Pressupostos Teáricos para a Organização do Planejamento Pré-Escolar Hélia de Freitas Lima Fernandes * RESUMO A autora evidencia as mudanças anátomo-fisiológicas e psicológicas como pontos referenciais do desenvolvimento da criança. Apoiada nos fundamentos biológicos, psicológicos e sociais, propõe uma linha teóri­ ca para a organização do planejamento da educação Pré-Escolar. 1. INTRODUÇÃO A criança é um ser em desenvolvimento, sofre mudanças anátomo­ fisiológicas e psicológicas que se processam continuamente em estruturas cada vez mais complexas, produzindo um todo unificado e dinâmico. O desenvolvimento é um processo que se baseia numa seqüência de fatos biológicos, psicológicos e sociais estreitamente interrelacionados. Existem períodos críticos para o desenvolvimento de certos órÇJãos e funções e deve-se eVltaIj tanto quanto possível,as interterências negativas durante estes períodos, as quais podem prejudicar o desenvolviõnento normal ocasionando deficiências ou disfunções permanentes. Muitos des­ tes períodos localizam-se na infância, em especial no período de 3 a 6 anos. Se quisermos controlar e aumentar o ritmo de desenvolvimento da criança, temos que conhecê-Ia, identificando e analisando os vários fatores que contribuem para o mesmo. Devemos considerar a sua constituição biológica, suas experiências culturais e seus processos psicológicos próprios os quais servem de base para tais experiências. A criança deve ser encarada sob o ponto de vista * Professora do Centro de Ciências da Educação (Departamento de Metodologia de Ensino) da Universidade Federal de Santa Catarina. 38 Perspectiva; r. CE[), Florianópolis, 1(2), 38-52. Jan./Jun. 1984 evolutivo, considerando-se os trésl cultural que, orientados harmoniI mento normal e sua realização ~ uma estratégia utilizada para desI de desenvolvimento que é irxivi reconhecer os múltiplos processI facilita e acelera ou inibe e frustra a conjunto. Não há ordem de prioi rência por um deles. Refletindo essa concepção. opI ressalte esses aspectos do deserwI Ihados pelo professor auxiliarão oi básicas. A estrutura curricular tem C'lJI1 desenvolvimento infantil dos quai na forma de objetivos: oferecer, à criança. ~ mente, os aspectos físico.• compensar o possÍVel élItr"a!I pela carência cultural: desenvolver as habilidadel para o 1~ grau. Numa tentativa de situar estI didático, admitimos que estes til matéria e os objetivos especificos~ conteúdo. Entendemos que a l'T'IiJIl a ser trabalhado" pela educação PI cessos" pelos quais as crianças Cl vimento. A orientação do aspecto c3 se na teoria de Jean Piaget. O qd objetivo possibilitar a visualização • 2. DESENVOL~NTO 2.1. Aspecto Biológico 2.1.1. Introdução Há uma íntima relação e1"'Itre ceitui'l-se crescimento como o • i'erspectiva; r. CED, FloriaI::ó;>::.:.s.. : n. )ara a nento Uma Fernandes * ioIógicas e psicológicas da criança. Apoiada nos . propõe uma linha teóri­ educação Pré-Escolar. udanças anátomo­ lente em estruturas kado e dinâmico. luma seqüência de ~ interrelacionados. de certos ór!=jãos e rerências negativas :> desenvolvimento nentes. Muitos des­ riodo de 3 a 6 anos. esenvolvimento da do os vários fatores . suas experiências ais servem de base Ib o ponto de vista .