Lombalgia: terapia conservadora Lucélia Oliveira Silva1 [email protected] Dayana Priscila Maia Mejia² Pós-graduação em Reabilitação em Ortopedia e Traumatologia com Ênfase em Terapia Manual – Faculdade FAIPE SANTARÉM - PARÁ Resumo O presente artigo é uma revisão de literatura. Foram selecionados artigos que abordassem o tema tratamento conservador, lombalgia, contendo no titulo ou nas palavras chaves; publicados no site Google Acadêmico durante o ano de 2014. E ainda foram selecionados artigos publicados na Revista Fisioterapia Brasil entre os anos de, 2000 a 2011 que abordassem o tema tratamento conservador, lombalgia, contendo no titulo ou nas palavras chaves. A lombalgia atinge principalmente a população em idade ativa, podendo ser altamente incapacitante e é uma das mais importantes causas de absenteísmo. É uma das doenças mais comum no mundo ocidental, vindo a afetar aproximadamente 80 – 85% da população em alguma época da sua vida. Este problema traz prejuízo para o Estado, para as empresas e para os próprios trabalhadores. Para o Estado, as despesas recaem sobre a Previdência Social, além de gastos para o Ministério da Saúde, responsável pelas despesas que incluem medicamentos, internações, consultas, cirurgias e reabilitação. Considerando a alta prevalência de casos, ainda são poucos estudos que comparam a efetividade de técnicas terapêuticas utilizadas para o tratamento de lombalgia. O número de pesquisas publicadas na fonte de dados Google Acadêmico é significativamente pequeno em relação à população acometida, seria necessário um aumento de pesquisas para melhorar cientificamente o conhecimento dos profissionais da área da saúde. Palavras-chave: Lombalgia; Tratamento conservador; Fisioterapia. 1. Introdução A finalidade deste estudo é demonstrar técnicas utilizadas como tratamento conservador em dores lombares, visando à reabilitação e principalmente o repouso a ser seguido pelo paciente em seu domicilio, posto de trabalho ou ate mesmo durante o lazer, para o sucesso no tratamento. A lombalgia constitui um sintoma reconhecido desde os tempos remotos, como no capitulo 32 do livro Gêneses da Bíblia Sagrada, onde Jacó é a primeira pessoa descrita que sofria de lombalgia. Hipócrates relatou várias formas de tratamento para as dores lombosacrais. A causa de dor lombar foi estudada pela primeira vez por Vesálius 1514 – 1564 (MADEIRA, 2002). A coluna lombar é constituída por um conjunto de vertebras e ligamentos, possuindo como característica a capacidade de suporta a carga do corpo e as forças gravitacionais que atuam sobre este. As vertebras lombares, por sua vez, são as mais frequentemente envolvidas em processos dolorosos, por suportarem a maior parte de carga do corpo. (HEBERT, 2003 apud Menezes, Mejia 2014). 1 Pós Graduanda em Fisioterapia em Ortopedia e Traumatologia com Ênfase em Terapias Manuais ² Orientadora: Graduada em Fisioterapia; Especialista em Metodologia do Ensino Superior; Mestranda em Bioética e Direito em Saúde. 1 A lombalgia crônica é um sintoma, e não uma doença, que se caracteriza por dor, a qual pode ser resultante de causas diversas. Devido a complexidade das lombalgias, podemos classifica-las etiologicamente como estruturais; traumáticas; musculoesqueléticas; degenerativas; reumáticas; defeitos congênitos; inflamatórias; neoplásicas; viscerais reflexas; doenças ósseas; e metabólicas (COSTA; PALMA, 2005 apud ARAÚJO 2014). No entanto, Silva et al. (2004) entendem que, frequentemente, a dor crônica não decorre de doenças especificas, mas sim de um conjunto de causas como, fatores sócio demográficos; comportamentais; exposições ocorridas nas atividades cotidianas entre outros (SILVA et al., MENEZES 2014) O termo lombalgia refere-se a dor na coluna lombar. A lombalgia, conhecida popularmente como dor lombar é um problema de saúde publica, conforme informações da Organização Mundial de Saúde (2011). A dor lombar tem como