área temática - saúde da criança

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ÁREA TEMÁTICA - SAÚDE DA CRIANÇA
Elaboração:
Ana Cecília Silveira Lins Sucupira
Ana Maria Bara Bresolin
Edith Lauridsen Ribeiro
Eunice E. Kishinami Oliveira Pedro
Patrícia Pereira de Salve
Sandra Maria Callioli Zuccolotto
Colaboração:
Henriqueta Aparecida Norcia
Nilza Maria Piassi Bertelli
Márcia Freitas
Maria Elisabete J.Raposo Righi
Maria Laura Deorsola
Naira Regina dos Reis Fazenda
Tânia Jogbi
21
SITUAÇÕES DE RISCO
O ciclo da criança compreende um período
da vida do ser humano onde incidem diferentes
riscos de adoecer e morrer, conforme o momento
do processo de crescimento e desenvolvimento e a
inserção social da criança.
De um modo geral, a vulnerabilidade da criança
aos agravos de saúde é maior nos dois primeiros anos
de vida, especialmente no primeiro ano, em função
da imaturidade de alguns sistemas e órgãos (sistema
imunológico, neurológico, motor e outros), que vão
passar por intenso processo de crescimento.
Além disso, quanto menor a idade da criança, maior
a dependência do adulto para os cuidados básicos
com a saúde, a alimentação, a higiene, a estimulação
e a proteção contra acidentes, entre outros.
Planejar o atendimento sob o enfoque de risco significa um olhar diferenciado para a criança que está
exposta a determinadas condições, sejam biológicas,
ambientais ou sociais – as chamadas situações de risco
– que a predispõem a uma maior probabilidade de
apresentar problemas de saúde ou mesmo de morrer.
Isso significa a necessidade de reconhecer as
situações de risco e de priorizar o atendimento a
essas crianças, nos serviços de saúde.
Priorização da atenção à criança de
risco
A equidade pressupõe atendimento diferenciado
de acordo com as necessidades de cada criança. Dessa
forma, devem ser priorizados grupos de crianças que
apresentem condições ou que estejam em situações
consideradas de maior risco.
Considera-se aqui que todas as crianças vivenciam
situações de risco que variam de acordo com o seu
grau de vulnerabilidade. Assim, propõe-se até os 2
anos de idade a denominação de criança de baixo
risco, em vez do termo “criança normal” e criança de alto risco, para aquela que apresenta maior
22
vulnerabilidade diante das situações e dos fatores
de risco, como, por exemplo, as que nascem com
menos de 2.500 g.
RISCOS AO NASCIMENTO
1. Critérios obrigatórios
(presença de qualquer um
dos seguintes critérios):
• Peso ao nascer menor que 2.500g
• Morte de irmão menor de 5 anos
• Internação após a alta materna
Obs: Os recém-nascidos que apresentam deficiências estabelecidas desde o nascimento, doenças
genéticas, neurológicas, malformações múltiplas
também são consideradas crianças com problemas e que necessitam de cuidados diferenciados.
2. Critérios associados (presença
de dois ou mais dos seguintes
critérios):
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Mãe adolescente abaixo de 16 anos
Mãe analfabeta
Mãe sem suporte familiar
Mãe proveniente de área social de risco*
Chefe da família sem fonte de renda
História de migração da família há menos de 2
anos
Mãe com história de problemas psiquiátricos
(depressão, psicose)
Mãe portadora de deficiência que impossibilite
o cuidado da criança
Mãe dependente de álcool e/ou drogas
Criança manifestamente indesejada
* Área social de risco- definição de micro-área
homogênea, segundo critério de risco, no processo
de territorialização na subprefeirura.
Na medida em que a criança cresce diminui a
vulnerabilidade biológica e, na idade escolar, dos
3 aos 10 anos, espera-se uma “calmaria biológica”.
Entretanto, em determinadas condições de vida,
essa tendência evolutiva de redução na incidência
de agravos se modifica. Isso implica na necessidade
de uma mudança de olhar na UBS para as situações
de risco adquirido, que podem estar presentes em
qualquer idade.
4- As condições da alimentação (disponibilidade
de alimentos/aceitação);
5- A situação da imunização: atualizar esquema de
vacinação;
6- A freqüência à creche /escola . Socialização e
atividades de lazer;
7- O seguimento em serviços de saúde.
