QUÍMICA GERAL AULA 04: ESTRUTURA ELETRÔNICA DOS ÁTOMOS TÓPICO 01: COMPORTAMENTO DOS ÁTOMOS O ÁTOMO DE THOMSON Em 1898 J.J. Thomson propôs um modelo para a estrutura do átomo: O átomo era uma esfera de carga elétrica na qual estavam contidos elétrons de tal modo que o átomo como um todo era neutro. A porção positiva continha a maior parte da massa do átomo. J.J Thomson [1] Fonte [2] Em 1896 W. Röntgen envolveu o tubo catódico com pedaços de papelão preto. Trabalhando em um ambiente escuro, Röntgen observou que um papel embebido com um composto como sulfeto de zinco, fosforescia. Ele conclui que a fosforescência era devido a radiações desconhecidas que as chamou de RAIOS-X. RAIOS-X são formados quando elétrons de alta energia (raios catódicos) se chocam com um metal ou outro alvo. São radiações eletromagnéticas dotadas de alta frequência. Substâncias radioativas contém átomos que sofrem desintegração ou decaimento. Existem três tipos de radiação resultantes da desintegração de elementos radioativos naturais: Fonte [3] - Partículas α - Núcleos de átomos de hélio movendo-se rapidamente. - Partículas β - São elétrons movendo-se rapidamente. - Raios γ - radiação de alta energia. O Átomo Nuclear (Clique aqui para abrir) (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.) O Átomo Moderno (Clique aqui para abrir) (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.) EXEMPLOS EXEMPLO 1 O elemento Urânio possui 92 prótons e 146 nêutrons, seu número de massa é 238. A = 92 + 146 = 238 ATENÇÃO: O número de massa A não é uma massa. Ele é um número inteiro representando o número total de núcleos. O átomo pode ser especificado através do símbolo químico do elemento, o numero atômico Z como subscrito e o numero de massa A como sobrescrito. A notação: A ZX Indica um átomo do elemento X tendo o número atômico Z e o numero de massa A. EXEMPLO 2 Podemos escrever 168O ou 16O onde cada um é lido como "oxigênio 16", para representar este átomo específico de oxigênio. EXEMPLO 3 Na natureza o elemento boro ocorre como uma mistura de: 10 5B (19,78%) 11 5B (80,22%) Através da média ponderada podemos calcular a massa atômica do elemento boro. As massas isotópicas e abundâncias isotópicas relativas são determinadas por meio de uma técnica denominada espectrometria de massa utilizando o aparelho espectrofotômetro de massa. ELÉTRONS NO ÁTOMO Com a aceitação do modelo nuclear de Rutherford a comunidade cientifica pôs-se a indagar: “E os elétrons, o que fazem?” Como resposta Rutherford sugeriu que o átomo tinha uma estrutura planetária, com o núcleo correspondendo ao sol em nosso sistema solar e os elétrons aos planetas que se movimentam através de um espaço vazio empregando órbitas fixas. Aplicando este modelo ao átomo de hidrogênio, onde temos um núcleo e distante deste, o seu único elétron. Para esse elétron único existem duas possibilidades do estado de movimento: -O elétron está parado -O elétron está em movimento Caso o elétron esteja estacionário, a atração eletrostática entre cargas opostas (elétron – núcleo) deveria provocar o movimento do elétron na direção do núcleo levando o universo ao colapso. Como o universo não entra em colapso a escolha é rejeitar o modelo do elétron estacionário. A segunda hipótese do modelo planetário com o elétron movimentandose o mais próximo possível ao redor do núcleo com órbitas circulares para que o efeito da força centrifuga evite o arraste do elétron para dentro do núcleo. Este modelo está em desacordo com o principio da física que afirma: “no momento em que uma partícula carregada sofre uma aceleração, elas deve emitir energia radiante”. Sabemos que um objeto seguindo uma órbita circular sofre uma aceleração em direção ao centro do circulo; caso contrário, o elétron seguiria uma linha reta e se perderia no espaço. Assim, concluímos que um elétron planetário em movimento deveria irradiar