Artigo original Correntes monofásicas e bifásicas na

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Artigo original
Correntes monofásicas e bifásicas na promoção da analgesia
Single-phase and two-phase chains in the promotion of the
analgesia
Ralph Fernando Rosas*, Cecília Machado da Silva**
*Fisioterapeuta, especialista em pela, professor da Universidade do Sul de Santa Catarina/UNISUL –
Campus Tubarão, ** Acadêmica do oitavo semestre do Curso de Fisioterapia da Universidade do Sul de
Santa Catarina.
Palavras-Chave:
lombalgia,
estimulação
elétrica transcutânea do
nervo (TENS), terapia por
estimulação
elétrica,
exame físico.
Resumo
O objetivo deste estudo foi comparar correntes bifásicas e
monofásicas em mulheres lombálgicas, sendo constituída por dois grupos
(compostos por cinco indivíduos em cada, com idade entre 40 e 60 anos,
que não faziam uso de fármacos para controle da dor lombar), onde fez-se
a associação da TENS com os pólos negativo e positivo da corrente
galvânica. No grupo experimental 1 foi realizada a associação da TENS
sendo aplicado previamente o pólo negativo da corrente galvânica, e no
grupo experimental 2, o pólo positivo. Tomaram-se como parâmetros de
comparação, a avaliação no pré e pós-teste da percepção subjetiva da dor,
da percepção subjetiva da dificuldade de realização das atividades da vida
diária. Foram utilizados o Questionário de Incapacidade por Lombalgia de
Oswestry, a Escala Visual Analógica de Dor de Mcgill modificada de 10
cm e realizados testes de flexibilidade para a coluna vertebral. Após 10
sessões de tratamento, os dados obtidos foram analisados e comparados
utilizando-se análise estatística, podendo-se verificar que, na comparação
entre a avaliação e a reavaliação no grupo experimental 1, houve melhora
significativa para o teste de Finger-Floor, no score do Questionário de
Incapacidade por Lombalgia de Oswestry, o que não foi observado no
grupo experimental 2, havendo igualdade entre os grupos apenas para a
Escala Visual Analógica de McGill modificada de 10 cm, porém com
menor variação no segundo grupo. Não foi observada efetividade para os
outros parâmetros de comparação em ambos os grupos. Na análise
realizada entre os grupos, não foi observada diferença estatística na
intervenção fisioterapêutica.
Abstract
Key-Words:
low back pain,
transcutaneou
s eletric nerve
stimulation
(TENS),
electric
stimulation
therapy,
physical
examination.
The aim of this study was to compare current two-phase and single-phase in low back
pain women, being constituted of two groups (composites for five individuals in each,
with age between 40 and 60 years, that did not make use of analgesics for control of
lumbar pain), where it became association of HAS with the polar regions negative and
positive of the galvanic chain. In experimental group 1 the association was carried
through of is being previously applied the negative polar region of the galvanic chain,
and in experimental group 2, the positive polar region. They had been overcome as
comparison parameters, the evaluation in the daily pay and after-test of the subjective
perception of pain, the subjective perception of the difficulty of accomplishment of the
activities of the daily life. They had been used the Oswestry Disability Questionnaire,
Visual Analogic Scale of Pain of Mcgill modified of 10 cm, and carried through tests
of flexibility for the vertebral column. After 10 sessions of treatment, the gotten data
had been analyzed and compared using analysis statistics, being able itself to verify
that, in the comparison between the evaluation and the reevaluation in experimental
group 1, it had significant improvement for the test of Finger-Floor, in score of the
Oswestry Disability Questionnaire, what was not observed in experimental group 2,
having equality it enters the groups only for Visual Analogic Scale of Pain of Mcgill
modified of 10 cm, however with lesser variation in as the group. It was not observed
effectiveness for the other parameters of comparison in both the groups. In the
analysis carried through between the groups, difference was not observed statistics in
the fisioterapêutica intervention.
Introdução
Composta por cinco vértebras articuladas
entre si pelo disco intervertebral e por dois pares
de articulações interpofisárias, a coluna lombar
tem como função a sustentação da cabeça,
membros superiores e tronco, movimento, além de
proteção da medula espinhal [1]. A região
lombopélvica é chave de extraordinária
estabilidade, já que as forças do tronco e do solo
convergem para esta integridade da unidade
lombopélvica [2].