COMPROMISSOS DA UBS : “O
que não pode deixar de ser feito”
RISCOS ADQUIRIDOS
Presença de um dos seguintes
critérios, em qualquer idade:
• Desnutrição – abaixo do percentil 3 do NCHS*
para peso e altura
• Maus tratos
• Após a segunda internação
• Desemprego familiar e/ou perda absoluta de
fonte de renda
• Criança manifestamente indesejada
• Criança com 3 ou mais atendimentos e observação
em pronto-socorro em um período de 3 meses
* National Center of Health Statistics, curva
padrão adotada pela OMS
• Identificação e priorização do atendimento ao
RN de alto risco;
• Incentivo ao aleitamento materno;
• Verificação dos resultados do teste de triagem
neonatal;
• Aplicação e orientação sobre as vacinas do esquema básico;
• Atendimento seqüencial do processo de crescimento, segundo cronograma proposto no Caderno
Temático da Criança;
• Orientações para uma alimentação saudável;
• Acompanhamento do desenvolvimento da
criança, com ênfase na observação das relações
familiares e estímulo a um ambiente que propicie
interações afetivas;
• Atendimento aos agravos à saúde.
PROMOÇÃO/ PREVENÇÃO DE
SAÚDE
Em todo atendimento à criança, seja programático
ou eventual, é fundamental observar e avaliar:
1- O aspecto geral da criança e seu estado nutricional;
2- A presença de sinais que sejam indícios de violência
contra a criança, como hematomas, equimoses
ou queimaduras e outros. Reportar ao texto e
fluxo de casos com suspeita de violência;
3- As relações que estabelece com o responsável/ cuidador (vínculo familiar) e com o profissional;
23
FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO
PARA PUERICULTURA
(MENOR DE 2 ANOS DE IDADE)
Identificar risco:*
ao nascimento ou
adquirido
Acolhimento
Bebê de baixo
risco
Bebê de alto
risco
Identificar
queixas
Não
Identificar queixas
Sim
Não
Sim
Seguir fluxo da
queixa específica
Orientar vacinação
Aleitamento
materno
Verificar ganho de
peso
Cuidados gerais
Consulta de
Enfermagem1
Agendar consulta de
rotina de criança
baixo risco*
Agendar consulta de
rotina de criança de
alto risco*
*
Ver critérios de risco
1
Ver protocolo de Enfermagem: Atenção à Saúde da Criança
24
Consulta
médica
FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO DE
PROBLEMAS RESPIRATÓRIOS AGUDOS
CRIANÇA MENOR DE 2 MESES DE IDADE
Queixa de coriza e/ou tosse e/ou
obstrução nasal e/ou ronqueira e/ou
canseira no peito
Acolhimento
Sinal geral de perigo
Apresenta
qualquer sinal
geral de perigo?
•
•
•
•
Não
Não consegue beber líquidos ou mamar
no peito?
Vomita tudo que ingere?
Teve convulsões nas últimas 72 h?
Está sonolenta ou com dificuldade para
despertar?
Sim
Apresenta FR ou tiragem subcostal
Febre ou hipotermia
(T menor ou igual
a 35,5 °C)
Não
Sim
Consulta de
Enfermagem 1
Consulta médica
1
Ver protocolo de Enfermagem: Atenção à Saúde da Criança
25
FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO DE
PROBLEMAS RESPIRATÓRIOS AGUDOS
CRIANÇA MAIOR DE 2 MESES DE IDADE
Queixa de coriza e/ou tosse e/
ou obstrução nasal e/ou dor de
garganta e/ou ronqueira e/ou
canseira no peito
Acolhimento
Sinais gerais de perigo
•
Apresenta
qualquer sinal
geral de perigo?
Não
•
•
•
Não consegue beber líquidos ou
mamar no peito?
Vomita tudo que ingere?
Teve convulsões nas últimas 72 h?
Está sonolenta ou com dificuldade
para despertar?
Sim
Apresenta FR ou
tiragem subcostal?
Não
Sim
Tem febre?
Não
Tem dor ou
secreção no
ouvido? ou tosse
há mais de 15
dias?
