ÁREA TEMÁTICA - SAÚDE DA CRIANÇA Elaboração: Ana Cecília Silveira Lins Sucupira Ana Maria Bara Bresolin Edith Lauridsen Ribeiro Eunice E. Kishinami Oliveira Pedro Patrícia Pereira de Salve Sandra Maria Callioli Zuccolotto Colaboração: Henriqueta Aparecida Norcia Nilza Maria Piassi Bertelli Márcia Freitas Maria Elisabete J.Raposo Righi Maria Laura Deorsola Naira Regina dos Reis Fazenda Tânia Jogbi 21 SITUAÇÕES DE RISCO O ciclo da criança compreende um período da vida do ser humano onde incidem diferentes riscos de adoecer e morrer, conforme o momento do processo de crescimento e desenvolvimento e a inserção social da criança. De um modo geral, a vulnerabilidade da criança aos agravos de saúde é maior nos dois primeiros anos de vida, especialmente no primeiro ano, em função da imaturidade de alguns sistemas e órgãos (sistema imunológico, neurológico, motor e outros), que vão passar por intenso processo de crescimento. Além disso, quanto menor a idade da criança, maior a dependência do adulto para os cuidados básicos com a saúde, a alimentação, a higiene, a estimulação e a proteção contra acidentes, entre outros. Planejar o atendimento sob o enfoque de risco significa um olhar diferenciado para a criança que está exposta a determinadas condições, sejam biológicas, ambientais ou sociais – as chamadas situações de risco – que a predispõem a uma maior probabilidade de apresentar problemas de saúde ou mesmo de morrer. Isso significa a necessidade de reconhecer as situações de risco e de priorizar o atendimento a essas crianças, nos serviços de saúde. Priorização da atenção à criança de risco A equidade pressupõe atendimento diferenciado de acordo com as necessidades de cada criança. Dessa forma, devem ser priorizados grupos de crianças que apresentem condições ou que estejam em situações consideradas de maior risco. Considera-se aqui que todas as crianças vivenciam situações de risco que variam de acordo com o seu grau de vulnerabilidade. Assim, propõe-se até os 2 anos de idade a denominação de criança de baixo risco, em vez do termo “criança normal” e criança de alto risco, para aquela que apresenta maior 22 vulnerabilidade diante das situações e dos fatores de risco, como, por exemplo, as que nascem com menos de 2.500 g. RISCOS AO NASCIMENTO 1. Critérios obrigatórios (presença de qualquer um dos seguintes critérios): • Peso ao nascer menor que 2.500g • Morte de irmão menor de 5 anos • Internação após a alta materna Obs: Os recém-nascidos que apresentam deficiências estabelecidas desde o nascimento, doenças genéticas, neurológicas, malformações múltiplas também são consideradas crianças com problemas e que necessitam de cuidados diferenciados. 2. Critérios associados (presença de dois ou mais dos seguintes critérios): • • • • • • • • • • Mãe adolescente abaixo de 16 anos Mãe analfabeta Mãe sem suporte familiar Mãe proveniente de área social de risco* Chefe da família sem fonte de renda História de migração da família há menos de 2 anos Mãe com história de problemas psiquiátricos (depressão, psicose) Mãe portadora de deficiência que impossibilite o cuidado da criança Mãe dependente de álcool e/ou drogas Criança manifestamente indesejada * Área social de risco- definição de micro-área homogênea, segundo critério de risco, no processo de territorialização na subprefeirura. Na medida em que a criança cresce diminui a vulnerabilidade biológica e, na idade escolar, dos 3 aos 10 anos, espera-se uma “calmaria biológica”. Entretanto, em determinadas condições de vida, essa tendência evolutiva de redução na incidência de agravos se modifica. Isso implica na necessidade de uma mudança de olhar na UBS para as situações de risco adquirido, que podem estar presentes em qualquer idade. 