Invertebrados – BIZ 0213 Aula 05 Platyhelminthes (vida livre) Zoologia – Prof. André C. Morandini (mar.2016) Platyhelminthes: Sinapomorfias Segundo Brusca & Brusca (2003) à não existe sinapomorfia para o grupo 1) Sem cavidade corporal no adulto 2) Sem larva trocófora Segundo Caira & Littewood (2013) 1) cílios sem centríolos acessórios nos protonefrídios 2) espermatozóide sem flagelo Quem são os Platyhelminthes? Platelmintos Vermes achatados, planárias, tênias, solitárias Filo Platyhelminthes Grego platys = “chato”; helminth = “verme” • achatados dorsoventralmente, sem segmentação corporal • aquáticos (marinhos, água doce), terrestres de ambientes úmidos, bentônicos • triploblásticos, acelomados e bilatérios • cefalização, sistema digestivo (digestório) incompleto (sem ânus) • vida livre (Turbellaria), >ia parasitas (Trematoda, Monogenea e Cestoda) • tamanho variando de 1mm a 60 cm • ~ 20.000 spp; ~ 467 spp BR; ~ 312 spp SP (2011) Histórico • Linnaeus (1758, 10a. ed) à Vermes; (1788; 13a. ed) à Intestina • Vogt (1851) à platelmintos + nemertinos = Platyelmia • Gegenbaur (1859) à platelmintos + nemertinos = Platyelminthes (agora Platyhelminthes): 4 classes (Turbellaria, Trematoda, Cestoda & Nemertea) • Minot (1876) à retira Nemertea (ou Nemertini = vermes nemertinos) Platyhelminthes - caracterização 1. Simetria bilateral 2. Cefalização 3. Direção unilateral e maior habilidade, promovendo maior atividade 4. Presença de mesoderme possibilitou maior suporte estrutural e padrões de locomoção que não eram possíveis nos “Radiata” 5. Protonefrídios cruciais na invasão da água doce. 6. Fecundação interna e complexidade do sistema reprodutivo. 7. Ausência de sistema circulatório ou de trocas gasosas à limita tamanho 8. Clivagem espiral (4d) Classificação Classe “TURBELLARIA” Ordem Acoela (Xenacoelomorpha?), Catelunida, Haplopharyngia, Lecithoepitheliata, Macrostomulida, Nemertodermatida, Polycladida, Prolecithophora, Proplicastomata, Proseriata, Rhabdocoela, Tricladida Classe MONOGENEA Classe TREMATODA Subclasse Digenea Subclasse Aspidogastrea Classe CESTODA 1/4 Filogenia e Classificação Brusca & Brusca (2003, 2007): morfologia Turbellaria Trematoda Monogenea Cestoda Neodermata Platyhelminthes Platyhelminthes de vida livre - Turbellaria Planárias terrestres, água doce, ou marinhas Bentônicos à sob rochas, outros substratos, comensais, intersticiais 0,5 mm – 60 cm ~ 6.500 spp Platyhelminthes: Parede do corpo: epitélio uniestratificado ciliado (às vezes, sincicial), com microvilosidades entre os cílios sustentação: lâmina basal, fibras intracelulares (teia terminal) e extracelulares, parênquima e, em alguns casos, intestino Rabditos Epiderme muito glandular Secreções em forma de bastões: rabdóides Tipo mais comum é o rabdito funções??: - produção de muco para locomoção - formação de casulo - repelente para predadores Sistema adesivo duo-glandular Musculatura Musculatura da parede do corpo: circular externa, diagonal intermediaria, longitudinal interna grade muscular, com fibras circulares exterenas e longitudinais internas; fibras oblíquas podem estar presentes entre as duas camadas, bem como fibras dorso-ventrais Locomoção grande variedade de estratégias locomotoras: deslizamento por cílios (às vezes concentrados numa sola rastejadora) natação por ondulações (por contração da musculatura dorso-ventral, nas laterais do corpo) retração/extensão, torção, curvamento e cambalhotas; [peristalse, mas não para locomoção] adesão ao substrato: glândulas adesivas, cílios adesivos ou ventosas musculares espécies intersticiais: movimentação entre os grãos do sedimento através de órgãos duoglandulares Parênquima tipicamente, células dispersas numa matriz extracelular fibrosa tipos