2012 - Biblioteca do Exército

Propaganda
O.Caeiro, Lda
Especialista elD Instrumentos
Musicais de Sopro
,
"
ASSISTENCIA TECNICA
,
ACESSORIOS
INSTRUMENTOS
Fornecedor:
Bandas Militares e Militarizadas
Conservatórios de Música, Escolas
Orquestras, Colectividades Musicais, Autarquias e Câmaras Municipais
Av. Júlio Dinis, 14 (Ao Campo Pequeno)
Centro Comercial Columbia, Loja 2 - 1050-131 LISBOA - PORTUGAL
Tel: 21 795 15 26 Fax: 21 795 15 27
www.dcaeiro.pt
e-mail: [email protected][email protected]
Sumário
3
Boletim da Banda do Exército
N.O
9 - I Série - Março
General Artur Neves Pina Monteiro
2012
Propriedade
Exército Português
4
Design Gráfico e Edição de Fotografia
João Pedro Lopes Rafael Azevedo
Sargento-Ajudante Músico
Impressão
Manuel Barbosa e Filhos, Lda
Cabeço de Montachique
Tel. 219 855 606
Fax. 219 855 774
Tm. 969 524 331
[email protected]
do Diretor da DSP
Aníbal Alves Flambó
5
Prefácio
7
Identificação dos fatores de risco determinantes
Coordenadores
Óscar Manuel Borges de Oliveira
1° Sargento Músico
Ana Sofia Mateus Francisco
2° Sargento Músico
Redação e Administração
Banda do Exército
Largo do Palácio
2745-191 QUELUZ
Tel. 214343480
Fax: 214343483
Site: www.exercito.pt
e-mail: revista.euridice@gmai!.com
Testemunho
Major-General
Diretor
Direção de Serviços de Pessoal
Aníbal Alves Flambó
Major-General
Diretor Executivo
Chefe Titular da Banda do Exército
João Maurílio de Caires Basílio
Major Chefe de Banda de Música
Editorial do CEME
da prevalência de lesões músculo-esqueléticas
nos músicos profissionais
em Portugal
13
Música em Reabilitação
22
A Música como Arma Politica
29
Ciclo das Bandas Militares e Militarizadas
em Portugal-
34
Entrevista
Banda Sitifónica da PSP
com o Chefe da Banda da PSP
Maestro Comissário
Ferreira Brito
ISSN
1646-9518
Tiragem
3000 Exemplares
38
Maestro Silva Dionísio
Um olhar sobre a sua vida e obra
Periodicidade
Anual
Capa
Luso Pirotecnia
45
Notícias
51
Cursos de Música ministrados
Direção de Serviços de Pessoal
Os artigos da presente publicação foram escritos ao abrigo do
novo Acordo Ortográfrico e exprimem a opinião dos seus autores
e não necessariamente o ponto de vista oficial da Banda do
Exército, da DSP e do Estado-Maior do Exército.
Banda do Exército
pela
Editorial
,
E
comparticular satisfação que o Comandante do Exército
testemunha a edição de mais um número da revista Eurídice, associando-se a todos os militares músicos da Banda
do Exército que, com enorme empenho e profissionalismo, transformaram esta revista num reconhecido meio de informação, não
só para o pessoal do Exército, como também para o dos outros
Ramos e para o meio civil.
Ao longo da minha carreira militar, sempre testemunhei o extraordinário contributo que a Banda do Exército tem dado para
a afirmação do Exército prestando relevantes serviços, expressos
nos elevados padrões musicais a que nos habituou.
Este é um objetivo, diariamente perseguido, resultante da busca
do aperfeiçoamento e da formação que estes militares constan--------temente procuram, resultando num extraordinário virtuosismo e
brio, quer nas paradas militares, quer nas salas de Concertos.
A importância da Banda do Exército, como instituição, transcende o aspeto músico-cultural, pois a música é um fator de união. A Banda tem contribuído, de forma exemplar,
para a coesão e espírito de corpo do capital mais importante do Exército: todos os seus
militares e civis, incluindo aqueles que já não estão ao serviço.
Contamos com a Banda do Exército, a quem continuaremos a exigir a qualidade musical a que nos habituou, quer nas atividades militares, quer em apoio de entidades civis. Esta
não é uma Banda onde pode servir qualquer músico pois, a par de uma elevada educação
musical, é preciso ter perfil militar e partilhar os valores de uma Instituição secular.
O Comandante do Exército expressa o seu orgulho e satisfação pela competência, determinação, espírito de sacrifício e de servir, demonstrados a nível interno e externo, por
todos os militares da Banda, ao serviço do Exército e de Portugal, que a todos enobrece
e dignifica e que têm merecido rasgados elogios e reiteradas manifestações de apreço de
entidades políticas e militares nacionais.
Gostaria de terminar com uma mensagem de estímulo e de confiança, exortando-vos a
continuarem os vossos relevantes e distintíssimos serviços e a manterem-se assim como
muito dignos representantes da imagem e do espírito do Exército.
Lisboa, 25 de Março de 2012
o CHEFE
DO ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO
ARTUR NEVES PINA MONTEIRO
GENERAL
-------
Março 2012 --
_
3
(; LI r- í d i Cg
Testernunho
A
4
o longo dos demais séculos da história militar, a função da
música na instituição tem desempenhado um papel muito
crucial. Na transição da Idade Média para a Idade Moderna,
recorreu-se à música dos tambores e clarins para desempenhar uma
verdadeira função operacional e no século XVIII, a estética do absolutismo influenciou também a constituição e a função dos agrupamentos musicais militares. Em pleno século XIX, com o liberalismo,
a música militar estabeleceu um contacto mais próximo com a sociedade civil. No âmbito deste estreitamento, projetos que visem a
aproximação da família militar ao cidadão comum, promovendo o
gosto pela cultura musical e que constituam uma linha de ação e
divulgação do trabalho realizado, como é o caso desta Revista Eurídice, são sempre um elemento fundamental para reforçar a imagem de um órgão como a
Banda do Exército.
Este é um exemplo simples mas que demonstra que os desafios e os objetivos colocados a esta Banda obtêm sempre uma resposta célere, pronta e eficaz, que testemunha a
exuberância, o ânimo e vigor da Banda, que se tem constatado ao longo dos anos.
Apesar de ter assumido as funções de Diretor da Direção de Serviços de Pessoal muito
recentemente, e por isso passar a superintender Is, atividades dos vários órgãos musicais,
sempre fui um atento espetador das ações dos vários órgãos musicais (Banda do Exército,
Banda Militar do Porto, Orquestra Ligeira do Exército e Fanfarra do Exército) relativamente aos quais tenho ouvido sempre referências elogiosas, quer na vertente miliar, quer
na vertente sinfónica.
Desta forma, gostaria de prestar publicamente o justo reconhecimento à competência,
excecional dedicação e elevado espirito de missão, demonstrado por todos quantos servem e serviram ao longo dos anos nos vários órgãos musicais, de reconhecida importância
para o Exército e para Portugal.
Por último, deixo um agradecimento muito especial aos nossos patrocinadores, como
forma de reconhecimento e gratidão, por continuarem a acreditar neste projeto.
Termino, exortando para que continuem a demonstrar a vossa total disponibilidade
para bem servir por muitos mais anos, desejando a todos as maiores venturas pessoais.
Lisboa, 25 de Março de 2012
o DIRETOR
DA DIREÇÃO DE SERVIÇOS DE PESSOAL
/4",.j.fllt~
~Wljd'
l!_C4.
ANÍBAL ALVES FLAMBÓ
MAJOR-GENERAL
----
Boletim da Banda do Exército
_
(; LI ~ídjce.
Prefácio
N
a publicação de mais um número da Eurídice, saúdo todos os leitores que se mantêm fiéis ao longo destes nove anos de existência,
assim como todos os que a descobriram há menos tempo e estabeleceram com ela um compromisso de leitura e consulta.
No início deste pequeno texto, quero sublinhar, com grande enfoque, a
importância dos nossos patrocinadores, os que nos acompanham desde o
primeiro momento e todos os outros que se têm juntado a nós, cientes de
que o nosso desígnio editorial é de valor, honra e gratidão para com a mais
nobre das artes - a Música. Num clima de grandes constrangimentos financeiros e de restrições orçamentais que marcam a atualidade no nosso país,
seria muito mais fácil suspender a publicação da Eurídice ou, simplesmente,
optar por um modelo Newsletter. Não o fizemos. Apelámos, convictamente, à
generosidade dos nossos patrocinadores que, reconhecendo a sua qualidade,
o seu cariz; o público-alvo e a sua importância sócio-cultural, responderam
afirmativamente, continuando a alimentar-nos o sonho de dar continuidade
à revista em que fomos pioneiros. Para todos, os nossos votos de grande
sucesso e o nosso bem-haja.
Na presente edição, damos continuidade ao Cicio das Bandas Militares eMilitarizadas de Portugal, inserindo
um artigo histórico sobre a Banda Sinfónica da PSP, complementado com uma entrevista ao seu maestro.
Na sequência de um estudo, objeto de tese de mestrado, versando a temática Fatores de Risco e Lesões nos
Músicos Profissionais em Portugal, a Banda do Exército foi convidada a dar o seu contributo, associando-se
a outros agrupamentos artísticos do país. Pela oportunidade e pertinência do assunto, convidámos o seu
autor a publicar uma síntese desse trabalho na nossa revista. O artigo Música em Reabilitação aponta-nos
algumas perspetivas de como desenvolver competências psicomotoras e cognitivas, através da expressividade e linguagem musical. O tema A Música comoArma Política focaliza a importância da música, do seu
carácter, da força da mensagem passada através da letra e dos objetivos políticos e sociológicos obtidos.
O artigo Um Olhar Sobre a Vida e Obra do Maestro Silva Dionísio retrata-nos o percurso daquele que é considerado, por muitos, o expoente máximo no âmbito da história da música para sopros do séc. XX, em
Portugal.
Terminamos com a habitual rubrica Notícias, sublinhando alguns dos momentos marcantes vividos ao
longo do ano e mantemos informação atualizada sobre os Cursos de Música administrados na Banda do
Exército.
A Eurídice é, para todos os efetivos da BE, motivo de regozijo e satisfação. Idealizar e concretizar este
projeto implica um esforço de criatividade e imaginação de todos os que estão diretamente ligados a este
desafio. Neste contexto, considero de inteira justiça agradecer todos os contributos que nos têm chegado,
destacando com especial relevo os autores dos conteúdos e a equipa editorial pelo empenho e motivação
expressos em todo o momento.
Com as Bodas de Prata a aproximarem-se, sublinho as inadequadas infraestruturas físicas que a BE
utiliza na preparação diária da sua missão, assim como a inexistência de uma viatura de transporte de
material instrumental adequada, que acondicione e proteja um património de elevado valor, pertença da
nossa Instituição.
Os militares músicos da BE continuarão empenhados, apelando ao brio e à competência profissional
que lhes é particular, fazendo justiça à dicotomia expressa no OURO-NEGRO do seu escudo de armas:
A liberdade no apeio ao espírito exercido na riqueza dos sons e a sabedoria essencialdo sentimento do Homem-artista.
Quartel em Queluz, 25 de Março de 2012
o CHEFE
DA BANDA SINFÓNICA DO EXÉRCITO
_
~)A03MAÂ
<J. ~~
.
JOAO MAURILIO DE CAIRES BASILIO
MAJOR CHEFE DE BANDA DE MÚSICA
--------
Março 2012 ----
_
_5__
....
Rigor
Eficácia
Solidez
ANOS
LUSITANIA
Grupo Montepio
Identificação dosfatores de risco determinantes da prevalência de lesões
músculo-esqueléticas nos músicos profissionais em Portugal'
Carnide, F2 & Marques, R3
Artigo elaborado por Rui Marques Mestrado pela Faculdade de Motricidade Humana/UTL
RESUMO
Objetivos: Identificar os fatores de risco associados à prevalência de lesões músculo-esqueléticas nos
membros superiores e coluna vertebral nos músicos profissionais em Portugal.
Métodos: Foi aplicado o questionário Nordic Musculoskeletal Questionnaire-NMQ
a todas as Orquestras Profissionais que demonstraram a sua disponibilidade para participar neste estudo, ~38% (6/16),
para sintomas músculo-esqueléticos, sendo utilizados os testes de qui quadrado, mann-wbitney e a análise
regressão logística bivariada e multifatorial, sendo admitido o nível de significância em p:S.05 em todas as
análises, com exceção para a regressão logística bivariada com um p:S.20.
Resultados: Dos 175 músicos da amostra, 148 (84,57%) reportaram sintomas de dor ou desconforto em
pelo menos um ou mais segmentos corporais, nos últimos 12 meses. Verificou-se uma prevalência elevada
de sintomas de dor, especialmente no pescoço, ombros, punho e coluna vertebral, nos últimos 12 meses, bem como a prevalência de impedimentos de realizar atividades quotidianas, na sua generalidade foi
superior à prevalência de dor, nos últimos 7 dias. As principais associações entre os fatores de risco que
podem explicar a prevalência de sintomas foram o status profissional militar e como fatores protetores o
género masculino, a antiguidade e a idade.
Conclusões: Os valores de prevalência obtidos têm a sua origem em fatores com características individuais e exigências físicas, como resultado da natureza biomecânica do trabalho no domínio da atividade
profissional de músico.
Palavras-chave:
Músicos Profissionais; Lesões músculo-esqueléticas, Prevalência; Fatores de Risco.
INTRODUÇÃO
A musica sempre foi associada ao bem-estar,
equilibrio emocional e recreação. Ser músico transmite a impressão de uma perfeita harmonia entre o
ser humano e o instrumento, a combinação perfeita
entre o prazer de tocar e o dia a dia do profissional.
No entanto, existe um trabalho de bastidores que
passa despercebido da maioria do público que assiste a um concerto, em termos de concentração,
processamento multissensorial de informações e
memória. A partir de 1980 diferentes populações
de músicos foram estudadas, estudantes e profissionais. Atualmente parece que a sua origem é
multifatorial, resultante dos desequilibrios entre
as solicitações biomecânicas e as capacidades individuais dos músicos. Os encargos com as LME
(lesões músculo-esqueléticas) dos membros superiores relacionadas com o trabalho são de 0,5%
a 2% do Produto
acional Bruto (Uva, Carnide,
Serranheira, Miranda, & Lopes, 2008). Os fatores
de risco podem ser organizados em fatores ambi-
entais, exigências físicas e caractensncas pessoais
(Robinson, Zander, & Research, 2002). Um estudo
de caráter nacional envolvendo 48 Orquestras Sinfónicas da Federação Americana de Músicos (n =
2212), encontrou na sua amostra uma prevalência
de LME de ~82% nos músicos inquiridos, havendo uma elevada percentagem (76%) (Fishbein
& Middlestadt, 1988). Outro estudo realizado na
Orquestra Sinfónica da Universidade Estadual de
Londrina do Brasil com 45 músicos estudados ,
através da aplicação do Questionário Nórdico
apresentou uma prevalência de 77,8% de sintomas músculo-esqueléticos nos últimos 12 meses e
71,1 % nos últimos 7 dias (Trelha, et al., 2004). Nesta sequência, a prevalência de sintomas de dor por
parte dos músicos situou-se predominantemente
ao nível do pescoço, costas e ombros, estando relacionadas com a combinação de uma sobrecarga
física (estática ou dinâmica) e mental (de Greef,
Wijck, Reynders, Toussaint, & Hesseling, 2003).
I () 1 XIOagora publicado tem como base as conclusões prmclp:us d .• lese de mestrado, ldcntlficação
dos fatores de risco determinantes
da prevalência
de lesões músculo-esqueléticas
nos membros
superiores
c coluna vertebral n08 músicos profissionais
cm Portugal, elaborada pela minha pessoa sobre a orientação da Professora Doutora Filomena Carnide na Faculdade de Motricidade IlumanaI: ruvcrsidadc Técni a de J Jsboa, sendc) drscucda pubhcamcruc
} Projúlom
3
Professor
Doutora .\fllna
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Mestre Rur t\lIgucl Marçalo Marques, Licenciado e Mestre pela
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de 2011,
1/1.vi/iar fJlIl'dlHldfldf
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Lisboa,
Por/I~~ttl.
....I jS/;(M. POrll~~(/1.
Março 2012 -----
_
7
~LJ,..ídicº
A conclusões semelhantes chegaram Roset-Llobet,
Rosinés-Cubells, & Saló-Orfila (2000) indicando as
áreas mais afetadas com LME as extremidades superiores e a coluna cervical.
Para Fishbein & Middlestadt (1988), a localização da prevalência de sintomas de LME parece
ir de encontro àquilo que foi anteriormente referido, com uma prevalência nas costas de 22%, no
pescoço de 22% e na região ombro-braço-mão de
20%,8%, 10%, respetivamente. Valores semelhantes foram encontrados no estudo de Zetterberg,
Backlund, Karlsson, Werner, & Olsson (1998) em
estudantes de música, onde as áreas mais afetadas com LME eram o pescoço, ombros, punho/
mão, e zona dorsal e lombar. Os estudos relativos
ao género são os mais comuns entre os fatores de
risco, onde se verifica uma prevalência de queixas
entre 67% a 76% para o género feminino e entre
52% a 63% no género masculino. Aparentemente,
o risco de LME é superior nas mulheres do que
nos homens (Middkstadt & Fishbein, 1989; Zaza &
Farewell, 1997; Hagberg, Thiringer, & Brandstron,
2005). Segundo Bejjani, Kaye, & Benham (1996),
os músicos são propensos a LME, podendo ser originadas ou agravadas ao tocarem um instrumento
musical. Sendo claro que os padrões de ocorrência de lesões nos músicos profissionais são únicos,
como o impacto no seu dia a dia e vida profissional.
O âmbito deste trabalho visa determinar quais os
fatores de risco mais determinantes da prevalência
de lesões músculo-esqueléticas nos membros superiores e coluna vertebral nos músicos profissionais
em Portugal.
MÉTODOS
Amostra
8
De modo a saber quantas e quais as Orquestras Profissionais a nível nacional foi contactado
o Ministério da Cultura, mais especificamente a
Direção Geral das Artes, perfazendo um total de
14 Orquestras Continentais (incluindo uma do Arquipélago da Madeira). Mediante a disponibilidade
das mesmas e com a possibilidade de integração de
mais duas Bandas Militares (Banda Sinfónica do
Exército e Banda Militar de Évora), foi possível
chegar a uma taxa de adesão de ;::::38%(6/16).
Instrumento - Questionário
Foi utilizado o nórdico estandardizado de queixas músculo-esqueléticas (Nordic Musculoskeletal
Questionnaire-NMQ),
concebido e validado por
um grupo de investigadores nórdicos Kuirinka,
et al. (1987). Foram prestados os esclarecimentos
necessários, relativamente aos objetivos do estudo,
---------
modo de preenchimento do questionário, a confidencialidade das suas respostas e o termo de responsabilidade. O modo de administração foi por
autopreenchimento, constituindo-se assim a amostra por (N=175) músicos profissionais em Portugal
Continental.
Tratamento dos dados
Os métodos estatísticos utilizados neste estudo
foram os descritivos, os testes qui quadrado e mann-whitney e a análise regressão logística bivariada e
multifatorial. O nível de significância foi mantido
em p:S.05 em todas as análises, com exceção para a
regressão logística bivariada com um p:S.20, tendo
sido realizado com o software SPSS® versão 19.0
(www.spss.com).
RESULTADOS
Dos 175 músicos, 22,9% (40) foram do género feminino e 77,1 % (135) do género masculino. A
idade média dos músicos foi de 32,39 anos e a média do número de meses de trabalho (antiguidade)
dos músicos foi de 149,82 meses, correspondendo
a cerca de 12,5 anos de trabalho. No que se refere
à distribuição de horas na prática instrumental em
média por semana, cada músico dedica 24,59 horas,
sendo das quais 12,76 horas em ensaio, 8,67 horas
em casa e 3,17 horas em concerto. A frequência de
pausas por prática instrumental foi de 2,09 pausas,
com uma duração média de 21 minutos. Dos músicos que praticam atividade física, em média por
semana estes realizam 2,33 vezes atividade física.
No que diz respeito ao Status Profissional na distribuição entre Civil e Militar, a maioria dos músicos
são Civis com 53,7% (94), em detrimento dos músicos Militares com 46,3% (81). No que diz respeito ao grupo instrumental, o mais representado foi
o dos Sopros com 60,6% (106), seguido das Cordas
30,3% (53), Percussão 8% (14) e Outros 1,1% (2).
O gráfico seguinte reporta para a descrição da
prevalência de sintomas nos membros superiores,
inferiores e coluna vertebral, nos últimos 12 meses
e 7 dias, bem como a prevalência no impedimento
de realizar atividades quotidianas devido aos sintomas de dor, nos últimos 12 meses. Destacamos
uma prevalência de sintomas de dor, nos últimos
12 meses, no pescoço 53,1 %, zona lombar 49,7%,
ombros 45,7%, zona dorsal 42,3% e punho 34,3%.
Relativamente à prevalência de sintomas de dor nos
últimos 7 dias, destacamos o pescoço e zona lombar com 10,9%, ombros 10,3% e zona dorsal 9,1%.
No que se refere aos impedimentos, nos últimos
12 meses, destaca-se ombros e zona lombar com
12,6%, pescoço 12%, punho 11,4% e zona dorsal
10,9%.