~odologia de Ensino} 33-52. Jan./Jun. 1984 evolutivo, considerando-se os três aspectos: biológico, psicológico e sócio­ cultural que, orientados harmoniosamente, possibilitarão o desenvolvi­ mento normal e sua realização como pessoa. A divisão em três aspectos é uma estratégia utilizada para destacar as etapas importantes do processo de desenvolvimento que é indivisível. É responsabilidade do educador reconhecer os múltiplos processos pelos quais cada um dos aspectos facilita e acelera ou inibe e frustra o desenvolvimento, separadamente e em conjunto. Não há ordem de prioridade entre eles, nem ênfase ou prefe­ rência por um deles. Refletindo essa concepção, optamos por uma estrutura curricular que ressalte esses aspectos do desenvolvimento, os quais devidamente traba­ lhados pelo professor auxiliarão a criança a construir certas habilidades básicas. A estrutura curricular tem como base os três grandes aspectos do desenvolvimento infantil dos quais I derivam I os sub-aspectos colocados na forma de objetivos: oferecer, à criança, oportunidade para que desenvolva. harmonica­ mente, os aspectos físico, emocional, social e intelectual; compensar o possível atraso, no seu desenvolvimento ocasionado pela carência cultural; desenvolver as habilidades necessárias ao período preparatório para oI'? grau. Numa tentativa de situar esta estrutura curricular do ponto de vista didático, admitimos que estes três grandes aspectos constituiriam' a matéria e os objetivos específicos de cada sub-aspecto representariam o conteúdo. Entendemos que a matéria é aqui considerada como o "campo a ser trabalhado" pela educação pré-escolar e o conteúdo como "os pro­ cessos" pelos quais as crianças construirão as etapas de seu desenvol­ vimento. A orientação do aspecto cognitivo da estrutura curricular baseou­ se na teoria de Jean Piaget. O quadro apresentado a seguir, tem como objetivo possibilitar a visualização das idéias expostas: 2. DESENVOL~ENTO 2.1. Aspecto Biológico 2.1.1. Introdução Há uma íntima relação entre crescimento e desenvolvimento. Con­ ceitui'I-se crescimento como o aumento físico do corpo no seu todo ou rerspectiva; r. CED, Florianópolis, 1(2), 38-52. Jan./Jun. 1984 39 b) os fatores sociais import~ntesmodificadores4 na família, a qualidade da i cacionais, interferem no 911 c) os fatores Cll1rur.­ auxílio ao desenvo~ nais de comportamento. a modo evidente, o tempo n como:permanecer~ consideradas dependenles, Como o desenvolvimel orgânicos e também do iIl desenvolvimento com lnliI formação de hábitos que ~ crescimento. Para o aperfe~ ótimo, a pré-escola deYerci Q o desenvolvimento de capiIll movimento, velocidade e J coordenação. As crianças em fase ~ idade, apresentam, do ~ peso e altura aco~ coordenação motora Os ~ da coordenação motora e dos os exercícios de força t!il Resumindo, co~ sub-aspectos do aspecto bid objetivos e trabalhadas ~ assegurar o perfeito ~ em partes e desenvolvimento como o aumento de complexidade na rea­ lização das diferentes funções do organismo. O crescimento e o desenvol­ vimento não se realizam independentemente, em áreas ou sistemas distin­ tos, mas representam uma continuidade de interação entre o potencial genético e o meio-ambiente. São influenciados por fatores intrínsecos e extrínsecos. São fatores intrínsecos aqueles derivados do trabalho do próprio organismo e subdividem-se em: fatores genéticos, que abrangem todas as características herdadas; fatores hormonais que compreendem a ação conjugada do hormânio,de crescimento (secretado pela hipófise), hormô­ nios sexuais (provenientes dos ovários e testículos) e hormônio tireoideano; finalmente fatores nervosos que se conjugam aos fatores hormonais. São extrínsecos, os fatores externos que agem sobre o organismo e que dependem das condições sociais e ambientais. Nesta categoria se enquadram: a) os fatores nutritivos - onde a qualidade e a quantidade de absorção dos elementos essenciais à vida (água, oxigênio, alimentação) são fundamentais para um crescimento ótimo; Oferecer a criança ~ a) formar hábitos ~ alimentar, corporal e do ~ b) desenvolver: a coordenação do 11I - agilidade, destreza.. 