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HOMOSSEXUALISMO
INTRODUÇÃO
1. Existem dois principais pontos de vista opostos. O primeira é que a homossexualidade
é pecado, e o segunda é que é um estilo de vida alternativo legítimo, sendo muitas
vezes rotulado como normal.
2. A moral do comportamento homossexual é uma das questões mais suscitam críticas a
Igreja no mundo hoje. Os ativistas homossexuais não procuram a tolerância, mas eles
buscam legitimação pública, aprovação, celebração da homossexualidade como certo e
bom. Isso está gerando uma mudança monumental nos paradigmas morais que regem
a sociedade, e na liberdade de ensinar a doutrina moral religiosa abertamente sem
restrições.1
3. Definição :
a. Homossexualidade. "Homossexualismo" significa "a sexualidade igual ou
similar" e deriva da palavra grega homoitas (similaridade semelhança, ou
acordo).
b. HOMOSEXUAL
• Um homossexual é uma pessoa que opta por se envolver em atividade sexual
com outra pessoa do mesmo sexo.
• Lésbica é o termo para um homossexual do sexo feminino.
• Gay é o termo para um homossexual do sexo masculino, . Gay é o termo
preferido pelos homossexuais 2
c. .BISEXUAL
• Um bissexual é uma pessoa cujo comportamento sexual envolve tanto machos
e fêmeas.
• Um bissexual é uma pessoa que participa nas relações heterossexuais e
homossexuais.
• A palavra bissexual vem do latim bi, o que significa "dois".3
d. TRANSSEXUAL
• Um transexual é uma pessoa com um desejo emocional de ser o sexo oposto
para atravessar os sexos e que se sente aprisionado em um corpo do sexo
errado.Transexuais também significa transexual.
• Um transexual também pode ser alguém que sofre uma cirurgia para modificar
os órgãos sexuais.
• A palavra transexual vem do latim trans, que significa "cruzar , transpor".
e. TRAVESTI
• Um travesti é uma pessoa trans-vestida ou que adota as peças e muitas
vezes os comportamentos característicos do sexo oposto e pode fazer isto por
vários motivos, desde os artisticos até para a satisfação emocional ou sexual.
• Um travesti não é necessariamente um homossexual ou transexual. Isto vai
1
Vol. 20: Faith and Mission Volume 20. 2002 (3) (10). Wake Forest, NC: Southeastern Baptist Theological Seminary.
2
Hunt, J. (2008). Teclas de Aconselhamento Bíblico sobre a Homossexualidade: Um caso de identidades trocadas (2). Dallas, TX:
esperança para o coração.
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Id IBID
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depender da motivação com que se traveste.
• O travesti vem de vestire palavra latina, que significa "vestir".
4. A sexualidade é um dom de Deus que orienta a unidade de cada pessoa em direção à
sua totalidade e inclui as dimensões emocional, cognitivo, psicológico e espiritual.
Esta unidade é expressa em seres humanos adultos emocionalmente através de
comunicações íntimas, fisicamente através do toque, e genitalmente através
preliminares e o ato sexual. Sexualidade e espiritualidade estão interrelacionados de
forma complexa e múltiplas maneiras .4
5. Nosso objetivo é entender o que a bíblia nos fala sobre o assunto.
I PERSPECTIVA CONTEMPORÂNEA DO HOMOSSEXUALISMO
1. Freud, pai da psicanálise moderna, via a homossexualidade como um distúrbio
psicológico, mas acreditava que esta fosse praticamente intratável. Suas idéias foram
transmitidas sem refutação adequada até umas duas décadas atrás.
a. Antes de Freud e do advento do estudo sério dos componentes inconscientes do
comportamento humano, os de tradição judaico-cristã, como também a maior
parte do mundo ocidental, via-se a homossexualidade quase que exclusivamente
em termos morais e até mesmo criminais. ( Imagens partidas pag 30)
2. À medida que o homossexualismo foi sendo estudado e, finalmente,
compreendido como uma das mais complexas neuroses
sexuais, o desequilíbrio pendeu na outra direção, e muitos passaram a vê-lo quase
que exclusivamente em termos psicológicos. Dessa forma, os aspectos morais e
espirituais do problema foram descartados, e mais tarde negados completamente por
alguns –
a. apesar do fato de que o próprio Freud cresse que, em última instância, os
homens sejam responsáveis por suas escolhas e, portanto, pela maneira como
procuram aliviar a solidão e dor interior. ( Imagens Partidas, pg 30)
3. Depois desse desequilíbrio, de ver a homossexualidade exclusivamente em termos
psicológicos, veio o impulso e a tentativa de compreender a
homossexualidade como um problema meramente biológico,
em vez de moral ou psicológico.
a. Porém, as tentativas de fixar o fator causal no biológico não tiveram êxito, e
apesar de relatos contrários, não existe evidência científica de que fatores
genéticos ou endócrinos sejam causadores do comportamento homossexual.
(imagens Partidas pag 31)
4. O próximo passo foi associar a situação do homossexual a dos demais destituídos ou
desvalorizados e às minorias em todo lugar. Tais argumentos, tem por finalidade
ganhar reconhecimento e poder sóciopolítico, relacionando a questão homossexual não
mais a disturbios, ou natureza biológica mas à luta por direitos das minorias, fuginda
assim da questão moral. ( imagens partidas pg 32 )
4
Benner, D. G. Hill, P. C. (1999). Baker enciclopédia de psicologia e orientação (2 ª ed.). Baker biblioteca de referência (571). Grand
Rapids, Michigan: Baker Books.
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II PERSPECTIVA BÍBLICA
1. O princípio da criação foi de criar dois sexos, o masculino e o feminino
Genesis 1
27 Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou;
homem e mulher os criou.
28 E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a
terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e
sobre todo animal que rasteja pela terra.
a. Deus criou macho e fêmea e chamou ambos os seres criados como bons (Gn
1:31).
b. Ele ordenou que o homem deixasse seu pai e mãe e se unisse à sua mulher e
os dois seriam "uma só carne (Gn 2:24).
c. A Bíblia ensina claramente que o plano de Deus a respeito do sexo é que haja
um casamento entre um adulto do sexo masculino e feminino.
2. A bíblia condena a prática homossexual em vários textos5:
a. Na lei Mosaica há duas passagens no livro de Levítico que vêem o intercurso
sexual com pessoas do mesmo sexo como algo abominável aos olhos de Deus.
Lv 18:22
Com homem não te deitarás, como se fosse mulher; é abominação.
Lv 20
13 Se também um homem se deitar com outro homem, como se fosse mulher,
ambos praticaram coisa abominável; serão mortos; o seu sangue cairá sobre
eles.
3. A primeira referencia bíblica ao homossexualismo esta na história da destruição de
Sodoma e gomorra
Genesis 19
4 Mas, antes que se deitassem, os homens daquela cidade cercaram a casa, os
homens de Sodoma, tanto os moços como os velhos, sim, todo o povo de
todos os lados;
5 e chamaram por Ló e lhe disseram: Onde estão os homens que, à noitinha,
entraram em tua casa? Traze-os fora a nós para que abusemos deles.
6 Saiu-lhes, então, Ló à porta, fechou-a após si
7 e lhes disse: Rogo-vos, meus irmãos, que não façais mal;
a. A bíblia nos ensina que foi a corrupção do povo destas cidades que provocou o
julgamento divino.
Feinberg, J. S., Feinberg, P. D., & Huxley, A. (1996). Ethics for a Brave new world (189). Wheaton, Ill.: Crossway Books.
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b. Esta corrupção envolvia o homem como indivíduo e a conduta da sociedade
como todo e tinha a sua origem no orgulho arrogante com que se viam em
relação tanto aos seus semelhante como ao próprio Deus :
Ez 16
49 Eis que esta foi a iniqüidade de Sodoma, tua irmã: soberba, fartura de pão
e próspera tranqüilidade teve ela e suas filhas; mas nunca amparou o pobre e
o necessitado.
50 Foram arrogantes e fizeram abominações diante de mim; pelo que, em
vendo isto, as removi dali.
c. Idéia que é confirmada por Pedro em sua segunda epístola e Judas :
2 Pe 2
4 Ora, se Deus não poupou anjos quando pecaram, antes, precipitando-os no
inferno, os entregou a abismos de trevas, reservando-os para juízo;
5 e não poupou o mundo antigo, mas preservou a Noé, pregador da justiça, e
mais sete pessoas, quando fez vir o dilúvio sobre o mundo de ímpios;
6 e, reduzindo a cinzas as cidades de Sodoma e Gomorra, ordenou-as à ruína
completa, tendo-as posto como exemplo a quantos venham a viver
impiamente;
7 e livrou o justo Ló, afligido pelo procedimento libertino daqueles
insubordinados
Judas
como Sodoma, e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se
entregado à prostituição como aqueles seguindo após outra carne, são postas
para exemplo do fogo eterno, sofrendo punição.
7
4. Outra vez surge no livro de Juízes
Jz 19
22 Enquanto eles se alegravam, eis que os homens daquela cidade, filhos de
Belial, cercaram a casa, batendo à porta; e falaram ao velho, senhor da casa,
dizendo: Traze para fora o homem que entrou em tua casa, para que abusemos
dele.
23 O senhor da casa saiu a ter com eles e lhes disse: Não, irmãos meus, não
façais semelhante mal; já que o homem está em minha casa, não façais tal
loucura.
5. No NT
a. O livro de Romanos trata da questão nos seu contexto cultural mais amplo.
Rm 1
26 Por causa disso, os entregou Deus a paixões infames; porque até as
mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro,
contrário à natureza
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27 semelhantemente, os homens também, deixando o contato natural da
mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza,
homens com homens, e recebendo, em si mesmos, a merecida punição do seu
erro.
i. Aqui o Apóstolo Paulo expõe a culpa do mundo gentio, diante de um
Deus santo e se concentra em sua arrogância e paixões
vergonhosas. Pois, ao invés de seguir as instruções de Deus em suas
vidas, eles suprimem a justiça e se voltam para a injustiça se deixando
levar por suas paixões que desonram a Deus.
ii. Ele ainda afirma que a luxúria, particularmente luxúria antinatural, é
descrita como uma conseqüência e punição para os pecados mais
básicos de orgulho e auto-deificação. Na sua origem são frutos do pecado
mais primitivo: rebelião contra Deus.
iii. Via a homossexualidade como um sintoma da humanidade caída,
descrevendo-a como não natural e indecorosa. Sua descrição do
comportamento homossexual como algo antinatural, se aplica tanto a
homens como a mulheres.6 7
6. Uma segunda passagem do NT é
1 Co 6
9 Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos
enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem
sodomitas,
10 nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem
roubadores herdarão o reino de Deus.
a. Pessoas que se envolvem nas práticas listadas aqui, estão expressamente
excluídos do reino de Deus.
1 Tm 1
9 tendo em vista que não se promulga lei para quem é justo, mas para
transgressores e rebeldes, irreverentes e pecadores, ímpios e profanos,
parricidas e matricidas, homicidas,
6 A interpretação da teologia gay sobre este texto foi resumida da seguinte forma neste artigo teológico
in an attempt to ease or even erase any relevance to present-day expressions of erotic, same-sex relationships. Some accuse Paul of
imposing Jewish customs and rules on his readers. Others affirm that Paul was not presenting homosexuality as sinful but as punishment
for idolatrous sin. But the most permissive view suggests that Paul was referring to abuse within the genus of healthy homosexuality.
Those advocating this view affirm that he was addressing perverted homosexuality, either as unnatural homosexuality by heterosexuals,
homosexuality combined with p 94 idolatry or with temple prostitution, or pederasty (men having relations with boys). Zuck, R. B. G. E.
(1994). Vital contemporary issues: Examining current questions and controversies (93–94). Grand Rapids, MI: Kregel Resources.
7 Veja também : Prohomosexual advocates insist that μαλακός means “soft” or “weak” with the implication of moral softness or moral
laxity. They insist that ἀρσενοκοίτης means “males who go to bed,” or “male prostitutes.”Bibliotheca Sacra : A quarterly published by
Dallas Theological Seminary. 1996. Dallas TX: Dallas Theological Seminary.
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10 impuros, sodomitas, raptores de homens, mentirosos, perjuros e para tudo
quanto se opõe à sã doutrina,
11 segundo o evangelho da glória do Deus bendito, do qual fui encarregado.
7. A bíblia não faz declarações positivas sobre o homossexualismo
8. A história da Igreja também demonstra que o homossexualismo foi condenado. A
primeira menção ocorre no Didaque , escrito entre os anos 100 a 150 DC
9. As duas únicas opções são o casamento heterossexual ou a abstinência
Clamar por respostas pastorais é clamar pelo poder de curar os aleijados
de espírito e alma.
O comportamento homossexual é, ao mesmo tempo, pecado e
imaturidade.
O aspecto pecaminoso tem a ver com a imperfeição do espírito humano e
é curado através da confissão e perdão do pecado pessoal.
O aspecto de imaturidade faz parte da deficiência da alma - aquilo que
precisa ser endireitado para que espírito e alma possam crescer em
liberdade.( Imagens Partidas , pg 33)
III HÁ ESPERANÇA PARA UMA MUDANÇA?
1.
Bíblia nos afirma que Deus pode transformar uma pessoa envolvida nesse
comportamento
1 Co 6
9 Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos
enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem
sodomitas,
10 nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem
roubadores herdarão o reino de Deus.
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11 Tais fostes alguns de vós; mas vós vos lavastes, mas fostes santificados,
mas fostes justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do
nosso Deus.
2. Os próprios pesquisadores afirmam que sim : Máster e Johnson em seus livro
“Homossexuality in Perspective” que 71% de 81 Gays desejosos de receber
reorientação depois de seis anos de acompanhamento abandonaram as praticas
homossexuais. Por isso afirmaram :
“O psicoterapeuta qualificado não poderia mais fugir a resposnsabilidade de aceitar o
cliente homossexual em tratamento ou enviá-lo a outra fonte aceitável de ajuda.” ( Pg
400)
3. Veja o testemunho a seguir
TESTEMUNHO
SAULO A NAVARRO
HOMOSSEXUALIDADE: UM ENGANO EM
MINHA VIDA
CURITIBA
(Hebreus 4:12,13) “Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais penetrante do
que uma espada de dois gumes, e penetra até à divisão da alma, e do espírito, e das
juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. E
não há criatura alguma encoberta diante dEle; antes, todas as coisas estão nuas e
patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar.” (Hebreus 4:12,13)
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“Quem sabe, o único referencial de pai que você tem, é de um pai ausente, de um
pai, muitas vezes, tão áspero, tão rígido, tão duro com você. Quem sabe, um pai que até
mesmo te tocou como não devia, te bateu como não devia. Um pai, que não tinha nada
para poder te dar, além de amarguras, rancores, que ele mesmo recebeu. Quem sabe,
você como eu, teve o privilégio de ter um bom pai, graças a Deus por isso. Mas, nem
mesmo o melhor dos pais, nem mesmo o melhor dos homens, por mais que se esforçasse
poderia, suprir a carência e o vazio do meu coração, do seu coração, do nosso coração.