Boletim da Banda do Exército
_
~LI~ídic~
Prevalência de Sintomas nos membros superiores, Inferiores e coluna
50
30
10
Gráfico 1 - Prevalência de sintomas nos membros superiores, inferiores e coluna vertebral
As tabelas seguintes demonstram os resultados referentes à aplicação do método de regressão logística multifatorial (backward method), tendo por base os membros corporais cuja prevalência de dor
ou impedimentos foi evidenciada com mais relevo a partir das associações estatisticamente significativas no método de regressão logística bivariada. O valor de nível de significância utilizado na
análise multifatorial foi o de p:S.05.
Tabela 1 - Identificação das variáveis que mais contribuíram para a prevalência de sintomas de dor no pescoço, ombros, punho, zona dorsal e zona
lombar, nos últimos 12 meses
Exp
p
@
~
Exp
(~)
P
IC95%
Exp
P
(~)
Zona Dorsal
IC95%
Exp
(~)
P
Zona Lombar
Exp
lC95%
P
IC 95%
,005
1,2974,412
(~)
Civil+
Status
."
IC
95%
(~)
Punho
Ombros
Pescoço
Profissional
'.s'
Militar
3,085
,001
1,5406,179
,272
,002
,120,618
2,392
'a
~
'o
'oB
u
Feminino+
Género
Masculino
,471
,048
,223,994
,427
,027
,201,907
u
~
,807
Idade
,997
Antiguidade
+
,018
,046
,654,996
,994999
Categoria de referência
Tabela 2 - Identificação das variáveis que mais contribuíram para a prevalência de impedimentos no pescoço, punho e zona lombar,
nos últimos 12 meses
Punho
Pescoço
Exp (~)
P
IC95%
,032
,117-,906
9
Zona Lombar
Exp (~)
P
IC95%
1,106
,042
1,004-1,218
,700
,049
,492-998
Exp (~)
P
IC95%
1,151
,041
1,006-1,317
Feminino"
Características
Género
Masculino
Individuais
,326
IMC
Exigências
Físicas
+
Casa
Concerto
Categoria de referência
ATELIER
DOS
SOPROS
Tabela 3 - Identificação das variáveis que mais contribuíram para a prevalência de sintomas de dor no pescoço e zona lombar,
nos últimos 7 dias
Pescoço
Exp
Características
Individuais
Exigências
Físicas
o»
P
,350
,050
Zona Lombar
IC 95%
Exp
P
IC95%
,237
,014
,075-,749
,944
,046
,892·,999
(~)
Feminino+
Género
Masculino
,122-1,002
Prática lnstrumental
Semanal
"Categ ona de referência
10
No que se refere à Tabela 1, a prevalência de
sintomas de dor no pescoço, indicou que os homens estão mais protegidos (Exp(~)=0,471) em
relação às mulheres, para uma probabilidade de
significância p:S.05. Em relação aos ombros, parece que a antiguidade promove um efeito protetor
(Exp(~)=0,997) juntamente com o género masculino (Exp(~)=0,427), na prevalência de experiência de dor, para uma probabilidade de significância p:S.05. Relativamente ao punho, destacou-se
somente a idade, apresentando um efeito protetor
(Exp(~)=0,807) na prevalência de sintomas de dor,
para uma probabilidade de significância p:S.05. No
que diz respeito à zona dorsal, parece que os militares apresentam um fator de risco de ;::::3vezes superior (Exp(~)= 3,085) aos músicos civis e os do género masculino um fator de proteção (Exp(~)=0,272),
na prevalência de experiência de dor neste segmento corporal, para uma probabilidade de significância p:S.01. Finalmente, na zona lombar os músicos
militares apresentam um fator de risco ;::::2,4vezes
superior (Exp(~)=2,392) em relação aos músicos civis, para uma probabilidade de significância p:S.01.
Relativamente à Tabela 2, na prevalência de impedimentos no pescoço, os homens parecem estar mais
protegidos (Exp(~)=0,326) em comparação com as
mulheres, para uma probabilidade de significância
p:S.05. Relativamente ao segmento corporal punho,
a prática instrumental - concerto confere um fator
de proteção (Exp(~)=0,700), mas em contrapartida a prática instrumental - casa contribui para um
fator de risco ;::::1,1vezes superior (Exp(~)=1,106)
na prevalência de impedimentos, para uma probabilidade de significância p:S.05. Finalmente na
zona lombar o Índice de Massa Corporal (IMC)
apresentou um fator de risco ;::::
1,1 vezes superior
(Exp(~)=1,151), na prevalência de impedimentos,
para uma probabilidade de significância p:S.05. Na
Tabela 3 constatou-se que a prevalência de sintomas de dor no pescoço, mais uma vez os homens
estão mais protegidos (Exp(~)=0,350) em relação
Tabela 4 - Comportamento
às mulheres, para uma probabilidade de significância p:S.05. Relativamente à zona lombar, parece que
a prática instrumental semanal promove um efeito
protetor (Exp(~)=0,944) juntamente com o género
masculino (Exp(~)=0,237), na prevalência de experiência de dor, para uma probabilidade de significância p:S.05. Contudo, é de ressalvar que o fator
de proteção conferido pela prática instrumental se.manal é muito pouco significativo por apresentar
valores muito próximos de Exp(~)=1.
DISCUSSÃO
Dos 175 músicos da amostra, 148 (84,57%) indicaram algum sintoma de dor ou desconforto em
pelo menos um ou mais segmentos corporais, nos
últimos 12 meses. Comparando com outros estudos, esta elevada prevalência vai de encontro aos
resultados obtidos por Trelha, et al., (2004); Fishbein & Middlestadt, (1988). Especificando agora na
prevalência de sintomas de dor nos diferentes segmentos corporais, destacam-se o pescoço (53,1%),
zona lombar (49,7%), ombros (45,7%), zona dorsal
(42,3%) e punho (34,3%), nos últimos 12 meses.
Confrontando os resultados, segundo Trelha, et al.
(2004); Roset-Llobet, Rosinés-Cubells, & Saló-Orfila, (2000); Fishbein & Middlestadt (1988), a maioria dos sintomas de dor nestes estudos situa-se na
região ombro-braço-mão, pescoço e coluna vertebral, indo assim de encontro aos nossos resultados.
Outro aspeto relevante foram os constrangimentos
nas atividades da vida diária provenientes desses
mesmos sintomas, durante os últimos 12 meses.
Estes apresentaram uma frequência com maior expressão na coluna vertebral, ombros, punho e pescoço. Por último, na prevalência de sintoma de dor
nos últimos 7 dias, nos mesmos segmentos corporais, pescoço, ombros e zona lombar, poderão indicar alguma cronicidade, uma vez comparados com
a prevalência de impedimentos nas atividades da
vida diária, nos últimos 12 meses nestes segmentos
corporais.
das variáveis em fatores de risco ou de proteção que foram estatisticamente significativas a partir da associação
com a prevalência de sintomas de dor nos últimos 12 meses
Fator de Risco
Pescoço
Fator de Proteçâo
Género masculino
Género masculino
Ombros
Antiguidadc
Punho
__
Idade
Zona dorsal
Srarus profissional militar
Zona lombar
Starus profissional militar
--..------_
Boletim da Banda do Exército
Género masculino
_
~LI~ídjc~
Tabela 5 - Comportamento
das variáveis em fatores de risco ou de proteção que foram estatisticamente significativas a partir da
associação com a prevalência de impedimentos nos últimos 12 meses
Fator de Risco
Pescoço
Punho
Casa
Zona Lombar
IMC
Tabela 6 - Comportamento
Fator de Proteçâo
Género masculino
Concerto
das variáveis em fatores de risco ou de proteção que foram estatisticamente significativas a partir da
associação com a prevalência de sintomas de dor nos últimos 7 dias
Faror de Risco
Fator de Proreção
Género masculino
Pescoço
Género masculino
Zona Lombar
Prática instrumental semanal
Ao analisar a Tabela 4, o género masculino foi
o que mais contribuiu para um efeito protetor nos
segmentos corporais pescoço, ombros e zona dorsal, na prevalência de sintomas de dor, nos últimos
12 meses. Este risco acrescido por parte das mulheres sobre os homens mais uma vez é comprovado
em outros estudos como os de Zaza & Farewell
(1997); Middkstadt & Fishbein (1989), estando assim amplamente documentado na literatura. Uma
possível explicação para este fenómeno é descrita
no estudo de Middkstadt & Fishbein (1989), onde
os autores presumem que a causa possa ser encontrada em três fatores: menor força muscular, menor
amplitude da mão e maior ocorrência de hiperrnobilidade articular entre mulheres. Podemos assim
concluir que os homens têm menor predisposição
de LME nestes segmentos corporais em comparação com as mulheres. Em relação à antiguidade,
esta destaca-se como tendo sido a que mais contribui como fator para os ombros, na prevalência de
experiência de dor, nos últimos 12 meses, juntamente com o género masculino como já foi referido anteriormente. Apesar dos valores estarem perto de (Exp(~)=l) conferindo um fator de proteção
reduzido, podemos inferir que quanto maior a antiguidade do músico associada a uma maior perícia,
maior será a tendência de utilizar estratégias protetoras. No que diz respeito ao punho, foi a idade
que mais promoveu um efeito protetor, na prevalência de sintomas de dor, nos últimos 12 meses.
As evidências obtidas por Hagberg, Thiringer, &
Brandstron (2005), reforçam os nossos resultados,
no sentido em que a idade pode conferir um fator
relativo de proteção. Para finalizar, o status profissional na categoria militar foi o que mais contribuiu
para a prevalência de experiência de dor, tanto na
zona dorsal como na zona lombar, nos últimos 12
meses. Apesar de não ter encontrado estudos que
abordassem estas duas classes profissionais, parece ser plausível que a população militar pode estar
mais exposta a fatores de risco, como a realização
de paradas militares, onde têm de permanecer por
vezes horas na mesma postura em formatura, aumentando assim o stress muscular na coluna vertebral. a Tabela 5, mais uma vez o género masculino
destaca-se como fator de proteção, neste caso na
~r~valência de impedimentos no pe coço para ,os
ultlmo 12 meses.
este sentido, as mulheres alem
_________
de terem maior prevalência de sintomas de dor no
pescoço, este parece atuar negativamente também
no impedimento em realizar atividades quotidianas
envolvendo o mesmo segmento corporal. Em relação ao IMC, este foi o que mais contribuiu para um
fato r de risco na zona lombar, para a prevalência
de impedimentos, nos últimos 12 meses. Segundo
Zaza & Farewell (1997), o aumento do IMC está
associado a um maior risco de LME. Atendendo
a esta evidência, podemos inferir que um aumento
do IMC poderá aumentar a exposição de risco em
atividades extraprofissionais,
como atividades domésticas, de lazer ou desportivas que podem condicionar a sintomatologia apresentada, ou seja, um
maior risco na prevalência de impedimentos destas
atividades na zona lombar. Para finalizar, na Tabela 6, novamente o género masculino destaca-se na
maior contribuição preventiva na prevalência de
sintomas de dor, nos últimos 7 dias, neste caso no
pescoço e zona lombar. A constatação de associações estatisticamente significativas tanto na prevalência de sintomas de dor, nos últimos 12 meses
e últimos 7 dias, através da aplicação do método
de regressão logística multifatorial, parecem indicar
alguma cronicidade no pescoço por parte das mulheres na nossa amostra.
CONCLUSÕES
As LME são a consequência de uma exposição
cumulativa a comportamentos
e condições de trabalho desfavoráveis, revelando situações clínicas de
extrema importância, contudo só a partir dos anos
80 se revelou um interesse crescente nesta área profissional. Estas lesões podem tornar-se problemáticas prejudicando a prestação musical do músico ou
mesmo levando à incapacitação total do mesmo. A
heterogeneidade
de quadros clínicos nem sempre
bem acompanhada por um corpo médico especializado e sensível para esta realidade leva à necessidade
de se perceber a associação existente entre os vários
fatores de risco, ambientais, exigências físicas e características pessoais. A partir da compreensão destes fatores de risco é possível, em primeira instancia, adotar estratégias preventivas a nível individual
e institucional e só se não for possível, então adotar estratégias de tratamento das LME já existentes.
O presente trabalho foi realizado na tentativa de
Março 2012 ---------
11
~Llr-ídicª
sensibilizar todos os intervenientes da indústria
musical para este problema, muitas vezes desvalorizado até pelos próprios músicos, visando assim
contribuir para uma reflexão sobre esta problemática. O nosso estudo debruçou-se sobre a questão
de identificar quais os fatores de risco que mais
contribuem e expliquem a prevalência de LME nos
membros superiores e coluna vertebral nos músicos profissionais, facilitando assim a compreensão
para a génese das lesões, percebendo o seu impacto
no desempenho profissional e implementação de
estratégias preventivas.
Concluímos que, dos 175 músicos da amostra,
148 (84,57%) relataram algum sintoma de dor ou
desconforto em pelo menos um ou mais segmentos corporais. Existe uma prevalência elevada de
sintomas de dor, especialmente no pescoço, ombros, punho e coluna vertebral, nos últimos 12 meses, assim como a prevalência de impedimentos de
realizar atividades quotidianas, na sua generalidade
ser superior à prevalência de dor nos últimos 7 dias.
A prevalência de sintomas de dor nos últimos 7
dias, nos segmentos corporais pescoço, ombros e
zona lombar, poderá indicar alguma cronicidade,
quando comparada com a prevalência de impedimentos nas atividades da vida diária, nos últimos
12 meses. Os valores de prevalência obtidos têm
a sua origem em fatores de risco de natureza individual, exigências físicas e ambientais, que foram
objeto de estudo neste trabalho.
No que se refere à associação entre os diferentes
fatores de risco obtidos pelo método de regressão
logística multifatorial e a prevalência de sintomas
de dor, nos últimos 12 meses, o status profissional na categoria militar foi o que mais contribuiu
como fator de risco na zona dorsal e lombar. As
mulheres têm um fator de risco superior em relação aos homens nos segmentos corporais, pescoço,
ombros e zona dorsal. Parece que quanto maior a
idade e a antiguidade, maiores são os modos de com12
portamentos protetores para o punho e ombros,
respetivamente. Em relação à prevalência no impedimento de realização das atividades da vida diária,
nos últimos 12 meses, foi o género masculino que
mais contribuiu para um fator protetor no pescoço. Quanto maior for o 1MC, maior será o fator de
risco no impedimento de realização das atividades
da vida diária para a zona lombar. Finalmente, na
associação entre os fatores de risco e a prevalência
de sintomas de dor, nos últimos 7 dias, o género
masculino goza de uma maior proteção no pescoço
e zona lombar em comparação com as mulheres,
esta prevalência tanto nos últimos 12 meses como
nos últimos 7 dias parece indicar alguma cronicidade no pescoço por parte das mulheres. Em associação com o género masculino, a prática instrumental semanal contribuiu também como fator de
prevenção na prevalência de experiência de dor,
nos últimos 7 dias, para a zona lombar.
A presente investigação parece-nos ter dado o
primeiro passo, nomeadamente em Portugal, por
não ter sido possível encontrar nenhum estudo sobre esta área de investigação, contribuindo de forma positiva para um problema atual, em constante
evolução mas que parece passar despercebido ou
conscientemente desvalorizado por parte de alguns
intervenientes neste processo. Existe a necessidade de no futuro serem feitas novas investigações
nesta área em Portugal, de forma a criar uma base
de dados mais consistente sobre a prevalência de
LME nos músicos portugueses, para que se possa
atingir um estado de conhecimento mais maduro,
concreto e objetivo sobre as questões relacionadas
com esta problemática.
AGRADECIMENTOS
O meu simples, mas sincero
oportunidade prestada de publicar
Revista Eurídice, através do convite
Basilio, Maestro da Banda Sinfónica
obrigado pela
este artigo na
do Major João
do Exército.
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----------
Boletim da Banda do Exército
_
~
LI r-ídicª
Música em Reabilitação
Artigo elaborado pelo SOLD MUS Sérgio Sobral Licenciadado em Música na Comunidade pela Escola Superior de Educação de vv<wu,,,,.
importãncia da música no desenvolvimento integrai do ser humano tem sido amplamente fundamentada por diversos autores ao longo das
últimas décadas. Neste contexto, a música surge como um
veículoprivilegiado de comunicação e expressão, nomeadamente na intervençãojunto depessoasportadoras de deficiência
A
(Ramos, 2009).
Inclusão Social
. As novas perspetivas do desenvolvimento
social apontam para uma sociedade inclusiva, que
não dê só a necessária igualdade de direitos e
oportunidades
a todos os cidadãos, mas também
observe cada indivíduo, numa perspetiva simultaneamente holística e sistémica. Assim, o papel
das artes, mais especificamente da música, neste
c~mtexto, revela-se de grande importância, na medida em que possibilita, a partir do trabalho com
populações específicas, uma efetiva inclusão dos
Indivíduos portadores de deficiência nos diversos
COntextos sociais (Martin, 2001).
. Desta forma, a intervenção musical a realizar
Junto de populações específicas pretende, sobretudo, valorizar o público-alvo e ainda sensibilizá-lo
para a partilha de uma experiência musical, desenvolvendo as capacidades psicomotoras, cognitivas,
soclo-afetivas, um gost mu ical e também competências de trabalho em equipa.
________
A música é um código estabelecido universaln:ente, e por esta razão, torna-se um aspeto social, que se transforma ou integra de acordo com
funções estabelecidas através da construção social.
Os grupos que adotam os mesmos parâmetros de
composição musical traduzem-na em significados
co~uns. Porém, e~ste o fator pessoal de interpretaçao, que se relaciona ao momento, à vivência e
principalmente, ao aspeto emocional de cada indi~
víduo. A Música tem algumas funções como, por
exe~plo, simbolizar ideias e comportamentos,
comurucar, expressar emoções, educar, recrear, unir
pessoas de crenças, e impor conformidade às regras e condutas sociais.
Todas as formas de arte favorecem um descarregar de inseguranças, medos, paixões e tantos
outros sentimentos indefiníveis e reprimidos por
falta de espaço para expressão. A música revela
a expressividade de quem a compõe, de quem a
interpreta e de quem a ouve (por empatia e interação); e para haver interação não é necessário
entender música, nem saber ler partituras, nem
cantar, nem ter cultura geral, basta ouvir e expressar-se.
A reabilitação do indivíduo portador de deficiência é feita com a intenção de minimizar os
efeit.os da sua. deficiência, contribuindo para a melhoria da sua integração social e qualidade de vida.
Março 2012 ---------
13
~Llr-ídjCB
Em 1992, segundo a American Association of
Mental Retardation, a deficiência mental refere-se a
limitações substanciais no funcionamento intelectual. Caracteriza-se por um funcionamento intelectual
geral significativamente abaixo da média, existindo
em simultâneo limitações relacionadas, em duas ou
mais das seguintes áreas aplicáveis de competências adaptativas: comunicação,
auto cuidado, vida
em casa, competências sociais, auto-direção, saúde
e segurança, conhecimentos académicos funcionais,
lazer e trabalho (AAMR, 1992).
Causas da Deficiência Mental
Deficiência Mental - Conceito
Para uma melhor compreensão de todo o processo de intervenção musical a realizar junto de uma
população tão específica quanto esta, pessoas portadoras de Deficiência Mental, será melhor conhecer esta problemática, nomeadamente,
falar sobre
alguns conceitos, graus de deficiência, possíveis causas e algumas características gerais sobre a população em questão.
Segundo Amiralian (1986), a preocupaç~o com
as pessoas que não apresenta~ o desenvol,Vl~ento
cognitivo esperado para a sua Idade cronológica, ou
seja, as pessoas com deficiência mental, data dos
primórdios da educação especial, no entanto, com
o passar dos anos o conceito de deficiência mental
tem sofrido várias alterações.
Uma das razões para estas alterações é o progresso da civilização, que tornou a capacidade intelect~al
cada vez mais valorizada, e uma valorização negativa
relaciona-se muito com a terminologia utilizada para
designar as limitações cognitivas, surgindo assim
uma constante procura de novos termos (Amiralian,
1986).
14
Com o aparecimento dos testes de inteligência,
no princípio do séc. XX, a definição de deficiência
mental passou a basear-se nos resultados obtidos
nos mesmos. O Quociente de Inteligência tornou-se
um ponto de referência para a classificação e seleção
de indivíduos.
Segundo a American Association of Mental Retardation (Grossman, 1977), a deficiência mental
refere-se ao funcionamento
intelectual geral significativamente abaixo da média, a par de deficiências
no comportamento
adaptativo, e manifesta-se durante o período de desenvolvimento. Relativamente
,à etiologia, Grossman identifica as seguintes causas:
infeciosas, tóxicas, traumáticas, físicas, metabólicas,
deficiências de nutrição, doença cerebral, influência
pré-natal desconhecida,
alterações genéticas cromossómicas, perturbações
durante o período de
gestação, perturbações
psiquiátricas e influências
ambientais.
---------
A forma mais usual de classificar a deficiência mental refere-se ao momento em que ocorreu
a lesão, sendo assim, as lesões podem ocorrer de
acordo com: fatores biológicos passados (genéticos,
pré-natais, perinatais, pós-natais), fatores biológicos atuais (drogas ou fármacos, cansaço ou stress),
condições ambientais presentes, história
de interação com o meio ou outras situações atuais
(Bautista, 1997).