40 Perspectiva: r. CEG, Plotia::>ãpaI Perspectiva; r. CE[), Florianópolis, 1(2), 38-52. Jan./Jun. 1984 ai 2.1.2 - Objetivos ~:<: C.: LTUR1.l ) de complexidade na rea­ :rescimento e o desenvol­ rt áreas ou sistemas distin­ leração entre o potencial ; por fatores intrínsecos e » do trabalho do próprio que abrangem todas as .te compreendem a ação lido pela hipófise). hormô­ 5) e hormônio tireoideano; 1 aos fatores hormonais. gem sobre o organismo e entais. Nesta categoria se IIS, idade e a quantidade de oxigênio. alimentação) lJa, tis, 1(2), 38-52. Jan./Jun. 1984 b) os fatores sociais e emocionais - tem sido enfatizados como importantes modificadores do crescimento potencial. Aposição da criança na família, a qualidade da interação entre pais e filhos, os padrões edu­ cacionais, interferem no grau de realização da criança; c) os fatores culturais - podem constituir-se num obstáculo ou auxílio ao desenvolvimento. quando se colocam expectativas convencio­ nais de comportamento. Os fatores culturais são capazes de alterar, de modo evidente, o tempo médio para a aquisição de certas habilidades como: permanecer sentada, engatinhar, pôr-se de pé. caminhar, que são consideradas dependentes da maturação. Como o desenvolvimento harmônico e regular depende de fatores orgânicos e também do ambiente, a pré-escola deverá favorecer esse desenvolvimento com uma programação adequada contribuindo para a formação de hábitos que garantam a manutenção da saúde e o ritmo do crescimento. Para o aperfeiçoamento do potencial físico e seu aproveitamento ótimo, a pré-escola deverá contribuir através de atividades que promovam o desenvolvimento de capacidades físicas: força, flexibilidade. equilíbrio, movimento, velocidade e físico-psíquicas: contração. relaxamento e coordenação. As crianças em fase pré-escolar (3 a 6 anos) comparadas às de maior idade, apresentam, do ponto de vista físico. um crescimento mais lento em peso e altura acompanhado de um desenvolvimento mais rápido em coordenação motora. Os exercícios físicos devem visar o aperfeiçoamento da coordenação motora e a independência muscular. São desaconselha~ dos os exercícios de força e as atividades de longa duração. Resumindo, concluimos que higiene, nutrição e saúde c.onstituem sub-aspectos do aspecto biológico. Devem ser caracterizadas em forma de objetivos e trabalhadas através de atividades adequadas à pré-escola para assegurar o perfeito desenvolvimento da criança. 2.1.2 - Objetivos Oferecer a criança condições para: a) formar hábitos sadios quanto à manutenção da saúde, higiene alimentar, corporal e do vestuário; b) desenvolver: a coordenação do movimento, - agilidade, destreza, resistência física. flexibilidade. Perspectiva; r. CEID, Florianópolis, 1(2), 38-52. Jan./Jun. 1984 41 2.2. Aspecto Psicológico 2.2.1. - Introdução o homem conhece o mundo exterior onde se encontra. Piagetexplica a capacidade de conhecer, como sendo a capacidade que o indivíduo tem de estabelecer relações. Esta capacidade existe graças ao conjunto de estruturas específicas mentais para o ato de conhecer. O homem conhece o mundo exterior através de estruturas mentais. Estas não são inatas. Ao nascer, o indivíduo tem somente a possibilidade de construi-las e esta (:onstrução está em dependência direta das solicitações e "estimulações do meio ambiente que o cerca. Piaget caracteriza o desenvolvimento cognitivo em quatro etapas que obedecem a uma sequência, sendo as aquisições de cada uma delas, subestruturas para a aquisição da etapa seguinte. A primeira etapa (período sensório-motor/O a 2 anos) caracterizase pela formação das subestruturas básicas para o desenvolvimento do período seguinte, isto é, período simbólico. No período sensório-motor a criança conqUista o universo