSAR Manuel Maria da Silva Nunes Fliscorne CAP João Fernando Afonso S. Cerqueira Chefe Adjunto lSAR João Pedro Lopes Rafael Azevedo Fagote SMOR Manuel Garcia Claré Batista Sub-Chefe lSAR Luis Miguel Rosa Pedro Oboé SCH Serafim de Oliveira Aguiar Chefe de Naipe lSAR Luis Miguel do Rosário Balão Clarinete SCH António Fernando Pinto Coelho Chefe de Naipe lSAR António Maria S. Busca Mourato Clarinete SCH Aurélio Rua Ribeiro Chefe de Naipe lSAR João Miguel Rolão Lopes Bombardino SCH José Agante da Costa Ferreira Chefe de Naipe lSAR Sérgio da Silva Frazão Tuba SAJ Jorge Pereira Oias Trompete lSAR Daniel Rui Franco da Silva Batista Tuba SAJ Jorge Manuel de Oliveira Lopes Clarinete lSAR João Jorge dos Santos Salvador Belo Flauta Clarinete lSAR António Manuel Pereira Sousa Trompete Clarinete lSAR Carlos Manuel Alves Caldeira Trompa -_...-_...~- 40 FUNÇÃO --- SAJ Fernando Gariso D. Cordeiro SAJ Mário Humberto SAJ Jacinto Caldeira M. Lamarosa Clarinete lSAR Eduardo Nuno Reis Guerreiro Tuba SAJ Joaquim Manuel F. Correia Clarinete lSAR Nélio José Fonseca Barreiro Saxofone SAJ João Paulo Martins Santana Trompa lSAR Carlos Manuel Leandro Garcia Fagote SAJ Manuel Carvalho F. Babo Percussão lSAR Artur Jorge Saturnino Barrinha Trombone SAJ António Claurlino Silva Dias Trombone 2SAR Bruno Ricardo Ferreira Peixoto Saxofone SAJ Fernando Jorge Magalhães Clarinete 2SAR Cláudio André Vilafranca Panta Nunes Violoncelo J. Cavadas SAJ Dulcinio Toni Pereira de Matos Trombone lCAB Marco Alexandre Sarrudo Trompete SAJ João António Viso Mota Trompa lCAB Luis Miguel Cachola Pastaneira Trompete SAJ Francisco José Pires Paixão Trompa 2CAB Hélio Tiago Malhciro Nunes Clarinete SAJ Joaquim Jorge Neto Campos Trompete 2CAB Nuno Filipe Rodrigues Tuba SAJ Luis Miguel Tomé Correia Fagote 2CAB Milene dos Santos Marques Saxofone Teclado 2CAB Sérgio Miguel Silva Gaivota Saxofone Clarinete SAJ Óscar José Vilhena Mourão SAJ Gustavo Jorge da Silva Oias SOLO Pedro Esrael Barbosa Cestinho SAJ João Carlos de Sousa Lopes SOLO José Sérgio Camilo Romão Saxofone SAJ José Maria Rodrigues Monteiro Trompa SOLO António Manuel Pais Assunção Trompete SAJ José António Alves Marques Trombone SOLO Gonçalo Jesus S. R. V Dinis Trompa SAJ Carlos Reinaldo S. A. Guerreiro Trombone SOLO Teima Sofia Batista P Marques Saxofone SAJ João Manuel Vasco André Saxofone SOLO Rui Filipe Melo Lima Trombone SAJ Jorge Manuel Domingos Velez Clarinete SOLO Jorge Tiago Duarte de Jesus Flauta SAJ João Carlos Teixeira Coca Trompete SOLO Nuno Miguel Cidade Almeida Fagote SAJ Joaquim Pereira das Neves Bombarrlino SOLO Fábio Alexandre Duarte Cruz Trompete SAJ Alberto Cesar Carreira Lages Clarinete SOLO Pedro Filipe Lopes Santos Tuba SAJ Paulo Nuno Moço Belas Trompa SOLO Marco Alexandre P. Barbosa Percussão SAJ José Manuel Lino da Silva Clarinete SOLO Ana Margarida da Silva Guerreiro Clarinete lSAR Luis Rafael F. Oliveira R. Pinto Tuba SOLO Bruno José Barradas da Cruz Trompa lSAR João Manuel Martins Soares Clarinete SOLO Ricardo Jorge Batista Lopes Trombone 1SAR Sergio Alberto Ferreira Mendes Clarinete SOLO Ana Sofia Mateus Francisco Flauta 1SAR João Raúl Pereira de Jesus Bombarrlino SOLO José Carlos Pereira Almeida Percussão lSAR Júlio Manuel Gonçalves Ramalho Clarinete SOLO Nicolau Anciães de Jesus Trompete lSAR Abel Lucas Cardoso Percussão SOLO Sara Patricia Santos Silva Oboé .1SAR Luis Manuel F. Pereira Rodrigues Contrabaixo SOLO Manuel Daniel Fidalgo Caceiro Saxofone lSAR Oscar Humberto Oboé SOLO Pedro Davide Martinho Santana Trompete lSAR Victor Manuel da Silva Mesquita Clarinete SOI.D Gonçalo Filipe dos Santos Pinto Trompete lSAR Francisco José de Jesus Marques Flauta SOLO Ruj Pedro Reis Lopes Percussão 1 SAR Manuel José C. Pedras Sousa Trombone SOLO Bruno Alexandre Lobato Vieira Clarinete 1SAR Luis Carlos Garcia Cascão Percussão ____________ Pereira de S. Viana Boletim da Baoda Sinfónica do Exército _ ----' 41 Março 2007 Músicos Militares Notáveis Artigo elaborado pelo Sargento-Ajudante Luís Correia FRANCISCO ANTÓNIO NORBERTO PINTO (1815-1860) DOS SANTOS Compositor, músico militar, da Real Câmara e mestre director de S. Carlos, professor do Conservatório ... ... um dos mais notáveis compositores portugueses que floresceram no meado do século XI~ e um daqueles que a memória maior respeito merece... (Ernesto Vieira) o nome de Santos Pinto surge este ano em destaque devido há redescoberta que vem sendo feita da sua obra. O meu primeiro contacto com a obra do compositor foi numa actuação com a Orquestra Sinfonia B, há já alguns anos, por intermédio do Maestro César Viana, que recuperara algumas partituras do autor para apresentação em concerto. Entretanto, no passado ano realizaram-se várias audições de obras deste compositor (uma das quais especificarei em pormenor mais adiante) como: quartetos de cordas pelo Quarteto do Conservatório Nacional (no Palácio Foz, com comentários de César Viana), repertório de câmara para metais pela classe do Professor