Não
Sim
Sim
Febre menos ou
igual a 5 dias
26
Febre mais
de 5 dias
Tem dor ou
secreção no ouvido?
ou tosse mais de 15
dias?
Não
Atendimento de
enfermagem1
Consulta
médica
Sim
Consulta de
Enfermagem2
Consulta médica
1
Auxiliar de enfermagem sob a
supervisão da (o) enfermeira (o)
- Orientações Gerais
2
Protocolo de Enfermagem atenção
à Saúde da Criança
FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO DE
PROBLEMAS DE CHIADO NO PEITO
Respiração curta e/ou falta
de ar e/ou chiado no peito
Acolhimento
Criança menor de 2 meses ou
1º episódio em qualquer idade
Sinal geral de perigo
•
Não
Não consegue beber líquidos
ou mamar no peito?
Vomita tudo que ingere?
Teve convulsões nas últimas
72 horas?
Está sonolenta ou com
dificuldade para despertar?
•
•
•
Sim
Apresenta sinal de
perigo?
Não
Sim
Consulta médica
Tem febre?
Não
FR ou com
tiragem
subcostal
Sim
FR normal e
sem tiragem
Consulta de
Enfermagem 1
Inalação com beta2
conforme receita
anterior
1
Ver protocolo de Enfermagem:
Atenção à Saúde da Criança
Consulta médica
Consulta de
Enfermagem
Não melhorou: FR
ou mantém tiragem
Melhorado: FR
normal e sem
tiragem
Domicílio
27
ASPECTOS IMPORTANTES NO
ATENDIMENTO À CRIANÇA
COM QUEIXAS RESPIRATÓRIAS
AGUDAS
1. Identificar a idade (menor ou maior de 2
meses) e seguir o fluxo indicado.
2. Identificar se a criança apresenta algum sinal
geral de perigo e seguir o fluxo indicado.
3. Se não houver sinal geral de perigo,
perguntar:
Há quantos dias tem as queixas?
Tem febre ? Há quantos dias? Medida ou não?
Quando não tem febre, a criança brinca e aceita
a alimentação?
Tem dor de ouvido?
Tem cansaço ou dificuldade para respirar?
Tem chiado no peito?
4. Como avaliar o estado geral / atividade da
criança:
• Está ativa, brincando – sem gravidade
• Fica quietinha, caída, apenas durante a febre
– pode não ter gravidade
• Fica prostrada, gemente, sem querer brincar
mesmo sem febre – sinais de gravidade
ORIENTAÇÕES
• Tranqüilizar a mãe / família; orientar banho
morno; aumentar a oferta de líquidos e utilizar
vestimentas leves.
• O uso de antitérmicos pode ser recomendado
quando a temperatura for maior de 37,8º C
Paracetamol: 1 gota / Kg de peso / dose até
4 x /dia (intervalo mínimo de 4 horas entre
as doses).
Dipirona: meia gota / Kg de peso / dose até
4 x / dia, intervalo de 6 horas
(dose máxima por dia: 60 gotas até 6 anos,
120 gotas de 6 a 12 anos e 160 gotas para
maiores de 12 anos).
• Procurar a unidade caso apareça qualquer
sinal de alerta.
6. DOR DE OUVIDO
Deve ser atendida pelo médico
7. VÔMITOS
Se sim, quantas vezes?
• Mais de 3 vezes em 2 horas – atendimento
com enfermeira ou médico
• Após a alimentação ou acesso de tosse – sem
gravidade
• Vômito em jato – deve ser atendida pelo
médico
5. PRESENÇA DE FEBRE (definida como T
maior ou igual a 37,5 º C)
• Se sim, há quantos dias: < 5 dias, criança em
bom estado geral, com tendência à melhora
- possivelmente sem gravidade
• Se febre há 5 dias ou mais, criança deve ser
vista pelo médico
28
8. CHIADO NO PEITO
• Se for o primeiro episódio de chiado no peito
– deve ser atendida pelo médico
• Se houver episódios repetidos de chiado no
peito (sibilância), pode ser avaliada em consulta
de enfermagem
9.