que a cerca através da percepção e dos movimentos. Na terceira etapa (período intuitivol 5 a 7 anos) a criança classifica e seria empincamente; é prélógica e suplementa a lógica pelo mecanismo da intuição. Graças ~ linguagem, toma-se capaz de reconstruir suas ações passadas sob forma de narrativa e antecipar suas ações futuras pela representação verbal. Daí resultam três consequências essenciais para o desenvolvimento mental: o início da socialização, o aparecimento do pensamento propriamente dito e finalmente uma interiorização de ação. No final desta etapa o pensamento da criança entra em transição caminhando para o período de operações concretas (7 a 12 anos). A construção de estruturas mentais na criança depende fundamentalmente do ambiente que a cerca e, segundo Piaget, ambientes que restringem oportunidades exploratórias, retardam o desenvolvimento e ambientes intelectualmente estimulantes o promovem. Compete á Préescola criar condições de estimulação adequadas e ricas a fim de promover o desenvolvimento cognitivo das crianças. (FOTO N~ 1) 2.2.2 - ObjetIVOS do aspecto cognitivo: a) Explorar o meio ambiente detendo-se em seus elementos; a) Agir sobre o meio conhecendo-o através da própria ação; (FOTO 42 "V_:.__ N~ j 2) -1 As crianças desenvo~ • observa demonstracã:: =.a , Perspectiva; r. CED, Florianópol1s, 1(2). 38-52. Jan./Jun. 1984 (Cv~EW ! lde se encontra. Piaget explica pacidade que o indivíduo tem E!XÍSte graças ao conjunto de conhecer. O homem conhece Itais. Estas não são inatas. Ao ilidade de construi-Ias e esta solicitações e estimulações do ~ o em quatro etapas que iições de cada uma delas, sub- 1t.e. IOtar/O a 2 anos) caracteriza- para o desenvolvimento do No período sensório-motor a I através da percepção e dos IS a 7 anos) a criança classifica e enta a lógica pelo mecanismo 2IpaZ de reconstruir suas ações :ipar suas ações futuras pela nsequências essenciais para o taÇão, o aparecimento do penma interiorização de ação. No ntra em transição caminhando a 12 anos). a criança depende fundamenrJUlldo Piaget, ambientes que ~dam o desenvolvimento e ) promovem. Compete á PréllJadas e ricas a fim de promo- ;as. (fOTO N~ 1) iII'o: m seus elementos; 5 da própria ação; Dópolis. 1(2), 38-52. (fOTO N~ JanJJun. 1984 2) As crianças desenvolvem atividades de grupo e individuais, enquanto uma delas observa demonstração da professora. (Curso Elementar Menino Jesus - Florianópolis) c) Estruturar progres!lll organização do con1 d) Expressar o conheci 2.2.3 - COllt.el.d A fim de atingir os CI tivo em três campos ~ tico e Perceptivo-rnotorl forma de esquema: LINGUAGEM: A - Funções~ conscie~ percepção vil percepção~ percepção~ B C - percepção tel orientação elIII Ampliação do 11 articulatário: - nomear-se - nomear seus nomear objeI nomearpeçl nomear par1e nomearaiml nomear anirn nomear meia nomear Yeget nomear brinq nomearaçõe nomear objeI nomear figu1 Ampliação da kI morfosintaxe: afirmação e n sessivo), artig estrutura dos "O comportamento afirma-se em cada individuo com as experiências que faz no ambiente" - Maria Montessori - (Curso Elementar Menino Jesus- Florianópolis) --------- Perspectiva.; r. CED. Y..ocalI 15 .... c) Estruturar progressivamente as experiências adquiridas tendendo à organização do conhecimento; d) Expressar o conhecimento. 