ó – São Paulo, que acabou se confundindo com a própria história do Brasil. Após 1930 esta historiografia entrou em declínio, porém as bandeiras, os bandeirantes, a formação territorial brasileira se tornaram temas importantes para a história nacional. A imagem do Bandeirante foi conservada, com modificações e adequações, afirmando sua presença no discurso oficial do governo estadual, nos monumentos, na toponímia. Atacar a figura do bandeirante em um protesto pode significar o ataque às verdades criadas pela historiografia do início do século XX que consolidou certos conceitos sobre o bandeirante que se repetiram durante o século passado: o herói paulista que expandiu as fronteiras brasileiras durante a colônia e que, para tanto, dizimou populações indígenas em nome do progresso e hegemonia de São Paulo sobre as outras províncias. Duvidar da fixidez destas falas, a fixidez do espaço problematizando a escrita da história do início do século XX é um meio de desnaturalizar estes saberes sobre São Paulo durante sua construção e na sua reapropriação. Referências bibliográficas ABUD, Katia. O sangue intimorato e as nobilíssimas tradições. 1985. Tese (Doutorado em História) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo. ______. A ideia de São Paulo como formador do Brasil. In. FERREIRA, Antônio Celso; LUCA, Tania Regina de; IOKOI, Zilda Gricoli. Encontros com a história: percursos históricos historiográficos. São Paulo: Ed. UNESP, 1999. ALBUQUERQUE JÚNIOR, Durval Muniz. O objeto em fuga: algumas reflexões em torno do conceito de região. Fronteiras, Dourados, MS, v.10, n.17, p. 55-67, 2008. ______. A invenção do Nordeste e outras artes. São Paulo: Cortez, 2009. ANHEZINI, Karina. São Paulo nunca coube dentro de suas fronteiras. In: SALES, Jean Rodrigues; FREITAG, Liliane; STANCZYK FILHO, Milton (org.). História e região: Espaço, Linguagem e Poder. São Paulo: Alameda, 2010. ______. Um metódico à brasileira. São Paulo: Ed. UNESP, 2011. Ao Leitor. RIHGSP, São Paulo, v.1, 1985. BORRALHO, José Henrique de Paula. Instituto de História e Geografia do Maranhão (IGHM): patrimônio, memória e história como princípios de perpetuação da imagem de um Maranhão grandioso. Patrimônio e Memória (UNESP) [online], Assis, v. 07, 2011. 187