Por que a Aids e a Tuberculose, juntas, são tão perigosas Saber Viver Edição Especial Tuberculose MAIO/2005 – DISTRIBUIÇÃO GRATUITA PREVENÇÃO NA HORA CERTA Mara fez o tratamento preventivo da tuberculose em 1999 e não desenvolveu a doença Detalhes sobre o tratamento preventivo da tuberculose Saber Viver Edição Especial Tuberculose - Maio.2005 Correspondências à redação: Caixa Postal 15.088 - Rio de Janeiro (RJ) - Cep 20.031-971 [email protected] Coordenação, edição e reportagem: Adriana Gomez e Silvia Chalub Secretária de redação: Alessandra Lírio Consultoria lingüística: Leonor Werneck Ilustrações: Bia Salgueiro Foto: Alex Ferro, agência Pedra Viva Conselho editorial deste número: Betina Durovni - Coordenadora da 2 PATROCÍNIO: Coordenação de Doenças Transmissíveis da SMS/RJ Valéria Saraceni - Assistente da Coordenação de Doenças Transmissíveis da SMS/RJ Solange Cavalcante - Gerente do Programa de Controle da Tuberculose da SMS/RJ Vitória Vellozo - Técnica do Programa de DST/Aids da SMS/RJ Elizabeth Soares - Técnica do Programa de Controle da Tuberculose da SMS/RJ Colaboradores: Ely Cortes (Clínica Geral) Jorge Eduardo Pio (Pneumologista) Ademildes Navarini (Pneumologista) Editoração eletrônica: A 4 Mãos Comunicação e Design ([email protected]) Tiragem: 10.000 exemplares Agradecimentos especiais: A todas as pessoas que colaboraram dando seus depoimentos para as matérias O Brasil apresenta o maior número de casos de tuberculose (TB) em toda a região da América Latina e Caribe, ocupando, segundo a Organização Mundial de Saúde, a 15a posição no ranking dos 22 países com os maiores números de casos da doença. De 1998 a 2000, o Ministério da Saúde identificou, em média, 96.000 casos de TB a cada ano. A taxa de tuberculose no Estado do Rio de Janeiro é a maior do país. O município do Rio de Janeiro (MRJ) ocupa a 12ª posição no ranking de incidência do Estado com cerca de 6.500 casos novos notificados anualmente. A tuberculose pode afetar qualquer pessoa, mas algumas populações são mais vulneráveis. Dentre as populações com maior risco à tuberculose, estão as pessoas vivendo com HIV/Aids. O risco de um portador do HIV desenvolver TB é muito maior do que o de uma pessoa não portadora. Por isto, o controle da tuberculose requer a implementação de várias estratégias integrando a prevenção e o tratamento desenvolvidas de forma conjunta pelos Programas de TB e de HIV/Aids. Uma dessas estratégias é reduzir o risco de TB em pacientes HIV+, através do uso do medicamento isoniazida, pode-se prevenir o desenvolvimento da tuberculose naqueles que tiveram contato com o bacilo da TB. Com esta finalidade, a Secretaria Municipal de Saúde está desenvolvendo um projeto para capacitação dos profissionais de saúde, cujo objetivo é integração dos programas de TB e HIV, melhorando a assistência aos pacientes. Uma das principais atividades será intensificar a realização do teste de detecção da tuberculose latente, chamado PPD, em portadores do HIV. Este teste permite identificar pessoas com maior risco de adoecer e que, portanto, se beneficiariam do tratamento preventivo. Outra atividade importante será a promoção do diagnóstico precoce da infecção pelo HIV através da oferta do teste anti-HIV para as pessoas com TB. A associação da TB com a Aids é perigosa para a saúde. Portanto, quanto mais cedo se descobrir que uma pessoa tem o bacilo da TB e o vírus HIV, mais cedo será possível intervir e impedir o adoecimento. t u b e rc u l o s e A Tuberculose no Município do Rio de Janeiro Betina Durovni e Valéria Saraceni, coordenadora e assistente da Coord. de Doenças Sexualmente Transmissíveis da SMS/RJ e Solange Cavalcante, gerente do Programa de Controle da Tuberculose da SMS/RJ Leia neste número Aids e tuberculose: uma combinação perigosa O tratamento de prevenção à tuberculose Isoniazida + medicamentos contra a Aids 4/5 6/7 8/9 Dúvidas mais freqüentes na hora da prevenção 10 Capa: a história de Mara Moreira