causas intrínsecas as condições: congênitas, degenerativas, inflamatórias, infecciosas, tumorais e mecânicos-posturais. Esta, também denominada lombalgia inespecífica, representa, no entanto, grande parte das dores álgicas de coluna referidas pela população. E as causas extrínsecas, geralmente ocorrendo um desequilíbrio entre a carga funcional, que seria o esforço requerido para atividades do trabalho e da vida diária, e a capacidade funcional, que é o potencial de execução para essas atividades. Além do estresse postural e lesões agudas que causam deterioração de estruturas (ANDRADE et al., 2005; FAZZI; TOLEDO, 1984). De acordo com Nascimento (1999), os profissionais especializados desconhecem o diagnóstico preciso de lombalgia em 80 a 90% dos pacientes; sendo ainda, uma das maiores causas do afastamento do trabalho nos últimos anos. Estatísticas mundiais à respeito desta patologia, indicam que 60 a 80% de todos os adultos experimentam, experimentaram ou experimentarão lombalgia, no decorrer da vida (NASCIMENTO 1999 apud MORAES et al., 2003). A definição de lombalgia e lombociatalgia aguda é intolerância à atividade causada pela dor lombar e, às vezes, com reflexos nas pernas, com duração de menos de três meses (GARCIA FILHO, Reynaldo Jesus et al., 2006). A lombalgia é um conjunto de manifestações dolorosas que acontecem na região lombar, decorrente de alguma anormalidade nessa região. Conhecida popularmente como dor nas costas, é uma das grandes causas de morbidade e incapacidade funcional, tendo incidência apenas menor que a cefaleia entre os distúrbios dolorosos que mais acometem o homem (CARVALHO et al., 2009). Dentre as patologias osteomioarticulares, merece atenção especial e pode ser considerada como problema de saúde pública devido a alguns fatores: magnitude - abrangência, transcendência - o custo social do agravo à população e vulnerabilidade - o quanto a doença pode ser controlada com a adoção de medidas apropriadas (TOSCANO 2001 apud SILVA, SILVA; 2005). Segundo estudos tem maior índice no sexo feminino entre 22 e 45 anos de idade. Entre os fatores de risco, encontram-se os individuais, tais como a falta de condicionamento físico, a fraqueza dos músculos abdominais e espinhais, o ganho de peso, a obesidade, a altura e a má postura, e os ocupacionais, como deslocar objetos pesados, o permanecer sentado por um longo período, o expor-se a estímulos vibratórios prolongadamente, de forma isolada ou combinada, cada vez mais frequente o sedentarismo (GUYTON, 2002). Enquanto Cavalcante et al., relata que o envelhecimento é um processo de mudanças de cada individuo, e gera a diminuição da plasticidade comportamental, que traduz em perdas evolutivas e na ampliação da probabilidade de morte. O ritmo como acontece 2 depende do diferente meios da natureza genético-biológica, sócio econômica e psicológica (NERI apud CAVALCANTE et al., 2014). Talvez a principal causa da dificuldade de estudar a lombalgia seja a carência de uma explicação patogênica plausível para a maioria dos casos (BOUTER 1998 apud SILVA et al., 2005). Fritz 1998 comenta que os pacientes, para os quais não é possível definir um diagnóstico específico da etiologia da dor lombar, geralmente são diagnosticados como portadores de lombalgia mecânica. A desordem musculoesquelética relacionada ao trabalho (DMT) resultante de um evento ligado à atividade laboral, o que pode levar a perda ou restrição do trabalho (NELSON, BORK 1996 apud SILVA, SILVA; 2005). Podendo ser altamente incapacitante e é uma das mais importantes causas de absenteísmo. Este tipo de dor continua e por longo período de tempo e afeta muitos aspectos da vida, podendo levar a distúrbios do sono, depressão e irritabilidade (SILVA apud BORGES et al. 2010). 