Moreira e Carvalho [3] definem a função
da coluna lombar como de proteção da cauda
eqüina, oferecimento de mobilidade ao dorso,
suporte à parte superior do corpo e transferência
de peso à pelve e membros inferiores, sendo
considerado pelos autores o segmento mais móvel
da coluna vertebral, apresentando movimentos de
flexão/extensão e inclinação lateral. A coluna
lombar é a principal região do corpo responsável
pela sustentação de cargas, a posição corporal
afeta a magnitude das cargas que atuam sobre a
coluna vertebral [4]. Assim, a harmonia neuromusculoesquelética é importantíssima para o
funcionamento ideal do complexo lombar, pélvico
e quadril [5].
A maioria das disfunções da coluna lombar
ocorrem na presença de instabilidade dessa região
[6], as causas mais freqüentes das lombalgias e
lombociatalgias são de natureza mecânicodegenerativa. Sua modulação tem origem nas
desordens estruturais, desvios biomecânicos e
modificações vasculares, ou na interação desses
três fatores[7].
Classicamente, a experiência dolorosa pode
surgir por compressão direta das raízes nervosas,
mas é importante lembrar ainda que nem toda dor
no território da coluna lombar tem aí sua origem,
pois as doenças viscerais podem ser
acompanhadas de dor referida na região da coluna
lombar. As principais causas de queixas lombares
são
as
espondiloartropatias,
espondilite
anquilosante, artrite psoríaca, síndrome de Reiter,
artrite
enteropática,
síndrome
de
Dish,
osteoartrose, síndrome dolorosa miofascial da
região lombar, músculo quadrado lombar, músculo
glúteo máximo, músculo glúteo médio, músculo
glúteo mínimo, músculo piriforme, tensor da
fáscia lata, músculo iliopsoas [8].
A dor lombar é geralmente acompanhada
por uma dor irradiada para as nádegas, coxa ou
perna, comumente em um lado e ocasionalmente
em ambos. Essa dor é comumente chamada de
ciática, embora o termo devesse ser usado
exclusivamente para a dor referida no trajeto do
nervo ciático, pois é preciso considerar que a
ciática freqüentemente é um sintoma muito mais
perturbador e persistente dos distúrbios lombares
que a dor lombar em si, qual pode ser moderada
ou temporária [9].
Tem sido estimado que 80% de adultos,
pelo menos uma vez em suas vidas, irão sofrer um
ou mais episódios de dor na coluna lombar
severamente suficiente para que parem de
trabalhar temporariamente. Existem várias causas
de dor aguda ou crônica na coluna lombar baixa,
incluindo fatores mecânicos – fraqueza da
musculatura do tronco; fatores químicos –
investigações epidemiológicas tem revelado que a
incidência de dor lombar baixa aguda e crônica é
três vezes maior em fumantes do que em nãofumantes; traumas; espondilolistese; infecção e
neoplasma [10].
Devido à ampla possibilidade diagnóstica
para as disfunções da coluna lombar, é necessário,
para a reabilitação, considerar a afirmação feita
por Vilar e Kaziyama [8] que relatam que a
abordagem terapêutica e reabilitacional do
portador de lombalgia é especialmente difícil,
devido à gama diagnósticos diferenciais possíveis,
bem como pelos múltiplos fatores constitucionais,
ambientais, psicológicos e socioeconômicos
envolvidos.
Embora a dor nas costas seja uma queixa
comum, em 80 a 90% dos casos não pode ser
determinada uma etiologia patológica. Estudos
epidemiológicos determinaram que os fatores de
risco relacionados ao desenvolvimento da dor nas
costas são: insatisfação com o trabalho,
levantamento repetido de peso, vibração da baixa
freqüência, baixo nível educacional, fumo e
problemas sociais.