DIFICULDADE PARA RESPIRAR – CANSAÇO NO PEITO
• Contar a freqüência respiratória em 1 minuto e verificar a presença de tiragem sub-costal
• Se FR e / ou tiragem subcostal deve ser atendida pela enfermeira ou médico
Faixa etária
“Respiração rápida” ou freqüência
respiratória aumentada
menores de 2 meses
de 2 a 11 meses
de 1 a menos de 5 anos
de 5 anos ou mais
60 ou mais respirações por minuto
50 ou mais respirações por minuto
40 ou mais respirações por minuto
30 ou mais respirações por minuto
10. ORIENTAÇÕES GERAIS PARA
QUEIXAS RESPIRATÓRIAS AGUDAS
• Decúbito elevado
• Dieta fracionada
• Aumentar a oferta de água, suco de frutas ou
chás para fluidificar a secreção e facilitar sua
remoção
• Lavagem nasal com soro fisiológico
• Nebulização / Inalação
Para as crianças com Sinais de Perigo, o
profissional (médico ou enfermeiro) deverá
providenciar as condições para que a criança seja
atendida imediatamente no hospital .
Estabelecer contato telefônico com o profissional
da referência e enviar a Ficha de Referência
explicitando o motivo do encaminhamento.
NÃO DAR XAROPE OU ANTIBIÓTICO
ORIENTAR SINAIS DE PERIGO E O
RETORNO, CASO NÃO MELHORE APÓS
3 DIAS
11. SINAIS GERAIS DE PERIGO
•
•
•
•
Piora do Estado Geral (letargia ou prostração)
Aparecimento ou piora da febre
Não consegue ingerir líquidos ou alimentos
Presença de dificuldade para respirar
29
FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO
DA DIARRÉIA
Queixa de diarréia
Acolhimento
N° de evacuações,
Duração dos episódios
Aspecto das fezes
Verificar se tem
diarréia
Não
Atendimento de
enfermagem 1
Sim
A criança está com diarréia
há mais de 14 dias?
Não
Sim
Tem sangue
nas fezes ?
Menor de 2
meses de idade
Maior ou igual
a 2 meses
Não
Sim
Consulta médica
Consulta de
Enfermagem 2
Verificar estado
de hidratação
Sem
desidratação
Consulta
médica
Desidratação
grave
Desidratação
Consulta médica
Atendimento de
enfermagem1
1
Plano A
Consulta de
Enfermagem 2
Plano B
30
Auxiliar de enfermagem sob a
supervisão da (o) enfermeira (o)
- Orientações
2
Protocolo de Enfermagem: Atenção
à Saúde da Criança
CLASSIFICAÇÃO DO ESTADO
DE HIDRATAÇÃO
PLANO A: TRATAR A DIARRÉIA EM CASA
SEM DESIDRATAÇÃO
Criança ativa,
Aceitando líquidos
Turgor de pele normal
1. Dar líquidos adicionais à vontade:
• Amamentar com maior freqüência
• Dar soro de reidratação oral
• Dar água, chás, caldos, água de arroz,
• Quantidade de líquidos adicionais:
Até 1 ano: 50 a 100 ml após cada evacuação diarréica
1 ano ou mais: 100 a 200 ml após cada evacuação diarréica
2. Continuar a alimentar com a dieta habitual
3. Retornar se apresentar sinais de perigo.
SINAIS DE PERIGO
• Piorar o Estado Geral
• Não conseguir beber líquidos
• Ficar sem urinar por mais de 6-8 horas
• Se a diarréia persistir por mais de 5 dias
• Aparecer sangue nas fezes
PLANO B:TRO NA UNIDADE
1. Quantidade de soro oral nas primeiras 4 horas
DESIDRATAÇÃO: DOIS OU
MAIS DESSES SINAIS
Criança irritada, inquieta
Olhos fundos
Bebe avidamente com sede
Turgor de pele semipastoso
(Sinal da prega: a pele volta
lentamente ao estado
anterior)
Peso
Soro
<6
200-400
6 - < 10
400-700
10 - < 12
700-900
12-19
900-1400
Demonstrar para a mãe como dar o soro
Oferecer o soro em pequenos goles com colher
Se vômitos, aguardar 10 min e continuar mais lentamente
2. Continuar a amamentar no peito
3. Reavaliar o estado de hidratação após 4 horas
4. Selecionar o plano adequado para continuar o tratamento
DESIDRATAÇÃO GRAVE: DOIS OU MAIS DESSES SINAIS
Criança letárgica ou inconsciente
Olhos fundos
Não aceita líquidos ou aceita muito mal
Turgor de pelo pastoso – Sinal da prega: a pele volta muito
lentamente ao estado anterior
CONSULTA
MÉDICA IMEDIATA
31
ASPECTOS IMPORTANTES NA
AVALIAÇÃO DA CRIANÇA COM DIARRÉIA
1. Criança abaixo de dois meses deve sempre ser
avaliada pelo médico.