Especial Tuberculose - Maio.2005 Saber Viver 11 3 especial Tuberculose e Aids Uma doença incomoda muita gente. Duas doenças incomodam muito mais. Esta é a lógica para explicar o estrago que a Aids e a tuberculose juntas podem causar no organismo HIV e tuberculose atacam as defesas do corpo A tuberculose é uma doença muito antiga. A Aids é uma epidemia moderna. Surgiu há cerca de 20 anos. Apesar de terem aparecido em épocas distintas, essas doenças possuem características em comum que as tornam muito perigosas para as pessoas. A principal delas é que ambas atingem o sistema imunológico dos seres humanos. Ou seja, uma pode favorecer o aparecimento da outra. Não é à toa que a tuberculose já é considerada a doença oportunista mais freqüente em pessoas infectadas pelo HIV/Aids e responsável por um número considerável de mortes. Além disso, a pneumologista Ademildes Navarini, que trabalha há 15 anos com infectados pelo HIV, explica que a tuberculose acelera o adoecimento por Aids porque, quando o bacilo da tuberculose (chamado bacilo de Koch) se reproduz, ele também ataca as células de defesa do corpo. “Com isso, a pessoa fica com a imunidade baixa, propensa a ter outras doenças”, alerta Ademildes. 4 NÚMEROS DA TUBERCULOSE 10 milhões de pessoas no mundo podem ter o HIV e o bacilo da tuberculose juntos (OMS) 100 mil pessoas têm tuberculose no Brasil 17 mil casos de tuberculose foram tratados, em 2000, no estado do Rio 1º lugar é a colocação do estado do Rio na taxa de incidência da doença no Brasil 12º lugar ocupa a cidade do Rio, entre todos os municípios do estado do Rio, com 6 mil novos casos por ano Saber Viver Especial Tuberculose - Maio.2005 1) Através do contato com portadores da tuberculose pulmonar que eliminam bacilos pela tosse, espirro ou fala; ou 2) Pela reativação de um foco de bacilos. Geralmente, esse foco é adquirido em idade escolar, mas não chega a causar a doença tuberculose porque o próprio organismo se encarrega de isolá-lo dentro do corpo. A doença surge quando o sistema imunológico fica debilitado, propiciando a reativação desse foco. Baixa imunidade pode reativar um foco de bacilos A pneumologista Ademildes Navarini esclarece que as pessoas com Aids podem reativar um foco de bacilos por causa da queda do sistema imunológico: “Quando uma pessoa está com o sistema imunológico normal, o seu organismo pode criar uma cápsula para isolar esse foco. Assim, os bacilos ficam inativos no organismo por muitos anos. Como eles não se proliferam, não causam a tuberculose. O problema é quando o sistema imunológico do nosso corpo enfraquece, facilitando a reativação desse foco de bacilos, causando a doença. Logo, quanto mais baixa a imunidade da pessoa, mais chances ela terá de desenvolver a doença”, explica a médica. Evitar a tuberculose é possível com um único remédio Existe uma forma de tratamento preventivo da tuberculose que evita que um foco inativo se transforme em doença. O remédio usado para este tratamento é a isoniazida, que deve ser tomada por 6 meses sem interrupções. Este tratamento é bem simples, além de ser um recurso importante principalmente para as pessoas infectadas pelo HIV. Enquanto uma pessoa sem o HIV pode permanecer a vida toda com o bacilo da tuberculose inativo, sem desenvolver a doença, um soropositivo infectado por este bacilo tem mais chance, por ano, de ter tuberculose. Especial Tuberculose - Maio.2005 Saber Viver O QUE É AIDS? • A Aids é causada por um vírus – o HIV – que pode ser transmitido de uma pessoa infectada para a outra através de relações sexuais, de agulhas infectadas e durante a gestação, o parto e amamentação. t u b e rc u l o s e A doença tuberculose pode ser contraída de duas formas: • Dentro da corrente sanguínea, o HIV inicia, sem que a pessoa infectada perceba, um lento e progressivo ataque às células de defesa do organismo, enfraquecendo-o e possibilitando o surgimento de diversas doenças. O QUE É TUBERCULOSE? • A tuberculose é uma doença causada pelo bacilo de Koch que é transmitido através do ar que respiramos. O doente de tuberculose pode liberar bacilos quando a doença atinge os pulmões, através de tosse, espirro ou fala. Quem estiver por perto corre o risco de ser contaminado. • O bacilo da tuberculose pode atingir várias partes do corpo, como pulmão, rins, pele, fígado, ossos, gânglios etc, manifestando-se de formas diferentes. 