4- As condições da alimentação (disponibilidade de alimentos/aceitação); 5- A situação da imunização: atualizar esquema de vacinação; 6- A freqüência à creche /escola . Socialização e atividades de lazer; 7- O seguimento em serviços de saúde. COMPROMISSOS DA UBS : “O que não pode deixar de ser feito” RISCOS ADQUIRIDOS Presença de um dos seguintes critérios, em qualquer idade: • Desnutrição – abaixo do percentil 3 do NCHS* para peso e altura • Maus tratos • Após a segunda internação • Desemprego familiar e/ou perda absoluta de fonte de renda • Criança manifestamente indesejada • Criança com 3 ou mais atendimentos e observação em pronto-socorro em um período de 3 meses * National Center of Health Statistics, curva padrão adotada pela OMS • Identificação e priorização do atendimento ao RN de alto risco; • Incentivo ao aleitamento materno; • Verificação dos resultados do teste de triagem neonatal; • Aplicação e orientação sobre as vacinas do esquema básico; • Atendimento seqüencial do processo de crescimento, segundo cronograma proposto no Caderno Temático da Criança; • Orientações para uma alimentação saudável; • Acompanhamento do desenvolvimento da criança, com ênfase na observação das relações familiares e estímulo a um ambiente que propicie interações afetivas; • Atendimento aos agravos à saúde. PROMOÇÃO/ PREVENÇÃO DE SAÚDE Em todo atendimento à criança, seja programático ou eventual, é fundamental observar e avaliar: 1- O aspecto geral da criança e seu estado nutricional; 2- A presença de sinais que sejam indícios de violência contra a criança, como hematomas, equimoses ou queimaduras e outros. Reportar ao texto e fluxo de casos com suspeita de violência; 3- As relações que estabelece com o responsável/ cuidador (vínculo familiar) e com o profissional; 23 FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO PARA PUERICULTURA (MENOR DE 2 ANOS DE IDADE) Identificar risco:* ao nascimento ou adquirido Acolhimento Bebê de baixo risco Bebê de alto risco Identificar queixas Não Identificar queixas Sim Não Sim Seguir fluxo da queixa específica Orientar vacinação Aleitamento materno Verificar ganho de peso Cuidados gerais Consulta de Enfermagem1 Agendar consulta de rotina de criança baixo risco* Agendar consulta de rotina de criança de alto risco* * Ver critérios de risco 1 Ver protocolo de Enfermagem: Atenção à Saúde da Criança 24 Consulta médica FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO DE PROBLEMAS RESPIRATÓRIOS AGUDOS CRIANÇA MENOR DE 2 MESES DE IDADE Queixa de coriza e/ou tosse e/ou obstrução nasal e/ou ronqueira e/ou canseira no peito Acolhimento Sinal geral de perigo Apresenta qualquer sinal geral de perigo? • • • • Não Não consegue beber líquidos ou mamar no peito? Vomita tudo que ingere? Teve convulsões nas últimas 72 h? Está sonolenta ou com dificuldade para despertar? Sim Apresenta FR ou tiragem subcostal Febre ou hipotermia (T menor ou igual a 35,5 °C) Não Sim Consulta de Enfermagem 1 Consulta médica 1 Ver protocolo de Enfermagem: Atenção à Saúde da Criança 25 FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO DE PROBLEMAS RESPIRATÓRIOS AGUDOS CRIANÇA MAIOR DE 2 MESES DE IDADE Queixa de coriza e/ou tosse e/ ou obstrução nasal e/ou dor de garganta e/ou ronqueira e/ou canseira no peito Acolhimento Sinais gerais de perigo • Apresenta qualquer sinal geral de perigo? Não • • • Não consegue beber líquidos ou mamar no peito? Vomita tudo que ingere? Teve convulsões nas