as diferentes configuracoes familiares e as - TCC On-line

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
PERLA DENISE RIBEIRO WEINHARDT
AS DIFERENTES CONFIGURAÇÕES FAMILIARES E AS IMPLICAÇÕES NA
VIDA ACADÊMICA DAS CRIANÇAS
CURITIBA
2013
PERLA DENISE RIBEIRO WEINHARDT
AS DIFERENTES CONFIGURAÇÕES FAMILIARES E AS IMPLICAÇÕES NA
VIDA ACADÊMICA DA CRIANÇA
Monografia apresentada como requisito parcial à
conclusão do Curso de Especialização em Gestão
Escolar e Empresarial, da Universidade Tuiuti do
Paraná.
Profª. Orientadora: Olga Maria Silva Mattos
CURITIBA
2013
“A todos aqueles que contribuíram de
alguma forma para que este trabalho se
concretizasse.”
ii
AGRADECIMENTOS
A Deus pela oportunidade de viver e desfrutar
do vasto campo do conhecimento.
Por todas as pessoas que fizeram parte da minha história,
da minha vida, da minha existência.
Por todos os companheiros de jornada
e por aqueles, que como eu,
acreditam em um mundo melhor
e em uma educação mais significativa.
Pelos meus pais
que me incentivaram a prosseguir nesta jornada,
contribuíram para que eu chegasse até aqui
e souberam compreender a minha ausência,
me incentivando nos momentos difíceis.
A todos os mestres,
que me fizeram ver o mundo
de forma mais ampla e significativa,
na esperança de que por onde eu passar,
possa fazer diferença na vida de outras pessoas
como fizeram na minha.
iii
“A tarefa da educação é a iluminação da
consciência, mediante a vivência do
conhecimento que se transmite”.
(Paulo Freire)
iv
RESUMO
O presente projeto, intitulado: “As Diferentes Configurações Familiares e as implicações na
vida acadêmica das crianças”, se propõe através de uma pesquisa de literatura, na área da
Educação, investigar o que leva as crianças que vivem diferentes configurações familiares,
devido aos recasamentos, ao fracasso escolar. Lidar com as diferentes culturas em um mesmo
núcleo familiar é um desafio constante. Essas configurações estão mudando numa freqüência
consideravelmente acelerada. É um fator social e cultural, que vem trazendo como resultado,
famílias mais hibridas, que se unem nas e pelas diferenças. A partir dos casamentos desfeitos,
surgem as oportunidades de se ter meio-irmãos ou 'aproveitar' um outro pai ou outra mãe, ou
seja, de se ter uma vivência mais comunitária. Considerando que a família é o primeiro
espaço social da criança, essa diversidade pode ser algo positivo, desde que a criança saiba
qual o lugar dela dentro desse novo núcleo familiar e sinta-se segura tendo, acima de tudo, sua
individualidade respeitada. A vivência em um ambiente de pluralidade, criado com as novas
opções familiares, reflete na formação do indivíduo, pois essa fragmentação aumenta o
repertório familiar e a vivência das crianças. A mesma criança terá mais contatos com
modelos diferentes, que tendem a interferir na sua formação acadêmica.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................07
1.1 AS MUDANÇAS ESTRUTURAIS OCORRIDAS NA FAMÍLIA AO LONGO DOS
TEMPOS ................................................................................................................................. 08
2. DIVÓRCIO NO CICLO DE VIDA DA FAMÍLIA ...................................................... 10
3. MODERNIDADE X FAMÍLIA ....................................................................................... 13
4. TRANSTORNOS AFETIVOS ......................................................................................... 16
4.1 DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM E RELAÇÕES FAMILIARES ..................... 18
4.2 TRANSTORNO DE CONDUTA NA INFÂNCIA ......................................................... 21
4.2.1 COMPORTAMENTO DE FILHOS QUE TÊM PAIS SEPARADOS ......................... 23
4.4.2 Transtorno de Conduta X Aprendizagem ...................................................................... 25
5. A AFETIVIDADE NA APRENDIZAGEM .................................................................... 28
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 30
REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 31
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1. INTRODUÇÃO
Hoje, há no Brasil aproximadamente 14 milhões de famílias resultantes de experiências
dos casamentos, ou relacionamentos instáveis. É uma revolução nos costumes que abalou os
alicerces de uma instituição que parecia sólida e duradoura. Aquela família convencional, em
que maridos e mulheres viviam juntos até que a morte os separasse, ainda existe, mas está
perdendo terreno numa velocidade assombrosa. Isso também não quer dizer que é o fim das
famílias felizes. A mudança nesse perfil tem sido acompanhada por outra, igualmente
marcante, nos últimos anos.
É a forma como a sociedade se tem adaptado ao novo padrão familiar. Em muitos casos
alunos que apresentam alterações comportamentais na escola, tem sido identificadas situações
de dificuldades relacionais que acabam sendo refletidas no comportamento da criança. Os
trabalhos de diversos autores, como Ahrons (1994), Kaslow e Schwartz (1995), Peck e
Manocherian (1995), Gottman e DeClaire (2001), Dessen e Braz (2005), apontam para a
existência de inter-relações entre as relações conjugais e parentais e sua influência no
desenvolvimento da criança e da família, com destaque para as associações do conflito
conjugal e o aparecimento de sintomas comportamentais em crianças.
Ferraris (2002) chama atenção para o fato de que:
[...] as modificações estruturais da família e do estilo de vida podem originar crises
de identidade nos filhos, podendo minar seu sentimento de segurança e auto-estima.
As crianças precisam de estabilidade e pontos de referência claros que são os pilares
sobre as quais constroem sua identidade. (Ferraris, 2002)
A partir dessa compreensão, abre-se a perspectiva de análise para uma pesquisa de como
esses sintomas se manifestam na vida acadêmica das crianças, nas questões sociais,
emocionais e cognitivas.
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1.1 AS MUDANÇAS ESTRUTURAIS OCORRIDAS NA FAMÍLIA AO LONGO DOS
TEMPOS
Antigamente, era fácil entender o desenho de uma família. Nele cabiam pai, mãe e
filhos, avós, tios, sobrinhos, primos e primas. Era relação de parentesco que se estabelecia
uma única vez e perdurava a vida toda. A mudança nesse padrão tem resultado em novos e
surpreendentes quebra-cabeças familiares. Filhos de pais que se separam, e voltam a se casar,
vão colecionando uma notável rede de meios-irmãos, meias-irmãs, avós, tios e tias adotivos.
Hoje, há no Brasil milhões de famílias resultantes de experiências dos casamentos ou
relacionamentos instáveis. É uma revolução nos costumes que abalou os alicerces de uma
instituição que parecia sólida e duradoura. Aquela família convencional, em que maridos e
mulheres viviam juntos até que a morte os separasse, ainda é muito forte, mas está perdendo
terreno numa velocidade assombrosa. Num futuro não muito distante, a família nuclear,
constituída de pais e filhos de um primeiro casamento, será minoria no país. com grande
banalidade um relacionamento termina em separação e o tornando o numero de divórcios
bastante significativo.
