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Lombalgia: terapia conservadora
Lucélia Oliveira Silva1
[email protected]
Dayana Priscila Maia Mejia²
Pós-graduação em Reabilitação em Ortopedia e Traumatologia com Ênfase em Terapia Manual –
Faculdade FAIPE
SANTARÉM - PARÁ
Resumo
O presente artigo é uma revisão de literatura. Foram selecionados artigos que
abordassem o tema tratamento conservador, lombalgia, contendo no titulo ou nas
palavras chaves; publicados no site Google Acadêmico durante o ano de 2014.
E ainda foram selecionados artigos publicados na Revista Fisioterapia Brasil entre os
anos de, 2000 a 2011 que abordassem o tema tratamento conservador, lombalgia,
contendo no titulo ou nas palavras chaves. A lombalgia atinge principalmente a
população em idade ativa, podendo ser altamente incapacitante e é uma das mais
importantes causas de absenteísmo. É uma das doenças mais comum no mundo ocidental,
vindo a afetar aproximadamente 80 – 85% da população em alguma época da sua vida.
Este problema traz prejuízo para o Estado, para as empresas e para os próprios
trabalhadores. Para o Estado, as despesas recaem sobre a Previdência Social, além de
gastos para o Ministério da Saúde, responsável pelas despesas que incluem
medicamentos, internações, consultas, cirurgias e reabilitação. Considerando a alta
prevalência de casos, ainda são poucos estudos que comparam a efetividade de técnicas
terapêuticas utilizadas para o tratamento de lombalgia. O número de pesquisas
publicadas na fonte de dados Google Acadêmico é significativamente pequeno em
relação à população acometida, seria necessário um aumento de pesquisas para
melhorar cientificamente o conhecimento dos profissionais da área da saúde.
Palavras-chave: Lombalgia; Tratamento conservador; Fisioterapia.
1. Introdução
A finalidade deste estudo é demonstrar técnicas utilizadas como tratamento conservador
em dores lombares, visando à reabilitação e principalmente o repouso a ser seguido pelo
paciente em seu domicilio, posto de trabalho ou ate mesmo durante o lazer, para o sucesso
no tratamento.
A lombalgia constitui um sintoma reconhecido desde os tempos remotos, como no
capitulo 32 do livro Gêneses da Bíblia Sagrada, onde Jacó é a primeira pessoa descrita
que sofria de lombalgia. Hipócrates relatou várias formas de tratamento para as dores
lombosacrais. A causa de dor lombar foi estudada pela primeira vez por Vesálius 1514 –
1564 (MADEIRA, 2002).
A coluna lombar é constituída por um conjunto de vertebras e ligamentos, possuindo
como característica a capacidade de suporta a carga do corpo e as forças gravitacionais
que atuam sobre este. As vertebras lombares, por sua vez, são as mais frequentemente
envolvidas em processos dolorosos, por suportarem a maior parte de carga do corpo.
(HEBERT, 2003 apud Menezes, Mejia 2014).
1
Pós Graduanda em Fisioterapia em Ortopedia e Traumatologia com Ênfase em Terapias Manuais
² Orientadora: Graduada em Fisioterapia; Especialista em Metodologia do Ensino Superior; Mestranda
em Bioética e Direito em Saúde.
1
A lombalgia crônica é um sintoma, e não uma doença, que se caracteriza por dor, a qual
pode ser resultante de causas diversas. Devido a complexidade das lombalgias, podemos
classifica-las etiologicamente como estruturais; traumáticas; musculoesqueléticas;
degenerativas; reumáticas; defeitos congênitos; inflamatórias; neoplásicas; viscerais
reflexas; doenças ósseas; e metabólicas (COSTA; PALMA, 2005 apud ARAÚJO 2014).
No entanto, Silva et al. (2004) entendem que, frequentemente, a dor crônica não decorre
de doenças especificas, mas sim de um conjunto de causas como, fatores sócio
demográficos; comportamentais; exposições ocorridas nas atividades cotidianas entre
outros (SILVA et al., MENEZES 2014)
O termo lombalgia refere-se a dor na coluna lombar.