2. Anatomia A coluna vertebral é formada por 33 vértebras, cujo conjunto tem a função de apoiar outras partes do esqueleto. Cada vértebra é constituída de corpo, forame e um processo espinhoso, um prolongamento delgado da vértebra; e ligada às demais por articulações denominadas discos intervertebrais. Estes discos são formados por um material fibroso e gelatinoso, composto por um núcleo pulposo e ânulo fibroso. São eles que dão ao indivíduo a mobilidade necessária para a locomoção, atuando como amortecedores. A coluna vertebral tem suas vértebras distribuídas de acordo com a região em que estão: - cervical (7) - torácica (12) - lombar (5) - sacro (5 vértebras fundidas) - coccígeas (4 vértebras) A coluna lombar possui uma curvatura anterior fisiológica, denominada de lordose, a linha da força de gravidade cruza não só esta curvatura como também a cifose torácica e a lordose cervical, devendo manter-se equilibradas anterior e posteriormente a esta linha. O desvio de uma pode desequilibrar as demais como compensação. (KISNER; COLBY, 2009). 3 Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. Figura 1 – Coluna vertebral e o número de vértebras por suas regiões Músculos da coluna e sua função estabilizadora Músculos Ação primária Função estabilizadora Reto do Abdome (RA) Oblíquos internos (OI) oblíquos externos (OE) Transverso do abdome (TrA) Flexão de tronco (exercícios abdominais na posição sentada) e A contração bilateral causa flexão do tronco; OE de um lado com o OI contralateral causam, juntos, a rotação diagonal do tronco com flexão; OE e OI do mesmo lado causam inclinação lateral do tronco Contribui para a rotação Estabiliza a pelve contra forças de rotação anterior Proporciona estabilidade como cabos de sustentação longos para as cargas de inclinação posterior (extensão) sobre a coluna Controlam cargas externas que poderiam causar inclinação posterior ou lateral da coluna Estabilizam a pelve (com o reto do abdome) contra forças de rotação anterior Contraem-se na manobra de tencionar a parede abdominal para tornar a coluna rígida; aumentam a carga progressiva Se contraem com o músculo transverso do abdome para aumentar a pressão intraabdominal e tencionar a fáscia toracolombar para diminuir a carga sobre a coluna Cria tensão por meio da fáscia toracolombar e aumenta a pressão intra-abdominal para prover estabilidade segmentar Ativa-se com a manobra de 4 Quadrado do lombo (QL) Elevação da pelve e inclinação lateral da coluna Multífido Extensão da coluna e rotação contralateral Rotadores inter-segmentares e inter-transversários Esses músculos são ricos em fusos musculares e podem funcionar para a sensação de posição e movimento vertebral, mais do que para produzir torque para o movimento Extensores primários do tronco; extensão do tórax sobre a pelve causando inclinação da coluna para trás; também há inclinação lateral e translação posterior das vértebras Músculos eretores da espinha (EE) superficiais (iliocostais, longos, espinhais) Iliopsoas (ilíaco e psoas maior) Músculos flexores primários do quadril e indiretamente extensores lombares; o músculo iliopsoas cria uma força de cisalhamento anterior das vértebras lombares “encolher a barriga” para dar estabilidade intrínseca à coluna Provê estabilidade nos planos frontal e sagital Estabiliza as costelas contra a tração do diafragma durante a inspiração As fibras profundas fornecem estabilidade segmentar para as vértebras lombares Estabiliza a coluna contra momentos de flexão e rotação e momentos de flexão lateral contralateral. Proveem estabilidade intrínseca e rigidez segmentar (fibras profundas) Ativado com as manobras de “encolher a barriga” e tencionar a parede abdominal para estabilização da coluna Teoricamente, esses músculos estão posicionados para fazer pequenos ajustes segmentares de estabilização contra perturbações à postura Antagonistas à gravidade – controlam o movimento do tronco durante atividades de inclinação para frente Cabos de sustentação longos que proporcionam estabilidade global ao tronco, respondendo às cargas externas impedindo