Título: A importância da leitura oral Tema: Leitura oral Justificativa: Ao propor a narrativa oral como disciplina, buscou-se a valorização da linguagem oral, assim como, uma estratégia para realização da leitura com prazer. Ao narrar uma história, a criança\adolescente demonstra seu vocabulário e sua capacidade de estruturar o próprio pensamento, inclusive no tempo: início, meio fim( habilidade necessária para produzir o texto escrito). Objetivos: Melhorar a leitura oral dos alunos. Realizar uma pesquisa de campo na comunidade escolar sobre o hábito da leitura. Conhecer o universo da leitura de forma prazeroza; Metodologia: A leitura promove a interação e desenvolve a oralidade . Ao escrever, não há uma interação das expressões físicas, a entonação da voz e das palavras, de acordo com o que ela quer passar. A oralidade também permite que sejam obervadas questões psicológicas, como o emocional da criança. Muitas vezes, o indivíduo se identifica com a história e, ao contá-la oralmente, é possível notar se há retração, tristeza ou ansiedade.Isso é possível, porque ela vivencia o jogo simbólico, no qual a ficção se mistura com a realidade. Percebe-se ainda, que durante a narração, todas as memórias são acionadas ao mesmo tempo, iniciando, a partir disso a estruturação do pensamento, com a definição daquilo que se quer expressar e de como se quer expressar. É o papel da memória construtiva na produção da narrativa oral, utilizando os mecanismos de funcionamento do cérebro que envolvem lembranças de curto e longo prazo. Diz Tereza Silveira, que “ o ensino da leitura e a sua promoção constituem utensílios para o desenvolvimento do cérebro leitor, e a animação para e da leitura, o poderoso fertilizante”. “Cientistas comprovam: literatura faz bem para o cérebro! A conclusão do estudo apontou que a leitura de livros pode ser um exercício valioso para o cérebro, já que quando lemos, o sangue flui para diversas áreas associadas à concentração e, no caso de uma leitura mais crítica, também para áreas menos ativas do cérebro. Logo, o estudo concluiu que a forma de leitura afeta o cérebro e através dela podemos treinálo para ser cada vez melhor em atividades que exigem compreensão e interpretação.” Por isso, pensamos em criar um projeto, que desenvolvesse essa habilidade da leitura oral, importante para nosso desenvolvimento cognitivo e intelectual, pois: Segundo Bamberger ( 2002, p.10) o ato de ler é um processo mental de vários níveis, que muito contribui para o desenvolvimento do intelecto. O processo de transformar símbolos gráficos em conceitos intelectuais exige grande atividade do cérebro: durante o processo de armazenagem da leitura coloca-se em funcionamento um número infinito de células cerebrais. Então, resolvemos partir para uma ação. No ano de 2013, iniciou-se o projeto da prática da leitura, através da observação, em sala de aula, que esta não era realizada com motivação, nem tão pouco, desejada por um grande número de alunos. Verificamos em nossa sala de aula, que não se tinha o hábito da leitura e consequentemente a leitura oral não era bem desenvolvida. A partir desta constatação propomos um diálogo em sala de aula, tentando encontrar estratégias para resolução deste diagnóstico. Foi quando convidamos o Terceiro Ano e a Educação Infantil do Ensino Fundamental para desenvolver o trabalho. Começamos a nos encontrar nas terças-feiras, durante aproximadamente 20 minutos para lermos diferentes tipos de textos (histórias, poemas, lendas...) uns aos outros; em duplas. Ao avaliarmos cada encontro, sentimos que estes foram ficando cada vez mais gratificantes prazerosos e especiais. Sentimo-nos privilegiados, pois estávamos lendo com prazer. Observava-se um desenvolvimento na leitura, do qual tanto esperávamos e acreditávamos. CAGLIARI (2005) define a leitura como atividade fundamental desenvolvida pela escola para a formação do aluno como cidadão. O melhor que a escola pode oferecer aos alunos deve estar voltado para a construção de um sujeito leitor. O autor define a leitura como uma atividade extremamente complexa e envolve problemas não só semânticos, culturais, ideológicos, filosóficos, mas também fonético. Muitas vezes os alunos vão mal nas provas não porque não sabem a matéria, e sim porque não sabem interpretar, entender o que lhe é perguntado. A leitura, afirma CAGLIARI (2005) é a realização do objetivo da escrita. Quem escreve, escreve para ser lido. O mundo da escrita é complicado e caótico no seu aspecto gráfico, quando mais se juntarmos a isso o mundo dos significados carregados pela escrita. A leitura vai operar justamente neste universo. Então, resolvemos dar “asas” a nossa proposta inicial, levando