Como é bom conhecermos o Deus pai, adore-o, adore o pai que você tem, que nunca te
deixa só, que nunca te abandona, que nunca te desampara, que nunca vai embora, que
nunca te agride, mas toca, e sara as feridas da alma, que está sempre presente, que supre
as suas necessidades, um pai que compreende, um pai que te entende, que não te acusa,
mas que diz: meu filho, te amo. Quantos podem dizer: o meu pai é assim, é bom, fiel, forte,
o meu pai me ama, supre as minhas necessidades, me diz quem realmente sou, eu sou
seu filho amado, não tenho falta de nada, porque o meu pai, cuida de mim, Ele sabe tudo
que eu preciso, e tudo que você precisa. Quantas vezes o filho cresce, e esquece, mas
nós não queremos nos esquecer. Eu amo, meu pai.”
Agradeço a Ana Paula Valadão por ceder este “Cântico Espontâneo”, parte integrante do
CD Diante do Trono nº 5 - Nos Braços do Pai. Ao nosso Deus seja toda Honra, Glória e
Louvor.
Introdução
Todo ser humano precisa de Deus, até mesmo aquele que se diz ateu, que muitas
vezes tenta provar através da ciência como o homem surgiu, proclamando para o
mundo que Deus não tem nada a ver com isto. Como é maravilhoso e agradável saber
que existe um Deus que fez todas as coisas, que deixou a sua Palavra para podermos
hoje viver pela fé.
Levei tempo para reconhecer que Jesus veio em carne a este mundo, que veio buscar e
salvar aquele que se havia perdido e morreu na cruz ressuscitando ao terceiro dia.
Acreditava que isto fazia parte da história, dizia que a Bíblia foi feita por homens e por
isso continha erros, acreditava no que me era conveniente, vivendo por minhas próprias
vontades, desejos e decisões. Em um certo momento na minha vida a Palavra de Deus
foi semeada em meu coração e passei a crer totalmente na vontade de Deus para mim,
e não foi por força ou insistência humana, mas sim, pela ação do Espírito Santo de Deus
que nos convence do pecado, da justiça e do juízo.
Cristo tornou-se presente em minha vida através da Palavra de Deus. Aceitei Jesus
como meu único Senhor e Salvador, o caminho certo que leva a Deus. Pude escolher entre
continuar no engano em que vivia ou acertar minha vida através das verdades que se
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encontram na sua Palavra que nos torna livre, modela nosso caráter e nos coloca em um
caminho reto.
Irei compartilhar com você como eu vivia, mas também irei compartilhar do mais
importante, de quem realmente sou e as conquistas que tenho alcançado, da certeza de
onde vim e para onde irei.
Não conheço você, mas Deus conhece e sabe exatamente o que está em seu coração
neste momento, as dores físicas e emocionais que já passou ou tem passado, o
desprezo que já recebeu, as dificuldades do seu dia, as alegrias, desejos e vontades,
enfim, não há nada encoberto diante Dele, nem mesmo aquele segredo que só você
sabe, que está escondido em seu coração, encoberto diante das pessoas.
Infância
Nasci em Contagem, Estado de Minas Gerais. Durante minha infância recebi grande
atenção, amor e carinho das mulheres da família. Minhas tias adoravam passar o dia
comigo e eu as observava e recebia tudo o que me davam de atenção e carinho.
Recordo de uma cena onde uma tia estava se arrumando na frente do espelho,
penteando os cabelos e cantando para mim uma música que tinha uma letra assim:
“embaixo dos caracóis, dos seus cabelos...”. Eu ficava ali, só observando o jeito dela e
de como se arrumava na frente do espelho. Consigo lembrar até mesmo de um chinelo
branco que ela tinha, este chinelo continha uma tira feita com pedrinhas de vidro, eu
gostava dele por causa destas pedrinhas de vidro, achava bonito.
Aos quatro anos de idade fiquei doente e fui internado em um hospital por vários dias,
Hospital Santa Rita. Lembro-me de ser muito apegado à minha mãe. Meus olhos não
saiam de perto dela. Não queria ficar no hospital, a não ser que minha mãe ficasse
sempre comigo. Levaram-me para um quarto que continha vários berços onde passei a
receber atenção das enfermeiras. Uma das enfermeiras teve um carinho todo especial
comigo e me apeguei a ela. Dormi e quando acordei, olhei à minha volta e não vi
ninguém que conhecia, e pior, não vi minha mãe. Comecei a chorar e a soluçar, queria
minha mãe. As enfermeiras tentavam me fazer parar, e cada vez mais eu chorava. O
cansaço aumentou e não agüentei, cai num sono profundo e quando acordei minha mãe
já estava de volta. Como foi difícil este momento, tive a sensação de abandono e
tristeza profunda, uma sensação esmagadora. A figura materna era mais forte para mim
do que a figura paterna. Não tenho na lembrança de ter chorado assim pela presença do
meu pai.
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Ao chegar o tempo de ir para a escola, um desespero afligiu minha alma.
Simplesmente chorava até que a professora ligasse para minha mãe ir me buscar. E
isto se repetiu por várias vezes, eu não queria ficar ali com aquelas crianças num
lugar que não era meu. Não ficava à vontade de estar ali, de pedir para a professora
que eu precisava ir ao banheiro, tinha vergonha de tudo, trazia comigo um
temperamento tímido, dócil e amoroso. Este temperamento somado ao
comportamento introvertido levou-me a ouvir muitas palavras destrutivas vindas dos
outros alunos. Ouvia por diversas vezes os meninos me chamarem de chorão, de
menininha. Estas palavras feriam demais meu coração, e me afastavam deles.
Procurei não demonstrar que estava sendo ferido. Como gostaria de ser aceito por
eles.
Uma vez, estava de mãos dadas com meus pais, fomos até um posto de gasolina
perto de casa. No caminho encontramos uma mulher que os conhecia, ela olhou
para mim e disse: “que menina mais linda!”. Meus pais disseram: “Não é menina, é
menino”. Como fiquei triste de ser comparado com uma menina mais uma vez. Eu
recebia cobranças da família e amigos só por que não gostava de futebol e corrida
de fórmula 1. Gostava de estar com as meninas, identifiquei-me com elas, eram
calmas e falavam comigo, nos entendíamos muito bem. Ao contrário dos meninos,
eu os via correndo atrás de uma bola, sem camisa, suados, gritando um com o outro
e achava tudo isto uma perda de tempo. Sentia certa exclusão por não gostar do que
eles gostavam. Como poderia sentir vontade de estar com eles se estavam sempre
me jogando para longe do seu grupo com brincadeiras e comentários que me
feriam? Na escola tinha aula de educação física e sempre tinha que parar por causa
da falta de ar. Fazer educação física era passar por vários constrangimentos, como
ficar com dificuldades para respirar e receber as palavras dos meus colegas, de que
eu era de vidro, não conseguia nem jogar bola que ficava doente. Para proteger-me
das provocações dos meus colegas eu fazia com que a falta de ar ficasse sempre
pior e assim, eles veriam que realmente era difícil para mim. Gostaria de ser como
eles, “hominhos”, tinham gosto de jogar bola e fazer esporte. Não conseguia fazer
parte do clube, pois até mesmo as conversas sobre meninas não me agradava.
Falavam de como iriam fazer com uma menina, como eles estavam conhecendo seus
corpos. Como se gabavam de contar estas histórias. Estas conversas serviam para
me constranger, achava que sexo era pura maldade. Cresci achando o sexo algo
muito vulgar. Não havia ligação do sexo com amor, era sempre ligado à maldade,
para mim era algo pecaminoso e errado e que só era feito às escondidas.
Certa vez meus primos me levaram para brincar em um parque que estava na
cidade. Minha mãe e tias me vestiram e cuidaram de mim. Ao olhar no espelho não gostei
do que vi. Não gostei da minha roupa. Meu cabelo me fazia parecer uma menina. Saímos
de casa em direção ao parque. Até então tudo estava indo bem. Em um certo momento,
fiquei longe dos meus primos, e me vi frente a um grupo de meninos que ficaram a minha
volta e começaram a zombar da minha roupa e cabelo. As palavras eram duras, fui
chamado de “veadinho”, menininha, “bichinha”. Como aqueles garotos podiam fazer
aquilo? Vieram do nada e me atacaram com palavras que feriram profundamente minha
alma. Novamente ali estava eu, fora do grupo, excluído do clube dos meninos, queria ser
aceito por eles, só isto. Um dos meus primos viu a cena e foi enfrentar os meninos. Neste
momento me senti protegido e seguro. Assim que consegui fugir do meio deles fui para
casa, sozinho, carregando comigo todo aquele emaranhado de sentimentos ruins, nem
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avisei meus primos. Ao chegar em casa, recebi uma bronca por ter vindo embora sozinho.
Meus primos ficaram zangados comigo. Não entenderam o porquê do meu
comportamento. Guardei comigo o que houve naquele parque e sofri sozinho. Passei a
conviver com estes sentimentos dentro de mim, uma mistura de mágoa, tristeza e solidão.
Na verdade eu estava entrando em uma prisão dentro de mim mesmo. Novamente senti a
exclusão, o desprezo e a dificuldade de fazer parte do clube dos meninos. O que havia de
tão mal nestes garotos que não faziam nenhum esforço para me aceitar no meio deles?
Várias vezes os meninos do bairro perto de casa se reuniam para fazer brincadeiras
sexuais entre si, neste momento eu me sentia aceito por eles. Neste momento eles
deixavam que eu participasse das brincadeiras, por um bom tempo aprendi a fazer as
“sacanagens” que um fazia com o outro e a desejar aquilo. Enfim fui aceito.
Minha mãe começou a trabalhar fora de casa, saía cedo e só voltava à noite. Uma
empregada passou a fazer parte da rotina da casa durante todo o dia. Durante parte do dia
eu ia para a escola, que era um local onde eu sofria muitos ataques dos meninos. Por um
tempo ir para a escola seria passar por um desgaste emocional sem tamanho. No início da
noite eu ficava sentado na frente do portão de casa esperando minha mãe chegar. Quando
ela chegava uma felicidade surgia em meu coração. Toda vez que eu ia para casa de
algum primo para dormir fora, eu chorava até que me trouxessem de volta. Podia passar o
dia com eles, mas na hora de ir dormir eu queria ir para casa. Interessante que eu não
buscava por meu pai, eu me via preso a minha mãe, era uma dependência total da
companhia dela. Eu gostaria que me pai demonstrasse mais amor por mim, de forma que
eu sentisse este amor e desejasse a presença dele.
Uma vez, estava na sala de casa no colo dele. Brincava com o cabelo do seu peito e
na TV passava uma novela chamada Pai Herói. Na abertura desta novela tocava uma
música muito bonita falando do relacionamento entre pai e filho. Enquanto a música
tocava, uma cena me chamou atenção. Um quebra cabeças era montado, e aos poucos
surgia um caminho entre árvores e um menino caminhando junto à figura do que seria seu
pai. Detalhe, a figura do pai não foi preenchida, estava em branco. Uma criança passeando
de mãos dadas com o pai, seu pai herói, por outro lado o pai não estava lá, ele estava
presente, mas ausente. O que deve ser mais cruel para a formação de uma criança, um
pai presente ausente ou um pai que mora longe? Era assim que me sentia em relação ao
meu pai, um vazio, uma necessidade de aceitação e afirmação por parte dele, de receber
carinho e ser amado. Mas, por mais perto que ele estivesse fisicamente de mim, sentia um
abismo enorme entre nós. Eu queria um pai herói, que estivesse junto de mim, mas ele
não era assim. Hoje sei que ele não poderia me dar o que não tinha aprendido e nem
recebido dos pais dele.
Em um certo dia, uma de minhas tias e seus filhos estavam conosco em casa. Ela
tinha uma menina e um menino da minha idade. Estávamos brincando no quintal e esta tia
teve a idéia de me vestir com roupas de menina, colocou um lenço em meu cabelo, uma
saia e uma blusinha de menina, até passou batom e maquiagem no meu rosto. No início
achei legal, gostei de estar vestido de menina, mas logo vi as pessoas que passavam na
rua olharem para aquela situação e rirem de mim. Corri para trás de um monte de pedras e
me escondi. As pessoas riam e faziam piadas ao me verem vestido de menina. Acredito
que esta tia me vestiu de menina porque percebeu que eu gostava do que as meninas
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gostavam e que eu tinha um certo “jeitinho efeminado”. Teve uma vez que meu irmão falou
que eu era “veado”, eu até achei engraçado porque pensei que ele estava me comparando
com um animal. Tempos depois descobri que na verdade ele estava me chamando de
“bicha” e que eu não gostava de namorar meninas. Neste momento senti meu coração,
minha alma ser ferida profundamente.
As brincadeiras de menina me chamavam atenção, tanto que eu brincava de boneca
e de casinha com elas. As bonecas Barbie e Susi eram as minhas preferidas. E como eu
gostava de usar saia. Quando as meninas me chamavam para brincar de desfilar eu era o
primeiro a me fantasiar de menina e sair desfilando. A conversa das meninas me
agradava mais do que a conversa dos meninos, elas sabiam me receber e me aceitavam
sem críticas e restrições. As meninas não zombavam de mim. As pessoas a minha volta
percebiam este comportamento em mim, cada uma reagia de uma forma. Uns eram mais
vorazes em seus comentários, me chamavam de “bichinha”, “veadinho”, menininha, outros
não diziam nada, outros ficavam falando entre si. Toda família reconhecia que eu tinha um
“jeitinho esquisito”, mas não tocavam no assunto.