Por este motivo, segundo Hart [12] o
tratamento dos pacientes com alterações que
produzem dor na região lombar continua sendo um
dos mais dispendiosos enigmas na medicina. Já
que a maioria dos pacientes com lombalgia não
apresentam um diagnóstico definitivo com
consistente evidência corroborativa, os objetivos
do tratamento geralmente enfatizam a diminuição
da sintomatologia, e não a resolução da patologia.
Para este fim, dentro do âmbito da fisioterapia,
o estímulo do nervo transcutâneo é atualmente
bastante utilizado no tratamento da dor intratável e
crônica[9].
A utilização da TENS como forma de
estímulo para que ocorra excitação das fibras, é
tem como objetivo é estimular as fibras de classe
A exteroceptivas. É necessário, portanto, fazer
nascer uma frente de despolarização ao nível de
sua membrana, que no repouso é positiva no
exterior[13]. A estimulação nervosa elétrica
transcutânea (TENS), é o nome genérico para um
método de estimulação da fibra nervosa aferente a
controlar a dor[14].
Fibras nervosas aferentes A-δ podem ser
recrutadas por impulsos de baixa amplitude, alta
freqüência e breve duração [15], o que
caracterizam a estimulação convencional, de alta
freqüência [que] pode ser definida como cadeia
contínua ininterrupta, de impulsos de alta
freqüência gerados com curta duração e baixa
amplitude[16].
TENS é uma estimulação sensitiva
transcutânea diferencial das fibras proprioceptivas
do tato, à grande velocidade de condução[1]. O
tratamento convencional com TENS, aplicada com
uma freqüência de pulso elevada (60 a 100 pps),
pulso de curta duração (menor que 100 s) e
intensidade no nível sensorial, ativa o portão
modulador da dor no nível da medula espinhal. Os
impulsos dolorosos são transmitidos ao longo dos
nervos de pequeno diâmetro, amielinizados, de
transmissão lenta, ao passo que a informação
sensorial não-dolorosa percorre mais rapidamente
os neurônios de diâmetro maior. Em virtude da
curta duração da fase e da elevada freqüência de
pulsos utilizadas na TENS convencional, as fibras
nervosas A-delta, de grande diâmetro, são
estimuladas seletivamente. A ativação das fibras
A-beta e C provoca a inibição pré-sináptica na
substância gelatinosa, bloqueando a transmissão
dos impulsos dolorosos para as células T. Em
outras palavras, o portão é fechado para a
transmissão de informação sensorial[17].
A eletricidade é uma força criada por um
desequilíbrio no numero de elétrons entre dois
pontos. Essa força, conhecida como força
eletromagnética, diferencial ou voltagem, cria uma
situação na qual os elétrons se movimentam, numa
tentativa de equilibrar as cargas, criando uma
corrente elétrica. Em sua forma mais simples, a
corrente elétrica flui de um pólo negativo (cátodo),
área de elevada concentração de elétrons, para um
pólo positivo (ânodo), área de baixa concentração
de elétrons, por um caminho de menor resistência.
A maioria das formas de estimulação elétrica são
aplicadas por via transcutânea. Quando a corrente
passa pela pele, ela tem o potencial para perturbar
o potencial de repouso dos axônios periféricos.
Sob o cátodo, ocorre despolarização do nervo, ao
passo que a estimulação sob o ânodo causa a
hiperpolarização. Quando uma corrente elétrica
terapêutica entra no corpo, o movimento de íons
substitui o fluxo de elétrons. Conforme descrito
pela lei de Coulomb, os íons se movem para longe
do pólo que tem a mesma carga e migram em
direção ao pólo que tem carga oposta. Quando se
utiliza uma corrente alternada (CA) ou uma
corrente de pulso bifásica, os íons vão e vêm entre
os eletrodos, de acordo com um número de ciclos
por segundo. Quando se aplica uma corrente direta
(CD) ou uma corrente de pulso monofásica essa
migração ocorre em apenas uma direção.O padrão
básico da CD é o quadrado da onda, sendo
reconhecido pelo fluxo contínuo de corrente em
apenas um lado do valo de referência, à medida
que os elétrons caminham do cátodo para o ânodo.
