intervenção de acadêmicas de fisioterapia no setor hemato

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INTERVENÇÃO DE ACADÊMICAS DE FISIOTERAPIA NO SETOR HEMATOONCOLÓGICO DO HUSM: UMA ATENÇÃO AO ACOMPANHANTE
MUNIRA ZIEGLER GONCALVES ([email protected]) / Fisioterapia / Universidade Federal de Santa
Maria, Santa Maria - RS
BEATRIZ CORTE REAL RODRIGUEZ ([email protected]) / Fisioterapia / Universidade Federal de
Santa Maria, Santa Maria - RS
ALINE DOS SANTOS MACHADO ([email protected]) / Fisioterapia / Universidade Federal de Santa
Maria, Santa Maria - RS
ORIENTADOR: ANALU LOPES RODRIGUES ([email protected]) / Professora Fisioterapia /
Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria - RS
Palavras-Chave:
ACOMPANHANTE, FISIOTERAPIA, PROMOÇÃO DA SAÚDE
INTRODUÇÃO
A hospitalização pode trazer diversas alterações músculo-esqueléticas aos familiares que acompanham o
paciente, principalmente problemas na coluna vertebral. Durante o período de internação no HUSM, os
acompanhantes são acomodados em cadeiras que impossibilitam uma posição adequada para dormir,
levando a posturas erradas, que associadas ao restrito espaço físico e a situação de estresse em que se
encontram, podem desencadear ou agravar processos álgicos.
Quando a hospitalização é destinada para tratamento das doenças hemato-oncológicas, o período de
internação pode ser ainda mais prolongado. Tendo isso em vista, as acadêmicas do curso de fisioterapia
procuraram um modo de diminuir as dores e problemas posturais dos acompanhantes, através da promoção
da saúde. Deliberato (2002) reafirma o papel do fisioterapeuta preventivo, que age em programas de
promoção da saúde, a fim de minimizar ou eliminar fatores que possam prejudicar o bem-estar do cuidador.
O principal objetivo deste trabalho é dar uma atenção fisioterapêutica aos acompanhantes do setor hematooncológico, realizando atividades que diminuam a incidência de dores musculares.
Em relação às acadêmicas, esse trabalho possibilita uma maior qualificação profissional e a experiência de
trabalho em equipe, incentivando a humanização da saúde, formando profissionais diferenciados.
METODOLOGIA
As ações do projeto acontecem uma vez por semana com atividades ministradas por três acadêmicas de
Fisioterapia da UFSM aos pais e acompanhantes de crianças internadas na ala de tratamento hematooncológico do Hospital Universitário de Santa Maria, com duração de duas horas.
Na primeira abordagem as acadêmicas apresentam os objetivos do projeto ao acompanhante, fazem o
convite de participação e se houver consentimento, é preenchida uma ficha cadastral a fim de dar uma
atenção individualizada a cada participante.
As sessões são previamente elaboradas pelas acadêmicas com base em estudos e sugestões dadas pelos
participantes na ficha cadastral. São realizadas atividades de alongamento, fortalecimento, percepção
corporal, atividades lúdicas, orientação sobre postura deitada e sentada, orientação sobre saúde geral e
diminuição da dor. Além disso, ao final da sessão é lida e entregue a todos os participantes uma mensagem
com orientações em saúde ou de cunho literário. Outros materiais utilizados são: bolas grandes e pequenas,
colchonetes, therabands, balões, bambolês e caneleiras.
RESULTADOS
A proposta das acadêmicas em trabalhar com atenção em saúde de acompanhantes do setor de hematooncologia do HUSM, tem tido alta aceitabilidade pela equipe profissional do setor, demonstrada através da
crescente participação nas atividades e mobilização para a participação de novos integrantes tornando o
projeto uma referência no local.
Quanto aos achados na ficha cadastral, observou-se grande incidência de dor, principalmente nas regiões
cervical e lombar, sendo citado como causa o mobiliário oferecido pelo setor. Além disso, entre as
expectativas referentes ao projeto citadas na ficha, destaca-se o desejo de que seja realizado diariamente, o
que demonstra a percepção dos benefícios proporcionados pelos exercícios, pois, proporcionam maior
agilidade e elasticidade ao acompanhante prevenindo lesões e promovendo o relaxamento.
A família assim como o paciente no contexto hospitalar, lamenta a ruptura com o lar, a perda da privacidade,
a perda da liberdade e do autocontrole. Sofre com sentimentos de solidão e com a insegurança quanto ao
futuro (Santos, 2002).
Segundo Faro, 1999 a família deve participar do tratamento e receber suporte não apenas para aprender a
cuidar do paciente, mas, sobretudo para enfrentar, compreender e compartilhar a situação de doença e/ou
deficiência, e conseguir lidar mais adequadamente com seus próprios problemas, conflitos, medo e aumento
das responsabilidades.
CONCLUSÃO
O projeto tem promovido uma melhora na qualidade de vida dos participantes, através da promoção da
saúde aos mesmos pela orientação postural, e apoio emocional oferecido aos familiares e acompanhantes,
contribuindo na construção de uma nova rotina no setor, e modificando os hábitos da vida cotidiana dos
participantes no hospital e na volta para casa. Em relação às acadêmicas esse projeto possibilita uma maior
qualificação profissional, formando fisioterapeutas diferenciados aptos a realizarem trabalhos em equipe, e
com maior incentivo a humanização da saúde. Além de incentivar o estudo e a pesquisa de técnicas e
terapias que contribuam para esta ação.
REFERÊNCIAS:
DELIBERATO, Paulo César Porto; Fisioterapia Preventiva: Fundamentos e Aplicações; São Paulo; Manole;
2002.
FARO, Ana Cristina Mancussi; Uma proposta de levantamento de dados para a assistência e ao cuidador de
lesados medulares; revista da escola de enfermagem da USP; 33; 334-341; 1999.
SANTOS, Maria Edilair Mota; A criança com câncer: Desafios de uma prática em psico-oncologia; Recife; A.
G. Botelho; 2002.
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