Aluno B.C.S., Arthur S.F. / Trabalho de Conclusão de Curso 3 (2006) 1-9 Trabalho de Conclusão do Curso 1 Trabalho de Conclusão do Curso de Fisioterapia Neurofuncional FORTALECIMENTO MUSCULAR E EQUILÍBRIO COMO ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA EM PORTADORES DE ESCLEROSE MÚLTIPLA: UMA REVISÃO DE LITERATURA BUILDING MUSCLE AND BALANCE AS PHYSIOTHERAPY APPROACH IN PATIENTS WITH MULTIPLE SCLEROSIS: A REVIEW OF LITERATURE LETÍCIA BARBOSA LEÃO, LORENA FLORES DE AZEVEDO¹,, MARCELO NISHI.2 1 Discente do Curso de Fisioterapia da Universidade Salgado de Oliveira Fisioterapeuta Especialista em Acupuntura e Docência Universitária, Mestrado em Ciências Ambientais e Saúde, Docente do Curso de Fisioterapia da Universidade Salgado de Oliveira. 2 Autor correspondente: [email protected] Aluno B.C.S., Arthur S.F. / Trabalho de Conclusão de Curso 3 (2006) 1-9 2 Resumo – O fortalecimento muscular e treino de equilíbrio como abordagem fisioterapêutica em portadores de esclerose múltipla proporcionam melhoras significativas em suas habilidades funcionais. A esclerose múltipla é considerada uma patologia neurológica progressiva, que tem como principais queixas dos portadores desta doença a fraqueza muscular e o desequilíbrio devido ao déficit de condução dos impulsos nervosos. A evolução da esclerose múltipla ocorre em ciclos de surtos, seus sintomas clínicos são determinadas pelo local lesionado, e o diagnóstico da doença é essencial para o tratamento. Para o treino de força muscular, os exercícios resistidos e ativos são indispensáveis para o programa de reabilitação destes portadores. As modalidades fisioterapêuticas para o treino de equilíbrio estão relacionadas aos exercícios de coordenação, exercícios de Frenkel, técnicas compensatórias, facilitação neuromuscular proprioceptiva(PNF) e mecanoterapia. Portando este estudo, têm como objetivo descrever a importância do treino de força muscular e do treino de equilíbrio para portadores de esclerose múltipla. Palavras chaves: (de 3-5 descritores) Esclerose-multipla,fortalecimento muscular,equilíbrio,atividade física, fadiga muscular,fisioterapia. I – Introdução Esclerose múltipla é uma das doenças neurológicas progressivas de maior gravidade e que acomete em maior incidência, a população jovem economicamente ativa. A grande queixa dos portadores dessa doença é a fraqueza muscular e a dificuldade em deambular com segurança devido ao déficit de equilíbrio. O fortalecimento muscular e o treino de equilíbrio em portadores de esclerose múltipla, previnem os ciclos de surtos, evitando também que as manifestações clínicas se agravem. Ajuda nas alterações a nível do sistema nervoso central (Mcardle, Katch, Katch, 2003), e alterações fisiológicas(CANAVAN, 2001),que são fundamentais para a melhora do movimento, sensibilidade, percepção e equilibrio. Os exercícios resistidos e ativos tem como benefícios na melhora da força, potência e resistência muscular à fadiga (LIMA, et al, 2006). Com isso, os indivíduos portadores da esclerose múltipla atinge melhoras significativas em suas AVD´s e habilidades funcionais. Assim, o objetivo deste estudo é retratar a importância do treino de força muscular e do treino de equilibrio para portadores de esclerose múltipla por intermédio da fisioterapia. Aluno B.C.S., Arthur S.F. / Trabalho de Conclusão de Curso 3 (2006) 1-9 3 II – Revisão Bibliográfica A esclerose múltipla é uma doença neurológica crônica, auto-imune, progressiva e degenerativa, que compromete o Sistema Nervoso Central. Trata-se de uma inflamação e destruição da mielina. Essa lesão pode comprometer a condução dos impulsos nervosos, podendo afetar o movimento, a sensibilidade, percepção e equilíbrio (CISTIA, et al, 2007). Sua causa ainda é desconhecida, mas acredita-se que esteja ligada a uma predisposição genética somada a fatores ambientais, resultando uma resposta auto-imune nos indivíduos que estão geneticamente suceptíveis a exposição viral (DESOUZA, ANO&&&). Recentemente fatores associados a vírus (sarampo, hepatite) comprovam a descrição da mielopatia ligada ao vírus HTLV-1,trazendo uma nova expectativa em relação a participação dos vírus na EM, sendo demonstrado que os elevados índices desde vírus são casuais (TILBERY 2000). Essa forma de doença é mais frequente em adultos jovens, faixa etária dos 20 a 40 anos (SANTOS, YOKOTA, DIAS, 2007), no