Monografia de ANA PAULA MAYER

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UNIP UNIVERSIDADE PAULISTA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOLOGIA DO TRÂNSITO
ANA PAULA MAYER
FATORES RELEVANTES NA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA EM CONDUTORES
DE VEÍCULOS DE CARGAS PERIGOSAS
MACEIÓ - AL
2013
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ANA PAULA MAYER
FATORES RELEVANTES NA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA EM CONDUTORES
DE VEÍCULOS DE CARGAS PERIGOSAS
Monografia apresentada à Universidade
Paulista/UNIP, como parte dos requisitos
necessários para a conclusão do Curso
de Pós-Graduação “Lato Sensu” em
Psicologia do Trânsito.
Orientador: Prof. Dr. Liércio Pinheiro
de Araújo
MACEIÓ - AL
2013
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ANA PAULA MAYER
FATORES RELEVANTES NA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA EM CONDUTORES
DE VEÍCULOSDE CARGAS PERIGOSAS
Monografia apresentada à Universidade
Paulista/UNIP, como parte dos requisitos
necessários para a conclusão do Curso
de Pós-Graduação “Lato Sensu” em
Psicologia do Trânsito.
APROVADO EM ____/____/____
____________________________________________________
PROF. DR. LIÉRCIO PINHEIRO DE ARAÚJO
ORIENTADOR
____________________________________________________
PROF. ESP. FRANKLIN BARBOSA BEZERRA
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________________
PROF.DR. MANOEL FERREIRA DO NASCIMENTO FILHO
BANCA EXAMINADORA
4
DEDICATÓRIA
Aos meus familiares e amigos
Juliana Lima de Almeida Mayer
Rogério Mayer
Henrique Ubendorfer
Márcia Ap.de Moura Campos
A meu orientador
Prof. Dr. Liércio Pinheiro de Araújo
A meu filho
Pietro Mayer Silva
5
AGRADECIMENTOS
Aos Professores do curso de Pós-Graduação ¨Lato Sensu¨ em Psicologia
do Trânsito, pela orientação serena e pela confiança na realização deste trabalho.
À Transportadora, pela contribuição e apontamentos salientados e a
oportunidade de conhecer melhor seus motoristas.
Aos meus familiares e amigos, pela incansável ajuda presente em minha
vida facilitando este trabalho e em especial aos meus pais pela educação e incentivo
aos estudos.
6
“Tudo posso naquele que me fortalece”
(Filipenses 4:13)
7
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo conhecer os condutores de veículos de carga
perigosa e descobrir fatores de risco que possam envolvê-los no trânsito e discutir
possíveis intervenções e prevenções. A metodologia usada foi uma pesquisa de
campo com seis motoristas de carga perigosa em uma determinada transportadora
na cidade de São Bernardo do Campo/SP. Foi realizada Avaliação Psicológica
utilizando-se instrumentos e técnicas psicológicas tais como, a entrevista e o teste
Palográfico. O levantamento de dados permitiu identificar o nível de produtividade e
algumas características relevantes da personalidade dos motoristas de carga
perigosa que possam envolvê-los em acidentes de trânsito. Concluiu-se que, a
técnica psicológica utilizada neste caso, o teste Palográfico pode ser de grande
contribuição para avaliação da personalidade em motorista de carga perigosa,
podendo obter fatores relevantes, especialmente quando se tem por objetivo da
avaliação psicológica voltada para a segurança no trânsito.
Palavra-chave: Motorista. Carga Perigosa. Avaliação Psicológica.
8
ABSTRACT
This study aims to know the drivers of dangerous cargo and to discover risk factors
that might involve them in traffic and discuss possible interventions and preventions.
The methodology used was a field study with six drivers of dangerous cargo on a
particular carrier in São Bernardo do Campo / SP. Psychological evaluation was
performed using psychological techniques and instruments such as the interview and
test Palográfico. The survey identified the level of productivity and some relevant
features of the personality of drivers of dangerous goods that may involve them in
traffic accidents. It was concluded that the psychological technique used in this case,
the test can be Palográfico large contribution to the evaluation of the personality of
dangerous driver, may obtain relevant factors, especially when it is aimed at the
psychological evaluation focused on traffic safety.
Keyword: Driver. Dangerous Goods. Psychological Assessment.
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES
GRÁFICO 01 – Percentil do (NOR) dos motoristas de carga perigosa.....................36
10
LISTA DE TABELAS
TABELA 01 – Tamanho dos palos............................................................................38
TABELA 02 – Ganchos ou arpões.............................................................................39
TABELA 03 – Margens..............................................................................................40
TABELA 04 – Direção das linhas ou alinhamento.....................................................40
TABELA 05 – Distância entre as linhas.....................................................................41
TABELA 06 – Irregularidades no traçado..................................................................42
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................13
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA..................................................................................16
2.1 História da Psicologia do Trânsito...................................................................16
2.2 A importância da Psicologia do Trânsito.........................................................17
2.3 Definição da Avaliação Psicológica Pericial....................................................19
2.4 Perfil do Motorista que Exerce Função Remunerada.....................................20
2.4.1 O Motorista de Cargas Perigosas..................................................................22
2.4.2 Produtos Perigosos........................................................................................24
2.4.3 Transporte de Produtos Perigosos...............................................................24
2.5 Fatores de Acidentes de Trânsitos Ligados à Personalidade.......................24
2.6 Métodos de Avaliações Psicológicas...............................................................26
2.6.1 A Importância dos Testes Psicológicos........................................................28
2.6.2 Teste Palográfico.............................................................................................29
2.6.3 Entrevista.........................................................................................................30
3 MATERIAIS E MÉTODOS......................................................................................33
3.1 Ética.....................................................................................................................33
3.2 Tipo de Pesquisa................................................................................................33
3.3 Universo..............................................................................................................33
3.4 Sujeitos e Amostra.............................................................................................34
3.5 Instrumentos de Coleta de Dados....................................................................34
3.6 Procedimentos para Coleta de Dados..............................................................34
3.7 Procedimentos para Análise dos Dados..........................................................35
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO..............................................................................36
4.1 Nível de Oscilação Rítima (NOR)......................................................................36
4.2 Tamanho dos Palos............................................................................................37
12
4.3 Gancho ou Arpões.............................................................................................38
4.4 Margens...............................................................................................................39
4.5 Direção das Linhas ou Alinhamento................................................................40
4.6 Distância Entre as Linhas..................................................................................41
4.7 Irregularidades no Traçado...............................................................................42
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................44
REFERÊNCIAS..........................................................................................................47
APÊNDICE.................................................................................................................51
ANEXO.......................................................................................................................52
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1 INTRODUÇÃO
Este trabalho visa à importância do Psicólogo no processo de Avaliação
Psicológica em motorista profissional de carga perigosa. A psicóloga juntamente
com a transportadora, percebeu a necessidade de realizar uma Avaliação
Psicológica no contexto de uma verificação desses profissionais, para um melhor
conhecimento dos mesmos e também para levantamento de fatores relevantes da
personalidade do motorista de carga perigosa com a intenção de prevenção de
acidentes.
O CONTRAN (1998), estabelece ao candidato para renovação de categoria
para quem exerce função remunerada passem por seguintes procedimentos de
avaliação psicológica e médica. O procedimento ajuda fornecer informações do
condutor visando diminuir possíveis acidentes de trânsito.
Além de profissionais que ganham a vida nas estradas, é alto também o
índice de acidentes com motoristas que estão despreparados e apresentam
comportamentos inadequados no trânsito porque à muito tempo não se submetem à
uma avaliação psicológica, pois não é obrigado por lei. De acordo com o Código
Nacional de Trânsito em vigor a avaliação psicológica é feita somente quando a
pessoa vai tirar a Carteira Nacional de Habilitação, mudar de categoria ou adicionar
uma categoria e quando exerce atividade remunerada vinculada ao veículo. Então,
uma pessoa que não se enquadra nessas condições fica anos e anos sem uma
avaliação para detectar se há algum problema de ordem emocional, intelectual ou de
atenção; e assim, circulam nas vias públicas legalmente. No entanto, apesar de não
sofrerem nenhuma punição por lei, podem sofrer punição pela própria vida ou pela
morte de pessoas queridas.
Hoje em dia o Departamento Nacional de Trânsito acredita na necessidade do
credenciamento de clínicas especializadas na Avaliação Psicológica Pericial no
contexto do trânsito, determinando que a avaliação dos futuros condutores já
habilitados em situação de mudança de categoria, reabilitação e para quem exerce
função remunerada ficaria a critério rigoroso de um psicólogo especializado na
Psicologia do Trânsito com título de Especialista Psicólogo Perito Examinador do
Trânsito, para que a avaliação psicológica seja mais criteriosa para avaliar o
condutor.
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Nos últimos dez anos, foram criados diversos instrumentos psicológicos para
avaliar e mensurar determinados traços, fatores e até mesmo características sendo
elas patológicas ou não de uma amostra do comportamento, assim facilitando a
construção de hipóteses e diagnóstico e levantamento de um perfil de
personalidade, conforme a resposta emitida pelo sujeito a ser avaliado.
Sendo assim, esse trabalho propõe uma reflexão sobre a importância da
avaliação psicológica periódica para todos os motoristas de cargas perigos, uns em
condições adequadas, outros em estados emocionais péssimos, sem terem
nenhuma orientação do que sentem e do que pode lhe acontecer.