José Augusto Carneiro (Conservatório Nacional) e até uma transmissão pela Antena 2 (11-102006) da obra sinfónica "Canção da Serra", pela Orquestra da RDP, Maestro Silva Pereira, num concerto efectuado no S. Luiz a 1-2-1986. Uma das razões do ponto de vista teórico que me incentivaram à realização do mestrado na Universidade Nova, foi o grande interesse em querer aprofundar (e divulgar) o conhecimento do papel dos músicos de sopro na constituição das instituições académicas e musicais, desde a Capela Real ao Conservatório, S. Carlos, passando pelas Bandas militares, etc. Com o decorrer da minha investigação notei a grande lacuna que existe no tratamento dos dados relativos a este último sector, das Bandas/músicos militares, senti então que seria quase um imperativo o estudo desta área, contribuindo para colocar mais uma peça no puzzle da história da música em Portugal. Ainda para mais o século XIX, onde emerge a importância dos músicos militares no seio da vida musical portuguesa, está muito por estudar, existindo um vazio em termos de divulgação entre J ão Domingos Bomtempo e Vianna da Mota, como confirma o Maestro Manuel Ivo ruz no artigo «MlÍsico p0/111g/lesalia ZOllado silêllcio»: (...) Existe mesmo II/JlO ",allcho q/lose total/llC/lte sombria, embora fert,ilhal/te de acontecimentos sociais, políticos, e mesmo culturais noutras áreas,já estudados, revelados e apreciados, mas musicalmente uma "zona do silêncio" (...) Tal é o caso de autores como Xavier Migone, João Guilherme Daddi, Augusto Machado, Jacob Carl i, Rodrigtles Cordeiro, Gtlilherme COSSOtl~ Freitas Gazu~ Ângelo Frondoni, Victor Hussia, Visconde do .Arneiro, José Avelino Canongia, Sá Noronha, Francisco Eduardo da Costa, Migtlel Ângelo Pereira, João Arrt2)l0, Atlgusto Machado, Conde de Azevedo e Silva, Francisco Norberto dos Santos Pinto, Pereira da Costa José Maria e Nicola« Ribas, Luís Filgueiras, Manue! Inocêncio Liberato dos Santos, Frederico Guimarães, Augusto Neuparth, Joaquim Casimiro, Ciriaco Cardoso, David de Sousa, Visconde de Oliveira Duarte, Carlos Dubirri e certamente tantos outros! (Jornal de Notícias, 13-4-1998) Dentro deste espírito, e como resultado de um trabalho de investigação, tive o prazer de interpretar (com a Banda Sinfónica do Exército em Maio de 2006) a: FANTASIA PARA FAGOTE sobre motivos de «Roberto Devereux» de F. A. N. dos Santos Pinto. Tudo começou com uma visita de estudo à Biblioteca Nacional que despertou consciências para o trabalho ciclópico que falta fazer na análise e tratamento do espólio de compositores portugueses. Aí mais tarde, consultando bases de dados e outras listas coligi obras para fagote, entre as quais um manuscrito interessantíssimo de uma partitura para fagote e Banda! Esta obra supra mencionada, é a única conhecida em Portugal para semelhante formação. Sendo assim esta Fantasia para fagote e Banda escrita em 1847, vem ao encontro de outros exemplos comuns de composição de obras inspiradas nas melodias que se ouviam no S. Carlos, para apresentação a solo, nas mais variadas ocasiões. Neste caso sobre temas da ópera de Donizetti, Robert Deoereux (prellliére: Nápoles, 29-10-1837) estreada no Teatro de S. Carlos a 13 de Julho de 1838, sendo apresentada também na temporada de 1844-45. A sua instrumentação original dá-nos um sinal de como eram comp stas as bandas Março 2007 naquela altura compreende: pré revolução de Sax, Fagote (solista), Clarinetes (4 vozes), Req(tlin)ta, F(lau)ta (em mib), Cornetas (2 vozes), Corni in fa (trompas, 2 vozes), Figli (oficleides, 2 vozes), Trombones (2 vozes) e Baixo. Não existem mais dados sobre esta obra, nem Ernesto Vieira a refere no catálogo de obras que complementa a entrada sobre o compositor no seu livro de biografias. As duas obras escritas para fagote que referencia são a Rêverie (sobre uma cançoneta de Rossini, para fagote e piano) e a Phantasia para 2 fagotes e orquestra. [Estas peças estão intimamente ligadas ao grande fagotista de S. Carlos e professor do Conservatório Augusto Neuparth, pois a primeira é-lhe dedicada e a segunda foi por ele interpretada em conjunto com Thiago Canongia, no teatro de S. Carlos a 22 de Abril de 1847, segundo referências da época]. O compositor Francisco António Norberto dos Santos Pinto, filho de José António dos Santos e de Mariana do Carmo da Gama Pinto Borralho, nasceu em Lisboa a 6 de Junho de 1815. Desde a infância se dedicou à música, aprendendo os rudimentos com Theotónio Rodrigues, cantor da CapeI/a Real da Bemposta. Possuindo reconhecidamente uma boa voz de soprano e excedente disposição, logo começou a cantar profissionalmente nas festas da igreja, assim começou desde tenra edade o prover ao proprio sustento pois que a [amilia escassos meios possuia (Vieira 1900: 173). Estudou ainda violino com José Maria Morte, e trompa com o mestre da Banda das Reaes Caval/oriças, Justino José Garcia. Aos quinze anos já pertencia a esta mesma Banda, como atesta a acta da sua admissão na Irmandade de S. Cecilia, a 30 de Setembro de 1830: «dispensado de exame por ser musico dos Reaes Cavallariços». 