energia devido a esta aceleração. Tal conclusão não se adequar ao modelo planetário devido: -Não ser observado essa radiação. -Se o elétron perdesse energia, a sua velocidade era diminuída, e em consequência, o raio de sua órbita diminuiria, levando-o a mover-se em espiral na direção do núcleo. Os dois modelos: (1) elétron estacionário, ou (2) elétron em movimento, são inconsistentes com a observação. Neste ponto foi necessário modificar a física clássica. O primeiro a desenvolver um modelo atômico fora da física clássica foi Niels Bohr. Ele estabeleceu que a elucidação da estrutura atômica estava relacionada com a natureza da luz emitida pelas substancias a temperaturas altas ou sob influencia de uma descarga elétrica. Bohr apontava que luz era produzida quando elétrons nos átomos sofriam alterações de energia. DESAFIO Para realizar um estudo de maneira sólida e interativa, segue abaixo quatro questionamentos. Leia a aula, faça uma reflexão e tente resolver mentalmente os desafios. Clique aqui para abrir (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.). FONTES DAS IMAGENS 1. http://pt.wikipedia.org/wiki/Joseph_John_Thomson 2. http://2.bp.blogspot.com/_xJwNwN7omEU/Sa62DAp1a4I/AAAAAAAA AAU/oRMG0zXCsz0/s320/Modelo+Thomson.jpg 3. http://wps.prenhall.com/wps/media/objects/165/169289/GIFS/AAAU ATF0.JPG 4. http://www.denso-wave.com/en/ Responsável: Prof. Dr. Odair Pastor Ferreira Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual QUÍMICA GERAL AULA 04: ESTRUTURA ELETRÔNICA DOS ÁTOMOS TÓPICO 02: ESPECTROS ATÔMICOS ENERGIA RADIANTE A luz ou energia eletromagnética é uma radiação que pode ser transmitida através do vácuo a uma velocidade de 3,0x108m.s-1. Ela apresenta uma natureza eletromagnética, pois consiste em um campo elétrico e outro magnético, perpendiculares entre si, que oscilam e viajam a uma velocidade de 3,0x108m.s-1. Hoje, acredita-se que a energia luminosa se propaga através do espaço, na forma de um movimento ondulatório, semelhante às ondas que se propagam num lago quando se deixa cair uma pedra. Fonte [1] Na figura A, é o comprimento de onda, a distância de crista a crista da onda; e a amplitude de uma onda corresponde à altura de sua crista em relação ao nível médio da água. Para a luz o comprimento de onda e a frequência, ambos descrevem propriedades ondulatórias, estão relacionados pela equação: Onde luz. é a frequência, é o comprimento de onda e C é a velocidade da http://www.guia.heu.nom.br/fotometria.htm [4] A figura acima representa o espectro eletromagnético que incluem ondas de radio de grande comprimento de onda ate raios gama de comprimento de onda muito curto. O olho humano só é capaz de interpretar radiações de comprimento de onda na faixa de 400 nm a 700 nm que correspondem respectivamente às cores violeta e vermelha da região visível do espectro eletromagnético. Ambos os modelos, o corpuscular e o ondulatório, parecem definitivos. A luz quando se propaga através do espaço, apresenta um comportamento ondulatório; e quando interage com a matéria, em processos de troca de energia assume uma natureza corpuscular. A NATUREZA DUAL DA MATÉRIA Foto de Brogli [5] O físico francês de Broglie observou que, se a luz apresenta caráter tanto ondulatório como corpuscular, deve existir na matéria uma propriedade com características tanto ondulatórias como corpuscular. Aproveitando a ideia de Einstein de que massa e energia estão relacionadas através da relação: E = mc2, de Broglie observou a quantidade de movimento p (massa x velocidade) de um fóton (uma propriedade corpuscular) está, relacionada com o seu comprimento de onda (uma propriedade ondulatória) através da expressão: P = massa x velocidade A quantidade de movimento e o comprimento de onda são inversamente proporcionais, através da constante de Planck. De Broglie postulou que, as partículas materiais de massa m e de velocidade v, estariam