Então se faz necessário a avaliação psicológica periódica para acompanhar todos os
motoristas de carga perigosa que circulam nas vias dando-lhe condições seguras de
dirigir diminuindo consideravelmente os acidentes e conseqüentemente as vítimas
de trânsito.
Considerando que a saúde é um bem estar físico, psíquico e social (de
acordo com a OMS), se a pessoa está doente psiquicamente, ou seja, se seu
raciocínio está confuso, se a personalidade está desequilibrada ou se está
desatenta, isso indica um estado de doença psíquica, sem ajuda profissional
adequada, poderá perder a vida em um acidente de trânsito.
Sendo assim, é imprescindível a Avaliação Psicológica periódica para todos
os motoristas de carga perigosa que circulam nas vias, pois é uma questão de
prevenção à acidentes e conseqüentemente a morte. Da mesma forma que a vacina
é a prevenção à doença, a Avaliação Psicológica é a prevenção à acidente.
Através da Avaliação Psicológica é possível detectar se a pessoa passa por
dificuldades emocionais e como ela reage à essas dificuldades e à partir daí orientála para resolver o problema.
Para analisar a validade desse trabalho, foram avaliados seis motoristas de
carga perigosa numa transportadora na cidade de São Bernardo do Campo, esses já
atuam na transportadora entre período de 1999 a 2012, com o intuito de verificar
fatores relevantes da personalidade e produtividade desses motoristas. Utilizou-se à
aplicação do teste Palográfico e uma entrevista individual, em um dado período do
ano de 2012
O presente trabalho tem como objetivo realizar um levantamento de dados
através de entrevista individual e aplicação do teste palográfico, esse tendo por
finalidade detectar as maiores dificuldades encontradas no trânsito pelo condutor de
15
carga perigosa e também características relevantes da personalidade que possam
ser identificadas através da Avaliação Psicológica.
Pretende-se, desta forma, destacar a importância da Avaliação Psicológica
através de levantamento de dados de sua condição psíquica e de enfrentamento no
trânsito como provedora de subsídios para uma intervenção que vise à segurança
no Sistema Nacional de Trânsito.
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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Histórias da Psicologia do Trânsito
Primeiramente precisamos entender o que é o trânsito, para a autora
Rozestraten (1988) o trânsito é um conjunto de deslocamentos nas vias públicas
acoplada por um sistema convencional de normas, desde o carrinho de bebê,
bicicleta, carro, moto, ônibus, carroça, pedestres e entre outros. Ela define a
Psicologia do trânsito como sendo uma área que estuda métodos através de
métodos científicos, sendo esses os comportamentos humanos no trânsito, os
fatores e processos internos e externos, conscientes e inconscientes, que os
provocam e/ou alteram.
Sendo assim, o profissional que atua na área da psicologia do trânsito,
investiga os comportamentos humanos no trânsito, seus fatores e processos
internos e externos, conscientes e inconscientes que provocam e o alteram.
Segundo Hoffman et al (2001), o ano de 1962 marcou a área devido à criação de
uma lei federal que passou a exigir a realização de exame psicotécnico por todas as
pessoas que solicitarem a carteira de motorista.
Silva e Gunther (2009) relatam que, nas décadas de 1940 e 1950, as
autoridades
buscaram
desenvolver
medidas
preventivas,
sendo
elas,
a
obrigatoriedade da seleção médica e psicotécnica, as quais tinham por finalidade
restringir o acesso ao volante das pessoas consideradas propensas se envolverem
em acidentes de trânsito.
Então, observa-se uma preocupação em traçar um perfil psicológico do
motorista. Campos (1951) explica que entender o que leva um motorista a cometer
acidentes e quais os fatores psicológicos que o justificam, naquela época, ainda
faltavam provas cientificas que nos dessem a certeza de uma característica,
psicológica ou não, embora existissem muitas teorias explicando-as. Entretanto,
conforme sugere Silva e Gunther (2009), a necessidade de ampliação de Psicologia
do Trânsito, baseada inicialmente na avaliação psicológica para exames de
habilitação dos motoristas, se faz presente, marcada pela importância da reflexão
dos principais conceitos relacionados à área, envolvendo cada vez mais os
profissionais na análise de aspectos até então pouco considerados, tais como os
comportamentos de risco.
17
O caderno de Psicologia do Trânsito e Compromisso Social do Conselho
Federal de Psicologia estabelece diretrizes para a normalização da avaliação
psicológica e emissão de laudos com conclusões do processo realizado, com o
objetivo de qualificar a prestação desse serviço.
2.2 A importância da Psicologia do Trânsito
É importante ressaltar a necessidade de uma adequada condição pessoal e
estrutura psicológica dos portadores da CNH para o exercício da atividade de
conduzir veículos, sendo necessário e importante ter condições de perceber e reagir
adequadamente aos estímulos percebidos, e que deficiências sensoriais, transtornos
mentais ou comprometimentos motores podem prejudicar reações que se fazem
necessárias quando da execução da atividade de dirigir. A aprendizagem prévia dos
sinais e de leis e normas de trânsito são consideradas relevantes a essa adequada
condição de exercício de condução veicular (LAMOUNIER & RUEDA, 2005).
Sendo assim, a capacidade relacionada ao estar atento no contexto de
trânsito é definida como uma função psicológica denominada atenção difusa, ou
seja, a capacidade de monitorar e selecionar aspectos relevantes dentre outros que
não são relevantes, permitindo um estado de alerta para possíveis indícios de
perigo. Em conseqüência a isso, e uma vez encontrado, tais indícios, os condutores
tendem a utilizar os aspectos denominados de atenção concentrada, ou seja,
focalizando o estímulo e considerando outros fatores, tais como, movimentos e
demais estímulos presentes no meio ambiente (SHINAR, 1978).
Para que ocorra um dado no monitoramento de determinados estímulos e
possuindo as informações perceptivas, o indivíduo tende a processá-las e o
processo que ocasionará a reação ocorrerá pela identificação e atribuição desse
estímulo, os quais serão acionados por componentes da memória (de informações e
conhecimentos já aprendidos, principalmente, no que se refere às normas de
trânsito). Sumariando, a reação a esta situação envolve a aprendizagem, ou seja,
em virtude da prática e/ou experiência em determinada situação, além de outros
aspectos de caráter psicológico, tais como, a emoção, a motivação, a atitude e a
personalidade (ROZESTRATEN, 1988).
Percebe-se que dentro da avaliação Psicológica para o Trânsito, onde é
avaliado e observado o comportamento do candidato e algumas características de
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personalidade e com isso saber se o comportamento avaliado é apto ou não para
adquirir a permissão para dirigir. Nesse processo é colocado em prática pelo futuro
condutor o que foi aprendido o que é conhecido por suas experiências de vida, ou
seja, seu comportamento.
Ainda estudos realizados na área da Psicologia de Trânsito têm contribuído
para uma melhor compreensão da influência das características psicológicas e
comportamentais dos motoristas e o risco de se envolverem em acidentes. Em seu
estudo, Blasco (1994) percebeu que as causas dos acidentes de trânsito tem
demonstrado acentuada relação à falha humana, ou seja, falta de recursos
individuais em lidar com determinadas situações.
É notado em algumas situações de trânsito o comportamento de alguns
condutores, percebido e provado que o grande problema nos acidentes esta
relacionado a falha humana, ou seja, ao comportamento. E dentro destes
comportamentos sabemos que eles podem mudar diante de algumas situações e
acontecimentos.
Outras
causas
apontadas
são
as
mecânicas,
e
como
conseqüência de situações adversas, tais como, condições climáticas e físicas de
vias e rodovias, condições dos veículos, dentre outras.
Esses autores ainda informam que, as condições e estados do motorista
como causas humanas indiretas, afetam de modo negativo a habilidade dele em
realizar as funções do processamento da informação, importante para um
desempenho adequado e seguro da atividade de dirigir. Enumeram, assim, as três
principais fontes de causas de acidentes, relacionadas às condições e estadas
físicos e fisiológicas, aos mentais e emocionais, e às condições de experiência e
familiaridade com esta atividade.
No que diz respeito às capacidades intelectuais, tais como atenção e
memória, Treat e cols. (1977) também atribuem estas como condições essenciais e
que
podem
afetar
as
fases
dos
processos
psicológicos
envolvidos
no
comportamento de trânsito. Esses autores acrescentam que outras condições
constituídas por estados emocionais de diversos tipos podem estar presentes, por
exemplo, raiva, estresse, ansiedade, agressividade, pressa, angustia, dentre outras.
Assim, o ato de dirigir está diretamente relacionado às habilidades motoras,
conhecimento de normas e regras e, principalmente, às habilidades cognitivas
(STRADLING, PARKER, LAJUNEN, MEADOWS & XIE, 1998).
19
Essas informações reforçam o que percebemos diariamente nas rodovias,
avenidas e ruas das grandes e pequenas cidades. Os condutores podem dirigir de
acordo com o seu estado mental e esse estado é passado na forma de conduzir o
veiculo. Em outras palavras se o condutor tiver nervoso ele conduzira o veiculo de
forma agressiva e assim sucessivamente. E mais uma vez percebemos a
importância da Psicologia do Transito na avaliação é possível observar se o
candidato tem um nível mental adequado para lidar com frustrações, irritações e
outras questões relacionadas ao seu comportamento.