2. Quando não houver tempo suficiente para
acompanhar a TRO na unidade, pode-se iniciar a
TRO e terminar a hidratação em casa, exceto nos
seguintes casos:
Fatores de risco individual
• Criança menor de 2 meses
• Crianças menores de 1 ano com baixo peso ao
nascer
• Crianças com desnutrição moderada ou grave
Fatores de risco situacional
• Dificuldade de acesso ao hospital
• Mãe ou responsável pela criança com dificuldade
de compreensão
• Criança proveniente de microárea social de risco.
Nesses casos, encaminhar para hidratação no
hospital.
3. Orientações para retornar à unidade de saúde,
se ocorrerem sinais de perigo
SINAIS DE PERIGO
• Piorar o Estado Geral
• Não conseguir beber líquidos
• Ficar sem urinar por mais de 6-8 horas
• Se a diarréia persistir por mais de 5 dias
• Aparecer sangue nas fezes
32
4. Indicações para encaminhamento para hospital
ENCAMINHAR PARA O HOSPITAL
QUANDO:
• A criança não ganhar ou perder peso, após
as primeiras 2 horas de TRO
• Houver alterações do estado de consciência
(comatosa, letárgica)
• Vômitos persistentes (no mínimo 4 vezes em
1 hora)
• Íleo paralítico (distensão abdominal)
5. Não se recomenda o uso de antiemético,
porque a criança fica sonolenta, o que dificulta a
aceitação do soro oral.
6. Não se deve utilizar antidiarréicos e
antibióticos para diarréia.
7. Orientações para os casos de diarréia:
• Incentivar o aleitamento materno
• Orientar alimentos de fácil digestão, pastosos ou
líquidos
• Orientar higiene pessoal e dos alimentos
• Orientar utilizar água filtrada
• Orientar o destino adequado dos dejetos
• Orientar o uso da TRO no início dos sintomas
diarréicos
Esclarecer sobre a evolução da diarréia que pode
demorar até 14 dias.
FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO
DE CONJUNTIVITE
Queixa de
secreção ocular
Acolhimento
Secreção clara
Consulta de
Enfermagem 1
Secreção purulenta
Consulta médica
Orientações Gerais
•
Limpeza freqüente das secreções com água limpa e fria
•
Fazer compressas com água limpa e fria, várias vezes ao dia
•
Lavar bem as mãos antes e após qualquer manipulação dos olhos
•
Não utilizar água boricada ou outros produtos nos olhos
•
Usar toalha separada
1.Ver orientação de conjutivite na Saúde Ocular
33
FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO
DE FALTA DE APETITE
Apresenta falta de
apetite há menos
de 1 semana
Acolhimento
Não
Sim
Bom estado geral
Não
Sim
Orientações gerais
Consulta de
Enfermagem
Apresenta
outras queixas associadas?
1
Febre e/ou
Perda de peso e/ou
Queda no estado geral
Consulta médica
Agendamento de
consulta médica
Sim
Não
Seguir fluxo das
queixas específicas
Consulta médica
1 - Orientações Gerais:
34
•
Verificar quem assume os cuidados e a alimentação da criança
•
Observar dinâmica emocional e relações na família e na escola
•
Tentar identificar eventos que possam diminuir a aceitação alimentar
•
Verificar se a dieta é adequada para a idade
•
Verificar se a criança substitui a refeição de sal por leite
•
Verificar se a criança ingere guloseimas, salgadinhos, refrigerantes nos intervalos das refeições
•
Verificar se a criança freqüenta a creche. Pedir relatório da aceitação alimentar
FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO
DE DOR ABDOMINAL
DOR ABDOMINAL
Acolhimento
É o primeiro
episódio?
