PARLAMENTO JUVENIL DO MERCOSUL MATHEUS HENRIQUE SANTOS MONTEIRO Evasão Escolar: a necessidade de trabalhar e permanecer na escola Campina Grande, Agosto de 2016. RESUMO O projeto tem como principal objetivo promover estratégias para contribuir com a melhoria da educação brasileira, no que se diz respeito ao tema jovens e trabalho, haja vista os frequentes impasses enfrentados pelos jovens, dentre eles, a má conciliação de turnos e horários estabelecidos entre escola e trabalho, ausência de apoio ao estudante e a falta de auxílios necessários para sanar os problemas de vulnerabilidade social que o jovem venha a apresentar. Tais impasses que causam uma exorbitante saída dos estudantes das escolas. A motivação do projeto surgiu mediante a experiências pessoais, devido estar presente neste grupo de jovens inseridos no mercado de trabalho e simultaneamente em um contexto escolar, observando de perto os alarmantes problemas enfrentados por esses jovens. A preocupação maior surgiu após a observação das análises quantitativas, realizadas por órgãos não governamentais e promovidas pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sobre as elevadas taxas de evasão escolar no nosso país. Com base nas dificuldades apresentadas para conciliação de escola e trabalho, é necessário criar propostas que venham a contribuir para que o jovem possa exercer plenamente sua cidadania, gozando de todos os direitos que lhes são devidos e conceber benefícios antes não existentes para os jovens inseridos no mercado de trabalho. CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA A evasão é uma problemática pertinente na educação nacional, está ligada a diversos fatores que distanciam o jovem da escola como, por exemplo, falta de interesse pelas aulas, dificuldades para ir a escola, gravidez na adolescência e dificuldades socioeconômicas. Esta última apresenta-se como um desafio para o modelo do nosso atual ensino médio se tratando de Brasil, já que, muitas vezes, o estudante por dificuldades econômicas tem que trabalhar para ajudar na renda mensal da família e garantir a subsistência. Em uma visão mais específica, o estudante que trabalha, em prática, não consegue manter uma boa relação entre seu trabalho e seus estudos. O aluno que tem aula, por exemplo, pela manhã e/ou pela tarde, necessita - muitas vezes - trabalhar em um desses períodos e, portanto, encontrará uma incompatibilidade na divisão dos horários empregados para si, gerando confusões em sua relação em ambas as instituições. O Brasil tem a terceira maior taxa de evasão escolar entre cem países, segundo uma pesquisa realizada pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) da ONU. Assim como, com base na Pesquisa Nacional por Amostragem Domiciliar (Pnad) do IBGE, revela que 45,7% dos jovens brasileiros não conseguem concluir o ensino médio até os 19 anos. De acordo com professores, servidores públicos e estudantes, os problemas oriundos da evasão escolar refutam drasticamente, no que se refere a importância da educação na vida dos jovens. Bem como, os alunos destacaram que conheciam muitos amigos que tiveram que deixar a escola pela falta de apoio e flexibilidade entre escola e trabalho. Nessa perspectiva, muitas escolas não estão adaptadas para receber alunos que estão inseridos no mercado de trabalho e, por mais que o problema exista, muitas vezes passa despercebido e milhares de jovens acabam perdendo o direito à educação. Uma questão alarmante, haja vista que em um país em que os jovens não se educam, eles acabam se corrompendo a maus caminhos. JUSTIFICATIVA De acordo com o Art. 3° da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), o ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I- Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola. II- Vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais. Mediante a Lei destacada, o aluno deverá conciliar a educação escolar, com seu trabalho, tendo direito a total igualdade para acesso e permanência na escola, de forma que, seu emprego não afete em sua formação. Todavia, o jovem que se encontra inserido no mercado de trabalho, e simultaneamente inserido em uma instituição de ensino enfrentará problemas para permanecer em ambas. Em síntese, em consequência dos elevados índices de evasão escolar em virtude de uma má conciliação das escolas em função do trabalho, faz-se necessário a criação de medidas que sejam de fato efetivas, utilizando-se dos recursos dos quais as instituições disponham para garantir a permanência dos alunos em seu âmbito escolar. Já que a educação é direito de todos e a ela deve ser adaptada para todo e qualquer cidadão, “e ainda assim o Ministério Público, acionar o Poder Público para exigi-lo”, segundo o Artigo 5° da Lei das Diretrizes e Bases de da Educação Nacional. Tendo em vista os direitos registrados nas leis, no que se diz respeito à evasão escolar, podemos considerar que essas leis existem tão somente no papel, assim como destacou o Jornalista da Folha de São Paulo, Gilberto Dimenstein, em seu livro O Cidadão de Papel. Assim, o que ocorre na educação pública, se tratando dos direitos que deveriam ser garantidos para a fundamental permanência dos jovens na escola, são os reflexos dessa falta de excursão do que está escrito nas leis. Portanto, torna-se evidente à importância do projeto e seus objetivos, buscando reverter os preocupantes dados que foram observados, e garantir que as leis estabelecidas aos jovens que estão inseridos no mercado de trabalho sejam levadas a sério, o benefício principal será a oportunidade dos jovens usufruírem de uma cidadania digna, na