Na avaliação psicológica de trânsito, as investigações dos fenômenos
psicológicos, ou seja, das capacidades gerais bem como das específicas do
indivíduo, são de suma importância, pois proporcionaram indicadores para a tomada
de decisão em relação às condições desse indivíduo em estar apto ou não para
dirigir um veículo.
Segundo Lezak (1995) os fenômenos psicológicos, especificamente as
funções psicológicas, são entendidas como as funções superiores do ser humano,
as quais se referem a diferentes aspectos ou processos mentais, incluindo a
atenção, memória, sensação, percepção, entre outros processos. Nesse sentido, os
processos mentais são concebidos como organizados com base em sistemas
funcionais (ARDILA & OSTROSKY-SOLÍS, 1996; LURIA, 1979), sendo responsáveis
por inúmeras operações e manifestações do indivíduo (LEZAK, 1995; NITRINI,
1996).
Brickenkamp (2002) aponta que a investigação da capacidade psicológica
pode ser realizada por processos básicos, como o controle emocional.
2.3 Definições da Avaliação Psicológica Pericial
Primeiramente, Avaliação, em Psicologia, refere-se à coleta e interpretação
de informações psicológicas, resultantes de um conjunto de procedimentos
confiáveis que permitam ao Psicólogo avaliar o comportamento. Aplica-se ao estudo
de casos individuais, de grupos ou de situações.
Estes devem apresentar-se com alto grau de precisão e validade,
procedimento com regras e situações bem definidas.
Na utilização da Avaliação Psicológica para o trânsito, esse processo tem sido
denominado ¨Exame Psicotécnico¨. Porém, com a publicação do novo Código
20
Brasileiro de Trânsito de 1998, o termo foi substituído por ¨Avaliação Psicológica
Pericial¨. Desde então, duas importantes mudanças ocorreram: as avaliações
somente poderiam ser realizadas por psicólogos peritos de trânsito e a exigência de
que possuíssem Curso de Capacitação para Psicólogo Perita Examinador de
Trânsito, sendo obrigatório para todo profissional responsável pela avaliação
psicológica (GOUVEIA et al, 2002).
Segundo o Código de Trânsito Brasileiro no capítulo XIV, os requisitos para o
candidato adquirir à CNH são necessários, saber ler e escrever, possuir carteira de
identidade e ou ter 18 anos. O candidato será avaliado por meio de exames que
comprovarão sua aptidão. Atualmente para a realização dessa avaliação, os
psicólogos precisam ter o título de especialização em Psicologia do Trânsito,
regulamentado pelo Conselho Federal de Psicologia.
Essa exigência, explicitada nas Resoluções do Conselho Nacional de Trânsito
(CONTRAN) numero 267/08 e numero 283/08, as quais estabelecem critérios para o
credenciado de psicólogos que a partir de 15/02/2013 não poderão atuar sem o
título, na qual aponta, em seu art. 18 – III, a resolução de numero 267/8, com nova
redação dada pela Resolução de numero 283/08. Sendo assim, a Psicologia do
Trânsito se afirma, como uma especialização da Psicologia (DIÁRIO OFICIAL,
2008).
2.4 Perfil do motorista que exerce função remunerada
A resolução de número 12, de 20 de dezembro de 2000, do CFP, instituiu um
Manual para avaliação psicológica de candidatos à CNH de condutores de veículos
automotores. Nessa Resolução, informa-se que a avaliação psicológica é uma
função privativa do psicólogo e que, a avaliação em psicologia, refere-se à coleta e
interpretação de informações psicológicas, resultantes de um conjunto de
procedimentos confiáveis que permitam ao profissional psicólogo avaliar o
comportamento. Ainda nesse manual, há a definição do perfil do candidato à CNH e
do condutor de veículos automotores, ou seja, o perfil profissiográfico dos dois tipos
de condutores, aquele condutor que utiliza o automóvel para locomoção, como
facilitador de sua vida, e o outro que sobrevive como condutor, exercendo atividade
remunerada. Entretanto, a própria resolução mostra a impossibilidade de
21
estabelecer perfil diferenciado para condutores amadores e profissionais (CFP,
2000b).
Logo, deve-se considerar para o perfil psicológico, o nível intelectual, visto
como a capacidade de analisar, sintetizar e de estabelecer julgamento diante de
situações problemáticas, sendo esse realizado somente para os condutores de
categorias C, D, E, categorias consideradas profissionais, em que o condutor exerce
atividade remunerada. Ainda, no processo avaliativo, aferir o nível de atenção, nível
psicomotor e a personalidade. Observa-se que apesar de propor uma definição do
perfil do condutor, existem várias lacunas que podem ser preenchidas com
pesquisas empíricas e estudos dos profissionais que atuam em clínicas
especializadas para a avaliação psicológica de condutores a fim de adequar esse
perfil a realidade. Além da definição do perfil profissiográfico, a Resolução cita os
instrumentos psicológicos, como questionários, entrevistas, observações de
situações, técnicas de dinâmica de grupo e testes psicológicos, entre outros (CFP,
2000).
Essa resolução foi revogada pela resolução 07/2009, que trata do conceito de
avaliação psicológica, as habilidades mínimas do candidato à Carteira Nacional de
Habilitação, dos instrumentos de avaliação psicológica, sua aplicação, mensuração,
ponderação e resultado. Vale ressaltar, que a resolução trata da avaliação
psicológica no trânsito, e como tal, deve ter conclusões pautadas em base cientifica
reconhecida e ser um processo conclusivo.
As técnicas da avaliação psicológica utilizadas pelos psicólogos do trânsito
têm como seguro exercício da atividade (remunerada ou não) de conduzir um
veiculo automotor, para tentar garantir segurança do condutor, do trânsito e dos
demais envolvidos (CFP, 2000). Assim se tem feito uso dos testes psicrométricos
como recurso para predizer a habilidade para dirigir, especialmente para prever a
probabilidade de um individuo se envolver em acidentes (GROEGER, 2003).
A resolução conceituava avaliação psicológica como o processo técnico cientifico de coleta de dados, por meio de estratégias psicológicas como método,
técnicas e instrumento, estudos e interpretação dessas informações a respeito dos
fenômenos psicológicos. Esses dados devem ser resultantes da relação do individuo
com a sociedade e devem ser considerados e analisados o contexto histórico e
social e seus efeitos no psiquismo. A finalidade desse resultado serve para atuar
não somente sobre a pessoa, mas na modificação desses condicionantes que
22
operam desde a formulação da questão até a conclusão de avaliação psicológica
(CFP, 2009).
O texto contido na resolução do Conselho Federal de Psicologia n° 012/2000,
que se constituiu em uma tentativa de sistematização mais objetiva das
características do condutor submetido à avaliação pericial, a qual recomenda ao
psicólogo selecionar, dentre os testes disponíveis, aqueles que julgarem adequados,
desde que atendam aos critérios psicométricos que garantam sua validade e
precisão.
A avaliação parcial para o trânsito considera como principio o fato de que
conduzir um veículo não é um direito do cidadão, mas uma concessão, que pode ser
feita desde que ele atenda a diversos critérios, como ter condições físicas e
características psicológicas adequadas às categorias da Carteira Nacional de
Habilitação (conforme a complexidade e o tipo de veiculo), conhecer as leis de
trânsito e ter noções de mecânica e domínio veicular (GOVERNO FEDERAL, 1998).
2.4.1 O Condutor de Veículos de Carga Perigosa
Os motoristas que atuam no transporte de produtos perigosos devem
obrigatoriamente estar habilitado para na categoria “E”, sendo assim podendo
conduzir veículos automotores se refere à veículos articulados com unidade
tracionada acima de 6000kg/trailer. É a chamada carreta (veículo articulado, cavalo
mecânico, reboque ou semi reboque) utilizado para transportes de mercadorias de
qualquer espécie ou de pessoas em situações especiais.
Também se faz a exigência do curso de Movimentação de Produtos
Perigosos (MOPP). A avaliação de aprendizagem inclui a identificação dos rótulos
de riscos e painel de segurança, os quais identificam o tipo de produto e grau de
periculosidade da carga transportada. Os motoristas devem demonstrar domínio em
relação às técnicas relativas à guarda e fiscalização dos Equipamentos de Proteção
Individual (EPIs), de tal forma que sejam garantidas as condições adequadas de
uso. Além disso, o motorista deve demonstrar habilidade em relação ao manuseio
do produto que transporta e verificação das condições mínimas de segurança dos
veículos. Ao final do curso o motorista com rendimento satisfatório recebe o
certificado de aprovação.
23
Segundo a Polícia Rodoviária Federal (2007) muitos dos motoristas
envolvidos em acidentes com transporte de carga/produtos perigosos estavam com
certificados de aprovação vencidos e/ou falsos. Neste contexto, verifica-se que os
mecanismos de fiscalização devem ser ampliados e melhorados. A fiscalização deve
ser efetiva, incluindo-se a aplicação das multas e cassação da carteira de motorista
conforme a gravidade da infração. Embora as medidas de prevenção de acidentes
de trânsito mais eficazes sejam aquelas voltadas às modificações do meio ambiente
(incluindo a indústria automobilística e legislação eficiente), não se pode,
atualmente, com as atuais taxas de mortalidade por acidentes de trânsito, prescindir
de medidas que visem, também, modificações positivas nos comportamentos dos
indivíduos (ABASSI, 2002).