associadas a um comprimento de onda λ dado pela equação: LEITURA COMPLEMENTAR Espectroscopia Atômica (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.) DESAFIO Para continuar o estudo segue abaixo quatro questionamentos. Leia a aula, faça uma reflexão e tente resolver mentalmente os desafios. Clique aqui para abrir (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.). FONTES DAS IMAGENS 1. http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/galeria/uploads/4/normal _824onda.jpg 2. http://www.adobe.com/go/getflashplayer 3. http://www.adobe.com/go/getflashplayer 4. http://www.guia.heu.nom.br/fotometria.htm 5. http://n.i.uol.com.br/licaodecasa/biografias/louis-de-broglie.jpg 6. http://www.denso-wave.com/en/ Responsável: Prof. Dr. Odair Pastor Ferreira Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual QUÍMICA GERAL AULA 04: ESTRUTURA ELETRÔNICA DOS ÁTOMOS TÓPICO 03: A TEORIA DE BOHR PARA O ÁTOMO DE HIDROGÊNIO O ÁTOMO DE BOHR Em 1913, Niels Bohr, tentando conciliar a ideia de Rutherford com as de Planck, propôs um modelo baseado nos seguintes postulados: -As órbitas permitidas ao movimento de um elétron são aquelas para as quais o seu momento angular é um múltiplo inteiro de Momento angular = n. Átomo de Bohr [1] N = 1, 2, 3, 4, ... Chamado número quântico -Um elétron em certa órbita possui energia específica e está em um estado de energia permitido. Um elétron em um estado de energia permitido não irradiará energia e, portanto, não se moverá em forma de espiral na direção do núcleo. Se um elétron que gravita numa órbita estacionária de energia w1, for excitado de modo a passar a outra órbita estacionária onde a sua energia é w2 e w2 > w1, ao retornar da segunda à primeira emitirá um fóton de frequência tal que W2 - W1 = hv A aplicação destes postulados permite calcular: -Os raios das órbitas permitidas Como m, h e e (carga do elétron) são constantes universais e z é uma característica do átomo considerado, os raios das sucessivas órbitas permitidas crescem com n. A energia do elétron numa órbita permitida: Assim, para um dado valor de z, a energia do elétron varia com o número quântico n definidor da órbita permitida. -A frequência da radiação emitida no trânsito de um elétron de uma órbita estacionária para outra. Frequência Número de onda Segundo Bohr a existência de certas órbitas estáveis para os elétrons dos átomos, com energias bem definidas, chamadas níveis energéticos e representados por números inteiros, iniciando pelo número 1, são chamados números quânticos principais, n. Bohr propôs que: -No primeiro nível (n=1) cabem 2 elétrons; -No segundo nível (n=2) cabem 8 elétrons; -No terceiro nível (n=3) cabem 18 elétrons; -No quarto nível (n=4) cabem 32 elétrons. No geral, no nível energético n do modelo de Bohr, cabem 2n2 elétrons. MODIFICAÇÕES NO MODELO DE BOHR Em 1915 A.Sommerfeld postulou que os elétrons no átomo poderia se movimentar tanto em órbitas circulares quanto em órbitas elípticas. Para tanto, dois novos números quânticos foram propostos e posteriormente esses números foram deduzidos matematicamente. Na mecânica quântica eles são chamados de: ◾ -l número quântico secundário ou azimutal; ◾ -ml número quântico magnético. Os números quânticos l e ml são dependentes do valor de n em regiões possíveis de encontrar elétrons. A cada formato de região é associado um número quântico l, chamado subnível eletrônico. Assim, para determinado valor de n, o número quântico secundário, l, assume diferentes valores que variam desde 0 até n -1. O número quântico ml pode assumir os seguintes valores inteiros: +l,....,0,....,-l, o que corresponde a 2l+1 valores. Esses novos números quânticos facilitam interpretar os espectros dos elementos. O número quântico magnético ml permite explicar a emissão de radiação quando os átomos estão submetidos a um campo magnético. Outra vantagem que esses