5 especial Ter o bacilo da tuberculose não significa ter a doença. Basta saber como evitar Previna-se contra a Tuberculose bacilo de Koch (agente causador da tuberculose) pode ficar anos em uma pessoa, sem fazer com que ela adoeça. Mas, quando as defesas do organismo estão enfraquecidas, como no caso dos portadores do HIV/Aids, o risco de adoecer aumenta muito. Se você tem indicação para fazer o tratamento de prevenção da tuberculose, comece o quanto antes. Ele é fácil, eficiente e evita que você fique doente de tuberculose. O Quem é HIV positivo deve fazer a prevenção da tuberculose quando... • Convive ou já conviveu em casa com pessoas que estão ou estiveram com tuberculose • Tem resultado positivo para o teste da tuberculose latente (chamado PPD) e negativo para a radiografia de pulmão • Na radiografia de tórax apareceu uma cicatriz de tuberculose, mas o 6 teste de escarro deu negativo. Isso significa que você teve tuberculose e não notou, pois se curou sem fazer tratamento. Mas o bacilo ainda deve estar presente. • Fez, no passado, um teste PPD que deu positivo e nunca fez a prevenção da tuberculose. Saiba como evitar a doença tuberculose A profilaxia da tuberculose (ou tratamento de prevenção) é feita com um medicamento chamado isoniazida, que é distribuído gratuitamente nos postos de saúde. Durante seis meses, devem ser tomados comprimidos de isoniazida uma vez ao dia. É importante que o tratamento seja seguido sem interrupções. Só a prevenção bem feita evita a tuberculose. A isoniazida ingerida de forma irregular faz com que o medicamento deixe de surtir o efeito desejado. Saber Viver Especial Tuberculose - Maio.2005 É muito importante que as pessoas soropositivas façam o PPD, teste que detecta a presença do bacilo da tuberculose no organismo. Se o teste der positivo, será necessário fazer uma radiografia de pulmão, para investigar se a tuberculose já está instalada no organismo. Se não tiver indicação da doença, apenas a presença do bacilo, o tratamento de prevenção da tuberculose deve ser iniciado imediatamente. Prevenir a tuberculose é bem mais fácil do que tratar a doença • Para prevenir a tuberculose é necessário tomar apenas um remédio, a isoniazida. Para tratar a tuberculose, são necessários três medicamentos. • A isoniazida é muito bem tolerada. Apenas algumas pessoas relatam sentir dormência nas mãos e pés, o que pode ser controlado tomando a vitamina B6 (piridoxina), uma vez ao dia. Já os remédios usados para tratar a tuberculose podem ter mais efeitos colaterais. • A isoniazida não interfere na função dos antiretrovirais (os medicamentos contra Aids), ao contrário de um dos remédios usados para tratar a tuberculose, a rifampicina. Este medicamento pode interferir muito na terapia contra a aids, sendo necessário, muitas vezes, mudar os anti-retrovirais usados. t u b e rc u l o s e TESTE DA TUBERCULOSE E RADIOGRAFIA DE PULMÃO Atenção a esses sintomas Se, durante o tratamento de prevenção da tuberculose, surgir algum sinal de tuberculose ativa (tosse por mais de três semanas, febre, emagrecimento ou desânimo), procure seu médico. Só ele poderá avaliar se a profilaxia deve ser suspensa e o tratamento para a tuberculose, iniciado. Nova exposição ao bacilo Depois de fazer corretamente a profilaxia da tuberculose, você está prevenido contra a doença. Caso, no futuro, você tenha contato com pessoas com tuberculose, procure seu médico. Pode ser necessário fazer uma nova profilaxia. Pedro fez a prevenção da tuberculose antes do tratamento da Aids Pedro é professor, tem 