O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) determina em seu Artigo 320 que "a
receita arrecadada com a cobrança das multas de trânsito será aplicada,
exclusivamente, em sinalização, engenharia de tráfego, de campo, policiamento,
fiscalização e educação de trânsito". No entanto, a ausência de uma definição
quanto aos percentuais para investimento em cada área faz com que a importância
das campanhas de orientação acabe sendo subestimado, o que é lamentável. Esse
é um dos aspectos para o qual o CTB perdeu a oportunidade de colaborar, ajudando
a criar uma nova mentalidade sobre a relação das pessoas com o veículo
(GUIMARÃES JUNIOR, 2006).
Essa atividade do profissional de carga perigosa é considerada um trabalho
árduo, difícil, trabalhoso, incômodo, doloroso, rude, fatigante e que exija constante
atenção e vigilância acima do comum.
A jornada de trabalho também deve ser levada em consideração por
potencializar os danos à saúde devido ao stress e à fadiga. Muitos motoristas
admitem não se alimentarem e dormirem direito, pois tem prazo para entregar da
carga. As reações adversas são: tremor, irritabilidade, fraqueza, tensão, insônia,
ansiedade, dor de cabeça, hipertensão e entre outros.
Sendo
assim,
conseqüentemente
pela
crescente
agressividade
dos
motoristas provocada por distúrbios emocionais, as preocupações diárias e horárias
a serem cumpridos conduzem o indivíduo à irritabilidade e à agressividade. Além de
serem um risco potencial aos acidentes de trânsitos, estes também podem gerar
conseqüências nocivas à saúde como o stress.
24
2.4.2 Produtos Perigosos
Produto perigoso é uma substância encontrada na natureza ou produzida por
qualquer processo que possua propriedades fisico-químicas, biológicas ou
radioativas que representem riscos para a saúde das pessoas, para a segurança
pública e para o meio ambiente, conforme relacionado na Resolução nº. 420/04, da
Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT). São exemplos de produtos
perigosos os inflamáveis, explosivos, corrosivos, tóxicos, radioativos e outros
produtos químicos que, embora não apresentem risco iminente, podem, em caso de
acidentes, representarem uma grave ameaça à população e ao meio ambiente.
2.4.3 Transporte de Produtos Perigosos
Segundo o Decreto n° 96.044, de 18/05/1988 (BRASIL, 1998), o transporte
produtos perigosos é o deslocamento de um local para outro, independentemente da
distância a ser percorrida. Esse decreto e a Resolução nº. 420 de 12/02/04 (BRASIL,
2004) da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) estabelecem as
instruções complementares ao regulamento do transporte terrestre de produtos
perigosos. Esse decreto disciplina o transporte, pelas rodovias brasileiras e nas vias
públicas, de produtos perigosos e que representem riscos para a saúde das
pessoas, para a segurança pública ou para o meio ambiente.
2.5 Fatores de acidentes de trânsitos ligados à personalidade
Todos já viram em noticiários de televisão os acidentes cometidos por
motoristas que não se importam com as normas de trânsito. Freqüentemente a
história do comportamento anti-social é relacionada com acidentes de trânsito.
A Fadiga também é uns dos fatores propícios para um acidente de trânsito, no
fim do expediente é maior que no início do dia. A maneira mais segura de combater
a fadiga ao volante é encostar o veículo em lugar seguro e dormir um pouco.
As drogas é qualquer substância que, absorvida por um organismo vivo, pode
modificar uma ou mais funções. Para evitar acidentes de trânsito motivados por
drogas é necessário evitar o uso de drogas que diminuem a atenção, que causam
25
sonolência, que perturbam a percepção ou diminuem a rapidez nas reações
motoras.
Um dos mais agravantes de acidentes fatais mais falados hoje em dia em
noticiários é o consumo de álcool. As conseqüências do álcool são múltiplas. Causa
na grande maioria uma desinibição que propicia a aceitação de um nível de risco
superior ao normal. Também ocorre uma deterioração da vigilância e da atenção,
bem como das capacidades visuais e do julgamento perceptivo de velocidade e de
distâncias. São afetadas, além disso, as capacidades cognitivas necessárias para o
processamento de informações e, por fim há um aumento no tempo de reação e
debilitação das capacidades envolvidas na coordenação sensório-motora.
O Diário Oficial da União publicou dia 20 de junho de 2008 a Lei nº 13 que
aumenta punição para quem dirige alcoolizado. O motorista não pode ter nenhum
teor de álcool no sangue. Pela nova Lei passa a ser obrigatório também o teste do
bafômetro, antes opcional. Se o motorista se recusar a fazer o teste, ele sofre as
mesmas sanções aplicadas ao motorista embriagado, ou seja, multa de R$ 955,00 e
perda da Carteira Nacional de Habilitação.
A doutora em Engenharia de Transportes Ieda Lima apresentou no Sétimo
Seminário Brasileiro do Transporte Rodoviário de Cargas, realizado no dia
23/05/2007, na Câmara dos Depurados, dados que provam que o Brasil gasta por
ano R$ 7,7 bilhões com as conseqüências de acidentes envolvendo caminhões de
carga. Por dia, cerca de 400 motoristas de caminhão são envolvidos em acidentes.
Um dos principais motivos é a jornada de trabalho ininterrupta do motorista. A
pesquisa mostra que em 15% dos acidentes nas rodovias federais, os motoristas
estavam dirigindo por mais de quatro horas. Nestas, os acidentes com caminhões
são 35% do total; 5% deles fatais.
De acordo com a revista CAMINHONEIRO de novembro de 2010 muitas
horas ao volante, mínimo tempo para descansar e de se alimentar adequadamente
são alguns fatores que afetam a saúde do profissional do volante. Os problemas
mais comuns são os relacionados à pressão arterial alta, colesterol, stress e coluna,
de acordo com pesquisa da revista.
A revista cita ainda que é dentro de uma cabine, que ele trabalha, se alimenta
e dorme, sem as condições de higiene necessárias em relação ao sono, à confecção
de seu alimento, na eliminação dos despojos, na higiene corporal, sem o lazer:
26
isolado e confinado em ambiente tão restrito e hostil para tal, e mais, submetido às
doenças endêmicas e tropicais por onde circula.
As doenças primárias ou pré-existentes com hipertensão arterial, diabetes,
distúrbios de colesterol, triglicérides, doenças respiratórias e cardiocirculatórias e
muitas outras estão presentes no universo dos motoristas.
As atitudes incorretas que comprometem a saúde como o uso de álcool,
tabaco, alimentação inadequada, privação do sono, rebite, excesso de horas
trabalhadas e outros são fatores importantes que comprometem e levam ao
desequilíbrio orgânico e, conseqüentemente, às doenças.
Não bastasse tudo isso, outros componentes ocupacionais participam do dia
a dia desse trabalhador concorrendo para as doenças ocupacionais, com as perdas
auditivas, zumbido nos ouvidos, dores musculares difusas e localizadas,
degeneração da coluna vertebral, varizes de membros inferiores, tendinites, artrites,
40 doenças respiratórias e outras. Segundo Dr. Dirceu Rodrigues Alves Júnior,
diretor de Comunicação e do Departamento de Medicina Ocupacional da ABRAMET
(Associação Brasileira de Medicina de Tráfego), esses problemas vem da falta de
liberdade diante das opressões, assim como essas características de condições
subumanas de vida e de trabalho são imposições de chefias, gerências, tanto do
remetente com do destinatário. É a saúde física, mental e social comprometida, pois
de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) a saúde é o bem estar
físico, mental e social, o que não se vê nessa atividade.
De acordo com Dr. Dirceu Rodrigues, os caminhoneiros não gozam de plena
saúde. Muitos fatores de risco caracterizados principalmente pelo ruído, vibração,
variações térmicas, gases, vapores, fuligem, trabalho repetitivo, exposição à
microorganismos, produtos químicos, acidentes, stress psicológico e social formam
uma malha fina envolvendo o homem. “A saúde é o elemento essencial na direção
veicular”, diz o doutor.
2.6 Métodos de Avaliações Psicológicas
A Avaliação Psicológica Pericial para a obtenção da Carteira Nacional de
Habilitação (CNH) tem sido realizada levando-se em consideração que conduzir um
veículo não é um direito do cidadão, de tal sorte que deve ser compreendida como
uma concessão (NORONHA et al., 2006).
27
Não obstante, para a obtenção dessa concessão é necessário que o
possuidor seja imputável penalmente, como também tenha condições físicas,
apresentar características psicológicas adequadas às categorias da Carteira
Nacional de Habilitação, de acordo com a complexidade e tipo de veículo, conhecer
as leis de trânsito, ter noções de mecânica e domínio veicular (BRASIL, 1998).
De acordo com Lamounier e Rueda (2005b, p. 25), “as infrações de trânsito
são entendidas como conseqüência de um mau comportamento que podem expor o
condutor a uma situação de risco, e por sua vez ocasionar em acidente”. Nesse
contexto, a investigação dos fatores humanos como responsáveis pela ocorrência de
infrações e acidentes se torna relevante.
Contudo, no concernente a Avaliação Psicológica, poucos estudos são
realizados, em especial os que tratam dos instrumentos psicológicos empregados
nesse processo.
