História Capítulo 29 Capítulo 28 A Grande Depressão A Revolução Russa 1. C Em outubro de 1917, o partido bolchevique gritava a plenos pulmões plataformas socialistas que tinham como suporte ideológico a distribuição de riquezas entre a população trabalhadora urbana ou rural numa coletivização dos meios de produção que no campo era registrada como reforma agrária. Os governos revolucionários estavam em pleno processo de destruição da propriedade privada representado por slogans marcantes como “Terra, paz e pão” e “Todo poder aos soviets”. 2. B A guerra civil entre os capitalistas brancos contra os socialistas vermelhos destruiu a infraestrutura produtiva da União Soviética. Apesar da vitória do socialismo bolchevique, Lênin percebeu que a economia estava estagnada e, então, criou a Nova Política Econômica (NEP) onde o governo autorizava o surgimento de empresas capitalistas! Desde que não excedessem a 21 funcionários, o objetivo de Lênin era incentivar a produção capitalista enquanto o parque industrial socialista estivesse se reconstruindo. Contudo, Lênin faleceu e Stálin desarticulou a NEP, disseminando crises e fome, forçando uma economia planificada sob a égide de uma gigantesca ditadura. 3. C As imagens mostram um discurso de Lênin insuflando as massas trabalhadoras contra o capitalismo na revolução socialista russa. Contudo, a questão não trata do discurso em si de Lênin, mas da guerra interna no partido bolchevique, após a morte de Lênin, entre Stálin e Trotsky. Com a vitória de Stálin, a presença de Trotsky na Revolução de 17 deveria ser apagada, como pode ser observado ao se comparar as duas fotos. Na primeira se observa a figura de Trotsky na escada que dá acesso ao palanque, já na segunda imagem, ele “desaparece”, então a segunda foto foi “maquiada”, politicamente, favorecendo o poder de Stálin. 4. B O governo autoritário de Stálin utilizou inúmeras ferramentas para alargar seu poder. Sua política buscou concentrar o poder excessivamente no Klemlin. Disseminou espécies de presídios na Sibéria chamados de gulags, onde muitos estudiosos chamam de campos de concentração para a oposição. Contudo, a imagem se concentra na propaganda que abafa críticas ao seu governo ao mostrar apenas aspectos positivos de força e de progresso ligados ao Estado, ao líder, considerado “salvador da pátria” e aos trabalhadores. ensino médio 1 1. A O “crash” da Bolsa de Valores de Nova Iorque levou a economia norte-americana à bancarrota numa depressão própria da crise de superprodução. No intuito de resolver os problemas estruturais, o presidente Franklin Delano Roosevelt se inspirou na teoria do economista John Keynes, que defendia abertamente que o Estado deveria intervir na economia para evitar crises de superprodução ou para acelerar suas soluções numa clara crítica ao liberalismo. Então, no Período Entre-Guerras, Roosevelt criou o “New Deal”, elaborando, por exemplo, obras públicas para diminuir o desemprego. 2. E A depressão econômica norte-americana advinda da crise da Bolsa de Valores de Nova Iorque enriqueceu uma pequena parcela de capitalistas, mas disseminou a pobreza para grande parte da população trabalhadora num desemprego estrutural e numa queda absurda do valor dos salários. Essa realidade negativa foi estudada pela gestão presidencial de Franklin Delano Roosevelt, que introduziu as revolucionárias ideias keynesianas de intervencionismo estatal na economia capitalista, distanciando-se dos preceitos liberais. As críticas formuladas pelos liberais foram contundentes, mas a população apoiou ostensivamente o governo de Roosevelt porque percebia a preocupação para com crescimento da curva de empregos, bem como pela busca à estabilidade entre oferta e procura. 3. C A depressão nos Estados Unidos, após o “crash” da Bolsa de Valores de Nova Iorque, levou à grave pobreza gigantescas parcelas da população norte-americana levando muitos cidadãos a se “refugiarem” no alcoolismo, como consequência, o presidente Franklin Delano Roosevelt tentou barrar o uso de bebida alcoólica, apenas, proibindo-a por intermédio da Lei Seca, que, obviamente, não surtiu efeito, já que a máfia, principalmente a do grupo do Al Capone em Chicago passou a contrabandear em larga escala. Já na Europa, parcelas conservadoras ficam temerosas do avanço do socialismo bolchevique e passam a apoiar o nazi-fascismo com sua política de extrema direita. 