últimas 72 h? Está sonolenta ou com dificuldade para despertar? Sim Apresenta FR ou tiragem subcostal? Não Sim Tem febre? Não Tem dor ou secreção no ouvido? ou tosse há mais de 15 dias? Não Sim Sim Febre menos ou igual a 5 dias 26 Febre mais de 5 dias Tem dor ou secreção no ouvido? ou tosse mais de 15 dias? Não Atendimento de enfermagem1 Consulta médica Sim Consulta de Enfermagem2 Consulta médica 1 Auxiliar de enfermagem sob a supervisão da (o) enfermeira (o) - Orientações Gerais 2 Protocolo de Enfermagem atenção à Saúde da Criança FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO DE PROBLEMAS DE CHIADO NO PEITO Respiração curta e/ou falta de ar e/ou chiado no peito Acolhimento Criança menor de 2 meses ou 1º episódio em qualquer idade Sinal geral de perigo • Não Não consegue beber líquidos ou mamar no peito? Vomita tudo que ingere? Teve convulsões nas últimas 72 horas? Está sonolenta ou com dificuldade para despertar? • • • Sim Apresenta sinal de perigo? Não Sim Consulta médica Tem febre? Não FR ou com tiragem subcostal Sim FR normal e sem tiragem Consulta de Enfermagem 1 Inalação com beta2 conforme receita anterior 1 Ver protocolo de Enfermagem: Atenção à Saúde da Criança Consulta médica Consulta de Enfermagem Não melhorou: FR ou mantém tiragem Melhorado: FR normal e sem tiragem Domicílio 27 ASPECTOS IMPORTANTES NO ATENDIMENTO À CRIANÇA COM QUEIXAS RESPIRATÓRIAS AGUDAS 1. Identificar a idade (menor ou maior de 2 meses) e seguir o fluxo indicado. 2. Identificar se a criança apresenta algum sinal geral de perigo e seguir o fluxo indicado. 3. Se não houver sinal geral de perigo, perguntar: Há quantos dias tem as queixas? Tem febre ? Há quantos dias? Medida ou não? Quando não tem febre, a criança brinca e aceita a alimentação? Tem dor de ouvido? Tem cansaço ou dificuldade para respirar? Tem chiado no peito? 4. Como avaliar o estado geral / atividade da criança: • Está ativa, brincando – sem gravidade • Fica quietinha, caída, apenas durante a febre – pode não ter gravidade • Fica prostrada, gemente, sem querer brincar mesmo sem febre – sinais de gravidade ORIENTAÇÕES • Tranqüilizar a mãe / família; orientar banho morno; aumentar a oferta de líquidos e utilizar vestimentas leves. • O uso de antitérmicos pode ser recomendado quando a temperatura for maior de 37,8º C Paracetamol: 1 gota / Kg de peso / dose até 4 x /dia (intervalo mínimo de 4 horas entre as doses). Dipirona: meia gota / Kg de peso / dose até 4 x / dia, intervalo de 6 horas (dose máxima por dia: 60 gotas até 6 anos, 120 gotas de 6 a 12 anos e 160 gotas para maiores de 12 anos). • Procurar a unidade caso apareça qualquer sinal de alerta. 6. DOR DE OUVIDO Deve ser atendida pelo médico 7. VÔMITOS Se sim, quantas vezes? • Mais de 3 vezes em 2 horas – atendimento com enfermeira ou médico • Após a alimentação ou acesso de tosse – sem gravidade • Vômito em jato – deve ser atendida pelo médico 5. PRESENÇA DE FEBRE (definida como T maior ou igual a 37,5 º C) • Se sim, há quantos dias: < 5 dias, criança em bom estado geral, com tendência à melhora - possivelmente sem gravidade • Se febre há 5 dias ou mais, criança deve ser vista pelo médico 28 8. CHIADO NO PEITO • Se for o primeiro episódio de chiado no peito – deve ser atendida pelo médico • Se houver episódios repetidos de chiado no peito (sibilância), pode ser avaliada em consulta de enfermagem 9. DIFICULDADE PARA RESPIRAR – CANSAÇO NO PEITO • Contar a freqüência respiratória em 1 minuto e verificar a presença de tiragem sub-costal • Se FR e / ou tiragem subcostal deve ser atendida pela enfermeira ou médico Faixa etária “Respiração rápida” ou freqüência respiratória aumentada menores de 2 meses de 2 a 11 meses de 1 a menos de 5 anos de 5 anos ou mais 60 ou mais respirações por minuto 50 ou mais respirações por minuto 40 ou mais respirações por minuto 30 ou mais respirações por minuto 10. ORIENTAÇÕES GERAIS PARA QUEIXAS RESPIRATÓRIAS AGUDAS • Decúbito elevado • Dieta fracionada • Aumentar a oferta de água, suco de frutas ou chás para fluidificar a secreção e facilitar sua remoção • Lavagem nasal com soro fisiológico • Nebulização / Inalação Para as crianças com Sinais de Perigo, o profissional (médico ou enfermeiro) deverá providenciar as condições para que a criança seja atendida imediatamente no hospital . Estabelecer contato telefônico com o profissional da referência e enviar a Ficha de Referência explicitando o motivo do encaminhamento. NÃO DAR XAROPE OU ANTIBIÓTICO ORIENTAR SINAIS DE PERIGO E O RETORNO, CASO NÃO MELHORE APÓS 3 DIAS 11. SINAIS GERAIS DE PERIGO • • • • Piora do Estado Geral (letargia ou prostração) Aparecimento ou piora da febre Não consegue ingerir líquidos ou alimentos Presença de dificuldade para respirar 29 FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO DA DIARRÉIA Queixa de diarréia Acolhimento N° de evacuações, Duração dos episódios Aspecto das fezes Verificar se tem diarréia Não Atendimento de enfermagem 1 Sim A criança está com diarréia há mais de 14 dias? Não Sim Tem sangue nas fezes ? Menor de 2 meses de idade Maior ou igual a 2 meses Não Sim Consulta médica Consulta de Enfermagem 2 Verificar estado de hidratação Sem desidratação Consulta médica Desidratação grave Desidratação Consulta médica Atendimento de enfermagem1 1 Plano A Consulta de Enfermagem 2 Plano B 30 Auxiliar de enfermagem sob a supervisão da (o) enfermeira (o) - Orientações 2 Protocolo de Enfermagem: Atenção à Saúde da Criança CLASSIFICAÇÃO DO ESTADO DE HIDRATAÇÃO PLANO A: TRATAR A DIARRÉIA EM CASA SEM DESIDRATAÇÃO Criança ativa, Aceitando líquidos Turgor de pele normal 1. Dar líquidos adicionais à vontade: • Amamentar com maior freqüência • Dar soro de reidratação oral • Dar água, chás, caldos, água de arroz, • Quantidade de líquidos adicionais: Até 1 ano: 50 a 100 ml após cada evacuação diarréica 1 ano ou mais: 100 a 200 ml após cada evacuação diarréica 2. Continuar a alimentar com a dieta habitual 3. Retornar se apresentar sinais de perigo. SINAIS DE PERIGO • Piorar o Estado Geral • Não conseguir beber líquidos • Ficar sem urinar por mais de 6-8 horas • Se a diarréia persistir por mais de 5 dias • Aparecer sangue nas fezes PLANO B:TRO NA UNIDADE 1. Quantidade de soro oral nas primeiras 4 horas DESIDRATAÇÃO: DOIS OU MAIS DESSES SINAIS Criança irritada, inquieta Olhos fundos Bebe avidamente com sede Turgor de pele semipastoso (Sinal da prega: a pele volta lentamente ao estado anterior) Peso Soro <6 200-400 6 - < 10 400-700 10 - < 12 700-900 12-19 900-1400 Demonstrar para a mãe como dar o soro Oferecer o soro em pequenos goles com colher Se vômitos, aguardar 10 min e continuar mais lentamente 2. Continuar a amamentar no peito 3. Reavaliar o estado de hidratação após 4 horas 4. Selecionar o plano adequado para continuar o tratamento DESIDRATAÇÃO GRAVE: DOIS OU MAIS DESSES SINAIS Criança letárgica ou inconsciente Olhos fundos Não aceita líquidos ou aceita muito mal Turgor de pelo pastoso – Sinal da prega: a pele volta muito lentamente ao estado anterior CONSULTA MÉDICA IMEDIATA 31 ASPECTOS IMPORTANTES NA AVALIAÇÃO DA CRIANÇA COM DIARRÉIA 1. Criança abaixo de dois meses deve sempre ser avaliada pelo médico. 