43 Dois anos depois entra para a Banda como Almeida Garrett 1956: I 507). da Guarda Real de Polícia como primeiro corneta de chaves. Afastando-se seu tempo, e da Academia ocupando diz-nos que é inumerável a sua produção, ainda Melpomenense, cargos directivos na Irmandade de S. Cecilia e no Montepio Filarmónico. mestre em destacando duas grandes Missas a quatro algumas bandas dos batalhões constitucionaes vozes e orquestra, um Te-Deum dedicado [numa partitura de um Passo Dobrado ao rei D. Fernando, uns officiosgrandes para: e cinco anos, morre Melitar, 1835, Santos Pinto está referido a semana santa e um motete para a festa como 'Mestre da Música do 10 Batalhão da de S. Cecília que obteve excelentes críticas: tambem dos mais honrados, musicas portllgl/ezes (id. Ibid.). C.N. de Lisboa'), entusiástica Carta». escrevendo até uma «Marcha dos Voluntários da A 30 de Janeiro de 1860, aos quarenta ((...N afactura do refendo motete, o sr. Pinto dos mais iI/listres, e tlJJI Hoje a Biblioteca Nacional regista foi mblimemente inspirado. Aquelfe canto tão mais de trezentas obras catalogadas de singelfo, acompanhado unicamente pelos - violoncel/ose violetas, interrompido de quando em Santos Pinto, das quais seleccionei alguns exemplos que na sua vida - o S. Carlos, como relata E. quçndo pelos arpejOs do clarinette, ..produz um repertório de bandas Vieira: ...entrou para a banda do theatro de S. Carlos, como primeiro trompa, e pouco depois ejJeito magnifico, arrebatador, e deixa a alma solístico n 'extasi terdadeiramente religioso» (((Revista dos despertem passou Espectaculos», 30 de novembro de 1856). para o conhecimento compositor. Por 1833 um novo passo fundamental para a orchestra, occupando ahi alternativamente em diversas épocas, os logares de No campo da música orquestral primeiro clarim e terceiro trompa. No en tan to, salientam-se as suas 35 aberturas, sendo a acrescenta que quando a musica das Reaes oitava a mais notável de todas..., que el/e dedicou Cavallariças se fundiu a Lis~ Câmara, na orchestra da Real Pinto ficou fazendo parte d'essa autor em nota de rodapé: aspartes de clarim e instrumentos na corneta de chaves, como hoje o são no cornetim dedicadas ao seu instrumento (Vieira 1900: 174»). de chaves. Foi em S. Carlos que este mais se peças concertantes Para lições concertante harmonia com o mestre Franco Leal, tem agora por outros as instrumentos acompanhamento sopros e que espero o interesse de mais músicos da obra deste 1956-8 Duionário Mário, 1999 O Teatro de J. Cortos, 2 vols. Lisboa: MOREAU, Hugin. VIEIRA, Ernesto, 1900 Diaionario Porll{~lIezeJ, 2 vol.s, Lisboa: Lnmbertini. STEVENSON, Robert, bttp' //wwwgroyemusjccom> 2006 Bio.gmphico "1';nlO, F. de Alllfico! A. N. S.", 31131 IOTECô NACIONAl (catálogo oolia, cm wwwbnpt) PINTO, Francisco António Norberto dos Santos (377 entradas) com de orquestra e o Duetto para ao - a corneta Vieira cita o Solo de trombone acompanhamento de diversos das quais se extraem desenvolveu como compositor, depois das Eleutherio para para respeito ou de carácter BORBA, Tomás, e Fernando LOPES-GRAÇA de Múúm, 2 vols. Lisboa: Cosmos. Dedicou-se também à escrita de solos eram n'aquel/e tempo usualmente desempenhadas dizem BIBLIOGRAFIA: quando este pianista esteve em Lisboa (1845) (Vieira 1900: 177). orchestra comoprimeiro clarim [esclarecendo o trompas com de Banda militar (ainda (BANDA): Pontesia p[ara) Derereux / 1847 Rnene f-àgole [e banda] : sobre motivos do Roberto te poar Basson: SI/r la Call:?]J!Jella lIRilllprot'f!ro de j. RoZilli / Dediie a SOIl ali/i A. Nellparlh/ 1856 Pbantasia para jlaula [EI/lre 1845 e 1855) RIHldó de 'Maria SllIarl {Música ifllprwa] :pam piano eflauta [mtre 1845 e 1849) guia Manuel Joaquim Botelho, segundo para flauta nos intervallos dos triu1?1pha4 dedicada a D. Pedro V). No peras bmes para 2 riohnos e pam jlm/la e Ilio/iIlO. espectaculose dos ensaios, o discipulo estudava e entanto nos programas de concerto em S. escrevia as lições que o bondoso mestre ali mesmo Carlos, IPa/tz 'Para ser executada 110 PflffeiO publico d" Cld,lde de í.isboa', 1839 Passo dobre com hlllH MOlit'o do Opro Bayadere dr Allber / 1834 tambem revia e corrigia (id. Ibid.). Morcau, encontramos outras obras como: da orquestra: A sua primeira composição 44 fundadores da Associação Musical 24 de Junho No campo da música religiosa, Vieira das lutas partidárias do foi no entanto (Borba e Graça para o Peça esta formação registados refere na obra concertante para a Marcba de Mário orquestra, violino, violoncelo, flauta bailado Fantasia para orquestra e Sinfonia (18-11- apresentado (~doração do Sob), em S. Carlos a 17-10-1838: e p/mino, e corneta (27-11-1837); 1848 Modem/o PaSJo Dobre da Opm C/a", de Rozelllberg: com hllll/ fI,olitJ(}da Opra Elezir d/III/ore / ""'rrm!J(/(/O pam 1llSlnflllt'f/los Hilicos / 18)5. Passo dobre