4. C A charge é uma sátira ao capitalismo dito de mercado, ou seja, liberal, mas que em momentos de crise leva o empresariado a se refugiar na proteção do Estado na busca por financiamentos e verbas públicas. A liberdade econômica é própria do liberalismo, que está no fundamento do capitalismo clássico, e atualmente é observado nos preceitos da globalização. Já a questão do intervencionismo estatal no sistema capitalista, numa crítica ao liberalismo, tem como referencial o governo do presidente norte americano Franklin Delano Roosevelt. 2º ano Capítulo 30 Capítulos 31 e 32 . O nazifascismo 1. 2. A Revolução Populista (1930-1964): a política econômica da Era Vargas e da Ditadura à Democracia C O fascismo italiano e o nazismo alemão foram legítimos representantes de estados totalitários, que se desenvolveram na Europa nas primeiras décadas do século XX e que, muito embora tivessem diferenças entre si, tinham também vários aspectos em comum como o anti liberalismo, o anticomunismo, o nacionalismo, o militarismo, unipartidarismo. O ideal racista do antissemitismo e ideal da superioridade da raça alemã são elementos mais identificados com o Nazismo. A Os principais conflitos ocorridos na primeira metade do século XX relacionam-se com crises do capitalismo, já que a ascensão da industrialização alemã colocava em risco a estrutura neocolonial da imperialista Entente, principalmente a anglofrancesa, o que pode ser observado pelas duas guerras mundiais. Vale salientar, que havia profundas divergências nas potências europeias, oriundas de reacomodações territoriais, ideológicas e econômicas provocadas pela ascensão dos junkers germânicos. Foi nesse contexto inicial do século XX, que o nacionalismo e o totalitarismo foram semeados, dando origem ao revanchismo francês, ao pan-eslavismo czarista, ao pangermanismo e, posteriormente, ao nazifascismo. Obs.: Essa questão, na época de sua execução no Enem, provocou certa discordância, pois o enunciado que faz menção aos “principais fatores que estiveram na origem dos conflitos ocorridos durante a primeira metade do século XX” contribuiu para que, além do gabarito oficial, no caso letra “a”, alguns alunos e colegas professores preferissem a letra “e”. Nesse sentido a crise do colonialismo na letra "a" pode ser interpretada como sendo parte do processo que ocorreu pós Segunda Guerra Mundial, denominado de descolonização, ou seja, não seria uma causa dos conflitos mas um desdobramento deles. 3. B Foi o fracionamento territorial ao final da Primeira Guerra Mundial e as imposições determinadas pelo Tratado de Versalhes à Alemanha, que motivaram Adolf Hitler a redigir a sua famosa obra Minha Luta. Lá, Hitler fundamentara essencialmente as bases do nazismo, que pregava, entre outras coisas, a união dos povos de origem germânica com o encaminhamento de uma expansão territorial, anexando regiões onde a população tivesse essa origem. Esta teoria, já conhecida na história alemã desde a unificação no século XIX, era denominada como Espaço Vital. 4. D Mussolini inaugura na Itália o primeiro projeto efetivo de estado totalitário, fundamentado no nacionalismo exacerbado, no unipartidarismo, no corporativismo, na rejeição à doutrina materialista e no militarismo que pudesse viabilizar conquistas territoriais a fim de resgatar a grandeza de uma Itália que já foi centro do poderoso Império Romano. Aliás, o episódio da Marcha sobre Roma, não foi simplesmente uma demonstração de força e obediência ao Duce, mas evidenciava o ideal beligerante dos adeptos do fascismo. ensino médio 2 1. C Um dos elementos que marcaram a crise da República Velha ou Oligárquica foi a atuação do movimento tenentista na contestação aos “vícios” políticos vigentes no período. Com a vitória da Revolução de 1930, algumas figuras ligadas ao movimento não só deram apoio, como participaram do Governo Provisório chefiado por Getúlio Vargas, com a ocupação dos cargos de interventores nos estados. Neste contexto, Juarez Távora teve atuação destacada ao liderar o apoio nordestino à Revolução de 1930. Seu poder era tamanho que recebeu o apelido de vice-rei do norte. 2. C No trecho apresentado na questão, podemos encontrar elementos típicos do modelo populista, como, entre outras coisas, a ação mediadora que propõe um Estado de compromisso entre as classes. De maneira geral, entende-se que foi a partir dos anos 1930 que o modelo populista tomou forma no Brasil. As diretrizes políticas e econômicas iam de alguma forma se distanciando do modelo anterior que predominou na Primeira República, pois o estado promoveu uma política econômica centralizadora e intervencionista. Conclui-se que o estado aumentou seu papel na economia assumindo a responsabilidade de gerenciar e fazer investimentos em setores estratégicos. 