2.2.3 - Conteúdo Programático A fim de atingir os objetivos propostos, subdividimos o aspecto cognitivo em três campos específicos; Unguagem, Raciocínio lógico-matemático e Perceptivo-motor aos quais sugerimos conteúdos programáticos em forma de esquema: \~c"" • LINGUAGEM: A - • B C - Funçóes básicas de linguagem: conscientização corporal: as partes do corpo percepção visual: formas, cores, tamanhos percepção auditiva: som, fontes sonoras percepção tátil: sensações térmicas, espessuras, pesos, texturas percepção temporal orientação espacial Ampliação do vocabulário em adequação ao desenvolvimento articulatório: - nomear-se - nomear seus familiares nomear objetos de seu uso pessoal nomear peças do vestuário nomear partes da casa nomear alimentos nomear animais nomear meios de transporte nomear vegetais nomear brinquedos nomear ações nomear objetos nomear figuras diversas Ampliação da linguagem de acordo com estruturas gramaticais: morfosintaxe: substantivo, verbo, advérbio (modo, tempo, lugar, afirmação e negação), pronome (pessoal, demonstrativo e possessivo), artigo, preposição, conjunção estrutura dos vocábulos: flexões gramaticais verbais (pessoa, experiências que 15- Florianópolis) Perspectiva; r. CED, Florianópolis, 1(2), 38-52. Jan.jJun. 1984 45 D - E - número, tempo, modo),. flexões gramaticais nominais (gênero, número, grau), análise, estrutural dos vocábulos (prefixos e I sufixos) organização frasal: estruturação, seleção de vocabulários, extensão. Uso da linguagem para ampliar o pensamento: - organização de idéias - seqüência lógica Uso da linguagem como meio de comunicação: através de estímulos auditivos, visuais, táteis, olfativos e gustativos através de mensagens verbais através de interpretação de mensagens através da transmissão de mensagens. B C - RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO A B C D E F G H I J - Observação e exploração do seu ambiente Manipulação dos elementos do ambiente Classificação de figuras geométricas planas segundo sua forma: quadrado, triângulo, retângulo e círculo. Seriação: maior/menor, altolbaixo, fino/grosso, curto/comprido. Verbalização primeiro/último, o que vem antes/o que vem depois. Ordenação de fatos, ações ou gravuras em seqüência temporal. Vivência de experiências que envolvam conceitos de: ida/volta, construir/destruir/reconstruir. Estabelecimento de relações entre elementos. Noções. de conjuntos. Noções de pertinência e não pertinência. PERCEPTNO-MOTOR A - 46 Desenvolvimento do esquema corporal: o corpo como um todo o corpo em partes movimentos globais e parciais imobilidade e movimento Perspectiva; r. CEn. Florianópolis, 1(2), 38-52. Jan./Jun. 1984 D E F G - contração relaxamefl equilíbrio estático e c expressão corporal i Desenvolvimento da oriI relações entre corpo relações entre cOflXl relações entre ccxpo relações entre objeb:I movimentação adeq domínio progressr.'O Desenvolvimento da oriI organização de esm duração comparação de ritm comparação de inteI comparação de dlr.I relações têmporo-e!ll Desenvolvimento do riII próprio ritmos difere.ltes mudanças rítmicas ' reprodução de ritmIi expressão rítmica. Desenvolvimento da ~ - movimentos rnarlUii Desenvolvimento da peIl - discriminação de e!i e olfativos. Desenvolvimento da 0iIJ 2.2.4 - Aspecto afetiwo; O aspecto afetivo-emoc::ial decisivo para a realização do hl um clima de livre expressão eIl achará justas as sanções e I caráter dramático. No quadro a seguir. COI comportamento afetivo-emoci cações na Pré-escola: Perspectiva; r. CED, Flor-=~ >minais (gênero, uIos (prefixos e t :abulários, exten- teis, olfativos e undo sua forma: u1olcomprido. que vem depois. ocia temporaL los de: ida/volta, J-52. Jan./Jun. 1984 contração relaxamento equilíbrio estático e dinâmico expressão corporal livre e harmônica B - Desenvolvimento da orientação espacial: relações entre corpo e objeto relações entre corpo e outras pessoas relações entre corpo e animais e vegetais relações entre objetos movimentação adequada num espaço determinado domínio progressivo de direções e posições. C - Desenvolvimento da orientação temporal: organização de estímulos em seqüência lógica de tempo e duração comparação de ritmos comparação de intervalos comparação de durações relações têmporo-espaciais. D Desenvolvimento do ritmo: próprio ritmos difere,1tes mudanças rítmicas reprodução de ritmos expressão rítmica. E Desenvolvimento da coordenação viso-motora: - movimentos manuais finos. F Desenvolvimento da percepção sensorial: - discriminação de estímulos: visuais, sonoros, táteis, gustativos e olfativos. G - Desenvolvimento da capacidade de atenção e concentração. 