Cabe salientar que os psicólogos de trânsito utilizam técnicas de Avaliação
Psicológica com o intuito identificar adequações mínimas para a correta e segura
condução de um automóvel, buscando garantir a segurança do condutor, do trânsito
e dos demais envolvidos (DUARTE, 2003).
Dessa forma, a Resolução n°80/98 do Código de Trânsito Brasileiro, define as
áreas de concentração de características psicológicas para serem avaliadas: (a)
áreas percepto-reacional e motora, que seriam avaliadas por meio de técnicas
psicológicas permitindo aferir a atenção, percepção, tomada de decisão, motricidade
e reação, cognição e nível mental; (b) área de equilíbrio psíquico, avaliada por meio
de entrevistas e observação durante os exames, as quais iriam verificar a ansiedade
e a excitabilidade, a ausência de quadro reconhecidamente patológico, o controle
adequado da agressividade e a impulsividade, o ajustamento pessoal-social e
demais problemas correlatos (alcoolismo, epilepsia, entre outros), que poderiam
afetar a segurança do trânsito; (c) habilidades específicas e complementares, como
a atenção concentrada, a rapidez de raciocínio, e as relações espaciais, desde que
necessário ao aprofundamento da avaliação psicológica (RUEDA; GURGEL, 2008).
A Resolução nº 12/2000 do Conselho Federal de Psicologia (2000) também,
determinou que para a avaliação psicológica deveriam ser levados em consideração
o nível intelectual, o nível de atenção, o nível psicomotor e a personalidade. Assim,
se faz necessário o inquérito dos processos básicos, como a atenção, a
concentração, o esforço e o controle emocional; visto que não é satisfatório apenas
28
a avaliação da personalidade e/ou inteligência e os conhecimentos teóricos
(RUEDA; GURGEL, 2008).
2.6.1 A importância dos testes Psicológicos
Os testes psicológicos são instrumentos técnicos, de uso do psicólogo, que
através de testes específicos e padronizados, coleta de dados do sujeito sob
avaliação, no caso, o candidato à motorista. Dados estes que podem abranger
diversas áreas do funcionamento psíquico do individuo.
Anastasi (2000, p.18) define o teste psicológico como “uma medida objetiva e
padronizada de uma amostra de comportamento”. Padronizado, pois, implica na
uniformidade de procedimento na aplicação e pontuação do mesmo. E este, ainda
deve responder aos critérios de validade e fidedignidade.
Sendo estes alguns dos problemas sinalizados por Dagostin (2006, p.87), em
que a validade e precisão não são priorizados na utilização dos testes, mas a
“economicidade, ou seja, mais baratos, mais fáceis e rápidos de serem aplicados e
corrigidos”.
O papel central assumido pelo teste psicológico na atuação do psicólogo do
trânsito relaciona-se ao fato de ter associado a esta um caráter preditivo em relação
ao comportamento do condutor, ou a possibilidade real de o mesmo colocar em risco
a segurança dos demais usuários do sistema viário. Este seria um objetivo
diretamente associado à avaliação, embora que até os dias de hoje ainda não se
tenha verificado que a avaliação de aspectos psicológicos dos motoristas
efetivamente contribua para a diminuição de acidentes ou infrações (SILVA &
ALCHIERI, 2008).
Neste sentido, Silva (2008) em pesquisa realizada no Rio Grande do Norte
com o objetivo de identificar a predicativa dos instrumentos utilizados na avaliação
psicológica constatou, mesmo com a impossibilidade de generalização a precisão
que os altos ou baixos escores são bons critérios para definir se o motorista se
envolva em algum acidente de trânsito.
Em contrapartida, Dagostin (2006) afirma que nesta prática profissional
psicólogos contribuem para a mudança dos acidentes de trânsito.
29
Rozestraten (1981), aborda que um levantamento de dados das atividades de
um motorista revela fatores que contribuem para uma melhor investigação deste pra
evitar um acidente de trânsito.
Contudo, nos dias de hoje tais estudos ainda são restritos e avaliam poucas
variáveis no âmbito do trânsito. Tal condição foi explicitada por Silva & Alchieri
(2008) que constataram que entre as décadas de 1950 e os anos 2000 (Até 2006),
apenas 15 artigos empíricos com o objetivo de avaliar as habilidades e inteligência
de condutores foram publicados, evidenciando um campo de conhecimento frágil
“em relação aos constructos e critérios de avaliação do comportamento”.
2.6.2 Teste Palográfico
Neste trabalho falaremos das características de personalidade mais
importantes dos motoristas de carga perigosa. Sendo assim, faz necessário falarmos
do teste Palográfico que é uma técnica expressiva de avaliação da personalidade,
podendo ser utilizado em processos de seleção de pessoas, em psicodiagnóstico,
psicotécnicos e entre outros, por possibilitar características significativas no
diagnóstico de comprometimento do sujeito. De acordo com a Universidade Estácio
de Sá (2003), o teste Palográfico avalia a personalidade tendo como base a
expressão gráfica, ou seja, a folha de papel utilizada para o teste representa o
mundo no qual o sujeito se coloca afetivamente e a forma pela qual ele se relaciona
com o meio externo, através dos traçados. As formas simbólicas expressam a sua
vida interior, e a folha de papel representa o mundo onde o sujeito vive, sendo que
cada movimento realizado simboliza o comportamento no mundo, sendo assim
observa-se que todos os movimentos e do sujeito está carregado de significado.
Segundo CUNHA (1993), psicodiagnóstico é um processo científico, limitado
no tempo que utiliza a técnica e testes psicológicos a nível individual ou em grupo,
seja para entender problemas à fim de pressupostos teóricos, identificar e avaliar
aspectos específicos ou para classificar o caso e prever seu curso possível,
comunicando os resultados.
É um procedimento cientifico porque parte de um levantamento prévio de
hipóteses que serão confirmados ou informados através de passos predeterminados
e com objetivos precisos.
30
As diversas características analisadas no Palográfico nomeiam característica
observada na escrita, ou seja, no traçado realizado. Nessa análise, alguns aspectos
são considerados importantes, como o simbolismo do espaço, que auxilia na
interpretação dos deslocamentos dos traçados nas várias direções do espaço,
coordenação motora e outras características, como o tamanho dos palos, a distância
entre os palos e entre as linhas, a direção das linhas, a inclinação dos palos, as
margens, a pressão do lápis, entre outros aspectos, (ALVES e ESTEVES, 2009).
Entretanto, percebe-se que os conceitos utilizados no teste Palográfico baseiam-se
no comportamento expressivo e em técnicas gráficas de avaliação da personalidade.
A avaliação psicológica mediante o uso desse teste tem sido considerada em
diferentes situações, sendo que, no contexto do trânsito, representa um parâmetro
usualmente utilizado para avaliar condutores.
Municucci (1996) considera importante, avaliar o ritmo da coordenação
motora, pois a equação tempo espaço é uma variável que envolve o motorista na
direção do veiculo. O autor ainda relata que há estudos que revelam aspectos da
personalidade e a profissão de motorista, por exemplo, o condutor de caminhão de
carga é um individuo.
O psicólogo deve estar atento a quanto e como utilizar o teste palográfico.
Os resultados obtidos no teste devem ser associados às informações
coletadas na historia pessoal e outros dados observados.
No teste também deve ser adequados não só as hipóteses levantadas, mas
também à idade e escolaridade do examinando. Analisar os dados através de
consulta em tabelas fornecidas no teste.
2.6.3 Entrevista Psicológica
A entrevista psicológica constitui uma forma de investigação da psicologia,
sendo um instrumento fundamental para uma técnica de investigação cientifica em
psicologia. Essa tem como propósito seguir procedimentos e/ou regras empíricas
com as quais não somente se aplica e se verifica, mas se fazem necessários os
conhecimentos científicos. (BLEGER,1998, p. 11).
Assim, a entrevista psicológica é um instrumento utilizado para obter
informações, sobre o paciente, candidato, ou determinada fenômeno psicológico,
sendo baseado em uma técnica específica para o objetivo desta.
31
Essa técnica permite acessar a história do sujeito, obter dados à cerca da
finalidade da técnica, permitindo ao psicólogo que está entrevistando estabelecer
uma relação com o entrevistado, e instituir sua percepção sobre este.
Segundo Bleger (1998), essa entrevista é entendida como uma relação, na
qual é construída por duas pessoas, possuindo características particulares, sendo os
integrantes um técnico e o outro o sujeito que necessita da técnica para determinado
objetivo, no qual se busca a partir de comportamentos e dados, informações sobre o
entrevistado. Assim, a entrevista corresponde a uma relação humana que visa
construir um conhecimento a cerca do sujeito frente à situação vivenciada.
Existem várias classificações para as entrevistas, de acordo com a forma,
estrutura, abordagem teórica. Sendo que, nas avaliações psicológicas no trânsito, as
entrevistas são desenvolvidas de forma direta e individual.
Como o autor descreve abaixo,
Entrevista diretiva ou fechada em que as perguntas são programadas,
planejadas, inclusive em sequência, não alterando as perguntas, nem a sua
ordem, a qual permite a observação de certos princípios da entrevista: o
estabelecimento de uma relação, obtenção de dados sobre o
psicodinamismo inconscientes da pessoa, observando as reações,
linguagem não verbal e etc. (OLIVEIRA, 2005, p.11)
Desse modo, a entrevista psicológica desenvolvida com os candidatos do
trânsito estrutura-se de forma direta com o objetivo de obter dados dos indivíduos,
com perguntas planejadas e diretas.