números propiciam é entender a ordem na qual os elétrons ocupam suas posições nos níveis energéticos disponíveis no átomo. NÍVEIS E SUBNÍVEIS ENERGÉTICOS NOS ÁTOMOS A espectroscopia é a ciência que contribui para a identificação dos níveis de energia dos átomos, através do estudo da transição eletrônica entre dois níveis energéticos correspondendo ao surgimento de linha de luz emitida pelo átomo. EXEMPLO: No espectro atômico dos metais alcalinos (sódio, potássio, rubídio e césio), as diversas raias que aparecem são agrupadas em quatro séries: duas linhas intensas ou principais que foram chamadas de linhas p; outras são difusas, chamadas de linha d; e outras mais fracas, porém de frequências precisas, chamadas linhas s (do inglês sharp). A quarta é chamada fundamental f. Durante uma transição eletrônica nas linhas s, o elétron inicia a transição a partir de um subnível l=0; nas transições eletrônicas p, o elétron inicia a partir de l = 1; e nas d, de l = 2. Estudos posteriores nos espectros infravermelhos de alguns elementos observaram-se outras linhas que foram chamadas de fundamentais ou linhas f e o elétron inicia a transição eletrônica a partir de um subnível l = 3. PRINCÍPIO DA CONSTRUÇÃO PROGRESSIVA Princípio da Construção Progressiva é a sequência pela qual se deve preencher os subníveis energéticos com elétrons. A regra é que os primeiros subníveis a serem preenchidos são aqueles com menor soma n + l. Quando dois subníveis possuírem a mesma soma, preenche-se primeiro o que possuir menor n. Bohr contribuiu para reorganizar a tabela periódica sugerindo a ordem de preenchimento apresentada na figura abaixo. Denomina-se configuração eletrônica a especificação dos subníveis ocupados e o número de ocupação de um dado elemento ou íon. Para determinar as configurações do estado fundamental (menor energia), empregamos o método de AUFBAU (em alemão significa "construção"); os elétrons são adicionados aos níveis com menor valor da soma n + l (menor energia). Assim, seguimos a direção das setas na figura acima: H ( z = 1) : 1s1 He ( z = 2) : 1s2 Li ( z = 3) : 1s2 2s1 Be ( z = 4) : 1s2 2s2 B ( z = 5) : 1s2 2s22p1 Outra maneira de mostrar as populações dos orbitais usa uma pequena linha horizontal (ou um quadrado ou um círculo) para representar um orbital. Os elétrons são representados por meias setas. Os dois elétrons emparelhados no orbital 1s do hélio têm spins opostos ou antiparalelos. Hund postulou uma regra que afirma: Em uma configuração eletrônica, a menor energia será obtida quando o número máximo de elétrons desemparelhados for obtido DESAFIO Para continuar o estudo segue abaixo cinco questionamentos. Leia a aula, faça uma reflexão e tente resolver mentalmente os desafios. Clique aqui para abrir (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.). DICA Para conhecer mais sobre a Biografia de A. Sommerfeld clique aqui [4]. FONTES DAS IMAGENS 1. http://files.colegiociencias.webnode.es/2000001868f145900e7/atomo4.gif 2. http://www.adobe.com/go/getflashplayer 3. http://www.adobe.com/go/getflashplayer 4. http://www.infopedia.pt/$arnold-sommerfeld 5. http://www.denso-wave.com/en/ Responsável: Prof. Dr. Odair Pastor Ferreira Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual QUÍMICA GERAL AULA 04: ESTRUTURA ELETRÔNICA DOS ÁTOMOS TÓPICO 04: ONDAS E PARTÍCULAS ONDAS ESTACIONÁRIAS UNIDIMENSIONAIS A mecânica quântica atribui propriedades ondulatórias aos elétrons no átomo. Como exemplos de ondas estacionárias temos as ondas produzidas por instrumentos de cordas. Na figura acima, observamos uma onda estacionaria semelhante a de uma corda de guitarra onde ela é esticada é tangida no seu centro e depois é solta. A vibração da corda é chamada onda estacionaria porque parece não se mover ao longo da corda. A corda da guitarra é presa em suas extremidades e não pode se movimentar nestes pontos. Cada ponto onde não