1- Haveria toda a vantagem em concentrar num único organismo as diferentes componentes da promoção externa: comércio, turismo e investimento, criando um Instituto de Promoção Externa. Este foi o modelo implementado nos anos 90 pelo Ministro de então Faria de Oliveira e pelos Sec. Estado de então Alexandre Relvas e António de Sousa e que julgo ter sido até à data o modelo mais operacional. 2- A acção da Rede da AICEP hoje , em parte pela proliferação de acções de promoção de outras Entidades Públicas (Regiões de Turismo, Câmaras Municipais...) e Associações Sectoriais Privadas , quer por não ter verbas do OE (a AICEP tem vivido nos últimos anos dos resultados das suas participadas e das devoluções ao Estado do incumprimento de contratos de investidores estrangeiros ( Renault..,etc) cinge-se aos seguintes aspectos que são aliás importantíssimos: a) recolha de informação - Market Intelligence b) acompanhamento das empresas nos mercados e c) apoio/acompanhamento das acções de terceiros nos mercados Penso que haveria todo o interesse e sinergias se as 3 componentes da Promoção Externa estivessem concentradas num só organismo, acabando-se assim com diversas Administrações. 3 - Não me parece que a questão da fusão com o IAPMEI faça sentido, pois tratam-se de 2 organismos com vocações diferentes Ao AICEP caberia a promoção externa do País nas suas várias componentes e ao IAPMEI o apoio aos projectos a nível nacional das PME's 4-Envolvimento dos Privados: Quer a AIP, quer a AEP e a Confederação Empresarial Portuguesa deverão estar implicados na Administração da AICEP quer como membros de um Conselho de Administração Não Executivo , ou membros de um Conselho Geral conforme se entender. Assim obrigá-los-ia a melhor articulação da Promoção externa do País, uma vez que as Associações Empresariais jamais abrirão mão das suas acções de internacionalização que aliás são uma grande fonte de rendimento para elas. 5- Articulação da AICEP com o MNE e a questão da Diplomacia Económica é um Processo, pelo que sugere o seguinte: a) incluir igualmente o MNE na Administração da AICEP; b.1) Estágios obrigatórios de diplomatas na AICEP e de técnicos da AICEP no MNE (DG Ass. Económicos) b.2) Obrigatoriedade dos diplomatas antes de serem colocados em posto passarem período na AICEP por forma a contactarem as empresas portuguesas estabelecidas no País de colocação e as empresas desse País estabelecidas em Portugal. b.3) Os Embaixadores colocados em posto deverão igualmente de forma obrigatória contactar as empresas em causa quando se já em posto. b.4) Em certos mercados não me chocaria que possam existir Embaixadores fora da carreira ( mercados sofisticados e desenvolvidos) que seriam pessoas com reconhecidas valências. b.5) Valorizar o estatuto dos Directores dos Centros de Negócio da AICEP relativamente aos restantes diplomatas nas estruturas das Embaixadas. Actualmente estes Directores que são igualmente Conselheiros Económicos e Comerciais continuam a ser menosprezados ao manterem-se as hierarquias do passado: Embaixador/ Ministro Conselheiro/ Diplomatas Conselheiros/ Cons. Comercial . Dava-se um sinal ao inverter esta hierarquia, como aliás fazem normalmente os ingleses: Embaixador/ Ministro Conselheiro/ e logo de seguida o Conselheiro Comercial. b.6) Apoiar e estimular a integração da AICEP nas Embaixadas (ex: Delegações da AICEP no estrangeiro trabalham nos feriados portugueses, ao passo que as Embaixadas fecham) b.7) por último parece-me ser sempre útil introduzir alguns mecanismos quantitativos. (ex: nr de contactos estabelecidos pelos Embaixadores ao longo do ano com responsáveis de empresas e quais os resultados relevantes desses contactos) 6- Reforçar a presença da AICEP nos seguintes mercados: Brasil, Espanha, EUA, Angola, China, Rússia,Ìndia, Turquia Médio Oriente e Magrebe. E nos outros mercados não me chocaria proceder-se a uma redução do pessoal da AICEP. Eduardo Moura Londres 6 de Agosto de 2011