2.2.4 - Aspecto afetivo-emocional O aspecto afetivo-emocional é a raiz das condições de vida do adulto e decisivo para a realização do homem. Afeição e compreensão determinam um clima de livre expressão em que a criança se sentirá a vontade, em que achará justas as sanções e mesmo as oposições não se revestirão de caráter dramático. No quadro a seguir, consideraremos alguns aspectos relativos ao comportamento afetivo-emocional da criança de 3 a 6 anos e suas implicações na Pré-escola: Perspectiva; r. CED, Florianópolis, 1(2), 38-52. Jan./Jun. 1984 47 2.2.5 COMPORTAMENTO AFETIVO-EMOCIONAL A B - C - D - E - F G - H - J K - 48 COMPETÊNCIAS DA PRÉ-ESCOLA a) Sentir-se aceita e COfTII manifesta. b) Sentir-se livre para real c) Tornar-se mais confianl em todas as situações referenll estimular sua independência. Atender esta característica fornecendo as respostas adequadas às suas indagações. Egocentrismo, Autosufi- C - Estimular a confiança de mociência, Orgulho (de suas do a preparar para enfrentar realizações) dificuldades. Individualidade D - Fornecer oportunidades de contato entre as crianças visando a cooperação e a sociabilidade. E - Propiciar atividades diversificaAuto-conselVação das, devendo o professor desempenhar o papel de "árbitro justo". Bondade sem afetuosiF - Valorizar a criança responsabilidade zando-a por pequenas tarefas. Controle e domínio G - Estimular atividades que pos-· da natureza sibilitem o exercício do autocontrole, paciência e persistência. "Destrutividade" H Oportunizar atividades em que possa exteriorizar sua necessidade de força e poder. lmagimação Respeitar esta característica ao selecionar o material didático. Realidade J - Possibilitar atividades nas quais possa por em prática realizações imaginárias. Necessidade Social K - Avaliar adequadamente as rela(6 - 7 anos) cões de companheirismo que são indispensáveis para que a criança atinja a fase de sociabilidade característica dos 7 aos 12 anos. Dependência Racionalidade (idade dos porquês) Objetivos do a5Il A B - 2.3. Aspecto Sócio-cuJb.n 2.3.1 - Introdução O homem nasce e vive en que ele nasce garante-lhe a SI! esse ambiente o respon.sá'.tel Jl manas, através de padrões. \1iiII essa internalização de rnodebI zação. A socialização, comwneli formas padronizadas de COI'TlJlIlII se ajustam às situações, mas ti Todas as pessoas que ~ tatos com as crianças são ~ vez que todas as interações aef sidade de uma atuação coereII O professor, como eIen-. estabelecendo maior número ~ socialização. Ao ser iniciada a escoIiIl inédita que lhe provoca ~ auxiliar a superação desse dd criança a manipular o arnbienI Segundo Maria Montessor1 cria um meio adequado a ~ tamente social e o rel~ internas. O homem que não 11 tuição, não pode desellYClYel: capaz de se conhecer. ~ com seus semelhante. deseI-. Perspectiva; r. CED, Florianópolis, 1(2), 38-52. Jan./Jun. 1984 Perspectiva; r. CE,D, -, .. Florian~ 2.2.5 - Objetivos do aspecto afetivo-emocional ; COLA independência. ;Ia característica forneaJa ~smsadequadasàs a) Sentir-se aceita e compreendida ml como é nos sentimentos que manifesm. b) Sentir-se livre para realizar novas experiências. c ) Tomar-se mais confiante em si mesma aprendendo a se conduzir em todas as situações referentes à sua idade. )aÇões. a cOQfiança de mopara enfrentar ~r 2.3. Aspecto Sócio-cultural 2.3.1 -Introdução es.. oportunidades de con! as crianças visando lÇào e a sociabilidade. atividades diversificam o professor desem~pel de "árbitro justo". 11 criança responsabilipor pequenas tarefas. atividades que pos-. o exercício do autopaciência e persis- ar atividades em que leriorizar sua necessi:>rça e poder. esta característica ao r o material didático. r atividades nas quais . em prática realizações aIS. lequadamente as relacompanheirismo que >ensáveis para que a inja a fase de sociabiliderística dos 7 aos 12 1(2). 38-52. Jan./Jun. 1984 O homem nasce e vive em uma sociedade. O ambiente humano em que ele nasce garante-lhe a subsistência nos periodos iniciais da vida. É esse ambiente o responsável pelo desenvolvimento de características humanas, através de padrões, valores, sentimentos, modos de expressão. A essa internalização de modelos de comportamento denominam socialização. A socialização, comumente, assume um caráter de imposição de formas padronizadas de compormmento. Entremnto. os individuos não só se ajustam às situações, mas também provocam mudanças sociais. Todas as pessoas que participam da vida da escola e realizam contatos com as crianças são importantes ao processo de socialização, uma vez que todas as interações levam à formação do ser social. Daí a necessidade de uma atuação coerente e integrada da equipe escolar. O professor, como elemento mais diretamente ligado aos alunos, estabelecendo maior número de interações, é elemento fundamental na socialização. Ao ser iniciada a escolarização, a criança enfrenta uma situação inédita que lhe provoca sempre um desequilíbrio para atuar. Podemos auxiliar a superação desse desequilíbrio na medida em que auxiliamos a criança a manipular o ambiente. Segundo Maria Montessori, o homem não se adapm ao meio, mas sim, cria um meio adequado a ele. Os homens vivem num ambiente estritamente social e o relacionamento entre eles é movido por necessidades internas. O homem que não vive num ambiente adequado à sua constituição, não pode desenvolver adequadamente suas faculdades e não é capaz de se conhecer. Deve-se, por isso, encorajar a criança a saber viver com seus semelhante, desenvolvendo desta forma o instinto social. Perspectiva; r. CE,D. Florianópolis, 1(2), 38-52. Jan./Jun. 1984 49 Não existe um ambiente adequado à criança, pois ela vive num mundo de adultos. Para que ela possa ser feliz, o adulto deve construir uma ponte entre seu mundo e o mundo da criança. Montessori constrói esta ponte pois, ao organizar suas escolas, tem por objetivo fornecer à criança ambientes especiais para atender suas necessidades. Montessori não pretende construir um mundo adulto em miniatura nem distorcer a realidade, para ela o ambiente deve ser atraente, ordeiro e deve possibilitar o funcionamento de qualquer atividade. Espera-se que a partir do conhecimento do ambiente escolar a criança encontre o caminho e os meios de concentração que deverão estabelecer os fundamentos do caráter e o comportamento social, tendo melhores condições de se adaptar, atuando de forma segura e conseqüentemente satisfazendo suas necessidades através da observação e exploração do relacionamento e da interdependência entre a escola e a família. 2.3.2 - Objetivos do aspecto sócio-cultural Proporcionar à criança condições para: a) adquirir padrões de comportamento que a ajustem à sociedade em que vive; b) adquirir comportamentos para atuar em grupos; c) utilizar a linguagem como meio de comunicação e interação social; d) identificar: a escola, a casa, suas dependências e funções; - os membros da escola e da família e seus papéis; - os serviços oferecidos pela comunidade; e) estabelecer relações entre a escola, a família e serviços da comunidade; f) explorar os elementos (animais, vegetais e minerais) e fenômenos naturais do meto físico. 