a ideia inicial para além das paredes da escola, verificando se a leitura acontecia na comunidade escolar, da qual estávamos inseridos. Realizamos uma pesquisa de campo, a fim de constatar se a comunidade escolar tinha o hábito de ler em casa. Para tanto, fizemos a seguinte pergunta: -“ Vocês leem para alguém em casa?” Nos resultados apresentados, observamos que entre 177 pessoas entrevistas; 92 não tem o hábito de ler . Gostaríamos de incentivar essa comunidade que não lê e refletimos sobre esse assunto em sala de aula. Então, resolvemos aprofundar nossa pesquisa, a fim de diagnosticar se a comunidade escolar tinha o hábito de ler oralmente, fazendo a seguinte pergunta: “ Você ouve a leitura de alguém “ Nessa pesquisa de campo, tivemos as respostas de 193 pessoas. Constatamos que 81 pessoas ouvem a leitura de alguém e 112 pessoas não costumam ouvir a leitura de ninguém. Nosso objetivo é atingir a toda comunidade escolar no hábito da leitura oral. Os resultados da pesquisa apontaram que realmente havia deficiências, que poderiam ser superadas, através de uma proposta de trabalho. Assim, se intensificou o projeto de leitura, do qual chamamos carinhosamente de " Parceiros da leitura". Este aconteceu semanalmente, entre as turmas de Sexto Ano e Terceiro Ano e Educação Infantil. No encontro são formadas duplas, com um aluno do sexto ano e um da turma de Terceiro Ano\Educação Infantil, para que um possa auxiliar o outro na proposta da leitura oral ( estas turmas permanecem por um período, para, também, criar o vínculo com o colega de outra turma.) A leitura é realizada através da escolha de diferentes gêneros textuais, identificados nas turmas de Sexto Ano, para leitura. A tarefa dura aproximadamente vinte minutos, e após, voltar para sala de aula, cada turma avalia como foi à execução da leitura, apontando as dificuldades e aprendizados obtidos durante o momento. Neste processo de avaliação surgiram diferentes proposições acerca da proposta, como por exemplo: Disse um aluno do Sexto Ano: __ “Observamos em nossa turma, que o gosto pela leitura está mais desenvolvido entre os colegas, assim como, percebe-se que colegas que tinham receio de ler oralmente no grande grupo; agora, após estes encontros de leitura, estão lendo com iniciativa.” Disse um aluno do Terceiro Ano: __ “Estamos melhorando na leitura”. A Educação Infantil disse: __ “ Eles são nossos amigos da leitura.” Este projeto foi apresentado na Feira de Iniciação Científica do município de Novo Hamburgo e tal qual, foi nossa surpresa ao sermos classificados para apresentarmos nossa prática de leitura na Mostratec. Muito emocionados, ao sermos valorizados em nossa proposta, apresentamos o trabalho na Mostratec ( Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia) , realizada anualmente pela Fundação Liberato Salzano. Nesta mostra, os alunos tiveram a oportunidade de obter novas experiências, agora, ampliando sua visão de mundo, já que, a mostra abrange a experiência de diferentes países. Foi muito gratificante o aprendizado adquirido na Mostratec. Concluindo, nosso trabalho foi premiado, através do sorteio de uma bolsa de estudos na INFORMATIZE, para um dos integrantes do grupo que apresentou o projeto e ficamos, novamente, muito satisfeitos com o resultado positivo da valorização de nossa prática. Neste ano de 2014, estamos dando continuidade à proposta da leitura oral, seguindo os mesmos moldes já apresentados. Os encontros acontecem entre turmas diferenciadas: Oitavos Anos e Quintos e Quartos Anos do Ensino Fundamental. Uma das turmas do Oitavo Ano, se encontra para realização do projeto “ Parceiros da leitura” nas quartas-feiras e outra do Oitavo Ano, nas sextas-feiras. O rendimento do projeto continua nos trazendo resultados positivos, quanto ao hábito da leitura, pois a leitura está sendo instigada com prazer e através do convívio entre as turmas, e não, somente, através da cobrança da professora. Avaliação: Avaliação oral, após os encontros, a fim de discutir o que podemos melhorar no próximo encontro; Produção de relatório sobre os encontros da leitura; Bibliografia: *VIGOTSKY,E.S. Imaginacion Y creacion em La Edad infantil. Buenos Aires: Nuestras América, 2003 *Magnani, Maria do Rosário, Leitura, Literatura e escola: Sobre a formação do gosto. 2 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001 *Zilbermann, Regina . A literatura infantil na escola. São Paulo: Global, 1998. *BAMBERGER, R. Como incentivar o hábito de leitura. 7. ed. 4. impr. São Paulo: Ática, 2002. (Educação em Ação). 109 p. * Blog.estantevirtual.com.br *CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e Lingüística. 10ª ed. 12ª impressão. São Paulo. Scipione, 2005.