46 anos e descobriu que é portador do HIV há um ano. Logo em uma de suas primeiras consultas, sua médica pediu que fizesse o teste PPD para investigar se ele tinha sido infectado pelo bacilo da tuberculose. “O resultado foi positivo”, conta Pedro. “Durante seis meses, fiz o tratamento de prevenção da tuberculose e foi bem simples. Não tive efeito colateral e nunca esqueci de tomar os remédios. Acho que é importante que a pessoa se informe sobre o que tem, que pergunte ao médico e que tenha vontade de se cuidar. É bem melhor prevenir do que ter a tuberculose ma- Especial Tuberculose - Maio.2005 Saber Viver nifestada. Ainda não precisei começar o tratamento contra a Aids, mas já estou livre da tuberculose”. A médica de Pedro, Iná Meireles de Sousa, recomenda o teste PPD a todos os seus pacientes soropositivos. “A profilaxia impede que o paciente adoeça de tuberculose, causa da morte de muitas pessoas portadoras do HIV/Aids” diz a médica, acrescentando que, quando a prevenção é feita antes do início do tratamento antiretroviral, como no caso de Pedro, é ainda melhor. “Isso evita ter que tomar muitos comprimidos ao mesmo tempo”. 7 especial Incluindo o tratamento preventivo da tuberculose no seu dia a dia Poucas mudanças acontecem na vida de uma pessoa que está tomando os medicamentos contra a Aids e inicia o tratamento preventivo para a tuberculose QUALQUER SINTOMA DIFERENTE, AVISE AO SEU MÉDICO O tratamento com a isoniazida é feito exclusivamente para a prevenção da tuberculose. Se a pessoa, ao longo desse tratamento, pegar a doença, deve mudar de tratamento imediatamente. A isoniazida, sozinha, não trata a tuberculose. Portanto, se você sentir algum sintoma estranho durante o tratamento preventivo da tuberculose, como tosse, febre, cansaço excessivo, dores em qualquer parte do corpo etc, fale com o seu médico para que ele investigue a causa. ara evitar que o bacilo da tuberculose se espalhe pelo seu corpo e você fique doente, a saída é não abrir mão dos comprimidos de isoniazida (de 100 mg cada) diariamente, durante 6 meses, quando indicado por seu médico. “É muito importante que a pessoa não perca nenhuma dose desse medicamento, por isso eu sempre sugiro aos meus pacientes que tomem a isoniazida junto ao café da manhã, para criar um hábito”, conta a clínica geral Ely Cortes. Mas, quando se esquece alguma dose, o ideal é tentar identificar o motivo do esquecimento: “Se ele esqueceu de tomar porque dormiu na casa de amigos, a dica é ter sempre alguns comprimidos de reserva na bolsa ou na carteira. O importante é não esquecer de tomar os remédios novamente para não prejudicar o tratamento”. A médica alerta que a isoniazida, tomada de forma irregular, não previne a doença tuberculose, pois o medicamento pode perder o seu efeito. P Efeitos colaterais da isoniazida O efeito colateral mais comum provocado pela isoniazida é a neuropatia periférica, ou seja, alteração de sensibilidade principalmente nos pés. “Mas isso pode ser evitado se, junto à isoniazida, for prescrito um comprimido de vitamina B6 (piridoxina), que não é distribuída no serviço público, como é o caso da isoniazida, mas o seu custo é baixo”, explica a médica Ely Cortes. Isoniazida e remédios contra a aids Pessoas que tomam estavudina – anti-retroviral que também pode causar neuropatia periférica – têm mais chances de desenvolver este efeito colateral. Outro 8 Saber Viver Especial Tuberculose - Maio.2005 carregar o fígado. Quando tomada junto com a isoniazida, ela pode aumentar os riscos de uma hepatite ou de outros problemas de toxicidade hepática. “Este paciente deve ser monitorado de perto por seu médico, realizando exames de função de fígado regularmente”, alerta a médica. NO café da manhã t u b e rc u l o s e efeito colateral da isoniazida é a toxicidade hepática. Porém, o risco é muito maior quando a pessoa está fazendo tratamento da tuberculose (quando, além da isoniazida, são prescritos mais dois remédios). A