COIII hJIIIIAlolil'o da Opm B'Jyatlert de Allbtr / 1834 Passo Dobre tia Opra Clara de Roze",btrg. com bUII1 IHOhN)dll Opm para Instrumentos Bélicos, 1835 Piquem/ Pma Mili/ar A Call1polliza executada a parle de I" clarinclc 1839); Abertura para duas orquestras (18-5- N· 1, 1850. COf!)IIII/Ode Cml/de Marcha 1:!'lezird'Afflore / Arranjado Passo Dobrado "'elitar, 1835 teatro obteve desde logo sucesso, foi o de Vestris, RtJfl/(Jllfa Pamjlmila I/a Sirta, 1834, (para ser por seu amigo M. J. Carvalho) Pesa de Muzica em Rythmo de A,itr. 1)0.Instrumentos Bélicos /1835. MisJa a 4 COl/serltlda: COfll flcompllllhllflJ/O de Banda MiliMr / 1846 Agradou muito a musica de Pinto, que desde 1840); Duo de melofones (21-7 -1845); Sinfonia então e durante perto de vinte annos, foi (16-4-1845); incumbido de escrevergrande numero de bailados orquestra (6-5-1852), entre outras [a 1 de (M ETA1S): DI/elo p" DI(IIS Corneias de CblJt'fs / 1833 I" Concerlo pora Cortleta d'Xaves, 1834 para aquele theatro e para o de D. Maria (id. Abril de 1857 há registos de que a orquestra VtIn'IIfÕt!fS PtmJ Cometlll d'XlIl'eJ: COffJ./ Icrolllppanbaflltlllo Marrial/1834 Ibid.). Havendo tocou duas sinfonias utlla de S. Pinto e outra de VanafÕu: Beethoven (Moreau 1999: I 84), pela 1a vez em O PmçlUfleJJto Aprot'eitlldo: PeqlltrJ" PUJ" de Muzim obrig"da II rorlleta de xaveJ / 1834 (Autôgrafo. "EA.N.S. Pinro: Tomdor do fIIlmdirlo fns/rtlmtlllo'') até notícia de bailados seus apresentados no estrangeiro. Ao mesmo tempo escreveu também Portugall Para além das obras são música para várias peças de teatro, a referidas também as suas apresentações primeira das quais foi o drama de Mendes em recitais ao piano e em corneta de chaves. Leal: ((OS dois Renegados», para o teatro da Rua dos Condes em 7-7-1839. Musicou assim mais de trinta dramas, farsas e comédias, representadas nos Teatros de D. Em 1854 sucedeu por concurso, a 1860) Pam Cometa de XUIJt! ll.m Qllinlello de Banda / 1834 Variafoms p .• Corneta de XtU'eJ: sollre IJllfIIIIJflfla dt, l..JIcill, 1838. Dedicadlls fiO Sr. Carlos O'Neil/. Peqllfllo JoIo p" Corne/II de Chat'ts, 1849 1111rlllOl/ios ti 4 TrompllJ (1835/60) Variaçõu: pOlir le Cor, 1832 1" COl/cerlo POlir Le Cor, 1833 Solo COflCl!ft'lII/ede dll()J /rolllpllJ, 1845 IWJ/eZIlI para TroflJIJOnt Tmor 118J5/501 Francisco Kuckembuch no lugar de professor da a1lla de instrllmentos de latão do Conservatório colaborando de mestre director de S. Carlos. Foi um dos escritores (1835/ (J Maria, do Salitre e da Rua dos Condes, com importantes Missa 11.·8: CO'" {/compal/Jumento de lJatlda "'ditar Fantasia si La Propbete para e em 1857 ocupa o posto Boletim da Banda Sinfónica do Exército Joio d, '''",00", (banda) 11840/501 Principios EltIIlMlaru pa o TromlxJlle: 1'11 u:zy dOI "I/U/flIJOS d" aula de Imtrtllllelllos de l.~/lâo do COlIsemllono K de 1...,.:.11/ ordenados por EA.N,S. PilHO, 1850 Realização de estágios "MasterClass" na Banda Sinfónica do Exército Ao longo do ano de 2006 realizou-se na Banda Sinfónica do Exército, dois MasterClass ao nível do Exército, que fazem parte do plano de estágios e cursos de aperfeiçoamento, aprovados superiormente, e organizados pela Chefia de Bandas e Fanfarras do Exército e pela Direcção de Serviço de PessoaL Pela primeira vez, estes estágios foram orientados por Professores civis de renome nacional, demonstrando que as Bandas do Exército sentem a permanente necessidade de comungar com o meio musical civil, e o quanto é necessário esta constante busca de conhecimento, para o bom desempenho técnico-profissionaL MasterClass de Tuba Sérgio Carolino Patrocinado pela Yamaha Instrumentos Musicais Realizou-se de 17 a 21 de Abril de 2006 na Banda Sinfónica do Exército o MasterClass de Tuba, orientado pelo Professor Sérgio Carolino. Este estágio decorreu nas instalações do Centro de divulgação do dia da Defesa Nacional, gentilmente cedidas pelo RAAA1, e contou com a presença de todos os Sargentos e praças executantes de Tuba de todas as Bandas do Exército: Banda Sinfónica do Exército, Banda da Região Militar Norte, Banda da Região Militar Sul, Banda da Zona Militar da Madeira e Banda da Zona Militar dos Açores. Este curso de aperfeiçoamento marcou todos quanto nele estiveram presentes, em virtude do Professor orientador já ter ministrado vários MasterClass quer a nível nacional, quer a nível internacional. Essencialmente, o Professor Sérgio Carolino procurou explorar: o campo do aquecimento e vibração labial com bocal, a técnica base, a articulação, o vibrato, o trabalho de Musica de Câmara e preparação da Audição Final. Mas acima de tudo, demonstrando o que realizar para obter os resultados pretendidos para que cada músico possa direccionar o seu trabalho. No final deste MasterClass, realizou-se uma audição final que foi presidida pelo Ex.mo Comandante do Regimento de Artilharia Antiaérea N_°1, Coronel de Artilharia António Coimbra, proferindo uma breves palavras, congratulando-se sobre