que o tronco ceda Esse complexo muscular não funciona como um estabilizador na postura em bipedestação normal O músculo ilíaco estabiliza as articulações da pelve e do quadril e, portanto, influi indiretamente na postura da coluna O músculo psoas assiste a estabilização da coluna lombar no plano frontal, especialmente quando uma carga pesada é aplicada ao lado contralateral Fonte: Kisner, 2009, p: 403 e 404 Tabela 1: Músculos da coluna e sua função estabilizadora Uma estrutura é estável desde que a linha de gravidade do centro de massa localiza-se dentro da base de apoio. A estabilidade é melhorada abaixando o centro da gravidade ou aumentando a base de apoio. Os músculos agem como cabos de sustentação dinâmicos e respondem às perturbações proporcionando forças contrárias para o torque da gravidade, assim como a estabilidade dentro da 5 ADM, de forma que as estruturas inertes não sejam sobre carregadas (KISNER; COLBY, 2009). Funcionalmente a coluna vertebral esta dividida nos pilares anterior e posterior. Fonte: Kisner; Colby. Exercicios Terapêuticos : fundamentos e técnicas p: 424 5ed., 2009. Figura 2 – Segmento vertebral mostrando (A) a poção anterior que sustenta o peso e absorve choque e (B) o mecanismo do deslizamento posterior e o sistema de alavanca para as inserções musculares. Características estabilizadoras dos tecidos inertes na coluna Estruturas Características Limites Orientação da faceta articular As facetas da coluna cervical se orientam se orientam no plano frontal com angulação obliqua em direção ao plano transverso Facetas da coluna torácica: coluna superior similar à coluna cervical, facetas médias e inferiores mais no plano sagital Facetas da coluna lombar no plano sagital com alguma curvatura no plano frontal Costelas Processos espinhosos Discos intervertebrais Permite liberdade na inclinação para frente (flexão) e para trás (extensão) A cápsula fica tensa no final da flexão: as superfícies articulares se aproximam no final da extensão Rotação, inclinação lateral e inclinação para frente são permitidas em vários graus pelas facetas As facetas não restringem tanto quanto as costelas e os processos espinhosos Inclinação para frente e para trás são permitidas Restringem a rotação; a orientação no plano frontal proporciona estabilidade no final da amplitude de flexão As costelas se aproximam do lado da concavidade da coluna vertebral com qualquer movimento Os processos espinhosos se aproximam com a extensão; quanto mais longos os processos, maior a restrição Restringem a inclinação para frente, a inclinação lateral e a rotação na região torácica Quanto maior a proporção entre a espessura do disco e a altura vertebral, maior a mobilidade Restringem a extensão, especialmente na região torácica; podem aproxima-se na região lombar em uma pessoa flexível A coluna cervical é a mais móvel (proporção 2:5) Coluna lombar (proporção 1:3) A coluna toracica é a menos móvel (proporção 1:5) 6 Anel Fibroso Anéis organizados concêntricos se comportam de maneira similar aos ligamentos Ligamentos Frouxos no meio da amplitude, tensos no final dela Fáscia toracolombar (lombodorsal) O sistema fascial extenso consiste em varias camadas ao redor do eretor da espinha e do quadrado lombar; tem função estática e dinâmica Os músculos com elasticidade normal não causam limitações no movimento da coluna; normalmente proporcionam estabilidade dinâmica e controle Músculos Algumas fibras ficam tensas em qualquer direção que o seguimento vertebral rodar ou deslizar Inclinação para a frente limitada pelos ligamentos interespinhais e supra espinhais, ligamentos capsulares, ligamento amarelo e ligamento longitudinal posterior Inclinação para trás limitada pelo ligamento longitudinal anterior Inclinação lateral limitada pelos ligamentos intertransversários contralaterais, ligamento amarelo e ligamento capsulares Rotação limitada pelos ligamentos capsulares Limita o