=-=
Graus de Deficiência Mental
Existem diferentes correntes para determinar o
grau da deficiência mental, mas as técnicas psicométricas são as mais utilizadas na medição do Quociente de Inteligência (Q.I.). É impossível definir
com exatidão a classificação do grau de deficiência,
pois ele varia de pessoa para pessoa. No entanto,
de acordo com a American Association of Mental
Retardation (AAMR) e com a Organização Mundial
de Saúde (cit. por Bautista, 1997), atendendo ao te~te de Q.I. existem cinco níveis ou graus de deficiência mental: Limite ou Boderline, Ligeira, Média ou
Moderada, Severa ou Grave e Profunda. O quadro
seguinte mostra-nos como é feita essa classificação
do grau de deficiência:
Deficiência Mental
Q.I.
Limite ou Bordeline
68 - 85
Ligeira
52 - 68
Méclia ou Moderada
36 - 51
Severa ou Grave
20 - 35
Profunda
Inferior a 20
Quadro 1 - Classificação dos graus de deficiência
Boletim da Banda do Exército
_
~LI~ídjce.
• Deficiência Mental Limite ou Bordeline Pode-se verificar um atraso nas aprendizagens ou
dificuldades concretas. A maioria dos indivíduos
inseridos nesta classificação da deficiência provém de ambientes socioculturais desfavorecidos.
• Deficiência Mental Ligeira - As pessoas inseridas neste contexto não são claramente deficientes mentais, mas sim pessoas com problemas de
origem cultural, familiar ou ambiental, apresentando um atraso mínimo nas áreas percetivas e
motoras, normalmente não apresentam problemas de adaptação.
• Deficiência
Mental Moderada ou Média
- Não dominam técnicas de leitura, escrita e
cálculo. Têm hábitos de autonomia pessoal e
social, comunicam através da linguagem verbal,
embora apresentem dificuldades na expressão
oral. Podem apresentar algum desenvolvimento
motor e adquirir conhecimentos pré-tecnológicos
para realizar algum trabalho.
• Deficiência Mental Grave - As pessoas incluídas neste contexto necessitam de ajuda, pois o
nível de autonomia (social e pessoal) é reduzido.
Podem aprender algum sistema de comunicação,
sendo a linguagem verbal muito deficitária. ~~dem ser treinadas para realizarem algumas atrvidades da vida diária e aprendizagens pré- tecnológicas muito simples.
• Deficiência Mental Profunda - Apresentam
que os fatores ambientais são determinantes para a
intervenção. Este modelo focaliza a intervenção nas
barreiras sociais partindo do princípio que as necessidades do indivíduo advêm da fraca capacidade de
resposta da sociedade face à diversidade (Ramos,
2009).
Citado por Ramos (2009), o modelo Biopsicossocial surge na defesa da utilização dos serviços gerais, havendo um complemento de recursos específicos que o indivíduo necessite. Nesta conceção,
o indivíduo é visto como um todo, dando ênfase
ao problema no conjunto dos modelos anteriores,
ou seja na relação pessoa/contexto
social. A intervenção deve basear-se numa avaliação adequada
do indivíduo, contemplando as diferentes áreas do
desenvolvimento humano, promovendo assim uma
intervenção que promova a igualdade de direitos
(McAnaney, 2007).
Assim, em 2001, de acordo com este último modelo surge a CIF - Classificação Internacional de
Funcionalidade, Incapacidade e Saúde, que constitui
também parte integrante da Classificação Internacional de Doenças (CID), possibilitando assim uma
articulação de diagnósticos entre estas Classificações
(Ramos, 2009).
Segundo Ramos (2009), este modelo traça um
perfil do indivíduo analisado através de dois componentes: Funcionalidade e Incapacidade e Fatores
Contextuais. No primeiro, contemplam-se as Funções e Estruturas do Corpo e a Atividade e Participação; no segundo, os Fatores Ambientais e os Fatores Pessoais. O que se pretende com a utilização
da CIF é traçar um perfil de funcionalidade de um
indivíduo (descrever as suas dificuldades e capacidades, referindo barreiras e facilitadores do seu contexto social) (OMS, 2001; McAnaney, 2007).
grandes problemas sensoriomotores e comunicativos, são dependentes dos outros em quase
todas as funções e atividades físicas e intelectuais
que exerçam.
15
Contributo da CIF - Classificação
Internacional de Incapacidade,
Funcionalidade e Saúde
A reabilitação do indivíduo portador de deficiência é feita com a intenção de minimizar os efeitos
da sua deficiência. De acordo com a Organização
Mundial de Saúde (OMS, 2001), a intervenção junto
do indivíduo é determinada exclusivamente por fat~res biológicos, tendo por base o con~ibuto de ~m
diagnóstico médico, que fornece estas illforma!oes.
Este contributo centra-se no indivíduo, na sua incapacidade e dependência tendo como obje~vo .trat~r,
curar e minimizar os efeitos da sua defiClenCla (cit.
por Ramos, 2009).
Após a década de 80, o modelo social começa
a ganhar relevo, baseando-se este na perspetiva de
_________
Expressão musical adaptada
e a Reabilitação
O processo de Reabilitação que envolve a música
e o individuo portador de deficiência baseia-se na
expressão musical adaptada e assenta num trabalho
Março 2012 ---------
(;ur-ídicB
de sons e ritmos, onde os intervenientes podem
produzir e explorar espontaneamente e aprender a
identificar e a produzir sons. O ambiente de desconcentração e de prazer em que os participantes
se irão envolver, irá contrariar todo o sentimento de
obrigação, seriedade e responsabilidade existente no
quotidiano.
Por outro lado, os níveis de comunicação de que
normalmente estes processos são dotados: reflexão,
apreciação, juizo, crítica, interpretação e criação,
irão revelar-se inestimáveis para a atividade mental
de qualquer indivíduo. Inventar e produzir novas
formas, novos sons é uma forma de expressão, mas
também uma forma de produção autónoma de um
sujeito que realizando, se realiza (Moran, 1998).
Segundo Cabacés (2003), os elementos musicais:
som, ritmo, melodia e harmonia promovem a aprendizagem, mobilizam a expressão motora, auditiva,
visual, verbal e não-verbal e fomentam a capacidade
de satisfação das necessidades físicas, emocionais,
mentais, sociais e cognitivas de cada um. Mais, a música contribui para uma melhor organização intra ou
interpessoal, já que a linguagem musical possibilita
a expressão do mundo subjetivo das pessoas e liberta funções comunicativas sem necessidade de usar a
linguagem verbal.
O ritmo é uma das bases do método de Dalcroze
implementando uma forma ativa e participativa de
trabalho musical, recorrendo ao corpo, aos ritmo:
corporais e aos ritmos da movimentação corporal
como forma de vivenciar a dimensão temporal d:
música (Sousa, 2003). O método de Dalcroze ba
seia-se no estudo articulado e coordenado de trê:
elementos: o ritmo, a movimentação e a improvi
sação.
A prática rítmica articula o estudo do ritmo musi
cal com o ritmo natural do corpo, fortalece o sense
métrico e o rítmico, ordena as funções sensoriais (
nervosas e harmoniza a imaginação das faculdade:
espirituais com as corporais. Paralelamente a tude
isto, decorre a educação das funções auditivas e das
faculdades analíticas, possibilitando a promoção de
desenvolvimento da audição interior (Sousa, 2003).
Esta metodologia dalcroziana, voltada tambérr
para a improvisação, desenvolve capacidades de
concentração, a memória, as estruturas temporais e
espaciais e a coordenação motora, através da criaçãc
de um sistema educacional voltado para o quotidiano (Sousa, 2003).
Desta forma, as atividades a realizar baseiam-Sé
em acompanhamentos rítmicos, exploração rítmico-corporal, atividades de improvisação, realização de
ostinatos e cânones rítmicos utilizando instrumentos, percussão corporal e instrumentos não convencionais. Assim, contribui-se para o desenvolvimento
da atenção, da memória, da criatividade e da sensibilidade sempre num ambiente lúdico e coletivo,
assim como para o desenvolvimento de capacidades
rítmicas em todos os participantes.
Exploração tímbrica através da utilização
de instrumentos convencionais
e não convencionais
16
As quatro grandes áreas de destaque que contribuirão para um maior enriquecimento das atividades
a desenvolver na área da expressão musical adaptada são as atividades rítmicas, a exploração tímbrica,
através da utilização de instrumentos convencionais
e não convencionais, os jogos musicais e de expressão corporal e ainda, o movimento e a dança.
Atividades Rítmicas
Ao longo de vários anos deparámo-nos com a
existência de uma problemática, uma educação musical com recurso a métodos de ensino desprovidos
de significado, baseados na repetição quase mecânica de exercícios de solfejo sem qualquer fundamento. Dalcroze contesta esta realidade, criando uma
didática musical voltada para as atividades de ritmo,
formação do ouvido e improvisação (Sousa, 2003).
---------
Relativamente à relação que se estabelece entre
a música e as outras expressões artísticas, nomeadamente a expressão plástica, podem ser utilizados
materiais do quotidiano em prol da criação de instrumentos musicais não convencionais abordando um
conjunto de domínios técnicos pertencentes àquela
expressão. Desta forma, com recurso a materiais recicláveis do quotidiano (jornais, revistas, caixotes de
cartão, pedaços de madeira, latas de tinta, bidons,
tintas, plásticos, etc.), os intervenientes no processo de reabilitação poderão recriar instrumentos não
convencionais. A preocupação estética e a qualidade
sonora serão sempre uma constante na adaptação
das latas, baldes, caixotes de papelão, bidons, caixas
de plástico, cabos de vassoura, de forma a constituir
uma "orquestra" de instrumentos não convencionais.
Na produção artística cria-se um sentimento de
compromisso, um sentimento de afetividade com o
Boletim da Banda do Exército
_
fruto da sua produção e o agir surge apenas pelo
prazer de ver surgir algo que é fruto da sua criatividade. Mas, na obra conseguida, o sujeito também
se revela a si próprio, a sua personalidade, as suas
emoções. Assim, a música acaba por constituir uma
forma de valorização sociocultural da pessoa com
Deficiência Mental e de ajudar a criar um espaço facilitador da comunicação e de emoções.
Jogos Musicais e de Expressão Corporal
Nos Jogos de Música e de Expressão Corporal
o elemento lúdico (o jogo) é muito importante para
que a pessoa portadora de deficiência se entregue de
forma espontânea ao seu próprio processo de ~eabilitação. Segundo Trias e Pérez (2002), o a~blente descontraído existente nos jogos proporclOna e
favorece a expressão e a comunicação, ao mesmo
tempo que permite reforçar os hábitos adquiridos
e assimilar a realidade. Para isso, existem jogos de
diferentes tipos e cada um tem uma finalidade específica:
•
Os Jogos de Reação provocam respostas rápidas perante ações combinadas prevla~ente, n?
momento em que o participante identifica o S1nal como ação e responde ao mesmo;
•
Os Jogos Individuais permitem ao participante
desenvolver a sua personalidade através do próprio jogo, uma vez que estabelece um vínculo
entre a realidade interna e a realidade externa;
•
Os Jogos Coletivos favorecem a c~~~nicação
entre os participantes e permitem 1n1C1arrelações emocionais importantes para o desenvolvimento das relações sociais.
~~~
_...
________
Por outro lado, a música exige um esforço duplo,
que obriga os participantes a adaptar-se ao espaço
e ao tempo imposto pelo ritmo. Em 1960, Juliette
Alvin, uma pioneira em musico terapia, afirma que
«a música tem opoder de afetar o ânimo) porque contém elementos sugestivos} persuasivos e também compulsivos) e que
((O ritmo relaciona-se simbolicamente
com a vontade e o automatismo. Atua como uma ordem fisicamente forte e tem um
efeito vigorizante sobre o ouvido e o executante). (cit. por
Sousa, 2003).
As atividades que compõem estes jogos musicais
continuam a inspirar-se nas ideias de Émile Jacques-Dalcroze, criador do método rítmico que aplica o
movimento e a expressão corporal como meio de
sensibilização na arte da expressão.
Cada indivíduo desenvolve as suas capacidades
físicas, psíquicas e cognitivas a ritmos distintos e
sempre em função das suas características, experiências e motivações. Assim, as atividades a desenvolver
podem basear-se num trabalho de conjunto sobre o
conhecimento do esquema corporal e da educação
auditiva.
A partir das experiências pessoais, os participantes irão adquirir o controlo das diferentes partes
do seu corpo, explorando de forma gradual as suas
possibilidades. Com isso, pretende-se passar dos
movimentos típicos e estereotipados aos movimentos criativos e intencionados e perceber cada parte
do corpo, de forma serena, para exercer um controlo progressivo dos movimentos. As experiências
vivenciadas nestes jogos provocam novas situações
que, por sua vez, sugerem novos desafios.
o Movimento
e a Dança
As canções tradicionais, nomeadamente da Música Tradicional Portuguesa (MTP), são um espectro
de informação oriundo de uma cultura e fazem uma
ligação entre o presente e o passado. A língua materna surge como um veículo privilegiado de comunicação, para dar a conhecer os comportamentos
fundamentais dessa mesma cultura, ou seja, a língua
materna e as canções tradicionais estão interligadas,
a acentuação natural, a melodia e o ritmo duma determinada língua está implícito nas próprias canções
tradicionais. Assim, a pessoa portadora de deficiência cria e desenvolve canais de comunicação, desenvolve a sua audição e memória, bem como o desenvolvimento da sociabilização e da coordenação
motora (se aplicarmos esta realidade ao movimento
e à dança) (R. Torres, 1998).
Segundo Sousa (2003), a dança consiste numa
manifestação de movimento natural, vulgar e espontâneo do ser humano. Considera-se dança todos os movimentos, mais ou menos estéticos, com
maior ou menor relevância, com ou sem música,
cuja finalidade reside no prazer da sua execução
e nas suas características expressivas e criativas.
Março 2012 --------
17
~LI~ídjce.
Deste modo, a dança educativa surge num contexto de expressão musical adaptada, constituída por
propostas de movimento lúdico, expressivo e criativo, não com o objetivo de ensinar a dançar, mas de
promover o desenvolvimento integral do indivíduo
portador de deficiência. Assim, a movimentação rítmica espontânea do corpo no espaço ultrapassa a
dimensão cinética, para tomar como objeto o desenvolvimento da personalidade numa perspetiva bio-psico-socio motora.
Com a realização de atividades de movimento
e dança, «não é a perfeição artística ou a criação
e performance
de danças sensacionais que se
pretende, mas um efeito benéfico da atividade criadora sobre a personalidade» do indivíduo portador de
deficiência (Laban, 1973).
Desta forma, as atividades a desenvolver recorrem à Música Tradicional Portuguesa e visam criar
oportunidades de experimentação das capacidades
práxicas e cinéticas do seu corpo, deslocamentos
pelo espaço em diferentes direções, velocidades e
ritmos relacionando-se com objetos, desenvolvendo
a sua noção de corpo e as suas capacidades e potencialidades.
o contributo
de Snoezelen
Numa perspetiva mais individualizada da Reabilitação, surge a terapia da Sala de Snoezelen, uma
VIsIte
ue uz
sala multissensorial que tem como objetivo a estimulação sensorial e/ou a diminuição dos níveis de
ansiedade e de tensão. Este conceito proporciona
conforto, através do uso de estímulos controlados, e
oferece uma grande quantidade de estímulos sensoriais, que podem ser usados de forma individual ou
combinada com os efeitos da música, notas, sons,
luz, estimulação tátil e aromas. A utilização deste
conceito promove o auto controlo, autonomia, descoberta e exploração, bem como efeitos terapêuticos e pedagógicos positivos.
O ambiente multissensorial permite estimular os
sentidos primários tais como o toque, o paladar, a
visão, o som, o cheiro, sem existir necessidade de
recorrer às capacidades intelectuais mas sim às capacidades sensoriais dos indivíduos. A confiança e
o relaxamento são incentivados através de terapias
não diretivas. O uso de um ambiente multissensorial permite que as terapias sejam únicas para cada
utente.
Benefícios da Sala de Snoezelen
•
Promove o relaxamento, lazer e diversão;
•
Estimula os sentidos primários;
•
Permite a exploração, descoberta, escolha e a
oportunidade de controlar o ambiente envolvente;
.U8IUZ
urna autarquia
presente
conheça os nossos monumentos
-_
.
.~'
.... '"
(; LI r-ídicB
•
Aumenta a compreensão
ao gosta/não gosta;
•
A variedade
necessidades
•
Permite o trabalho individual ou em grupo, servindo para o controlo da ansiedade;
•
Incentiva o movimento
•
Motiva para a aprendizagem;
•
Facilita a libertação de stress;
do utente em relação
de atividades permite explorar as
bem como as preferências;
e a motivação;
Referências Bibliográficas
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(Versão para criança ejovens) para a Educação Especial
Trans.) ln DGIDC (Ed.), Educação Especia!.· Manual de Apoio à prática. Lisboa: DGIDC (DGIDC,
•
Promove a consciência da equipa técnica sobre
a importância dos sentidos primários;
•
o uso
•
Estimula o surgir de emoções positivas tais
como o bem-estar, relaxamento, satisfação e
alegria.
de equipamento sensorial pode ser benéfico para todas as idades e diagnósticos;
. O equipamento que constitui a sala estimula a
lIlteração do indivíduo com o que o rodeia, bem
como a construção e estruturação de imagens do
seu mundo.
Conclusão
A Reabilitação pretende, sobretudo, valorizar o
público-alvo e, ainda, sensibilizá-lo para a partilha
de uma experiência musical, desenvolvendo competêncIas psicomotoras, cognitivas, sócio-afetivas, de
tr~balho em equipa de todos os intervenientes, para
alem de estimular o gosto pela prática musical.
Relativamente a objetivos mais específicos, qualquer experiência musical pretende desenvolver a
sociabilidade e a dinâmica de grupo. Estimular e
valorizar competências
musicais como forma de
Contribuir para o crescimento da autoestima, autoc_onfiança e qualidade de vida, estimular a memória musical, desenvolver a criatividade e promover
espontaneidade são sempre objetivos muito importantes quando a população alvo são pessoas portadoras de deficiência.
Assim, a Música assume-se como um elo de ligação, porque está diretamente relacionada com as
e~oções; A música ajuda o individuo a tomar COllSclencia da sua própria identidade, a melhorar a sua
autoestima e o seu autocontrolo, sendo estas ferra~entas essenciais para enfrentar os desafios do quoudiano.
q
~.
.
c:
..
érgio Filipe Antunes Sobral nasceu na Carrcguclra,
de lnstrução c Recreio Carrcguclrense
- "Victoria"
Ministério da Educação.
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6a Edição, Porto: ASA Editores;
concelho de Chamusca,
Ia rincte do Professor Paulo Reinaldo Vicente.
Em 2007 InICIa a frequência da licenciatura cm Música na Comunidade,
ano Ingressa na Banda
Atualmcntc
no ano de 1988. Iniciou os seus estudos musicais na Sociedade
aos onze anos e com dezasseis anos ingressou
no Conservatório
na Escola Superior de Educação de Coimbra, que conclui cm 20 IO. Nesse mesmo
infómca do Exército, como Soldado cm Regime de Contrato.
frequenta o (,0 grau no Conservatório
________
Filarmónica
de Música de Coimbra na classe de
de Música Jaime Chuvinha
Minde, na Classe de Clarinete do Professor
Março 2012 --------
Hélder Gonçalves.
19
---
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(;LI~ídicª
A Música como Arma Política
Artigo elaborado pelo SCh MUS Francisco Manuel Relva Pereira
INTRODUÇÃO
E
22
A MÚSICA PRÓ REPÚBLICA
ste trabalho tem como objetivo
efetuar uma pesquisa histórica e descritiva de como
a musica funcionou e funciona
como Arma Política, um pouco
por toda a Europa e não só, evidenciando especialmente Portugal.
O nosso País, com cerca de
900 anos de história, tem contribuído na dimensão do seu território, para um conhecimento mais lato
e uma evolução qualitativa da produção da Música Ocidental, e a mesma
tem vindo a contribuir e a acompanhar as várias
revoluções a que o mundo contemporâneo vai assistindo, fazendo-se por isso um enquadramento
histórico do nosso século e do anterior.
Assim, far-se-á uma análise desde a queda da
Monarquia, passando pelo Estado Novo até ao
encontro de novas sonoridades que o mundo irá
ouvir através de Glenn Miller e dos Blues. A música pop e rock também irão ser visitadas neste
estudo.
A revolução Russa e a censura que é efetuada à
música serão alvo de estudo analítico, bem como
as rádios na clandestinidade que operaram contra
o Estado Novo em Portugal e o movimento dos
Hippies serão temas também tratados e analisados.
Os longos e famosos anos 60 e a (r)evolução
provocada pelos Beatles, a importância da música e dos cantores de intervenção na revolução de
Abril em Portugal, até às canções que deram o arranque para a movimentação e revolução militar
que instaurou a liberdade no nosso País serão alvo
de análise.
Efetivamente, pretende-se estar ao alcance
deste projeto, para de uma forma cabal fazer uma
observação científica e analítica, e assim percorrermos desde o início do século passado até aos
nossos dias, a fim de ficarmos com a informação
de como a música foi, é e será sempre um ícone
muito útil nestes contextos revolucionários e uma
afirmação como símbolo e arma de arremesso político.