Aos nove anos de idade comecei a pensar em namorar e nutria um carinho por
uma menina. Quando comentei com meus colegas, eles riam e diziam que eu não ia
conseguir porque não gostava de meninas e era “efeminado”. Simplesmente me rotularam
por verem em mim um comportamento mais tímido e introvertido. Com toda minha
insegurança e timidez fui até o encontro desta menina que eu gostava. Quando cheguei
perto dela fiquei mudo, com muita vergonha da situação não fiz nada. Criei uma
expectativa não só em mim, mas nas pessoas que me levaram até ela. Ficavam me
cobrando para que fizesse um movimento na direção dela. A vergonha tomou conta de
mim e só consegui trocar algumas frases com ela. Percebi que seria complicado demais
me relacionar com ela ou com qualquer menina que fosse por causa da vergonha e
timidez. Passei a conviver com um sentimento de frustração e impotência. Fiquei
convencido de que não conseguiria namorar uma garota. Conseguia sonhar com uma
menina, imaginar namorando e passeando, mas quando o sonho ia se tornando real e
vendo que não daria conta da situação, parava tudo. Ao contrário de mim meus colegas se
davam muito bem com as meninas, tinham uma certeza do que eram e poderiam fazer
com elas que eu não entendia. Tinham o domínio da situação, não tinham vergonha nem
timidez. Estavam se dando bem em suas paqueras, namoros e intimidades. Tudo isto era
muito difícil para mim. Eu os inveja por saberem se comportar como meninos e fazer o que
faziam sem dificuldade nenhuma. Esta inveja me fazia desejar as características deles.
Lembro que eu tinha inveja dos meus primos, eles eram tão masculinos e definidos em sua
sexualidade, eles falavam das meninas com uma desenvoltura que eu não conseguia. Eu
queria ser como eles, por isto os invejava. E esta inveja prosseguiu comigo até a idade
adulta.
Paschoal Piragine Jr
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Adolescência
Devido às dificuldades financeiras de minha família, meu pai foi para o sul, cidade
de Curitiba no Paraná. Conseguiu um trabalho em Pontal do Paraná. Sem ele conosco,
nos mudamos para o apartamento de minha avó. Que época difícil para todos nós. Morar
numa casa que não era nossa, conviver com pessoas que tinham seus compromissos,
suas manias. Senti falta do meu pai. Escrevi diversas cartas para ele falando da saudade
que sentia e de que gostaria de tê-lo por perto. Ele era um homem calado, de poucas
palavras. Não demonstrava carinho físico nem verbal pelos filhos. Gostaria que meu pai
fosse como os pais dos meus primos, que os abraçavam, davam atenção e eram próximo
deles. Raramente eu via meus pais demonstrando carinho um pelo outro. Sabia que se
gostavam mesmo não vendo na prática o amor que tinham entre si. Nem imaginava que
eles faziam amor, acreditei na mentira que uma cegonha trazia os bebês e que o beijo
poderia engravidar uma mulher. Não me recordo de meu pai falando que me amava ou
que gostava de mim, nem mesmo de receber um abraço bem forte dele.
Aos 14 anos de idade recebi a notícia que teríamos que ir morar em Curitiba. Lá
estávamos eu, minha mãe e irmã, dentro de um carro indo para a rodoviária de Belo
Horizonte. Ainda dentro do carro, olhei para trás e vi minhas tias e avó sendo deixadas
para trás. Ao chegar na cidade de Curitiba senti as dificuldades que estavam por começar,
não só para minha família, mas principalmente para minha vida. Ficamos hospedados na
casa de parentes. Havia uma pessoa conhecida que estava descobrindo sua sexualidade
vendo fotos em revistas pornográficas. Uma vez ela pediu-me que devolvesse uma destas
revistas para uma amiga, e no caminho abri e fiquei vendo as fotos. Fiquei surpreso ao ver
o que aquelas mulheres faziam, era a tal da maldade que sempre ouvi dos meus colegas.
Toda vez que ouvia meus colegas, tios, primos falarem de sexo, era de uma forma
totalmente maliciosa e sem respeito nenhum com a figura da mulher. Pensei que só as
mulheres vulgares e impuras é que faziam sexo. Fiquei com a imagem daquelas fotos na
minha mente e ao ver o corpo nu dos homens naquela revista lembrei-me das brincadeiras
que fazia com meus primos e colegas do bairro. Associei as brincadeiras sexuais que
aprendi com eles aos homens das fotos pornográficas. Percebi que desejava o corpo
daqueles homens. Senti desejo sexual por aqueles homens, desejo pelo mesmo sexo.
Não conseguia me imaginar fazendo aquilo com uma mulher, mas ao mesmo tempo
desejei o corpo nu dos homens. Desejei a masculinidade deles, as características físicas
que os faziam homens.
Começou o ano letivo e fui matriculado em uma escola. Novamente, ao conviver
com outros adolescentes, percebi minha dificuldade de relacionamento. Logo as palavras
que feriam minha masculinidade começaram a ser ditas pelos meus novos colegas. Minha
timidez aumentava a dificuldade de relacionamento com as pessoas. Neste tempo queria
namorar mesmo sabendo da minha dificuldade de relacionamento com as meninas,
principalmente quando imaginava que elas faziam sexo daquela forma que vi nas revistas
pornográficas. Sexo para mim não estava relacionado com amor e sim com maldade e
sacanagem. Meus amigos já falavam de seus envolvimentos, suas intimidades com as
garotas, suas experiências sexuais e eu nada.
Paschoal Piragine Jr
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Minha adolescência foi marcada por um ponto de interrogação. Não me sentia à
vontade com os garotos. Com as garotas só havia amizade e carinho por elas. Sentia uma
inadequação de ser garoto, não me sentia nada a vontade de estar com eles. Na verdade
eu não sabia a que gênero eu pertencia, não sabia para onde correr. Até tentei alguns
namoros com garotas, mas todos me traziam grande aflição, eu não sabia lidar com a
situação. Por várias vezes eu demonstrava interesse por uma garota e quando ela fazia
um movimento em minha direção um pânico tomava conta de mim. Sim, esta é a palavra
que descreve o que sentia: pânico. Era como se eu estivesse mentindo para eu mesmo,
como se estivesse enganando aquela menina, pois eu não poderia dar conta dela. Na
adolescência eu me sentia fora de qualquer grupo, nesta fase eu sentia solidão e vazio por
não saber em que grupo eu me enquadrava.
Nesta fase morávamos em um apartamento, meus pais e meus irmãos, eu tinha
uma irmã e dois irmãos, um mais velho e os outros mais novos do que eu. Em casa a
nossa comunicação era quase nula, era cada um com sua vida, o máximo que eu
compartilhava com eles era assuntos muito superficiais. Realmente não tínhamos muito o
que falar, mesmo tendo dentro de mim uma bomba relógio prestes a explodir a qualquer
momento. Eu vivia uma adolescência solitária, triste, onde todas as situações que passei
que feriram minha masculinidade criaram raízes em minha alma. Mas eu jamais havia
falado com ninguém sobre isto, eu carreguei estas feridas desde a infância. Enquanto eu
crescia as raízes geradas pelas palavras que feriram minha masculinidade ficavam cada
vez mais fortes dentro de mim.
Era uma prisão dentro de mim mesmo. Eu não gostava do que via em mim, isto
chegou num ponto em que rabisquei o meu rosto em todas as fotos da família. Eu via nas
fotos um menino fraco, mais parecido com uma menina, como odiei me ver assim. Nestas
fotos eu via um garoto tímido e introvertido, que não conseguia se sentir bem com os
garotos e nem com as garotas de quem gostava. Ninguém imaginava a confusão que
havia no meu ser. Em casa nós não falávamos sobre nosso dia, nossa vida. Não havia um
ambiente que favorecesse o diálogo. Como eu gostaria que meu pai tivesse um canal de
diálogo aberto para comigo. Quantas vezes eu desejei conseguir abrir este caminho de
comunicação, mas era algo difícil demais para mim. Nem mesmo eu sabia o que fazer com
tudo que se criou em minha alma. Eu precisava me identificar com algum grupo, fazer
parte de algum grupo em que sentisse à vontade e aceito.
Quando ouvia algumas pessoas falando de casamento eu nem imaginava a
hipótese de passar por isto, era lago muito distante para mim. Algumas vezes uma ou
outra pessoa fazia um comentário em minha direção referente a namoro e casamento. Não
tinha sentido ouvir isto, como eu poderia me ver namorando, noivando e casando se nem
mesmo sabia o que eu era? Estas pessoas não tinham noção da confusão que se passava
dentro de mim. Resumo minha adolescência num enorme ponto de interrogação.
Paschoal Piragine Jr
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Juventude
Conheci um grupo de pessoas da minha idade que se tornaram meus amigos. Este
grupo foi um amparo que tive e onde eu me relacionava melhor do que em casa. Saíamos
para passear, dançar nos divertir. Sempre me cobravam para ter uma namorada e como
sempre tinha um casalzinho no grupo eu nutria uma vontade de namorar também, não
sabia como mas queria namorar. Tentei várias vezes e sempre ficava sem jeito. Uma vez
arrumei uma namoradinha, com muita dificuldade começamos a nos conhecer. Ela
terminou comigo, achou um cara mais posicionado em sua masculinidade do que eu e
terminou o namoro comigo. Foi complicado lidar com esta rejeição.
Aos 18 anos, enfim arrumei uma namorada, gostei dela, da feminilidade dela. Era
algo novo estar com ela, de certa forma eu não sabia como namorar e nem me comportar.
Em pouco tempo de namoro ela começou a ter atitudes que me assustaram, teve
iniciativas que fizeram com que temesse estar com ela. Ela já havia tido suas experiências
sexuais e eu não. Certa noite, em uma danceteria, ela pediu-me que a tocasse de modo
mais íntimo e recusei por estar no meio de pessoas. Ela insistiu, fiquei constrangido. Como
eu não tomava nenhuma iniciativa ela disse ao meu ouvido: “às vezes acho que você não
é homem”. Naquele momento, veio em minha mente todas as palavras de maldição que
feriram minha masculinidade. As palavras da minha namorada me feriram profundamente.
Minha atitude naquele momento foi deixá-la naquele lugar. Sai dali e não a vi por um bom
tempo. O que havia se quebrado na infância e adolescência veio a se quebrar ainda mais.
Decidi não ter relacionamento com mulheres, com ninguém, assim estaria seguro. Decidi
ficar sozinho com minhas raízes de feridas na alma.
O que mais me deixou paralisado neste acontecimento foi em sentir que minha
namorada havia percebido que eu não era homem, que eu poderia ser veado e bicha. Que
pavor, medo e angústia. Eu tentando me ajustar num espaço em que me sentia
inadequado e de repente minha namorada me diz que eu não sou homem! Então tudo o
que eu ouvi na infância e adolescência era verdade! Eu não poderia namorar garotas e
nem me relacionar com elas porque eu era efeminado. Que confusão em minha mente. E
agora o que faço com tudo isto? Onde me enquadro?
Neste mesmo ano, meus pais viajaram e fiquei sozinho cuidando da casa. Alguém
tocou a campainha. Ao abrir a porta qual minha surpresa ao ver aquela garota da
danceteria, minha ex-namorada ali, na porta de casa. Deixei-a entrar e ficamos vendo TV e
conversando. Aconteceu um beijo e logo ela tirava sua roupa e me levava para o quarto.
Fiquei em pânico, meu corpo inteiro travou. Mas ela insistiu em manter relações não
respeitando meu pânico. Ela viu e sentiu que eu brochei mesmo. E não foi porque eu não
senti aração sexual por ela e sim pelo desespero de não saber agir naquela situação.
Desesperadamente fugi dali. Tranquei-me no banheiro e fiquei lá sentindo um monte de
“coisas”. Ela foi atrás e bateu na porta perguntando se eu estava bem. Abri a porta e fingi
estar passando mal e ela fingiu que acreditava.
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Após um tempo levei-a para casa e achei que tudo estaria resolvido, não a veria
mais. Mal sabia eu que havia sido abusado sexualmente, e isto eu fui descobrir aos 36
anos. Carreguei dentro de mim um emaranhado de sentimentos sem saber que a origem
era o abuso sexual. A ferida deste abuso sexual já estava instalada em minha alma.
Simplesmente fingi que aquele constrangimento não aconteceu, não dei atenção aos
sentimentos que passei ali. Não fazia idéia do abuso sexual que havia passado, do que
isto causaria em minha vida a partir de então. Descartei toda hipótese de me relacionar
com mulheres, iria ficar só pelo resto de minha vida. Senti frustração, insegurança, medo.
Senti minha masculinidade ser destruída. Todas as palavras de maldição que recebi até
então se materializaram na minha mente. Era como se aquela garota houvesse descoberto
o meu segredo, o meu medo, que eu poderia ter problemas, que talvez não fosse homem,
assim como ela havia dito para mim naquela danceteria. Após este acontecido, o rumo da
minha vida começou a mudar, eu não fazia idéia do deserto e do engano que viria a
passar.
Entrando na homossexualidade
Neste mesmo ano consegui um trabalho em uma empresa. Nesta empresa conheci
um rapaz que era assumidamente homossexual e às vezes se comportava como homem e
às vezes como mulher. Ele não escondia de ninguém que gostava de homens e algo a
mais conquistou minha confiança, fui aceito, não houve rejeição e exclusão, me vi aceito
no meio ao qual ele estava inserido. Aquele rapaz que se dizia homossexual me aceitou no
clube. Fizemos amizade e logo recebi um convite para participar de um churrasco em sua
casa.
Ele viu que eu tinha uma tendência para a homossexualidade. Na verdade ele
estaria me ajudando a “sair do armário”. Mesmo com muito medo do que poderia ver ali
decidi participar do churrasco. Chegando lá, presenciei uma cena que mudou realmente o
rumo da minha vida. Ali havia homens namorando homens e mulheres namorando
mulheres. Fiquei assustado e ao mesmo tempo aliviado por saber que aquilo era real, que
existiam pessoas que gostavam de se relacionar com o mesmo sexo de forma aberta e
sem receio do que os outros iriam falar delas.
Conheci uma garota que estava na mesma situação, foi ali para ver o que acontecia
na vida daquelas pessoas tão diferentes em sua forma de amar. Fiz amizade com ela e
ficamos juntos conversando sobre essa nossa descoberta. Ela nunca havia se relacionado
com o mesmo sexo, estava noiva de um homem até pouco tempo, mas decidiu terminar o
noivado porque acreditava estar amando uma mulher. Assim como eu, ela havia
descoberto pessoas que se rotulavam de homossexuais e que de imediato nos aceitaram
sem nenhum desprezo. Depois desta descoberta eu queria encontrar um rapaz para viver
um grande amor, e seria firmado na fidelidade mútua, eu queria amar e ser amado. Neste
momento eu estava buscando amor e não sexo. O sexo foi conseqüência do
relacionamento homossexual que vivi.