nevirapina é um dos medicamentos contra a Aids que podem sobre- Carlos está fazendo o tratamento preventivo da tuberculose. Na hora do café da manhã, ele toma os comprimidos de isoniazida 100 mg e um comprimido de vitamina B6, além dos remédios que compõem o tratamento contra a Aids. Quando esquece As doses de isoniazida devem ser tomadas diariamente. Quando Carlos esquece de tomá-las de manhã, ele as ingere no almoço ou no jantar. Como precaução, ele sempre carrega alguns comprimidos do medicamento na bolsa ou na carteira. Mas quando se lembra só no dia seguinte, toma apenas a dose normal e tenta identificar o motivo que o fez esquecer dos remédios, para que isso não se repita mais. Se você toma a isoniazida, único medicamento de prevenção à tuberculose, de forma irregular, o remédio não será efetivo. Especial Tuberculose - Maio.2005 Saber Viver 9 especial Esclarecendo dúvidas O pneumologista Jorge Eduardo Pio responde às dúvidas mais comuns que surgem durante o tratamento preventivo da tuberculose Por que eu não posso beber enquanto estiver tomando a isoniazida? MODERAÇÃO. Uma pessoa que está fazendo tratamento com a isoniazida não deve ingerir bebida alcoólica porque este medicamento é metabolizado no fígado. A bebida alcoólica também sobrecarrega o fígado. Logo, neste caso, a palavra é moderação. Beber socialmente, apenas nos finais de semana, não causa problemas. Qualquer dúvida, pergunte ao seu médico. Eu preciso ter um cuidado especial com a alimentação enquanto estou tomando a isoniazida? NÃO. Em relação à isoniazida, não há nenhuma restrição alimentar. Porém, manter hábitos saudáveis é fundamental para qualquer pessoa, principalmente aquela que está com uma infecção (como a do HIV) que ataca o sistema imunológico. Portanto a dica é fazer, pelo menos, 5 refeições diárias: além do café da manhã, almoço e jantar, tome sucos ou coma frutas entre as principais refeições. No almoço e jantar, monte um prato bem colorido e não dispense os legumes, verduras e carnes (de preferência, branca e sem gordura). Por que eu não posso tomar a BCG e me prevenir de outros casos de tuberculose? PORQUE ELA NÃO PREVINE NESSE CASO. A vacina BCG protege contra formas de tuberculose disseminada mais comuns na infância e geralmente o seu efeito dura cerca de 10 anos. Ela não previne a tuberculose pulmonar em adultos e pode causar efeitos colaterais graves em pacientes com deficiência imunológica, porque a vacina é feita com bacilos vivos que foram atenuados. 10 Se eu vomitar logo após tomar a isoniazida, preciso repetir a dose do remédio? SIM, porque a dose total necessária para que o remédio faça efeito não foi absorvida. Eu corro o risco de contaminar alguém enquanto eu tenho o bacilo inativo no meu corpo? NÃO. Exatamente como você disse, este bacilo está inativo. Logo, você não é uma pessoa doente de tuberculose. Portanto, não existe possibilidade alguma de transmissão. Uma pessoa só transmite tuberculose quando está doente e libera bacilos através de tosse, espirro e fala. Como devo evitar um novo contato com o bacilo da tuberculose depois de concluir o meu tratamento de prevenção? EVITE LOCAIS FECHADOS. A fonte de infecção da doença é sempre uma pessoa doente de tuberculose, principalmente se tosse, espirra ou fala muito próximo de outra pessoa. Ambientes fechados, sem luz solar e pouco arejados são muito propensos à transmissão do bacilo. Se você está em um ambulatório, aguardando a sua consulta, tente ficar próximo às janelas ou pátios abertos. O bacilo da tuberculose não sobrevive à luz solar. Se alguém da sua família está com tosse há mais de três semanas, leve-a ao posto de saúde mais próximo. Se ela estiver com tuberculose, avise imediatamente ao seu médico. Saber Viver Especial Tuberculose - Maio.2005 Tratamento preventivo afasta a tuberculose Mara tomou a isoniazida por 6 meses em 1999 e não desenvolveu a tuberculose J ucimara Moreira, 28 anos, descobriu que estava infectada pelo HIV há 10 anos. Em 1999, fez o tratamento preventivo da tuberculose e não desenvolveu a doença. Ela foi encaminhada ao tratamento porque estava com o CD 4 muito baixo e seu exame PPD deu reativo. Ou seja, ela já tinha tido contato com o bacilo da tuberculose que formou um foco inativo de bacilos no seu corpo. Com o CD4 baixo, ela corria sério risco de desenvolver a tuberculose a partir da reativação desse foco. Por isso, ela fez, durante 6 meses, o tratamento preventivo da doença com a isoniazida.