---------
Neste preâmbulo inicial, abordar-se-à o
nosso País Pró Republicano e a forma de governação em vigor, com
a mudança que se vai operar no
País em que a componente musical tem um papel deveras importante neste puzzle político-social.
À época, o Hino Nacional
Português, de que todos os cidadãos muito se orgulhavam, tinha
como título Hino da Carta Constitucional (Hymno da Carta na grafia
antiga), em homenagem à Carta Constitucional que o próprio Rei outorgou em
1826, e cuja letra também foi concebida pelo próprio Rei D. Pedro IV; sendo a melodia escrita pelo
nosso compositor João Domingos Bontempo.
Entre Maio de 1834 e 5 de Outubro de 1910 foi
oficialmente este o Hino de Portugal, cuja letra e
música continuam em bom estado, e é reproduzido em partitura para piano e Orquestra de Sopros,
como já era hábito na altura.
A MONARQUIA
Um sistema que tradicionalmente governou
este velho continente, a Europa, durante séculos
foi a Monarquia, onde Portugal também durante
cerca de oito séculos manteve o seu sistema monárquico. A Monarquia é um tipo de regime político que reconhece um monarca (rei de forma
hereditária ou abdicada) como chefe do Estado. A
ele, o ofício real é sobretudo o de reger e coordenar a administração da república (coisa pública, do
latim) em vista do bem comum monárquico e em
harmonia social.
A MARCHA HERÓICA
Segundo Leite, após o regicídio do Rei D. Carlos, começou a circular pelas vias mais inAuent s
da época um panfleto contendo a marcha heróica
que exaltava a raça Portuguesa à rebelião. Assim,
foram impressos e distribuídos numa primeira fase
doze mil exemplares, e 1 go depois foram efetuadas
mais duas, elevando-se a um total de vinte e dois
Boletim da Banda do Exército
_
mil, o que foi notável para a época.
O acolhimento do povo foi tanto que este tema
era cantado e executado nas diversas Associações
Culturais e Recreativas, nos Teatros e em outras
salas de espetáculo e de concertos. Entre outras, as
cores da bandeira, propósito patriótico de Henriques Lopes de Mendonça, representado no teatro
antigo da Rua dos Condes, com música de Alfredo Keil, que o público em delírio escutou de pé,
foram realmente uma afronta ao regime vigente.
A Portuguesa, no entanto era considerada revolucionária, o que veio a acontecer através do
Governo da Monarquia em Janeiro de 1891, que
proibiu a sua execução e difusão, considerada prejudicial ao governo de então.
A PORTUGUESA "HINO NACIONAL"
Segundo Leite, após a proclamação da República, o Ministro da Guerra do Governo Provisório
na sua nota de 17 de Novembro de 1910 determina peremtoriamente: "Que sempre se execute
o hino nacional, A Portuguesa!" Ainda proferindo um pouco da história de A Portuguesa bem
como a influência que a música detém nas revoluções contemporâneas, o decreto da Assembleia
constituinte, que hoje é um dos símbolos nacionais de Portugal (o seu hino nacional), nasceu
como uma canção de cariz patriótico em resposta
ao ultimato britânico para que as tropas portuguesas abandonassem as suas posições em África, no
denominado "Mapa cor-de-rosa".
A Portuguesa, proibida pelo regime monárquico, que originalmente tinha uma letra um tanto ou
quanto diferente (mesmo a música foi sofrendo
algumas alterações) - onde hoje se diz "contra os
canhõei', dizia-se "contra os bretões", ou seja, os ingleses - veio substituir o Hymno da Carta, então o
Hino
acional desde Maio de 1834. A Portuguesa foi designada como um dos símbolos nacionais
de Portugal na constituição de 1976, constando
no artigo 11. 0, N.0 2 da Constituição da República Portuguesa (Símbolos nacionais e língua oficial): "2. O Hino acional é A Portuguesa."
GLENN MIllER
E AS NOVAS SONORIDADES
Alton Glenn Miller nasceu em Clarinda a 1
de Março de 1904 e faleceu a 15 de Dezembro de
1944. Foi um músico de jazz americano e líder de
banda na era do swing. Foi um dos artistas com
mais vendas entre 1939 e 1942, liderando uma das
mais fam sa big band americana .
Dep is do seu e tudos na Univer idade de
Colorad , em 1926 Miller torna-se num trombo________
nista profissional na Banda de Ben Pollack. Por
volta de 1930 já era um reconhecido músico independente de Nova Iorque. Mais tarde transformou-se num organizador de orquestras ligeiras
masculinas, sobretudo das dos irmãos Dorsey
iniciada em 1934, e de Ray Noble organizada em
1935. Depois de t~r tentado, infrutiferamente, formar a sua própria orquestra em 1937, acabou por
consegui-lo no ano seguinte e em finais de 1939
era já um famoso Maestro de Orquestra Ligeira.
Posteriormente, ingressou no Exército Americano
durante a 2.a Guerra Mundial, tendo-lhe sido dado
o posto de Capitão. Mais tarde foi promovido a
Major e a Maestro da Banda da Força Aérea do
Exército dos Estados Unidos na Europa. Ao voar
de Inglaterra para Paris desapareceu, não tendo os
corpos nem os destroços dos ocupantes do avião
em que viajavam sido avistados ou recuperados.
Os triunfos de Miller nos salões de dança
basearam-se em orquestrações doces executadas
meticulosamente. O som do trombone de Miller, imediatamente reconhecível e muito copiado,
baseava-se em princípios musicais muito simples,
como foram todos os seus grandes sucessos incluindo a sua própria composição, "Moonlight
Serenade" que nasceu de um exercício que tinha
escrito para Joseph Schillinger. Os seus dois filmes
realizados em Hollywood, Sun Vallry Serenade de
1941 e Orchestra Wives no ano seguinte, não deixaram de contribuir para aumentar a sua reputação,
mas o fator mais importante para a continuação
do seu reconhecimento foi a estreia em 1953 do
filme biográfico, um pouco aligeirado, The Glenn
Miller S tory.
Após a morte de Miller, a "Glenn Miller Orchestra" foi reorganizada sob a direção de Tex Beneke,
saxofonista, cantor e um dos amigos mais próxi-
Março 2012 --------
23
~ LI r- í d j Ce.
mos de Miller. Anos depois, a família de Miller,
tendo seguido caminhos distintos de Beneke,
contratou Ray McKinley (baterista da Banda da
Força Aérea do Exército Americano liderada por
Miller) para organizar uma nova "bandafantasma"
em 1956, banda essa que continua a apresentar-se
até aos dias de hoje.
que realmente constituiu um enorme êxito. Nesse
dia, o desfile Regimental parecia outro, muito mais
jovem, alegre e garboso, aquando da execução
da Marcha "St. Louis Blues", que tornou Glenn
Miller também bastante famoso dentro do puzzle
militar Americano.
No caso presente, a música não funcionou
como arma política, mas sim como arma transformante de novidade, de interligação entre uma
marcha normal e uma adaptação de estilo, que estava em voga à época. Essa fusão entre o tradicional e a introdução do Blues resultou de tal forma,
que ainda hoje se recorda o episódio descrito anteriormente.
Alguns críticos afirmam que o contributo do
jazz para a música da sua orquestra foi insignificante, mas outros consideram que o seu som representa o paradigma da música popular do seu
tempo, bem como a novidade do desfile de blues
em marchas e desfiles de cariz militar.
OSBLUES
A MÚSICA REVOLUCIONA
ESTILOS
Uma pequena história real, algumas vezes omitida tem a ver com o fato dos desfiles militares
onde a Banda da Força Aérea participava, serem
efectuados sem chama nem brilho, transmitindo
um completo desalento para o Regimento. Apercebendo-se disso, o Comandante desse mesmo
Regimento colocou um desafio a Glenn Miller no
sentido deste mandar executar uma peça no desfile que desse ânimo e alento às forças em parada.
Assim, perante tal desafio, o Maestro transformou
uma peça monótona numa brilhante marcha em
estilo de Blues, para que as tropas marchassem
com essa dinâmica e com essa novidade sonora, o
No final do Séc. XIX, a música europeia explodia em todas as direções, libertando-se das velhas
amarras, absorvendo cada vez mais influências de
outras culturas e de outros países vizinhos, acompanhando as seduções que provinham de variados
lugares, etnias e estilos.
Neste século de viragem vão surgir várias modificações estruturais, onde a música até vai rumar ao
cinema, ao teatro e à guerra. É neste contexto de
mudança que surgem vários estilos, dos quais se irá
abordar o Blues, visto que se tornou um estilo musical que revolucionou a América, contagiando posteriormente outros Países. A legião de negros que
trabalhava de forma desgastante nas plantações do
delta do Mississipi ia-se embalando através de cantos
24
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_
(; LI r-ídicB
e espirituais negros e sobretudo dos "Blues".
Apesar de a sua origem ser Africana, essa tradição
é passada de pais para filhos e inteiramente ligada à
escravatura, que assim ia com o seu ritmo sensual e
vigoroso ajudar a tornar mais fácil, a difícil tarefa de
ser serviçal. Segundo a lenda, foi em 1903 que o auto
proclamado pai do ''Blue'', WC. Handy ouviu este
estilo pela primeira vez, quando clandestinamente
viajava num vagão de um comboio e observava um
homem que tocava violão com um canivete. Segundo consta, foi aí que surgiu o primeiro Blues da história, cujo título é St. Louis Blues.
Há, no entanto, quem afirme que o blues surgiu
de uma forma mais ambiental e progressiva do que
de uma única canção. De facto, a instrumentação das
work songs (canções de trabalho) foi o marco inicial
para o surgimento do blues como estilo de música,
cujos primeiros protagonistas foram Charley Patton,
Son House, Willie Brown Leroy Carr, Bo Carter, entre outros, os quais se encarregaram de tornar este
estilo musical incómodo politicamente para muitos
cidadãos, em virtude de constituir um grito de revolta
Contra a escravatura.
A MÚSICA POP E ROCK
A partir da década de sessenta, surgiu também na
América a chamada música pop, que era uma mistura
de White Blues , Rock e Canções , muitas vezes com
mensagens politicas e sociais, tipo canções de protesto, canções de trabalhadores, tal como um outro
tipo de música chamado Pop-Art, que se baseava no
efeito que tinha sobre as massas.
Também
a musica Rock surgiu a partir do RocknRoll,
do Boogie-Woogie e do
Rhythm'n'Blues
negro. Essas emoções musicais
populares foram desencadeadas principalmente por
Bill Haley e Elvis Presley pois, através da música que
produziam, criavam autênticas explosões frenéticas
nas multidões , através das suas atitudes antiautoritárias bem como dos violentos ritmos que impunham
à batida musical, criando assim graves problemas às
autoridades do Estado.
Essas manifestações tiveram o seu grande apogeu
nas imensas agitações estudantis nessa mesma década, cujos grandes concertos eram frequentados por
massas imensas de juventude, que queriam também
ver e ouvir as inovações musicais e electroacústicas
que eram executadas, bem como as inovações musicais que constantemente eram estreadas em 1a audição.
DMITRI
SHOSTAKOVITCH
SOVIÉTICA
E A CENSURA
Dmítrí Shostakovitch foi um compositor de
música clássica ru s , nascido em ão Petersburgo
________
na União Soviética a 25 de Setembro de 1906 , falecendo a 9 de Agosto de 1975 em Moscovo. O clima
cultural da União Soviética nos finais da década de
1920 caracterizava-se por uma relativa liberdade. No
campo musical, isso significava a possibilidade de
conhecer as obras de músicos que, como Stravinsky
ou Schônberg, estayam a realizar experiências muito importantes na linguagem musical. Por exemplo,
Bartók e Hindemith conseguiram visitar a URSS e
apresentar as suas próprias obras. Shostakovitch absorveu essas influências e integrou-as nas suas diversas composições. Como resultado dessa investigação
na linguagem musical, compôs em 1928 a ópera "O
Nariz", que motivou uma forte crítica por parte da
Associação Proletária de Compositores Russos na
qual esta obra era qualificada de burguesa.
Em 1932, o jornal Pravda opinou sobre uma
nova ópera, intitulada "Lady Macbeth do Distrito de
Mzensk". As duas óperas criadas até aquela data, somadas à sua Sinfonia n.? 4, foram censuradas e proibidas de serem apresentadas publicamente até 1937.
AS RÁDIOS CLANDESTINAS
Segundo Rosas, uma vez que em Portugal tudo
era alvo de apertado controle, foi necessário haver
rádios clandestinas que operavam de uma forma
revolucionária contra a ditadura do Estado Novo.
Durante a década que durou o regime militar saído do golpe de 28 de Maio de 1926, houve em
Portugal três estações clandestinas que se chamavam: primeira a Rádio Fantasma, mas que se designava por Rádio Revolução, que emitia a partir
de Barcelona. A segunda era a Rádio Voz da Liberdade, que foi criada a partir da Frente Portuguesa
Março 2012 --------
25
~ LI r-ídice.
de Libertação Nacional (FPLN) em Argel, em que
a voz de referência era a de Manuel Alegre, que
após ter sido detido pela PIDE em Angola e depois libertado, fugiu de Portugal e fixou residência
em Argel. A terceira rádio clandestina foi a Rádio
Portugal Livre, sendo esta uma emissora dependente do PCP, que emitia a partir das instalações
da Rádio de Bucareste na Roménia. Dentro do
Território Nacional granjeou bastante popularidade e audiência, tanto através das mensagens de voz
como também da música que utilizava como arma
de arremesso ao regime de então.
Não houve apenas estas três estações de rádio a emitir clandestinamente em Portugal, houve
mais, tendo inclusivamente a Emissora Nacional
chegado a difundir notícias na década de 60, que
procuravam combater as influências e a dinâmica
de fiscalização que o Governo mandava efetuar,
passando as bandas sonoras que não eram muito
convenientes ao regime fascista que detinha o poder em Portugal, e que pouco a pouco iam proliferando através da mensagem de voz, da música e
dos novos ideais políticos para o nosso Portugal,
constituindo por isso uma bela arma de arremesso
na difusão de novos estilos musicais e de novas
tendências melodiosas que ocorriam um pouco
por todo o lado.
o MOVIMENTO
26
HIPPIE
Um novo movimento, que surgiu na América
na década de 60, teve como principal ideologia
acreditar na paz como forma de resolver diferenças entre povos, ideologias e religiões. Para se conseguir a paz é como o amor e a tolerância. Amar
significa a aceitação de outra pessoa, dar-lhe a liberdade para se expressar e não a julgar baseado
em aparências. Este é o núcleo da filosofia do hippie, que também se traduziu em música.
Começaram a surgir jovens rebeldes, delinquentes e desajustados, que tinham um enorme
potencial criativo com os seus próprios ideais, o
rock psicadélico, as drogas e as contradições dos
antigos valores dados pela sociedade, marcando
esse período "mágico".
Nos anos 50, começaram a surgir movimentos
com esses pensamentos, como por exemplo: Os
Beatniks.
No pós-guerra, os jovens começaram a ter um
.sentimento de insatisfação, apesar de ainda seguirem os antigos dogmas da sociedade. Na América nos anos 50, os jovens não queriam aquilo que
consideravam uma vida medíocre e superficial
onde viviam, pois queriam alcançar a liberdade,
novas aventuras e sobretudo algo tipo emoções
um pouco diferentes.
--------_
Pela rejeição da sociedade onde viviam, entram
no mundo das drogas e do álcool e vão para a estrada em busca de aventuras, surgindo assim a geração "beat". Possuíam uma linguagem própria e,
sem o uso de regras, escreviam as suas próprias
literaturas.
Nesse período surgem escritores que vão ter
uma grande influência na juventude devido às suas
teorias de erotismo e obscenidade, que fizeram de
Allen Ginsberg um símbolo mundial de depravação sexual. O Livro de Jack Kerouac, "Pé na Estrada", conta as aventuras pela estrada, sendo considerada "a bíblia dos beatniks".
Outro movimento surgiu em S. Francisco
(1965), sendo responsável pela organização do 10
baile de rock na cidade, cujo nome era "The Family Dog". Os blues eram as suas músicas preferidas,
cujas letras davam aso às suas frustrações, acompanhadas por ideais religiosos, crenças diversas e
filosofias de âmbito hippies. Eles exigiam das autoridades, casa, alimentação e assistência médica.
Envolvendo os Beatles, foi o acontecimento
que ocorreu quando foi transmitida diretamente
para 200 milhões de pessoas em vários países, a
canção ''Ali You Need is Love " , onde eles nessa
letra cantaram, proferindo que tudo era possível
desde que existisse amor. Mais tarde, na famosa
marcha sobre o Pentágono, ocorreu um dos maiores confrontos entre os estudantes e as forças policiais, sendo esse facto puramente político.
Esta gente, que acreditou ser capaz de acabar
uma guerra e modificar o mundo, deixou um gérmen que acabaria por ser lançado à humanidade,
refletindo-se nas partes mais longínquas do planeta. Uma nova doutrina, uma nova moral e novos
valores foram semeados na mente das populações,
graças à juventude dos anos 60. Essa semente está
atual e ainda hoje está dentro de cada um de nós,
permitindo-nos sonhar e acreditar na sua realização, "aliás o sonho dificilmente acabará".
Boletim da Banda do Exército
_
~ur-ídicB
THEBEATLES
Segundo Pugialli, musicalmente a década de 60
ficou conhecida pelo aparecimento da banda de
rock britânica formada em Liverpool, que foi um
dos grupos mais bem sucedidos e aclamados na
história da música popular, cujo nome é de todos
.
te conhecido: The Beatles.
partir
62, o grupo era
por
John Lennon (guitarra rítmica e vocal), Paul McCartney (baixo e vocal), George Harrison (guitarra
solo e vocal) e Ringo Starr (bateria e vocal). Referenciada do skiffle e do rock and roli da década de
1950, a banda veio mais tarde a assumir diversos
géneros que vão do folk rock ao rock psicadélico,
muitas vezes incorporando elementos da música
clássica e outros em formas inovadoras e criativas.
A crescente popularidade que a imprensa britânica
chamava de "Beatlemania", fez com que eles crescessem em sofisticação. Os Beatles vieram a ser
conhecidos como a encarnação de ideais progressistas e a sua influência estendeu-se até às revoluções sociais e culturais da década de 1960. Com a
formação inicial de Lennon, McCartney, Harrison,
Stqart Sutcliffe (baixo) e Pete Best (bateria), os Beatles construíram a sua reputação nos pubs de Liverpool e Hamburgo durante um período de três
anos a partir de 1960. Sutcliffe deixou o grupo em
61, e Best foi substituído por Starr no ano seguinte. Com equipamentos profissionais adaptados
por Brian Epstein, que depois se ofereceu para
gerir a banda, e com o seu potencial reforçado
pela criatividade do produtor George Martin, os
Beatles alcançaram um sucesso imediato no Reino
Unido com o seu primeiro single "Love Me Do".
Ganhando popularidade internacional a partir do
ano seguinte, viajaram intensivamente até 1966,
quando se retiraram para trabalhar em estúdio até
à sua dissolução definitiva em 1970. Cada músico seguiu então para uma carreira independente.
McCartney e Starr continuam ativos; Lennon foi
baleado e morto em 1980 e Harrison morreu de
cancro em 2001.
(R)EVOLUÇÃO MUSICAL
Ainda egundo Pugialli, considera-se o hit She
Laves You (1963), compo to pela dupla Lennon/
Mc artney e ba ead na ideia original de Paul, a
primeira grande re lução musical protagoniza________
da pela banda. Se até então, o rock era composto
basicamente por 3 acordes simples, batida forte,
insistente e uma melodia de fácil memorização,
nesta canção são utilizados acordes dissonantes
de sexta maior e sétima maior, até então possíveis
apenas no jazz: Mi menor ---+ Lá Maior com r
---+ Do Maior ---+ Sol Maior (adicionando à 6°). A
incorporação da dissonância ao rock foi o primeiro grande legado do grupo à música popular do
século XX. Ainda no campo musical versus revolução social, não existe sombra de dúvida que este
agrupamento musical preconizou a todos os níveis uma revolução política, social, moral, mental
e cultural, como não deve ter havido memória no
mundo contemporâneo.
o 25 DE
ABRIL EM PORTUGAL
Portugal, um país à beira mar plantado, continuava a ser um Estado onde a pobreza e o
analfabetismo, associados à miséria e à ditadura ,
infelizmente fazia parte do grupo de Países referenciados, que mais cedo ou mais tarde teria de
mudar de atitude e de política. O povo estava saturado da forma de governação a que o País assistia
há algumas dezenas de anos, tornando-se eminente uma mudança político-social que estaria a ser
planeada.
OS MÚSICOS DE INTERVENÇÃO
Na clandestinidade, os nossos músicos, compositores e cantores lá iam compondo as letras e
músicas que, depois de passarem pela peneira da
censura, algumas eram autorizadas a serem executadas e gravadas para depois irem para a rádio.
Neste contexto, referencia-se o nome de alguns
intérpretes e autores de muitas músicas e letras
que contribuíram de forma eficiente para a libertação do nosso País, sendo essa a forma encontrada
para poderem dar aso ao seu descontentamento
político, de uma forma algo subversiva e politicamente eficaz.