2. Quando não houver tempo suficiente para acompanhar a TRO na unidade, pode-se iniciar a TRO e terminar a hidratação em casa, exceto nos seguintes casos: Fatores de risco individual • Criança menor de 2 meses • Crianças menores de 1 ano com baixo peso ao nascer • Crianças com desnutrição moderada ou grave Fatores de risco situacional • Dificuldade de acesso ao hospital • Mãe ou responsável pela criança com dificuldade de compreensão • Criança proveniente de microárea social de risco. Nesses casos, encaminhar para hidratação no hospital. 3. Orientações para retornar à unidade de saúde, se ocorrerem sinais de perigo SINAIS DE PERIGO • Piorar o Estado Geral • Não conseguir beber líquidos • Ficar sem urinar por mais de 6-8 horas • Se a diarréia persistir por mais de 5 dias • Aparecer sangue nas fezes 32 4. Indicações para encaminhamento para hospital ENCAMINHAR PARA O HOSPITAL QUANDO: • A criança não ganhar ou perder peso, após as primeiras 2 horas de TRO • Houver alterações do estado de consciência (comatosa, letárgica) • Vômitos persistentes (no mínimo 4 vezes em 1 hora) • Íleo paralítico (distensão abdominal) 5. Não se recomenda o uso de antiemético, porque a criança fica sonolenta, o que dificulta a aceitação do soro oral. 6. Não se deve utilizar antidiarréicos e antibióticos para diarréia. 7. Orientações para os casos de diarréia: • Incentivar o aleitamento materno • Orientar alimentos de fácil digestão, pastosos ou líquidos • Orientar higiene pessoal e dos alimentos • Orientar utilizar água filtrada • Orientar o destino adequado dos dejetos • Orientar o uso da TRO no início dos sintomas diarréicos Esclarecer sobre a evolução da diarréia que pode demorar até 14 dias. FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO DE CONJUNTIVITE Queixa de secreção ocular Acolhimento Secreção clara Consulta de Enfermagem 1 Secreção purulenta Consulta médica Orientações Gerais • Limpeza freqüente das secreções com água limpa e fria • Fazer compressas com água limpa e fria, várias vezes ao dia • Lavar bem as mãos antes e após qualquer manipulação dos olhos • Não utilizar água boricada ou outros produtos nos olhos • Usar toalha separada 1.Ver orientação de conjutivite na Saúde Ocular 33 FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO DE FALTA DE APETITE Apresenta falta de apetite há menos de 1 semana Acolhimento Não Sim Bom estado geral Não Sim Orientações gerais Consulta de Enfermagem Apresenta outras queixas associadas? 1 Febre e/ou Perda de peso e/ou Queda no estado geral Consulta médica Agendamento de consulta médica Sim Não Seguir fluxo das queixas específicas Consulta médica 1 - Orientações Gerais: 34 • Verificar quem assume os cuidados e a alimentação da criança • Observar dinâmica emocional e relações na família e na escola • Tentar identificar eventos que possam diminuir a aceitação alimentar • Verificar se a dieta é adequada para a idade • Verificar se a criança substitui a refeição de sal por leite • Verificar se a criança ingere guloseimas, salgadinhos, refrigerantes nos intervalos das refeições • Verificar se a criança freqüenta a creche. Pedir relatório da aceitação alimentar FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO DE DOR ABDOMINAL DOR ABDOMINAL Acolhimento É o primeiro episódio? Não Sim Interfere nas atividades (falta à escola, deixa de brincar, fica pálida) Não Início há menos de 7 dias e febre, ou Vômitos, queda no estado geral Sim Não Sim Atendimento de enfermagem 1 Consulta de Enfermagem Consulta médica Agendar consulta médica Orientações para a dor abdominal: • Observar evolução da dor: nº de episódios, desencadeantes, tendência