O conteúdo das perguntas dessa entrevista deve ser condizente com o roteiro
estabelecido pelo Conselho Nacional de Trânsito, na Resolução n° 267 de 15 de
fevereiro de 2008, tendo um roteiro de entrevista psicológica que deveram ser
observados os dados pessoais, motivo da avaliação, escolaridade, profissão,
histórico familiar, indicadores de saúde/doença, aspecto da conduta social,
envolvimento no trânsito e opiniões sobre cidadania e sugestões para redução de
acidente de trânsito.
Segundo Carretoni (1999), a exploração do estado emocional do sujeito em
uma entrevista é de grande contribuição para uma avaliação psicológica, sendo
assim, se deve observar em uma entrevista o tom emocional e o estado de ânimo de
cada sujeito. Levando em conta a peculiaridade de ser e viver de cada um como Por
exemplo; a irritabilidade, impulsividade e apatia, afetividade, alegria, os sentimentos
32
morais, estéticos ou religiosos, tudo isso são níveis das emoções de grande utilidade
na exploração do sujeito como um complemento fundamental para uma boa
avaliação psicológica.
Assim, a entrevista psicológica no trânsito tem um objetivo específico de
buscar informações sobre a vida do candidato de forma geral, assim como sobre
aspectos sociais, da saúde, e sobre suas experiências e relações com o trânsito.
33
3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 Ética
A presente pesquisa segue as exigências éticas e científicas fundamentais
conforme determina o Conselho Nacional de Saúde – CNS nº 196/96 do Decreto nº
93933 de 14 de janeiro de 1987 – a qual determina as diretrizes e normas
regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos:
A identidade dos sujeitos da pesquisa segue preservada, conforme apregoa a
Resolução 196/96 do CNS-MS, visto que, não foi necessário identificar-se ao
responder a entrevista. Todos assinaram o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE). Foram coletados dados a respeito de sexo, situação conjugal,
escolaridade, profissão, saúde para que se possam obter maiores informações
sobre o sujeito da pesquisada.
3.2 Tipo de Pesquisa
Trata-se de um estudo exploratório-descritivo, com dupla, combinação de
abordagens, a saber quanti-qualitativa.
3.3 Universo
O presente estudo abrangeu na cidade de São Bernardo do Campo/SP,
numa transportadora nacional que atuando no mercado desde 1993, criada com o
objetivo de oferecer ao mercado brasileiro uma ótima alternativa para o fornecimento
de Gases Especiais, Medicinais e Industriais. Está em acelerado processo de
crescimento, contando com centenas de clientes nas áreas da indústria química,
petroquímica, hospitalar, laboratorial, telecomunicações, entre outros.
A empresa dispõe de uma ampla linha de produtos nacionais e importados,
de forma a garantir pronto atendimento às mais variadas necessidades do mercado.
Comprovando seu alto grau de profissionalismo, a empresa tem seu sistema de
Gestão da Qualidade certificado pela SGS ICS Certificadora Ltda. por encontrar-se
em conformidade com os requisitos da norma NBR ISO 9001:2000 para o escopo de
"Produção e comercialização de gases especiais, medicinais e industriais".
34
3.4 Sujeitos da Amostra
A Avaliação Psicológica foi realizada no ano de 2012 em seis motoristas
profissionais de carga perigosa que atuam na transportadora entre o ano de 2009 e
2012.
Convém comentar que cinco motoristas têm como atividade principal conferir
a carga para as entregas, realizar o transporte, descarregar e por fim a limpeza.
Somente um motorista é instrutor, tendo como responsabilidade a entrega das
cargas, mas como atividade principal realizar treinamentos, orientações e inspeção
geral na frota.
3.5 Instrumentos de Coleta de Dados
Construiu-se um instrumento estruturado, uma entrevista com perguntas
semi-dirigida. Composto por vinte e seis perguntas, que abrange a caracterização
dos sujeitos, cujas variáveis incorporadas tais como sexo, situação conjugal,
escolaridade, profissão, saúde/doença e assunto relacionado ao trânsito. Também
se utilizou da técnica psicológica, usando o teste palográfico.
Com relação à avaliação do teste palográfico foi realizada em dois tipos, uma
mais quantitativa e outra mais qualitativa. Neste caso, sentiu a necessidade de
realizar a avaliação das duas maneiras para tornar de modo mais objetiva e obter os
dados mais confiáveis. Dessa maneira garantindo uma qualidade na pesquisa
relacionada à exatidão e quantidade das observações efetuadas, possibilitando
estender a conclusão e outros contextos.
3.6 Plano para Coleta dos Dados
Na oportunidade, foi realizada uma entrevista individual com os motoristas,
num total de seis participantes, que concordaram em responder e participar da
pesquisa. Foram respondidos as perguntas contendo assuntos à respeito de sexo,
situação conjugal, escolaridade, profissão, saúde e assuntos de trânsito.
35
3.7 Plano para a Análise dos Dados
Os dados foram tratados e analisados com auxílio de um software EXCEL
para o tratamento estatístico. Esses foram observados os dados quantitativos, na
qual se refere avaliar a produtividade e Nível de Oscilação Rítmica (NOR). Em
seguida, para calcular a Produtividade, realizou-se a contagem do número de traços
de palos, em cada tempo de um minuto depois do treino, totalizando em cinco
intervalos de tempos. As diferenças entre uns intervalos consecutivos foram obtidos
e somados, depois se multiplicou as diferenças dos intervalos por 100 e dividiu-se
pelo total de palos realizados no teste, considerando-se apenas a primeira casa
decimal. Para obter o valor do NOR utilizaram-se as técnicas propostas por Alves e
Esteves (2009).
Com relação aos dados qualitativos foram avaliadas diferentes características
dos traçados conseguimos construir a estrutura com auxílio de um software WORD.
Sendo que, os critérios aqui observados restringiram-se aos motoristas no momento
da aplicação do teste palográfico, ou seja, tamanho dos palos; gancho nos palos;
margens; distância e direção das linhas e/ou alguma Irregularidades no traçado.
Esse tendo como objetivo geral, buscar esclarecimento de uma situação para uma
iniciativa de consciência da problemática e das condições que os geram, a fim de
elaborar os meios e estratégias para resolvê-los.
36
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Níveis de Oscilação Rítima (NOR)
O NOR é o ritmo no palográfico que verifica a variabilidade da produtividade
do trabalho de cada pessoa nos diferentes tempos do teste, reproduzindo as
possíveis variações de produtividade no seu desenvolvimento das tarefas. Sendo
assim, os resultados do NOR indicam se há uma regularidade ou instabilidade da
pessoa em sua produtividade.
Neste trabalho falaremos em três classificações de NOR, pois nos motoristas
avaliados verificaram as descrições de 33,333% muito alto, 33,333% médio e
33,333% baixo, conforme gráfico 01.
Gráfico 01- Percentil do Nível de Oscilação Rítima (NOR) dos condutores de veículos de carga
perigosa.
Fonte: Dados da Pesquisa. São Bernardo do Campo/SP. 2012.
De acordo com Alves e Esteves (2009, p. 60-61), pessoas que apresentam o
NOR baixo revelam produtividade estável no trabalho, capaz de manter rendimento
constante e desenvolver tarefas com certa uniformidade. O NOR médio revela
alguma instabilidade no rendimento no trabalho, porém mantendo o ritmo na
produção, sendo capaz de uma boa adaptação nas tarefas realizadas e executar
satisfatoriamente tarefas repetitivas. O NOR muito alto revela preocupação nas
oscilações na produtividade demonstrando rendimento bastante irregular, obtendo
grandes variações no rendimento no trabalho.
Os autores ainda descrevem que,
37
NOR menor que 5 indicam ¨regularidade, bom controle, estabilidade nas
tarefas¨. Se o NOR for maior que 8, é um ¨sintoma de instabilidade,
emotividade, mais ou menos descontrolada¨ Se o NOR for maior que 15, é
sinal de ¨emotividade muito descontrolada, perigo de manifestação
neurótica. (vels, 1982, p. 56-57)
Os motoristas avaliados apresentaram NOR entre 2 a 20, dois motoristas
apresentaram NOR maior que 15, sendo assim o NOR muito alto revelaram
preocupação nas oscilações na produtividade demonstrando rendimento bastante
irregular, obtendo grandes variações no rendimento no trabalho, revela uma
emotividade muito descontrolada, ocorrendo uma grande preocupação com relação
à manifestação neurótica. Já em quatro motoristas foram observados NOR entre 2 e
5, que indicam uma boa regularidade e controle em suas tarefas. E, estes
resultados, estão em conformidade com os resultados obtidos por Vels, (1982, p. 5657, apud ALVES e ESTEVES, 2009, p. 61).
4.2 Tamanhos dos Palos
O tamanho dos palos, a altura e/ou dimensão simboliza a auto estima da
pessoa, a confiança nos próprios valores, qual o grau de valorização ou depreciação
de si mesmo, podendo estar relacionado, à avaliação, de que forma o indivíduo se
comporta em diferentes situações, (VELS, 1982; PIERRY NETO, 1995, apud ALVES
e ESTEVES, 2009, p. 79).