“Fiquei muito satisfeita de ter dado tudo certo. Mas senti falta de informação durante o meu tratamento. Na época, eu não sabia que estava correndo o risco de ter tuberculose porque a minha imunidade estava baixa. A minha sorte é que tenho o hábito de aderir aos tratamentos que faço. Por isso, tomei todas as doses da isoniazida”. Hoje, Mara (como é conhecida pelos amigos) sabe o quanto foi vantajoso realizar esse tratamento: “Se eu desenvolvesse a doença tuberculose, além de correr risco de vida, provavelmente a minha opção de medicamentos contra a aids diminuiria porque os remédios contra a tuberculose não podem ser tomados com vários anti-retrovirais”, explica. Atualmente, Mara toma certos cuidados para não ter um novo contato com o bacilo: “Evito locais fechados, principalmente quando tem alguém tossindo perto de mim”. Para quem está fazendo o tratamento preventivo da tuberculose, ela deixa um recado: “A falta de prevenção hoje pode gerar a tuberculose amanhã. Portanto, tomar corretamente a isoniazida só lhe trará benefícios”. 11 ONGS QUE OFERECEM INFORMAÇÕES Atobá - Movimento de Emancipação Homossexual R: Professor Carvalho de Melo, 471, Realengo. Rio de Janeiro / RJ Cep 21.735-110 Tel. (21) 3332-0787 AVIDHA – Assoc. Valorização e Integração dos Diagnosticados de HIV/Aids R: Fernandes Portugal, 18, Engenho da Rainha. Rio de Janeiro / RJ Cep 20.761-150 Tel. (21) 3979-5240 Reuniões todas as 6ª feiras a partir das 14:00 no PAM 13 de Maio – Av. 13 de Maio, 23 15º andar RNP+ Núcleo RJ R: Dr. Leal, 706, Engenho de Dentro. Rio de Janeiro / RJ Cep 20 730 380 Tel. (21) 2599-8482 Assistência Jurídica e Sala de Conversas Pela Vidda Rio de Janeiro Av. Rio Branco, 135/709, Centro. Rio de Janeiro / RJ Cep 20.040-006 Tel. (21) 2518- 3993 2518-1997 GATAHI R: Antonio Parreira, 67 térreo Hospital de Ipanema. Rio de Janeiro /RJ Tel. (21) 3111-2333 Grupo de adesão: 3ª feira (manhã) e 4ª feira (tarde) Fisioterapia preventiva: 3ª feira e 5ª feira (tarde) Orientação Psicológica: 4ª feira (tarde) e 5ª feira (manhã e tarde) Grupo Arco Íris R: Mundo Novo, 62, Botafogo. Rio de Janeiro - RJ www.arco-iris.org.br Tel. (21) 2552 5995 Orientação Psicológica: 2ª, 4ª e 6ª das 14h às 20h Assessoria Jurídica: 2ª a 6ª das 16h às 20h Agendar telefone (21) 2552-5995 a partir das 11h Instituto Brasileiro de Inovações em Saúde Social/IBISS Av. Mal. Câmara, 350, 8º andar, Castelo. Rio de Janeiro / RJ E-mail: [email protected] Tel. (21) 2240-3215 Trabalho preventivo de DST/ Aids através de projetos sem perder de vista as questões de saúde sexual e reprodutiva, auto-estima, defesa de direitos e inclusão social A S ABER V IVER Fórum Estadual das ONGs no Combate à Tuberculose /RJ Av. Marechal Câmara 350, 807, Centro. Rio de Janeiro / RJ E-mail: [email protected] Tel. (21) 2240-1352 / 2240-3215 O Fórum é a instância representativa de organizações de base comunitária não governamental e sem fins lucrativos que desenvolvem atividades de prevenção e assistência à tuberculose e à Aids no estado do Rio de Janeiro. Tem como objetivo sensibilizar, mobilizar, articular e capacitar a sociedade civil para o controle social da tuberculose; trocar experiências, informações, habilidades e recursos entre as organizações de base comunitária; participar na discussão e elaboração de ações políticas e públicas em prevenção e assistência à tuberculose nas instâncias de controle social (conselhos, conferências e comissões de saúde) É DISTRIBUÍDA GRATUITAMENTE