evolutiva e dinâmica emocional / relações na família e na escola • Tranqüilizar e apoiar a família • Orientar massagem local • Verificar hábito alimentar e hábito intestinal • Evitar uso de medicamentos 1. Auxiliar de enfermagem sob a supervisão da (o) enfermeira (o) 35 FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO DE CEFALÉIA CEFALÉIA Acolhimento É o primeiro episódio? Não Interfere nas atividades (falta à escola, deixa de brincar, fica pálida) Não Início há menos de 3 dias e febre, ou vômitos, Queda no estado geral Não Sim Atendimento de enfermagem 1 Sim Consulta de Enfermagem Sim Consulta médica Agendar consulta médica Orientações para a cefaléia: • • • • Observar evolução da dor: nº de episódios, desencadeantes, tendência evolutiva e dinâmica emocional / relações na família e na escola Tranqüilizar e apoiar a família Colocar a criança de repouso, em local tranqüilo, sem muita luminosidade Utilizar analgésicos só se a dor for intensa 1. Auxiliar de enfermagem sob a supervisão da (o) enfermeira (o) - Orientações 36 FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO DE DOR EM MEMBROS DOR EM MEMBROS Acolhimento É o primeiro episódio? Não Início há menos de 7 dias e febre, ou dificuldade para andar, queda no estado geral Interfere nas atividades (falta à escola, deixa de brincar, fica pálida) Não Atendimento de enfermagem 1 Sim Sim Não Consulta de Enfermagem Sim Consulta médica Agendar consulta médica Orientações gerais para dor em membros: • • • • Observar evolução da dor: nº de episódios, desencadeantes, tendência evolutiva e dinâmica emocional / relações na família e na escola Tranqüilizar e apoiar a família Orientar massagem local Evitar uso de medicamentos 1. Auxiliar de enfermagem sob a supervisão da (o) enfermeira (o) - Orientações 37 FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO DE QUEIXA DE FALTA DE GANHO DE PESO FALTA DE GANHO DE PESO Acolhimento Verificar duração da queixa Mais de um mês Estado geral bom Sem outras queixas Orientações gerais Orientação alimentar Bom estado geral Agendar consulta de enfermagem (rotina) • • • • • • • 38 Menos de um mês Queixas associadas Não Sim Consulta de Enfermagem Seguir fluxo específico Queda no estado geral Consulta médica Verificar quem assume os cuidados e a alimentação da criança Observar dinâmica emocional e relações na família e na escola Tentar identificar eventos que possam diminuir a aceitação alimentar Verificar se a dieta é adequada para a idade Verificar se a criança substitui a refeição de sal por leite Verificar se a criança ingere guloseimas, salgadinhos, refrigerantes em excesso Verificar se a criança freqüenta a creche. Pedir relatório da aceitação alimentar FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO DE VÔMITOS VÔMITOS Acolhimento Vomita tudo o que ingere? Sim Não Tem tosse ou diarréia ou chiado no peito ou febre? Não Consulta de Enfermagem Consulta médica Sim Seguir fluxo das queixas específicas 39 FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO DE REGURGITAÇÕES Eliminação de alimentos sem náuseas ou esforço abdominal (Crianças menores de 12 meses) REGURGITAÇÕES Acolhimento Verificar ganho de peso Bom ganho de peso Sem ganho de peso Consulta de Enfermagem Orientações Gerais Orientações alimentares Orientações posturais Identificar outras queixas Agendar consulta rotina Não Sim Orientações Consulta médica Agendar consulta de enfermagem 40 FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO DE FEBRE REFERIDA MENOR DE 3 ANOS FEBRE Acolhimento Verificar idade Apresenta sinais gerais de perigo: Menor de 2 meses Maior