3. A As intensões de Vargas de se perpetuar no poder após 1930 encontraram forte obstáculo da oligarquia cafeeira paulista, que foi derrotada no processo político que permitiu Vargas chegar ao poder em 1930. Vargas, logo nos momentos iniciais de sua gestão, define sua orientação política em direção ao centralismo em substituição do federalismo, inclusive com medidas típicas de regimes autoritários que podemos evidenciar na suspensão da Constituição, no fechamento do poder Legislativo e na indicação de interventores em substituição aos antigos governadores para os Estados, sendo esta medida um dos pontos de discórdia que se desdobrou no Movimento Constitucionalista de 1932 em São Paulo. Alegando a falta de base legal para a permanência de Vargas no poder os paulistas organizaram um movimento sob o pretexto reconstitucionalizar o país, onde vislumbravam a possibilidade de recuperar o poder perdido em 1930. A morte de 4 estudantes acabou virando um símbolo para o movimento, era o MMDC. Ainda assim os paulistas acabaram derrotados. Mesmo tento Vargas encaminhado medidas que levariam a nova Constituição promulgada em 1934, o projeto político dos paulistas acabou frustrado no seu real intento. 2º ano 4. 4. A A promulgação da Carta Constitucional em 1934 promoveu a passagem do Governo Provisório para a fase Constitucional do período conhecido com a Era de Vargas na política nacional e representou, como propõe o título de nossa aula 32, a passagem da ditadura para a democracia. A princípio, a Carta trouxe de volta a normalidade institucional com o restabelecimento dos três poderes, que previa eleições regulares para o executivo e legislativo. Essa constituição estabelece algumas novidades, como a confirmação de elementos presentes na Lei Eleitoral de 1932. Dessa forma, o processo eleitoral deveria ocorrer por meio do voto secreto e quanto a representação, além do voto ser extensivo às mulheres, que podia inclusive lançarem-se como candidatas, criava-se o cargo de deputado classista, sendo escolhido um deputado por categoria profissional que atendesse as exigências normativas impostas pelo governo. Capítulos 33 e 34 Capítulo 35 A República populista (1930-1964) a Era Vargas: da democracia à ditadura e a ditadura do Estado Novo 1. A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) D No Brasil, a AIB, agrupamento político fundado por Plínio Salgado, adotou vários elementos dos regimes totalitários europeus, especialmente os presentes na doutrina fascista italiana. De perfil militarista e ultranacionalista, os integralistas dirigiam suas críticas aos defensores do liberalismo e, em especial, aos socialistas. Outras bases presentes no programa político da AIB são: a defesa de um estado forte e centralizado organizado em bases corporativistas (símbolo ∑), na medida que pregava-se a submissão do indivíduo ao Estado. Por vezes vinculavam-se até a setores da Igreja como se evidencia no lema maior do integralismo “Deus, pátria e família”, já que muitos cristãos eram também anticomunistas. 2. D O texto apresentado é parte integrante de um documento assinado por generais brasileiros se comprometendo a combater a “ameaça comunista” às instituições políticas brasileiras, o que nos remete à lembrança do Plano Cohem, utilizado como justificativa para ação governamental de cancelar as eleições de 1938, outorgar a Constituição de 1937 e implantar a ditadura do Estado Novo. 3. B O Brasil, durante o contexto da Segunda Guerra Mundial (1939 a 1945), procurou manter uma posição de neutralidade, na medida que o governo buscava barganhar benefícios com os dois lados do conflito. A desconfiança do governo norteamericano na suposta ligação do Brasil com países do eixo se explicavam na medida que o próprio modelo político do Estado Novo se assemelhava muito mais as diretrizes políticas de Berlim, do que a Washington, sendo a deportação de Olga para Alemanha um elemento comprobatório de tal circunstância, no mais, desconfiava-se que alguns membros do governo Vargas seriam simpáticos aos valores nazistas. ensino médio E Após a Segunda Guerra Mundial, com a vitória dos Aliados, ganharam cada vez mais espaço no cenário interno brasileiro as reivindicações em favor da redemocratização, que