A lombalgia, conhecida popularmente como dor lombar é um problema de saúde publica,
conforme informações da Organização Mundial de Saúde (2011).
A dor lombar tem como causas intrínsecas as condições: congênitas, degenerativas,
inflamatórias, infecciosas, tumorais e mecânicos-posturais. Esta, também denominada
lombalgia inespecífica, representa, no entanto, grande parte das dores álgicas de coluna
referidas pela população. E as causas extrínsecas, geralmente ocorrendo um desequilíbrio
entre a carga funcional, que seria o esforço requerido para atividades do trabalho e da
vida diária, e a capacidade funcional, que é o potencial de execução para essas atividades.
Além do estresse postural e lesões agudas que causam deterioração de estruturas
(ANDRADE et al., 2005; FAZZI; TOLEDO, 1984).
De acordo com Nascimento (1999), os profissionais especializados desconhecem o
diagnóstico preciso de lombalgia em 80 a 90% dos pacientes; sendo ainda, uma das
maiores causas do afastamento do trabalho nos últimos anos. Estatísticas mundiais à
respeito desta patologia, indicam que 60 a 80% de todos os adultos experimentam,
experimentaram ou experimentarão lombalgia, no decorrer da vida (NASCIMENTO
1999 apud MORAES et al., 2003).
A definição de lombalgia e lombociatalgia aguda é intolerância à atividade causada pela
dor lombar e, às vezes, com reflexos nas pernas, com duração de menos de três meses
(GARCIA FILHO, Reynaldo Jesus et al., 2006).
A lombalgia é um conjunto de manifestações dolorosas que acontecem na região lombar,
decorrente de alguma anormalidade nessa região. Conhecida popularmente como dor nas
costas, é uma das grandes causas de morbidade e incapacidade funcional, tendo incidência
apenas menor que a cefaleia entre os distúrbios dolorosos que mais acometem o homem
(CARVALHO et al., 2009).
Dentre as patologias osteomioarticulares, merece atenção especial e pode ser considerada
como problema de saúde pública devido a alguns fatores: magnitude - abrangência,
transcendência - o custo social do agravo à população e vulnerabilidade - o quanto a
doença pode ser controlada com a adoção de medidas apropriadas (TOSCANO 2001 apud
SILVA, SILVA; 2005).
Segundo estudos tem maior índice no sexo feminino entre 22 e 45 anos de idade.
Entre os fatores de risco, encontram-se os individuais, tais como a falta de
condicionamento físico, a fraqueza dos músculos abdominais e espinhais, o ganho de
peso, a obesidade, a altura e a má postura, e os ocupacionais, como deslocar objetos
pesados, o permanecer sentado por um longo período, o expor-se a estímulos vibratórios
prolongadamente, de forma isolada ou combinada, cada vez mais frequente o
sedentarismo (GUYTON, 2002).
Enquanto Cavalcante et al., relata que o envelhecimento é um processo de mudanças de
cada individuo, e gera a diminuição da plasticidade comportamental, que traduz em
perdas evolutivas e na ampliação da probabilidade de morte. O ritmo como acontece
2
depende do diferente meios da natureza genético-biológica, sócio econômica e
psicológica (NERI apud CAVALCANTE et al., 2014).
Talvez a principal causa da dificuldade de estudar a lombalgia seja a carência de uma
explicação patogênica plausível para a maioria dos casos (BOUTER 1998 apud SILVA
et al., 2005). Fritz 1998 comenta que os pacientes, para os quais não é possível definir
um diagnóstico específico da etiologia da dor lombar, geralmente são diagnosticados
como portadores de lombalgia mecânica.
A desordem musculoesquelética relacionada ao trabalho (DMT) resultante de um evento
ligado à atividade laboral, o que pode levar a perda ou restrição do trabalho (NELSON,
BORK 1996 apud SILVA, SILVA; 2005).
Podendo ser altamente incapacitante e é uma das mais importantes causas de absenteísmo.
Este tipo de dor continua e por longo período de tempo e afeta muitos aspectos da vida,
podendo levar a distúrbios do sono, depressão e irritabilidade (SILVA apud BORGES et
al. 2010).