Apesar das flutuações de voltagem ou de
amperagem, o fluxo da corrente permanece em
uma direção e fica em um dos lados do valor de
referência. Nas aplicações médicas, o termo
“galvânico” é utilizado para descrever uma
corrente direta ininterrupta. Em uma terceira
classificação, a corrente em pulso representa uma
corrente que já foi modificada a fim de produzir
efeitos biofísicos específicos. Nela, o fluxo de
elétrons é periodicamente interrompido.
A corrente galvânica é uma corrente de
baixa freqüência, polar, com fluxo constante de
elétrons em uma só direção. O fluxo da corrente
não sofre interrupção e nem varia sua intensidade
na unidade de tempo [18]. Esta se define como
aquela em que o movimento das cargas de mesmo
sinal se deslocam no mesmo sentido, com uma
intensidade fixa. O termo contínua indica que a
intensidade da corrente é constante em valor e
sentido, podendo ser utilizado também o termo
corrente direta[19].
A estimulação galvânica consiste na
aplicação de corrente direta de baixa voltagem no
corpo, com polaridade conhecida sob cada
eletrodo. Controlando-se a polaridade dos
eletrodos, certas respostas celulares e bioquímicas
involuntárias podem ser estimuladas [17].
Estímulos nervosos abaixo do limiar não
causam um potencial de ação, porém afetam o
potencial de membrana, pelo potencial
despolarizante produzido pelo cátodo, sendo que o
ânodo causa o inverso – hiperpolarização. Esses
são potenciais eletrônicos que ocorrem porque, ao
alterar a carga através da membrana nervosa, se
altera o limiar. Tornar a superfície externa da
membrana nervosa menos positiva reduz o limiar,
o que aumenta a excitabilidade do nervo, enquanto
torná-la mais positiva produz o efeito inverso[20].
Quando a corrente galvânica é aplicada
sobre a pele, com intensidade elevada, provoca
dissociação das moléculas de suor e posterior
transporte dos íons Na+ e Cl para os pólos
negativo e positivo, respectivamente. Se o axônio
for estimulado, ocorrendo um impulso conduzido,
vai ser registrada uma série característica de
variações do potencial, conhecida como potencial
de ação, à medida que o impulso passa para o
eletródio externo[1].
Materiais e métodos
Durante o período de março a outubro de
2004 foram avaliados e tratados com aplicação de
correntes elétrica dez indivíduos portadores de
lombalgia, do sexo feminino, idade entre 40 e 60
anos, que não fizessem uso de fármacos para
controle da dor lombar, não realizassem terapias
alternativas para controle da dor lombar. Foram
excluídos da pesquisa os participantes que não
comparecer a qualquer sessão, isso inclui
avaliação, reavaliação e a qualquer sessão para
aplicação do tratamento e que iniciaram durante o
período de tratamento, o uso de fármacos e/ ou
outras terapias alternativas para controle da dor
lombar.
A amostra, composta por dois grupos, cada
grupo contendo cinco participantes, sendo que os
grupos ficaram dispostos de acordo com o
tratamento aplicado, da seguinte forma: grupo
experimental 1 - realizada a aplicação de corrente
galvânica e depois aplicada TENS sobre o pólo
negativo da corrente galvânica; realizada a
aplicação de corrente galvânica e depois aplicada
TENS sobre o pólo positivo da corrente galvânica.
Para coleta dos dados foi utilizada a ficha
de avaliação utilizada na Clínica Escola de
Fisioterapia da Unisul, Questionário de
Incapacidade por Lombalgia de Oswestry questionário utilizado para avaliação subjetiva da
coluna lombar, e AVD’s. Escala Visual Analógica
de Dor de McGill, modificada, medindo 10 cm,
fita métrica, utilizada para realização dos testes de
flexibilidade descritos segundo Buckup [ 25]:
(Finger-floor) – para aferição da mobilidade de
toda coluna vertebral em inclinação frontal, Sinal
de Ott – determinação da flexibilidade das
vértebras torácicas, Sinal de Schober –
determinação da flexibilidade das vértebras
lombares, aparelho de eletroestimulação para
aplicação da TENS: Tensmed IV da marca Carci;
aparelho para aplicação da corrente galvânica –
Nemesys-941, da marca Quark, sendo que serão
utilizados dois aparelhos; Eletrodos – quatro
eletrodos, com área de 8 cm2 , contendo uma
chapa de alumínio e esponja, para aplicação da
corrente galvânica e oito eletrodos de área de 4
cm2 , de silicone, para aplicação da TENS.