final da amplitude de inclinação para frente da coluna lombar (Ver também a função da estabilização dinâmica) Quanto os músculos desenvolvem contraturas, restringem o movimento opostos à direção de contração Fonte: Kisner, 2009, p: 400 Tabela 2: Características estabilizadoras dos tecidos inertes na coluna 3. Metodologia O presente artigo é uma revisão de literatura, com a utilização de duas (2) base de dados. A seleção dos artigos foi realizada por um avaliador sendo utilizado o consenso para a inclusão do artigo à amostra. Primeiramente o avaliador realizou uma leitura de todos os títulos e as palavras chaves dos artigos, procurando os critérios de inclusão. Os artigos encontrados foram anotados quanto aos autores, título e ano em que se encontra. Foram selecionados artigos que abordassem o tema tratamento conservador, lombalgia, contendo no titulo ou nas palavras chaves; publicados no site Google Acadêmico durante o ano de 2014. E ainda foram selecionados artigos publicados na Revista Fisioterapia Brasil entre os anos de, 2000 a 2011 que abordassem o tema tratamento conservador, lombalgia, contendo no titulo ou nas palavras chaves. Foi realizada uma leitura crítica de todos os artigos selecionados, procurando por inconsistências metodológicas capazes de excluir o artigo, redigido um resumo crítico destes, feita uma análise dos resumos e redigido o artigo de revisão de literatura. Os critérios de exclusão foram artigos que associasse cirurgia e tratamento conservador, editoriais, cartas e comunicados. 4. Resultados e Discussão 7 De acordo com a revisão realizada, neste ano de publicação na base de dados Google Acadêmico e Revista Fisioterapia Brasil, a literatura afirma que 50% a 80% da população serão acometidas em algum momento da vida. Considerando esses dados a mesma merece ser estudada e tratada sob o ponto de vista epidemiológico, assim, deveria ser considerada como uma problemática dentro da saúde pública. Da mesma forma, é necessário maior rigor em pesquisas e estudos que tratem do assunto. Estipulando critérios específicos e validados cientificamente para pesquisas a serem realizadas, visando melhorar o embasamento cientifico e até a prática profissional fisioterapêutica. Não se pode afirmar, categoricamente, que existe um conjunto de procedimentos específicos para o tratamento das lombalgias, principalmente as crônicas. De acordo com Menezes (2014), o tratamento osteopático é realizado pela aplicação de técnicas especificas para o órgão trabalhado, apresentando resultados imediatos de redução álgica (COUTO apud MENEZES et al., 2014). Para Marques, (2008) relata que exercícios de alongamento de músculos, grupos musculares ou alongamento global tem se mostrado eficiente no tratamento de desvios posturais e no ganho de flexibilidade, porem a literatura ainda é escassa (MARQUES apud ALBUQUERQUE et a.l, 2014). Mas Toscano (2001), ressalta que na elaboração de um programa de exercícios com fins de proteção a coluna, seria importante fortalecer e alongar a musculatura de MMSS e MMII. Contudo, não adianta exercitar sem correção de postura. E mais, talvez mais importante que prevenir o aparecimento da dor lombar é evitar que ela volte. Se não houver mudanças de hábitos, os riscos aumentam causando cronicidade das dores lombares (TOSCANO apud ALBUQUERQUE et al., 2014). “O exercício terapêutico é uma das ferramentas chaves que um fisioterapeuta usa para restaurar e melhorar o bem estar musculoesquelético do paciente” (KISNER E COLBY 2009). Os exercícios físicos têm apresentado melhores resultados, pois eles estimulam a produção de hormônio que controlam a dor, condicionando a musculatura na obtenção de melhor estabilização da coluna vertebral (SILVA et al., 2001 apud ARAÚJO). Há divergência quanto a protocolos de tratamento cinesioterápicos, pois existe uma padronização para o tratamento, onde tem que ser levado em consideração todas as