Não
Sim
Interfere nas atividades
(falta à escola, deixa de
brincar, fica pálida)
Não
Início há menos de 7
dias e febre,
ou Vômitos,
queda no estado geral
Sim
Não
Sim
Atendimento de
enfermagem 1
Consulta de
Enfermagem
Consulta médica
Agendar consulta
médica
Orientações para a dor abdominal:
•
Observar evolução da dor: nº de episódios, desencadeantes, tendência evolutiva e dinâmica
emocional / relações na família e na escola
•
Tranqüilizar e apoiar a família
•
Orientar massagem local
•
Verificar hábito alimentar e hábito intestinal
•
Evitar uso de medicamentos
1. Auxiliar de enfermagem sob a supervisão da (o) enfermeira (o)
35
FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO
DE CEFALÉIA
CEFALÉIA
Acolhimento
É o primeiro
episódio?
Não
Interfere
nas atividades (falta à
escola, deixa de brincar, fica
pálida)
Não
Início há menos de
3 dias e febre,
ou vômitos,
Queda no estado
geral
Não
Sim
Atendimento de
enfermagem 1
Sim
Consulta de
Enfermagem
Sim
Consulta médica
Agendar consulta
médica
Orientações para a cefaléia:
•
•
•
•
Observar evolução da dor: nº de episódios, desencadeantes, tendência evolutiva e dinâmica
emocional / relações na família e na escola
Tranqüilizar e apoiar a família
Colocar a criança de repouso, em local tranqüilo, sem muita luminosidade
Utilizar analgésicos só se a dor for intensa
1. Auxiliar de enfermagem sob a supervisão da (o) enfermeira (o) - Orientações
36
FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO
DE DOR EM MEMBROS
DOR EM
MEMBROS
Acolhimento
É o primeiro
episódio?
Não
Início há menos de
7 dias e febre,
ou dificuldade para
andar, queda no
estado geral
Interfere
nas atividades (falta à
escola, deixa de brincar,
fica pálida)
Não
Atendimento de
enfermagem 1
Sim
Sim
Não
Consulta de
Enfermagem
Sim
Consulta médica
Agendar consulta
médica
Orientações gerais para dor em membros:
•
•
•
•
Observar evolução da dor: nº de episódios, desencadeantes, tendência evolutiva e dinâmica
emocional / relações na família e na escola
Tranqüilizar e apoiar a família
Orientar massagem local
Evitar uso de medicamentos
1. Auxiliar de enfermagem sob a supervisão da (o) enfermeira (o) - Orientações
37
FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO DE
QUEIXA DE FALTA DE GANHO DE PESO
FALTA DE GANHO
DE PESO
Acolhimento
Verificar duração da queixa
Mais de um mês
Estado
geral bom
Sem outras
queixas
Orientações gerais
Orientação alimentar
Bom estado geral
Agendar consulta de
enfermagem (rotina)
•
•
•
•
•
•
•
38
Menos de um mês
Queixas associadas
Não
Sim
Consulta de
Enfermagem
Seguir fluxo
específico
Queda no
estado geral
Consulta médica
Verificar quem assume os cuidados e a alimentação da criança
Observar dinâmica emocional e relações na família e na escola
Tentar identificar eventos que possam diminuir a aceitação alimentar
Verificar se a dieta é adequada para a idade
Verificar se a criança substitui a refeição de sal por leite
Verificar se a criança ingere guloseimas, salgadinhos, refrigerantes em excesso
Verificar se a criança freqüenta a creche. Pedir relatório da aceitação alimentar
FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO
DE VÔMITOS
VÔMITOS
Acolhimento
Vomita tudo o
que ingere?
Sim
Não
Tem tosse ou
diarréia ou chiado no
peito ou febre?
Não
Consulta de
Enfermagem
Consulta médica
Sim
Seguir fluxo
das queixas
específicas
39
FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO
DE REGURGITAÇÕES
Eliminação de alimentos sem náuseas ou esforço abdominal
(Crianças menores de 12 meses)
REGURGITAÇÕES
Acolhimento
Verificar ganho de peso
Bom ganho de peso
Sem ganho de peso
Consulta de
Enfermagem
Orientações Gerais
Orientações alimentares
Orientações posturais
Identificar outras
queixas
Agendar consulta
rotina
Não
Sim
Orientações
Consulta médica
Agendar consulta
de enfermagem
40
FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO DE
FEBRE REFERIDA MENOR DE 3 ANOS
FEBRE
Acolhimento
Verificar
idade
Apresenta sinais gerais
de perigo:
Menor de 2 meses
Maior de 2 meses
•
Apresenta
qualquer sinal geral
de perigo? Ou
T de 39º C ou mais
Consulta médica
Se todas as respostas
forem negativas
Consulta médica
•
Se uma das respostas
for positiva
Consulta médica
Tem outra
queixa?