A coleta dos dados, realizada na Clínica
Escola de Fisioterapia da Unisul, seguiu um
protocolo que consta de avaliação e reavaliação na
avaliação, realizada no primeiro dia de
comparecimento do indivíduo participante da
pesquisa, constituiu-se de anamnese (onde foram
aplicados o Questionário de Incapacidade por
Lombalgia de Oswestry, e a Escala Visual
Analógica de Dor de McGill modificada de 10 cm)
e exame físico: onde foram coletados dados
através da palpação, testes de flexibilidade e testes
funcionais do quadril.
O tratamento, realizado em doze sessões, teve
cada sessão com duração de 50 minutos (10
minutos para preparo do indivíduo no inicio da
sessão e retirada dos eletrodos ao final da sessão;
10 minutos para aplicação da corrente galvânica;
30 minutos para aplicação da TENS).
A aplicação das correntes, realizada com o
indivíduo em decúbito ventral, em uma maca,
sendo que e corrente galvânica foi aplicada com
dois eletrodos com área de 8 cm2, contendo uma
chapa de alumínio e esponja. Os eletrodos,
conectados ao fio transmissor de eletricidade do
aparelho - Nemesys, estando dispostos de forma
bilateral, sendo que foram utilizados dois
aparelhos, serão posicionados na altura do
processo espinhoso lombar de L5 e na altura do
processo espinhoso torácico de T12. Para
aplicação da TENS foi utilizada a aplicação
convencional, modulada a freqüência em 50 Hz e
o tempo de pulso a 150 µs, com oito eletrodos de
área de 8 cm2 , de silicone, onde foi aplicado um
gel condutor de eletricidade. Os eletrodos,
dispostos bilateralmente, foram posicionados
sobre o local de aplicação da corrente galvânica.
A intensidade oferecida na aplicação das
correntes foi determinada pela sensação referida
pelo paciente.
Resultados
Para melhor entendimento, os grupos
ficaram identificados como positivo e negativo
para designar o tipo de tratamento recebido, sendo
que o grupo onde foi realizada a associação da
TENS com o pólo negativo da corrente galvânica
ficou identificado como grupo negativo, e o grupo
onde foi realizada a associação com o pólo
positivo foi identificado como grupo positivo.
Os testes estatísticos foram realizados de
acordo com o Teste de Wilcoxon para Amostras
Independentes, com α= 10%.
Na tabela I é possível observar que houve
diminuição da distância entre a ponta dos dedos o
solo, em ambos os grupos, contudo, no grupo
negativo não houveram valores negativos, o que
representa que a diminuição desta distância
ocorreu em todos os pacientes. No grupo positivo,
apesar de existirem resultados positivos, observase também que em três pacientes houve aumento
da distância.
Realizado o teste estatístico, obteve-se a
aceitação da hipótese alternativa, significando que
houve diferença estatística entre a avaliação e a
reavaliação dos pacientes no grupo negativo.
Portanto, para este grupo, a intervenção
fisioterapêutica foi efetiva.
Para avaliação dos dados entre os pacientes
do grupo positivo, obteve-se aceitação da hipótese
nula, o que significa que não existiu diferença
estatística entre a avaliação e a reavaliação dos
pacientes deste grupo. Portanto, para este teste a
intervenção fisioterapêutica não foi efetiva.
Quando analisado o teste de Ott, na tabela
II, pode ser observado que as diferenças no pré e
pós-teste entre os grupos apresentaram pequena
variação nos valores, obtendo-se um aumento da
flexibilidade da coluna torácica em no máximo
+1cm no grupo negativo e +5cm no grupo
positivo. A média de variação foi de +1,0cm. Para
melhor visualização os dados estão exemplificados
abaixo.
O teste estatístico revelou aceitação da
hipótese nula, em ambos os grupos, o que significa
que não existiu diferença estatística entre a
avaliação e a reavaliação dos pacientes do grupo.