António Pedro Braga, Fausto Bordalo Dias,
Francisco Fanhais, Francisco Naia, GAC - vozes
da luta, Zeca Afonso, José Mario Branco, Luis
Cilia, Manuel Freire, Pedro Barroso, Quartetto
1111, Sergio Godinho, Sergio o. Sá, Tino Flores,
Vieira da Silva, Vitorino, Atahualpa Yupanqui,
Patxi Andión, Victor Jara, entre outros, são alguns
dos cantores que durante alguns anos, através da
sua música foram corroendo o poder. Obviamente que tiveram alguns dissabores como era de prever, no entanto as suas músicas, os seus textos e as
suas letras, fizeram eco contra a governação, onde
se aplica o velho ditado: «água mole em pedra
dura, tanto bate até que fura ... »
Março 2012 ---------
27
Sérgio Godinho é um poeta, compositor e
intérprete português que nasceu no Porto em
31 de Agosto de 1945. Como compositor, autor
e cantor personifica perfeitamente a sua música
"O Homem dos 7 Instrumentos". Multifacetado,
também já representou em filmes, séries televisivas e peças teatrais. A dramaturgia surge com a assinatura de algumas peças de teatro assumindo-se
também como realizador e cantor de intervenção.
José Manuel Cerqueira Monso dos Santos
nasceu em Aveiro a 2 de Agosto de 1929 vindo
a falecer em 23 de Fevereiro de 1987 em Setúbal.
Mais conhecido por Zeca Monso ou José Monso, foi um cantor e compositor português. Proveniente do fado de Coimbra, foi uma figura central
do movimento de renovação da música portuguesa que se desenvolveu na década de 60 do século
XX. Zeca Afonso ficou indelevelmente associado
ao derrube do Estado Novo, regime de ditadura
vigente em Portugal entre 1933 e 1974, uma vez
que uma das suas composições, "Grândola, Vila
Morena" foi utilizada como senha pelo Movimento das Forças Armadas (MFA) que instaurou a democracia, em 25 de Abril de 1974.
A SENHA DO 25 DE ABRIL EM MÚSICA
28
Após várias tentativas de golpes de Estado que
foram surgindo inopinadamente no País e que foram todas fracassadas, os Governantes admitiam
que o seu reinado estava perto do fim, mas para
espanto histórico, a canção que fez marchar a revolução na madrugada de 25 de Abril de 1974 não
foi censurada.
Esta canção tornar-se-á famosa ao ser escolhida
como senha para a revolução do 25 de Abril. Houve duas senhas. A primeira, às 23h, foi a música "E
depois do adeus" de Paulo de Carvalho. Grândola
foi a segunda e passou no programa "Limite" da
Rádio Renascença às 00.20h do dia 25. Foi o sinal
para o arranque das tropas mais afastadas de Lisboa e a confirmação de que a revolução ganhava
terreno e estava em marcha, para Portugal poder
assistir a este golpe militar que derrubou o Regime
Ditatorial, que foi posto em marcha através das
senhas musicais.
CONCLUSÃO
Para enquadrar o tema '54 Música como Arma
Política", viajámos cerca de cento e tal anos de história do nosso País e efectuou-se uma síntese dos
vários acontecimentos em que a música, conclusivamente desempenha um papel preponderante na
sociedade da época.
A viagem ao mundo da monarquia, com o Hino
Nacional da "Carta" e a forma como a música ti-------
__
nha impacto nos revoltosos, até à audição e forma
de propaganda da Marcha Heróica ''A Portuguesa", foi fascinante e elucidativa para se concluir
como uma simples letra e posterior melodia pode
ser tão poderosa nos panoramas político-culturais,
motivando os diversos grupos revolucionários
contemporâneos.
Passando depois para a América, para podermos verificar como os Blues e a música Pop
Rock se implantaram nas diversas sociedades, bem
como os novos sons que Glenn Miller transmitiu
com a sua Orquestra e não só, contribuiram para
uma nova forma e estilo musical, cuja importância
dos novos géneros de música se impuseram naturalmente e como conclusivamente cumprem uma
tarefa dinamizadora no campo musical, político e
social.
Na Rússia focou-se a personagem musical de
Dmitri Shostakovitch, bem como a sua vida num
determinado momento, quase sempre alvo de vigia pelo Regime Soviético, e uma vez mais se averigua quanto a mensagem musical por vezes se
torna incómoda.
No mundo contemporâneo e desde há bem
pouco tempo, conclui-se que as rádios como meio
difusor de notícias e de causar sensações musicais,
foram utilizadas nas diversas intentonas, focalizando-se a sua parte analítica, bem como os movimentos Hippies e como as suas músicas foram utilizadas como armas reivindicativas politicamente,
para posteriormente nos anos 60 podermos apreciar a explosão Beatlemania e as suas consequências no mundo moderno.
O papel subversivo das canções e dos cantores
de intervenção, a afronta e desgaste constante à
política Portuguesa que culminou com a Revolução dos Cravos, o início da ação do M.F.A. através das senhas musicais do 25 de Abril, são fatos
recentes em que a arte das musas uma vez mais
está associada. Conclui-se que a forma encontrada para o arranque da revolução militar resultou
em pleno através da música, sendo sem sombra de
dúvida uma perfeita arma política para o derrube
de um regime ditatorial de quatro décadas, sendo
essa mesma revolução um belo exemplo para todo
o Mundo e especialmente muito importante e relevante para os Portugueses.
Fontes:
GALWAY James - MÚSICA no Tempo, A - Fotocomposto em Times por Foto!C'
M~rço~de 1983 por Gri Impressores/Cacém
,
LEITb, Teixeira - Como Nasceu a Portuguesa Composto e impresso nas Olicln
ficas da S,E,C.S, para I,dições TERRA LlVRE em Junho de 1978
MlC] IELS, Ulrich - Atlas da Música II - Depósito I.egal "256010/2007
PUGIALLI, Ricardo - Beatlemania, ~S,I.I: Ediouro, 2008, ISBN 9788500019913 \
SOUSA, Manuel, Reis e Rainhas de 1 ortugal, Editora porPress 1.' edição Mcrn
2000, páginas 11 a 15, ISBN 972 97256-9 1
"
RELKfOS c contactos pessoais.. diversos
".
'
"
,
..
(
ROSAS, Fernando e I. M, Brandâo de Brito dicionário de história do hSTADO 1'<
2" volume Bertrand Editora, Ld' Depósito Legaln" 105498/96
ISBN: 972·25
Boletim da Banda do Exército
_
(; LI r-íd
i ce.
Ciclo das Bandas Militares e Militarizadas
em Portugal
Artigo elaborado pelo Comissário Ferreira Brito
Banda Sinfónica da
Polícia de Segurança Pública
29
Sob o ponto de vista histórico, a
Banda Sinfónica da PSP deverá ser a
mais recente no contexto nacional.
No entant , não deixa de ter um
papel marcante no panorama musical português.
ão é fácil encontrar
documentação
nde venham expressas referências à existência deste
agrupament musical, talvez devido
à ua juventude! Res altam apontamentos na Revista da P P, algumas
notícias em jornais, algumas fotos
perdidas n arquiv s de várias instituiçõe públicas e privadas.
________
PERSPETIVA HISTÓRICA
. .. Era uma vez um pequeno
grupo de policias que sabiam tocar
um instrumento musical!
No ano de 1925, o Coronel Ferreira do Amaral, então Comandante da Policia Cívica de Lisboa, por
suge tão do 2° Comandante, Major
António José Rodrigues, convidou
o Maestro apitão Esteves Graça
para fazer daquele agrupamento de
policias-músicos, que se juntavam
de vez em quand ,um grupo artisticamente desenvolvido de forma
Março 2012 --------
a tomarem parte nas diversas cerimónias policiais da altura. António
José Esteves Graça nasceu a 30 de
Novembro de 1869. Assentou praça
aos oito anos de idade como aprendiz de música; aos quinze foi promovido a músico de 1a classe. De posto
em posto atingiu o posto de Capitão.
Sob o seu uniforme borbulhava uma
verdadeira alma de artista: mestre
de charanga de cavalaria, professor
de música na Escola Académica,
maestro de orquestras, autor de
imensas composições, colaborador
em muitas operetas e revistas.
No entanto, a sua maior glória foi a organização da Banda de
Música e Banda de Corneteiros da
Polícia, nos termos acima descritos.
De forma empreendedora soube o
Capitão Esteves Graça elevar o nivel
artístico daquele grupo, atingindo
uma determinada qualidade musical,
apresentando-se publicamente pela
primeira vez no ano de 1926.
Decorria o ano de 1927 quando a
Polícia Cívica de Lisboa se transforma na Polícia de Segurança Pública
e sob a batuta do Capitão Graça o
agrupamento de polícias-músicos
tornou-se na primeira Banda de Música da PSP.
Anos passaram, os Maestros que
tomaram conta do aspeto artístico
aperceberam-se que a qualidade musical continuava um pouco aquém
das suas congéneres, pois mantinham uma atitude amadora, sem
objetivos artísticos e organizativos
bem definidos. Os seus efetivos
continuavam a ser preenchidos por
elementos oriundos das fileiras da
Polícia que nas suas horas de folga
se juntavam e "faziam" música. Em
termos artísticos, a Banda de Música da PSP era considerada como
parente pobre das Bandas profissionais portuguesas.
Quantidade de Ingressos na Banda Sinfónica da psp
desde a sua ofIclallzaçlo (Internos e externos)
20
15
10
5
.• 1
30
No dealbar dos anos 80 do Séc.
XX, mais precisamente em Abril
Entre 1927 e 1950, a Banda de de 1981, com o Decreto-Lei n°. 88,
Música da PSP teve como Chefe o reforçado com a Portaria n°. 665
Capitão Armando Fernandes. Du(onde estão regulamentadas as conrante este período, mais precisamendições de recrutamento e ingresso
te em 1936, a Banda atingiu um nído pessoal da Banda), de 03 de Juvel artístico considerável, espelhado
no 1° Prémio obtido no concurso de lho, definidas pelas NEP de AgosMarchas Militares, organizado pela to de 1982 e sob a persistência e o
Emissora Nacional de Radiodifusão. árduo trabalho do Major Silvério de
Entre 1959 e 1969 o Alferes Álva- Campos, contando com a ajuda de
ro Sousa tomou o leme da Banda, alguns Comandantes de Polícia, um
sendo sucedido pelo Capitão Pinto novo agrupamento nascia: a BANRodrigues até 1979, sendosubstituído DA SINFÓNICA DA PSP, constipelo Major Silvério de Campos.
tuída por 114 instrumentistas organizados em madeiras, metais, cordas
e percussão!
Embora, tal como hoje, se vivesse uma época de grande recessão
económica, a aposta de vários Comandantes e do Governo de então
constituiu um momento de modernização e arejamento de ideias e de
ideais da PSP. Constituiu uma meta
há muito desejada por in trurnentis-
---
tas, maestros e alguns oficiais de Polícia. Foi um momento de regozijo!
Porém, o número existente de
instrumentistas não era suficiente
para preencher o Quadro Orgânico de 114 elementos, conforme
havia sido regulamentado. Tornara-se necessário transformar a agora
Banda Sinfónica da PSP num grupo
de músicos-polícias. Foram abertos
concursos externos e internos de
forma a colmatar as lacunas existentes. Através dos concursos externos
entraram novos elementos oriundos
de Conservatórios,Academias,Bandas
Boletim da Banda do Exército
II
•
Filarmónicas, Bandas Militares,
etc ... depois de prestarem provas
perante um Júri constituído para
o efeito; através dos concursos internos, elementos que pertencendo já à corporação demonstraram
ser possuidores de conhecimentos
técnico-musicais para ingressarem
na Banda Sinfónica. No quadro
acima podemos constatar a quantidade de ingressos que se juntaram
aos 22 elementos oriundos da Banda do Comando Distrital da PSP
de Lisboa. Verifica-se uma grande
quantidade de ingressos nos anos
80, atingindo-se a quase nulidade de
admissões nos anos 90 e nenhuma
entrada a partir de 2001, ressalvando-se apenas uma entrada em 2008,
por concurso interno.
Foram abertos c ncursos de promoção às diversas categorias de f rma
a serem cativados instrumentistas a
permanecerem no efectivo da Banda, espelhados n quadro dernonstrativo seguinte:
_
2011
2010
2009
2008
2007
2006
2005
2004
2003
2002
2001
2000
1999
1998
1997
1996
1995
1994
1993
1992
1991
1990
1989
1988
1987
1986
1985
1984
1983
• Agente Principal
-
-
• Comissário
f-
• Gualrda/Agente
• Chefe de Esquadra/Subcomissário
• Subchefe Ajudante
~
.Subchefe
I=I-I--f--
~
~
1---=
F=
~
~
~
r---
O
5
10
15
Para trás mais alguns anos ficaram e todos aqueles que tinham
ditado uma morte à nascença desta
Banda (e não eram poucos!) enganaram-se, pois a Banda contin;lOu a
crescer e a dar os seus frutos. Arduo
trabalho e muito empenho de todos
os envolvidos no processo. Limando arestas e remando contra marés
e marinheiros, a Banda Sinfónica da
PSP impôs-se no meio musical português de uma forma inequivoca.
Tornara-se imperioso atrair novos
públicos e para tal foi necessária
uma criteriosa escolha de repertório direcionado para públicos-alvo.
Aparecem convites para atuações na
TV, Rádio e Cinema, a par dos normais concertos e paradas! Vindos do
estrangeiro chegam convites para a
participação em Festivais d~ Bandas Militares: Saumur e St. Etienne
Contaram com a presença da Banda
da PSP. Muitos outros foram declinados por questões financeiras. o
entanto, daqueles fe tivais onde foi
Possível estar presente chegaram os
maiores elogios, quer pela sua apresentação em concerto, quer em patada e tatt .
os finai dos ano 90 do éculo pa sad ,mai uma etapa começa
a desenhar- e: a c nstrução de uma
ala de Ensai!
om a persistência
do seu hefe d Banda de então,
________
20
25
30
35
40
Subintendente Ernesto Esteves, esta
etapa começou a tomar forma e no
ano de 2003 a Banda mudou das parcas instalações da Ajuda para as novas de Belas! Um novo patamar foi
atingido no desenvolvimento de uma
Banda profissional.
rr::====~=':=iiE:::!ijii:':;~••
PERSPETIVA ATUAL
Todavia, nem tudo é um mar de
rosas! A Banda Sinfónica da PSP continuou a apresentar-se publicamente
em concertos sinfónicos, concertos
de gala, concertos didáticos, concertos para crianças, concertos para
idosos e paradas policiais, em atividades inseridas nos Programas "Escola
Segura" e "Idoso em Segurança" e
em concertos de solidariedade. Os
primeiros tempos do Séc. XXI, etapa iniciada em 1995, representam
início de um período conturbado
na vida desta Banda. Mudanças das
chefias da P P; alterações de legislação na Instituiçã sem que a Banda
Març 2012 --------
45
seja devidamente contextualizada;
contingências financeiras; o surgimento de várias associações sócioprofissionais no seio da Instituição,
que querendo algum protagonismo,
tomam a Banda como alvo a abater,
criando assim algum constrangimento nas decisões de quem teria alguma
perspetiva de futuro para o agrupamento. Talvez se esqueçam que se
a Banda for extinta os problemas
da Polícia continuarão os mesmos!
Aparecem reportagens na TV e nos
jornais portugueses onde são feitos
comentários depreciativos, fazendo
da Banda a origem de algumas maleitas da Instituição! Ideólogos da PSP
conseguem extinguir a FANFARRA
DO COMETLIS, constituida por
elementos policiais que se juntavam
duas vezes por semana para ensaiar
algum repertório, sobretudo marcial,
tendo em vista apresentações públicas. Estes elementos mantinham as
suas tarefas normais de Polícia. A
Fanfarra extinguiu-se: os seus elementos continuaram a desempenhar
as suas obrigações policiais, alguns
passaram a fazer parte da Banda Sinfónica, os vencimentos continuaram
a ser pagos! Resultado: um tiro no pé!
Retomando o fio à meada, apesar
das dificuldades, a Banda desenvolve
a sua atividade, prestigiando a Instituição e o País, convidando solistas e
maestros de renome mundial para se
apresentarem publicamente com ela:
Sir David Whittwell, Jan Jacobsen,
31
(;LI~ídicº
Felix Hauswirth, Mitchel Fennell e
Alain Crepin como Maestros. MariaJoão & Mário Laginha, LaliAsanashvili, Sofia de Castro, Yolanda
Soares, Silvestre Fonseca, Agente
Principal Pedro Tavares, Sara Belo,
Saxofínia, Claude Delangle, Mário
Marzi, Henk van Twillert, Sérgio
Carolino, Carolino Carreira, Dimitri Kostopoulos, Raúl Mendes,
entre outros, como solistas. Apresentam-se a solo vários Chefes e
Agentes instrumentistas pertencentes à Banda Sinfónica da PSP.
amaldiçoada e banida do contexto
geral da PSP!
A Banda Sinfónica da PSP passou a ser encarada como deveria,
aliás como nos seus primórdios:
prestigiar artisticamente a Corporação de tão nobres tradições;
transmitir uma mensagem musical
à população portuguesa de uma
Polícia virada para a sociedade que
tão intensamente reclama os seus
serviços, querendo permanecer ao
mesmo nível das melhores nações
europeias.
Quantidade de actividades
Lisboa
• Fora de Lisboa
.Hotal
100
87
2003
32
2004
2005
No ano de 2005, o Maestro
Comissário Ferreira Brito (na altura Chefe Adjunto e Maestro
Assistente) encomenda ao compositor Carlos Marques (Balaú) uma
obra que represente a vida de um
polícia. Assim apareceu "lN MEMORIAM". Obra dedicada à PSP
e, principalmente, a todos aqueles
que pagaram com a própria vida
a defesa da população. Estreada
num concerto de gala que teve lugar no Grande Auditório da Fundação Gulbenkian, estando presentes diversas individualidades
nacionais e estrangeiras, destacando-se S. Exa. o Presidente da República de então, Dr. Jorge Sampaio e Esposa. Obra marcante e
sensível, que a dado momento (na
secção de homenagem aos mortos) nos faz sacar do lenço e limpar as lágrimas que escorrem pela
'nossa face! Extremamente aplaudida pelo público presente, coincidiu com os assassinatos brutais
de alguns agentes dias antes. Neste
momento de dor e pesar, soube a
Banda da PSP homenagear todos
aqueles que tombaram ao serviço
da Pátria, apesar de escorraçada,
-------
2007
2006
87
85
2008
2009
2010
O último concurso para entrada de novos elementos aconteceu
em 2001. O último concurso de
promoção a subchefe foi em 2000.
Desde 2001 já passaram à aposentação cerca de 10 elementos!
No próximo ano de 2012 mais 10
irão sair. Os argumentos da não
renovação do quadro da Banda:
contingências financeiras! Porém,
nos outros ramos das forças de
segurança e militares continuam a
__
Boletim da Banda do Exército
abrir todos os anos concursos de
ingresso e de promoção. Contingências financeiras! Talvez ...
Mas a Banda Sinfónica da PSP
continua a sua saga gravando 5
CD' s, alguns para a editora Molenaar (sem qualquer dispêndio
para a Instituição), colaborando
com o Instituto Piaget de Almada
no mestrado em Direção de Orquestra de Sopros. Retomam-se os
concertos nos dias comemorativos
dos Comandos de Polícia, até então postos de lado. Percorre-se o
país de norte a sul, ilhas incluídas!
São percorridos anualmente milhares de km. Foram criados uma
"Big Band" e um "Grupo de Metais" que tomam parte em alguns
eventos. Efetuaram-se concertos
no CCB transmitidos em direto
para todo o mundo pela RTP / Antena 2.
Convém frisar que todas estas
atividades são sem custos para a
PSP. A entidade solicitante deverá
suportar todas as despesas inerentes à deslocação da Banda.
Já que se fala de estatística,
pode referir-se que nos últimos 11
anos foram apresentadas publicamente mais de 200 obras musicais,
muitas delas em estreia mundial!
Foram oficiais Chefes da Banda
Sinfónica da PSP: Major Silvério
de Campos, Subintendente Ernesto Esteves, Subcomissário Alberto
de Freitas. Atualmente, o Comissário Ferreira Brito desempenha
as funções de Chefe da Banda em
Exercício. Em exercícioporque ainda não houve nomeação do novo
Chefe da Banda Sinfónica da PSP!
_
I;
Portuguesa da Ordem Hospitaleira de S. João de Deus e a Comissão daquela efeméride atribuíram
à Banda Sinfónica da PSP um Diploma no qual se declara ser esta:
"Benemérita de Honra da Ordem
Hospitaleira em Portugal e das celebrações culturais do V Centenário do Nascimento de S. João de
Deus".
No 1280 Aniversário da Cruz
Vermelha Internacional,
a Banda Sinfónica foi agraciada com
o Diploma e Medalha de asradecimento
pela "ESPONTANEA
E VALIOSA
COOPERAÇÃO"
prestada àquela Instituição.