2. Anatomia
A coluna vertebral é formada por 33 vértebras, cujo conjunto tem a função de apoiar
outras partes do esqueleto. Cada vértebra é constituída de corpo, forame e um processo
espinhoso, um prolongamento delgado da vértebra; e ligada às demais por articulações
denominadas discos intervertebrais. Estes discos são formados por um material fibroso e
gelatinoso, composto por um núcleo pulposo e ânulo fibroso. São eles que dão ao
indivíduo a mobilidade necessária para a locomoção, atuando como amortecedores.
A coluna vertebral tem suas vértebras distribuídas de acordo com a região em que estão:
- cervical (7)
- torácica (12)
- lombar (5)
- sacro (5 vértebras fundidas)
- coccígeas (4 vértebras)
A coluna lombar possui uma curvatura anterior fisiológica, denominada de lordose, a
linha da força de gravidade cruza não só esta curvatura como também a cifose torácica e
a lordose cervical, devendo manter-se equilibradas anterior e posteriormente a esta linha.
O desvio de uma pode desequilibrar as demais como compensação. (KISNER; COLBY,
2009).
3
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed,
2000.
Figura 1 – Coluna vertebral e o número de vértebras por suas regiões
Músculos da coluna e sua função estabilizadora
Músculos
Ação primária
Função estabilizadora
Reto do Abdome (RA)
Oblíquos internos (OI)
oblíquos externos (OE)
Transverso do abdome (TrA)
Flexão de tronco (exercícios
abdominais na posição sentada)
e
A contração bilateral causa
flexão do tronco; OE de um lado
com o OI contralateral causam,
juntos, a rotação diagonal do
tronco com flexão; OE e OI do
mesmo lado causam inclinação
lateral do tronco
Contribui para a rotação
Estabiliza a pelve contra forças
de rotação anterior
Proporciona estabilidade como
cabos de sustentação longos para
as cargas de inclinação posterior
(extensão) sobre a coluna
Controlam cargas externas que
poderiam causar inclinação
posterior ou lateral da coluna
Estabilizam a pelve (com o reto
do abdome) contra forças de
rotação anterior
Contraem-se na manobra de
tencionar a parede abdominal
para tornar a coluna rígida;
aumentam a carga progressiva
Se contraem com o músculo
transverso do abdome para
aumentar a pressão intraabdominal e tencionar a fáscia
toracolombar para diminuir a
carga sobre a coluna
Cria tensão por meio da fáscia
toracolombar e aumenta a
pressão intra-abdominal para
prover estabilidade segmentar
Ativa-se com a manobra de
4
Quadrado do lombo (QL)
Elevação da pelve e inclinação
lateral da coluna
Multífido
Extensão da coluna e rotação
contralateral
Rotadores inter-segmentares e
inter-transversários
Esses músculos são ricos em
fusos musculares e podem
funcionar para a sensação de
posição e movimento vertebral,
mais do que para produzir torque
para o movimento
Extensores primários do tronco;
extensão do tórax sobre a pelve
causando inclinação da coluna
para trás; também há inclinação
lateral e translação posterior das
vértebras
Músculos eretores da espinha
(EE) superficiais (iliocostais,
longos, espinhais)
Iliopsoas (ilíaco e psoas maior)
Músculos flexores primários do
quadril
e
indiretamente
extensores lombares; o músculo
iliopsoas cria uma força de
cisalhamento
anterior
das
vértebras lombares
“encolher a barriga” para dar
estabilidade intrínseca à coluna
Provê estabilidade nos planos
frontal e sagital
Estabiliza as costelas contra a
tração do diafragma durante a
inspiração
As fibras profundas fornecem
estabilidade segmentar para as
vértebras lombares
Estabiliza a coluna contra
momentos de flexão e rotação e
momentos de flexão lateral
contralateral.