Portanto, para este teste a intervenção
fisioterapêutica não foi efetiva.
Os valores do teste de Schober, expressos
na tabela III, pode-se observar que o aumento da
flexibilidade da coluna vertebral ocorreu com os
valores variando entre +0,5 e +2 cm, com um
ganho máximo de 1 cm no grupo negativo e de 2
cm no grupo positivo, podendo-se observar que o
grupo positivo apresentou maior aumento da
flexibilidade em comparação com o grupo
negativo, com média de variação de +1,25cm.
Na análise estatística pode-se aceitar a
hipótese nula, o que significa que não existiu
diferença estatística entre a avaliação e a
reavaliação dos pacientes em ambos os grupos.
Portanto, para este teste a intervenção
fisioterapêutica não foi efetiva.
Os resultados do pré e pós-teste e
resultados da análise estatística do Questionário de
Incapacidade por Lombalgia de Oswestry e da
Escala Visual Analógica de Dor de McGill
modificada de 10 cm serão estão ilustrados
conforme tabelas 4 e 5, respectivamente.
O Questionário de Incapacidade por
Lombalgia de Oswestry, formulado por dez itens
fornece dados concernentes à dor – percepção e
tolerância; interferência nas atividades da vida
diária, vida social, vida sexual e viagens. O
questionário é interpretado enumerando-se (de 0 a
5) os sub-itens de cada seção, somando-os ao final.
A pontuação indica o grau de acometimento do
paciente da seguinte maneira de 0 a 10
minimamente incapacitado; de 11 a 20
moderadamente incapacitado; de 21 a 30
severamente incapacitado; de 31 a 40: aleijado;
maior que 41: acamado ou exagerando.
De acordo com os dados da tabela IV,
pode-se observar que no grupo negativo todas as
pacientes apresentaram melhora significativa,
sendo que as pacientes 1, 5 passaram de
severamente incapacitada para minimamente e
moderadamente incapacitada respectivamente, a
paciente 2 de aleijada para minimamente
incapacitada e as pacientes 3 e 4 de
moderadamente incapacitada para minimamente
incapacitada, conforme ilustrado na tabela IV.
No grupo positivo, os resultados obtidos
apresentaram variação quanto a graduação da
incapacidade, porém apresentaram menor variação
de resultado em relação ao grupo negativo, sendo
que a paciente 3 não apresentou alterações. As
pacientes 1, 2, 4 e 5 passaram de moderadamente
incapacitado para minimamente incapacitado.
Os valores máximos dos resultados na
reavaliação variaram entre 0 e 22, tendo como
média de variação de +11,9.
Realizado o teste estatístico, no grupo
negativo, obteve-se a aceitação da hipótese
alternativa, significando que houve diferença
estatística entre a avaliação e a reavaliação dos
pacientes neste grupo. Portanto, para este grupo a
intervenção fisioterapêutica foi efetiva.
Para avaliação dos dados entre os pacientes
do grupo positivo, na análise estatística obteve-se
aceitação da hipótese nula, o que significa que não
existiu diferença estatística entre a avaliação e a
reavaliação dos pacientes deste grupo. Portanto,
para este grupo a intervenção fisioterapêutica não
foi efetiva.
A Escala Visual Analógica de Dor de
McGill modificada de 10 cm confere ao avaliador
a percepção subjetiva da sensação de dor
apresentada pelo paciente. Na tabela VI é possível
observar a melhora do quadro álgico referido pelos
pacientes em ambos os grupos, porém com menor
variação no grupo positivo.
Os valores obtidos na reavaliação tiveram
uma variação entre 1cm e 8,0 cm, com média de
variação de 4,39.
Realizado o Teste de Wilcoxon para
Amostras Dependentes, obteve-se a aceitação da
hipótese alternativa, significando que houve
diferença estatística entre a avaliação e a
reavaliação dos pacientes em ambos os grupos.
Portanto, para ambos os grupos a intervenção
fisioterapêutica foi efetiva em relação a dor.
Tabela I – Resultados do teste de Finger-floor.