Aquando
das comemorações
do "V Centenário do Nascimento
de S. João de Deus", a Província
SONIGt-\T::
REfRESHING
LI
,..íd icº
PERSPETIVA FUTURA
Estamos no ano de 2012. Como
foi dito, este ano mais alguns elementos terminam a sua prestação
nas fileiras da PSP! Estas saídas ir-se-âo refletir ainda mais em certos. naipes! Pela Chefia da Banda
são apresentados
os avisos e as
propostas
para se ultrapassarem
as lacunas. Há pelo menos 10 anos
que a Banda Sinfónica espera uma
solução. Fazem parte da Banda
Sinfónica da PSP um conjunto de
instrumentistas
de craveira internacional, muitos deles licenciados
e mestres em diversos instrumentos e direção. Que futuro podem
esperar os jovens agentes?! Que
futuro poderemos esperar de um
agrupamento, ainda jovem, que já
deu um enorme contributo para a
cultura do seu país? Cultura que
não tem preço. Morrem os governantes e os governados, mas permanece eternamente a cultura de
uma nação. E é esta cultura que
identifica um povo para a eternidade ...
Melhores dias virão! A ver vamos ...
•
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(; LI r-ídicª
ENTREVISTA
Ferreira Brito
Maestro Comissário, Chefe da
Banda Sinfónica da PSP, em Exercício
"A Banda Sinfónica
da PSP tem um papel
muito importante
no meio musical
nacional"
TEXTO
lSarg MUS Óscar Oliveira
SAj MUS João Azevedo
FOTO
34
Eurídice: Como surgiu o seu interesse pela direção?
Comissário Ferreira Brito: Quando entrei para o
Exército faltava-me uma disciplina para completar
o 12° ano. Depois de concluir o 15° Curso de Formação de Sargentos quis prosseguir os estudos ao
nível superior, sendo necessário concluir o 12° ano,
o que veio a acontecer. O meu gosto e interesse
pela música eram de âmbito geral e o Curso Superior de Direção de Orquestra surgiu nesse mesmo
ano na Academia Nacional Superior de Orquestra.
Realizei as provas obrigatórias comuns a todos os
candidatos ao ensino superior (pGA e Prova Específica), candidatei-me à ANSO, fiz as provas que
eram exigidas (Análise e Direção de Orquestra),
fiquei aprovado e fui o aluno n°. 1 daquela instituição. Foi todo um processo natural, sem nenhum
"chamamento" vocacional. Apenas a vontade de
aprender mais ...
Qual o motivo que o levou a enveredar pelo curso
de direção no meio académico civil, uma vez que
já tinha um percurso militar na Banda do Exército,
podendo assim fazê-lo no Exército?
Nunca foi minha ambição ser Oficial Chefe de
Banda! Não fazia parte dos meus planos ... Prossegui os meus estudos musicais porque entendo que
os músicos (instrumentistas e maestros) militares/
militarizados não devem ficar parados depois de
passarem ao QP, como infelizmente acontece na
maioria dos casos! Pensam que já sabem a "música" toda! O ordenado é certo ao fim do mês! Por
---------
mero acaso.
Que aconteceu depois do Curso Superior de Direção de Orquestra?
Bem, depois continuei como instrumentista de Saxofone na Banda do Exército, já que em Portugal
não existia mais nenhum grau académico, após a
licenciatura, no curso de direção.
Fui convidado para ser o Maestro das Orquestras
do Conservatório Metropolitano e para lecionar
Saxofone e História da Música. Continuei a ser
professor de Saxofone no Conservatório Regional
do Baixo Alentejo ... Mas fui sempre trabalhando e
estudando as obras. Ouvi e vi muitos concertos de
maestros de renome internacional, uns muito bons,
outros nem por isso, participei como formando e
como formador em alguns cursos/projetos
um
pouco por todo o pais.
Considera que o Maestro Jean Marc Burfin, que já
tivemos o prazer de entrevistar, foi e continua a ser
o grande pilar do curso de direção?
Sim, sem dúvida, ele é a referência a nível nacional
r;o ensino da direção de orquestra.
E um professor e maestro muito sofisticad , exrgente e competente.
Boletim da Banda do Exército
_
~LI,.ídjcg
Que matérias abordou no seu curso e em qual!
quais teve mais dificuldades?
As matérias que abordei foram a Direção de Orquestra (Teoria e Prática), Análise, Sociologia da
Música, Estética e História da Linguagem Musical,
Acústica, Piano, Redução de Partituras ao Piano,
Orquestração, Gestão e Produção de Orquestras,
entre outras.
Onde tive mais dificuldades foi, sem dúvida, na
Redução de Partituras ao Piano. Um indivíduo que,
como eu tem pouca formação em Piano, é confrontado com composições orquestrais para serem
tocadas naquele instrumento, torna-se muito difícil: falta-nos a técnica.
Que maestro/maestros
é para si uma referência a
nível nacional?
Sinceramente, não posso dizer que haja um maestro que sirva como referência nacional! Existem
maestros bons, mas servirem como referência?
Não vejo algum ...
E estrangeiros?
Leonard Bernstein, Simon Ratle, Mariss ]ansons ...
Quais são as suas referências contemporâneas para
Banda? E já agora, se as houver clássicas, quais são
e por quê?
Nas do passado é sem dúvida Gustav Holst a figura fulcral, uma vez que foi dos primeiros compositores a escrever obras originais para banda tendo
em conta os aspetos tímbricos ao seu dispor. Antes de Holst já se compunha para Banda é claro,
mas de uma forma "tudo ao molho"! Mas há um
fator muito importante neste arranque: a revolução industrial! Novos instrumentos, novas técnicas
aplicadas aos antigos, aparecimento de Bandas em
todo o lado, pois havia dinheiro e era necessário
dar entretenimento aos operários que trabalhavam
longas horas, etc ...
Em termos atuais existem vários compositores/
maestros e instrumentistas que são referências
mundiais ao nível das Bandas: ]ohan de Meij, Douglas Bostock, Philip Sparke, Carlos Marques, Carlos Marques (Balaú), tantos outros ...
Como foi o seu início na música, onde realizou a
sua aprendizagem e quando ingressa no Exército?
Iniciei a minha aprendizagem musical quando tinha onze anos. O meu pai perguntou-me se não
gostava de aprender música. u disse que sim e
levou-me à Academia de Música de Paços Brandão (Santa Maria da Feira), onde me apresentaram
vários in trumento , escolhi o saxofone. O meu
primeir profe sor D i Antóni Gomes, mas vim a
terminar o cur
naquela academia com o professor Domingo Freitas, bem como todas as outras
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disciplinas obrigatórias. A minha ida para a Banda
da Região Militar do Norte aconteceu , também ,
por mero acaso: reprovei a matemática no 12° ano;
uma vez que ia estar praticamente parado um ano
só para fazer aquela disciplina, o meu professor de
saxofone aconselhou-me a ir para a Banda Militar
do Porto, nem que fosse só para "despachar" o
cumprimento do serviço militar obrigatório, ficando esta fase da minha vida arrumada. Não achei
que fosse uma má ideia e concorri. Fui aprovado e
fiquei colocado na Banda do Porto. Estando quase a terminar o tempo de tropa para voluntários,
que na altura eram 16 meses, e fazendo eu vontade
de sair para a vida civil, o então Alferes Gonçalves teve uma conversa comigo aconselhando-me
a permanecer no Exército, pois a vida profissional
cá fora estava complicada e por aquilo que conhecia de mim profissionalmente, teria fortes possibilidades de fazer carreira como músico profissional!
E lá meti o contrato, permanecendo na Banda da
RMN até concorrer ao 15° Curso de Formação de
Sargentos. Terminado este fui colocado na Banda
do Exército em Queluz ...
Como surgiu a oportunidade de ingressar na Banda da PSP como Maestro e Chefe de Banda?
No início do ano 2000 surge a possibilidade de
concorrer para uma vaga de Maestro Assistente da
Banda Sinfónica da Polícia de Segurança Pública.
Nunca me tinha passado pela cabeça que seria possível alguém do QP de um ramo das Forças Armadas poder concorrer e transitar para outra força,
neste caso de segurança e pertencendo a outro ministério. Mas pelos vistos era possível! Ainda levei
uns dias a pensar no assunto, pois nunca foi minha
intenção ser Oficial Chefe de Banda! Na minha
perspetiva, iria desempenhar função de Maestro,
pois tomaria a mesma decisão se o posto atribuído
fosse o de agente!! Decidi e propus-me a concurso,
ficando aprovado após ter prestado provas públicas, ocupando a vaga com o posto de Subcomissário em Maio desse mesmo ano.
Quais os desafios mais marcantes com que se deparou nesta nova instituição?
De uma forma rápida e concisa: Mudança de mentalidades! Mudança de hábitos de trabalho! Mudança de repertório!
Numa instituição sem o cariz militar como é a
Banda da PSP, quais as diferenças mais vincadas
que gostaria de salientar entre esta e a Banda do
Exército?
Bem, embora sejam duas bandas pertencentes a
instituições de matriz diferente, pelo facto de terem na sua génese diferentes missões e atribuições,
no que toca aos seus papéis perante a sociedade que
Março 2012 ---------
35
~ LI r-íd
i ce.
servem, as diferenças entre as duas bandas, ao contrário do que se possa pensar,
não são assim tão significativas.
Todos nós usamos um uniforme e temos
um regulamento de conduta e postura similares. As duas bandas são órgãos que
assentam numa estrutura hierarquizada
em que todos, desde o chefe da banda
ao músico mais moderno, deverão saber
qual o seu papel e responsabilidades a desempenhar, decorrentes do seu posto e
função na banda.
36
Sabemos que, de há uns anos para cá, a
Banda da PSP se depara com uma situação de falta de renovação dos seus quadros. Como encara esta situação?
De facto, esta é uma realidade que vejo
com muita preocupação e à qual me
mantenho permanente e particularmente atento, recorrendo de todos os métodos possíveis para lembrar a situação aos
meus superlores.
Desde o ano de 2001 que não existem
concursos para preenchimento
de vagas existentes no quadro orgânico desta
banda, apesar de continuarem a haver, ao
longo destes 10-11 anos, concursos para
agentes e concursos para subchefes da PSP. Esta
situação, por ser já muito prolongada no tempo,
e associada ao facto de alguns elementos terem
saído da banda, ou porque atingiram o tempo de
reforma ou por terem optado por outra vida profissional, levou a que, nalguns naipes o efetivo não
garanta o cumprimento das missões atribuídas à
banda, quer na sua vertente marcial quer na sua
vertente sinfónica. As minhas responsabilidades
como Chefe da Banda da PSP em Exercício (ao
fim destes três anos após a saída do Subintendente Esteves, ainda ninguém foi
nomeado Chefe da Banda
PSP!) são, entre outras, também as de garantir que a banda se mantenha com o grau
de operacionalidade que lhe
é exigido superiormente para
o cumprimento das missões
que lhe são atribuídas. Como
tal, tenho por diversas vezes
apresentado
superiormente,
pela via hierárquica este problema, apresentando soluções
nos meus relatórios, pois não
podemos dizer apenas que as
coisas estão mal, isso todos
sabem, deveremos apresentar
soluções.
Continuam a existir solicitações para atuações da
Banda da PSP em todo o território português?
Sim, felizmente. De todo o país surgem solicitações para realizarmos concertos: câmaras municipais, salas de concerto, casas de cultura, sociedades
filarmónicas, escolas, associações culturais, etc ...
Para si, que importância institucional e social tem
a Banda da PSP no meio musical nacional?
A Banda Sinfónica da PSP tem um papel muito
importante no meio musical nacional, como veículo cultural, de acesso a
qualquer cidadão, em qualquer ponto do nosso país. É
também um meio de combater o desemprego
dos
Jovens instrumentistas
que
saem das nossas escolas, isto
se tudo estiver a funcionar
na instituição ...
Esta banda é um meio de
dar a conhecer o trabalho
de muitos
compositores
portugueses e também uma
forma de levar e promover a
imagem da PSP na sociedade à qual pre ta serviço.
"Vejo com muita
preocupação a falta
de renovação dos
quadros da Banda"
"Desde o ano de
2001 que não existem
concursos para
preenchimento
de
vagas existentes"
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Boletim da Banda d Exército
E entre as suas congéneres?
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(;ur-ídic~
Que opinião tem sobre a qualidade artística das
nossas Bandas Militares e Militarizadas?
Penso que a qualidade artística das bandas é muito
boa e tem vindo a melhorar. Isto deve-se ao fato
de os quadros das bandas terem, cada vez mais,
aproveitamento dos nossos jovens com outro tipo
de formação, frequentando e concluindo graus
académicos nas diversas escolas da especialidade
do nosso país. Existiu também uma evolução ao
nivel de repertório, o que potenciou a qualidade
de execução das bandas. O facto de haver maior
abertura ao meio civil também tem contribuído
para a boa qualidade e reconhecimento das bandas. Refiro-me às parcerias com escolas superiores
na formação dos seus alunos, em masterclasses
com maestros e professores nacionais e estrangeiros de renome internacional. Na Banda da PSP,
temos vindo a convidar conceituados maestros
para, esporadicamente, trabalharem e realizarem
concertos connosco.
Como perspetiva o futuro das nossas Bandas a
médio/longo prazo?
Penso que as nossas bandas têm um papel muito
importante, não só como meio de divulgação cultural, mas também porque têm como função entre
outras, aumentar os niveis animicos e de motivação das forças a que pertencem, através da arte
que é a música. Apesar dos tempos que correm
e da permanente reestruturação a que as bandas
vêm sendo sujeitas, considero que as bandas vão
continuar o seu trabalho, servindo as populações e
as instituições onde se inserem.
Que recordações guarda dos tempos em que serviu a Banda do Exército?
Guardo muito boas recordações, afinal foram vários anos de convivênvia com camaradas que se
tornaram amigos para toda a vida .. , Desenvolve-se uma boa camaradagem e estreitam-se relações
entre os pares, da qual tenho boas memórias. A vivência própria duma Instituição como o Exército
fortalece os laços entre as pessoas, começando na
recruta, que quer queiram quer não é o fator decisivo no espírito de corpo de uma instituição, é nesta
altura em que todos são iguais, todos têm que saltar, rastejar na lama, correr. .. As dificuldades são
comuns a todos e todos se ajudam mutuamente a
ultrapassar os obstáculos. Mas o que me deixou
mais saudade foi o espírito de camaradagem existente! ão sei se hoje ainda se mantém! E ficam
sempre histórias inesquecíveis para o resto da vida.
Para finalizar, quais os projetos para o futuro com
a Banda da PSP?
Os projeto principais são o da atualização da legislação que regulamenta a Banda, pois os que existem
tão desatualizado e continuar o nosso trabalh em pr Ida música e da cultura do nosso país.
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Março 2012 --------_
~ LI r-- í d i ce.
Maestro Silva Dionísio
Um olhar sobre a sua vida e obra
Artigo elaborado pelo 1Sarg Bruno Madureira da Banda da Força Aérea Portuguesa, Doutorando em
Estudos Artísticos na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
38
Manuel da Silva Dionísio nasceu no
concelho de Abrantes no dia 11 de
Maio de 1912. Filho de José Dionísio,
Sargento-Ajudante
músico do Exército
e de Genoveva
Augusta
da Silva
Dionísio, cedo recebeu os primeiros
ensinamentos
musicais através do seu ~~t-.
pai e posteriormente
com Pires da Cruz
e Lourenço Alves Ribeiro.
Considerado uma das personalidades
mais relevantes e influentes do século
XX no âmbito da história da música
para sopros em Portugal, foi maestro, compositor,
promotor, professor e clarinetista. Foi sob a sua
direção (1960-1973) que a Banda Sinfónica da
Guarda Nacional Republicana
atingiu um dos
seus períodos mais áureos, tendo obtido inúmeros
êxitos, não só em Portugal, mas também na
Holanda, na França, em Espanha e no Brasil.
Pertenceu também aos quadros da Fnat/Inatel
e
foi durante a sua passagem por este organismo,
que o mesmo teve a sua fase mais profícua e
relevante no âmbito do apoio à música amadora,
particularmente
às bandas filarmónicas.
Silva Dionísio foi uma personagem
multifacetada.
Além da sua carreira de mUSICO
militar e do seu percurso no Inatel, colaborou
com a Fundação Calouste Gulbenkian,
com o
Conselho Português da Música, com a Orquestra
Filarmónica de Lisboa e Orquestra do Instituto
de Angola, com o Departamento
de Orquestras
da RDP, com a Academia dos Amadores
de
Música, com a Academia de Música de Luanda,
com o Montepio Filarmónico, com a Secretaria de
Estado da Cultura, com a Associação Portuguesa
de Educação
Musical e com várias bandas
filarmónicas.
A carreira de músico militar
N o dia 15 de Junho de 1927, Silva Dionísio foi
incorporado no Exército Português. Após prestar
o Juramento
de Fidelidade, ficou colocado na
Banda do Regimento de Infantaria n° 2 (RI2), em
Abrantes. Posteriormente,
passou pelas bandas
dos Regimentos de Infantaria de Évora (Maio de
1928 a Junho de 1931 e novamente de Julho de
1933 a Julho de 1935), de Leiria (lunho de 1931 a
Maio de 1932), de Lamego (Maio de 1932 a Julho
de 1933) e pela Banda do Regimento de Sapadores
dos Caminhos de Ferro (de Agosto de 1935 a
Julho de 1937). Passou ainda pela Banda do RI de
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Lagos 0ulho de 1937 a Julho de 1938)
e pela Banda do Batalhão de Caçadores
n" 5 (Iulho a Novembro de 1938). Em
Novembro de 1938 ingressou na Banda
da GNR onde permaneceu
até à sua
retirada em Dezembro
de 1973. Em
virtude da sua promoção a Oficial Chefe
de Banda, em Dezembro de 1956, foi
nomeado para chefiar a Banda do RI 16
de Evora (Dezembro de 1956 a Abril
de 1958) e a Banda Militar de Luanda
(Abril de 1958 a Abril de 1960).
Sob a sua direção, a Banda Sinfónica da GNR
conseguiu inúmeros êxitos, não só musicais mas
também militares, tanto em Portugal como nas
digressões feitas ao estrangeiro. Prova disso foi
a participação e o êxito alcançado, em Junho de
1963, num evento de craveira mundial, o NATOTAPTOE,
realizado na Holanda, a convite da
Fundação NATO.
Durante a sua permanência nas várias bandas
ligadas ao Exército e à GNR foi promovido, por
concurso, sucessivamente a 2° Cabo (1928), a 1°
Cabo (1930), com a classificação de 18,8 valores,
a Furriel (1930), com a classificação de 18 valores,
a 2° Sargento (1932), com a classificação de 20
valores, a 1° Sargento (1933), com a classificação
de 18,8 valores e Sargento-Ajudante
(1937),
com a classificação de 14,7 valores. Em 1956
foi aprovado no concurso para Oficial Chefe de
Banda de Música com a classificação final de 14,3
valores. Em 1959 foi promovido a Tenente e em
1969 a Capitão, o seu último posto.
o Maestro
Silva Dionísio teve as suas primeiras experiências
de direção em duas bandas filarmónicas. A primeira
banda profissional que dirigiu como Oficial Chefe
de Banda foi a Banda Militar do RI 16 de Évora,
entre 1956 e 1958. Entre 1958 e 1960 dirigiu a
Banda Militar de Luanda. Nesta cidade dirigiu
também a Orquestra do Instituto de Angola, uma
orquestra de formação clássica. No entanto, foi
como chefe da Banda Sinfónica da GNR que Silva
Dionísio se consagrou e atingiu o seu auge como
maestro. Ele conseguiu levar frequentemente
esta
banda às melhores salas do país, tais como, o São
Carlos, o Trindade, o Tivoli, o São Luí , a Aula
Magna, o Coliseu dos Recreios, entre outro . Em
1963 gravou para a Radiotelevisão Francesa, em
Paris, um concerto inteiramente preenchido com
Boletim da Banda do Exército
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~Llr-ídicB
obras de autores portugueses. Esse programa foi
transmitido posteriormente pela Emissora Oficial
Francesa com assinalável êxito. Em 1965 participou
no "Festive Celebrations of the City of Badajoz" e
no "IV Centenário da Fundação da Cidade do Rio de
Janeiro", no Brasil. Em 1968 deslocou-se novamente
à Holanda, tendo-lhe sido conferida a honrosa
missão de dirigir a Banda da NATO. Em 1969
dirigiu uma série de concertos integrados no "XIII
Festival Gulbenkian". Nesse ano dirigiu também
um concerto de música contemporânea integrado
na "Semana da Música Americana" organizada pela
Embaixada dos EUA e o concerto de encerramento
do "Festival Internacional de Sintra", ao qual assistiu
o Presidente da República. Paralelamente, em
substituição do maestro Ivo Cruz, dirigiu concertos
com a Orquestra Filarmónica de Lisboa no Tivoli,
em 1968 e no Campo Municipal de Campismo, em
1969 e em 1970. Em 1969, na Argentina, dirigiu
em dois concertos a Banda Sinfónica Municipal
de Buenos Aires, a convite do seu amigo Maestro
Mariano Drago, nos quais interpretou obras de A.