ocorre nenhum movimento é chamado nó. Outro modo de fazer vibrar uma corda de guitarra é manter a corda sem movimento no seu centro e tangida na metade da distancia entre o centro da corda e a extremidade. Quando a corda for liberada ela não permanece mais parada e a corda começa a vibrar conforme mostrado de f2 até f5 na figura abaixo. Nestes modos de vibrações existem dois nós em f1, três nó em f2, quatro nó em f3, cinco nó em f4. Uma corda esticada pode vibrar de varias maneiras diferentes cada uma com seu próprio número característico de nós, desde que para cada modo de vibração existe um nó em cada extremidade da corda. QUANTIZAÇÃO As vibrações de uma corda esticada são quantizadas, pois são permitidos apenas certos modos específicos de vibrações. Aos modos permitidos de vibração é atribuído a cada um, um número quântico tal como n = 1, 2, 3, 4.... onde n é menor do que o número de nós. Cada modo de vibração possui associado a ele uma energia discreta que cresce à medida que o número quântico n aumenta. ONDA ESTACIONÁRIO BIDIMENSIONAL Um tambor percutindo em diferentes pontos do seu couro emite sons diferentes, pois são possíveis modos diferentes de vibração. 1° MODO - VIBRAÇÕES RADIAIS O primeiro modo é aquele onde o couro executa um simples deslocamento para baixo e para cima. Este modo possui um único nó, que é uma linha correspondendo ao circulo em volta da beirada do tambor. Este nó deve existir para todos os modos de vibração devido a condição limite para um couro de tambor em vibração, onde o deslocamento deve ser sempre nulo ao redor da periferia. Membrana vibrante com movimento 2° MODO O segundo modo de vibração radial de um couro de tambor possui um segundo nó circular. Ao mesmo tempo em que o couro se movimenta para cima perto da beirada, se movimenta para baixo perto do centro. Em qualquer ponto sob o nó, não existe nenhum movimento do couro, nem para cima e nem para baixo. Onda estacionária bidimensional com movimento 3° MODO O terceiro modo de vibração radial possui um total de três nós circulares. Esses nós separam regiões do couro do tambor que se movimentam em direções opostas, a todo instante. Onda estacionária bidimensional com movimento VIBRAÇÕES ANGULARES Quando o tambor é percutido fora do centro, modos de vibrações angulares são produzidos no couro do tambor. Na figura abaixo,quatro modos são mostrados. Os dois primeiros possuem, além do nó radial em volta da beirada, sempre presente, um nó angular, uma linha reta passando pelo centro do couro do tambor. De um lado do nó angular o couro do tambor se movimenta para cima, ao passo que do outro lado se movimenta para baixo. Um instante depois, as localizações dos lados são investidas e o lado esquerdo em baixo, ao passo que o direito está em cima, alternando-se continuamente enquanto prossegue a vibração. vibrações angulares com movimento QUANTIZAÇÃO As vibrações de um couro de tambor são quantizadas em energia e como é adicionada uma segunda dimensão, são também quantizadas na sua orientação dentro do plano. Portanto, para descrever as vibrações de um couro de tambor (vibrações bidimensionais), precisamos de dois números quânticos, um para descrever a energia de vibração (frequência) e outro para especificar a sua orientação. PRINCIPIO DA INCERTEZA DE HEISENBERG Um elétron é pequeno demais para ser visto, e só pode ser observado quando submetido a uma perturbação. Por exemplo, podemos atingir o Fonte [1] elétron com outra partícula, como um fóton ou um elétron, ou poderíamos aplicar ao elétron uma força magnética ou elétrica. Isso inevitavelmente modificará a posição do elétron, ou a velocidade e direção de seu movimento. SEGUNDO HEISENBERG: Quanto mais certeza tiver na posição de um elétron, menos certeza saberá da sua velocidade, ou vice-versa. Isso significa que é impossível conhecer exatamente a posição e a velocidade de um