P
GN
GP
A
R
V
A
R
V
1
41
16
-25
11
14
+3
2
20
7
-13
52,5
10
-42,5
3
24,5
20
-4,5
14,5
23
- 8,5
4
25,5
0
-25,5
14
13
-1
5
21
18
-3
28
18
-10
Tabela II – Resultados do Teste de Ott
P
GN
GP
A
R
V
A
R
1
32
32
0
31
32
2
32
32
0
31
36
3
32
32
0
31
30,5
4
33
34
+1
31
31
5
35 35,5
+0,5
30,5
32
P=paciente; GN= grupo negativo; GP = grupo positivo; A=
avaliação; R= reavaliação; V= variação.
P=paciente; GN= grupo negativo; GP = grupo positivo; A=
avaliação; R= reavaliação; V= variação.
Tabela III – Resultados do Teste de Schober
P
GN
GP
A
R
V
A
R
1
17
18
+1
15
16,5
2
15
16
+1
14
15,5
3
17,5
15,5
-2
16
14,5
4
16,5
16
-0,5 16
18
5
16,5
17,5
+1
15
15,5
Tabela IV – Resultados do Questionário de
Incapacidade por Lombalgia de Oswestry.
P
GN
GP
A
R
V
A
R
V
1
22
0
-22
17
8
-9
2
36
6
-30
12
5
-7
3
15
2
-13
29
21
-8
4
13
1
-12
19
23
+4
5
23
14
-9
14
9
-5
V
+1,5
+1,5
-1,5
+2
+0,5
P=paciente; GN= grupo negativo; GP = grupo positivo; A=
avaliação; R= reavaliação; V= variação.
V
+1
+5
+0,5
0
+2
P=paciente; GN= grupo negativo; GP = grupo positivo; A=
avaliação; R= reavaliação; V= variação.
Tabela V– Resultados da Escala Visual Analógica de Dor de McGill modificada de 10 cm.
P
GP
GP
A
R
V
A
R
1
8,2
3,7
-4,5
9
6,5
2
9,3
2,8
-6,5
5
0,5
3
7,8
1,1
-6,7
10
8,7
4
8
0
-8,0
10
9
5
9,4
5,7
-3,7
6
0,75
V
-2,5
-4,5
-1,3
-1
-5,25
P=paciente; GN= grupo negativo; GP = grupo positivo; A= avaliação; R= reavaliação; V= variação.
Tabela VI – Resultados do Teste de Wilcoxon para Amostras
negativo e positivo.
DADOS PARA ANÁLISE
Finger-floor
Ott
Schober
Questionário de Incapacidade por Lombalgia de Oswestry
Escala Visual Analógica de Dor de McGill modificada de 10 cm
Os resultados obtidos pela análise realizada
no pós-teste, utilizando-se o Teste de Wilcoxon
para Amostras Independentes, como ilustrados na
tabela VI, permitiram observar que, embora
tenham sido verificadas diferenças entre os grupos
na avaliação e reavaliação, quando os resultados
da reavaliação foram comparados, a intervenção
fisioterapêutica não apresentou correlação
estatística entre os grupos, o que significa que o
resultado final do tratamento aplicado demonstrou
ter a mesma efetividade em ambos os grupos.
Discussão
De acordo com o esperado nesta pesquisa,
no grupo onde foi realizada a associação da TENS
com o pólo negativo da corrente galvânica obteve
melhores
resultados
na
intervenção
fisioterapêutica com correntes elétricas. Este
efeito pode ser explicado de acordo com Ganong
[21], que relata que a aplicação dessas correntes
por meio de um catódio produz uma variação
localizada do potencial, no sentido de
despolarização, que aumenta de forma abrupta a
decai exponencialmente em função do tempo. De
modo inverso, uma corrente anódica produz
potencial hiperpolarizante.
Independentes na reavaliação dos grupos
TESTE DE WILCOXON
Aceita-se hipótese nula.
Aceita-se hipótese nula
Aceita-se hipótese nula.