Cassuto,]. A. Canongia, Alicia Terzian, L. F. Branco
e R. Coelho e em 1970 dirigiu, no Rio de Janeiro,
a Banda do Batalhão de Guardas do 1° Exército
num concerto de música luso-brasileira com a
colaboração do Coro Universitário Federal. Em 1984
e 1985 deslocou-se a Itália a fim de participar em dois
festivais internacionais de bandas, nomeadamente
em Bolonha e em Busseto, tendo sido escolhido para
dirigir o concerto final no qual foram integradas 14
bandas de música com mais de mil executantes. Foi
considerado pela imprensa italiana como "uma batuta
de plena confiança". Claudio Alinovi intitulou-o de
"Sumo Maestro"!
As bandas filarmónicas
Silva Dionísio colaborou também como maestro
de bandas civis, nomeadamente com a Banda da
Sociedade Filarmónica Incrível Almadense (BSFIA),
entre 1946 e 1958 e com a Banda da Sociedade
Filarmónica Humanitária de Palmela (BSFHP), entre
1938 e 1957. Com estas bandas conquistou êxitos
assinaláveis, nomeadamente os concursos que venceu.
A frente da BSFIA ganhou, em Dezembro de
1947, o 2° prémio do "Concurso de Bandas Civis"
organizado pela Federação das Sociedades de
Educação e Recreio. Nesse concurso interpretou
obras de Sebastião Ribeiro, Simões Morais e Ruy
Coelho. Com esta banda gravou para a Emissora
Nacional no dia 26 de Outubro de 1951 obras de Júlio
T. Branco, C. Friedemann, Rosseau, F. Mendelsshon,
]. Coelho Lima e Duarte Pestana. O primeiro prémio
do concurso supracitado foi ganho pela outra banda
dirigida por Silva Dionísio, nomeadamente a BSFHP.
Também nas bandas filarmónicas Silva Dionísio
foi alvo de várias homenagens. Em 1957, pouco
tempo depois de ter abandonado a direção artística
da BSFHP foi realizada uma festa de despedida ao
maestro Dionísio e em Março de 1958, pouco antes
ANOS
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42
para participar como orador em colóquios, conferências e congressos sobre música. O primeiro
concurso do qual Silva Dionísio fez parte do júri
foi no concurso de eleição da "Rainha das Cantadeiras de Luanda", aquando da sua passagem por
aquela cidade, em finais dos anos 50. Em Setembro
de 1960 fez parte do júri da fase final do "I Grande
Concurso Nacional de Bandas de Música Civis",
juntamente com o maestro Silva Pereira, Marcos
Romão e Duarte Pestana. Fez também parte do
júri do "II Grande Concurso Nacional de Bandas
de Música Civis", realizado entre os anos 1968 e
1971. Também integrou o júri da I, II, III, IV e V
edição do "Concurso de Aprendizes de Música"
realizado entre 1969 e 1973 e em 1976 participou
no júri do "Concurso de Aprendizes de Música"
organizado pela Sociedade Filarmónica Comércio
e Indústria da Amadora. Em 1973 foi membro do
júri do "Concurso de Interpretação Guilhermina
Suggia" e em 1986 fez parte do júri do "Festival
de Bandas da EDP". Quanto à presença em congressos e colóquios como orador, Silva Dionísio
participou no "10 Congresso de Bandas de Música
e Filarmónicas Civis do Concelho de Loures" realizado entre Outubro de 1970 e Fevereiro de 1971
e participou também no "10 Colóquio de Bandas
Civis e Filarmónicas" realizado em Santarém, em
Junho de 1971. Em Dezembro de 1971 participou
num "Colóquio sobre Bandas" na Sociedade Filarrnónica Incrível Almadense, dirigido por Humberto dAvila. Nos meses de Abril e Maio de 1973,
Silva Dionísio colaborou, a convide de Humberto
d'Ávila, numa mesa redonda sobre "As Filarmónicas e a Educação Musical- Presente e Futuro",
organizada pela Federação Portuguesa das Coletividades de Cultura e Recreio. No Teatro da Trindade, em Setembro de 1979, participou no "Colóquio sobre Música Popular Portuguesa", integrado
no "I Festival de Música Popular", promovido
pelo Inatel. Acerca desta comunicação recebeu felicitações do compositor Frederico de Freitas, que
lhe pediu uma cópia dessa comunicação. Em 1984
participou no "10 Colóquio Nacional
de Música", organizado pela Comissão
Permanente do Dia Mundial da Música
em Abrantes. Finalmente, nos dias 30 e
31 de Outubro de 1993 participou no
"Congresso Nacional das Coletividades de Cultura, Recreio e Desporto",
na cidade de Almada.
futura Musicoteca desta instituição, findo o qual
elaborou um relatório relativo ao seu trabalho de
invés tigação.
E plausível que este seu interesse pela investigação tenha sido influenciado pelo seu amigo musicólogo e ex. Chefe de Banda Manuel Joaquim
(1894-1986) e que tenha sido o trabalho de investigação realizado em Vila Viçosa a dar origem a
um dicionário ao qual Silva Dionísio denominou
"Dicionário de Compositores Portugueses, Espanhóis e Brasileiros (períodos trovadoresco, contrapontístico e operístico) até Viana da Mota", constituído por 328 folhas manuscritas de tamanho
A6. Embora o trabalho seja manuscrito, é bastante crível que a ideia inicial de Silva Dionísio seria
editar o referido dicionário. Com base em muitas
obras que Silva Dionísio "recolheu" ao longo dessa investigação, fez imensos arranjos, não só para
banda, mas também para outros agrupamentos de
sopro, tais como, quarteto de saxofones, brass band,
etc.
Silva Dionísio chefiou o Departamento de Orquestras da RDP entre 1978 e 1979 e foi membro
do Conselho Português da Música em representação do Inatel. Foi também consultor para a música da Secretaria de Estado da Cultura e colaborou
com a Associação Portuguesa de Educação Musical na organização de cursos de regência em várias
localidades do país. No triénio 1993 - 1995, exerceu funções de Presidente do Montepio Filarmónico e de Provedor da Irmandade de Santa Cecília.
Louvores e condecorações
Ao longo da sua vida, Silva Dionísio
foi distinguido
com inumeros
louvores
e
condecorações,
tanto dos comandantes
dos
quartéis onde prestou serviço como de vários
dos comandantes gerais da GNR. Foi também
louvado pelo Ministro do Interior. No dia 5 de
Maio de 1967, no intervalo de um concerto no
S. Carlos, o Presidente da República condecorou
Silva Dionísio com o Grau de Cavaleiro da Ordem
Outras atividades
Silva Dionísio também se interessou pela investigação musicológica.
Prova disso é a documentação existente no seu espólio relativa a questões ligadas à investigação. Durante o mês de
Setembro de 1967, a convite da Fundação da Casa de Bragança, esteve a trabalhar na Biblioteca do Palácio de Vila
Viçosa com o objetivo de organizar a
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Boletim da Banda do Exército
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Militar de SantIago
da Espada. Silva Dionísio foi
também condecorado com a "Medalha de Louvor"
da Cruz Vermelha Portuguesa, com a Medalha de
Bronze, de Prata e de Ouro de Comportamento
Exemplar, com a Medalha de Cobre de Filantropia e
Caridade, com a Medalha de Assiduidade de Segurança
Pública, com as Medalhas de Mérito Militar de 3a e
4a classe, com a Medalha de Ouro de Instrução e
Arte atribuído pela FPCCR, entre muitas outras. Foi
condecorado pela República da Argentina, do Brasil
e do Grão Ducado do Luxemburgo.
Em Março
de 1984 foi-lhe ofertado, no Teatro da Trindade, o
Escudete da Armada, por ter sido o pioneiro e o
grande defensor dos concertos dominicais neste
teatro pelas bandas militares e no dia 1 de Outubro
de 1987, Dia Mundial da Música, foi agraciado com a
Medalha de Mérito Cultural pela Secretaria de Estado
da Cultura.
Manuel da Silva Dionísio faleceu no dia 5 de
Agosto do ano 2000 no Hospital Principal do
Exército vítima de Metastase Hepática, após passar
os dois últimos anos de vida num lar em Lisboa.
Em 2001, no âmbito das comemorações
do 66°
aniversário do Inatel, Silva Dionísio foi alvo de
mais uma homenagem pública. Nessa homenagem,
realizada no Estádio 1° de Maio, estiveram presentes
várias bandas filarmónicas num total de cerca de 700
músicos. Antes das várias bandas executarem em
conjunto a V Marcha do Inatel e a Fanfarra Solenepara a
Universidade Nova, ambas de Silva Dionísio, a marcha
Capitão Silva Dionísio de Raul Cardoso e Marchas de
Lisboa de João Neves, o Presidente do Inatel, usou
da palavra para assinalar o papel de Silva Dionísio na
dinamização do movimento filarmónico português,
quer através da organização de cursos de formação,
quer no fomento da composição musical e, também,
da promoção de festivais de música popular. Neste
evento, o presidente do Inatel anunciou publicamente
um concurso de composição para bandas designado
"Concurso de Composição Maestro Silva Dionísio"
com uma periodicidade
bianual. Ainda nessa
homenagem,
foi lida uma mensagem
do então
Presidente da República, Dr. Jorge Sampaio, o qual
se associou à "merecida homenagem
ao maestro
Silva Dionísio",
felicitando o Inatel pela "feliz
iniciativa" e pela instituição de um prémio bianual
de composição. "Este galardão - sublinhou Jorge
Sampaio - assinala-com inteira justiça uma carreira
ímpar de direção e composição, que tem direito ao
reconhecimento
público".
Fontes e bibliografia:
- Arquivo da Banda Sinfónica da GNR, Espólio Musical de Silva Dionísio;
- Arquivo - Geral do Exército, Processo Individual de Silva Dionísio,
PI 117/00, Cx. 68;
- Dionísio, Silva (1962), Teoria Geral da Música, Instrumentação e Harmonia
- Curso de ApeifeiçoaJJle1lfo para Regentes de Bandas Civis, Lisboa: FCG;
- Dionísio, Silva (1972), Manual da »uisica, l " edição, Lisboa: FNAT;
- Dionísio, Silva (1984), "Para uma nova política de projecção à
música popular portuguesa"
in Colóquio sobre mtÍsica pOPlllar portllgllesa
(comunicações e conclusões). Lisboa: INATEL;
- Dionísio, Silva (1984), "Actividades dos centros de recuperação
de instrumentos
musicais" in t " colóquio nacional de rmísica, comissão
permanente do dia mundial da música, Abrantes: Câmara Municipal.
Iniciou os estudos
quela, tendo-os
musicais na Banda de Tarou-
prosseguido
na Academia de Mú-
sica de Castelo de Paiva, onde completou
Complementar.
Estudou
rio da Metropolitana,
o Curso
também no Conservató-
em Lisboa. Desde 2001 que
faz parte da Banda de Música da Força Aérea. Participou em vários Master Class de Clarinete (com
António
Direcção
Saiote, Luis Carvalho e Bruno Graça), de
de Banda (Henrique
Piloto e Fernando
Marinho) e Coral (paulo Lourenço), Orquestração
(Iacob de Haan), Pedagogia da música (Christophe Lazerges, Helena
Rodrigues
e Nuno Arrais). Já leccionou
nos conservatórios
de Felguei-
ras, Fornos, Loures e no 1°, 2° e 3° ciclo do Ensino Básico. AtuaLnente
é docente
no Instituto
Superior
de Ciências Educativas.
É licenciado
em Ciências Musicais e Mestre em Ensino
de Educação
Faculdade
da Universidade
de Ciências Sociais e Humanas
Lisboa (FCSH-UNL).
Presentemente
tísticos, área de Estudos
sidade de Coimbra
Estudante
é Doutorando
Musicais, na Faculdade
(FLUC), sob a orientação
(FLUC) e da Prof' Doutora
Musical pela
Nova de
em Estudos
do Prof. Doutor
Fernanda
É membro do Instituto de História Contemporânea
Ar-
de Letras da UniverPaulo
Rollo (FCSH-UNL).
da FCSH-UNL.
43
•I
•
mumaplO
_________
Março 2012 ---
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~Llr-ídjCB
Militares Músicos da Banda do Exército
Março 2012
POSTO
NOME
FUNÇÃO
POSTO
NOME
FUNÇÃO
=rsss-
44
Maj
João Maurílio de Caires Basilio
Chefe Titular
2Sarg
Renato Filipe Silvério Tomás
Bombardino
SMor
Óscar Manuel Gil Alves
Sub-chefe
2Sarg
Rui Miguel Salvador Pita
Clarinete
SMor Res Aurélio Rua Ribeiro
Chefe da Sec. Cursos
2Sarg
Ana Sofia Mateus Francisco
Flauta
SCh
José Agante da Costa Ferreira
Chefe de Naipe
2Sarg
Marco Alexandre Pereira Barbosa
Percussão
SCh
Joaquim Manuel Feliciano Correia
Chefe de Naipe
2Sarg
José Carlos Pereira Almeida
Percussão
SAj
João Paulo Martins Santana
Trompa
2Sarg
Pedro Filipe Ramos Lopes dos Santos
Tuba
SAj
Manuel Carvalho Fonseca Babo
Percussão
2Sarg
Tiago Daniel Matias Vila
Violoncelo
SAj
António Claudino Silva Dias
Trombone
Furr
César João Cardoso Baía
Violoncelo
SAj
Fernando Jorge Magalhães
Clarinete
Sold
João Manuel Arruda Costa
Clarinete
SAj
DulcinioToni Pereira de Matos
Trombone
Sold
Ana Margarida da Silva Guerreiro
Clarinete
SAj
João António Viso Mota
Trompa
Sold
Marta Faria Loureiro
Trompete
SAj
Francisco José Pires Paixão
Trompa
Sold
Artur Emanuel Teixeira Zé Senhor
Contrabaixo
SAj
Luís Miguel Tomé Correia
Fagote
Sold
Ricardo Daniel Santos Duarte
Saxofone
SAj
Gustavo Jorge da Silva Dias
Saxofone
Sold
Carlos Filipe Dias Teixeira
Flauta
SAj
José António Alves Marques
Trombone
Sold
Tiago Urbano Pires
Clarinete
SAi
João Manuel Vasco André
Saxofone
Sold
Ruben Carlos da Conceição A. Leiria
Clarinete
SAi
SAj
Joaquim Pereira das Neves
Bombardino
Sold
Rui Miguel Nunes Sousa
Percussão
Alberto Cesar Carreira Lages
Clarinete
Sold
Hélio Fernando Soares Ramalho
Saxofone
SAj
Paulo Nuno Moço Belas
Trompa
Sold
João Miguel Gouveia Gonçalves
Percussão
SAi
SAj
José Manuel Lino da Silva
Clarinete
Sold
Miguel Brites Alves
Tuba
Luís Rafael F. O. Rodrigues Pinto
Tuba
Sold
Ricardo Jorge Silva Cipriano
Saxofone
SAj
João Manuel Martins Soares
Clarinete
Sold
Dário Duarte Bento
Trompete
SAj
Sérgio Alberto Ferreira Mendes
Clarinete
Sold
Micael Narciso Núncio Toito
Percussão
SAj
Fagote
Contrabaixo
Sold
Vitor Hugo Ramalho Medinas
Trompa
SAj
Fernando Jorge de Jesus Fernandes
Luís Manuel F. Pereira Rodrigues
Sold
Leandro Filipe Horta Morais Silva
Saxofone
SAj
Óscar Humberto Pereira Viana
Oboé
Sold
Bernardo Piedade Venâncio
Saxofone
SAj
Victor Manuel da Silva Mesquita
Sold
Luís António dos Santos Ferrão
Clarinete
Trompete
SAj
Francisco José de Jesus Marques
Clarinete
Flauta
Sold
André Filipe Morais San tinha
SAj
Manuel José Correia Pedras Sousa
Trombone
Sold
Fábio Manuel Almeida Silva Matias
Trombone
SAj
Luís Carlos Garcia Cascão
Percussão
Sold
Sérgio Filipe Antunes Sobral
Clarinete
SAj
Manuel Maria da Silva Nunes
Trompete
Sold
João Ricardo Freire Bernardo
SAj
João Pedro Lopes Rafael Azevedo
Fagote
Sold
Diogo André Monteiro do Nascimento
Trompete
Trombone
SAj
Luís Miguel Rosa Pedro
Oboé
Sold
Cláudio José Correia Leitão
Trompete
SAj
Luís Miguel do Rosário Balão
Clarinete
Sold
Carlos André Pinto da Silva
Clarinete
lSarg
João Miguel Rolão Lopes
Bombardino
Sold
Fábio André Borrego Cachopas
Trombone
lSarg
Daniel Rui Franco da Silva Batista
Tuba
Sold
Vasco Miguel Duarte Gomes
Trompete
lSarg
António Manuel Pereira Sousa
Trompete
Sold
Fábio Manuel Caetano Serrano
Saxofone
lSarg
João Jorge dos Santos Salvador Belo
Flauta
Sold
Manuel Fernando Sousa Vieira
Trompa
lSarg
Nélio José Fonseca Barreiro
Saxofone
lSarg
Artur Jorge Saturnino Barrinha
Trombone
lSarg
Óscar Manuel Borges de Oliveira
Trompete
lSarg
Bruno Ricardo Ferreira Peixoto
Saxofone
lSarg
Cláudio André V Panta Nunes
Violoncelo
lSarg
Salvador António Santos Parola
Oboé
lSarg
Bruno Miguel Caeiro Pascoal
Bombardino
lSarg
Bruno Filipe Dias Moedas Praia
Clarinete
lSarg
Miguel Silva Mota
Percussão
lSarg
João Manuel Soares Lemos
Clarinete
39° CFS
2Sarg
Carlos Eduardo Dias Gradíssimo
Violoncelo
Furr
Carla Mariscla Pestana Figueira
Clarinete
Furr
Rui Alexandre da Silva Gil
Trompete
Furr
Paulo Alexandre Graça de Sousa
Fagore
Furr
Arturo Simões Figueiredo
Trompete
,-.
Boletim da Banda do Exército
~--- -_
--
I
~LI~ídic~
Notícias
Artigo elaborado pelo 1Sarg MUS ÓSCAR OLIVEIRA
Concerto no Pavilhão EDP
do S. L. Benfica
Decorreu no dia 8 de Abril de 2011, o já habitual Encontro de Coros dos Estabelecimentos
Militares de Ensino no Pavilhão EDP do Estádio
do Sport Lisboa e Benfica. A Banda do Exército
associou-se a este encontro, executando um concerto conjunto com os coros do Colégio Militar,
Instituto de Odivelas e Instituto Militar Pupilos
do Exército. O espetáculo proporcionado a todos
os presentes, onde se encontravam altas entidades
civis e militares do Exército, foi muito apreciado
pela natureza de variedade musical que este evidenciou.
Concerto no Museu de Arte Antiga
A Banda do Exército realizou um concerto na manhã do dia 15 de Maio de 2011, inserido no ciclo de Bandas Militares, organizado pelo Museu
Nacional de Arte Antiga. Esta atuação decorreu
no belo jardim deste museu, com uma maravilhosa vista para o Tejo, sendo aberto ao público em
geral, com o desígnio de dar a conhecer o trabalho e a importância na difusão da música e cultura
em geral, proporcionados pelas Bandas Militares.
O concerto da Banda do Exército foi conduzido
pelo SubChefe Mor Óscar Alves.
culturais, sociais e desportivas, afetas ao projeto
da Câmara Municipal de Sintra intitulado: Sintra
Viva, que culminou com uma atuação da Banda do
Exército, no dia 25 de Maio de 2011. Esta atuação,
ocorreu perante uma alargada assistência e contou
com a presença de entidades Civis e Militares, de
que se destacam o Presidente da Câmara Municipal Sintra, Dr. Fernando Seara.
Concerto nas Caldas da Rainha
Inserido nas comemorações do 30° aniversário da
Escola de Sargentos do Exército, teve lugar no dia
01 de Junho de 2011 pelas 21h30, um concerto
realizado pela Banda do Exército. Este concerto decorreu, na magnífica sala de espetáculos do
Centro Cultural e de Congressos das Caldas da
Rainha, contando com a presença das altas entidades militares e civis desta cidade. O brilhante
espetáculo proporcionado pela Banda do Exército, que foi correspondido pelos aplausos de uma
sala cheia, teve ainda a particularidade de incluir a
apresentação de mais uma edição da revista Eurídice, Foi apresentada em power-point, uma resenha histórica das anteriores edições deste órgão
de informação e divulgação da Banda do Exército.
Do programa de concerto que foi conduzido pelo
Maestro Major CBMus João Basilio, constaram as
seguintes obras:
Atuação inserida no Sintra Viva
Ao longo de 15 dias decorreu no Regimento de
Artilharia Antiaérea ."1 uma série de atividades
________
Março 2012
Third Symphony Op. 89 Games Barnes)
Shivaree (Robert Jager)
Rapsódia Portuguesa (Victor Hussla)
Elisabeth (Arr. Johan Meij)
_
45
~ LI r- í d j Ce.
Espetáculo musical e pirotécnico
em Vila Nova da Barquinha
A Banda do Exército realizou um magnífico espetáculo de música e pirotecnia no esplendoroso
jardim municipal de Vila Nova da Barquinha. Este
concerto decorreu na noite de 12 de Junho de
2011, integrando as comemorações do dia festivo
da Escola Prática de Engenharia, e proporcionou
aos milhares de presentes naquele jardim um brilhante e memorável espetáculo de impacto visual
e musical. Esta atuação da Banda do Exército, dirigida pelo Major CBMus João Basilio, foi correspondida com os aplausos entusiastas da assistência, que vibrou com o magnífico fogo-de-artifício
ao som da célebre composição de Tchaikovsky,
intitulada "1812".