elétron ao mesmo tempo. Assim, o conceito de um elétron percorrendo uma órbita definida, na qual podem ser calculadas com exatidão sua posição e velocidade, deve ser substituída pela probabilidade de encontrar um elétron numa determinada posição, ou num determinado volume de espaço. FÓRUM Com base no que temos estudado até aqui, discuta no espaço de Fórum AULA 4: Estrutura Eletrônica dos átomos – "MODELOS ATÔMICOS" os modelos atômicos descritos até agora, em relação a: • Cada modelo atômico desenvolvido; • A abrangência de cada modelo descrito; • Fundamentação cientifica aplicada a cada modelo; • Contextualize o conceito de quantização no seu cotidiano. FONTES DAS IMAGENS 1. http://www.cienciacultura.com/Historia/FigurasHistor/heisemberg00.gif 2. http://www.denso-wave.com/en/ Responsável: Prof. Dr. Odair Pastor Ferreira Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual QUÍMICA GERAL AULA 04: ESTRUTURA ELETRÔNICA DOS ÁTOMOS TÓPICO 05: ORBITAL ATÔMICO Como o elétron tem propriedades ondulatórias, ele pode ser descrito como uma função de onda . Para o sistema atômico mais simples, o átomo de hidrogênio, a equação de Schrodinger é: Foto de Schrodinger [1] A energia total do átomo de hidrogênio, E, é a soma da energia potencial (termo que contem V) mais a energia cinética (contida no 1º termo da equação). Nesta equação, h é a constante de Planck e m é a massa do elétron. Neste tipo de equação a incógnita apresenta famílias de equações que são soluções. E uma vez determinadas essas equações podem nos dizer quase tudo sobre o comportamento do elétron no átomo de hidrogênio. A probabilidade de encontrar um elétron em qualquer região do espaço próximo ao núcleo é proporcional ao quadrado do valor absoluto da função de onda . PROBABILIDADE Assim, a probabilidade de encontrar um elétron em qualquer elemento de volume deve ser real e positivo, e sempre satisfaz essa condição. A solução da equação de Schrodinger para o átomo de hidrogênio produz funções de onda do tipo: EXPLICANDO CADA PARTE DESTA EQUAÇÃO: • [N] é uma constante de normalização indicando que a probabilidade de encontrar o elétron em qualquer lugar do espaço deve ser unitária. • Rn,l (r) é a parte radial da função de onda. O valor de [ Rn,l(r) ]2 dar a probabilidade de encontrar o elétron a qualquer distancia r do núcleo. Os dois números quânticos n e l são soluções da parte radial da função de onda: n é chamado numero quântico principal e define o raio médio do elétron; n,l,ml pode ser autofunção apenas para n = 1, 2, 3, 4, ...., inteiro. l é o numero quântico que especifica o momento angular do elétron; n,l,ml pode ser autofunção para l = 0, 1, 2, 3,......até n-1. • É a parte angular da função de onda. Os números quânticos l, e ml são soluções da função angular. ml é chamado número quântico magnético e está relacionado com a sua orientação no espaço. n,l,ml pode ser autofunção apenas para ml= +l, l-1, l-2,... até –l, onde | | significa módulo. Isto significa que existem 2l + 1 orientações espaciais diferentes para os mesmos n e l. ORBITAL ATÔMICO As autofunções do hidrogênio n,l,ml são chamadas de orbital. Os orbitais para o átomo de hidrogênio são classificados conforme sua distribuição angular, ou valor de l. Cada diferente valor de l é assinalado uma letra que representa um tipo de orbital: L = 0 é um orbital s L = 1 é um orbital p L = 2 é um orbital d L = 3 é um orbital f Para l = 4 ou superior, a ordem alfabética é seguida, omitindo apenas a letra j. O conjunto de orbitais com o mesmo valor de n é chamado nível eletrônico. Por exemplo, todos os orbitais que têm n = 2 chamados segundo nível. O conjunto de orbitais que possuem os mesmos valores de n e l é chamado subnível. Cada subnível é designado por um número (o valor de n) e uma letra s, p, d, ou f (correspondendo a um valor de l). Por exemplo, os orbitais que tem n = 2 e l = 1 são chamados