MINAS GERAIS QUARTA-FEIRA, 29 DE AGOSTO DE 2007 - 4 Saúde Baixa umidade do ar provoca doenças Médicos alertam para os cuidados que devem ser tomados nesta época THEREZINHO DE JESUS Irritação de garganta, tosse, boca seca, dificuldades para respirar e dores no corpo. A baixa umidade do ar registrada em Belo Horizonte nos últimos dias está provocando uma corrida aos postos de saúde e hospitais. Sintomas como os citados acima são reclamações freqüentes nos consultórios médicos, segundo o diretor do Hospital Maria Amélia Lins, da Rede Fhemig, Eliazor Caixeta. O médico ressaltou a importância das pessoas se hidratarem, tomando bastante líquido. Segundo o clínico geral e pneumologista Eliazor Caixeta, a baixa umidade do ar também provoca dores na musculatura do corpo, mal-estar e ressecamento das vias aéreas, o que pode provocar sangramento nas narinas. As pessoas têm necessidade de tomar mais líquido, ficam com a respiração cansada e a garganta arranhando. Baixa umidade relativa do ar muda a paisagem de Belo Horizonte e pode fazer mal à saúde Alívio Enquanto o tempo não melhora, as pessoas podem tentar soluções simples e muitas vezes caseiras para aliviar os sintomas. Colocar bacias com líquidos nos quartos, toalhas molhadas ou vaporizadores ajudam a aumentar a umidade do ar no ambiente e aliviam alguns dos sintomas. A prática de exercícios físicos em locais abertos entre 10 e 16 horas deve ser evitada. “Isto pode ser feito no início da manhã ou mesmo no final da tarde”, aconselha Eliazor Caixeta. Molhar as plantas ou aguar o jardim também ajuda a aliviar os sintomas. O médico recomenda ainda que as pessoas usem roupas leves, hidratem a pele de todo o corpo com cremes para evitar que fiquem secas. A alimentação deve ser leve e as pessoas precisam ingerir mais frutas, legumes e verduras. Outra recomendação do médico são os banhos curtos e mais vezes durante todo o dia, e se desejar, também um à noite. Alerta Eliazor Caixeta alerta sobre os riscos da auto-medica- ção, muito comum quando os problemas aparecem. Segundo ele, nada deve ser feito aleatoriamente. “A pessoa não deve se auto-medicar qualquer que seja a situação”, disse, acrescentando que o médico é que vai avaliar os sintomas e indicar tratamento, se necessário. A umidade relativa do ar atingiu níveis críticos na última segunda-feira, registrando 14%. Ontem, subiu para 41%. Para evitar maiores danos, as pessoas devem ter cuidado redobrado e procurar assistência médica, quando os sintomas persistirem. O mesmo cuidado vale para as crianças em qualquer idade. Multivacinação contra pólio vai até sexta-feira As crianças menores de cinco anos podem ser imunizadas contra a poliomielite até a próxima sexta-feira. A vacina está disponível em todos os postos de saúde do Estado, que funcionam diariamente, das 8 às 17 horas. Além da imunização contra a paralisia infantil, é possível, ainda, atualizar o cartão de vacinação, protegendo as crianças de outras doenças. De acordo com o balanço parcial divulgado no site do Datasus, até o início da tarde de ontem, haviam sido vacinadas, em Minas Gerais, 898.151 crianças, representando 54,66% da população menor de cinco anos. A meta da Secretaria de Estado de Saúde é imunizar 95% desse público. Para a campanha de vacinação, 26.500 pessoas e 2.200 veículos estão mobilizados, desde a semana passada. Nesta fase, foram distribuídas, em todo o Estado, 2.080.000 doses da vacina, em 7.346 pos- tos de saúde fixos e volantes. Durante a primeira etapa, ocorrida em junho, 90,7% das crianças foram vacinadas. DIVULGACÃO SAÚDE Prevenção É importante destacar que a imunização das crianças no primeiro ano de vida é fundamental para a prevenção de várias doenças transmissíveis e um dos fatores associados à redução da taxa de mortalidade infantil. A vacina oral contra a poliomielite (VOP) é considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) a única capaz de viabilizar a erradicação global da doença. Apesar da ausência de casos de poliomielite por vírus selvagem no Brasil, a vacinação deve ser priorizada, pois, enquanto a doença não for erradicada de forma universal, há o risco de sua reintrodução no País. Todas as crianças menores de cinco anos devem ser imunizadas