o êxito do "MasterClass". Por fim, foram distribuídos diplomas a todos os partici pan teso Tubista português e Artista Yamaha, Sérgio Carolino iniciou os seus estudos de tuba com apenas 11 anos de idade no Conservatório Nacional de Lisboa, prosseguindoos no prestigioso Conservatório Superior de Genebra (Suíça) com Pierre Pilloud (tuba principal da Orquestra da Suisse Romande) e na classe de música de câmara de Kurt Sturzenegger. Frequentou diversas MasterClass com os mais prestigiados mestres, tais como Roger Bobo, Michel Godard, Pia Bücher, Philippe Legris, David ystein Baadsvik, Thierry Thibault, Mel Culbertson, Anne-Jelle Visser, Taylor, Gene Pokorny e Harvey Philips. A sua vasta gama de interesses e curiosidade musical, levaram-no por diferentes caminhos de expressão musical, indo do repertório tipicamente clássico até aos caminhos do mais puro jazz e musica improvisada, estabelecendo-o ainda como um executante virtuoso no repertório standard e contemporâneo para tuba. Foi tuba principal da Orquestra Metropolitana de Lisboa (1997-2001), colaborando regularmente com várias Orquestras nacionais tais como a Sinfónica Portuguesa, a Orquestra Gulbenkian e o Rernix-Ensernble. Fez parte de diversas Orquestras de Jovens das quais se destacam a Portuguesa da Juventude e a Orquestra de Sopros da Comunidade Europeia.É membro fundador do grupo de Dixieland "Estardalhaço da Geringonça" Gá com um CD lançado com O nome de "Old Tradition, New 19nition"), o trio de jazz "TGB" com Mário Delgado (Guitarra) e Alex Frazão (Bateria) e um trio com Bernardo Sasseti (piano) e JeanFrançois Lézé (Marimba). A sua prestigiada actividade como solista levou-o a países como a Espanha, França, Suíça, Alemanha e República Checa. Sérgio Carolino encontra-se em permanente actividade enquanto Artista Yamaha dando MasterClass um pouco por toda a Europa, em locais como a "Hõchschule für Musik" (Zurique), "Conservatório Superior de Madrid" e o Festival na Finlândia "Lieksa Brass Week". Em França, participou por duas vezes na "Irucrnauonal Brass Master Class" em Quirnper ao lado de artistas de calibre como os trompetistas Eric Aubier, Jouko Harjanne e Gabriele Cassone e los trombonistas Alain Manfrin e Jean Raffard. Neste momento prepara a sua primeira gravação a solo, totalmente preenchida com obras de compositores portugueses, especialmente escritas para si, dos quais fazem parte Carlos Azevedo, Pedro Moreira, Bernardo Sasseti, Jean François Lézé, Eurico Carrapatoso, Carlos Marques. l-ecciona Tuba e música de câmara na Academia Nacional Superior de Orquestra (Lisboa) e é tuba principal da Orquestra Nacional do Porto desde 2002. Março 2007 45 MasterClass de Saxofone Patrocinado pela Yamaha Instrumentos Musicais e D. Caeiro O MasterClass de Saxofone, que decorreu de 18 a 22 de Setembro de 2006, foi orientado pelo Professor José Massarrão. Este estágio, que contou com a participação de todos os saxofonistas das Bandas do Exército, bem como da Orquestra Ligeira do Exército, teve como objectivo, proporcionar o enriquecimento de conhecimentos artísticos, com aulas individuais e de conjunto, oferecendo a possibilidade a todos os participantes de aperfeiçoarem a sua própria formação. O plano de trabalhos contemplou os seguintes itens: orientações técnicas, leitura, análise e audição de partituras, Música de Câmara/Prática Instrumental e preparação da Audição Final. O Ex.mo Comandante do Regimento de Artilharia Antiaérea N.°1, Coronel de Artilharia João Jorge Botelho Vieira Borges, assistiu à audição final, que se realizou nas instalações da Banda Sinfónica do Exército, onde proferiu as maiores referências elogiosas. Finalmente foram distribuídos diplomas a todos os participantes. Esta audição final teve como programa: 46 CANTALOUPE JSLAND - Herbie Ilancock POEM AND DANCE - Leroy Osrransky DE 3 à 1000... - Alain Crépin Tri]: ENTERTAlNER - Scott Joplin (arr. AJain Crépin) UNFJNISIIED BUSJNESS - Franz Schubert (arr. Lennie Njehaus) --------- José António Pereira Massarrão Nasceu em Lisboa, a 26 de Novembro de 1962. Estudou saxofone na Escola de Música do Conservatório Nacional, concluindo a licenciatura na Escola Superior de Música de Lisboa. Paralelamente, frequentou seminários, MasterClass e Workshops com Daniel Deffayet, Daniel Kientzy, JeanYves Fourmeau, René Decouais e André Hemmers. Tem desenvolvido urna estreita relação com os compositores, que se tem vindo a traduzir na produção e consequente interpretação de obras a solo e música de câmara, enriquecendo desta forma o reportório de música portuguesa para saxofone. O quarteto Saxofinia, do qual é membro fundador, estreou algumas destas obras. Colabora regularmente com orquestras e grupos que envolvem também outras formas de expressão. Integrou a Banda Sinfónica da Guarda Nacional Republicana. Actualmente é professor na Escola Superior de Música de Lisboa e na Universidade de I~vora. Boletim da Banda Sinfónica do Exército Notícias Concerto de Gala