qual já deveria ser gozada por todos. OBJETIVOS - GERAL ● Reverter o quadro de evasão escolar em alunos que ingressam ou que precisam ingressar no mercado de trabalho. - ESPECÍFICOS ● Criar centros de apoio para que os direitos expostos em leis sejam garantidos e defendidos; ● Garantir melhores condições para os estudantes inseridos no mercado de trabalho; ● Assegurar que os estudantes absorvam o máximo de aproveitamento do ensino médio; ● Conceber turnos especiais para alunos que necessitam reverter os horários das aulas em função de garantir sua educação; ● Impulsionar a participação dos jovens no ambiente escolar, por meio da criação de um novo Corpo Estudantil responsável em representar os estudantes inseridos no mercado de trabalho, no qual poderão manifestar suas opiniões e propor melhorias para o projeto. ATIVIDADES PREVISTAS Seria mais fácil não reconhecer que o Brasil necessita investir na formação pessoal do jovem por meio da educação. Todavia, como dizia o educador Paulo Freire em seu livro Pedagogia do Oprimido, o baixo nível educacional da maior parte dos brasileiros, faz com que o cidadão não desenvolva o senso crítico e conhecimentos necessários para entender a sua participação em ambiente escolar. Nessa perspectiva, deve-se reverter o cenário atual da educação, merecendo destaque nacional e uma mudança paradigmática, pois evidentemente tal carência está estritamente ligada aos elevados índices de evasão escolar no nosso País. Por essa razão, é fundamental a realização de conferências, palestras, fóruns e debates no ambiente escolar, dada a importância de mudar a realidade sobre a influência da educação daqueles que estão inseridos no mercado de trabalho. Como uma ação mais significativa, criar um centro de apoio, sindicato ou departamento, a fim de reverter o quadro de evasão escolar, que fique responsável principalmente em representar os estudantes que trabalham, bem como, garantir e defender seus direitos estabelecidos na lei, tornando essa uma das ações que podem minimizar as consequências do pêndulo da evasão escolar. O centro de apoio, sindicato ou departamento, deverá ser introduzido em todas as instituições de ensino. Esses núcleos deverão ser compostos por profissionais qualificados, que tenham conhecimento dos direitos do estudante, e que sejam capazes de lutar por esses direitos, representar, incentivar e auxiliar o estudante, que devido sua necessidade de trabalhar, receba total apoio nos momentos que não se sentir igualmente inserido no âmbito escolar. É fundamental a participação dos conselhos municipais, estaduais e nacionais de juventude para garantir o devido suporte à este centro de apoio. Com intenção de diminuir o elevado índice de alunos que abandonam seus estudos, a criação de turnos especiais nas escolas para os alunos que estão ingressados, ou que precisam ingressar no mercado de trabalho, será inicialmente, uma das propostas a serem empenhados em busca de melhores condições a favor da educação, essa criação deverá ser feita a partir do horário de trabalho dos estudantes que sejam incompatíveis com os estabelecidos pela escola. Além disso, outra proposta que deveria ser estabelecida a fim de inverter o quadro de evasão escolar, seria propor auxílios econômicos a esses estudantes, em busca de fornecer contribuição suficiente para garantir a subsistência, dessa forma, evitando o abandono escolar e priorizando a educação. Dessa forma, medidas de órgãos governamentais são necessários para resolver esse impasse, sendo fundamental a parceria entre o Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE) com o Ministério da Educação (MEC), bem como da Secretaria Nacional de Juventude (SNJ) e diversos outros órgãos não governamentais, a fim de garantir de forma documentada e fiscalizada, toda a organização e desenvolvimento das atividades, e do projeto como um todo. RECURSOS Notoriamente, para que as atividades previstas mencionadas anteriormente de fato, sejam executadas, é fundamental que alguns recursos sejam implementados, como por exemplo: ● Criação da sala do Centro de Apoio do Trabalho ao Estudante em todas as escolas (CATE). ● Parceria com advogados, com conhecimentos referentes aos Direitos dos Estudantes, que sejam responsáveis por representá-los e defendê-los caso o Poder Público seja acionado. ● Mobilização de estudantes e técnicos administrativos, responsáveis pela documentação, pelo registro e fiscalização dos jovens inseridos no mercado de trabalho, que estejam devidamente matriculados na instituição. ● Psicólogos, designados em fornecer apoio emocional, educacional e profissional, em busca de incentivar a permanência dos alunos nas escolas, reduzindo a elevada taxa de evasão escolar em razão da má conciliação entre o emprego e o estudo. ● Eleição de um corpo estudantil com alunos que estejam devidamente inseridos no mercado de trabalho, a fim de representar os alunos de que trabalham, caso seja necessário. ● Eventualmente, contratação de palestrantes, com o propósito de realizar palestras esclarecedoras, incentivar e atualizar os estudantes de acordo com os novos acontecimentos, respeitando o cronograma escolar. CRONOGRAMA CALENDÁRIO ANUAL DO PROJETO 2016 - 2017 ATIVIDADES Dec 2016 Oficialização e início do projeto X Criação da sala do Centro de Apoio do Trabalho ao Estudante (CATE) X Jan 2017 Realização de palestras Contratação de Advogados, Psicólogos e Técnicos Administrativos. Eleição do Corpo Estudantil Relatório e conclusão final Fev 2017 X X X Mar 2017 Abr 2017 X Mai 2017 Jun 2017 X Jul 2017 Ago 2017 X Set 2017 Out 2017 X Nov 2017 Dec 2017 X X X X