Nos resultados obtidos foram observados em dois motoristas palos
aumentados ou grande, na qual Alves e Esteves (2009, p. 80-81) classificam como
uma pessoa que indica nobreza, segurança de si, podendo também verificar
excitabilidade e de postura às vezes inconveniente em relação a um grupo ou até
mesmo em uma situação nova (PIERRY NETO, 1995, apud ALVES e ESTEVES,
2009, p. 81).
Verificou-se somente um motorista com o palo diminuído, na qual segundo os
autores citados acima, revela redução da capacidade expansiva e das relações com
o ambiente, introdução, preocupação com detalhes. Ainda pode significar timidez,
inibição, sentimento de inferioridade e de inadequação.
Na tabela 01 apresenta os resultados obtidos nesta pesquisa, sendo que três
motoristas apresentaram tamanho de palos normal ou médio, enquanto dois
38
motoristas apresentaram tamanho de palos aumentado ou grande e um motorista
apresentou tamanho de palos diminuído ou pequeno.
TABELA 01 – Tamanho dos palos em condutores de veículos de carga perigosa, na cidade de
São Bernardo do Campo-SP, 2012.
TAMANHO DOS
PALOS
QUANTIDADE DE
MOTORISTA
NORMAL OU
MÉDIO
AUMENTADO
OU GRANDE
DIMINUÍDO OU
PEQUENO
03
02
01
Fonte: Dados da Pesquisa. São Bernardo do Campo/SP. 2012.
4.3 Gancho ou Arpões
Os autores Alves e Esteves (2009, p. 131), classificam os ganchos como
sendo pequenos traços que formam um ângulo agudo em uma das extremidades
dos palos, que funcionam como freio dos impulsos e são indicativos de
agressividade. O tipo de agressividade é determinado pela a direção e localização
dos ganchos. Ou seja, se apresentar do lado esquerdo indica auto agressividade,
voltada para si. Se identificar para lado direito, vestígio de hetero agressividade,
voltada para o exterior. Na parte superior, relaciona-se com aspectos ligados mais
para o intelectual, racionais e verbais. Sendo na parte inferior relaciona-se ao
concreto, ao material, à agressividade no plano físico.
Com relação aos motoristas avaliados, ver Tabela 02, verificou-se em um
profissional com uma grande porcentagem de gancho esquerdo superior, na qual
Pierry Neto, (1995, apud ALVES e ESTEVES, 2009, p. 132) classifica como sendo
uma auto agressividade verbal, que é expressiva por comportamentos autopunitivos
e de grande autocrítica. Podendo ser definida como uma pessoa extremamente
perfeccionista e crítica, consigo mesma, gosta de fazer o mais perfeito possível e
não aceita receber críticas. Resultados semelhantes foram encontrados por
Municucci, (1997, 2002, apud ALVES e ESTEVES, 2009, p. 132).
39
TABELA 02 – Gancho ou arpões em condutores de veículos de carga perigosa, na cidade de
São Bernardo do Campo-SP, 2012.
GANCHOS
QUANTIDADE
DE MOTORISTA
GANCHO
ESQUERDO
SUPERIOR
GANCHO
ESQUERDO
INFERIOR
GANCHO
DIREITO
SUPERIOR
GANCHO
DIREITO
INFERIOR
01
00
00
00
Fonte: Dados da Pesquisa. São Bernardo do Campo/SP. 2012.
4.4 Margens
As margens das folhas no Teste Palográfico indicam simbolismo do espaço.
Na qual a manutenção das margens indica capacidade de organização e adaptação
ao ambiente. A margem esquerda, direta e superior são as que devem ser avaliadas
com maior rigor. A margem inferior não é avaliada, pois normalmente, a folha não é
preenchida até o final, conforme recomendações de Alves e Esteves, (2009, p. 100).
Com relação aos motoristas avaliados, ver Tabela 03 foi observado que na
margem direita precipitada, em um motorista, a existência de agressividade,
adaptação ríspida ao meio ambiente e em situações novas ou de risco e ignorando
regras básicas de segurança. Essas características não sendo considerada ideal
para um bom condutor, pois se observou tendência a não respeitar regras de
segurança podendo colocar em risco a própria vida e de outros, conforme observado
também por Pierry Neto, (1995, apud ALVES e ESTEVES, 2009, p. 132).
Também foi observada em um motorista a ausência de margem esquerda, na
qual reflete falta de espontaneidade, desconfiança nos contatos sociais, retraimento
e falta de confiança em si mesmo, confirmando o que preconizou Municucci, (1976,
apud ALVES e ESTEVES, 2009, p. 109).
Em três motoristas avaliados observou-se a margem esquerda normal ou
média, o que indica adequação no lidar com situações do passado, interesse por
idéias novas, iniciativa, equilíbrio, autocontrole.
Os motoristas que apresentaram margem direita normal ou média indicam
que são dotados de boa adaptação ao meio social, tendência a enfrentar situações e
desafios, autocontrole adequado e boa canalização dos impulsos.
Quanto à margem superior, um motorista apresentou margem diminuída, o
que significa falta de limites no relacionamento com as autoridades, falta de
40
adaptação às situações ou a realidade e contato social inadequado. Esse também
apresentando características relevantes em comportamentos inadequados no
convívio social.
TABELA 03 – Margens em condutores de veículos de carga perigosa, na cidade de São
Bernardo do Campo-SP, 2012.
MARGENS
MARGEM
AUSENCIA
DIREITA
DE MARGEM
PRECIPITADA ESQUERDA
QUANTIDADE
DE MOTORISTA
01
01
MARGEM
ESQUERDAN
ORMAL OU
MÉDIA
MARGEM
SUPERIOR
DIMINUIDA
03
01
Fonte: Dados da Pesquisa. São Bernardo do Campo/SP. 2012.
4.5 Direções da Linha ou Alinhamento
A direção das linhas ou alinhamentos revela “as flutuações do ânimo, do
humor e da vontade”. Assim, estão relacionados com a maturidade e constância da
personalidade, dos gostos, convicções, princípios morais e comportamento, bem
como, com a manutenção do esforço em cumprir tarefas e objetivos.
Com relação à avaliação da direção das linhas no teste Palográfico aplicado
revelou que, de seis motoristas cinco apresentaram direção horizontal ou retilínea,
essa característica reflete harmonia e equilíbrio de comportamento, maturidade de
ação, calma, domínio, controle dos impulsos, conduta convencional, conforme se
pode verificar na Tabela 04, que somente um motorista apresentou direção
ascendente, esse indica ambição, ardor, atividade, iniciativa inovadora, espírito
empreendedor, entusiasmo, otimismo, dinamismo, combatividade, criatividade. Ou
também, ainda, confiança, capacidade de tomar iniciativas, bom humor, entre outros
aspectos. Não foram observadas outras classificações nos motoristas avaliados.
TABELA 04 – Direção das linhas ou alinhamento em condutores de veículos de carga perigosa,
na cidade de São Bernardo do Campo-SP, 2012.
DIREÇÃO DAS LINHAS OU
ALINHAMENTO
DIREÇÃO HORIZONTAL OU
RETILÍNEA
DIREÇÃO
ASCEDENTE
QUANTIDADE DE
MOTORISTA
05
01
Fonte: Dados da Pesquisa. São Bernardo do Campo/SP. 2012.
41
4.6 Distâncias entre as Linhas
Quanto à distância entre as linhas, ela simboliza o relacionamento
interpessoal, ou seja, a maior ou menor distância que o indivíduo quer manter em
relação aos outros.
Assim, a avaliação da distância entre as linhas é bastante
qualitativa.
Os resultados obtidos são apresentados na Tabela 05 e mostraram que 4
motoristas apresentaram distância entre as linhas normal ou média; 01 motorista
apresentou distância aumentada ou ampla; 1 motorista apresentou distância
diminuída ou pequena.
TABELA 05 – Distância entre as linhas em condutores de veículos de carga perigosa, na
cidade de São Bernardo do Campo-SP, 2012.
DISTÂNCIA ENTRE AS
LINHAS
QUANTIDADE DE
MOTORISTA
DISTÂNCIA
ENTRE AS
LINHAS NORMAL
DISTÂNCIA
AUMENTADA
OU AMPLA
DISTÂNCIA
DIMINUIDA OU
PEQUENA
04
01
01
Fonte: Dados da Pesquisa. São Bernardo do Campo/SP. 2012.
Os motoristas que apresentaram distância entre linhas normal ou média
tendem a ter um relacionamento interpessoal equilibrado, respeitando limites
adequados no convívio com os demais. Concordando com os resultados
encontrados por Alves e Esteves (2009). Pode também ser indicativo de moderação,
ponderação, escrúpulos, percepção de limites, fatores importantes na convivência
no trânsito.
O motorista que apresentou distância aumentada ou ampla, sugerindo certo
distanciamento no contato com outros, precaução e cautela, escrúpulos exagerados,
pode indicar também falta de prudência, resposta impulsiva aos estímulos,
inquietação psicomotora e excitabilidade. Esse podendo indicar características
preocupante com relação ao convívio no trânsito, concordando com os resultados
encontrados por Pierry Neto, (1995, apud ALVES; ESTEVES, 2009).
Já o que apresentou distância diminuída ou pequena revela redução da
capacidade expansiva e das relações com o ambiente, introversão, concentração,
preocupação com detalhes.