Proveem
estabilidade intrínseca e rigidez
segmentar (fibras profundas)
Ativado com as manobras de
“encolher a barriga” e tencionar
a parede abdominal para
estabilização da coluna
Teoricamente, esses músculos
estão posicionados para fazer
pequenos ajustes segmentares de
estabilização
contra
perturbações à postura
Antagonistas à gravidade –
controlam o movimento do
tronco durante atividades de
inclinação para frente
Cabos de sustentação longos que
proporcionam
estabilidade
global ao tronco, respondendo às
cargas externas impedindo que o
tronco ceda
Esse complexo muscular não
funciona como um estabilizador
na postura em bipedestação
normal O músculo ilíaco
estabiliza as articulações da
pelve e do quadril e, portanto,
influi indiretamente na postura
da coluna O músculo psoas
assiste a estabilização da coluna
lombar no plano frontal,
especialmente quando uma carga
pesada é aplicada ao lado
contralateral
Fonte: Kisner, 2009, p: 403 e 404
Tabela 1: Músculos da coluna e sua função estabilizadora
Uma estrutura é estável desde que a linha de
gravidade do centro de massa localiza-se dentro da
base de apoio. A estabilidade é melhorada abaixando
o centro da gravidade ou aumentando a base de apoio.
Os músculos agem como cabos de sustentação
dinâmicos
e
respondem
às
perturbações
proporcionando forças contrárias para o torque da
gravidade, assim como a estabilidade dentro da
5
ADM, de forma que as estruturas inertes não sejam
sobre carregadas (KISNER; COLBY, 2009).
Funcionalmente a coluna vertebral esta dividida nos pilares anterior e posterior.
Fonte: Kisner; Colby. Exercicios Terapêuticos : fundamentos e técnicas p: 424 5ed., 2009.
Figura 2 – Segmento vertebral mostrando (A) a poção anterior que sustenta o peso e absorve choque e (B)
o mecanismo do deslizamento posterior e o sistema de alavanca para as inserções musculares.
Características estabilizadoras dos tecidos inertes na coluna
Estruturas
Características
Limites
Orientação
da
faceta
articular
As facetas da coluna cervical
se orientam se orientam no
plano frontal com angulação
obliqua em direção ao plano
transverso
Facetas da coluna torácica:
coluna superior similar à
coluna
cervical,
facetas
médias e inferiores mais no
plano sagital
Facetas da coluna lombar no
plano sagital com alguma
curvatura no plano frontal
Costelas
Processos espinhosos
Discos intervertebrais
Permite liberdade na inclinação
para frente (flexão) e para trás
(extensão)
A cápsula fica tensa no final da
flexão: as superfícies articulares
se aproximam no final da
extensão
Rotação, inclinação lateral e
inclinação para frente são
permitidas em vários graus pelas
facetas
As facetas não restringem tanto
quanto as costelas e os processos
espinhosos
Inclinação para frente e para trás
são permitidas
Restringem a rotação; a
orientação no plano frontal
proporciona estabilidade no
final da amplitude de flexão
As costelas se aproximam do lado
da concavidade da coluna
vertebral
com
qualquer
movimento
Os processos espinhosos se
aproximam com a extensão;
quanto mais longos os processos,
maior a restrição
Restringem a inclinação para
frente, a inclinação lateral e a
rotação na região torácica
Quanto maior a proporção entre a
espessura do disco e a altura
vertebral, maior a mobilidade
Restringem
a
extensão,
especialmente
na
região
torácica; podem aproxima-se na
região lombar em uma pessoa
flexível
A coluna cervical é a mais
móvel (proporção 2:5)
Coluna lombar (proporção 1:3)
A coluna toracica é a menos
móvel (proporção 1:5)
6
Anel Fibroso
Anéis organizados concêntricos
se comportam de maneira similar
aos ligamentos
Ligamentos
Frouxos no meio da amplitude,
tensos no final dela
Fáscia
toracolombar
(lombodorsal)
O sistema fascial extenso consiste
em varias camadas ao redor do
eretor da espinha e do quadrado
lombar; tem função estática e
dinâmica
Os músculos com elasticidade
normal não causam limitações no
movimento
da
coluna;
normalmente
proporcionam
estabilidade dinâmica e controle
Músculos
Algumas fibras ficam tensas em
qualquer
direção
que
o
seguimento vertebral rodar ou
deslizar
Inclinação para a frente limitada
pelos ligamentos interespinhais
e supra espinhais, ligamentos
capsulares, ligamento amarelo e
ligamento longitudinal posterior
Inclinação para trás limitada
pelo ligamento longitudinal
anterior
Inclinação lateral limitada pelos
ligamentos intertransversários
contralaterais,
ligamento
amarelo e ligamento capsulares
Rotação
limitada
pelos
ligamentos capsulares
Limita o final da amplitude de
inclinação para frente da coluna
lombar
(Ver também a função da
estabilização dinâmica)
Quanto
os
músculos
desenvolvem
contraturas,
restringem
o
movimento
opostos à direção de contração
Fonte: Kisner, 2009, p: 400
Tabela 2: Características estabilizadoras dos tecidos inertes na coluna
3. Metodologia
O presente artigo é uma revisão de literatura, com a utilização de duas (2) base de dados.