no Teatro Garcia de Resende Foto: CAVE A Banda Sinfónica do Exército teve como palco o Teatro Garcia de Resende, em Évora, para, no dia 21 de Outubro de 2006, pela primeira vez, realizar um Concerto de Gala, inserido nas comemorações do Dia do Exército, que contou com a presença de todas as altas entidades deste ramo. O programa consistiu na interpretação, sob a batuta do Maestro Capitão CBMus Ferreira da Costa, das seguintes obras musicais: Danças Guerreiras do Príncipe Igor - Borodine Impressions of Cairo - Robert Wasburn Scherzo para Banda - Luis dos Santos Cardoso O Cerco de Wellington - L. Beethoven Fandango - Luis de Freitas Branco Rapsódia Portuguesa - David Sousa Concerto de Natal O Palácio Nacional de Queluz acolheu no dia 17 de Dezembro de 2006, pelas 17 horas, um Concerto de Natal, realizado pela Banda Sinfónica do Exército, de forma a assinalar a quadra festiva que se comemorava. Pela primeira vez, este concerto foi apresentado num local exterior à instituição militar, proporcionando o acolhimento de familiares, amigos e demais população de Queluz. Este evento apresentou-se lotado de público em virtude de o mesmo se desenrolar na esplendorosa Sala do Trono, em perfeita consonância com a quadra natalícia. Do programa constou: 47 r Parte: 2" Parte: lPestfort Guertere - Jacob de lIann SlIite para Banda - Jorge Salgueiro 1.0 vento quente que sopra de Sul 2. Dança com Clarinete 3. O Apelo do Mar 4. Marcha Virtual Carmen - Georges Bizet 1. Aragonaise 2. Lntermezzo 3. Les Dragons d' Alcala 4. J Iabaficra 5. Les Toréadors Cbristmas Festival - Leroy Anderson Direcção: Maestro Capitão CBMus João Afonso Cerqueira Second Suite for Military Band - Gustav I Jolst 1. March 2. Song without words 3. ong of Blacksmith 4. Fantasia n the "Dragason" Soirées MIISicales - G. Rossini (arr. Benjamin Brittcn) l.March 2. anzonetta 3.Tirolese 4.Bolero 5. Tarantella Março 2007 _ Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos Realizou-se em 3 de Novembro de 2006, na Igreja de Santa Maria de Belém, no Mosteiro dos Jerónimos a celebração dos Fiéis Defuntos, presidida por sua Excelência Reverendíssima D. Januário Torgal Ferreira, Bispo da Diocese das Forças Armadas e de Segurança. Participou nesta Eucarística, pela La vez, o coro da Academia Militar, que muita dignidade deu ao evento. É de realçar a participação da Banda Sinfónica do Exercito, através de alguns dos seus elementos, nomeadamente: lSAR Sérgio Frazão como Maestro do Coro, SAJ Jorge Dias (Trompete), lSAR Victor Mesquita (Clarinete) lSAR Luís Cascão (Tímpanos), lSAR Luís Balão (Clarinete), lSAR Nélio Barreiro (Sax-Tenor), lSAR João Belo (Flauta), lSAR Eduardo Guerreiro (Tuba), 2SAR Cláudio Nunes (Violoncelo), SOLD Manuel Caceiro (Sax-Alto), SOLD Nicolau Jesus (Trompete), SOLD Bruno Cruz (Trompa) e SOLD Ricardo Lopes (Trombone), que complementaram as vozes sempre entusiastas dos jovens alunos da Academia Militar. Comemoração dos 96 anos da proclamação da República Assinalando a passagem de mais um aniversário da Implantação da República, a Banda Sinfónica do Exército, realizou um concerto nos jardins da residência oficial do chefe de Estado. Sua Excelência o Presidente da República, Dr. Cavaco Silva, "abriu" as portas do Palácio de Belém, que neste dia festivo recebeu inúmeros visitantes, proporcionando uma plateia repleta de público. A Banda 48 Sinfónica do Exército, dirigida pelo seu Chefe Adjunto Maestro apresentou Capitão um CBMus repertório João Afonso diversificado Cerqueira, e cuidado, exclusivamente com obras de compositores Portugueses. Instrumentos Musicais? www.salaomusical.com SALAO MUSICAL DE LISBOA de: A. Fernandes da Cost., Soe. Unlp. Ld •. INSTRUMENTOS MUSICAIS ESCOLA DE MÚSICA SEOE:RvADOSANJos, 37-C 11S0-034lJl"" Tlf.:213193740 fAx:213193749 F~I"': RUA DA OU"tIRA N> CA'MO. 1 ~o<llll,cl Dia Nacional da China A Comissão do Governo Popular Central proclama que se celebra, a partir de 1950, em 1 de Outubro de todos os anos, o Dia Nacional da China, ou seja o Dia Glorioso da Implantação da República Popular da China. O EstadoMaior do Exército e a sua Banda Sinfónica associou-se à Embaixada da China que, no dia 28 de Setembro de 2006, realizou uma grandiosa recepção alusiva ao 57° aniversário da fundação da República Popular da China, realizando um concerto que presenteou e alegrou todos os presentes. Concerto de Natal da Real Irmandade de Nossa Senhora da Saúde e São Sebastião A Banda Sinfónica do Exército realizou, a convite da Irmandade de Nossa Senhora da Saúde e São Sebastião em conjunto com o Coro Lisboa Cantat, um Concerto de Natal, no dia 24 de Novembro de 2006, na Igreja de São Domingos, no Rossio em Lisboa. As duas formações, Concerto em Penafirme A Banda Sinfónica do Exército realizou, no dia 12 de Fevereiro de 2006, em Penafirrne, A-dos-Cunhados, um concerto inserido na inauguração do pavilhão desportivo do Externato de Penafirme e do lançamento do Clube Académico de Penafirme. O pavilhão que