de 2 meses • Apresenta qualquer sinal geral de perigo? Ou T de 39º C ou mais Consulta médica Se todas as respostas forem negativas Consulta médica • Se uma das respostas for positiva Consulta médica Tem outra queixa? Não • • Não consegue mamar nem ingerir líquidos? Vomita tudo que ingere? Apresentou convulsões nas últimas 72 h? Está sonolenta e com dificuldade para despertar? Sim Seguir rotina de fluxo da queixa referida 41 FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO DE FEBRE REFERIDA MAIOR DE 3 ANOS FEBRE Acolhimento Apresenta qualquer sinal geral de perigo Se todas as respostas forem negativas Apresenta sinais gerais de perigo: • Não consegue mamar nem ingerir líquidos? • Vomita tudo que ingere? • Apresentou convulsões nas últimas 72 h? • Está sonolenta e com dificuldade para despertar? Se qualquer resposta for positiva Tem outra queixa? Consulta médica Não Bom estado geral e febre menos de 5 dias Consulta de Enfermagem Sim Estado Geral comprometido ou febre mais de 5 dias Consulta médica Identificado foco infeccioso? Não Cuidados de Enfermagem Retorno em 24 horas 42 Sim Consulta médica Seguir rotina de fluxo da queixa referida Orientações gerais para febre A temperatura corporal normal situa-se na faixa de 36 a 37 ºC Febre: - É definida como temperatura do corpo acima da média normal, associada ou não a tremores, calafrios, rubor de pele, aumento da freqüência respiratória e cardíaca. Adotamos, aqui, a T axilar maior ou igual a 37,5ºC. Hipotermia: - É definida como temperatura corporal abaixo de 35,5º C, pele fria, palidez, calafrios, perfusão capilar diminuída, taquicardia, leito ungueal cianótico. Calafrios: - Sensação de frio, contrações musculares quando a temperatura corporal cai abaixo do normal ou na fase de calafrios da febre. Orientações • Tranqüilizar a mãe / família. • Banho morno. • Aumentar a oferta de líquidos. • Utilizar vestimentas leves. • O uso de antitérmicos pode ser recomendado quando a temperatura for maior de 37,8º C: Paracetamol: 1 gota / Kg de peso / dose até 4 x /dia (intervalo mínimo de 4 horas entre as doses). Dipirona: meia gota / Kg de peso / dose até 4 x / dia, intervalo de 6 horas (dose máxima por dia: 60 gotas até 6 anos, 120 gotas de 6 a 12 anos e 160 gotas para maiores de 12 anos). • Procurar a Unidade caso apareça qualquer sinal de alerta. 43 FLUXO SAÚDE DA CRIANÇA 1 CRIANÇA / ADOLESCENTE QUE NÃO APRENDE ACOLHIMENTO INVESTIGAR na UBS Como é a família Como é a criança/ adolescente Avaliação pediátrica e/ou equipe multiprofissional: • • • • • • • • • avaliação global: antecedentes neonatais, convulsões, doenças sistêmicas, medicamentos; nutrição; desenvolvimento: físico, motor, visão, audição, cognitivo, linguagem; presença de sintomas emocionais: ansiedade, tristeza, irritabilidade, medos; presença de alterações de conduta: agitação, hiperatividade, agressividade; relacionamento com pais, pares, professores e outros. o que pensa do problema da criança; o que pensa da escola; avaliação da dinâmica familiar. Como é a escola • • conversar com o professor e com coordenador pedagógico; contrapartida de escola. Família disfuncional Maus tratos Ambiente escolar disfuncional Problemas pedagógicos Intervenções dirigidas à família Orientação familiar Intervenções centradas no ambiente escolar Trabalho conjunto UBS/Escola Na UBS: • tratar problemas clínicos; • iniciar intervenção em: transtornos de conduta, ansiedade, depressão, hiperatividade; • orientar a família e a escola; • acompanhar a evolução Observação: Na suspeita de transtorno psiquiátrico grave, iniciar intervenção e avaliar capacidade técnica de atendimento da equipe da UBS Persistência ou piora do problema Suspeita de retardo mental importante ou autismo Avaliar necessidade de encaminhamento ou atendimento conjunto com serviço especializado (CAPSi ou outro disponível) Seja qual for a origem das dificuldades da criança / adolescente, as intervenções terapêuticas devem visar sempre as três dimensões do problema: escola, família e criança/adolescente. 