A seleção dos artigos foi realizada por um avaliador sendo utilizado o consenso para a
inclusão do artigo à amostra.
Primeiramente o avaliador realizou uma leitura de todos os títulos e as palavras chaves
dos artigos, procurando os critérios de inclusão. Os artigos encontrados foram anotados
quanto aos autores, título e ano em que se encontra.
Foram selecionados artigos que abordassem o tema tratamento conservador, lombalgia,
contendo no titulo ou nas palavras chaves; publicados no site Google Acadêmico durante
o ano de 2014.
E ainda foram selecionados artigos publicados na Revista Fisioterapia Brasil entre os anos
de, 2000 a 2011 que abordassem o tema tratamento conservador, lombalgia, contendo
no titulo ou nas palavras chaves.
Foi realizada uma leitura crítica de todos os artigos selecionados, procurando por
inconsistências metodológicas capazes de excluir o artigo, redigido um resumo crítico
destes, feita uma análise dos resumos e redigido o artigo de revisão de literatura.
Os critérios de exclusão foram artigos que associasse cirurgia e tratamento conservador,
editoriais, cartas e comunicados.
4. Resultados e Discussão
7
De acordo com a revisão realizada, neste ano de publicação na base de dados Google
Acadêmico e Revista Fisioterapia Brasil, a literatura afirma que 50% a 80% da população
serão acometidas em algum momento da vida. Considerando esses dados a mesma
merece ser estudada e tratada sob o ponto de vista epidemiológico, assim, deveria ser
considerada como uma problemática dentro da saúde pública.
Da mesma forma, é necessário maior rigor em pesquisas e estudos que tratem do assunto.
Estipulando critérios específicos e validados cientificamente para pesquisas a serem
realizadas, visando melhorar o embasamento cientifico e até a prática profissional
fisioterapêutica.
Não se pode afirmar, categoricamente, que existe um conjunto de procedimentos
específicos para o tratamento das lombalgias, principalmente as crônicas.
De acordo com Menezes (2014), o tratamento osteopático é realizado pela aplicação de
técnicas especificas para o órgão trabalhado, apresentando resultados imediatos de
redução álgica (COUTO apud MENEZES et al., 2014).
Para Marques, (2008) relata que exercícios de alongamento de músculos, grupos
musculares ou alongamento global tem se mostrado eficiente no tratamento de desvios
posturais e no ganho de flexibilidade, porem a literatura ainda é escassa (MARQUES
apud ALBUQUERQUE et a.l, 2014).
Mas Toscano (2001), ressalta que na
elaboração de um programa de exercícios
com fins de proteção a coluna, seria
importante fortalecer e alongar a
musculatura de MMSS e MMII. Contudo,
não adianta exercitar sem correção de
postura. E mais, talvez mais importante que
prevenir o aparecimento da dor lombar é
evitar que ela volte. Se não houver mudanças
de hábitos, os riscos aumentam causando
cronicidade das dores lombares (TOSCANO
apud ALBUQUERQUE et al., 2014).
“O exercício terapêutico é uma das ferramentas chaves que um fisioterapeuta usa para
restaurar e melhorar o bem estar musculoesquelético do paciente” (KISNER E COLBY
2009).