Não
•
•
Não consegue mamar
nem ingerir líquidos?
Vomita tudo que ingere?
Apresentou convulsões
nas últimas 72 h?
Está sonolenta e
com dificuldade para
despertar?
Sim
Seguir rotina de fluxo
da queixa referida
41
FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO DE
FEBRE REFERIDA MAIOR DE 3 ANOS
FEBRE
Acolhimento
Apresenta qualquer
sinal geral de perigo
Se todas as respostas
forem negativas
Apresenta sinais gerais de perigo:
• Não consegue mamar nem ingerir
líquidos?
• Vomita tudo que ingere?
• Apresentou convulsões nas últimas
72 h?
• Está sonolenta e com dificuldade
para despertar?
Se qualquer
resposta for positiva
Tem outra
queixa?
Consulta médica
Não
Bom estado geral e
febre menos de 5 dias
Consulta de
Enfermagem
Sim
Estado Geral comprometido
ou febre mais de 5 dias
Consulta médica
Identificado foco
infeccioso?
Não
Cuidados de Enfermagem
Retorno em 24 horas
42
Sim
Consulta médica
Seguir rotina de fluxo da
queixa referida
Orientações gerais para febre
A temperatura corporal normal situa-se na faixa de 36 a 37 ºC
Febre:
- É definida como temperatura do corpo acima da média normal, associada ou não a tremores,
calafrios, rubor de pele, aumento da freqüência respiratória e cardíaca. Adotamos, aqui, a T axilar maior
ou igual a 37,5ºC.
Hipotermia:
- É definida como temperatura corporal abaixo de 35,5º C, pele fria, palidez, calafrios, perfusão capilar
diminuída, taquicardia, leito ungueal cianótico.
Calafrios:
- Sensação de frio, contrações musculares quando a temperatura corporal cai abaixo do normal ou na
fase de calafrios da febre.
Orientações
•
Tranqüilizar a mãe / família.
•
Banho morno.
•
Aumentar a oferta de líquidos.
•
Utilizar vestimentas leves.
•
O uso de antitérmicos pode ser recomendado quando a temperatura for
maior de 37,8º C:
Paracetamol: 1 gota / Kg de peso / dose até 4 x /dia
(intervalo mínimo de 4 horas entre as doses).
Dipirona: meia gota / Kg de peso / dose até 4 x / dia, intervalo de 6 horas
(dose máxima por dia: 60 gotas até 6 anos, 120 gotas de 6 a 12 anos e 160 gotas
para maiores de 12 anos).
•
Procurar a Unidade caso apareça qualquer sinal de alerta.
43
FLUXO SAÚDE DA CRIANÇA 1
CRIANÇA / ADOLESCENTE QUE NÃO APRENDE
ACOLHIMENTO
INVESTIGAR na UBS
Como é a família
Como é a criança/
adolescente
Avaliação pediátrica e/ou equipe
multiprofissional:
•
•
•
•
•
•
•
•
•
avaliação global: antecedentes
neonatais, convulsões, doenças
sistêmicas, medicamentos;
nutrição;
desenvolvimento:
físico, motor,
visão, audição,
cognitivo, linguagem;
presença de sintomas
emocionais: ansiedade,
tristeza, irritabilidade, medos;
presença de alterações
de conduta: agitação,
hiperatividade, agressividade;
relacionamento com pais,
pares, professores e outros.
o que pensa do
problema da criança;
o que pensa da escola;
avaliação da dinâmica
familiar.
Como é a escola
•
•
conversar com o professor
e com coordenador
pedagógico;
contrapartida de escola.