significaria o fim do Estado Novo. Diante de tais desdobramentos, irrompeu dos grupos que eram simpáticos a permanência de Vargas no poder um movimento denominado Queremista, isto é, redemocratização sim, mas com Getúlio no poder. O movimento ganhou certa notoriedade, com um número expressivo de adeptos. Tal campanha ia ao encontro das pretensões continuístas de Vargas, tendo por parte dele óbvia simpatia. Mesmo com algumas sinalizações em direção à redemocratização promovidas pelo governo como a liberação do funcionamento dos partidos políticos e a marcação de um calendário eleitoral, Vargas acabou sendo deposto pelos militares após novas articulações golpistas. 3 1. A Uma das causas da Segunda Guerra Mundial foi a política de apaziguamento implantada pelo Reino Unido, a qual permitiu que Hitler atingisse objetivos militares e territoriais que o fortaleceram numa afronta ao tratado de Versalhes. A burguesia liberal da Europa ocidental permitiu que o III Reich dominasse áreas da Europa central porque acreditava que o fascismo seria a barreira que impediria a expansão do socialismo soviético. 2. D A questão remete a alguns dos fatos que antecederam a Segunda Guerra Mundial. Na primeira charge observa-se uma sátira Pacto Germano-Soviético, haja vista que havia entre essas duas nações grande rivalidade devido as suas substanciais diferenças políticas e ideológicas. A princípio, esse acordo facilitou as pretensões de Hitler de continuar seu expansionismo, certo que, a URSS não haveria de intervir contrariamente. Tal circunstância se materializa na invasão alemã à Polônia e a divisão do território em áreas de influência entre os dois países. Mais tarde Hitler quebra o acordo e invade a URSS. Essa incursão custou caro aos alemães pois, a entrada da URSS junto aos aliados, foi fator de peso para a derrota dos nazistas. A outra charge satiriza ao imobilismo inglês que não conseguiu evitar a aliança de Hitler e Stalin. O primeiro ministro Chamberlain montado em um cavalo é ultrapassado por Hitler que vai em direção à URSS. De uma forma mais ampla as imagens refletem o contexto de crítica a tolerância inglesa de insistir na “política de apaziguamento”, que permitiu a continuidade do projeto expansionista alemão nas regiões fronteiriças da França, na incorporação da Áustria, dos Sudetos na Tchecoslováquia e, enfim, da Polônia. 2º ano 3. A Como o imperialismo franco-britânico estava em decadência na Ásia juntamente com o crescimento do parque bélico nipônico e norte-americano, o oceano Pacífico, principalmente a sua costa oeste, passou a ser uma região disputada e coberta de potencial belicoso. Dentro dessa realidade e em contradição, o governo ianque de Roosevelt não acreditou que as disputas econômicas imperialistas pudessem se transformar em guerra, por isso, inadvertidamente, não se preparou suficientemente para um conflito militar de grandes proporções. O Japão utilizou essa realidade para atacar, sem promover a declaração de guerra aos Estados Unidos, de surpresa a base naval de Pearl Harbor, que fica no Havaí, no intuito de destruir a frota norte-americana do Pacífico. 4. C A entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial revigorou os Aliados, pois enquanto a URSS barrava o avanço alemão no leste, o exército ianque, liderado pelo general Eisenhower a partir da Grã Bretanha, organizou as forças militares ocidentais liberais que tinham o intuito de iniciar a destruição do poderio germânico no norte da França. Essa realidade foi concretizada no dia D e a França foi libertada isolando a Alemanha nazista. 3. C O sionismo é um movimento internacional judaico com teor nacionalista de criação do Estado israelense em solo considerado sagrado, tendo como referência a cidade de Jerusalém. Após a Segunda Guerra Mundial, sob pressão do sionismo, da diplomacia norte-americana e para “amenizar” a dor de judeus causada pelo holocausto, a Organização das Nações Unidas (ONU) criou o Estado de Israel, contudo, o surgimento desse país gerou conflitos que ainda hoje perduram, pois os palestinos afirmam que a terra pertence a eles que, também, a considera sagrada. No intuito de resolver esses problemas, a ONU dividiu o território em Israel judaico e a Palestina (Cisjordânia e Faixa de Gaza) muçulmana, contudo, as animosidades aumentaram e os árabes promoveram as guerras dos Seis Dias, em 1967, e a do “Yom Kippur”, em 1973, sendo derrotados pelas forças israelenses que passaram a invadir as terras palestinas, criando, inclusive, assentamentos. Parte considerável da população palestina passou a apoiar o terrorismo da Organização pela Libertação da Palestina (OLP) liderada por Yasser Arafat, que promoveu inúmeros ataques terroristas a Israel, outra modalidade de luta dos palestinos é a Intifada, que consiste na desobediência civil ao poder israelense utilizando, por exemplo, pedras contra o alto arsenal bélico israelense, como tanques de guerra. 