44 FLUXO SAÚDE DA CRIANÇA 2 CRIANÇA / ADOLESCENTE COM PROBLEMAS DE COMPORTAMENTO Na UBS INVESTIGAR • que tipo de problema existe? • quanto prejuízo o problema causa à criança/adolescente ou à família? • o que desencadeia o problema? é relacionado a um contexto específico? • quais são os pontos fortes da criança? • o que pensa a família? Comprometimento importante da rotina de vida da criança / adolescente e/ou família e/ou escola Sim Não Agendar na UBS atendimento com urgência relativa (7 a 10 dias) com pediatra e/ou equipe multiprofissional para investigar: • sintomas emocionais ansiedades, medos, tristezas, alterações apetite e sono • problemas de conduta agressividade, comportamento anti-social, agitação • atraso no desenvolvimento • dificuldades no relacionamento social • uso de drogas Agendar na UBS atendimento de rotina com pediatra ou equipe multiprofissional para investigar a queixa: • ouvir a família (mãe, pai e outros cuidadores) • ouvir a escola • conversar com a criança/adolescente Orientação Sintomas graves • destrutividade persistente e deliberada; • agressividade resultando em lesões corporais; • autotraumatismo deliberado; • desinibição social grave; • isolamento e retração persistente; • alucinações e ilusões; • tentativas de suicídio*; • uso abusivo agudo de drogas*. (* avaliar necessidade de atendimento de urgência – Pronto-Socorro) Avaliar necessidade de encaminhamento ou atendimento conjunto com serviço especializado (CAPSi ou outro disponível) Avaliação e acompanhamento pediátrico e da equipe multiprofissional na UBS Persistência da queixa Sintomas relacionados com atraso do desenvolvimento retardo mental, autismo dificuldades de aprendizagem Intervenções conjuntas escola/UBS Melhora da queixa Persistência ou piora do problema EM QUALQUER QUEIXA: • avaliar a família e a escola em busca de fatores de desencadeamento e manutenção do problema; • levantar aspectos positivos da criança/adolescente e da família para ressaltá-los; buscar pessoa de vínculo na família ou escola para ancorar a intervenção. 45 Garralda ME. Tratando a criança com problemas psiquiátricos. Trad. Buckup HT. São Paulo: Livraria Editora Santos, 1995. Goodman R, Scott S. Psiquatria infantil. Trad. Armando MG. SãoPaulo: Roca, 2004. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS GRISI, S. & ESCOBAR, AM. – Prática Pediátrica. Rio de Janeiro, Atheneu, 2001. MINISTÉRIO DA SAÙDE - Fundamentos técnico-científicos e orientações práticas para o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento. Brasília, 2002. MINISTÉRIO DA SAÙDE - Agenda de Compromissos para a Saúde Integral da Criança. Brasília, 2004. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE & ORGANIZAÇÃO PAN - AMERICANA de saúde – Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância (AIDPI), 1999. SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE SÃO PAULO. Caderno Temático da Criança, São Paulo, 2003. SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE SÃO PAULO. Atenção à Saúde da Criança. Protocolo de Enfermagem (edição revisada). São Paulo, 2003. SUCUPIRA, ACSL et al - Pediatria em Consultório. São Paulo, Sarvier, 2000. 46