orbitais 2p e ocupam o subnível 2p. n l Subnivel m1 Nº de Orbitais no subnivel Notação completa dos Orbitais 1 0 1s 0 1 1s 0 2s 0 1 2s +1 1 2pz 0 1 2px 1 1 2py 0 1 2s +1 1 3pz 0 1 3px 1 1 3py +2 1 3dz2 +1 1 3dx 2 - y2 0 1 3dxy -1 1 3dxz -2 1 3dyz 2 1 0 1 2p 3s 3p 3 2 3d 0 1 2 4s 4p 3d 0 1 4s +1 1 4pz 0 1 4px 1 1 4py +2 1 4dz2 +1 1 4dx2 - y2 0 1 4dxy -1 1 4dxz -2 1 4dyz +3 1 4f5z3 - 3 zr2 +2 1 4f5z2 - 3 zr2 +1 1 4fzx2 - zy2 0 1 4dxzy -1 1 4fy3 - 3 yx2 -2 1 4f5yz2 - 3 yr2 -3 1 4fx3 - 3 xy2 4 3 4f As energias relativas dos orbitais do átomo de hidrogênio até n = 4 (4s) estão mostrados na figura abaixo. Nesta figura cada quadricula representa um orbital. Quando o elétron está em um orbital de energia mais baixo, diz-se que o átomo de hidrogênio está no seu estado fundamental. Quando o elétron ocupa qualquer orbital de energia superior, o átomo está no estado excitado. O elétron pode ser excitado para um orbital de mais alta energia através da absorção de um fóton de energia apropriada. REPRESENTAÇÃO DO ORBITAL A função de onda também informa a probabilidade de localização do elétron no espaço para um estado especifico de energia permitida. ORBITAL S ORBITAL 1S 1s é o orbital de mais baixa energia, n = 1, e possui formato geométrico esférico. A figura acima nos mostra que a probabilidade de encontrar o elétron diminui à medida que nos afastamos do núcleo em qualquer direção especifica. ORBITAL 2S E 3S Analogamente os orbitais 2s e 3s do hidrogênio apresentam, também, geometria esférica e, portanto simétricos. A função probabilidade, varia com r para os orbitais 2s e 3s e está mostrada na figura. 2 , As regiões onde 2 é zero é chamada nó. O numero de nó aumenta com o aumento do numero quântico principal n. 1S Um método muito empregado para representarem orbitais é a superfície limite. Para os orbitais s, essas representações de contorno são simplesmente esferas, figura. 2S 3S ORBITAIS P Distribuição de densidade eletrônica dos três orbitais p. Os índices inferiores indicam os eixos ao longo do qual cada orbital se encontram. Cada nível começando com n = 2 possui três orbitais; portanto existem 3 orbitais 2p (2pz, 2px, 2py). Para n=3 orbitais existem também 3 orbitais 3p (3pz, 3px, 3py), e assim por diante. Fazemos a distinção destes através da orientação da função de onda e rotulamos esses orbitais como pz, px, py. ORBITAIS D E F Para n igual ou superior a três, para l = 2 temos os orbitais d. existem cinco orbitais 3d, cinco orbitais 4d, etc. Esses diferentes orbitais em determinado nível apresenta diferentes formatos e orientações espaciais ocupando principalmente um plano. ORBITAIS DZ2 O orbital dz2 apresenta formato diferente dos demais orbitais d. ORBITAIS DXY, DXZ E DYZ Os orbitais dxy, dxz e dyz situam-se nos planos xy, xz e yz respectivamente, com os lóbulos orientados entre os eixos respectivos. http//www.geocities.com/Vienna/Choir/9201/funcoes_de_onda.htm Orbitais 3dxy 3dxz 3dyz. DX2-Y2 Os lóbulos do orbital dx2-y2 também se situam no plano xy, com os lóbulos ao longo dos eixos x e y. Embora a distribuição espacial dos orbitais d varie na orientação espacial, dentro de cada nível a energia destes orbitais é degenerada, ou seja, iguais para um mesmo numero quântico n. Para n maior ou igual a quatro, e l = 3 existem sete orbitais f equivalentes. Para descrever átomos com mais de um elétron, devemos levar em consideração tanto a natureza e energia dos orbitais assim como os elétrons ocupam os orbitais disponíveis. DESAFIO Para continuar o estudo segue abaixo quatro questionamentos. Leia a aula, faça uma reflexão e tente resolver mentalmente os desafios. Clique aqui para abrir (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.). FONTES DAS IMAGENS 1. http://pt.wikipedia.org/wiki/Erwin_Schr%C3%B6dinger 2. http://www.denso-wave.com/en/ Responsável: Prof. Dr. Odair Pastor Ferreira Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual QUÍMICA GERAL AULA 04: ESTRUTURA ELETRÔNICA DOS ÁTOMOS TÓPICO 06: A DISTRIBUIÇÃO DOS ELÉTRONS NO ÁTOMO POLIELETRÔNICO Os orbitais atômicos em um átomo polieletrônico são semelhantes aos dos átomos de hidrogênio. Assim, continuamos a designar os orbitais como 1s, 2s, 2p, 3s, 3p, 3d, etc. Em um átomo polieletrônico a repulsão elétron – elétron faz com que os diferentes subníveis estejam em diferentes níveis de energia, como mostrado na figura abaixo. Fonte [1] COMO OS ELÉTRONS DE UM ÁTOMO POLIELETRÔNICO OCUPAM OS ORBITAIS DISPONÍVEIS? Os espectros de linha de átomos polieletrônico apresentavam pares de linhas pouco espaçadas, ou seja, havia duas vezes mais níveis de energia do que se esperava. Em 1925 Uhlenbeck e Goudsmit postularam que os elétrons possuíam uma propriedade intrínseca, chamada spin eletrônico. O elétron comportava-se como uma esfera minúscula girando em torno de seu próprio eixo, sendo assim, quantizado. Esse novo numero quântico, o numero quântico magnético spin, é simbolizado por ms e apenas dois valores possíveis são permitidos: + ½ e – ½. Uma carga giratória produz um campo magnético. Os dois sentidos opostos de rotação produzem campos magnéticos opostos que levam a separação das linhas espectrais em pares muito próximos. Principio da exclusão de pauli – spin eletrônico O principio da exclusão de Pauli afirma:"Dois elétrons em um átomo não podem ter o conjunto de quatro números quânticos n, l, ml e ms iguais." Para um orbital tipo 1s, 2s, 2pz, etc, os valores de n, l, e ml são fixos. Para colocar mais de um elétron em um desses orbitais e satisfazer o principio da exclusão de Pauli a única alternativa é assinalar diferentes valores de ms para cada elétrons. Como ms só pode assumir + ½ e – ½ um orbital pode receber no máximo dois elétrons e eles devem ter spins opostos. CONFIGURAÇÕES ELETRÔNICAS Conhecendo as energias relativas dos orbitais e o princípio da exclusão de Pauli podemos ver a maneira na qual os elétrons são distribuídos entre os vários orbitais de um átomo, ou seja, a configuração eletrônica. Os orbitais são preenchidos em ordem crescente de energia, com no máximo dois elétrons por orbital. Exemplo: Aqui, cada orbital é representado por uma quadrícula e cada elétron, por uma meia – seta apontada para cima representando um número quântico magnético spin positivo (ms = + ½), e a meia – seta para baixo representa um elétron com numero quântico magnético spin negativo (ms = - ½). Elétrons que possuem spins contrários são ditos emparelhados. No átomo de lítio dois elétrons no orbital 1s estão emparelhados, e o elétron no orbital 2s está desemparelhado. REGRA DE HUND Para orbitais degenerados (mesma energia), a menor energia será obtida quando o numero de elétrons com o mesmo spin for maximizada. A regra de Hund é baseada no fato dos elétrons se repelirem. Quando eles ocupam orbitais diferentes, os elétrons permanecem afastados o quanto possível um do outro minimizando as repulsões elétron – elétron. Elemento Total de Elétrons Configuração Quadricula 1S 2S 3S 3P Configuração Eletronica LI 3 ⇅ ↑ 1s22s1 LI 4 ⇅ ⇅ 1s22s2 B 5 ⇅ ⇅ ↑ 1s22s22p1 1s22s22p2 C 6 ⇅ ⇅ ↑ ↑ N 7 ⇅ ⇅ ↑ ↑ ↑ 1s22s22p3 O 8 ⇅ ⇅ ⇅ ↑ ↑ 1s22s22p4 F 9 ⇅ ⇅ ⇅ ⇅ ↑ 1s22s22p5 NE 10 ⇅ ⇅ ⇅ ⇅ ⇅ 1s22s22p6 NA 11 ⇅ ⇅ ⇅ ⇅ ⇅ ⇅ 1s22s22p63s1 ATIVIDADE DE PORTFÓLIO Responda às questões sobre Estrutura Eletrônica dos Átomos, salve o arquivo com o nome Aula_04_Portfolio e em seguida coloque a atividade no seu portfólio individual. Clique aqui para abrir (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.). FONTES DAS IMAGENS 1. http://lqes.iqm.unicamp.br/images/lqes_empauta_novidades_879_ato mos_As.jpg 2. http://www.adobe.com/go/getflashplayer 3. http://www.adobe.com/go/getflashplayer 4. http://www.denso-wave.com/en/ Responsável: Prof. Dr. Odair Pastor Ferreira Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual