Arquitetura Interiores Office Design Lighting Entrevista Tecnologia Memória Artigos Especiais Roberto Loeb e Associados Centro tecnológico, Jundiaí, SP Plantas, cortes e fachadas Todas as páginas sobre o autor Todas as páginas relacionadas ao tema Ver SlideShow no PICLENS Ficha técnica deste projeto Fornecedores para esta obra Automatic translation by Microsoft Clique aqui para instalar o PICLENS A implantação semicircular foi inspirada na forma das curvas de nível, técnica aplicada na agricultura Implantação em anéis assemelhase a técnica agrícola Localizado na rodovia dos Bandeirantes, no município de Jundiaí, o novo centro tecnológico do grupo Mahle foi edificado a partir de projeto do escritório Roberto Loeb e Associados. A topografia do terreno destinado ao conjunto sugeriu aos autores - os arquitetos Roberto Loeb e Luís Capote - a implantação na forma de anéis, semelhante às curvas de nível, técnica aplicada no cultivo agrícola. Autor de um dos mais interessantes projetos de arquitetura industrial implantados no país em anos recentes - a fábrica da Natura, em Cajamar, SP, o escritório Roberto Loeb e Associados fez outra incursão no segmento ao desenvolver o novo centro tecnológico do grupo Mahle. E mesmo que o programa ali acomodado não seja o de uma atividade fabril típica, mais uma vez o resultado se mostra convincente, ao compatibilizar aspectos funcionais e qualidade arquitetônica. O complexo da Mahle está localizado à margem da rodovia dos Bandeirantes, sentido interior-capital, praticamente na conexão dessa estrada com a Anhangüera. Mais de 300 profissionais trabalham no centro tecnológico, onde são feitas pesquisas e avaliados materiais e componentes de motores para os clientes - constituídos, predominantemente, por montadoras de automóveis. O terreno de 125 mil metros quadrados, junto à serra do Japi, é constituído, em sua maior parte, por área de preservação ambiental. Apenas a fração onde não mais existe cobertura vegetal original pode ser ocupada com construções, e a parte mais alta desse trecho foi escolhida para receber a edificação. Roberto Loeb e Luís Capote aproveitaram a formação topográfica para dar ao edifício a forma de três anéis que se assemelham às curvas de nível, técnica de cultivo agrícola empregada para impedir que a água da chuva retire do solo minerais e materiais orgânicos. O centro tecnológico ocupa a parte mais alta do terreno, situado à margem da rodovia dos Bandeirantes Uma escada-passarela liga os três edifícios-anéis O primeiro anel, mais longo, tem dois pavimentos. No térreo estão as áreas mais abertas. A passarela coberta percorre quase toda a parte frontal Capote conta que, ao sobrevoarem a região, ele e Loeb notaram as curvas de nível empregadas em propriedades agrícolas e chegaram à conclusão de que essa deveria ser a forma do conjunto. “A solução surgiu de modo quase espontâneo, indicando que deveríamos interferir o mínimo possível no terreno”, explica Loeb. Os arquitetos desenharam então uma edificação de linhas contemporâneas e marcantes, uma vez que havia a recomendação do cliente para que o centro tecnológico se tornasse referência da imagem do grupo. À margem da rodovia, ele se destaca pelo porte e, principalmente, pela expressividade plástica. À distância, afigura-se como um volume íntegro, único, apesar de estar composto por três edifícios semicirculares paralelos. O edifício-anel da cota mais baixa tem dois pavimentos. No primeiro estão a cozinha industrial, o restaurante, a biblioteca técnica, a recepção e áreas de serviço. Na fachada desse nível, grandes planos envidraçados aproximam interior e exterior. A circulação externa se faz por uma espécie de galeria coberta, em parte, por tela metálica. No piso superior ficam a área de escritórios abertos, com algumas salas na forma de aquário, e o restaurante da diretoria. Aberturas circulares na laje deixam entrar a luz natural e criam belo efeito. A transparência que permite a visão privilegiada da paisagem à frente do centro tecnológico também foi empregada pelos arquitetos para permitir ver, na face oposta, na vertical, o terreno onde se ancora o conjunto. Revelam-se, assim, não somente o edifício acabado - e, em várias partes, o projeto conservou a aparência dos componentes de concreto (não há forros e as lajes pré-moldadas foram apenas pintadas) -, mas as entranhas da edificação, como, por exemplo, alguns dos pilares que a sustentam. Na cobertura do primeiro anel, a água empregada como elemento plástico também ajuda a criar microclima nos ambientes internos Lateral do conjunto. O acesso de aminhões se faz pela parte posterior, onde os equipamentos são mais parecidos com os de uma indústria convencional Talude do térreo: além da paisagem do entorno, o terreno onde a edificação está ancorada também é visível No segundo anel, igualmente com dois pisos, o andar inferior abriga o que se poderia chamar de uma instalação fabril mais convencional - nesse setor são produzidos os protótipos das peças que depois serão avaliados em condições de uso. No pavimento de cima, alinham-se os escritórios que dão apoio a essas atividades. Como no prédio do anel inferior, as instalações são aparentes - da malha elétrica, ancorada na laje de teto, descem as prumadas de instalações, em solução idealizada pelos arquitetos. O edifício mais alto recebeu os equipamentos mais pesados. Para algumas dessas máquinas, foram projetadas estruturas independentes daquelas nas quais se apóia a construção. Inicialmente, os arquitetos haviam idealizado o conjunto em concreto moldado in loco, com algumas áreas em estrutura metálica. Como o valor orçado para essa solução era superior ao investimento previsto pelo grupo Mahle, recorreu-se aos elementos préfabricados (túneis, vigas e lajes), que foram produzidos no canteiro pela empresa encarregada da construção. Pilares e fundações foram feitos com o método convencional. O projeto prevê a ampliação do centro tecnológico. Na foto, vista interna a partir do terceiro piso Texto resumido a partir de reportagem de Adilson Melendez Publicada originalmente em PROJETODESIGN Edição 344 Outubro de 2008 Roberto Loeb formou-se em 1965 pela FAU/Mackenzie, onde mais tarde foi professor. Luís Capote graduou-se pela mesma escola em 1998 e ingressou no escritório Roberto Loeb e Associados em 2000, tendo se tornado sócio em 2004 Circulação no segundo anel. Na laje de teto, aberturas circulares deixam entrar a iluminação natural em área mais afastada da fachada Em alguns setores, como a recepção, os arquitetos optaram por deixar o concreto aparente Galeria de circulação Croqui Ficha técnica Centro tecnológico Mahle Local Jundiaí, SP Data do início do projeto 2006 Data da conclusão da obra 2008 Área do terreno 125.000 m² Área construída 17.500 m² Equipe técnica Arquitetura, interiores, gerenciamento de projetos e obra Roberto Loeb e Associados - Roberto Loeb e Luís Capote (autores); Damiano Leite (coordenação); Nicola Pugliese, Eduardo Escabeche, Karina Hatano, Leila Dellias, Jenniffer dos Reis, Carolina Gutmann, Érica Sanches, Gustavo Braghin, Lucas Fernandes, Bruno Trigueiro, César Sallum e Luiz Barreto (colaboradores) Paisagismo André Paoliello Iluminação Senzi Lighting Terraplenagem Rubens Misorelli Terran (mecanizada) Supervisão técnico-administrativa Mahle e Construtora São Bento Arrefecimento J. Pinha e Hidrotec Ar condicionado Global Clima e Clima Press Consultoria de acessos Engevias Elétrica, hidráulica, prevenção de incêndio e sistema de combustíveis J. Pinha Estrutura Teca - César Pereira Lopes (concreto); Grupo Dois e Alpha (metálica) Fundações MG&A e Infraestrutura Gases especiais White Martins Pavimentação e sistema de combustíveis MG&A Sala de testes de motores Mahle e AVL Construção Racional Fotos Nelson Kon