42
4.7 Irregularidades no Traçado
Com relação aos traçados irregulares, tabela 06 pode ser observada alguns
fatores importantes relacionados à personalidade e que também precisam ser
analisadas na avaliação psicológica de motoristas.
No trabalho em questão, foram encontradas irregularidades no traçado em
três motoristas, que apresentaram ganchos na parte superior esquerda, margens
direita precipitada, margem esquerda crescente, palos diminuídos e/ou aumentados
e distancias dos palos aumentada, todos mencionados acima e relacionados na
tabela 06.
TABELA 06 – Irregularidades no traçado em condutores de veículos de carga perigosa, na
cidade de São Bernardo do Campo-SP, 2012.
IRREGULARIDA
NO TRAÇADO
GANCHO
ESQUERDO
SUPERIOR
PALO
AUMENTADO
OU GRANDE
PALO
DIMINUÍDO OU
PEQUENO
MARGEM
SUPERIOR
DIMINUIDA
DIREÇÃO DA
LINHA
ASCEDENTE
QUANTIDADE DE
MOTORISTA
01
02
01
01
01
IRREGULARIDA
NO TRAÇADO
MARGEM DIREITA
PRECIPITADA
AUSENCIA DE
MARGEM
ESQUERDA
DISTÂNCIA DAS
LINHAS
AUMENTADA OU
AMPLA
DISTÂNCIA DAS
LINHAS DIMINUIDA
OU PEQUENA
QUANTIDADE DE
MOTORISTA
01
01
01
01
Fonte: Dados da Pesquisa. São Bernardo do Campo/SP. 2012.
Conforme Alves e Esteves (2009), esses traçados citados acima fazem parte
das irregularidades que devem ser consideradas quando da avaliação psicológica
utilizando-se o teste Palográfico. Os autores revelam ainda que, a irregularidade
nessa expressão simbólica pode ser indicativa de alguma característica relevante da
personalidade, a qual deve ser avaliada com cautela.
Portanto, os motoristas que apresentaram irregularidade nos traçados, foram
investigados de modo mais criterioso, através de laudos enviados para a
transportadora, para indicar e demonstrar características relevantes dos motoristas,
assim os responsáveis ficam cientes e alertas com relação aos funcionários que
apresentaram características negativas com relação ao convívio dos mesmos no
trânsito.
43
Sendo assim de modo geral, a avaliação psicológica é de grande contribuição
para o melhor conhecimento das características dos motoristas da transportadora,
fatores estes que contribuem para que se possa adquirir que, naquele momento do
teste, os motoristas não pareciam ser condutores que pudessem vir a colocar em
risco a própria vida e de outros no trânsito.
44
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo a pesquisa apresentada, podemos observar uma importância na
avaliação psicológica em profissionais motoristas de cargas perigosas que atuam
em empresas ou que até mesmo estão iniciando o cargo, na qual é realizada
mediante a aplicação de técnicas psicológicas, entre esta, destaca-se o uso do teste
Palográfico, que foi escolhido neste trabalho por este ser aprovado pelo Conselho
Federal de Psicologia para avaliação de condutores e também sendo uma técnica
expressiva de um processo de seleção de pessoa, em psicodiagnóstico,
psicotécnico e entre outras, facilitando encontrar características significantes no
diagnostico de comportamento, neste caso dos motoristas de cargas perigosas.
Identificar características da personalidade dos motoristas de cargas
perigosas foi um desafio é também uma necessidade observada no contexto do
trânsito, já que a segurança desses motoristas e dos que envolvem o trânsito é
fundamental. Sendo assim, a avaliação psicológica neste trabalho teve como
importante papel avaliar esse profissional no contexto de trabalho e também a
preocupação se o mesmo encontra-se em condição psicológica para conduzir
cargas perigosas e se por ventura representa risco para a saúde das pessoas, para
a segurança pública e ao meio ambiente, conforme relacionada na resolução
numero 420/04, da Agencia Nacional de Transporte Terrestre (ANTT).
Em levantamento de dados utilizando-se da entrevista, observamos que os
riscos do profissional de carga perigosa ficam evidentes que essa atividade sofre
muito em decorrência das condições que envolvem no dia-a-dia, como alteração do
sono, má alimentação, irritabilidade, fadiga e outros aspectos físicos e emocionais
que afetam a saúde do motorista.
As péssimas condições de algumas estradas, carga elevada no horário,
cobranças nas entregas, são variáveis que desestimulam o motorista, apesar do
amor tão grande pela profissão.
O fator de grande relevância entre os problemas encontrados pelos
motoristas de carga perigosa está no prazo de entrega dos produtos que muitas
vezes é pequeno e o motorista se submete a prejudicar sua saúde se alimentando e
dormindo de forma inadequada para cumprir o trajeto no tempo estipulado.
45
Outros problemas são de saúde como hipertensão, obesidade, problemas
cardíacos são dados preocupantes quanto à segurança do motorista e de quem
circula na mesma rodovia ao mesmo tempo.
Portanto, hoje em dia a Psicologia do trânsito tem contribuído muito para
compreender o comportamento humano no trânsito, trazendo diferentes assuntos e
debates
mediante
a
conhecer
os
fatores
que
podem
determinar
certos
comportamentos em situações variadas. Sendo assim, de modo específico, avalia o
aspecto individual e psicológico que pode influenciar no comportamento do indivíduo
com o objetivo de prevenção do comportamento que possa ser prejudicial a esses
profissionais e até mesmo dos usuários do trânsito.
A utilização do teste palográfico neste trabalho permitiu identificar dois tipos
de características importantes dos motoristas de carga perigosa, uma quantitativa e
outra qualitativa, na qual Alvez e Esteves (2009) relatam que, a integração dos
dados é possível adquirir uma boa síntese diagnostica do sujeito.
Contudo, o trabalho aqui apresentado nas tabelas e gráficos possibilitou
encontrar resultados relevantes dos motoristas de cargas perigosas. Com relação
aos dados quantitativos, somente dois motoristas apresentaram oscilação na
produtividade como, demonstrando rendimento bastante irregular, obtendo variações
no rendimento no trabalho e uma emotividade descontrolada. Nos dados qualitativos
também foram observadas algumas irregularidades nos traçados em três motoristas,
esses revelam características significantes da personalidade que deve ser avaliados
com mais cutela (ALVES E ESTEVES, 2009). Neste caso, apresentamos para a
empresa
laudos
salientando
e
identificando
características
relevantes
da
personalidade dos motoristas que possam a vir colocarem em risco ao convívio no
trânsito.
Verificou-se que os motoristas de cargas perigosas, em geral, apresentaram
boas condições psicológicas, bem como atendendo as condições de segurança no
trânsito, tanto a si próprio quanto aos demais usuários. Porém, foi possível analisar
que,
dentro
características
das
condições
psicológicas
do
trânsito,
quanto
aos
alguns
motoristas
comportamentos
apresentaram
inadequados,
não
atendendo aos propósitos de segurança no trânsito, esse sendo uma grande
contribuição da pesquisa aqui apresentada, mostrando a importância de uma
avaliação psicológica em motorista de carga perigosa para a prevenção e/ou
intervenção desses profissionais.
46
A proposta para amenizar as dificuldades encontradas pelos motoristas de
carga perigosa envolve a empresa investir nas condições de trabalho desses
profissionais, exigindo somente o horário de trabalho permitido para as entregas e a
realização de avaliação psicológica e médico periódicos que permite observar a
condição física e mental desse profissional.
Quanto ao aspecto pessoal, os motoristas necessitam tomar consciência de
cuidar da sua saúde, fazer exames periódicos, ter uma alimentação saudável, e
dormir pelo menos oito horas por dia, para isso em viagens longas o ideal seriam
dois motoristas, enquanto um dorme o outro dirige e vice-versa.
Diminuir o intervalo dos exames psicotécnico para três anos visando um
acompanhamento mais de perto sobre o estado mental do condutor profissional, de
acordo com a Resolução Nº 267 de 15 de Fevereiro de 2008.
Através da Avaliação Psicológica é possível detectar se o motorista está em
condições de enfrentar todos esses problemas oriundos da profissão que envolve
aspectos emocionais, como estar longe da família, aspectos de nível de produção,
pelo cansaço de dirigir muito tempo.
Portanto, é importante a Avaliação Psicológica para dar segurança ao
profissional de que ele tem condições de trabalhar adequadamente, sem colocar em
risco sua vida e a de outros condutores, ou não, mas que fazem parte direta ou
indiretamente do trânsito.
A conclusão que se chega, através desse trabalho, é de que a Avaliação
Psicológica é fundamental como subsídio para evitar acidentes de trânsito, para
todos os motoristas que circulam nas vias, principalmente para os motoristas de
¨Carga Perigosa¨ que praticamente fazem da estrada sua casa, utilizando o
caminhão para dormir e se alimentar, além do stress que sofre com o trânsito e a
pressão para a entrega do produto que está transportando.
A realidade do motorista de carga perigosa é muito complexa, muitos fatores
não dependem de sua vontade e eles são submetidos à situações de perigo
constante. No entanto, existem alguns itens que estão ao seu alcance e que são
fundamentais para uma boa qualidade de vida no trabalho, como por exemplo,
cuidar da saúde física e mental periodicamente através de uma boa avaliação
médica e psicológica.
47
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51
APÊNDICE
52
ANEXO
53
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