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Crise obriga a congelar abertura de seis
novas farmácias da Farmalog
02 de Fevereiro de 2015, 07:07
A farmacêutica Farmalog decidiu congelar a abertura de oito farmácias este ano em Angola, devido
à crise que já está a extravasar o sector
petrolífero e as contas públicas e já chegou à
economia real.
Em entrevista à Lusa, o presidente da NBC
Medical, a farmacêutica portuguesa que abriu a
angolana Farmalog há dois anos, explicou que “o
objectivo era ter 16 farmácias em funcionamento
até ao final do ano, mas a crise obrigou-nos a
repensar os planos e decidimos abrir apenas duas,
parando nas oito farmácias em Angola”.
Nuno Belmar da Costa afirma que a empresa optou
por “atrasar os orçamentos para este ano a ver onde
param as modas”, sublinhando que a farmacêutica,
nascida há seis anos em Portugal, “tem crescido sempre, mas este ano ainda vamos ver se optamos por ser
conservadores ou otimistas”.
O problema de Angola já não está só no petróleo barato e começa a chegar à economia real, diz o gestor
da empresa que factura 27 milhões de euros em Portugal e mais 15 milhões de dólares em Angola: “A
crise é mais que visível na economia real, as pessoas vão começar a sentir quando aumentarem os preços,
e isso já está a acontecer, porque a taxa de câmbio oficial já mostra a desvalorização, os preços começam
a refletir essa subida de 10%, e isso arrasta a inflação”.
Para a Farmalog, os preços baixos do petróleo não são problema, mas a falta de divisas é uma questão
bem mais complicada. Ao contrário de muitas empresas que têm expatriados a trabalhar em Angola, a
NBC Medical optou por pagar os salários aos 83 trabalhadores nesse país em kwanzas, “porque nunca
houve problema em tirar de lá o dinheiro, mas agora começam a ficar preocupados porque não
conseguem transferir para o país de origem”.
Na entrevista à Lusa, em Lisboa, Nuno Belmar da Costa contou que desde novembro que a empresa
aguarda autorização do Banco Nacional de Angola para enviar dólares para Portugal e assim pagar os
medicamentos que são enviados para o país.
“Temos pagamentos agendados de Angola para Portugal desde novembro que estão pendurados na banca
comercial e que continuam a aguardar a disponibilidade de divisas, ou seja, temos o dinheiro na conta da
Farmalog, em Angola, à espera de ser transferido para pagar os medicamentos que a NBC Medical, em
Portugal, exporta para Angola”, explica.
A NBC Medical é uma empresa portuguesa criada há seis anos, tendo faturado 28 milhões de euros em
Portugal no ano passado. Emprega 43 pessoas em Portugal e exporta a totalidade da sua produção de
medicamentos e produtos clínicos, sendo Angola o destino de cerca de 50% das exportações.
Há dois anos, criou a Farmalog, que teve uma faturação de 15 milhões de dólares em 2014 e emprega
cerca de 80 pessoas, detendo ainda seis farmácias, uma empresa de reagentes e diagnósticos e outra de
logística grossista farmacêutica nas províncias, com um armazém em Benguela e outro em Cabinda.
Lusa
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