particularidades de cada paciente. E a partir deste faz-se um plano de tratamento especifico e adequado para o mesmo. A Osteopatia é indicada para um melhor funcionamento fisiológico do corpo. Para tanto, envolve-se com o sistema musculoesquelético, articulações e fáscias, bem como promove a melhora na circulação, nas funções do sistema nervoso e imunológico, digestivo e respiratório (RICHARD, 1996 apud MENEZES 2014). Por sua vez, especialista e estudioso em osteopatia afirmam que a mesma reestabelece o equilíbrio corporal através de terapia manual e ainda que o corpo seja capaz de fabricar seus próprios processos curativos contra as doenças. 8 Briganó e Macedo (2005) comparam os efeitos manuais com a cinesioterapia, em estudos com pacientes. Onde esses autores concluíram que essas técnicas apresentam melhora significativas no quadro álgico das lombalgias, com diminuição da mobilidade lombar em indivíduos assintomáticos. A conclusão que a aplicação de técnicas manuais é efetiva no alivio imediato da dor e no aumento da flexibilidade da coluna vertebral, com irradiações benéficas para os membros inferiores (BRIGANÓ E MACEDO 2005 apud MENEZES 2014). A Quiropraxia inclui ajustamentos espinhais e manipulação de tecidos moles. A dor lombar é tratada com quiropraxia através de ajustes específicos nas vertebras subluxadas, o que estimula o sistema neuromusculoesquelético pela a ação dos mecanorreceptores, produzindo relaxamento muscular, liberando a interferência nervosa e trazendo, consequentemente, um bom resultado no alivio dos sintomas, melhorando a mobilidade local (MANGA 1993 apud CAVALCANTE 2014). A lombalgia ocupacional na maioria dos casos vem de uma etiologia multifatorial, onde procura uma única causa ou a principal produtora da lombalgia torna-se uma atividade extremamente difícil (IGUTI, 2003 apud CABRAL 2014). Mas devemos levar em consideração os aspectos individuais de cada profissional acometido, para ter um plano de tratamento efetivo com resultados positivos. Ainda segundo Pires e Dumas 2008, relatam em seu estudo que o ultrassom de corrente contínua apresenta um melhor efeito que a pulsada em relação a minimização da dor (PIRES E DUMAS 2008 apud CABRAL 2014). Pires e Dumas (2008), consideram que a Fisioterapia é a que tem sido mais evidenciada para o tratamento das lombalgias, principalmente pela combinação de exercícios com outros tipos de tratamento, como a eletrotermoterapia (PIRES E DUMAS 2008 apud MENEZES 2014). Dentre as técnicas utilizas, ainda considera que as terapias manuais e os exercícios não específicos continuam sendo os métodos mais utilizados para o tratamento de dores musculoesqueléticas. Já o método Isostretching é um alongamento com o objetivo de ganho de flexibilidade e fortalecimento do corpo, e pode ser executado todos os dias. Segundo Redondo (2001) relata que os exercícios são realizados em uma posição vertebral correta (REDONDO 2001 apud SILVA 2014). Onde se torna com grau de dificuldade elevado para alguns pacientes, pois além da postura ereta utiliza a expiração e extensão da coluna. Essa postura é complexa por exigir uma concentração, equilíbrio e estabilidade do paciente. 9 A Acupuntura é um tratamento invasivo e tem como objetivo de tratamento recuperar a circulação normal do Qi, corrigindo esse desequilíbrio no fluxo de energia. A dor é um mecanismo protetor, pois ocorre em algum tecido lesionado (GUYTON E HALL, 2006). Os distúrbios e lesões dos meridianos, regiões musculares e dos colaterais que suprem a região lombar também podem levar a dor. Experimentos clínicos comprovam que a acupuntura tem efeito analgésico satisfatório (MAO-LIANG, 2001 apud SILVA 2014). A aplicação técnicas ocidentais associadas às técnicas orientais como a Acupuntura tornou-se bastante usual no tratamento de diversas patologias (FEITAL 2001 apud SILVA 2014). A terapia conservadora tem sido a preferida como a primeira escolha de