Família disfuncional
Maus tratos
Ambiente escolar disfuncional
Problemas pedagógicos
Intervenções dirigidas
à família
Orientação familiar
Intervenções centradas no
ambiente escolar
Trabalho conjunto UBS/Escola
Na UBS:
• tratar problemas clínicos;
• iniciar intervenção em:
transtornos de conduta, ansiedade,
depressão, hiperatividade;
• orientar a família e a escola;
• acompanhar a evolução
Observação:
Na suspeita de transtorno psiquiátrico grave,
iniciar intervenção e avaliar capacidade técnica
de atendimento da equipe da UBS
Persistência
ou piora do
problema
Suspeita de retardo mental
importante ou autismo
Avaliar necessidade de
encaminhamento ou atendimento
conjunto com serviço especializado
(CAPSi ou outro disponível)
Seja qual for a origem das dificuldades da criança / adolescente, as intervenções terapêuticas
devem visar sempre as três dimensões do problema: escola, família e criança/adolescente.
44
FLUXO SAÚDE DA CRIANÇA 2
CRIANÇA / ADOLESCENTE COM PROBLEMAS DE COMPORTAMENTO
Na UBS
INVESTIGAR
• que tipo de problema existe?
• quanto prejuízo o problema causa à criança/adolescente ou à família?
• o que desencadeia o problema? é relacionado a um contexto específico?
• quais são os pontos fortes da criança?
• o que pensa a família?
Comprometimento importante da rotina de vida da
criança / adolescente e/ou família e/ou escola
Sim
Não
Agendar na UBS atendimento com urgência relativa (7 a
10 dias) com pediatra e/ou equipe multiprofissional para
investigar:
• sintomas emocionais
ansiedades, medos, tristezas, alterações apetite e sono
• problemas de conduta
agressividade, comportamento anti-social, agitação
• atraso no desenvolvimento
• dificuldades no relacionamento social
• uso de drogas
Agendar na UBS atendimento de rotina
com pediatra ou equipe multiprofissional
para investigar a queixa:
• ouvir a família (mãe, pai e outros
cuidadores)
• ouvir a escola
• conversar com a criança/adolescente
Orientação
Sintomas graves
• destrutividade persistente e deliberada;
• agressividade resultando em lesões corporais;
• autotraumatismo deliberado;
• desinibição social grave;
• isolamento e retração persistente;
• alucinações e ilusões;
• tentativas de suicídio*;
• uso abusivo agudo de drogas*.
(* avaliar necessidade de atendimento de urgência
– Pronto-Socorro)
Avaliar necessidade de encaminhamento ou
atendimento conjunto com serviço especializado
(CAPSi ou outro disponível)
Avaliação e acompanhamento
pediátrico e da equipe
multiprofissional na UBS
Persistência
da queixa
Sintomas relacionados com
atraso do desenvolvimento
retardo mental, autismo
dificuldades de aprendizagem
Intervenções conjuntas
escola/UBS
Melhora
da queixa
Persistência ou piora
do problema
EM QUALQUER QUEIXA:
• avaliar a família e a escola em busca de fatores de desencadeamento e manutenção do problema;
• levantar aspectos positivos da criança/adolescente e da família para ressaltá-los;
buscar pessoa de vínculo na família ou escola para ancorar a intervenção.
45
Garralda ME. Tratando a criança com problemas
psiquiátricos. Trad. Buckup HT. São Paulo:
Livraria Editora Santos, 1995.
Goodman R, Scott S. Psiquatria infantil. Trad.
Armando MG. SãoPaulo: Roca, 2004.
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Pediátrica. Rio de Janeiro, Atheneu, 2001.
MINISTÉRIO DA SAÙDE - Fundamentos
técnico-científicos e orientações práticas
para o acompanhamento do crescimento e
desenvolvimento. Brasília, 2002.
MINISTÉRIO DA SAÙDE - Agenda de
Compromissos para a Saúde Integral da Criança.
Brasília, 2004.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE
& ORGANIZAÇÃO PAN - AMERICANA de
saúde – Atenção Integrada às Doenças Prevalentes
na Infância (AIDPI), 1999.
SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE
SÃO PAULO. Caderno Temático da Criança, São
Paulo, 2003.
SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE
SÃO PAULO. Atenção à Saúde da Criança.
Protocolo de Enfermagem (edição revisada). São
Paulo, 2003.
SUCUPIRA, ACSL et al - Pediatria em
Consultório. São Paulo, Sarvier, 2000.
46
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