Isso também não quer dizer que é o fim das famílias felizes. A mudança nesse perfil
tem sido acompanhada por outra, igualmente marcante, nos últimos anos. É a forma como a
sociedade se tem adaptado ao novo padrão familiar.
O novo organograma do grupo familiar, que os psicólogos chamam de famíliamosaico, é um fenômeno mundial. Nos Estados Unidos, onde os divórcios também
triplicaram nos últimos vinte anos, o número de filhos vivendo com apenas um dos pais
dobrou desde 1970. Na Inglaterra, as famílias não convencionais, resultantes de divórcios e
separações, serão maioria dentro de apenas dez anos. Isso acontece por várias razões. A
primeira, produto da revolução sexual e comportamental dos anos 60 e 70, é que as pessoas se
tornaram mais objetivas e menos hipócritas em seus relacionamentos afetivos. Para as
crianças, significa lidar com emoções desconhecidas, na maioria das vezes traumáticas, como
viver sem a presença de um dos pais, conviver com um quase estranho que de repente
apareceu para ficar, ter duas casas para passar o fim de semana, entrar em contato com
crianças que nunca viram e que, esperam os pais, sejam amadas como se fossem irmãos e
irmãs.
Estudos mostram que uma nova família leva de dois a dez anos para se tornar unidade
coesa. Mas as pessoas tendem a achar que tudo vai dar certo logo na primeira semana. O
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processo de adaptação é lento, segundo os psicólogos, e depende muito de como os pais lidam
com a situação.
Ferraris (2002) chama atenção para o fato de que as modificações estruturais da
família e do estilo de vida podem originar crises de identidade nos filhos, podendo minar seu
sentimento de segurança e auto-estima. As crianças precisam de estabilidade e pontos de
referência claros que são os pilares sobre as quais constroem sua identidade. É preciso
respeitar o luto pelas perdas sofridas com o divórcio, incluindo perda do estilo de vida, da
presença de um dos pais, de hábitos e rituais com sentido de estabilidade e ordem e às vezes
da casa, da escola e de amigos.
Ahrons (1994) também aponta que as “crianças precisam de continuidade e
estabilidade nos relacionamentos familiares” (p. 167) e menciona a importância dos pais
formarem arranjos familiares duradouros e viáveis para auxiliá-las no enfrentamento da
situação. Segundo a autora os pais muitas vezes transmitem aos filhos, sem querer, seus
sentimentos de insegurança, aumentando-lhes o estresse. Por outro lado, a autora afirma que
as crianças são capazes de tolerar as transições tão bem quanto os pais. Eles podem facilitar o
ajustamento dos filhos procurando renovar a confiança da criança, facilitando as travessias
através de rotinas padronizadas, discussões sobre a vida diária e a família e rituais, tornando o
processo uma parte normal da vida familiar.
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2. DIVÓRCIO NO CICLO DE VIDA DA FAMÍLIA
A separação conjugal ou divórcio é considerado uma crise não-previsível e costuma
alterar profundamente a organização da família, com impacto emocional em todos os níveis
geracionais. Em muitos casos a crise da separação pode trazer prejuízos emocionais para os
filhos conforme se estabelece a relação do ex-casal.
Diante da compreensão da família focada no ciclo de vida, a separação ou divórcio é
uma interrupção ou deslocamento nesse ciclo, produzindo um forte desequilíbrio que está
associado a mudanças, perdas e ganhos em todo o grupo familiar (Carter & McGoldrick,
1995). O divórcio afeta os membros da família em todos os níveis geracionais, na família
nuclear e ampliada, provocando uma crise para o sistema assim como para cada indivíduo
dentro da família (Peck & Manocherian, 1995). Visto como uma crise transacional, o divórcio
energiza a interrupção das tarefas a serem ajustadas na fase específica do ciclo vital que a
família está passando, trazendo uma série de adaptações relativas à separação e lançando a
família num estado de desequilíbrio até que ocorra uma reestabilização.
A maioria das famílias continua a ser família após o divórcio, mesmo que não
represente exatamente a mesma coisa que as famílias a que estamos tradicionalmente
acostumados. Em vez de todos viverem sob o mesmo teto, membros de famílias divorciadas
se dividem por dois ou mais lares. Esses lares maternais e paternais, que podem ou não incluir
padrastos e madrastas e meio irmãos, formam uma família binuclear. Embora o divórcio mude
de nuclear para binuclear a estrutura da família, ela continua a fazer mais ou menos a mesa
coisa que sempre fez: cuidar das crianças e socializá-las, formar estreitos laços pessoais e
tratar das necessidades financeiras de seus membros.
Os pais continuam a ser responsáveis pelo atendimento das necessidades dos filhos,
incluindo as físicas, econômicas e emocionais e o fundamento básico é que os ex-cônjuges
formem uma parceria parental suficientemente cooperativa para permitir que continuem os
laços de relação familiar. O mais importante é a ausência de rancor e o interesse mútuo pelo
bem-estar das crianças. Essa idéia da permanência da família lembra que os vínculos não são
cortados nem abolidos, eles se transformam, assumindo outras formas e significados. Embora
todo o empenho na possibilidade de um bom manejo do divórcio e no estabelecimento de uma
família binuclear, em que os pais se esforçam para dividir responsabilidades iguais na criação
dos filhos, facilmente se reconhece que a maioria das famílias não se enquadra nessa situação
e faz acordos mais tradicionais.
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Nesses acordos considerados mais tradicionais as mães geralmente assumem maior
responsabilidade pela criação dos filhos, ficam com eles a maior parte do tempo enquanto os
pais ficam com os filhos em períodos menores ou fazem visitas. Para os pais, essa situação
torna-se um desafio mesmo pensando no melhor interesse dos filhos, já que é difícil separarse como cônjuges ao mesmo tempo em que mantêm um relacionamento como pais.
Nessa fase, a família consegue lidar com as tarefas comuns do ciclo de vida familiar
com tranqüilidade. Os filhos geralmente estão livres para transitar entre as duas casas e o
mundo externo; os ex-cônjuges se sentem à vontade no relacionamento um com o outro e para
terem novos relacionamentos.
Embora todas as uniões matrimoniais sejam caracterizadas por algum grau de conflito,
os conflitos não envolvem apenas emoções negativas; pelo contrário, podem envolver
também aspectos positivos. Estratégias consideradas construtivas envolvem a resolução do
conflito ou qualquer tentativa do casal nessa direção, manifestações de apoio e afeição,
pedidos de desculpas e explicações aos filhos sobre os problemas dos pais. Por outro lado, são
consideradas estratégias destrutivas aquelas que envolvem agressão ou violência física,
isolamento, submissão, agressão ou hostilidade verbal, perseguição, ameaças à união da
família e exposição das crianças aos conflitos. Os pesquisadores têm feito distinção entre os
comportamentos construtivos e destrutivos apresentados pelos cônjuges em situação de
conflito com base em suas consequências para as crianças.