tratamento, cujos objetivos são de alivio de dor, o aumento da capacidade funcional e o retardamento da progressão da sintomatologia. A associação Internacional para o estudo da dor (IASP) define que é uma experiência sensorial e emocional desagradável. Onde a aplicação do TENS tem como finalidade modular a sensação álgica em regiões do sistema nervoso central. Melo et al., (2006) conclui que o TENS é uma modalidade terapêutica não invasiva mais utilizada em alivio de dor lombar, baseada na liberação de opióides e teoria das comportas medulares de Melzack e Wall. Para explicar o mecanismo da ação do TENS, entretanto a mais aceita é a teoria do Controle da Comporta da Dor, segundo a qual, as informações nociceptivas concorrem com as fibras nervosas que transmitem os estímulos elétricos artificiais gerados pelo TENS para os centros superiores modulando a informação dolorosa (ABREU et al., 2011 apud SANTOS 2014). Para Brasil et al., (2004) diz que as dificuldades de estudo sobre lombalgia, podem ser mencionados a inexistência de uma fidedigna correlação entre os achados clínicos e os de imagens dificultando a interpretação (BRASIL et al., 2004 apud SANTOS 2014). O tratamento da lombalgia é de grande desafio, pois reeducar as tarefas fazendo um realinhamento postural nas atividades evitando uma nova reincidência (TOSCANO et al., 2001 apud SANTOS 2014). 5. Conclusão Considerando as bases de dados, Google Acadêmico e a Revista Fisioterapia Brasil e sua importância para a fisioterapia, o número de pesquisas publicadas nas mesmas durante o ano de 2014 no Google Acadêmico e 2001 a 2011 na Revista Fisioterapia Brasil é considerando pequeno. Faz-se necessário maior número de estudos, assim proporcionando ao profissional da área da saúde uma base de conhecimento qualificada e propondo melhor qualidade de vida a população da classe profissional atingida por lombalgia. Diminuindo gastos com saúde a nível Nacional, das empresas e do próprio trabalhador. Da mesma forma, é necessário maior rigor em pesquisas e estudos que tratem do assunto estipulando critérios específicos e validados cientificamente para pesquisas a serem realizadas, visando melhorar o embasamento científico e até a prática profissional fisioterapêutica. 10 Entretanto, existem poucos estudos que relatam comparação de tratamento e técnicas utilizados para diminuir o quadro álgico fazendo com que não há novos acometimentos e, consequentemente, uma melhor qualidade de vida ao paciente. Os tratamentos fisioterapêuticos conservador apresentam resultados e revelam sinais positivos de alívio das algias. Os recursos terapêuticos usados devem ser observados e apropriados para cada caso clínico levando em consideração toda a especificidade de cada paciente individualmente. Isso torna fundamental e eficaz para um tratamento bem sucedido. Portanto, a lombalgia é uma das patologias mais estudadas na área médica em questão de estudo etiológica e sintomatologia clínica in vivo, abrangendo tratamentos conservadores. E mesmo assim, ainda existem poucas informações de estudos com tratamentos comparativos em tratamento fisioterapêutico conservador. 6. Referencias Bibliográficas ALBUQUERQUE, Marcélia Isabela Souza; MEJIA, Dayana Priscila Maia. Os benefícios do alongamento, no alívio das dores lombares, 2014. portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/33/181 ARAÚJO, Anne Karollyne Souto; MEJIA, Dayana Priscila Maia. Atuação cinesioterapêutica nas lombalgias crônicas, 2014. portalbiocursos.com.br/ohs/.. BORGES, L. J. et al. Frequência de lombalgia em trabalhadores de uma indústria frigorífica. Rev. Fisioterapia Brasil, v. 11, n. 4, p. 265-270 jul/ago 2010. CABRAL, Danielle Pereira; MEJIA, Dayane Priscila Maia. Atuação da fisioterapia no tratamento da lombalgia ocupacional, 2014. portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/33/200 CARVALHO, A. 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