4. E A frase que é a essência da questão tem como referência o passado de Jerusalém, que pode ser o reinado de Davi que, ao derrotar o filisteu Golias, colocou os hebreus na terra sagrada e, atualmente, essa mesma área é alvo de conflitos militares, tendo como pano de fundo a questão da religiosidade, só que na atualidade entre judeus, antigos hebreus, e palestinos muçulmanos. Os conflitos militares tiveram como vitoriosas, as forças israelenses que ocuparam toda Jerusalém e parte da Cisjordânia. Apesar da vitória, Israel percebeu que os palestinos não aceitaram a derrota e passaram a utilizar ações terroristas através da OLP e da Intifada, e os palestinos perceberam que a derrota de Israel era improvável. Então se iniciou um longo processo de paz onde haveria a troca de paz por terra, contudo, essa importante negociação não criou frutos relevantes e a animosidade continua viva. Capítulo 36 O Mundo Pós-Guerra 1. 2. A A independência das nações africanas permitiu a ascensão do nacionalismo, contudo, a estrutura interna implantada pelas nações imperialistas europeias se manteve viva em larga escala, pois se pode observar na manutenção das antigas fronteiras imperialistas que não respeitavam a estrutura tribal da África do sul do Saara. Foram poucas as tentativas, como a de Patrice Lumumba no Congo, viáveis de aglutinação respeitosa e democrática das várias etnias, o que prevaleceu foram ditaduras onde grupos de negros africanos controlavam o novo Estado se enriquecendo e mantendo o lucro de empresas estrangeiras, principalmente europeias e norte-americanas, reeditando um novo imperialismo à custa da exploração da maioria da população que se mantém na miséria. Outro fator que prejudicou a ascensão africana foi o fato de que na Guerra Fria, quando o governo era ligado aos Estados Unidos, a União Soviética fomentava uma guerrilha, fato que era repetido quando o governo era pró-URSS e os Estados Unidos eram oposição. Saiba Mais América Latina no Século XX 1. D A guerra do Vietnã é um fato histórico que os Estados Unidos buscam evitar a sua propagação, pois resultou numa fragorosa derrota militar perante um minúsculo país asiático que confirmou sua opção pelo socialismo, bem como se unificou expulsando as forças norte-americanas da área sul que, anteriormente, era capitalista. Os Estados Unidos penetraram na guerra numa região de floresta equatorial sem conhecer a geografia do país, sendo recebido por guerrilheiros comunistas que tinham armas chinesas e soviéticas que lutavam pela sua pátria e ideologia. Para piorar, as situação política dos militares, a juventude norte-americana passou a criticar a guerra com o slogan “paz e amor”, com o movimento pacifista hippie. ensino médio 4 C A Guerra das Malvinas, em 1982, foi criada pela ditadura militar argentina, que estava em franca decadência, para se manter no poder por mais algum tempo utilizando o discurso patriótico para esconder as graves crises econômica, social e política. Além da guerra servir para encobrir as mazelas da ditadura, as Malvinas, Falkland para os ingleses desde o início do século XIX, possuem posição e riqueza mineral que ajudaria a combalida economia de Buenos Aires. As instituições internacionais, inclusive da América do Sul, buscaram a neutralidade, pois perceberam o mau uso do discurso nacionalista e a Argentina ficou isolada. Com a derrota fragorosa argentina, a população incorporou um incendiário desejo de liberdade política e o “feitiço virou contra o feiticeiro”, pois a elite militar que comandou as juntas militares autoritárias foram perseguidas e a Argentina entrou para o rol dos países democráticos. 2º ano 2. 3. 