Concerto no Palácio Porto Côvo
Em parceria com a companhia de seguros Lusitânia, a BE efetuou um concerto promenade no
jardim do Palácio Porto Côvo, situado em Lisboa. Este concerto realizou-se ao início da tarde
do dia 18 de Junho de 2011, estando inserido no
aniversário desta companhia de seguros. Durante
o almoço festivo, a assistência composta por colaboradores e funcionários desta companhia teve
oportunidade de usufruir de agradáveis momentos musicais, proporcionados pela Banda do Exército, que alternaram com a atribuição de prémios
aos que mais se distinguiram ao longo do ano.
Monte Abraão organizaram um espetáculo que foi
muito apreciado pela sua qualidade, graças ao brio
dos músicos da Banda do Exército e dos cantores
dos coros do Grupo Coral de Queluz, Coral Allegro, Grupo Coral Encontro de Queluz e o Grupo
Coral São Bento de Massamá. O espetáculo contou com a presença do vice- presidente da Câmara
Municipal de Sintra, da vereadora de Ação Social e
os presidentes das Juntas de Freguesia de Queluz e
Monte Abraão, que manifestaram a sua satisfação
pelo contributo importante da Banda do Exército
na realização deste projeto, que visa incrementar
nas pessoas o sentimento de pertença à mesma
terra. Esta apresentação iniciou-se com uma atuação da Banda do Exército dirigida pelo Maestro
Major CBMus João Basilio, seguindo-se a atuação
dos vários coros. Para finalizar, e numa execução
conjunta, a Banda do Exército e os coros executaram dois temas musicais, terminando com a tão
esperada, primeira apresentação do Hino da cidade de Queluz.
46
Concerto no Montijo
Hino da cidade de Queluz
Teve lugar no largo fronteiro ao Regimento de
Artilharia Antiaérea N.°l a apresentação do Hino
da. cidade de Queluz, que decorreu na noite do
dia 02 de Julho de 2011. Com letra de um filho
desta cidade, Pedro Paulo, e composição musical
de Eduardo Guerreiro, músico da Banda do Exército, nasceu neste espaço envolvente de inúmeras
marcas históricas e com uma grande moldura humana, o Hino da cidade de Queluz. Para dignificar
este momento, as Juntas de Freguesia de Queluz e
--
Numa iniciativa que visa divulgar a cultura musical
no nosso país, o Conservatório Regional de Artes do Montijo convidou a Banda do Exército a
realizar um concerto na noite de 09 de Julho de
2011 na cidade do Montijo. A Praça da República
desta localidade, repleta de uma grande assistência, foi palco nesta quente noite de Julho, de uma
apresentação de elevado nível de execução técnica
da Banda do Exército, atestada pela exuberante
reação das pessoas que compunham a assistência
deste concerto.
Boletim da Banda do Exército
_
r;; LI r-í d i CB
Concerto na Embaixada da China
Como vem sendo hábito e numa manifestação da
excelente relação entre a Embaixada da China e a
Banda do Exército, realizou-se mais um concerto
no jardim desta embaixada, situada na Lapa, em
Lisboa. Este concerto decorreu no final da tarde
do dia 29 de Setembro de 2011, perante a presença
do Senhor Embaixador da China e demais adidos
militares acreditados em Portugal, que demonstraram o seu agrado e admiração pela qualidade artística da Banda do Exército, cujo programa apresentado teve por base a música chinesa.
Comemorações
dades deste ramo, bem como das altas entidades
civis da cidade de Bragança. Neste concerto foi
estreia absoluta, a obra Lusitânea, encomendada
pela companhia de seguros Lusitânia para a Banda
do Exército Português e escrita pelo compositor
Jorge Salgueiro.
do Dia do Exército
A cidade transmontana
de Bragança recebeu o
Exército Português, onde decorreram
as atividades comemorativas do Dia do Exército. Estas
atividades tiveram lugar entre os dias 21 e 23 de
Outubro de 2011 e foram de natureza militar, cultural, desportiva e religiosa. Vários locais desta cidade foram palco de atividades e exposições estáticas, em que a Banda do Exército teve um papel
de destaque, pelas diversas ações
desenvolveu
ao longo das comemorações. Na tarde de 22
de Outubro,
a Banda
do Exército integrou-se
numa demonstração
de ----ii!!
capacidades ao ar livre,
executando marchas militares e temas populares
portugueses.
Nessa mesma noite, decorreu no Auditório Municipal de Bragança um
concerto de Gala, dado
pela Banda do Exército,
que teve a presença na
assistência do Chefe do
Estado Maior do Exército e demais altas cnti-
[!Ii----IIIIP----------------_
l;u~ídjCB
Este autor, na criação desta obra, teve uma abordagem fora do comum. Ao contrário do que é
normal, em que as obras são executadas em palco, Jorge Salgueiro optou por colocar os músicos
em retângulo, em volta do público na plateia. Esta
original disposição da banda originou uma nova
envolvência e perceção dos sons produzidos pelos
músicos, para quem assiste a esta composição.
No final da brilhante execução desta obra, sob a
direção do Maestro Major CBMus João Basilio, foi
notório o estrondoso sucesso da mesma, confirmado pelos entusiásticos aplausos do público presente.
N o final da manhã, teve lugar aquele que é o momento de maior impacto, para quem assiste a esta
final e mais importante ação comemorativa do Dia
do Exército, que tem o intuito de demonstrar e
divulgar as capacidades do Exército à população e
que se traduz na Parada Militar.
Concerto no Instituto Superior Técnico
Do programa
tes obras:
de concerto fizeram parte as seguin-
Third Symphony, Op. 89 Games Barnes)
Lusitânea, Op.176 (Iorge Salgueiro)
Ride (Samuel Hazo)
Uvas do Douro (Duarte Pestana)
o
48
Grupo de Metais da Banda do Exército em
conjunto com o coro da Academia Militar, dirigido pelo SAj Mus Fernando Fernandes, deu o seu
contributo musical na Missa de Ação de Graças e
Sufrágio, pela manhã do dia 23 de Outubro, que
decorreu na Sé Catedral de Bragança, presidida
por Sua Ex" Reverendíssima o Bispo das Forças
Armadas e Segurança, D. Januário Torgal Ferreira.
-------_
No passado dia 17 de Novembro de 2011, a Banda
do Exército realizou um concerto no salão nobre
do Instituto Superior Técnico, conjuntamente com
a Tuna Académica do 1ST. Esta atuação inseriu-se
numa exposição sobre a temática do papel da Engenharia Militar na construção das Linhas de Torres, e contou com a presença na plateia das mais
altas figuras da direção do Instituto Superior Técnico, bem como de entidades militares pertencentes
à Arma de Engenharia do Exército Português. O
concerto dirigido pelo Major CBMus João Basilio,
iniciou-se com uma atuação da Banda do Exército,
juntando-se posteriormente a Tuna do 1ST. Foram
então executados temas portugueses de cariz popular e académico, sendo que a singularidade deste
conjunto, com timbres diferentes, criou uma sonoridade fora do comum e de riqueza tímbrica muito
apreciada por todos quantos tiveram oportunidade
de assistir a este concerto.
Concerto de Natal na
Igreja de São Domingos
O já tradicional concerto natalício da Banda do
Exército realizou-se uma vez mais no coração da
baixa de Lisboa, pelas 18h30 do dia 16 de Dezembro de 2011 na Igreja de São Domingos, numa
ação conjunta com a Irmandade de Nossa Senhora da Saúde e São Sebastião. Este concerto
foi conduzido pelo Major CBMus João Basílio e
teve a participação dos cantores Rita Biscoito e do
Sold Mus João Costa, que foram acompanhados
pela Banda do Exército nos tradicionais temas natalicios. Fizeram parte do programa as seguintes
obras: Olympica (Ian Van der Roost); Saga Candida (Bert Appermont); Two-Part Invention (philip
Sparke); White Christmas (Irving Berlin); O Holy
Night (Adolphe Adam); Stille Nacht, Heilige Nacht (Arr. Hoshidc); A Christmas Carol Fantasy
(Arr. Hoshide).
Boletim da Banda do Exército
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Concerto de Ano Novo na Figueira da Foz
o Centro de Artes e Espetáculos da Figueira da
Foz foi palco do Concerto de Ano Novo levado
a cabo pela Banda do Exército. Realizou-se no dia
07 de Janeiro de 2012 pelas 16 horas e o auditório
do CAE da Figueira da Foz foi pequeno para acolher a população que acorreu a assistir a esta interpretação da Banda do Exército. Sob a batuta do
Maestro Major CBMus João Basilio, a Banda do
Exército alcançou uma brilhante atuação, devidamente correspondida pelos aplausos de uma sala
cheia, deixando em todos os presentes a memória
de um concerto ímpar, que muito prestigia a Banda do Exército. Do programa de concerto fizeram
parte várias obras, destacando-se as que são alusivas ao Ano Novo, como por exemplo: Perpetuum
Mobile, Galope dos Bandidos e Thunder and Lightning, de Johann Strauss Jr ..
Ensembles
de Música de Câmara da BE
Grupo de Música de Câmara
50
o Grupo de Música de Câmara da Banda do
Exército é chamado com regularidade para atuar
em todo o pais em concertos e atos oficiais. Fazem
parte da sua formação principal, uma vez que se
adapta quantitativamente em função da atividade
desenvolvida ou do espaço onde atua, os seguintes
músicos: Flauta -lSargJoão Belo, Oboés - SAj Óscar Viana e 1Sarg Salvador Parola, Clarinetes - SAj
Alberto Lages e 1Sarg Bruno Praia, Fagotes - SAj
Luis Correia e João Azevedo, Trompas - SAj João
Santana e 1Cab Bruno Cruz, Contrabaixo - SAj
Luis Rodrigues. Ao longo do ano de 2011 são de
salientar as seguintes atuações: Santarém, Coimbra
e Guarda, no âmbito da retirada do Exército Francês durante as guerras Napoleonicas, e no baile de
gala da Academia Militar. As suas apresentações
de altíssima qualidade têm recebido rasgados elogios das assistências, que muito prestigiam a Banda do Exército.
tendo atuado mais tarde, em Dezembro, na Academia Militar.
Grupo de Metais
O Grupo de Metais da Banda do Exército desenvolveu uma atividade regular durante o ano de
2011, fruto de pedidos de várias entidades militares e civis, um pouco por todo o pais. Pela sua
especificidade, de poder atuar em espaços mais
reduzidos e ao ar livre, foi várias vezes chamado
a representar a Banda do Exército em auditórios
mars pequenos, como o concerto no pequeno auditório do AMAS, integrado no seu Dia de Unidade, bem como em atividades ao ar livre que mais se
adequam à sua formação e repertório, sendo disto
exemplo a atuação no Palácio de Queluz, numa recriação da corte da Rainha Maria Pia. A sua versatilidade permite-lhe também o acompanhamento
de vozes como é o caso do coro da Academia Militar nos concertos de Reis, missa do Dia do Exército, inicio do ano letivo da Academia Militar, etc.
São ainda de referir os concertos no Instituto de
Odivelas e o baile de gala da Academia Militar. As
atuações do grupo revelaram-se de alta qualidade e
pedagogia, atestada pela felicitação e manifestação
de elevado apreço das assistências. Fazem parte da
sua formação: o SAj Dulcinio Matos - Trombone, 1Sarg Óscar Oliveira, 1Sarg Luis Sousa e Sold
Marta Loureiro - trompetes, 1Cab Bruno Cruz Sold Mi
Alves - Tuba.
Quarteto de Saxofones
Criado recentemente com vista a suprir o constante aumento das solicitações de atuações dos
Ensembles de Música de Câmara, tem na sua formação o SAj João André - Saxofone Alto, 1Sarg
Nélio Barreiro - Saxofone Barítono, Sold Ricardo
Duarte - Saxofone Tenor e Sold Ricardo Cipriano
- Saxofone Soprano. Este grupo teve a sua atuação
de apresentação, a pedido do GabCEME, no dia
27 de Novembro de 2011 no Museu Nacional de
Arte Antiga, demonstrando elevado desempenho,
--------
Boletim da Banda do Exército
_
~Llr-ídjc~
I:
Cursos de Música Ministrados pela
Banda Sinfónica do Exército
I
Artigo elaborado pela 2Sarg MUS ANA FRANCISCO
I.
Curso de Promoção a Capitão
(CPC)
do Exércio brindou o público, maioritariamente constituído por alunos da academia, com um
concerto dirigido pelo Tenente Coelho que assim
terminou o curso. No final do concerto, bastante
aclamado, a cerimónia encerrou com a entrega do
diploma ao finalista do curso.
De 26Abrll a 01Jull1, decorreu no Regimento
de Artilharia Antiaérea N.°l/Banda do Exército, a
Parte Específica do Curso de Promoção a Capitão
Chefe de Banda de Música.
Este curso foi frequentado pelo Tenente Chefe de
Curso de Promoção a Sargento-Chefe
Banda de Música Alexandre Lopes Coelho e tem
(CPSCh)
como objetivo a formação técnica específica musical do Chefe de Banda, incidindo nas disciplinas de De 18Mail1 a 29Ju111, realizou-se no Regimento
de Artilharia Antiaérea N°l/Banda do Exército,
Análise Musical, Direção de Banda Sinfónica/Ora 2a Parte correspondente à Formação Específica
questra, História da Banda Sinfónica/Orquestra,
História da Música, Instrumentação e Orquestra- Músicos e Clarins do 23° Curso de Promoção a
ção, Redução de Partituras ao Piano, Teoria e Téc- Sargento-Chefe.
nicas de Direção de Banda Sinfónica/ Orquestra Este curso foi frequentado pelo SAj Mus Joaquim
e Transcrição de Obras de Orquestra para Banda Jorge Neto Campos, pelo SAj Mus António José
Sinfónica e Pequena Banda. A cerimónia de encer- Baião Bravo, pelo SAj Mus Gustavo Jorge Silva
ramento do curso realizou-se no auditório da Aca- Dias, pelo SAj Clar Pedro Jorge Silva Henriques e
demia Militar, situada na Amadora, onde a Banda pelo SAj Clar Armando Jorge Trigo Ribeiro. O curso
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~LJ~ídjc~
abrangeu, fundamentalmente, as componentes
teóricas e práticas das disciplinas musicais, tais
como Interpretação Musical, Acústica e Organologia, Prática Instrumental, Transcrições, História
da Música, Harmonia e Formação Musical.
Curso de Promoção a Sargento-Ajudante
(CPSA)
° curso de promoção a Sargento-Ajudante, desti-
52
nado a I? Sargentos, tem como objetivo principal
adquirir conhecimentos teóricos e práticos para o
desempenho das funções do posto de Sargento-Ajudante.
A primeira parte do curso (Formação Geral) realiza-se na Escola de Sargentos do Exército, onde
são ministradas as seguintes disciplinas: Organização, Tática e Logística, Inglês, Ética e Comando,
Informática, Gestão de Recursos Materiais, Gestão de Recursos Financeiros, Proteção Ambiental,
Legislação Militar, Escrituração Militar e Educação Física Militar.
A segunda parte do curso (Formação Específica)
é realizada na Banda do Exército, onde são ministradas disciplinas de caráter teórico e prático
musical.
De .17Mar11 a 06Abr11 decorreu no Regimento
de Artilharia Antiaérea N.°l/Banda do Exército a 2a Parte - Formacão Específica, do 1° Curso de Promoção a Sargento-Ajudante/2011. Foi
frequentado pelos 1Sarg Mus Luís Miguel Rosa
Pedro, 1Sarg Mus Luís Miguel do Rosário Balão,
lSarg Mus Fernando Manuel da Cruz Magalhães,
1Sarg Mus António Maria Saldanha Busca Mourato e lSarg Mus João Miguel Rolão Lopes.
De 11Jul11 a 29Ju111 decorreu no Regimento de
Artilharia Antiaérea N.°1/Banda do exército a 2"
Parte - Formação Específica, do 2° Curso de Promoção a Sargento-Ajudante/2011. Foi frequentado pelos lSarg Mus João Paulo Santos Rosado,
1Sarg Mus José de Oliveira Cardoso, lSarg Mus
Daniel Rui Franco da Silva Batista e pelo clarim
lSarg Clar João Constantino Máximo Marques.
As audições finais dos cursos realizaram-se na sala
de ensaio da Banda do Exército, nas quais participaram todos os alunos do CPSA.
.Curso de Formação de Sargentos
(CFS)
Em OSSet11 deu-se início na Banda do Exército, sediada no Regimento de Artilharia Antiaérea
N.°1, à 2a Parte - Parte Específica, do 39° Curso
de Formação de Sargentos Músicos. A la Parte --------
Formação Geral foi realizada na Escola de Sargentos do Exército, situada nas Caldas da Rainha.
Este curso é frequentado pelos Instruendos Alunos: Carlos Eduardo Dias Gradíssimo - Violoncelo, Carla Marisela Pestana Figueira - Clarinete,
Rui Alexandre da Silva Gil - Trompete, Paulo Alexandre Graça de Sousa - Fagote, Arturo Simões
Figueiredo - Trompete, e terá o seu terminus em
31Ju112.A formação dos alunos complementa-se
com disciplinas nucleares como: Análise e Técnicas de Composição, Acústica e Organologia, Formação Musical, História da Música, Prática Instrumental e Educação Física Militar.
No passado dia 01 de Outubro de 2011 ingressaram no Quadro Permanente do Exército, Especialidade Músico, por terem concluído a segunda
parte do CFS com aproveitamento, na categoria
de Sargento Músico, quatro mlitares: 2Sarg Frederico Azenha - Saxofone, 2Sarg Emanuel Neto
- Clarinete, 2Sarg Ivo Nascimento - Flauta e 2Sarg
Tiago Ferreira - Clarinete.
Cursos de Formação Geral Comum de
Praças do Exército (CFGCPE)
Ao longo do ano, a Banda do Exército ministrou vários Cursos de Formação Geral Comum de Praças
do Exército (CFGCPE/11 - ESP18 - MÚSICO)
aos novos militares músicos do Exército Português.
Esta formação técnicoprofissional decorre durante
a sua Instrução Complementar, e tem por objetivo
especializar as Praças na área da Música.
'"
De 17Jan11 a 18Fev11, realizou-se no Regimento
de Artilharia Antiaérea N.°1/Banda do Exército, o
9° CFGCPE/10 - ESP18 - MÚSICO, frequentado
pelo Sold RC Diogo André Monteiro do Nascimento e pelo Sold RC Leandro Jorge SaraivaLibânio.
No período de 11Abr11 a 09Mai11, decorreu a
Instrução Complementar - Parte Específica do 1°
CFGCPE/11 - ESP18 - MÚSICO, frequentado
pelo Sold RC Rui Pedro Saleiro da Cruz e pelo Sold
RC CláudioJosé Correia Leitão.
3° CFGCPE/11 - ESP18 - MÚSICO, foi frequentado pelo Sold RC Carlos André Pinto da Silva, pelo Sold RC Celso Miguel Pascoal Bento e pelo
Sold RV Fábio André Borrego Cachopas no período
de 22Jun11 a 28Jul11.
De 22Jul11 a 26Ago11, realizou-se a Instrução Complementar - Parte Específica do 4° CFGCPE/11 ESP18 - MÚSICO, frequentado pelo Sold RV Vasco
Miguel Duarte Gomes, pelo Sold RC Fábio Manuel
Caetano Serrano, pelo Sold RC Lionel Gomes da
Eira e pelo Sold RV Manuel Fernando Sousa Vieira.
°
Boletim da Banda do Exército
_
A cultura como identidade
~~~
É com enorme gosto que-inscrevo o meu nome
na "Eurídice", edição de 20.1.2. Pela.qualidade
intrínseca desta publicação, bem c050 pela
oportunidade de homenagear a Instituição que
a torna possível - Banda Sinfónica do Exército
- e as pessoas que a dirigem e integram..:! ' "I
I' ,)
A história de Eurídice é a do sacrifício, a da
superação, também a do sonho e da/realidade.
Na mitologia, como na vida, na cultura como na
economia, devemos e podemos ter objetivos,
fazer sacrificios para os atingir." sonhar para
não desmorecer e não perder de vista a realidade para evitar a alienação.
Portugal passa por momentos muito dificeis: as
pessoas, as famílias, as instituições e a própria
auto-estima da nação. Neste momento, esquecermos a cultura, negligenciarmos as raízes,
desvalorizarmos o património imaterial seria
um erro colossal. Equivaleria a deixarmos de
ser quem somos por causa dos nossos problemas,
Mantermos a nossa identidade é, pois, no presente, um dos grandes desafios de Portugal. A
cultura é o instrumento privilegiado para o conseguirmos. E a música, permitam-me a opinião,
é a sua mais bela demonstração.
Obrigada pelos magníficos momentos musi
com que nos presenteiam todos os anos.
O Vosso sentido de serviço à comunidade,
sempre renovado, é um exemplo encorajador.
Aguardo, orgulhosa na minha participação,
pela leitura da "Eurídice", certa da qualidade,
conceito que atravessa toda a obra e serviço da
Banda Sinfónica do Exército.
Fátima Campos
Presidente JF Monte Abraão
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