celulares células de reposição da epiderme neoblastos células parenquimatosas fixas células parenquimatosas pigmentadas e cromatóforos 2/4 Digestão Hábitos alimentares carnívoros (crustáceos, nemátodes, rotíferos e insetos) saprófagos (restos de animais que afundam na água) comensais (cavidade do manto de moluscos e brânquias de crustáceos à e.g. Temnocephala) parasitas - intestino e cavidades do corpo de moluscos, crustáceos e equinodermes Morfologia – Sistema digestivo tipicamente, um saco em fundo cego, com a boca utilizada para ingestão e egestão faringe penetra nos tecidos da presa e ingestão é auxiliada por enzimas proteolíticas produzidas por glândulas da faringe Tipos principais de trato digestivo Faringe Faringe com musculatura associada pode se projetar para fora do corpo FARINGE SIMPLES (Alimento: algas unicel., bactérias e protozoário) FARINGE com musculatura Se projeta, sugadora (Predadores e saprófagos) Sistema Nervoso Variável, de um sistema de redes com pequena concentração de neurônios na região cefálica ao arranjo bilateral de gânglios cerebrais. Grandes vermes: incremento de nervos periféricos, redução do número de cordas longitudinais e cefalização. Divisão operacional motor e sensorial. Estreita relação com simetria bilateral e direcionamento unilateral. Osmorregulação Difusão Excreção - amônia por difusão em toda a superfície do corpo - excesso de água e outros produtos residuais por meio de protonefrídios - sistema protonefridial ramificado, com células terminais ou células-flama que drenam para um sistema de dutos que se abrem no exterior por meio de um ou mais poros - dutos reabsorvem certos íons e moléculas - ausente nos marinhos Reprodução Brotamento em Catenulida (espécies pequenas) à PARATOMIA zoóides diferenciam-se e formam cadeias à fissão separa os zoóides (reprodução maior em populações pequenas). Planárias de água doce e algumas terrestres à fragmentação do corpo em diversos pedaços, cada pedaço regenera uma nova planária à ARQUITOMIA Experimentos de regeneração Fatores ambientais podem controlar as formas de reprodução assexuada Hermafroditas e sistema reprodutor complexo Fecundação cruzada múltipla A maioria dos turbelários produzem poucos zigotos, desenvolvimento direto Polycladida marinhos possuem desenvolvimento indireto com a presença de larvas planctotróficas (larva de Müller) Reprodução Sexuada Sistema reprodutor masculino: testículos pares duto espermático vesícula seminal pênis ou órgão copulador (cirro) Sistema reprodutor feminino: gonóporo bursa copulatória receptáculo seminal ovário oviduto aparelho reprodutor feminino pode apresentar um útero para armazenamento dos ovos fecundados cópula geralmente recíproca; ovos depositados no ambiente 3/4 Reprodução Sexuada Padrões do sistema reprodutor: padrão archoophora - produz ovócitos com vitelo nutritivo no citoplasma: ovos endolécitos (clivagem espiral normal) padrão neoophora - o ovário deriva 2 regiões especializadas, o ovário propriamente dito e o vitelário ou glândula vitelínica que produz células vitelínicas (= óvulos abortivos) que são encapsuladas junto com o zigoto, após a fecundação: ovos ectolécitos (clivagem espiral bastante modificada) Esses dois tipos de padrões constituem a base para distinguir dois níveis de organização nos turbelários Reprodução Sexuada Padrão Archoophora Padrão Neoophora Grupos Acoelomorpha (Xenacoelomorpha?) Catenulida Principais grupos Tricladida Intestino tri-diverticulado Grupo diversificado, com grandes vermes Quase todos terrestres e águas doce Dugesia, Bipalium Polycladida Faringe plicada Intestino multi-diverticulado Grupo diversificado, com grandes vermes Quase todos marinhos, principalmente tropicais Pseudoceros, Yungia 4/4