4. C A questão aborda assunto do passado recente na América Latina. O Brasil, governado por Lula, negociou com o governo boliviano de Evo Morales uma solução diplomática para os problemas relacionados com a refinaria brasileira, que é vista como uma multinacional por setores bolivianos. A Bolívia, que perdeu seu acesso ao oceano Pacífico numa guerra contra o Chile no século XIX, atualmente, utiliza a diplomacia como instrumento para reaver o território. O atrito em relação à maneira de reprimir a produção e o comércio de drogas, bem como ao movimento guerrilheiro é entre o Equador e a Colômbia, já que este país afirmava que o governo de Rafael Correa não combatia eficazmente as FARCS. O Brasil tem uma política de aproximação com o Paraguai, inclusive, acerca da compra da energia elétrica excedente da usina de Itaipu não utilizada pelo Paraguai. O grave atrito relacionado com a construção de bases norte- americanas em solo da América do Sul foi entre a Colômbia, que é uma aliada tradicional de Washington, e o governo venezuelano de Hugo Chávez, que considerava os Estados Unidos como um empecilho para o crescimento da América Latina. Saiba Mais Oriente Médio B O texto I se refere à história chilena, pois em 1973 o general Augusto Pinochet liderou um golpe militar destruindo o governo socialista de Salvador Allende, implantando uma grave ditadura ligada aos interesses da elite e dos Estados Unidos. Após a redemocratização, o Chile ficou governado pela antiga oposição que tinha grande grau de moderação e, em 2000, o palácio “La Moneda” ficou nas mãos de Lagos e, posteriormente, de Michelet Bachelet, que tinham plataforma de esquerda, apesar de não possuírem extremismo. Já o texto II se refere à história recente Venezuela quando setores da elite conservadora não aceitaram o governo de Hugo Chávez e buscaram destitui-lo do poder, entretanto, as forças chavistas se aglutinaram em torno do sindicalismo e de grupos militares, restituindo o presidente ao poder que foi confirmado na presidência pelo plebiscito de 2004, mantendo-se no poder, diretamente ou indiretamente, até sua precoce morte natural em 2013. A O jornal El País tece uma informação jornalística que nos remete a governos oriundos de grupos de esquerda, como o venezuelano Hugo Chávez, o brasileiro Lula e o boliviano Evo Morales. A notícia acredita que muitas mazelas tradicionais da história política tradicional da América Latina, que tinham sido veementemente criticadas pelos líderes acima, se mantiveram vivas, como a corrupção e a ânsia pela manutenção ao poder. Como consequência, surgiram inúmeros projetos sociais que buscaram uma maior inserção social das classes carentes, contudo, o modelo excludente baseado no plantation e na exploração capitalista manteve-se vivo, confirmando o neoliberalismo da globalização. ensino médio 5 1. C A nacionalização da economia petrolífera foi uma tentativa de fortalecer esses países de maioria muçulmana. A do Irã ocorreu durante o reinado do Xá Reza Palhevi, sob a orientação do ministro Mossadegh em 1951, contudo, devido ao boicote internacional, Mossadegh ficou isolado politicamente e o Xá se aproximou dos interesses internacionais, notadamente norte-americanos até 1979, quando foi destituído do poder pela revolução liderada pelo aiatolá Khomeini. A nacionalização egípcia possuiu maior repercussão porque Nasser tinha maior controle do Estado egípcio do que Mosadegh no persa. A nacionalização do canal de Suez colocou Nasser em proeminência na história do Oriente Médio, inclusive porque seu discurso era antiamericano e contra o sionismo de Israel, tendo o intuito de unir os povos islâmicos. 2. A A queda do Xá Reza Palhevi no Irã enfraqueceu a política diplomática norte-americana porque sua embaixada foi invadida por extremistas sem uma atitude enérgica do aiatolá Khomeini em proteger os funcionários que se tornaram reféns. Essa atitude enfraqueceu o governo Jimmy Carter e somente foi resolvida com a posse do presidente Reagan. A manutenção dos aiatolás em Teerã levou Reagan a utilizar inúmeros meios para desarticulá-los, inclusive apoiando o iraquiano Saddam Hussein numa guerra contra o Irã. Os cristãos ortodoxos da Istambul não possuem uma política antisionista, inclusive porque não controlam o Estado turco, Estado esse que é um dos poucos de maioria muçulmana que possuem relação diplomática com israel. A União Soviética foi inimiga do talibã porque este se originou dos “mujahedins” na luta contra a URSS quando esta invadiu o Afeganistão. A crença politeísta hindu se distancia do monoteísmo muçulmano, sendo um dos pressupostos ideológicos da animosidade entre Índia e Paquistão. Na guerra nos Bálcãs, fundamentalistas sérvios cristãos ortodoxos utilizavam a questão religiosa para perseguirem os muçulmanos, principalmente em Kosovo. 3. D A primeira grande crise do Oriente Médio na década de 90 ocorreu quando o ditador iraquiano Saddam Hussein invadiu o Kuwait em busca das reservas petrolíferas iniciando a Guerra do Golfo Pérsico. A guerra civil libanesa foi notadamente na década de 80 como consequência da entrada de refugiados palestinos, que tinham sido retirados de Israel. A queda do Xá Reza Palhevi pela revolução iraniana, organizada pelos fundamentalistas aiatolás, perdeu em intensidade pela guerra tempestade no deserto, já que esta teve a participação de inúmeros países formadores de uma coalizão com o aval da ONU. 2º ano 4. C O nacionalismo pan-árabe teve como último grande representante o egípcio Nasser, que conseguiu unir o islamismo ao nacionalismo no Oriente Médio, não em torno de um único país, mas com o projeto de uma união de toda a região que tivesse maioria muçulmana para fazer frente ao imperialismo das forças europeia e norte-americanas, por isso, a aproximação de propostas da Conferência de Bandung, bem como da União Soviética na Guerra Fria. É importante frisar que Nasser não comungava do marxismo leninista ou do Estado stalinista, mas de um instrumento, no caso a URSS, que não permitisse que os Estados Unidos tivessem sinal verde para manusear o Oriente Médio segundo seus interesses. O surgimento da Liga Árabe possui essa ideologia de unificação política islâmica. 3. E O legado de Vargas, no que se refere à economia e especialmente à Petrobras, é o tema central dessa questão, que propõe um diálogo temporal entre dois momentos históricos importantes para essa empresa e para o país. A imagem 2, de fato, sugere que Lula repetira o gesto de Vargas (imagem 1) considerado histórico por garantir ao estado o controle dessa importante matriz energética. Porém, vale lembrar que a Petrobras hoje é uma empresa de capital misto e não uma empresa de capital exclusivamente nacional. Mesmo com grande importância para o país, atualmente empresas criadas por Vargas como a Vale do Rio Doce e a CSN – Cia Siderúrgica Nacional, não são mais estatais, pois foram privatizadas em meio a grandes discussões no transcorrer da década de 1990. Mesmo reconhecendo que Vargas tenha direcionado seus esforços para fortalecimento da indústria de base no Estado Novo, a construção da CSN e da Vale do Rio Doce tiveram importante contribuição dos EUA, que disponibilizaram os recursos necessários para a construção dessas empresas. Por fim, devemos lembrar que embora tenha sido na gestão de Lula que se tenha realizado o marco inaugural da exploração do Pré-Sal (imagem 2), a concessão de exploração, (leilão) do campo de Libra, foi um fato que ocorreu na gestão de sua sucessora Dilma Rousseff. A esse respeito devemos levar em consideração que o leilão ocorreu em outubro e os protestos ocorreram em junho e julho de 2013. Vale destacar que os protestos de 2013 tinham múltiplas razões, e no que se refere à Petrobras, as manifestações faziam referência à distribuição dos royalties do petróleo para as áreas da saúde e educação. 4. A O Brasil vivia em meados dos anos 1950 um ambiente bastante conturbado e que contribuiu para o isolamento político de Vargas. Diante dessas circunstâncias, Vargas optou pelo suicídio. Devemos lembrar a importante função didática que a Carta Testamento possuía, já que ele identificava os responsáveis pela sua morte como os verdadeiros inimigos da nação. O documento deixado por Vargas indicava um conflito de interesses entre os que eram defensores das riquezas nacionais e os interesses do capital estrangeiro, insatisfeitos com a política nacionalista do governo. Capítulo 37 A República Populista (1930-1964): a transição para o populismo democrático 1. 2. C Eurico Gaspar Dutra assume a presidência em 1946 promovendo algumas mudanças nas diretrizes políticas e econômicas do país que, durante 15 anos, foi conduzido por Getúlio Vargas. Em termos políticos, ainda que se verifiquem algumas contradições, promoveu-se um processo de redemocratização. Em termos econômicos, o nacionalismo deu lugar a alguns elementos típicos do liberalismo (em parte resultado da pressão norte-americana), que se verifica na decisão de permitir e facilitar a importações de produtos estrangeiros, alguns dos quais compostos por artigos supérfluos, prejudicando o crescimento da indústria nacional. Boa parte das reservas monetárias acumuladas em moeda forte durante a Segunda Guerra Mundial se esvaíram neste contexto. D A questão se propõe a promover uma comparação de dois importantes personagens históricos e suas trajetórias políticas, no caso Napoleão Bonaparte na França e Getúlio Vargas no Brasil. Os dois chegaram ao poder em momentos de ruptura institucional e, com frequência, usaram de expedientes autoritários para se manterem, nele, controlaram a imprensa, as artes e desenvolveram a economia. No entanto, não há como negar que ambos entraram definitivamente na história de seus países pois promoveram medidas que ainda hoje são lembradas e, a despeito de muitas críticas, continuam tendo um grande número de admiradores. Efetivamente ambos buscavam respaldo no povo para legitimar suas ações, mas constitui equívoco afirmar que contrariavam frontalmente os interesses da classe burguesa, em especial no caso de Napoleão. Em termos econômicos ambos possuíam uma postura nacionalista que se evidenciava em projetos como o banco da França e BNDE (para Napoleão e Vargas, respectivamente). Waterloo, a famosa batalha final de Napoleão, virou um clichê para designar a derrota política de muitos personagens históricos, porém, o prenúncio feito pelo Jornal Correio da Manhã que destacava que derrota de Vargas em 1947 comprometeria seu projeto de retorno político não se confirmou e Vargas foi reeleito em 1950, por voto direto. Mesmo sufragado por ampla maioria, o segundo governo Vargas foi bastante conturbado, especialmente após o episódio do atentado da R. Toneleiro. Isolado politicamente e ameaçado de deposição pelo suposto envolvimento na morte do Major Vaz, Vargas, diante do seu iminente Waterloo (derrota definitiva), opta pelo suicídio. ensino médio Capítulo 38 A República Populista (1930-1964): a longa marcha para o golpe 1. 6 E Uma das mais destacadas lideranças da UDN, partido que surgira nos momentos finais do Estado Novo e que fazia sistemática oposição a Vargas, era a do jornalista Carlos Lacerda. O atentado da Rua Toneleiro, articulado supostamente contra Lacerda, foi um dos fatores decisivos para o aumento da pressão política, que levou Vargas a optar pelo suicídio 1954. Ainda que adotando postura conservadora após o golpe de 1964, Lacerda teve seu mandato cassado, tendo, inclusive, participado da chamada Frente Ampla, com João Goulart e Juscelino Kubitschek, seus antigos adversários. Ironia do destino, Lacerda estaria lado a lado com figuras que combateu e criticou arduamente como na época em que Juscelino foi presidente da República. 2º ano E As ações de Jânio Quadros estiveram quase sempre envolvidas em polêmicas e controvérsias. A própria UDN que, houvera apoiado Jânio em sua campanha à Presidência e que composta por elementos conservadores, alinhados na maior parte do tempo aos princípios liberais, anunciava em emblemática frase “Jânio no poder é a UDN de porre”. A atitude de condecorar “Che” Guevara levou a este grupo a promover fortes críticas ao Presidente. Pouco depois, a atitude inesperada de renunciar à Presidência, sob a alegativa de forças ocultas, provocou grave crise, só solucionada com a adoção do Parlamentarismo. 3. A Herdeiro da tradição populista e fortemente identificado com o governo Vargas, onde houvera sido ministro, Jango encaminhou as chamadas reformas de base ao Congresso onde temas como reforma agrária, tributária, bancária entre outras, refletiam a esperança de Jango ter seu mandato referendado pelo apoio popular. Destaque-se, no entanto, que tais propostas invariavelmente resultariam em fortes reações por parte dos setores conservadores que acusaram o presidente de demagogia. As duras críticas ao programa de governo provocou um desgaste que culminou com seu isolamento político contribuindo para o quadro que resultou na deposição de Jango em 1964. 4. D A crise político-institucional que culminou com a destituição de João Goulart da Presidência em 1964 é historicamente conhecido como Golpe Militar. Mais seria mesmo um golpe exclusivamente militar? De fato não se pode negar o protagonismo dos militares nesse processo, mas ao avaliar o contexto político como um todo percebemos o envolvimento de grupos que, de alguma forma, tiveram seus interesses contrariados ou que enxergavam em Jango uma ameaça comunista, como era caso de setores do Congresso (especialmente da UDN), do empresariado, das classes médias urbanas, da Igreja que ajudaram a legitimar o golpe, esses com frequência se referenciam a este evento, como a “Revolução de 1964”. 092885/15 – Erbínio – Rev.: JA – Desenhista: Arte – 24/04/15 2. ensino médio 7 2º ano