Os exercícios físicos têm apresentado melhores resultados, pois eles estimulam a
produção de hormônio que controlam a dor, condicionando a musculatura na obtenção de
melhor estabilização da coluna vertebral (SILVA et al., 2001 apud ARAÚJO).
Há divergência quanto a protocolos de tratamento cinesioterápicos, pois existe uma
padronização para o tratamento, onde tem que ser levado em consideração todas as
particularidades de cada paciente. E a partir deste faz-se um plano de tratamento
especifico e adequado para o mesmo.
A Osteopatia é indicada para um melhor funcionamento fisiológico do corpo. Para tanto,
envolve-se com o sistema musculoesquelético, articulações e fáscias, bem como promove
a melhora na circulação, nas funções do sistema nervoso e imunológico, digestivo e
respiratório (RICHARD, 1996 apud MENEZES 2014).
Por sua vez, especialista e estudioso em osteopatia afirmam que a mesma reestabelece o
equilíbrio corporal através de terapia manual e ainda que o corpo seja capaz de fabricar
seus próprios processos curativos contra as doenças.
8
Briganó e Macedo (2005) comparam os
efeitos manuais com a cinesioterapia, em
estudos com pacientes. Onde esses autores
concluíram que essas técnicas apresentam
melhora significativas no quadro álgico das
lombalgias, com diminuição da mobilidade
lombar em indivíduos assintomáticos. A
conclusão que a aplicação de técnicas
manuais é efetiva no alivio imediato da dor
e no aumento da flexibilidade da coluna
vertebral, com irradiações benéficas para os
membros
inferiores
(BRIGANÓ
E
MACEDO 2005 apud MENEZES 2014).
A Quiropraxia inclui ajustamentos espinhais e manipulação de tecidos moles.
A dor lombar é tratada com quiropraxia
através de ajustes específicos nas vertebras
subluxadas, o que estimula o sistema
neuromusculoesquelético pela a ação dos
mecanorreceptores, produzindo relaxamento
muscular, liberando a interferência nervosa e
trazendo, consequentemente, um bom
resultado no alivio dos sintomas,
melhorando a mobilidade local (MANGA
1993 apud CAVALCANTE 2014).
A lombalgia ocupacional na maioria dos casos vem de uma etiologia multifatorial, onde
procura uma única causa ou a principal produtora da lombalgia torna-se uma atividade
extremamente difícil (IGUTI, 2003 apud CABRAL 2014).
Mas devemos levar em consideração os aspectos individuais de cada profissional
acometido, para ter um plano de tratamento efetivo com resultados positivos.
Ainda segundo Pires e Dumas 2008, relatam em seu estudo que o ultrassom de corrente
contínua apresenta um melhor efeito que a pulsada em relação a minimização da dor
(PIRES E DUMAS 2008 apud CABRAL 2014).
Pires e Dumas (2008), consideram que a Fisioterapia é a que tem sido mais evidenciada
para o tratamento das lombalgias, principalmente pela combinação de exercícios com
outros tipos de tratamento, como a eletrotermoterapia (PIRES E DUMAS 2008 apud
MENEZES 2014).
Dentre as técnicas utilizas, ainda considera que as terapias manuais e os exercícios não
específicos continuam sendo os métodos mais utilizados para o tratamento de dores
musculoesqueléticas.
Já o método Isostretching é um alongamento com o objetivo de ganho de flexibilidade e
fortalecimento do corpo, e pode ser executado todos os dias.
Segundo Redondo (2001) relata que os exercícios são realizados em uma posição
vertebral correta (REDONDO 2001 apud SILVA 2014).
Onde se torna com grau de dificuldade elevado para alguns pacientes, pois além da
postura ereta utiliza a expiração e extensão da coluna. Essa postura é complexa por exigir
uma concentração, equilíbrio e estabilidade do paciente.
9
A Acupuntura é um tratamento invasivo e tem como objetivo de tratamento recuperar a
circulação normal do Qi, corrigindo esse desequilíbrio no fluxo de energia.
A dor é um mecanismo protetor, pois ocorre em algum tecido lesionado (GUYTON E
HALL, 2006).