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Depois deste encontro, minha vida mudou. Meus caminhos se voltaram para a
homossexualidade. Passei a ter amigos e amigas homossexuais e a participar de um
grupo que me aceitava. Porque sofrer tanto com as palavras de maldição que recebia dos
outros durante minha vida inteira se poderia fazer parte daquele meio homossexual, onde
ninguém zoava de ninguém por gostar do mesmo sexo. Doce ilusão, doce engano, mal
sabia que o pior estava por vir. Havia muita festa, muita risada, muita maquiagem, mas
quando a cortina se fechava, o vazio e a insatisfação daquela vida apareciam por trás dos
bastidores. Ah se eu soubesse o caminho pedregoso que iria ter que atravessar. Comecei
a freqüentar bares e boates para homossexuais. Fiz novos amigos e identifiquei-me com a
história de cada um. Todos passaram por situações parecidas com a minha.
Com o passar dos anos eu entrava cada vez mais na prática da homossexualidade.
Passei a acreditar que havia nascido homossexual quando direcionei meus sentimentos,
desejos e vontades para a prática homossexual, aceitei então que não haveria mudança,
sempre seria homossexual. Fiquei 12 anos nesta prática, sem contar os anos decorridos
da infância até a adolescência, onde pensava que era diferente, que algo estava errado
comigo. Pensei que havia descoberto a verdade, onde tudo que havia escutado de
maldição se resolvia naquele mundo homossexual que descobri. O último relacionamento
durou cinco anos. Não é necessário descrever aqui tudo o que fiz enquanto na
homossexualidade, mas posso dizer que realmente acreditava que havia nascido assim.
Não existia nenhuma possibilidade de mudança. Nestes 12 anos que passei na
prática da homossexualidade, foram poucos os momentos em que me senti seguro. Pelo
contrário, vivia na insegurança e na busca de amor e aceitação, que jamais encontraria
nos rapazes com quem estive, eles não poderiam preencher o vazio do meu coração,
homem nenhum poderia.
A verdade que achei ter encontrado na homossexualidade começou a causar dor.
Esta dor era emocional e fazia minha alma tremer de tanta angústia, aquilo que um dia
encontrei num churrasco estava me matando, então pensei: “que liberdade é esta que me
faz tremer de tanta dor? Cansei de viver em busca do príncipe encantado, que depois de
um tempo virava sapo e o encanto acabava.
A volta para casa
De repente, tudo começou a mudar e seguir um novo caminho em minha vida.
Aquele brilho da descoberta do meio homossexual começou a passar. Aquele vislumbre de
poder “sair do armário” que me acometeu no início começou a perder sua força. Após anos
de prática homossexual entendi que nada preenchia o vazio e a insatisfação daquela vida.
Minha vida na homossexualidade girava em torno de bares, boates, paquera, insegurança,
parecia que meu coração havia virado carne moída. Mesmo buscando um relacionamento
com base na fidelidade ninguém me levava a sério por muito tempo. A novidade de estar
com alguém logo passava. Meus amigos viviam trocando de parceiros. Quanto engano. Na
realidade eu buscava em outro homem aquilo que faltava em mim, precisava suprir uma
carência que havia em minha alma que homem nenhum iria preencher, pois nem mesmo
eles estavam satisfeitos consigo mesmo. Toda vez que conhecia um “casal” gay eu ficava
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imaginando se eram felizes verdadeiramente, e não dava outra, logo vinha a notícia de que
o relacionamento havia acabado. O que parecia ser verdadeiro não durava muito tempo, e
se durava era porque havia muita permissividade no relacionamento, o que fazia parecer
que estavam juntos há muitos anos. Cansei de ver meus amigos passarem de mão em
mão, trocando de parceiros como se troca de roupa.
Só depois de passar por um processo de resignificação de vida que entendi as
histórias de vida abaixo:
Uma de minhas amigas contou sua história de como entrou na vida lésbica. Ela
jamais havia imaginado estar num relacionamento lésbico. Ela apanhava do primeiro
marido, e no segundo casamento também apanhou do marido que era muito possessivo.
Daí conheceu nosso grupinho de amigos homossexuais e começou a freqüentar os bares
e boates e logo recebeu um convite de uma mulher, a partir deste momento ela se
entregou ao carinho e consolo desta mulher e iniciou uma longa caminhada de novas
parceiras sexuais. A carência desta amiga fez com que aceitasse o consolo nos braços de
outra mulher. Um rapaz do nosso grupo falou do relacionamento dele com o pai e dos
abusos que sofria de um tio, depois de vários encontros na vida homossexual ele passou a
ser Drag Queen. Um dos rapazes que tive um relacionamento veio de uma família onde o
pai era totalmente ausente, a mãe para compensar a ausência do marido sufocou este filho
que não tinha o pai como referência de homem e de masculinidade sadia. Cada um tinha
um histórico que os remetia a uma tendência homossexual, mas era mais fácil viver como
homossexual do que buscar mudança de comportamento.
Pensei na hipótese de abandonar a prática homossexual. Como sair se estava
preso naquela vida? Afinal de contas eu não pedi para ter desejos pelo mesmo sexo.
Quando percebi a atração pelo mesmo sexo já estava em mim, tomando conta da minha
vida e dos meus desejos. Eu jamais iria optar em sofrer numa vida na homossexualidade.
Enfim foram 12 anos na prática de um erro que fazia parte da minha vida. A vida na
homossexualidade até então era o que eu sabia fazer e até então era verdade para mim.
Certo dia, liguei para meu irmão menor e pedi que me ajudasse, precisava levar o que era
meu para casa de minha mãe.
Saí da casa daquele rapaz, com quem vivi por quase cinco anos, não suportei tanta
incerteza, tanta mentira, infidelidade e insatisfação. Meu irmão veio até a casa onde eu
morava e lá estava eu com três sacos de lixo com tudo o que me pertencia dentro deles.
Retornei para casa de minha mãe carregando comigo três sacos de lixo, financeiramente
falido e numa tremenda dependência emocional, deixando para trás um “amigo” e tudo que
até então achava que era verdade em minha vida.
A dependência emocional que nutria pelo meu “amigo” estava me matando a cada
dia. Olhei para minha vida e percebi que havia construído minha história numa areia
movediça. Tudo afundou nesta areia, assim como os amigos, as festas, os
relacionamentos, os amores, as paixões. Cai numa depressão profunda. Surgiram
questionamentos em minha mente do tipo: quem sou eu? O que fiz até agora? Acreditei ter
nascido homossexual e agora percebo que esta prática está me matando. Precisava
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mudar, mas como? Não pedi para ter desejos pelo mesmo sexo. Não acordei de manhã e
disse que seria homossexual. Deixar a prática homossexual era uma hipótese que estava
longe demais para alcançar, ainda mais com desejos e sentimentos por pessoas do
mesmo sexo.
Conseguia manter meu trabalho mesmo com a depressão. Programei em minha
mente uma situação para que pudesse sobrevier à depressão e a dependência emocional
que sentia pela vida na homossexualidade e por todos que lá ficaram. Era como se
acionasse um botão imaginário em minha mente onde programava meu corpo para sair em
direção ao trabalho, depois o desligava ao chegar em casa. Funcionou mesmo com
angústia e tristeza tomando conta da minha alma. Minhas forças estavam se esgotando.
Olhava para trás e não gostava do que via, o presente estava me torturando, olhava para
frente e não visualizava nada. Dentro desta dor emocional ao qual estava enfiado, de tanto
pranto, surgiu uma ajuda, uma mão que estava estendida para mim, pronta para me
segurar até que recuperasse minhas forças e pudesse caminhar novamente. De repente
recebi uma palavra de conforto e surgiu uma esperança. Uma porta de esperança onde
não havia nada.
Encontro com Deus
Minha mãe, vendo toda minha angústia, fez-me um convite. Indicou que fizesse uma
visita em uma igrejinha onde lá haveria uma missionária falando da Palavra de Deus. Não
tinha nada a perder e aceitei o convite. A igreja era pequena, no Bairro Boa Vista. Lá
estava eu sentado no meio dos ouvintes. A pastora anunciou a missionária que iria pregar
naquela noite. Quando a missionária começou a falar do amor de Deus, meus olhos se
encheram de lágrimas. Até então nunca havia ouvido alguém falar do grande amor de
Deus pela minha vida, de um Deus que entregou seu Filho por amor de mim. Comi aquelas
palavras, bebi de uma água (a Palavra de Deus) que poderia matar a minha sede. Ouvi
que Deus me amava e poderia mudar a história da minha vida, que iria dar um novo
significado para minha história e bastava eu crer no Filho de Deus, em Jesus. Comecei a
buscar por este amor, por este Deus que ela falou tão bem. Um Deus que me prometia
fidelidade, salvação e vida eterna através de Jesus. Jesus passou a ser parte da minha
caminhada e através dEle encontrei resignificação da minha história.
Ao retornar para casa olhei para mim e permiti Deus mudar minha história. Surgiu
uma esperança onde até então não havia nada. Tentava imaginar como aquele Deus
mudaria minha vida. Em poucos dias, um gerente que trabalhava no mesmo setor que eu,
vendo que minha angústia estava me consumindo, fez-me um convite. Amavelmente
convidou-me para visitar a casa dele e participar de uma reunião. Aceitei de imediato sem
saber o que realmente aconteceria nesta reunião. Ao chegar lá, fui recebido por pessoas
de uma igreja que me amaram muito, um amor sem cobranças e julgamentos, apenas me
amaram. Estudamos a palavra de Deus e comecei a aprender mais sobre aquele Deus que
a missionária falou que iria mudar minha história, que iria dar um novo sentido para minha
vida. No meio da dor, angústia e desespero pude sentir o amor de Deus me envolver. A
graça de Deus é maravilhosa, ela alcança o mais profundo abismo. Não há lugar onde a
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graça de Deus não chegue para te tocar. Entendi que não estava sozinho neste momento
tão difícil.
Em um destes encontros comentei da vida que levei na homossexualidade. Fui
apresentado para um casal que ali estava. Um casal disposto a caminhar comigo. Toda
semana eu estaria com eles para receber ajuda e orientação através das verdades que
estão na Bíblia. Desesperadamente aceitei o desafio. Passei a fazer parte da rotina
daquela família e a freqüentar uma igreja, pois precisava criar um novo círculo de
amizades. Ficou combinado que toda segunda-feira eu estaria junto com o rapaz para
estudar a Bíblia e fazer um discipulado. No primeiro encontro eu “vomitei” tudo o que
estava preso em meu coração. Contei toda minha história e a dor emocional que ainda
sentia. Ele ouviu pacientemente e falou que eu não era homossexual, disse que eu estava
homossexual. Estas palavras entraram em meu coração e neste momento pensei que ele
estava totalmente enganado, que não sabia o que estava falando. Eu sabia de tudo o que
havia feito, da vida que levei na prática homossexual, dos desejos e vontades que tinha
pelo mesmo sexo. E ele vem me dizer que eu não era homossexual. Imagina, tinha
acabado de sair de um relacionamento homossexual de cinco anos e vem alguém me dizer
que eu não era homossexual. Resolvi dar uma chance e continuei o discipulado.
Começamos a sair e conversar não só sobre Bíblia, mas sobre relacionamento homem e
mulher. Várias vezes íamos andar a cavalo em uma cidade próxima de Curitiba, chamada
Campo Largo, comprei meu próprio cavalo. Foi muito terapêutico, pois lá eu ficava
envolvido com outras atividades e esquecia da dependência emocional e da dor que sentia
em meu coração.
A luz da Palavra de Deus trouxe a verdade, caindo toda mentira e engano. O vazio
que havia em meu coração foi preenchido pelo amor de Deus. Conforme ia aprendendo a
viver com Jesus, as mentiras iam sendo descobertas. Posicionei-me com todas as armas
oferecidas na sua Palavra para resistir às imposições do mundo. Eu e o rapaz que vivia
comigo, tínhamos uma Bíblia aberta na cabeceira da cama de casal, aberta em algum
Salmo que não falava do erro em que vivíamos. Só líamos o que nos era conveniente, era
mais fácil. É mais fácil dizer que a Bíblia precisa ser revista do que buscar mudança de
vida.
Durante madrugadas estudei a Bíblia, procurei nela por algo que favorecesse a
homossexualidade e não encontrei. Neste período clamava em oração por ajuda,
chegava em casa na sexta-feira após o trabalho e só saía na segunda-feira para
trabalhar. Lembrava-me das festas, do falso brilho, muita risada, gente bonita em suas
roupas de marca, barriga cheia de comida e um espírito vazio, mas ao raiar do dia o
falso brilho começava a se apagar e aí sim, vinha o vazio daquela vida. Não aceito mais
isto em minha vida, hoje a luz que brilha em meu coração vem de Jesus e que a
satisfação que tenho em viver vem dEle. Descobri que Deus me amava, mas não ao
erro que cometia. Deus não condenaria esta prática em minha vida sem antes oferecer
uma saída. A saída está na sua Palavra que é viva e eficaz e no amor de Jesus. Através
do Espírito Santo fui convencido do erro em que vivia. Pois só o Espírito Santo pode nos
convencer do erro, da justiça e do juízo. Compreendi e aceitei como verdade textos
bíblicos que até então eu não aceitava como verdade. Achava que era somente para
aquela época. Qual minha surpresa ao ver em minha vida as promessas de Deus serem
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cumpridas. Aquelas palavras de muito tempo atrás estavam causando efeito em minha
vida hoje. A Palavra se mostrou em mim viva e eficaz.
Pude então perceber que realmente havia uma inversão na minha forma de amar.
Analisei toda minha vida e conclui que durante o passar dos anos eu estava sendo
“construído” para levar uma vida na homossexualidade. Seria difícil uma criança viver as
situações que passei e não entrar na homossexualidade. O que havia sido aprendido
poderia ser desaprendido. Na verdade aprendi a ser homossexual, e tudo o que fiz na
prática homossexual não alterou minha heterossexualidade. Precisava não só mudar
radicalmente, mas manter-me nesta mudança. Então tomei a decisão, fiz uma escolha,
mudar a história da minha vida, buscar um sentido real para minha história. Conforme
superava minhas dificuldades passava a ajudar outras pessoas. Iniciei um trabalho
voluntário em uma casa de apoio onde havia crianças, jovens e idosos na mais drástica
situação de abandono. Convivi com pessoas que contavam com ajuda voluntária para
sobreviverem, pessoas que não serviam mais para a sociedade, deixadas de lado em
conseqüência de suas escolhas erradas tais como uso de drogas, prostituição, tráfico entre
outras. Algumas pessoas vinham das ruas, sujas e maltrapilhas, outras de famílias
completamente disfuncionais. Olhei para a realidade delas e entendi que em meio a minha
dor, poderia doar algo de mim para ajudá-los.
O tempo que passei nesta casa de apoio ajudou-me a crescer e amadurecer como
pessoa. Sabia que poderia continuar com o trabalho voluntário, mas também aceitei que
precisava de ajuda para tratar as minhas feridas na alma. Senti que faltava tratar algumas
áreas em minha vida que estavam atrapalhando meu crescimento como cristão e como
homem. Sentia solidão, passei a pensar em conhecer uma garota e poder fazer este
trabalho voluntário junto com ela. Este passo, deixar uma mulher entrar em minha vida,
exigiria muito de mim, teria que abrir mão de várias conquistas para alcançar este
momento tão importante, pois não queria ficar só. Decidi não viver mais com homens
logicamente teria que me relacionar com uma mulher. Só de pensar nas áreas de minha
vida que teriam de ser tratadas eu já ficava em pânico. Não se trata da homossexualidade
e sim das raízes que sustentavam a homossexualidade na minha vida.
Algumas pessoas que praticam a homossexualidade são completamente contra
alguém oferecer ajuda a uma vida que deseja voluntariamente sair desta prática sexual.
Isto é uma in justiça, eu precisei e busquei por esta ajuda e fico feliz por ter conseguido.
Toda pessoa que está insatisfeita com sua homossexualidade deve ter a liberdade de
buscar apoio. Nada mais justo do que isto, quem deseja estar na homossexualidade que
fique, procure ser feliz, mas os que estão insatisfeitos merecem receber o apoio devido.
Deve haver respeito para os dois lados. Se eu não tivesse recebido ajuda para deixar a
prática homossexual não estaria vivendo esta felicidade e satisfação que tenho hoje fora
desta prática. Sou contra quem condena e dificulta a vida dos praticantes da
homossexualidade, deve-se com toda certeza ter respeito com todos. Quando decidi sair
da homossexualidade, as pessoas que me ajudaram em nenhum momento quiseram
mudar minha sexualidade, pois elas sabiam que sempre fui heterossexual, e que tudo que
fiz e achei ser na questão homossexual não alterou minha heterossexualidade. Então,
quando vejo alguém querendo impedir que se ajudem pessoas que voluntariamente
buscam apoio para deixar a prática homossexual, fico perplexo, pois esta pessoa não está
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sendo justa. Há tempos atrás acompanhei um debate entre praticantes da
homossexualidade e políticos sobre a questão de proporcionar ajuda aos que buscam
voluntariamente deixar a prática homossexual. Neste debate, um praticante da
homossexualidade foi questionado se em algum momento buscou ajuda para deixar esta
prática e ele respondeu que sim. Isto quer dizer que ele teve a oportunidade de escolher
buscar ajuda, porém não deu certo, e vem agora impedir que outros façam o mesmo?
Assim como eu, que era convicto da minha homossexualidade, um dia me encontrei
muito insatisfeito e busquei ajuda para mudar, concordo que se ofereça apoio aos que
buscam mudança de comportamento. Hoje posso viver a heterossexualidade de forma
plena, imagina se houvesse algum impedimento?
Todos os rapazes com quem estive mantinham no seu íntimo a vontade de um dia
terem uma vida diferente. Eu podia bater o pé e negar com minhas atitudes e palavras,
mas no coração eu desejava mudar, só não sabia como. Deixar anos de prática
homossexual exigiu de mim cura das feridas da alma, foi um processo gradativo e levou
seis anos. Se tivessem prometido mudança instantânea e isto não ocorresse, eu poderia ir
embora por não ver meus desejos e vontades transformados de um instante para outro e
pior, poderia desacreditar do maravilhoso evangelho de Cristo. Mesmo no erro fui muito
amado pelas pessoas que me evangelizaram. Aprendi que Jesus realmente veio ao
mundo para buscar e salvar a todos que estão cativos do erro. Precisava buscar Deus de
todo o meu coração, de toda minha alma e entendimento, pois não há transformação se
não houver busca. Foi preciso abrir mão das situações que até então dominavam minha
vida.
Muitos “amigos” do meio antigo me ligavam, não para me ajudar, mas para piorar o
estado em que me encontrava. Lembro-me de uma ligação que recebi logo que decidi
me afastar daquele meio. A pessoa dizia: ”Como está você Saulo, neste carnaval com
quantas pessoas você ficou? Respondi: nenhuma. E ela dizia: “não posso acreditar, pois
eu fiquei com seis pessoas nestes dias de carnaval!"”. Quanto vazio, hoje se puder falar
com esta criatura novamente eu diria: “venha conhecer a verdade, a verdade que trás
paz e descanso para sua alma, venha para a luz que é viver com Jesus. Somente em
Jesus poderá encontrar descanso e conforto para sua alma”. Cansei de buscar consolo,
amor e aceitação através da homossexualidade.
Quando deixei tudo e todos do meio homossexual eu mantive contato somente com
uma grande amiga. Ela continuava na vida lésbica e nos víamos de vez em quando. Se
eu quisesse continuar em busca de resignificação de vida eu teria de deixá-la ir embora.
Pois a influência dela poderia prejudicar minha caminhada. Uma vez aceitei um convite
dela para ir num bar para homossexuais e o risco de regredir foi altíssimo, fui a um lugar
que já havia freqüentado, e pela primeira vez pude perceber como eu havia vivido.
Aquele bar parecia um açougue, onde bastava olhar para o lado e tinha um pedaço de
carne para se relacionar comigo. Pude perceber como eu buscava me identificar com
alguém, como procurava no outro o que faltou receber do meu pai e da minha mãe. Não
poderia alcançar resignificação de vida voltando ao que sempre fiz, praticar a
homossexualidade. Quando cheguei em casa, depois de sair deste bar, entrei no meu
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quarto e fiz uma oração de clamor a Deus, pedindo ajuda. Continuei a caminhada e
abracei Jesus com toda minha força. Nenhum erro está fora da graça de Deus, nenhum.
O amor de Jesus pode alcançar o mais profundo abismo. Passei a compreender a
diferença entre tentação e pecado. Eu possuía o Espírito Santo que Deus me dera não
para me impedir de ser tentado, mas para que me capacitasse a resistir e não ser
vencido pelas tentações. Precisava de amadurecimento espiritual. Era preciso
dedicação constante de minha parte. Neste momento eu precisava de amor e não de
julgamentos.
Durante muito tempo continuei recebendo ligações para sair nos bares e boates. Relutei
para não aceitar estes convites. Em meio a dor emocional que afetava até mesmo meu
físico eu fiz uma escolha, decidi mudar e buscar crescimento e amadurecimento. De
repente Deus providenciou uma mudança na minha vida. Que surpresa mais agradável.
O louvor no final deste testemunho diz exatamente sobre esta libertação que recebi.
Meus caminhos estavam sendo endireitados. Afastei-me de tudo e de todos do meio
antigo, precisava buscar alimento para sobreviver e permanecer firme. Hoje posso
enxergar e estar aqui falando do que Deus tem feito em minha vida, para honrar e
glorificar este Deus que sirvo, onde pude receber e aceitar a verdade que está em sua
Palavra que liberta e dá vida. Descobri que estava alimentado por uma mentira, que
acreditara em uma mentira. Quando pude perceber o que realmente eu tinha vivido,
confessei que era pecador, aceitando Jesus como meu único Senhor e Salvador.
Precisava desaprender o comportamento errado que havia aprendido e a Palavra de
Deus começou a fazer sentido. Entendi que conheceria a verdade, e se iria conhecer a
verdade o que eu vivia era mentira, falso, ilusão. Esta verdade me libertou do cativeiro
ao qual me encontrava. Os rótulos que havia recebido começavam a cair. Hoje sou livre
e sirvo a um Deus que muda o caminho errado e incerto de quem Ele quiser, e Ele quer
que todos se salvem. Aquele que perder a sua vida por amor a Jesus encontrá-la-á.
Lembremo-nos que Ele é o nosso Senhor, devemos nos curvar diante dEle. Ele nos dá
o livre arbítrio para escolher entre a vida e a morte.
Hoje falo da dificuldade que vivi enquanto na homossexualidade. Falo mais da
verdade que descobri através da palavra de Deus, verdade que me libertou e me tornou
livre de todo engano que envolvia minha vida. Para você que se acha livre, que faz o que
quer, cuidado, você está mais preso do que possa imaginar. A minha liberdade enquanto
na homossexualidade acabou se tornando minha prisão.
Algum tempo atrás um travesti famoso deu uma entrevista em um programa de
televisão, onde o entrevistador perguntou: “Você já colocou seios, já delimitou seu corpo
com formas femininas, deixou o cabelo crescer, mudou seu rosto, seus lábios, pergunto:
porque não faz uma cirurgia para tirar seu pênis e colocar uma vagina?”. Resposta:
“Porque não quero fazer o que muitos travestis tem feito, passam horas com
psicanalistas, horas de mutilação através de uma cirurgia, depois vão para casa se
recuperar, e batem a cabeça na parede, porque sabem que foram feitos homens e
pensam como homens”. As leis que hoje existem em países liberais, que asseguram o
relacionamento homossexual, cirurgias para troca de órgão genital, seguro de vida,
poderiam aliviar o preconceito à minha volta, facilitar o meu dia-a-dia, mas não poderiam
assegurar e me proteger do vazio que estava dentro de mim. Existe perfeição em Deus.
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Compreendi que a vida homossexual que eu levava estava fora do plano perfeito de
Deus para mim. A vontade de Deus para mim é boa, perfeita e agradável.
Durante os estudos de 2º grau tive um colega de sala que recebia muitas palavras
de maldição vinda dos outros alunos, ele apresentava um jeito efeminado e por isto era
rotulado de “veado”, “bicha”. Quando comecei a freqüentar as boates, vi uma mulher que
me chamou a atenção, estava vestida de modo muito sensual, fui até ela para conhecê-la,
ao me aproximar reconheci seu rosto. Qual minha surpresa ao ver que não era ela e sim
ele, aquele rapaz do 2º grau que era efeminado. Havia colocado silicone no seu corpo
para ganhar formas femininas.
Esta porção da sociedade que disse para este rapaz se aceitar assim é a mesma
sociedade que o jogou em um caldeirão de água fervendo. Vejo uma grande parte de
adolescentes e jovens sendo influenciados pela mídia, pela cultura, a se permitirem. De
tanto receber informações de que a sexualidade deve ser vivida da forma em que achar
melhor estes jovens acabam entrando em relacionamentos com pessoas do mesmo sexo
por simples influência de alguns. Há um cultura do “se é bom para você então faça,
permita-se”. E paralelo a isto existem pessoas que insistem em dizer “eu preciso viver isto,
preciso passar por isto para ver como é”. Nada mais do que tentar enganar a si mesmo
para amenizar os efeitos da situação. Há poder na Palavra de Deus, poder que pôde
transformar minha vida desde que aceitei a verdade. Busquei cura para as feridas da alma
e transformação no meu viver. Deus oferece água viva para todos que tem sede. Quem
tem sede vá até esta água que é a Palavra de Deus e beba e rios de água viva fluirão do
seu interior.
Namoro
Comentei no decorrer deste texto que desejava conhecer uma garota, não queria
viver só, mesmo sabendo que teria que tratar outras áreas da minha vida que até então
não havia tratado. Relacionamento com pessoas do mesmo sexo eu não queria mais,
então precisava aprender a me relacionar com o sexo oposto. Após 5 anos fora da prática
homossexual e de aprendizado da Palavra de Deus participei de um encontro onde
homens e mulheres insatisfeitos com uma vida na homossexualidade buscavam ajuda. Lá
conheci uma psicóloga que comentou comigo sobre a necessidade de tratar algumas
questões que estavam me impedindo de ter mais qualidade de vida, de alcançar meus
novos objetivos e obter amadurecimento.
Trazia comigo cicatrizes que precisavam ser realmente tratadas. Agradeci o
conselho desta psicóloga e sabia que iria precisar mexer nestas questões mais cedo ou
mais tarde. A tendência homossexual que tive era conseqüência de diversas raízes
profundas em minha alma. Esta psicóloga tinha conhecimento do que estava falando. Até
hoje não tive a oportunidade de dizer a ela, mas uma frase que ela me disse causou
grande impacto em mim. Perguntei se ela estava tendo muitos problemas por mudar a
sexualidade de uma pessoa de homossexual para heterossexual. A resposta foi tremenda:
“Jamais busquei mudar a sexualidade de ninguém, todos são heterossexuais, apenas
auxilio pessoas em diferentes áreas de suas vidas que acabam fazendo com que elas
deixem de estar homossexuais”.
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Antes de ir para este encontro havia terminado meu namoro, pois estas questões
que a psicóloga comentou afetavam minha saúde emocional. Conheci esta namorada em
uma casa de apoio que passei a ajudar. Cheguei lá para oferecer ajuda voluntária e a
conheci ao participar como ouvinte de uma palestra sobre abuso sexual. Gostei dela
naquele momento, e sabia que uma nova fase em minha restauração na sexualidade
estaria por começar. Vou compartilhar com você um pouco deste momento.
Convidei esta garota para tomar um café, um dos fatores que me motivou foi a
admiração que tive por ela. Uma garota que passou pela dor e que havia decidido também
resignificar sua história. Em minhas orações eu pedia para Deus que me apresentasse
uma mulher que sabia o que era dor, assim ela entenderia a minha dor. Minha real
intenção não seria tomar um café com ela e sim pedir para ela namorar comigo. Estava
nervoso e minha voz tremia, e falei que desejava namorá-la, na verdade o nervosismo era
tanto que quase vomitei as palavras.
Ela aceitou meu pedido e disse que seria preciso eu procurar o líder da casa de
apoio e conversar com ele. Assim teríamos alguém acompanhando nosso relacionamento,
onde indicasse limites seguros para nós dois. Esta decisão foi muito importante, ter alguém
para prestar contas de nossas atitudes. De um lado estava eu com este histórico de
homossexualidade e do outro estava ela com a sua história. Até aqui estávamos sofrendo
conseqüências de escolhas erradas, então nos posicionamos para pelo menos tentarmos
acertar em tudo que podíamos neste namoro.
Passamos a ter uma amizade especial, onde saíamos para nos conhecer. Foi ótimo
para mim pois eu me sentia seguro sabendo que havia limites. De início nós íamos em
parques, tomar sorvete, tomar café numa panificadora, e até mesmo sair para não fazer
nada juntos, só sair e ficar junto. Passado um tempo iniciamos nosso namoro, nesta fase
nós ficávamos mais tempo juntos, eu tive que aprender a andar de mãos dadas com ela, a
sentir a pele do corpo e dos lábios. Tudo era um aprendizado, eu estava acostumado com
a pele e o toque de pessoas do mesmo sexo. Foi incômodo no início, mas depois meu
corpo foi se acostumando com estas novas situações. Um momento de grande alegria foi
quando eu fiquei excitado ao beijá-la, e foi natural. Quando isto aconteceu pensei em como
poderia ser isto. Passei anos me achando diferente, esquisito e de que não poderia
namorar uma mulher e muito menos ter um relacionamento profundo e meu corpo se
excita naturalmente com um beijo? Então quer dizer que minha heterossexualidade
sempre esteve comigo, prontinha para ser usada! Até aqui eu só tinha relacionamentos
com pessoas do mesmo sexo e me vejo excitado desta forma!
Tive admiração por minha namorada, o desejo de estar com ela era mais forte do
que o medo que sentia pelo desconhecido. Volta e meia um pânico se apoderava de mim,
pois tinha medo de algumas situações, medo de ficar sozinho com ela e ser abusado
novamente, medo de ouvir novamente palavras que pudessem ferir minha masculinidade.
Hoje consigo dar risada desta situação. Foi difícil cada momento deste relacionamento.
Quando nós saíamos para namorar eu já planejava todo o percurso, desde o início até o
fim, assim teria a certeza que não ficaríamos sozinhos. Com o namoro nosso
relacionamento foi se estreitando e percebi que estaria em perigo.
A situação que vou contar agora demonstra como aquele abuso que sofri aos 18
anos ainda paralisava minha vida hoje. Estava em casa e recebi uma ligação, era minha
namorada. Ela me fez uma pergunta que estremeceu meu chão, ela perguntou se poderia
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me chamar de “meu amor”, fiquei sem ar nesta hora, seria muita intimidade e eu poderia
ser abusado na primeira chance. Durante outra conversa ela falou que assim que nos
encontrássemos ela iria fazer algo bem gostoso para mim. Assim que eu desliguei o
telefone entrei em pânico. Entendi que ela iria chegar em casa e abusar de mim assim
como aconteceu aos 18 anos de idade. Senti todas as sensações daquele abuso, era
como se ela fosse me ridicularizar e atacar minha masculinidade. Em minha mente passou
um filme, onde eu sofria todos os danos causados pelo abuso sexual de 20 e poucos anos
atrás! Então seria mais fácil terminar o namoro, assim estaria seguro.
Então, terminei o namoro. Mais uma vez me vi sozinho fugindo de uma garota por
estar com medo. Era necessário aprender a me relacionar com o sexo oposto, passar a ter
relacionamento profundo e não superficial. Para isto acontecer eu precisaria tratar deste
medo de ser abusado e ridicularizado. E eu precisaria contar para ela tudo o que se
passava comigo, assim ela poderia saber em como lidar comigo nestes momentos.
Passou o tempo e senti saudades dela, detectei que o amor que sentia por ela era
maior que todo o medo. Mas ela poderia estar me esperando ou não, eu estava correndo
este risco. Em uma viagem que fizemos com nossos amigos voltamos a namorar. Pela
segunda vez a pedi em namoro.
Noivado
A fase do namoro foi passando e decidi comprar as alianças para o noivado.
Localizei a loja que iria comprar as alianças, enquanto caminhava em direção á loja fui
surpreendido por um ataque de pânico, parecia que havia uma multidão a minha volta
lançando palavras e olhares de reprovação por estar para adquirir as alianças do meu
futuro casamento. Não consegui entrar na loja, dei outra volta e venci o medo entrando na
loja sem demonstrar minha insegurança, tremia por dentro e suava muito. Estas sensações
eram conseqüências do abuso sexual.
Guardei as alianças por um mês para me acostumar com a idéia e marcar um
passeio com ela para fazer uma surpresa. Levei-a para um passeio ecológico e no meio do
caminho parei o carro e com o coração saltando pela boca a pedi em casamento. Foi uma
cena inesquecível para nós dois. Neste momento estávamos demonstrando um para o
outro a aceitação e concordância mútua da nossa união. Conto este fato para que possam
entender a dificuldade que havia em mim para alcançar o meu sonho de ter uma mulher ao
meu lado. Teria que vencer o medo.
Certa noite ao voltarmos de uma formatura, senti medo de ficar sozinho com ela,
mesmo estando noivo. Decidi compartilhar com minha noiva sobre este medo, pois não
queria estar casado e de repente ter medo de estar com ela em casa. Decidimos que eu
iria procurar ajuda profissional, de algum psicólogo, e isto seria antes do casamento. Levei
esta questão do medo para uma psicóloga de minha confiança, e falei do meu medo de ser
abusado sexualmente pela minha noiva, do medo que havia na minha mente de ver minha
masculinidade ser destruída novamente. Mesmo sabendo que minha noiva jamais faria isto
senti medo. Era como se entre eu e ela surgisse um monstro enorme chamado “Abuso
Sexual” e “Palavras Destrutivas”. Interessante que neste momento a questão da
homossexualidade nem foi levado em conta. A homossexualidade havia ficado para trás e
o que ficou foram resquícios de experiências ruins da infância e adolescência.
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Conforme ia tratando certas áreas em minha alma, a homossexualidade ficava cada
vez mais distante. A psicóloga fez um trabalho excepcional em cima de várias
experiências traumáticas que vivi. Detectamos que o medo era devido ao abuso sexual
que passei há 20 anos atrás. As sensações do abuso sexual e das palavras que ouvi
ficaram em minha mente e sempre que algum gatilho era acionado o medo surgia na
minha frente. Este gatilho poderia ser simplesmente uma palavra que eu ouvia, como por
exemplo o caso da conversa ao telefone com minha namorada onde ela disse para mim
que iria fazer algo bem gostoso assim que nos encontrássemos. Estas palavras acionaram
um gatilho onde pensei que ela iria fazer o mesmo que a namorada que tive á 20 anos
atrás que causou o abuso. Neste momento eu queria terminar o namoro e ficar longe dela,
fugir dela. O medo fazia com que eu parasse e não enxergasse mais nada na minha frente,
a não ser o abuso sexual que poderia vir a sofrer. A psicóloga utilizou uma técnica que
desensibilizou o trauma causado pelo abuso sexual.
Por incrível que pareça, não sobrou nenhum resquício do abuso que sofri. Foi como
ela disse no início do tratamento, que eu iria estar sentado no banco do passageiro de um
carro olhando a paisagem passar. Já havia participado de encontros de homens na igreja e
estive sendo acompanhado por ela durante seis meses, em um período recebi a ajuda do
seu marido. Foi de grande importância estar sendo aconselhado por este homem. Com ele
pude ouvir situações que acontecem no relacionamento existente entre homem e mulher,
como ter uma boa convivência com o sexo oposto. Conversávamos sobre sexualidade,
intimidade sexual, relacionamento e outros assuntos de grande relevância para quem
estava prestes a se casar. Este caminhar foi até o casamento e sei que posso contar com
ele sempre que precisar. Procurei aproveitar todas as oportunidades que surgiam em
minha frente, vários casais estiveram comigo neste período de restauração. Deixo claro
aqui que em nenhum momento ninguém tentou mudar minha sexualidade, houve sim um
tratamento de várias áreas da minha vida que acabaram atingindo uma melhora gradativa
em minha sexualidade, onde os desejos homossexuais foram gradativamente perdendo
força. O medo foi lançado fora, descobri que o verdadeiro amor lança fora todo o medo.
Casamento
Casei-me em novembro de 2006. Durante o noivado nós decidimos fazer algo bem
simples, só no cartório para que não gerasse mais desgastes emocionais. Mas tudo
caminhou tão agradavelmente que no final fizemos nosso casamento numa chácara com
bastante convidados. Vivemos e degustamos cada fase do nosso relacionamento. Cada
passo na hora certa, sem apressar o rio.
Agradeço a Deus por ter usado de pessoas em minha caminhada de restauração
para que pudesse me relacionar adequadamente com uma mulher. Não há necessidade
alguma em fazer o que eu fazia. A vida que levo com minha esposa é gratificante em todos
os sentidos. Tenho alcançado saúde emocional e através disto tenho me tornado um
homem melhor, um cristão melhor. As feridas na alma que carreguei por cinco anos, após
entrar num processo, dificultavam minha caminhada como cristão. Quando aceitei a Cristo
em minha vida tive a convicção que estava salvo, mas também sabia que precisaria tratar
as feridas que estavam na minha alma. Deus também nos oferece saúde emocional. Paz é
o que sinto hoje. Realmente a vontade de Deus para os que o amam é boa, perfeita e
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agradável. Casei-me porque não queria viver só, mas não é o casamento que irá dizer que
uma pessoa deixou a homossexualidade.
Eu quero o bem desta terra e você? Muitos me chamam de louco, por ir contra o
padrão deste mundo. Mas Deus escolhe as coisas loucas deste mundo para confundir as
sábias. Escolhe os pequenos para confundir os grandes.
Para você que deseja mudança de vida, que está cansado de tudo que tem feito,
saiba que há esperança para você, enquanto houver vida, haverá esperança. Declare com
sua boca que Jesus é o único Senhor e Salvador de sua vida, procure um povo de Deus
para receber você, um povo que pregue Jesus como único Senhor e Salvador, passe a
viver conforme a sua palavra porque, assim como Jesus me chamou pelo meu nome, Ele
também te chama pelo seu nome.
Saulo
MSN: [email protected]
EMAIL: [email protected]
“Onde você vai parar com esta solidão
em seu rosto transparece a dor do coração
como um prisioneiro triste disfarçando em livre
caminhando em toda pressa sem ter onde ir
tu choras assim que alguém te vê, isto é natural
de alguém que desprezou a paz e veio o temporal
tu dizes: não tem mais remédio pra curar meu tédio
contudo há uma esperança tu podes ser livre
livre, livre, livre, livre
entrega tua vida a Cristo e serás livre,
contigo faz uma aliança
tu nasce tal como criança e serás livre, livre
hoje sou livre, livre, livre, livre
Aleluia
entrega tua vida a Cristo e serás livre”.
Letra e música: Pastor Camilo
Gravado por: Irmãs Camilo
Agradeço por terem cedido a utilização do louvor “Livre” para este trabalho evangelístico.
Ao nosso Deus seja toda Honra, Glória e Louvor para sempre.
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IV ABORDAGEM TERAPÊUTICA
Veja o livro Imagens Partidas para uma abordagem terapêutica e Também Restaurando a
identidade
V TEOLOGIA GAY
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Em A Igreja e os homossexuais, John J. McNeill argumenta que a condição homossexual
é de acordo com a vontade de Deus. Deus criou o ser humano que sua sexualidade não é
determinada pela sua biologia. Ele diz que nós somos nascidos do sexo masculino e
feminino, nos tornamos homens ou mulheres por um processo de educação que é
inconsciente para a maior parte. Deus tinha um propósito divino na criação da natureza
humana que uma determinada percentagem dos seres humanos são homossexuais. Em
outras palavras, os homossexuais são freqüentemente dotado de dons especiais e uma
tarefa divinamente na construção de uma sociedade verdadeiramente humana. Ao invés
de ser uma ameaça para a comunidade em geral ea família em particular, têm um papel
importante a desempenhar na preservação e fortalecimento dos valores relacionais. Mais
controversa, ele coloca a possibilidade de moralmente bom relacionamento homossexual e
que o amor que une os parceiros de tal relação, ao invés de aliená-los de Deus, pode ser
julgado como uni-los mais perto de Deus e como mediadora a presença de Deus em nosso
mundo .
A visão de Stephen Sapp é que as leis contra a bestialidade (Êx 22:19; Lv 18:23;. 20:1516; Dt 27:21). ea homossexualidade (Lv 18:22; 20:13) parecem estar baseada em três
principais preocupações. Em primeiro lugar, essas relações eram simplesmente
natural. Na opinião hebraico, a lei moral e da lei natural são produtos de um único Deus e
não podia conflito. Assim, a desafiar a lei da natureza é violar a lei revelada de
moralidade. O que a natureza abomina a lei proíbe. E, no julgamento dos israelitas,
natureza claramente decretou que o macho humano deve se envolver em relações sexuais
com a fêmea humana. Qualquer desvio deste padrão, seja com outro homem ou com um
animal era proibido. Em segundo lugar, e estreitamente bestialidade, relacionados com a
homossexualidade e "semente desperdiçada", que deve ser usado para propagar
descendentes de Abraão e cumprir o mandamento do Senhor / bênção. Uma vez que a
procriação era impossível em ambos os casos, a artificialidade das relações foi agravado
pela incapacidade resultar no nascimento de prole.
Em terceiro lugar, existe uma ligação entre estes dois tipos de má conduta sexual e
idolatria. Os cananeus frequentemente representado os seus deuses em forma de animais,
e não é razoável assumir que as relações sexuais com animais entrou em alguns dos seus
rituais de fertilidade (Levíticos 18:23-30). A homossexualidade, é claro, estava intimamente
associado com práticas sexuais pagãs, que caracterizou tanto masculino como feminino
prostitutas culto (Dt 23:17). Esta lei considera claramente que a homossexualidade menos
uma ofensa sexual do que uma manifestação de idolatry.9 O "desperdício de sementes" O
8
Vol. 20: Faith and Mission Volume 20. 2002 (3) (17). Wake Forest, NC: Southeastern Baptist Theological Seminary.
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conceito é em Gênesis 38:9, onde Onã recusa deliberada de produzir uma descendência a
seu irmão resultou em sua morte.
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ARTIGO SOBRE A TEOLOGIA GAY
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Esses
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argumentos são, na verdade, importados dos Estados Unidos e da Europa, onde nasceu e
se desenvolveu a chamada "Teologia Gay". Portanto, vamos nos ater a seus argumentos,
tendo em vista que, analisando a Teologia de Mott, estaremos focando os principais
postulados da "Teologia Gay" mundial. Por exemplo, em artigo publicado na revista
SuiGeneris (periódico gay), Mott lança o seguinte desafio: "Jesus era gay?" Absurda em si
mesma, a pergunta norteia toda a tendenciosidade do artigo. E como todas as seitas
costumam fazer, Mott ataca diretamente a pessoa, o caráter e a missão de Jesus,
esvaziando os conteúdos da fé cristã para tentar demonstrar que Jesus era gay.
Mott começa seu ataque levantando dúvidas quanto à existência histórica de Jesus de
Nazaré. Causa estranheza que um doutor em Antropologia, supostamente familiarizado
com a História, alegue a inexistência da maior personalidade de todos os tempos. Até
mesmo os inimigos de Jesus deram testemunho dele. Isso para não falar que a própria
História foi dividida entre antes e depois de Cristo. Se a existência de Jesus foi uma fraude,
César, Nero, Napoleão e Hitler são meras projeções da mente humana, pois a mesma
História registra a existência e os atos de cada um.
Entre os testemunhos históricos extrabíblicos acerca de Jesus estão os de Flávio Josefo
(historiador judeu 37-95 d.C.), do Talmude (coleção de doutrinas e comentários rabínicos
acerca da Lei, elaborada a partir do primeiro século da Era Cristã), os Anais de Cornélio
Tácito (historiador romano, morto em 120 d.C.), Caio Suetônio Tranqüilo (escritor e
senador romano que viveu entre 69-141 d.C.), Plínio, o Moço (governador romano entre
62-113 d.C.), Adriano (imperador de Roma entre 117-138 d.C.), Luciano de Samosata
(poeta grego do começo do segundo século), Júlio Africano (cronologista, comentando os
escritos de um historiador samaritano chamado Talo, datados do ano 52 d.C.), Mar BarSerápio (prisioneiro sírio escrevendo uma carta a seu filho por volta do ano 73 d.C.).
Corroborando os registros anteriores, Joseph Klausner, ex-professor de Literatura Judaica
em Jerusalém, afirma em seu livro Jesus of Nazareth: "Se apenas possuíssemos estes
testemunhos, saberíamos efetivamente que na Judéia viveu um judeu chamado Jesus, a
quem chamaram o Messias, o qual fez milagres e ensinou o povo; que foi morto, por
ordem de Pôncio Pilatos, por denúncia dos judeus..." Portanto, Luiz Mott precipita-se
quando afirma que "a fé é sempre um passo no escuro". Os cristãos, além do resplendor
da infalível e inerrante Palavra de Deus, possuem as luzes da História. É como disse
Jesus: "Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas, pelo contrário terá
a luz da vida" (João 8.12).
Além das contradições no campo da História, Mott não perde a oportunidade de pecar
contra a verdade bíblica no campo da Teologia. Em seu panfleto "O que todo cristão deve
saber sobre homossexualidade", o "Grupo Gay da Bahia", instituição presidida por Luiz
Mott, apresenta dez motivos por que a Bíblia supostamente não reprova o
homossexualismo. Seu primeiro equívoco foi dizer que "a palavra homossexual só foi
inventada em 1869... Portanto, como a Bíblia foi escrita entre dois e quatro mil anos atrás,
não poderiam os escritores sagrados ter usado uma palavra inventada só no século
passado". Isso demonstra total falta de compreensão sobre o que significam terminologia e
conceito. A palavra homossexual, ou homossexualismo, é termo recente, mas o conceito é
antigo. É o próprio Mott quem diz que "a prática do amor entre pessoas do mesmo sexo,
porém, é muito mais antiga que a própria Bíblia". Portanto, a Bíblia fala sobre a prática
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homossexual mesmo sem utilizar a terminologia moderna, uma vez que o
homossexualismo sempre foi contemporâneo dos escritores bíblicos.
Mott vai além da guerra de palavras e ataca o Levítico afirmando que "do imenso número
de leis do Pentateuco apenas duas vezes há referência ao homossexualismo (...) que
inúmeras outras abominações do Levítico – como comer carne de porco ou o tabu em
relação ao esperma ou ao sangue menstrual (...) foram completamente abandonadas". O
que o antropólogo ignora é que se há duas referências ao homossexualismo no
Pentateuco (Lv 18.22; 20.13), e ambas são proibitivas e punitivas, já se vê que Deus
reprova a prática do homossexualismo sem necessidade de qualquer outro argumento.
Além deste erro grosseiro, confundir preceito moral com cerimonial – ou seja, rituais – é
um equívoco imperdoável mesmo para um iniciante em hermenêutica. Cerimônias foram
removidas mediante o sacrifício de Cristo na cruz (Col. 2:14-17) Moralidade, não.
Copiando na íntegra o desgastado argumento da homossexualidade entre Davi e Jônatas,
Mott pergunta retoricamente: "Se o homossexualismo fosse prática tão condenável, como
justificar a indiscutível relação homossexual existente entre o rei Davi e Jônatas?"
Indiscutível sobre que bases? Na verdade, quando Davi disse que o amor que sentia por
Jônatas ultrapassava o de mulheres, ficou claro que este amor não tinha qualquer
conotação erótica. Vale destacar o comentário exegético do rabino Henry I. Sobel à revista
Ultimato, de setembro/outubro de 1998: "... a palavra hebraica ahavá não significa apenas
amor no sentido conjugal/sexual, mas também no sentido paternal (‘Isaque gostava de
Esaú’, Gn 25.28), no sentido de amizade (‘Saul afeiçoou-se a Davi’, em 1 Sm 16.21), no
sentido de amor a Deus (‘Amarás o Senhor, teu Deus’, em Dt 6.5) e no sentido de amor ao
próximo (‘Amarás o próximo como a ti mesmo’, Lv 19.18). Em todos estes exemplos, o
verbo usado na Torá (a Bíblia hebraica) é ahavá. É por razão lingüística – e não por falso
pudor – que a maioria das traduções bíblicas cita 1 Samuel 1.26 assim: ‘Tua amizade me
era mais preciosa que o amor das mulheres’."
Amor das mulheres era algo que Davi conhecia muito bem. Sua poligamia com Mical,
Abigail, Ainoã, Maaca, Agita, Abital, Eglá e seu adultério com Bate-Seba mostram que a
maior dificuldade de Davi era a atração pelo sexo oposto (1 Sm 18.27; 25.42-43; 2 Sm 3.25; 11.1-27).
Os "intelectuais" da militância gay teimam em ignorar os fatos. Além do problema com a
História e a Teologia, revelam total desconhecimento da geografia da Terra Santa.
Argumentando sobre o texto de Eclesiastes 4.11 ("Também, se dois dormirem juntos, eles
se aquentarão; mas um só como se aquentará?"), tentam demonstrar que num clima
quente como o da Judéia dormir juntos só pode ter conotação erótica. Ignoram, porém, que
em Israel também neva. Exemplo disso é o rigoroso inverno que em janeiro deste ano
atingiu a Terra Santa, espalhando neve por toda parte. Além de acusarem Davi de
homossexualidade, os militantes sugerem que Salomão – mulherengo como era! – teria
escrito a favor do homossexualismo, o que não encontra respaldo hermenêutico no
contexto do versículo que, na verdade, fala de cooperação mútua.
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Falando sobre Sodoma e Gomorra, a militância gay afirma que quando os homens
daquelas cidades pediram a Ló para conhecer os visitantes (os dois anjos com aparência
humana) eles não pretendiam manter relações sexuais com eles: "...maliciosamente se
interpretou o verbo ‘conhecer’ como sinônimo de ‘ato sexual’." É verdade, porém, que o
verbo que aparece neste contexto é o hebraico yada, que tem vários significados e,
segundo, especialistas, aparece mais de 900 vezes no Antigo Testamento, por exemplo:
Saber – Gn 15.8; dar-se conta – Gn 3.9; reconhecer – Gn 12.11; conhecer pessoas – Gn
29.5; ser esperto em algo – 1 Rs 9.27; ter relações sexuais – Gn 4.1; 19.5; 19.8; Jz 19.22.
Na história de Sodoma e Gomorra, esse verbo tem conotação sexual (Gn 19.5 – a ameaça
dos homens o demonstra claramente), pois a resposta de Ló oferecendo suas duas filhas
virgens só tem conotação sexual.
Mas eles não queriam as mulheres. Seu desejo era homossexual. Uma das melhores
traduções da Bíblia foi feita pelo judeu André Chouraqui e chama-se A Bíblia – No
Princípio. A tradução literal em sua Bíblia é: "Faze-os sair até nós, vamos penetrá-los" (Gn
19.5). E: "Tenho duas filhas que homem algum jamais penetrou "(Gn 19.8). Isso está em
completa harmonia com o ensino do Novo Testamento em Judas 7, que confirma que a
intenção dos homens de Sodoma era realmente de violação homossexual, assim como o
demonstram 2 Pedro 2.7-10 e 1 Timóteo 1.8-10 que lista diversas violações da lei
colocando os sodomitas lado a lado com os parricidas, matricidas e roubadores de
homens.
"Não há evidência histórica ou arqueológica confirmando a real existência de Sodoma e
Gomorra", dizem os militantes. Por que, então, eles perdem tanto tempo com toda a
argumentação discutida até aqui? Entretanto, erram por não levar em consideração os
últimos achados arqueológicos. Bryan Wood, diretor da Associates for Biblical Research
(Associados para a Pesquisa Bíblica), afirma: "Quando empregamos as informações
disponíveis das escavações e o emparelhamento geográfico destas cidades, podemos
identificar Bab edh-Dhra como Sodoma, Numeria como Gomorra, es-Safi como Zoar, Feifa
como Admá e Khanazir como Zeboim. Ele acredita que a evidência é imperiosa e por isso
conclui: ‘Estas cidades da Era do Bronze Antigo, descobertas no país da Jordânia logo ao
sudeste do Mar Morto, formam uma linha norte-sul ao longo da bacia sul do Mar Morto.
Elas todas datam do tempo de Abraão e parece que são verdadeiramente as cinco cidades
da planície mencionadas no Antigo Testamento’." (Stones cry out, livro a ser lançado pela
CPAD sob o título "As pedras clamam").
Tentando neutralizar os escritos paulinos contra o comportamento homossexual, os
militantes argumentam que as palavras afeminados e sodomitas empregadas em 1
Coríntios 6.9-11 foram mal traduzidas. Entretanto, as palavras gregas malakoi e
arsenokoitai têm significados específicos. Malakoi significa "macio ao tato". Arsenokoitai é
composta de duas outras palavras arsen (macho) e koitai (cama). Em outras palavras,
esse termo se refere aos homens que vão para a cama com outros homens. Mas
homossexualismo não é o único pecado sexual condenado na passagem em questão.
Pornoi (fornicadores) e moichoi (adúlteros) mostram que não é só o homossexualismo que
exclui pessoas do reino de Deus. Em contrapartida, o texto deixa claro que ninguém
precisa permanecer excluído do reino, pois na igreja que estava em Corinto (cidade
extremamente libertina onde o homossexualismo e a pedofilia eram considerados normais)
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havia alguns que deixaram o homossexualismo, bem como os outros pecados.
"Jesus Cristo nunca falou nenhuma palavra contra os homossexuais!", bradam os
militantes. Mais uma tentativa frustrada para perverter a simplicidade do Evangelho. O fato
de Jesus nunca ter mencionado especificamente o homossexualismo não significa sua
aprovação. Ele também não se pronunciou claramente sobre muitos outros problemas
sociais, tais como: seqüestros, abuso sexual, prostituição infantil, tráfico de drogas.
Entretanto, a Palavra apresenta direta e indiretamente os princípios inegociáveis de Deus
para a moralidade e dignidade humanas. Na verdade, ao se referir ao plano de Deus para
a sexualidade, Jesus reafirmou o ensino vetero-testamentário sobre o casamento
heterossexual e monogâmico (Mt 19.4-6). A única alternativa ao casamento nestes termos
é o celibato voluntário, concessão que Ele abriu ao ensinar que é melhor ser eunuco pelo
Reino de Deus do que se divorciar e casar-se de novo (Mt 19.9-12).
Quanto à alegação de que Jesus era gay porque "conviveu predominantemente com os
apóstolos (todos homens), que ele era muito sensível falando de lírios do campo, que era
amigo de muitas mulheres, que tinha muita sensibilidade com as crianças ou, ainda, que
nutria uma predileção por João", só revela a falta de bom senso que patologiza as relações
mais simples e puras entre um homem e seus semelhantes.
Certamente, uma compreensão correta da natureza divino-humana de Jesus jamais
permitiria sequer uma suposição destas. O Deus Eterno que se fez homem jamais nutriria
por suas criaturas qualquer tipo de amor que não fosse puramente ágape (amor de Deus
pelos homens). E foi exatamente isso que Jesus demonstrou por todos. Mas Luís Mott
prefere extrair sua cristologia deturpada de conceitos mitológicos sobre deuses como Zeus
e Oxalá, "andróginos e praticantes do homoerotismo" (atração física entre seres do mesmo
sexo) como seus idealizadores. Por isso, ele não consegue perceber nos relacionamentos
de Jesus nada maior do que a interação entre iguais. Ele perde a oportunidade de ver a
beleza do relacionamento Criador-criatura, Salvador-pecador, Senhor-servo, Mestrediscípulo e, especialmente, Pai-filho.
É intrigante o fato de que o "Grupo Gay da Bahia", presidido por Luiz Mott, autor da maioria
dos argumentos refutados acima, seja o idealizador da chamada "Ação Cristã
Homossexual". Esse grupo que passa horas de pesquisa para tentar provar que Jesus é
um mito, e que se fosse um personagem histórico seria homossexual, e que questiona os
relatos bíblicos rejeitando sua interpretação literal pretende convencer-nos de que é ação,
instituição ou movimento cristão. Como é possível tal contradição? É óbvio que o objetivo
não é o de aproximar os homossexuais do Evangelho do Reino de Deus. É, antes, uma
estratégia para impedir que eles cheguem ao pleno conhecimento da verdade. São como
os intérpretes da lei a quem Jesus denunciou, dizendo: "Ai de vós, intérpretes da lei!
Porque tomastes a chave da ciência; contudo, vós mesmos não entrastes e impedistes os
que estavam entrando" (Lc 11.52).
APELAÇÃO CIENTÍFICA
Todavia, a obstinação dos militantes não se confina apenas a deturpar a História e a lei de
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Deus, mas também a ciência – do ponto de vista experimental. É por isso que o Dr. Vern L.
Bullough, defensor do movimento homossexual e da pedofilia, afirma: "A política e a
ciência andam de mãos dadas. No final é o ativismo gay que determina o que os
pesquisadores dizem sobre os gays."1 Porém, ainda que conseguissem provar algum dia
que o homossexualismo é causado por algum fator na natureza, isso não quer dizer que
somos obrigados a aceitá-lo. Sinclair Rogers, que foi homossexual por muitos anos até
entregar sua vida a Jesus Cristo, diz: "Certamente, as pessoas não escolhem desenvolver
sentimentos homossexuais. Mas isso não significa que quando alguém nasce, já está préprogramado para ser homossexual para sempre. Não somos robôs biológicos. E não
podemos ignorar as influências ambientais e nossa reação a essas influências (...) A
natureza produz muitas condições por influência biológica, tais como depressão,
desordens obsessivas, diabetes... Mas não consideramos esses problemas ‘normais’ só
porque ocorrem ‘naturalmente’ (...) A Biologia pode influenciar, mas não justifica
automaticamente a possível conseqüência de todo comportamento. E também não elimina
nossa responsabilidade pessoal, vontade, consciência ou nossa capacidade de escolher
controlarmos ou ser controlados por nossas fraquezas."2
Pesquisas tentando mostrar causas-efeitos biológicos ou genéticos para a
homossexualidade existem há quase um século. Mas o fato é que, ao longo dos anos,
nenhuma pesquisa jamais provou uma base orgânica para a homossexualidade. O ativista
homossexual Dennis Altman faz uma observação acerca de um estudo do Instituto Kinsey:
"Eles estão impressionados com os consideráveis esforços de biólogos, endocrinologistas,
e fisiologistas em provar esse fundamento; estou mais impressionado com a incapacidade
de tantos anos de pesquisa resultarem em nada além de meras ‘sugestões’."3
Os ativistas homossexuais declaram que a homossexualidade é natural. Os grupos gays e
todas as pesquisas modernas que defendem a conduta homossexual se baseiam direta ou
indiretamente no Relatório Kinsey de 1948, o qual afirma que 10% da população são
exclusivamente homossexuais. No entanto, dois excelentes livros escritos pela Dra. Judith
Reisman revelam não só a metodologia fraudulenta de Kinsey, mas também o
envolvimento dele com estupradores de crianças.4 Wardell Pomeroy, co-autor do Relatório
Kinsey, conta a reação de Kinsey à preocupação (que Kinsey chamava de histeria) da
sociedade com o grave problema de adultos que têm relações sexuais com crianças da
família: "Kinsey zombava da idéia... [Kinsey] afirmou, com relação ao abuso sexual de
crianças, que a criança sofre mais danos com a histeria dos adultos [do que com o próprio
estupro]".5 Os grupos de ativistas homossexuais no mundo inteiro estão trabalhando para
abaixar ou abolir as leis de idade de consentimento sexual a fim de "liberar" as crianças
das restrições sociais. Isso, na verdade, passa a inocentar o criminoso. Infelizmente essa
conspiração resultou, em 1992 na Holanda, na legalização do relacionamento hetero (entre
sexos diferentes) e homossexual de adultos com crianças a partir dos 12 anos. Nos EUA, a
maior responsável por esta luta é a Associação Norte-Americana de Amor entre Homens e
Meninos (NAMBLA).6
HOMOSSEXUALISMO E CANDOMBLÉ
Apesar de nem todo homossexual ser endemoninhado como diriam ingenuamente alguns,
é óbvio que Satanás está por trás deste comportamento, como de qualquer outro
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comportamento pecaminoso e autodestrutivo. Foi Jesus mesmo quem disse que o diabo
veio para matar, roubar e destruir.
Edison Carneiro (irmão do político Nelson Carneiro), afirma, no seu livro Candomblés da
Bahia (p. 140) que o candomblé arrasta muitos homens ao homossexualismo, confirmando
assim o que já havia sido observado por outro estudioso desse assunto, o sociólogo Roger
Bastid. Segundo Edison Carneiro, é difícil esses efeminados não serem "cavalos de Yansã,
orixá que geralmente se manifesta em mulheres inquietas, de grande vida sexual, que se
entregam a todos os homens que encontram...".7 Os casos de crianças desaparecidas que
são estupradas e sacrificadas em rituais de pais-de-santo parecem ser um problema
envolvendo os cultos afro-brasileiros.
Assim, além de levarem os indivíduos ao homossexualismo, os demônios também os
levam a abusar sexualmente das crianças e até a matá-las. Talvez o pior assassino em
série do mundo seja o homossexual Gilles de Rais, que matou brutalmente 800 meninos.
Cada garoto era atraído à sua casa, onde recebia banho e comida. Então, quando o pobre
menino pensava que era seu dia de sorte, Gilles o estuprava e queimava, ou o cortava e
comia.8 Em seu livro The Devil’s web (A teia do Diabo), Pat Pulling revela o envolvimento
do satanismo com o estupro e o sacrifício ritual de crianças. Ele cita o caso de Gilles:
"Gilles de Rais era um nobre europeu do século 15 que estava totalmente envolvido na
alquimia e outras ciências ocultas. Ele era também um pervertido sexual e sadista que
matava crianças antes de ser preso, julgado e condenado à morte. Outras evidências
mostram que, no passado, os praticantes de adoração de demônios realmente
sacrificavam criancinhas durante suas cerimônias rituais."9
CAUSAS PSICOLÓGICAS DA HOMOSSEXUALIDADE
Uma vez que as causas não são genéticas, passam a figurar no campo da Psicologia. O
Dr. Gerard van den Aardweg, psicólogo holandês, estabelece as seguintes causas do
desejo homossexual nas pessoas: experiência homossexual na infância, anormalidade
familiar, experiência sexual fora do normal incluindo sexo grupal ou com animais, e as
influências culturais. Corroborando as afirmações do Dr. Gerard van den Aardweg que
homossexualidade não é genética, a psicanalista e escritora Sheiva Sherman declarou, em
27 de março de 1998, no programa de TV Madalena Manchete Verdade que "uma coisa
tem de ficar claro: homossexualismo não é genético. Está provado". É bom frisar que as
causas da homossexualidade não são genéticas, porque a maior vitória do movimento gay
na década passada foi mudar a direção do debate. Em vez de se discutir sobre a conduta,
fala-se sobre identidade. Qualquer um que se oponha ao homossexualismo passou a ser
visto como agressor dos direitos civis dos cidadãos homossexuais. Isso é o que constatam
o teólogo John Ankerberg e o sociólogo John Weldon, autores do livro Os fatos sobre a
homossexualidade (Editora Chamada da Meia-Noite): "Nossa cultura está se tornando tão
tolerante que muitos dão ouvidos a qualquer grupo de autodenominadas ‘vítimas’."10
Denunciar a tolerância demasiadamente aética de nossa sociedade para com as minorias,
não significa promover ou praticar a violência contra elas. É muito importante esclarecer
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que somos absolutamente avessos a toda demonstração de violência contra qualquer
pessoa, inclusive os homossexuais. Deve provocar a indignação de qualquer cidadão o
que aconteceu recentemente ao adestrador de cachorros Edson Neris da Silva,
homossexual, de 35 anos, que foi cercado por um grupo de "Carecas" e assassinado a
socos e pontapés na praça da República, na região ABC paulista. Essa é, sem dúvida,
uma atitude doentia, homofóbica (aversão a homossexuais), sem qualquer justificativa.
Precisamos ser equilibrados, repudiando o discurso e a prática gays, mas acolhendo e
conduzindo os homossexuais a Cristo. Mesmo aqueles que são mais recalcitrantes devem
ser objeto da compaixão e amor cristãos.
Uma coisa que precisa ficar muito clara é que toda a argumentação aqui apresentada visa
a combater os falsos ensinos que a militância gay vem divulgando. Todavia, a maioria dos
homossexuais não faz a mínima idéia de grande parte dos argumentos dos grupos gays
nem quer se envolver em sua luta; deseja apenas viver em paz. A maioria dos
homossexuais, homens ou mulheres, deseja, na verdade, abandonar esse comportamento,
mas não sabem como. Por isso, precisam ser acolhidos, respeitados como pessoas e
conduzidos ao conhecimento de Cristo.
A IGREJA E OS HOMOSSEXUAIS
Joe Dallas, em seu livro A operação do erro, publicado pela Editora Cultura Cristã, levanos a uma interessante reflexão sobre o papel da Igreja para com os que desejam deixar o
homossexualismo: "Entretanto, quando eles são trazidos para fora da ilusão, quem está
esperando por eles? A Igreja está sendo como o pai do filho pródigo, correndo para
encontrá-lo no meio do caminho e celebrar o seu retorno? Ou será que o Corpo de Cristo
está sendo melhor representado pelo irmão mais velho, justo em si mesmo, distante e frio,
que não quer se envolver? Ao abordar o problema do homossexualismo, talvez essas
sejam as perguntas mais importantes a serem feitas." Infelizmente, porque uma grande
parte da Igreja não está cumprindo seu papel neste sentido, precisamos ouvir coisas como
as que Troy Perry, líder da maior igreja gay cristã do mundo, disse e que Joe Dallas
registra: "Se a Igreja tivesse realmente feito seu trabalho missionário, não creio que a MCC
(Metropolitan Community Church) jamais tivesse vindo a existir."11
Graças a Deus, a Igreja começa a despertar! A Igreja Presbiteriana Independente de
Londrina, por meio do Ministério Paz com Deus, começou a agir de maneira planejada
para conscientizar pastores e membros da igreja, e ajudar os que se encontram em
dificuldades com sentimentos ou práticas homossexuais. Ela promoveu o I Encontro Paz
com Deus, realizado de 4 a 7 de março, em Londrina, Paraná. O evento contou com 130
pessoas (participantes e obreiros) e incluiu muitos pastores. Dentre as muitas bênçãos
recebidas e testemunhadas pelos participantes, destacam-se as confissões que muitos
pastores, outrora intolerantes no que diz respeito aos homossexuais, fizeram aos líderes
de ministérios que atuam entre eles. Depois de uma das mensagens do preletor oficial Bob
Reagan, ligado à Exodus e ao Regeneration Ministry, nos EUA, os pastores e líderes
evangélicos foram convidados ao altar para uma oração de arrependimento e confissão de
pecados como os de omissão ou rejeição de homossexuais durante seus ministérios.
Quase todos foram à frente. Mas os pastores não foram os únicos a pedir perdão. Os
participantes que haviam vivido o homossexualismo ou ainda estavam envolvidos neste
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comportamento também pediram perdão por terem guardado mágoas contra pastores ou
igrejas. Muitas lágrimas foram derramadas por ambos. O pastor presbiteriano Saulo de
Melo, 32 anos de ministério, atuando hoje em Maringá-PR,fez uma das confissões mais
comoventes: "Estou perplexo com tudo o que estou aprendendo sobre homossexualidade
neste congresso. Todos os meus valores foram remexidos. Quando eu descobria que
alguém era homossexual, eu o mandava embora, excluía. Este congresso ajudou-me a
olhar os homossexuais como nunca os havia olhado antes – com o olhar de Jesus."
Algo semelhante aconteceu a Eleny Vassão de Paula Aitken, 45 anos, autora do livro O
desafio continua: A Missão da Igreja frente à Aids. Ela é chefe da capelania evangélica do
Hospital das Clínicas de São Paulo e do Instituto de Infectologia Emílio Ribas. Eleny revela
que enfrentou relutância ao evangelizar um travesti pela primeira vez. Mas, o Espírito
Santo mostrou-lhe que a única diferença entre ela e o travesti era Jesus. No outro dia,
Eleny contou ao travesti a experiência por que passou. Não demorou muito, lágrimas
encheram os seus olhos, e ele orou entregando sua vida a Jesus. Essa experiência mudou
a vida de Eleny, que passou a amar e compreender os homossexuais sob uma nova
perspectiva. Quem conversa com Eleny Vassão sempre ouve histórias comoventes de
homossexuais que têm sido alcançados por Cristo. Por isso, ela pode falar com autoridade:
"A Igreja deve ser o lugar de perdão e acolhida para seus soldados feridos, e não um
tribunal para julgar os que caíram. Precisamos de mais misericórdia e graça para tratar as
pessoas como o Senhor nos trata. Ele nos constrange pelo amor, mesmo sem perder de
vista a sua justiça."
*(Matéria de capa da revista Defesa da Fé de maio/2000. A revista Defesa da Fé é uma
publicação mensal do Instituto Cristão de Pesquisas, ICP)
Autores:
João Luiz Santolin (Membro da Igreja Presbiteriana da Barra, RJ e Coordenador do Moses.
Formado em Teologia e Pós-Graduado em Terapia de Família pela UCAM, RJ)
Sergio Viula é mestrando em Teologia e membro da Primeira Batista da Penha Circular,
RJ.
Colaborou Júlio Severo (Autor do livro O Movimento Homossexual, Ed. Betânia)
Referencias Bibliográficas:
1. Dra. Judith Reisman, Kinsey, sex & fraud (Hungtington House Publishers: LafayetteEUA, 1990) p. 212.
2. Questions I´m asked most about homosexuality, An Interview with Sinclair Rogers
(Choices: Singapura, 1993), p. 4.
3. John Ankerberg e John Weldon, Os fatos sobre a homossexualidade (Editora Chamada
da Meia-Noite, 1997) pp. 22-23.
4. Dra. Judith Reisman, Kinsey, sex & fraud, (Hungtington House Publishers: LafayetteEUA, 1990) e Kinsey: crimes & consequences (The Institute for Media Education, Arlington1998).
5. Dra. Judith Reisman, Kinsey: crimes & consequences (The Institute for Media Education,
Arlington-1998) p. 234.
6. Julio Severo (O movimento homossexual, Editora Betânia, Venda Nova – MG, 1998) p.
20.
7. Jefferson Magno Costa, Porque Deus condena o espiritismo (CPAD, Rio de Janeiro,
1987), p. 81.
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8. Dr. Paul Cameron, The gay 90s (Adroit Press: Franklin – EUA, 1993), p. 46.
9. Pat Pulling, The Devil’s web (Huntington House, Inc.: Lafayeitte – EUA, 1989), p. 148.
10. John Ankerberg e John Weldon, Os fatos sobre a homossexualidade (Editora Chamada
da Meia-Noite, Porto Alegre, RS, 1997), p. 8.
11. Joe Dallas, A operação do erro (Editora Cultura Cristã, São Paulo, 1998) p. 237.
CENTRO APOLOGÉTICO CRISTÃO DE PESQUISAS
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