sexo feminino, e mais encontrado em indivíduos brancos de origem norte-européia, é muito rara entre a população de negros e esquimós (CALLEGARO, 2003; OLIVEIRA, et al, 1999). A evolução da esclerose múltipla ocorre em ciclos de surtos. (LUBLIN & REINGOLD, 1996).De acordo com Sullivan (2002) foram reconhecidos quatro tipos principais: Benigno, caracterizado por um ou dois ataques com remissão completa,sofrendo pouca ou nem um incapacidade funcional, afetando aproximadamente 20% dos pacientes; Exacerbação-remissão,20% a 30% dos pacientes possui remissões parciais ou incompletas caracterizado por uma súbita irrupção dos sintomas permanecendo estáveis por longos períodos;Remissão-progressão,não apresenta uma remissão tão completa quanto ao de exacerbação-remissão,mas 40% dos pacientes que são afetados desenvolvem uma capacidade física permanente; Progressivo, resulta em uma perca progressiva das funções, morte precoce ou pequena(gradual,insidiosa)em velocidade muito grande(aguda e fuminante).Progride sem remissões de 10 a 20% dos indivíduos. Os sintomas clínicos presentes nos portadores de esclerose múltipla são variáveis e determinadas pelo local lesionado (NEVES et al, 2007). As manifestações clínicas mais freqüentes são: paresia, espasticidade, distúrbios da marcha, tremor intencional, distúrbios visuais, fadiga, distúrbios vesicais e intestinais, distúrbios sensitivos, ataxia sensorial e 4 Aluno B.C.S., Arthur S.F. / Trabalho de Conclusão de Curso 3 (2006) 1-9 fraqueza muscular (NOSEWORTHY et al, 2000; CALABRESI, 2004; PORTO & RASO, 2007). O diagnóstico é feito através de ressonância magnética (RM), exame de punção lombar ( MILLER, 2002 ) e histórico de pelo menos duas crises tendo como evidencia clinica duas lesões distintas (DESOUZA, &&&& ) Durante vários anos, a atividade física era contra-indicada para portadores de esclerose múltipla. Muitos estudiosos da época acreditavam que a atividade física aumentava a temperatura corporal, o que dificultava o controle da fadiga muscular e que podia levar a ocorrência de uma nova crise. Essas orientações equivocadas tornaram os indivíduos portadores da esclerose múltipla em indivíduos sedentários e, um grupo de risco para doenças cardiovasculares e condições associadas à falta de atividade física (FURTADO & TAVAREZ, 2006). Um problema exacerbado em pessoas que possuem esclerose múltipla é a diminuição da força muscular. Sendo mais frequente nos músculos de membros inferiores, interferindo na locomoção e nas atividades de vida diária. A diminuição da força muscular ocorre por um problema na baixa taxa de ativação das unidades motoras, causada por uma falha na condução dos impulsos nervosos através da bainha de mielina. Com essa mudança da força muscular, ocorrera uma redução das fibras de todos os tipos, menor capacidade oxidativa e diminuição da ação enzimática. Uma parte da perda de força muscular acontece devido à falta de desuso da musculatura, e pelo fato de portadores da doença não terem o hábito de realizar atividades físicas, e durante as crises ficam longos períodos deitados (THOUMIE & MEVELLEC, 2002; PONICHTERA-MULCARE, 1993; RICE, VOLLMER, BIGLAND-RITCHIE, 1992; SHARMA, et al, 1995; STUIFBERGEN, 1997; NG & KENT-BRAUN, 1997; KENTBRAUN, et al, 1994). Para Mcardle, Katch, Katch (2003), um treino de força muscular acarreta alterações a nível do sistema nervoso central. Essas alterações podem aumentar o número de unidades motoras recrutadas, o tamanho das unidades motoras recrutadas, redução da inibição neurológica por meio dos órgãos tendinosos de Golgi, co-ativação dos músculos agonistas e antagonistas (BADILLO & AYESTARN, 2004; WEINECK, 2003; FLECK & KRAEMER, 2006), alterar a frequência de disparo dos motoneurônios, melhorar a sincronia da unidade motora durante determinados movimentos e reduzir ou anular gradativamente os impulsos inibitórios permitindo que o músculo atinja níveis mais elevados de força. Este tipo de Aluno B.C.S., Arthur S.F. / Trabalho de Conclusão de Curso 3 (2006) 1-9 5 treinamento ocasiona alterações fisiológicas, tais como: aprendizado psicomotor e hipertrofia muscular (CANAVAN, 2001). Exercícios resistidos, e ativos são formas de exercícios que produzem uma contração muscular dinâmica ou estática, que pode ter resistência mecânica, manual, ou somente da força de gravidade (G). Sabe-se que os exercícios que exercem