tem uma capacidade para 1200 pessoas, apresenta excelentes qualidades acústicas. Este concerto teve a particularidade de, ser o primeiro concerto dirigido pelo Maestro Ten CBMus João Afonso Cerqueira com a BSE, e apresentou o seguinte programa: conduzidas pelos respectivos Maestro Capitão CBMus Ferreira da Costa, Chefe Titular da Banda Sinfónica e Sr. Jorge Alves, Maestro Titular do Coro Lisboa Cantat, interpretaram as mais variadas composições musicais, salientando-se a grandioso Requiem de Mozart. Com esta música e na esplendorosa Igreja de São Grand Mard: Soichi Konagaya .Abertura para uma Nova Rainha .Jorge Salgueiro Rikudim Jan van der Roost Domingos, cuja origem remonta quase ao nascimento da Rock Sympbollie Manfred Scheneider nacionalidade, West Side Story Leonard Bernstein (arr: Naohiro Iwai) também profundamente embebida na história - ora grandiosa, ora trágica - da cidade de Lisboa, 49 não poderíamos encontrar ambiente mais propício para a realização deste concerto memorável e de rara beleza. __________ Março 2007 _ Concerto didáctico No âmbito dos Concertos didácticos, a Banda Sinfónica Concerto de despedida da EPC da cidade de Santarém do Exército deslocou-se à cidade do Entroncamento, ao Realizou-se em 16 de Novembro pelas 21h30, na Igreja Cine Teatro São João, com o objectivo de apresentar os da Graça, um concerto da Banda Sinfónica do Exército, instrumentos musicais aos alunos da Escola EB 2/3 Dr. numa homenagem que a Escola Prática de Cavalaria quis Ruy de Andrade. prestar à cidade de Santarém. O concerto contou com a Este é um projecto que pretende despertar novas presença de muitas individualidades civis e militares ligadas sensações, estimulando nos alunos através do sistema à cidade de Santarém, entre as quais o Presidente da Câmara auditivo, um dos primeiros sentidos já preparados para Municipal de Santarém, Dr. Moita Flores. O concerto foi receber o mundo dos sons. O objectivo dos concertos, em dirigido pelo Maestro Capitão CBMus Ferreira da Costa, forma de "aula de música", que aborda vários cõnteúdos, que interpretou o seguinte programa: é estabelecer o primeiro contacto real com sonoridades musicais, onde se exploram padrões melódicos, rítmicos e Impressões do Cairo - Robert Washburn solos instrumentais. Para além de fomentarem a influência da música na evolução do desenvolvimento e do equilíbrio físico, psíquico e social do indivíduo, os concertos contribuem também para o desenvolvimento das faculdades humanas Mars - Beffomm Dominum - Rui Rodrigues Suite .Alentejana n. 01 - III Andamento - Luís de Freitas Branco (dinâmicas, sensoriais, afectivas e mentais), A Grande Páscoa Russa - Nikolai Rimsky Korsakov harmonizando-as entre si. 50 Grupos de Música de Câmara O grupo de Música de Câmara da Banda Sinfónica do Exército continuou, ao longo do ano de 2006, a actuar em cerimónias oficiais de alto relevo Sócio-Militar. Esta formação apresentou-se nos mais variados eventos, promovidos pelas mais altas chefias do Exército, bem como pelo Ex.mo Almirante Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas. Constituem o grupo de Música de Câmara da Banda Sinfónica do Exército: Fagote - SAJ Luís Correia; Piano - SAJ Óscar Mourão; Clarinete - SAJ Alberto Lages; Oboé - lSAR Óscar Viana; Contrabaixo - 1SAR Luís Rodrigues; Flauta - 1SAR João Belo; Violoncelo - 2SAR Cláudio Nunes. ___________ Boletim da Banda Sinfónica do Exército ~I...I ... ídiCQ Cursos de Música Ministrados pela Banda Sinfónica do Exército No actual contexto do Exército, compete à Banda Sinfónica do Exército formar todos os musicos militares para depois serem distribuídos por todas as Bandas, de formá a completar todos os quadros das mesmas. A Banda Sinfónica do Exército apresenta um quadro pedagógico, composto pelos seguintes professores: CAP João Afonso Cerqueira (Técnicas de conjunto), SAJ Carlos Guerreiro (Análise e Técnicas de Composição), SAJ Jorge Dias (Acústica e Organologia/Trompete), SAJ Oscar Mourão (Formação Musical), SAJ Luís Correia (História da Música e Música de Câmara), SAJ Alberto Lages (Clarinete), lSAR Oscar Viana (Oboé), lSAR Abel Cardoso (percussão) e SAJ A. Pires (prática Instrumental Clarim). Curso de promoção a Capitão (CPC) De 26Abr06 a 30Jun06, realizou-se na Banda Sinfónica do Exército, o Curso de Promoção a Capitão - Serviços Técnicos (CPC-ST) /04 frequentado pelo Ten CBM João Afonso Cerqueira e pelo Ten CBM João Oliveira. Este curso, tem por objectivo a formação técnica específica musical dos Chefes de Banda, incidindo nas disciplinas de Análise Musical, Direcção de Banda Sinfónica/Orquestra, História da Banda Sinfónica/ Orquestra, História da Música, Instrumentação e Orquestração, Redução de Partituras ao Piano, Teoria e Técnicas de Direcção de Banda Sinfónica/Orquestra e Transcrição de Obras de Orquestra para Banda Sinfónica e Pequena Banda. Curso de promoção a Sargento-Ajudante (CPSA) O curso destina-se a Primeiros-Sargentos e tem como objectivo principal, adquirir conhecimentos teóricos e práticos para o desempenho das funções no posto de Sargento-Ajudante. No período de 06Mar06 a 07Abr06, realizou-se na Banda Sinfónica do Exército, o 10 CPSA, frequentado por 1SAR Leonel Serra, 1SAR Sérgio Mendes, lSAR Sérgio Couto, lSAR Paulo Couto, 1SAR Agostinho Ferreira, 1SAR Fernando Fernandes, lSAR Vítor Campos, lSAR Luis Rodrigues, lSAR Óscar Viana, lSAR Victor Mesquita, 1SAR Francisco Marques, 1SAR Manuel Sousa, lSARJoão Jeremias, lSAR António Ventura, lSAR Domingos Miranda e pelo lSAR Marco Correia. Foram ministradas as seguintes matérias: OMTEM (Operações e Informações), OMTEM (Logística), OMTEM (pessoal), Gestão Financeira, Legislação Militar, Escrituração Militar, Acústica e Instrumentação, Transcrições Musicais, História da Música, Harmonia, Informática, Prática Instrumental e Educação Física. Março 2007 _ 51 Educação Física Militar com 77 tempos, A Formação Científico-Tecnológica - Acústica e Organologia, Formação Musical e Análise e Técnicas de composição com 430 tempos lectivos; e por último a Formação Prática Instrumento Musical, Técnica de Conjunto, Musica de Câmara e Provas de Aptidão Profissional com 745 tempos lectivos, num total de 201 dias úteis. Curso de Formação de Sargentos (CFS) Em 04Set06 iniciou-se a 2" parte do 34° CFS, frequentado pelo 2SAR Nelson Medeiros, FUR AL João Ferreira, FUR AL Salvador Parola, FUR AL Bruno Pascoal, FUR AL Durval Arruda, FUR AL João lemos, FUR AL Bruno Praia, FUR AL Miguel Mota e pelo FUR AL Luis Sousa. A formação ministrada pela Banda Sinfónica do Exército, incide fundamentalmente nas áreas da Formação SócioCultural- História da Musica com 130 tempos lectivos e na De 27Nov06 a 26Jan07, realizou-se na Banda Sinfónica do Exército, a 2" parte da instrução completar - Parte Específica (IComp - PE) - 461 Músico, do Curso de Formação de Sargentos do 30r /VC/06 frequentado pelo 2FUR Miguel Menezes, 2FUR Adão Pires, 2FUR Tiago Vila e pelo 2FUR Carlos Gradíssimo. Este curso teve como principal novidade a admissão de Sargentos em Regime de Voluntariado e Contrato, visando a formação do naipe de Violoncelo e Contrabaixo de Cordas da BSE, de acordo com o seu Quadro Orgânico. Curso de Formação de Praças (CFP) A Banda Sinfónica do Exército, administra aos novos militares músicos do Exército Português uma formação técnicoprofissional durante a sua Instrução Complementar, através do Curso de Formação de Praças (CFP). O 6° Curso FGCPE/2005 - Parte Específica 461 Músico, decorreu no período de 28Nov05 a 02Fev06 e foi frequentado pelo SOLD Ivo Nascimento, SOLD Ana Guerreiro e pelo SOLD Lúcia Duarte. Decorreu de 15Mar06 a 17Mai06 o 8° Curso FGCPE/2005 - Parte Específica 461 Músico, frequentado pelos SOLD Ana Francisco, SOLD Sara Silva, SOLD Américo Lobato, SOLD Nicolau Jesus, SOLD José Almeida, SOLD Ricardo Lopes, SOLD Bruno Cruz, SOLD Daniel Batista, SOLD João Martins, SOLD Carlos Pinto, SOLD José Pereira, SOLD Manuel Caceiro e pelo SOLD André Pereira. o 1° Curso da Formação Geral Comum aos Praças do Exército (FGCPE) /2006 - Parte Específica 461 Músico, foi frequentado pelos SOLD João Urgeiro, SOLD T Iugo Santos, SOLD Pedro Salgado e SOLD Nuno Cardoso no período de 15Mai06 a 02Jun06. Decorreu de 9Ago06 a 12Set06 o 3° Curso FGCPE/2006Parte Específica 461 Músico, frequentado pelos SOLD Marco Fernandes, SOLD Gonçalo Pinto e OLD Rui Lopes. SONDAGENS E CAPTAÇÕES DE ÁGUA RENATO I.JMA AZENHA Rua dos Moinhos, N.· 34 Assafora 2705·495 S.João das Lampas Tel: 219610868 - fax: 219612026 Zona Industrial, Talhão 33 - 7000 Évora Tellfax: 26670 1502 ___________ o 4° Curso FGCPE/2006 - Parte Específica 461 Músico, decorreu no período de 27Set06 a 130u t06 e foi frequentado pelo SOLD Bruno Vieira. De 16Nov06 a 07Dez06, decorreu o 5° Curso FGCPE/2006 - Parte Específica 461 Músico, que foi frequentado pelos SOLD Ana Firme, OLD Roberto Gonçalves. Boletim da Banda Sinfónica do Exército -------------------- ORGANIGRAMA CHEFE TITULAR Cap CBM Ferreira da Costa Chefe Adjunto Cap CBM João Cerqueira I I ARQUIVO SECÇÃO DE COMANDO ADJUNTO BANDA SINFÓNICA DO EXÉRCITO Saj A. Dias ISar Jesus CURSOS de MÚSICA Chefe de COMANDO Director de Instrução I"- SMor C. Batista Cap CBM Ferreira da Costa Cap CBM Ferreira da Costa I EXPEDI E TE SCh S. Aguiar Inform'tlu i ~ I 'TERl'iET Sai J. Lopes SajJ. Dias Suj Lamarosa Moblliuçlol I- ~ RIIW I SUBCHEfE SMor C. Bati". CHEfEde~AlrE TO CapCBM JoiIo Cerqueira Cap CBM João Cerqueira CHEfE de NAtrE l- I- ISar L. Pedro l Ser C. Garcia CHEFEADJU I- ~ Director dos Cursos SCh S. Aguiar CHEFE d. SECÇÃO SCh F. Coelho SCh A. Ribeiro "Depósito de Uniforme, Sai D. Matos IS8r E. Guerreiro I- - DEPÓSITO. I'STRl ISar Mendes lSar Barreiro \lE"OS CHEFE de NAtrE SCh A. Ribeiro CHEFE de NAIPE 1-- SCh A. Ferreira ADJUHO Rt&ltoGeral lISar A. Sousa CORPO DOCENTE Sai J. DI.u Saj Mo..... Saj lia" ISarca ..... t- ~ } ~ t- H t-~ Sai L.c.m;, s.jC. G_rriro ISlrYta •• SajA. rir" info_portugal@gmx. amaha.com