3. METODOLOGIA E AVALIAÇÃO Se considerarmos que a criança será aquilo que o meio solicitar, o ponto chave da metodologia de uma educação pré-escolar está no desempenho do professor em selecionar "atividades espontâneas que utilizem os sentidos e a motricidade, bem como a convivência grupal no preparo das próprias operações lógicas". fOTO N. 3 O professor deverá estar consciente que a criança terá sempre alguma conduta a desenvolver. Deverá correlacionar as atividades de forma a 50 Perspectiva; r. CEiO, Florianópolis, 1(2), 38-52. Jan.{Jun. 1984 _ ..A •. .•. ~. ~.t; ",A I vive num mundo de construir uma ponte i constrói esta ponte rnecer à criança amMontessori nâo predistorcer a realidade, !IIe possibilitar o fun- Jiente escolar a crian•que deverão estabeI social, tendo melhogura e conseqoente;ervação e exploração ;cola e a família. :n à sociedade em que âo e interação social; funções; - os mem~rviços oferecidos pela lfiços da comunidade; rais) e fenômenos na- jlle o meio solicitar, o seolar está no desemlãneas que utilizem os grupal no preparo das nça terá sempre alguatividades de forma a 12), 38-52. Jan./Jun. 1984 não perder de vista a dimensão do aluno como um todo. Não deverá ser esquecido que a coerência de atitudes do professor durante a relação professor/aluno, é responsável pelo desenvolvimento do educando. Como a metodologia não está desvinculada das funções do professor, ele deverá estar consciente da responsabilidade da sua atuação no processo educacional, uma vez que ensinar é: diagnosticar, planejar, informar, orientar, sensibilizar, demonstrar, exemplificar, promover, acompanhar, desafiar, atender, discutir, avaliar e comunicar. A avaliação neste contexto deve ser concebida como um processo contínuo no qual o desenvolvimento da crança é focalizado em seus múltiplos aspectos, respeitando-se seu ritmo. O processo de avaliação deverá considerar as possibilidades de realização do educando sem a preocupação de enquadrá-lo em modelos rígidos. Programa de Ed Fundação Catar Especial- Uma e Os aWlresIl Fundação Carariq metodologia cisa mendam progliS"1I anos de idade a SI desenvo/virnenE) ~ de estimu1ação ~ REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. MONTESSORI, Maria. Montessori em Família. Trad. de Leonora Figueiredo Corsino. 2. Ed. Rio de Janeiro, Portugália Ed., s.d. 2. . Mente Absorvente. Trad. de Pedro da Silveira e adaptação de Elias Affi. 2. ed. Rio de Janeiro, Portugália Ed., s.d. 3. MONTESSORI, Jr., Mario M. Educação para o Desenvolvimento Humano. Para entender Montessori. Trad. de Leonora Figueiredo Corsino. Rio de Janeiro, OBRAPE Ed., s.d. 4. PIAGET, Jean. Seis Estudos de Psicologia. Trad. de Maria Alice Magalhães D'Amorim e Paulo Sérgio Lima Silva, Rio de Janeiro, Forense, 1967. RESUMEN La autora pone en evidencia los cambios anátomo-fisiológicos y psicológicos como puntos referenciales deI desarrollo deI nino. A partir de los fundamentos biológicos, psicológicos y sociales propone una Iínea para el desarrollo de la planificación de la educación preescolar. 01 - PROGRAMA DE EI CATARINENSE DE PROPÓSITO: Prevenção dO!!Ii CLIENTELA: Todas as aianQI biológicos ou p desvios no desI 01.1 ESPECIFlCAÇÃ(] PROEP Programa de Educação PreYenl * Professor do Centro de Ciéncias :2 ! Federal de Santa Catarina. Su~ Catarinense de Educação Es...~ - 52 Perspectiva; r. CEiD, Florianópolis, 1(2), 38-52. Jan./Juu. 1984 Perspectiva; r. CEV, Floria.!:é;x>:.s :::