resistência, são indispensáveis num programa de reabilitação, tanto para promoção e prevenção da saúde, como para um processo de reabilitação. Este tipo de exercício tem como benefícios na melhora ou manutenção da força, a potência e a resistência muscular à fadiga (LIMA, et al, 2006). Uma outra alteração importante que acontece na EM é o déficit de equilíbrio, um distúbio no centro de gravidade que afeta no controle postural durante ações motoras envolvendo a recepção e integração de estímulos sensoriais (ALBUQUERQUE , 2009). Essas deficiências pode provocar quedas e desequilíbrio associados à redução da qualidade de vida do paciente. No SNC, diversas áreas como o cerebelo, gânglios basais e colunas dorsais (posteriores), proporcionam informações ao córtex para produzir movimento coordenado.(SCHMITZ,2004).Um bom equilíbrio corporal depende da integridade do sistema vestibular, do sistema somatossensorial e a visão, a qual é coordenada pelo cerebelo. O labirinto é responsável pelo equilíbrio que consiste em manter o centro de gravidade dentro de uma base de suporte, que proporciona maior estabilidade nos segmentos corporais. .(NISHINO, et al, 2005; MANGABEIRA-ALBERNAZ; GANANÇA; PONTES, 1976).Nessas áreas ocorrem lesões que são responsáveis por muitas deficiências motoras específicas observadas na população adulta.(SCHMITZ,2004), se houver lesão em algum destes sistemas, haverá um déficit na transmissão das informações, podendo levar a desequilíbrio e tontura.(NISHINO, et al, 2005; MANGABEIRA-ALBERNAZ; GANANÇA; PONTES, 1976). O déficit de equilíbrio é um dos sintomas que pode causar incapacidades ao indivíduo em suas atividades de vida diária, principalmente na deambulação, favorecendo a ocorrência de quedas. O equilíbrio depende principalmente do complexo tônus e força muscular para manutenção da postura e do centro de massa corporal, para a realização de uma deambulação Aluno B.C.S., Arthur S.F. / Trabalho de Conclusão de Curso 3 (2006) 1-9 6 segura e melhora na manutenção da qualidade de vida (ALMEIDA, et al, 2006; LANZETTA, 2004). Segundo Noronha,Carvalho e Pacheco (____), as principais modalidades fisioterapêuticas que são promovidas para o tratamento de equilíbrio estão relacionados a: Exercícios de coordenação, que visa atividades para membros superiores trabalhando a garra e a pinça (preensão)(KOTTKE;LEHMANN,1994); Exercícios de Frenkel, muito utilizado no tratamento de EM, que constitui várias series de exercícios progressivos para melhorar a coordenação e o controle proprioceptivo nos membros inferiores(SULLIVAN,2004;KOTTKE;LEHMANN,1994); Técnicas compensatórias, aliviam os sintomas e melhora a função, com ajuda de equipamentos que realizam descarga de peso na redução dos movimentos dismétricos e tremores que, quando removidos, os movimentos atáxicos retornam.(DELISA; GANS,2002; O’SULLIVAN,2004); Facilitação neuromuscular proprioceptiva(PNF), estimulação dos propriceptores que aceleram a resposta neuromuscular, alcançando o mais alto nível funcional do paciente(ADLER;BECKERS; BUCK,1999); Mecanoterapia, possui o objetivo de treinar coordenação, equilíbrio estático e dinâmico, fortalecimento muscular e reeducação da marcha de membros inferiores, com o auxilio de bicicleta fixa, escada progressiva, barras paralelas e rampa(PEREIRA;PEREIRA,1986). IV – Considerações Finais Por ter a capacidade de comprometer várias funções do organismo, a Esclerose Múltipla agrava diretamente o desempenho profissional e social dos indivíduos portadores, ocasionando grande impacto em sua vida. Conclui-se que o treino de força muscular melhora a sincronia motora durante alguns movimentos e permite aumento da força muscular ajudando na resistência à fadiga. Já o treino de equilíbrio melhora a marcha, a coordenação, o controle proprioceptivo e o equilíbrio estático e dinâmico para manutenção da postura e do centro de massa corporal. Sendo assim, o treino de força muscular e o treino de equilíbrio adequado para os portadores de EM devem ser bem elaborados e deve ser realizado de forma cautelosa e gradativa. Aluno B.C.S., Arthur S.F. / Trabalho de Conclusão de Curso 3 (2006) 1-9 7 Referências ALMEIDA, S. R. M. et al. Eficiência do treino de equilíbrio na esclerose múltipla. Rev Fisiot Mov, v. 20, n. 2, p. 41-48, 2007. BADILLO, J. J. G.; AYESTARAN, E. 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