Aceita-se hipótese nula
Aceita-se hipótese nula
O potencial de despolarização da
membrana possui um limiar, que para ser
ultrapassado necessita ter intensidade maior que
seu potencial de repouso, caracterizado pela
permanência da estabilidade da bomba de sódio e
potássio. Quando é oferecido à célula um estímulo
através de um catódio, que é carregado
positivamente, os canais de sódio se abrem,
ocorrendo um influxo de sódio para dentro da
membrana, tornando-a mais positiva. Para que
haja regulação da bomba de sódio e potássio, os
íons de potássio serão direcionados para fora da
célula, pois estarão sendo atraídos pela
positividade dos íons de sódio que estão fora da
célula, tornando-a menos excitável, pois durante o
repouso, o interior da membrana é negativamente
carregado.
Ao se aplicar um estímulo através de um
ânodo, negativamente carregado, os canais de
potássio da membrana se abrem e então ocorre um
influxo do potássio, atraído pelos pólos positivos
do interior da membrana, o que torna mais
negativa e, portanto, mais excitável.
Estímulos nervosos abaixo do limiar não
causam um potencial de ação, porém afetam o
potencial de membrana, pelo potencial
despolarizante produzido pelo cátodo (que sobe
rápido, caindo exponencialmente com o tempo),
sendo que o ânodo causa o inverso –
hiperpolarização. Esses são potenciais eletrônicos
que ocorrem porque, ao alterar a carga através da
membrana nervosa, se altera o limiar. Tornar a
superfície externa da membrana nervosa menos
positiva reduz o limiar, o que aumenta a
excitabilidade do nervo enquanto torná-la mais
positiva produz o efeito inverso [20].
As técnicas eletroterapêuticas utilizadas
nesta pesquisa demonstraram ter, em sua avaliação
final, a mesma eficácia em ambos os grupos, o que
enfatiza a afirmação feita por Whiting e Zernicke
[22],de que em qualquer meio de avaliação, a
lombalgia é o distúrbio musculoesqueletico mais
dispendioso nas sociedades industrializadas. Para
algumas pessoas, a dor é apenas temporária, para
outras, porém, a dor associada à disfunção
lombossacra pode ser completamente debilitante.
Em decorrência de 85% dos casos de lombalgia
não serem diagnosticados especificamente, a
eficácia das várias estratégias terapêuticas
continuam controversas.
Num estudo realizado por Marchand et al.
[23], para verificação do efeito placebo da TENS,
os autores constataram, na comparação da
avaliação imediatamente antes e após cada sessão
de tratamento, tanto o grupo em que foi aplicado
TENS
quanto
o
grupo
TENS-placebo
apresentaram significante redução da intensidade e
desconforto da dor lombar crônica. Os autores
puderam
verificar
que
a
TENS
foi
significantemente mais eficiente que o TENSplacebo na redução da intensidade da dor, mas não
no desconforto da dor, relatando que a TENS
produziu um efeito aditivo significante depois de
repetidas sessões para a intensidade da dor e
desconforto relativo, o que não foi observado no
TENS-placebo.
Embora tenha sido observada melhora nos
aspectos funcionais e na dor entre as pacientes
avaliadas, confere-se que ao serem comparadas, as
terapias aplicadas não apresentaram diferenças
significantes. Contudo, o efeito analgésico
propiciado pela TENS pode ser observado, quando
analisadas as diferenças encontradas nos
resultados da avaliação e reavaliação destas
pacientes, o que evidencia que as terapias por
estimulação elétrica vêm contribuir para que o
indivíduo conduza suas atividades pessoais e
ocupacionais normais de maneira confortável [24].
Conclusão
Após a análise e discussão dos dados foi
possível observar que no grupo positivo, os
resultados analisados estatisticamente, houve
melhora significativa no teste de Finger-Floor e
nos resultados do Questionário de Incapacidade
por Lombalgia de Oswestry, o que não foi
observado no grupo positivo. Em uma segunda
análise dos dados, onde foi realizada a comparação
entre os grupos, os resultados obtidos indicam que
os tratamentos aplicados se equivalem, não
demonstrando que a maior efetividade obteve-se
em um único grupo apenas.
Os resultados mostraram existir equilíbrio
entre os dois recursos, o que nos possibilita
verificar que os recursos eletroanalgésicos
mostram-se eficazes no tratamento de lombalgias.
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