Os distúrbios e lesões dos meridianos, regiões musculares e dos colaterais que suprem a
região lombar também podem levar a dor. Experimentos clínicos comprovam que a
acupuntura tem efeito analgésico satisfatório (MAO-LIANG, 2001 apud SILVA 2014).
A aplicação técnicas ocidentais associadas às técnicas orientais como a Acupuntura
tornou-se bastante usual no tratamento de diversas patologias (FEITAL 2001 apud
SILVA 2014).
A terapia conservadora tem sido a preferida como a primeira escolha de tratamento, cujos
objetivos são de alivio de dor, o aumento da capacidade funcional e o retardamento da
progressão da sintomatologia.
A associação Internacional para o estudo da dor (IASP) define que é uma experiência
sensorial e emocional desagradável. Onde a aplicação do TENS tem como finalidade
modular a sensação álgica em regiões do sistema nervoso central.
Melo et al., (2006) conclui que o TENS é uma modalidade terapêutica não invasiva mais
utilizada em alivio de dor lombar, baseada na liberação de opióides e teoria das comportas
medulares de Melzack e Wall.
Para explicar o mecanismo da ação do
TENS, entretanto a mais aceita é a teoria do
Controle da Comporta da Dor, segundo a
qual,
as
informações
nociceptivas
concorrem com as fibras nervosas que
transmitem os estímulos elétricos artificiais
gerados pelo TENS para os centros
superiores modulando a informação
dolorosa (ABREU et al., 2011 apud
SANTOS 2014).
Para Brasil et al., (2004) diz que as dificuldades de estudo sobre lombalgia, podem ser
mencionados a inexistência de uma fidedigna correlação entre os achados clínicos e os de
imagens dificultando a interpretação (BRASIL et al., 2004 apud SANTOS 2014).
O tratamento da lombalgia é de grande desafio, pois reeducar as tarefas fazendo um
realinhamento postural nas atividades evitando uma nova reincidência (TOSCANO et al.,
2001 apud SANTOS 2014).
5. Conclusão
Considerando as bases de dados, Google Acadêmico e a Revista Fisioterapia Brasil e sua
importância para a fisioterapia, o número de pesquisas publicadas nas mesmas durante o
ano de 2014 no Google Acadêmico e 2001 a 2011 na Revista Fisioterapia Brasil é
considerando pequeno. Faz-se necessário maior número de estudos, assim
proporcionando ao profissional da área da saúde uma base de conhecimento qualificada
e propondo melhor qualidade de vida a população da classe profissional atingida por
lombalgia. Diminuindo gastos com saúde a nível Nacional, das empresas e do próprio
trabalhador.
Da mesma forma, é necessário maior rigor em pesquisas e estudos que tratem do assunto
estipulando critérios específicos e validados cientificamente para pesquisas a serem
realizadas, visando melhorar o embasamento científico e até a prática profissional
fisioterapêutica.
10
Entretanto, existem poucos estudos que relatam comparação de tratamento e técnicas
utilizados para diminuir o quadro álgico fazendo com que não há novos acometimentos
e, consequentemente, uma melhor qualidade de vida ao paciente.
Os tratamentos fisioterapêuticos conservador apresentam resultados e revelam sinais
positivos de alívio das algias. Os recursos terapêuticos usados devem ser observados e
apropriados para cada caso clínico levando em consideração toda a especificidade de cada
paciente individualmente. Isso torna fundamental e eficaz para um tratamento bem
sucedido.
Portanto, a lombalgia é uma das patologias mais estudadas na área médica em questão de
estudo etiológica e sintomatologia clínica in vivo, abrangendo tratamentos conservadores.
E mesmo assim, ainda existem poucas informações de estudos com tratamentos
comparativos em tratamento fisioterapêutico conservador.
6. Referencias Bibliográficas
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alongamento, no alívio das dores lombares, 2014. portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/33/181
ARAÚJO, Anne Karollyne Souto; MEJIA, Dayana Priscila Maia. Atuação cinesioterapêutica nas
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CARVALHO, A. R.; GREGÓRIO, F. C.; ENGEL, G. S. Descrição de uma intervenção
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portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/33/158
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