Discussões calmas, com demonstrações de apoio e de atitudes que favoreçam a
resolução dos problemas, não geram reações negativas nos filhos, sugerindo que a exposição a
conflitos menos intensos, ainda que frequentes, não parece prejudicial No entanto, a maioria
dos filhos de casais violentos acaba por presenciar episódios agressivos dos pais, que, por sua
vez, estão mais intimamente relacionados a problemas de comportamento nos filhos, o que
acarreta mais sofrimento para a criança. Quando o casal atinge um estágio em que suas
interações são marcadas, essencialmente, pela hostilidade e escárnio, as brigas se tornam
frequentes e intensas e são mais facilmente percebidas pelas crianças, levando-as a se
comportarem de diferentes maneiras (KATZ; GOTTMAN, 1993).
Crianças expostas a altos níveis de conflito estão mais propensas a desenvolverem
uma série de problemas emocionais e de comportamento durante a infância, entre os quais,
baixa auto-estima, defasagem na socialização, depressão e problemas de saúde, distúrbios de
sono e problemas de comportamento exteriorizado e interiorizado. As crianças demonstraram
mais insegurança diante de expressões de raiva por parte dos pais e de tristeza por parte das
mães. A tristeza da mãe pode significar que os problemas não serão solucionados, já que a
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mulher é quem mais se engaja na resolução dos problemas, como afirmam Gottman e Silver
(2000). Por outro lado, os homens expressam raiva mais intensamente ou de maneira mais
ameaçadora, devido às suas características físicas, o que pode gerar mais insegurança nas
crianças.
É freqüente o distanciamento dos pais e seus filhos sem a estrutura do casamento. Os
pais nem sempre conseguem estabelecer um “segundo lar” adequado para os filhos e muitas
vezes os contatos ocorrem apenas em momentos sociais, havendo pouca participação dos pais
na disciplina e rotinas. Em famílias em que os conflitos conjugais estão muito vivos, é maior a
tendência dos pais saírem das vidas dos filhos. Do ponto de vista social, os homens
divorciados têm maior facilidade. “Enquanto as mulheres se tornam mães solteiras depois do
divórcio, os homens se tornam solteiros” (Brown, 1995, p. 339).
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3. MODERNIDADE X FAMÍLIA
A relação familiar vê-se perdida diante de inúmeras inovações sociais, morais e
físicas, que acabam por alterar toda a estrutura interna do homem. A relação familiar que, a
cada dia, torna-se mais frágil e superficial, provocando a transferência da responsabilidade
dos pais a outros como: escola, professores, babás, entre outros. Assim cria-se – na família
– um ambiente hostil onde as pessoas não se conhecem, apenas dividem um espaço físico
(a casa), mas não se complementam, não se ajudam ou expressam amor umas pelas outras.
De acordo com Boechat (2003, p. 42), que fala que “Quem se perdeu não foi o jovem foi o
adulto que não está conseguindo ler a modernidade e a confunde com frieza,
distanciamento, solidão, perdas”.
Diante da velocidade com que as coisas estão acontecendo, a relação que se
estabelece entre pais e filhos traz uma série de incertezas e inseguranças quanto ao tipo de
relação familiar que deve ser construída em família, o que, normalmente, acarreta
problemas quanto a adequação do aluno ao meio social e inclusive à escola.
Içami Tiba, conceituado psiquiatra e psicodramatista, escreveu sobre a importância
que a educação familiar tem durante toda a vida do indivíduo. Independente da era em que
se está inserido, para ele:
A maior segurança para os navios pode estar no porto, mas eles foram construídos
pra singrar os mares. Por maior segurança, sentimento de preservação e de
manutenção que possam sentir junto aos pais, os filhos nasceram para singrar os
mares da vida, onde vão encontrar aventuras e riscos, terras, culturas e pessoas
diferentes. Para lá levarão seus conhecimentos e de lá trarão novidades e outros
costumes, ou, se gostarem dali, poderão permanecer, porque levam dentro de si um
pouco dos pais e de seu país. (TIBA, 2002, p.23)
Ressalta-se a importância de refletir o quanto a educação e os costumes
transmitidos pela família, influenciam à conduta e o comportamento apresentado pelo
indivíduo em qualquer local, independente da presença familiar.
Na escola não é diferente. Também nela, o aluno apresenta – ou não – os costumes
e hábitos aprendidos e vivenciados no ambiente familiar.
O acompanhamento e a relação desenvolvida em família são indispensáveis para
que o aluno se insira no ambiente escolar sem maiores problemas.
Para Tiba (1996, p.178) “É dentro de casa, na socialização familiar, que um filho
adquire, aprende e absorve a disciplina para, num futuro próximo, ter saúde social [...]”.
Entretanto, com as mudanças sociais, esta relação tem sido afetada cada vez mais.
A formatação familiar no Brasil, sofreu uma série de alterações realmente
preocupantes.
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De acordo com Kaloustian (1988, p. 22) a família é:
[...] é o lugar indispensável para a garantia da sobrevivência e da proteção integral
dos filhos e demais membros, independentemente do arranjo familiar ou da forma
como vêm se estruturando. É a família que propicia os aportes afetivos e sobretudo
materiais necessários ao desenvolvimento e bem-estar dos seus componentes. Ela
desempenha um papel decisivo na educação formal e informal, é em seu espaço que
são absorvidos os valores éticos e humanitários, e onde se aprofundam os laços de
solidariedade. É também em seu interior que se constroem as marcas entre as
gerações e são observados valores culturais.
A educação familiar é um fator bastante importante na formação da personalidade
da criança, desenvolvendo sua criticidade, ética e cidadania refletindo diretamente no
processo escolar.
Percebemos que a organização familiar não é:
[...] somente o berço da cultura e a base da sociedade futura, mas é também o centro
da vida social... A educação bem sucedida da criança na família é que vai servir de
apoio à sua criatividade e ao seu comportamento produtivo quando for adulto... A
família tem sido, é e será a influência mais poderosa para o desenvolvimento da
personalidade e do caráter das pessoas. (GOKHALE, 1980, p.33)
Seguindo essa linha de pensamento outro autor que a firma que:
[...] o comportamento das crianças no ambiente escolar e em casa é, na verdade, uma
reação às atitudes de seus pais. Foi constatado que a maioria dos problemas de
comportamento, como ausência de atenção e agressividade, é reflexo da conduta dos
pais. Uma criança, por exemplo, que não consegue, em sala de aula, ficar parada em
momento nenhum, mostrado-se sempre nervosa, brigona, agressiva com os colegas,
sempre mal arrumada, cadernos rasgados, pode ser que uma das causas para tudo
isso seja um relação conflituosa com a família ou a relação, também conflituosa,
entre os pais, os quais brigam o tempo todo na frente dos filhos e acabam
descontando na criança, com desprezo ou indiferença, com agressões físicas ou
verbais. Este fenômeno, tão comum, leva a criança a pedir ajuda, demonstrando isso
de várias maneiras, inclusive chamando a atenção para si, no ambiente escolar.
(WEIL, 1984, p.47)
A literatura defende que as crianças que têm o acompanhamento familiar – boa
convivência, relacionamento, regras, limites, entre outros – têm bom rendimento escolar,
tanto quantitativa, quanto qualitativamente, não apresentando dificuldades quanto às normas e
rotinas escolares.
Sendo assim, é importante ressaltar que, a escola tem como função estimular a
construção do conhecimento nas áreas do saber, consideradas fundamentais para o processo
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de formação de seus alunos. Essa é uma missão específica da escola, portanto, nenhuma
família tem a obrigação de ministrar ou transmitir informações específicas ou científicas. Por
outro lado, não cabe ao profissional da educação assumir responsabilidades inerentes à família
do aluno. Porém, deve despertar tratamentos respeitosos, confiantes e afetuosos, como
profissional e membro da sociedade que é, mas não como um membro da família.
A família é essencial para o desenvolvimento do indivíduo, independente de sua
formação. É no meio familiar que o indivíduo tem seus primeiros contatos com o mundo
externo, com a linguagem, com a aprendizagem e aprende os primeiros valores e hábitos. Tal
convivência é fundamental para que a criança se insira no meio escolar sem problemas de
relacionamento disciplinar, entre ele e os outros.
A sociedade urge por uma parceria de sucesso entre famílias e escolas, pois
acreditamos que só assim poderemos, realmente, fazer uma educação de qualidade e que
possa promover o bem estar de todos.
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4. TRANSTORNOS AFETIVOS
Existe uma tendência natural de se pensar na infância como um período feliz, livre de
preocupações ou de responsabilidades.
Sentimentos de tristeza em função de perdas ou manifestações de raiva decorrentes de
frustração são na maioria das vezes reações afetivas normais e passageiras e não requerem
tratamento. Porém, dependendo da intensidade, da persistência e da presença de outros
sintomas concomitantes, a tristeza e a irritabilidade podem ser indícios de quadros afetivos em
crianças e adolescentes.
A irritabilidade é um sintoma inespecífico, podendo ser encontrada em indivíduos
normais. No entanto, esta se torna patológica quando qualquer estímulo é sentido como
perturbador e a criança ou adolescente apresenta hiper-reatividade de característica
desagradável, hostil e eventualmente agressiva.
Alterações do humor com um forte componente de irritação, amargura, desgosto ou
agressividade constituem quadros disfóricos que podem estar presentes nos transtornos
afetivos. Os transtornos afetivos interferem na vida da criança e do adolescente, prejudicando
de modo importante seu rendimento escolar e seu relacionamento familiar e social.
O termo "depressão situacional" considerado por Fichtner, corresponde a reações
depressivas que podem ser encontradas no decorrer do desenvolvimento normal de uma
criança. As situações traumáticas desencadeadas por intensificação do estresse ou por perdas
significativas, como separação dos pais, nascimento de um irmão, ou também situações de
mudanças, podem ser fatores desencadeantes para o quadro de TA com humor depressivo nas
crianças. O TA com humor depressivo pode levar ao fracasso escolar, com baixa auto-estima,
ansiedade, insônia, queixas somáticas, inapetência, cansaço e perda dos interesses habituais
como esporte e lazer. Esse quadro, associado a muita expectativa dos pais, tende a prolongar a
reação depressiva devido a um efeito cumulativo de estresse. Apesar do TA ser conceituado
como um transtorno transitório, a criança necessita de um acompanhamento, porque o TA
poderá evoluir para um quadro de depressão prolongado e de intensidade variada, ou poderá
se repetir na vigência de novos estressores.
Distimia
significa
etimologicamente
"mal-humorado",
referindo-se
a
um
temperamento inclinado à melancolia. Como conceber uma criança assim? Onde estará a
alegria de viver que as pessoas desejam ver no rosto das crianças? No entanto, até nos contos
infantis encontra-se um anão chamado Zangado, que apega-se à Branca de Neve como os
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outros, apesar de tão mal humorado. Ele tem as mesmas necessidades dos outros anões, mas o
que se vê e o que chama a atenção é que ele não parece estar feliz.
Esta patologia é vista como uma depressão crônica, na qual os pacientes apresentam
diversos sintomas depressivos de pouca intensidade se comparada à depressão maior. Tem
início insidioso, começando muitas vezes na infância ou adolescência, com curso prolongado,
persistindo eventualmente durante toda a vida do indivíduo.
O diagnóstico de distimia na criança requer humor deprimido ou irritável (o humor
irritável é mais comum nas crianças do que nos adultos) presente quase todos os dias,
acompanhado de pelo menos dois dos seguintes sintomas: apetite aumentado ou diminuído;
sono aumentado ou diminuído; fadiga; baixa auto-estima; dificuldade de concentração ou de
tomar decisões; e sentimentos de desesperança. Para se ter o diagnóstico de distimia, os
sintomas devem causar intenso sofrimento ou prejuízo em áreas importantes de seu
funcionamento (interação social, rendimento escolar e outras). Há na literatura referência a
adultos distímicos como "aristocratas do sofrer", mas também pode-se observar crianças que
não se contentam com nada e se mostram infelizes cronicamente. Diferentemente de adultos,
cujos sintomas são episódicos, crianças frequentemente apresentam mudanças rápidas de
humor e podem alternar depressão e mania várias vezes em um mesmo dia. A criança tem
aumento de irritabilidade, com humor instável, sendo comuns momentos de choro isolados.
Pode se auto agredir e ser agressiva com outros. É inquieta, fala muito mais rápido do que de
costume, apresenta distraibilidade acentuada e pode ter redução da necessidade de dormir.
Pode apresentar pensamentos fantasiosos e de grandeza, como o de possuir poderes mágicos,
sofrendo acidentes por acreditar fielmente nesses poderes. Os sintomas alucinatórios e
delirantes são mais comuns na adolescência.
Os transtornos afetivos podem ocorrer na infância e na adolescência. O diagnóstico e o
tratamento precoces podem mudar o futuro de uma criança, evitando prejuízos ao
desenvolvimento e favorecendo a elaboração de vivências relacionadas aos transtornos
afetivos.
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4.1 DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM E RELAÇÕES FAMILIARES
Refletindo sobre os últimos anos, é possível perceber transformações relevantes no
modelo tradicional de família. Não se trata somente de uma reorganização estrutural, mas do
ressignificado das mais diversas e mútuas influências. A monoparentalidade, por exemplo,
vem romper com a tradição e inserir o início de uma maior flexibilidade a essas distintas
formas de expressão subjetiva na essência da família. Sendo assim, analisar a composição de
uma estrutura familiar e o relacionamento entre seus integrantes requer uma delicada
observação, uma vez que esta rede familiar está inserida num contexto sócio-histórico, sob
extensão de inúmeras situações provenientes do ambiente externo, que influem direta ou
indiretamente na rotina da família e transparecem no relacionamento com os filhos, podendo
dessa
forma,
minimizar
tensões
ou
então
maximizá-las.
Segundo a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas
relacionados à Saúde, CID 10 - Código Internacional de Doenças (2000) encontramos uma
definição para os problemas de aprendizagem, onde se encontra no capítulo intitulado
Transtorno de Desenvolvimento das Habilidades Escolares: Os transtornos nos quais as
formas clássicas de aprendizagem estão desvirtuadas desde as primeiras fases do
desenvolvimento. O comportamento não é somente a conseqüência da falta de oportunidades
de aprendizagem ou de um retardo mental, traumatismo ou doenças cerebrais. Uma pessoa
pode apresentar um problema reativo (reação ao meio) ou problema-sintoma (aprisionamento
da inteligência). Podemos definir problemas de aprendizagem como todas e quaisquer
variáveis que podem vir a bloquear ou dificultar o processo natural de aprendizagem.
Crianças e adolescentes utilizam muito a linguagem conductual (não verbal) para
expressar seus sentimentos, especialmente quando experimentam regressões devidas a
sofrimentos psíquicos como os da separação dos pais. Atitudes mais agressivas com amigos e
professores, comportamentos mais agitados, isolamento e queda no desempenho são alguns
sinais de que a criança não está bem. É fundamental que a escola seja informada pela família
do que se passa em casa. Um aspecto bastante relevante por parte da escola, é evitar “tomar
partido” ou mesmo emitir julgamentos sobre ambas as partes, pois os pais ou um deles, terão
a tendência de entrar em conflito com a escola.
A partir dos 7 anos, as crianças conseguem formar conceitos tendo a real percepção do
que está acontecendo, têm opiniões formadas e julgamento mais apropriado da situação.
Tendem a fazer constantemente perguntas, questionamentos sobre os mais diversos assuntos,
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além de manifestar tristeza e descontentamento de maneira clara e direta. É a fase que
demonstram de forma acentuada do desejo de “colo”.
Especialistas diversos afirmam que, quanto maior a criança, maiores são suas
condições psíquicas para lidar com rupturas. Mesmo assim, há o sofrimento, claro em
sintomas como distúrbios de sono, alterações no comportamento, irritabilidade, desejo de se
isolar, mudanças no apetite.
A escola é uma excelente vitrine. Habitualmente os professores identificam a mudança
de comportamento desses alunos, tendo em vista que eles são atingidos tanto na área da
conduta quanto no rendimento escolar. Manifestam ansiedade, dificuldade de atenção,
agressividade, isolamento e mesmo hiperatividade, sintomas esses chamados “equivalentes
depressivos na infância e adolescência”.
Para Alicia Fernández apud Pena & Modesto (1996), os problemas de aprendizagem
podem ser de ordem sintomática ou reativa. Os de ordem sintomática são as inibições e, para
entendê-las, é necessário descobrir a história familiar do sujeito, utilizar um tratamento
psicopedagógico clínico que liberte a inteligência e mobilize a circulação patológica do
conhecimento em seu grupo familiar. Os problemas reativos afetam o sujeito sem afetar a
inteligência. Geralmente o problema de aprendizagem é transitório, ou seja, a pessoa
apresenta deficiência ou incapacidade de ordem física (expressão), sensorial ou mental.
Habitualmente, reversíveis quando sujeitas a terapias especializadas (médicas, pedagógicas,
psicológicas, psicopedagógicas, fonoaudiológicas, terapia ocupacional, entre outras).
As evidências de que as subversões familiares provocam uma série de prejuízos para o
desenvolvimento da criança, tem provocado os pesquisadores a investigar quais são os
processos responsáveis pela associação entre essas variáveis considerando que a maioria das
famílias, em algum momento de suas trajetórias, vivencia situações conflituosas. Existe sim,
uma preocupação e a necessidade de algumas reflexões sobre esses conflitos nos
relacionamentos conjugais e seus efeitos sobre o comportamento dos filhos durante o período
escolar.
Crianças expostas a altos níveis de desordem estão mais propensas a desenvolverem
uma série de problemas emocionais e de comportamento durante a infância, entre os quais,
baixa auto-estima (PAWLAK; KLEIN, 1997), pobre interação com pares (GOTTMAN;
KATZ, 1989), depressão e problemas de saúde (NICOLOTTI; EL-SHEIK; WHISTON,
2003), distúrbios de sono (EL-SHEIK et al., 2006) e problemas de comportamento
exteriorizado e interiorizado (NICOLOTTI; EL-SHEIK; WHISTON, 2003; KATZ;
GOTTMAN, 1993; KELLER; CUMMINGS; PETERSON, 2009).
20
Grych e Fincham (1990) e Grych et al. (2000) tentam explicar por que as crianças
manifestam problemas de comportamento em resposta à hostilidade e à discórdia marital
recorrendo ao modelo denominado de cognitivo-contextual. O modelo pressupõe que os
contextos em que os conflitos ocorrem e a interpretação cognitiva dada pelas crianças
funcionam como mediadores da associação entre o relacionamento conjugal e o
desenvolvimento infantil. Nesta mesma direção, Davies e Cummings (1994) propuseram um
modelo enfatizando as reações afetivas e emocionais das crianças recorrendo à hipótese da
„segurança emocional‟. Segundo esse modelo, baseado na Teoria do Apego (BOLWBY,
1969/1990), a preocupação da criança em torno de sua segurança emocional perante situações
conflituosas exerce influência sobre a regulação de suas emoções e sobre a maneira como
enfrenta o episódio, o que, por sua vez, interfere no seu bem estar emocional e nas relações
que irá estabelecer no futuro.
Considerando as afirmações de Dessen e Braz (2005) de que as relações conjugais
satisfatórias são fontes de apoio que favorecem relações parentais de boa qualidade e,
consequentemente, um desenvolvimento infantil bem ajustado.
Segundo Gottman e DeClaire (2001), alguns tipos de conflitos conjugais afetam
profundamente a saúde física e emocional das crianças, assim como sua capacidade de
relacionamento com outras crianças. De acordo com os autores, os filhos de pais cujo
relacionamento é caracterizado por atitudes críticas, defensivas e desdenhosas, têm maior
probabilidade de manifestar comportamento anti-social e agressivo com os colegas, além de
terem mais dificuldade de regular as emoções, de concentrar-se e de acalmar-se quando
aflitos, apresentando ainda mais problemas de saúde como tosse e resfriado e passando com
mais freqüência por fases de estresse.
A reação da criança é, portanto, influenciada por sua história de exposição aos
conflitos, por suas características pessoais e pelo modo como percebe os conflitos entre os
genitores (ABLOW et al. 2009).
21
4.2 TRANSTORNO DE CONDUTA NA INFÂNCIA
A psiquiatria da infância, apresenta um dos quadros mais problemáticos que tem sido
o chamado Transtorno de Conduta, o qual se caracteriza por um padrão repetitivo e
persistente de conduta antisocial, agressiva ou desafiadora, por, no mínimo, seis meses (CID10, 2000).
Esse transtorno não deve ser confundido com o termo “distúrbio da conduta”, usado de
forma inespecífica para cognominar problemas de saúde mental que causam indisposições no
ambiente familiar e/ou escolar. Por exemplo, crianças e adolescentes desobedientes, com
dificuldades para aceitar regras e limites e que desafiam a autoridade de pais ou professores
costumam ser encaminhados aos serviços de saúde mental devido a “distúrbios da conduta”.
No entanto, o jovem que apresentam tais distúrbios nem sempre preenche critérios para a
categoria diagnóstica “transtorno de conduta”, não é apropriado para representar diagnósticos
psiquiátricos.
O Transtorno de conduta é um padrão repetitivo e persistente de comportamento no
qual são violados os direitos básicos dos outros ou normas ou regras sociais importantes
apropriadas à idade. De acordo com DSM IV (2002), as pessoas com o Transtorno de
Conduta apresentam:
* Conduta Agressiva – causadora ou propensa a causar lesões corporais a outras pessoas ou
animais.
* Conduta não agressiva – que causa perdas ou danos ao patrimônio.
* Defraudação ou Furto – sérias violações de regras.
Segundo Holmes (1997, p.329), o transtorno de conduta interfere ainda na
aprendizagem da criança, pois o rendimento escolar, particularmente em leitura e outras
habilidades verbais, em geral está abaixo do potencial com base na idade e na inteligência.
Devido ao comportamento, pode ocorrer expulsão da escola, permitindo justificar o
diagnóstico adicional de Transtorno da Aprendizagem ou Transtorno da Comunicação.
Essa categoria de diagnóstico é classificado naquilo que chamamos de Transtornos de
Comportamentos Desruptivos (TCDs), segundo o DSM.IV (2002). Os TCDs englobam o
Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, o Transtorno Desafiador e Opositivo e o
Transtorno de Conduta, propriamente dito, sob o código 312.8. Na CID.10 (2000), os
Transtornos de Conduta são chamados de Distúrbios de Conduta e estão classificados como
uma categoria isolada no código F91.
Facion (2005, p.129), afirma que:
22
Problemas familiares podem contribuir também para o desenvolvimento do Transtorno
de Conduta: procedimentos falhos de educação, conflitos conjugais ou relacionamentos
afetivos rompidos, negligências, sociopatia, dependência de álcool e substâncias químicas,
tensões, brigas, etc. Crianças que convivem com esses tipos de “pressões psicológicas e
sociais” frequentemente desenvolvem uma baixa tolerância à frustração.
Existe uma tendência à debilidade no desenvolvimento da auto-afirmação das
crianças, quando se apresenta vulnerabilidade no procedimento educacional, além de uma
desmotivação e desorientação para seguir normas sociais. Crianças que estão expostas à
violência apresentam maior predisposição para desenvolver comportamentos agressivos,
físicos e verbais. Eles apresentam maiores dificuldades na verbalização de seus sentimentos e
ideais e podem reagir com agressividade imediata, até a uma situação mal interpretada. Por
isso, eles estão sempre violando os direitos alheios.
Quanto ao tratamento do Transtorno de Conduta, existem tratamentos paliativos como
a psicologia, psiquiatria, terapia ocupacional, esportes que trazem resultados positivos no
desenvolvimento. A psicoterapia individual também é útil para resolução de problemas, já que
as crianças com Transtorno de conduta podem ter um padrão duradouro de respostas mal
adaptativas às situações da vida diária.
O tratamento da criança e o cuidado da família têm trazido sucesso em sala de aula
para o aluno que sofre com o Transtorno de Conduta, já que o foco principal é reforçar os
comportamentos desejáveis.
23
4.2.1 COMPORTAMENTO DE FILHOS QUE TÊM PAIS SEPARADOS
A partir dos 7 anos, as crianças conseguem formar conceitos tendo a real percepção do
que está acontecendo, têm opiniões formadas e julgamento mais apropriado da situação.
Tendem a fazer constantemente perguntas, questionamentos sobre os mais diversos assuntos,
além de manifestar tristeza e descontentamento de maneira clara e direta. É a fase que
demonstram de forma acentuada do desejo de “colo”. Especialistas diversos afirmam que,
quanto maior a criança, maiores são suas condições psíquicas para lidar com rupturas.
A separação dos pais, como uma fase do ciclo de vida familiar, representa uma
situação que envolve e afeta todos os membros da família, de várias formas. O sofrimento
aparece vinculado a sintomas como distúrbios de sono, alterações no comportamento,
irritabilidade, desejo de se isolar, mudanças no apetite. As mudanças deverão ser
administradas, havendo desestabilização e muito luto, necessitando ser psiquicamente
elaborado. Para os filhos, o progenitor que vai embora é sentido como ausente, ou seja, morto
(para o inconsciente). Na verdade, perde-se uma parte do vínculo - a que se baseia na relação
cotidiana, podem advir daí uma série de problemas emocionais.
Existem ainda diversos transtornos de conduta que podem surgir na criança, como
fobias, impulsividade, ausências, disritmias, explosões de raiva, timidez, roubo, mentiras,
conduta anti-social, genitalização precoce, dislexia, disgrafia, dificuldade escolar em geral,
enurese, insônia, dentre outros. Estes são importantes de serem observados numa situação em
que a família passa por crise como é o caso de uma separação e a criança acaba manifestando
nestes comportamentos ou sintomas a sua maneira de lidar com a dificuldade.
Segundo Gottman e DeClaire (2001), alguns tipos de conflitos conjugais afetam
profundamente a saúde física e emocional das crianças, assim como sua capacidade de
relacionamento com outras crianças. De acordo com os autores, os filhos de pais cujo
relacionamento é caracterizado por atitudes críticas, defensivas e desdenhosas, têm maior
probabilidade de manifestar comportamento anti-social e agressivo com os colegas, além de
terem mais dificuldade de regular as emoções, de concentrar-se e de acalmar-se quando
aflitos, apresentando ainda mais problemas de saúde como tosse e resfriado e passando com
mais freqüência por fases de estresse.
Crianças e adolescentes utilizam muito a linguagem conductual (não verbal) para
expressar seus sentimentos, especialmente quando experimentam regressões devidas a
sofrimentos psíquicos principalmente os relacionados a questões afetivas familiares. A escola
é uma excelente vitrine. Habitualmente os professores identificam a mudança de
24
comportamento desses alunos, tendo em vista que eles são atingidos tanto na área da conduta
quanto no rendimento escolar. Manifestam ansiedade, dificuldade de atenção, agressividade,
isolamento e mesmo hiperatividade, sintomas esses chamados “equivalentes depressivos na
infância e adolescência”. Algumas crianças consideram a escola como um refúgio dos
problemas familiares, pois, tanto o ambiente escolar quanto os professores, continuam
constantes em sua vida durante esse período de grande reviravolta existencial. Mesmo assim,
nem sempre esses alunos aceitarão conversar a respeito das dificuldades que enfrentam em
casa (neste caso, a separação). Novamente, serão as alterações em seu desempenho e
comportamento que denunciarão a existência de problemas emocionais.
Atitudes mais agressivas com amigos e professores, comportamentos mais agitados,
isolamento e queda no desempenho são alguns sinais de que a criança não está bem. É
fundamental que a escola seja informada pela família do que se passa em casa. Um aspecto
bastante relevante por parte da escola é evitar “tomar partido” ou mesmo emitir julgamentos
sobre ambas as partes, pois os pais ou um deles, terão a tendência de entrar em conflito com a
escola. A sensação de solidão, tristeza e a dificuldade de concentração na escola, tudo isso
contribui para uma depressão infantil ou da adolescência, complicando muito o interrelacionamento pessoal e o rendimento escolar. Pode haver dificuldade de concentração,
motivação insuficiente para completar tarefas, comportamento agressivos com os colegas e
faltas em excesso. Não se afasta, nesses casos, a necessidade dos professores orientarem
algum ou ambos os pais para a procura de ajuda especializada para o aluno.
O tão mal afamado "aluno-problema", pode ser reflexo de algum transtorno
emocional, muitas vezes advindo de relações familiares conturbadas, de situações trágicas ou
transtornos do desenvolvimento, e esse tipo de estigmatização docente passa a ser um fardo a
mais, mais um dilema e aflição emocional agravante. Para esses casos, o conhecimento e
sensibilidade dos professores podem se constituir em um bálsamo para corações e mentes
conturbados.
25
4.4.2 Transtorno de Conduta X Aprendizagem
Para identificar em uma criança dificuldade de aprendizagem devido ao Transtorno de
Conduta, é importante conceituar o significado de aprendizagem. Segundo Paula, Beber,
Baggio e Petry (2006, p. 225): Em alguns manuais de Psicologia, a aprendizagem é definida
como uma mudança de comportamento resultante da prática ou a experiência anterior. A
aprendizagem é a mudança de comportamento viabilizada pela plasticidade dos processos
neurais cognitivos.
Pode-se dizer, assim, que a aprendizagem é um procedimento que alcança o
desenvolvimento do indivíduo, manifestando mudança no comportamento.
Estudiosos da Psicologia do Desenvolvimento afirmam que é entre os cinco e seis
anos que a criança se desenvolve socialmente, pois entra em contato com ambientes que não
lhe são familiares. Quando a criança é inserida na escola, ela é provocada pela leitura, pela
escrita, por conceitos matemáticos que fazem parte de sua aprendizagem. Assim, é necessária
uma atenção e concentração neste processo de desenvolvimento infantil, para que assim,
ocorra de modo adequado. Entretanto, quando a criança sofre de Transtorno de Conduta,
surgem interferências prejudicando o aprendizado escolar.
Para Passos (2006, p. 4): A escola também é um importante espaço de formação da
personalidade e de comportamento das crianças. Nesta instituição, a criança se ajusta
socialmente e se depara com inúmeros desafios. É na escola que a criança amplia sua rede de
relações interpessoais.
A escola é um ambiente próprio para avaliar o emocional das crianças, pois é lá que o
desempenho dos alunos é julgado, podendo ser comparado estatisticamente com o de seus
pares, com seu grupo etário e social.
Situações que acontecem dentro da sala de aula permitem que o professor atue tanto
beneficamente quanto consciente ou inconscientemente, fazendo com que agrave as condições
de comportamento do aluno.
De acordo com Paula, Beber, Baggio e Petry (2006, p. 225):
A aprendizagem infantil, no que tange ao processo escolar em geral, está intimamente
relacionada ao desenvolvimento da criança, às figuras representativas desta aprendizagem
(escola, professores), ambiente de aprendizagem formal, condições orgânicas, condições
emocionais e estrutura familiar. Qualquer intercorrência em um ou mais destes fatores pode
influenciar, direta ou indiretamente, o processo de aquisição da aprendizagem.
26
O Transtorno de Conduta reflete no mais conhecido “aluno-problema”, isso porque,
muitas vezes ao entrar na escola, essa criança chega com um histórico familiar conturbado, de
situações trágicas. Isso faz com que muitos professores acreditem que esses alunos são um
fardo para o desenvolvimento de suas aulas. Para Ballone e Moura (2008, p.2):
Erram alguns professores menos avisados, ao considerar que todas as crianças
devessem sentir e reagir da mesma maneira aos estímulos e às situações ou, que é pior,
acreditar que submetendo indistintamente todos os alunos às mais diversas situações,
quaisquer dificuldades adaptativas, sensibilidades afetivas, traços de retraimento e introversão
se corrigiriam diante desses “desafios” ou diante da possibilidade do ridículo. Na realidade
podem piorar muito o sentimento de inferioridade a ponto da criança não mais querer
frequentar aquela classe ou, em casos mais graves, não querer ir mais a escola.
Crianças com Transtorno de Conduta, geralmente, se direcionam ao professor com
agressividade quando sua autonomia é cortada. Essa rebeldia pode se manifestar de forma
ativa – agindo de modo contrário, o que é ordenado com muita agressividade; de forma
passiva – a criança é apática, muitas vezes considerada boazinha, passando, assim, por
despercebido.
O modo de tratamento no ambiente escolar a essas crianças que sofrem de Transtorno
de Conduta é um dos principais componentes que constitui em a dificuldade escolar. Ou seja,
a falta de motivação e capacitação de professores, supervisores e orientador educacional
retarda o diagnóstico e os cuidados com a saúde da criança.
A interação professor-aluno é essencial. A criança deve sentir-se segura dentro do
ambiente escolar, não sendo discriminada pelo comportamento, a cor ou condições
financeiras. É fundamental a organização escolar procurar conhecer a clientela que a escola
recebe, provoca diferenças no perfil da criança, fazendo com que o processo escolar torne-se
mais eficiente, a partir da construção do plano de aula, considerando a característica de cada
aluno.
A escola deve procurar diminuir o grau de exigência quando relacionado com a
competitividade e criar ambientes que ajudem no desenvolvimento de cada criança. Embora
os alunos estejam dentro da normalidade, ainda não se adaptaram ao ritmo da escola.
Criar projetos que estimulem a participação da família e do educando nas decisões da
escola, permite que aumente a capacidade do trabalho em grupo, da sociedade e da equipe
escolar.
É interessante a elaboração prévia de um perfil diagnóstico de cada aluno, assim
permite a formação de salas mais homogêneas e a construção metodológica seria iniciada
27
mais precocemente. Com isso, evita a formação de salas heterogêneas, valorizando o
conhecimento da criança antes da sua entrada na escola.
O trabalho em conjunto da saúde e educação tem sido um grande desafio, isso porque
o tratamento de crianças carentes tem sido massificado e indiferenciado. É preciso construir
uma equipe multidisciplinar que seja responsável em fazer o diagnóstico e os cuidados
necessários à criança com Transtorno de Conduta. Ou seja, o professor precisa estar
capacitado, para que possa ter um olhar clínico e, junto com o neuropedagogo ou
psicopedagogo, construa um relatório para que a família do aluno procure os tratamentos de
saúde adequados.
28
5. A AFETIVIDADE NA APRENDIZAGEM
O aspecto afetivo tem um denso controle sobre o desenvolvimento intelectual,
podendo acelerar ou atenuar o ritmo esse processo, determinando inclusive sobre que
conteúdos a atividade intelectual se concentrará. Na teoria de Piaget (1987), o
desenvolvimento intelectual é considerado como tendo dois componentes: um cognitivo e
outro afetivo, onde paralelo ao desenvolvimento cognitivo se encontra o desenvolvimento
afetivo. Afeto inclui sentimentos, interesses, desejos, tendências, valores e emoções em geral
e se apresenta em várias conjunções, incluindo os sentimentos como o amor, a raiva,
depressão e também aspectos expressivos como o sorriso, o grito e lágrimas.
Na visão de Piaget, o afeto se desenvolve no mesmo sentido que a cognição ou
inteligência, sendo a responsável pela ativação da atividade intelectual.
Afirma ainda que a atividade intelectual não pode ser separada do funcionamento
"total" do organismo. Assim sendo, ele considerou o funcionamento intelectual como uma
forma especial de atividade biológica. Ambas as atividades, intelectual e biológica, são partes
do processo global através do qual o organismo adapta-se ao meio e constitui o conhecimento.
Piaget idealizou a inteligência como tendo dois aspectos, o cognitivo e o afetivo.
O aspecto cognitivo tem três componentes: o conteúdo, a função e a estrutura. Ele
identificou três tipos de conhecimento: o conhecimento físico, o conhecimento lógicomatemático e conhecimento social. O conhecimento físico é o conhecimento das propriedades
dos objetos e é derivado das ações sobre os objetos. O conhecimento lógico-matemático é o
conhecimento construído com base nas ações sobre os objetos.
O conhecimento social é o conhecimento sobre as coisas criadas pelas culturas e acontece
através da interação com as outras pessoas e o meio ambiente. Cada tipo de conhecimento
depende das ações físicas ou mentais. As ações instrumentais do desenvolvimento são aquelas
que geram desequilíbrios e conduzem ao esforço de estabelecer equilíbrio (equilibração).
Assimilação e acomodação são os agentes de equilibração, o auto-regulador do
desenvolvimento.
O desenvolvimento afetivo ocorre de modo semelhante ao desenvolvimento cognitivo.
Isto é, as estruturas afetivas são construídas como as estruturas cognitivas. O aspecto afetivo é
responsável pela ativação da atividade intelectual e pela seleção dos objetos sobre os quais
agirem.
Algumas recomendações são interessantes, levando-se em consideração a teoria
piagetiana:
29
1. Os pais e professores devem assumir relações de respeito mútuo com as crianças, e não
autoridade, pelo menos alguma parte do tempo em que permanecem juntos. Assim, poderão
encorajá-las
a
resolver
problemas
por
si
mesmos
e
desenvolver
autonomia
2. Quando a punição às crianças se fizer necessária, ela deve estar baseada na reciprocidade e
não na expiação. Por exemplo, a criança que se recusa a juntar os seus brinquedos, pode ser
privada de retirá-los do local onde devem permanecer nos momentos em que não estão sendo
utilizados. A criança que maltrata colegas, deve ser negada a interação com outras crianças.
3. É também responsabilidade do professor promover a interação social na sala de aula,
encorajando o questionamento e a reflexão das dificuldades que possam ser levantadas pelas
crianças.
4. Os professores podem envolver os alunos, mesmo aqueles ainda na Educação Infantil, em
discussões de problemas conduzindo-as à reorganização de seus conceitos. O conflito
cognitivo é necessário para a reestruturação do raciocínio e para desenvolvimento mental.
5. Reestruturar o espaço escolar permite maior participação dos alunos nos aspectos
significativos do processo de direção e administração da escola. A responsabilidade, a
cooperação e autodisciplina não podem ser transmitidas às crianças autoritariamente. Esses
conceitos devem ser construídos por elas a partir de suas próprias experiências, sendo
essenciais
as
relações
de
respeito
mútuo.
Em vários livros Piaget descreve cuidadosamente o desenvolvimento afetivo e
cognitivo do nascimento até a vida adulta, dando ênfase na infância. A autoestima mantém
uma estreita relação com a motivação ou interesse da criança para aprender tendo o afeto
como o princípio norteador da autoestima. A criança após ter desenvolvido o vínculo afetivo,
a aprendizagem, a motivação e a disciplina passam a ser uma ponte para conseguir o
autocontrole
pessoal
e
o
bem
estar
emocional.
O ser humano é um ser social, sua identidade resulta das relações com os outros, ou
seja, essa identidade começa a ser construída durante a infância, a partir dos primeiros
vínculos formados na família. No momento em que há uma ruptura drástica desse vínculo, a
criança vivencia rejeição e culpa. Ela cresce com sentimentos de auto piedade, podendo
desenvolver uma identidade vitimada.
30
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Lidar com as diferentes culturas em um mesmo núcleo familiar é um desafio
constante. Essas configurações estão mudando numa freqüência consideravelmente acelerada.
É um fator social e cultural, que vem trazendo como resultado, famílias mais hibridas, que se
unem nas diferenças e por elas também. A partir dos casamentos desfeitos, surgem as
oportunidades de se ter meio-irmãos ou 'aproveitar' um outro pai ou outra mãe, ou seja, de se
ter uma vivência mais comunitária.
É possível observar como os processos de interação afetiva, familiar e escolar, bem
como
os
seus
vínculos
promovem
um
gerenciamento
das
nossas
habilidades/inteligências/aptidões. A falta de vínculos afetivos (familiar e escolar) e o
desajuste das relações familiares, consequentemente vêm a interferir no desempenho da
criança na aquisição da aprendizagem.
A família, como parte integrante do processo ensino-aprendizagem, não pode ser
descartada. Uma família bem estruturada é um fator que auxilia no processo de ensinoaprendizagem e surgindo uma dificuldade de aprendizagem, ela também poderá contribuir na
intervenção
proposta
pela
instituição
escolar.
Diversos aspectos revelam como o conflito conjugal ultrapassa barreiras e atinge os
filhos, trazendo exemplos condizentes com o que está relatado na literatura e fundamentando
a compreensão de que um sintoma apresentado por uma criança pode ser reflexo das relações
familiares nas quais ela está inserida. Evidencia então novamente o quanto a influência do
conflito conjugal pode favorecer o desenvolvimento de sintomas nos filhos, colocando-os em
riscos nos termos emocionais e psicológicos, apresentando desde dificuldades escolares e
comportamento problemático com amigos até sintomas somáticos.
A conscientização dos pais de que o direito a participação da vida familiar com
respeito e dignidade é um direito da criança previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente
e consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança, é de suma
importância. Sendo assim, o cenário escolar é o palco onde gestores educadores podem e
devem observar situações e comportamentos que possam estar sendo desencadeados em
função de enfrentamentos familiares.
31
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