TERMÔMETRO DE VENDAS Janeiro / 2012 Elaborado: Pesquisa & Mercado Setor: Pesquisa e Desenvolvimento Março/2012 CDL/BH - Gerência de Pesquisa & Mercado - Setor Pesquisa e Desenvolvimento CONTATO: (31)3249-1619- [email protected] Comércio Varejista: desempenho em Janeiro/12 BASE I: Mês Imediatamente Anterior (Jan.12/Dez.11) O índice real de vendas apresentou na comparação com o mês imediatamente anterior uma queda de -1,18%. A queda neste índice é fortemente influenciada pelas contas de início de ano (IPTU, IPVA, DPVAT, matrícula escolar, etc) que consomem uma parcela significativa da renda e pelos gastos de fim de ano, que geralmente começam a ser pagos neste mês. Setores que apresentaram crescimento: Papelarias e Livrarias (+10,62%); Supermercados e Produtos Alimentícios (+8,10%); Veículos Novos e Usados – Peças (+3,02%); Combustíveis e Lubrificantes (+2,62%); Máquinas, Eletrodomésticos, Móveis e Louças (+1,91%). BASE II e III: Mesmo Mês do Ano Anterior (Jan.12/Jan.11) Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, janeiro apresentou queda de -0,42%. Janeiro de 2011 foi extremamente positivo para o setor varejista, de um modo geral. Aproveitando o aquecimento da economia em 2010, janeiro teve um desempenho atípico para a época, onde a atividade varejista não sentiu quase nenhuma desaceleração de seu ritmo. Porém, no segundo semestre de 2011 a economia brasileira passou a sentir os desdobramentos da crise fiscal nos Estados Unidos e Europa, e começou a perder fôlego nas vendas, impactando diretamente nas vendas de janeiro. Setores que apresentaram crescimento: Combustíveis e Lubrificantes (+14,59%); Produtos Farmacêuticos (+7,44%); Máquinas, Eletrodomésticos, Móveis e Louças (+3,63%); Tecidos, Vestuário, Armarinho e Calçados (+1,03%). CDL/BH - Gerência de Pesquisa & Mercado - Setor Pesquisa e Desenvolvimento CONTATO: (31)3249-1619- [email protected] BASE IV: Últimos Doze Meses – (Fev.11-Jan.12) comparado com (Fev.10Jan.11) Esta base traduz a tendência do comércio varejista. O crescimento nos últimos doze meses foi de +5,37%. A primeira metade do ano de 2011 foi caracterizada pela tendência de crescimento econômico acelerado dando continuidade ao desempenho 2010; segundo dados do Banco Central, o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro cresceu 4,2% no primeiro trimestre de 2011 em comparação com o mesmo período do ano anterior, em função, principalmente, de um crescimento da demanda interna. Só no primeiro trimestre de 2011, o consumo familiar cresceu 6%. Este aumento possui ligação com a queda do desemprego, que apresentou níveis historicamente baixos em 2011, além do crescimento da massa salarial e da oferta de crédito. Entretanto, em função da intensificação da crise na Europa e também em função de medidas tomadas pelo governo, na segunda metade de 2011 o Brasil experimentou uma desaceleração em seu crescimento, apresentando taxas de 3,3% e 2,1% no segundo e terceiro trimestre. Pelo lado da oferta, o Banco Central avalia que o crescimento no ano de 2011 se deu em ritmo menor que em 2010. O setor que mais cresceu foi o de serviços, que apresentou crescimento de 3,2% nos nove primeiros meses de 2011, e que tende a continuar com este comportamento em 2012. Setores que apresentaram crescimento: Tecidos, Vestuário, Armarinho e Calçados (+7,25%); Produtos Farmacêuticos (+7,23%); Ferragens, Material Elétrico e de Construção (+6,32%); Supermercados e Produtos e Alimentícios (+4,40%); Papelarias e Livrarias (+4,36%); Máquinas, Eletrodomésticos, Móveis e Louças (+1,60%); Artigos Diversos (+0,74%). CDL/BH - Gerência de Pesquisa & Mercado - Setor Pesquisa e Desenvolvimento CONTATO: (31)3249-1619- [email protected] Comércio Varejista em Belo Horizonte - pós- 10.00 5.00 Desvalorização Crise Russa 15.00 Racionamento de 20.00 0.00 Jan/12 Jul/11 Jan/11 Jul/10 Jan/10 Jul/09 Jan/09 Jul/08 Jan/08 Jul/07 Jan/07 Jul/06 Jan/06 Jul/05 Jan/05 Jul/04 Jan/04 Jul/03 Jan/03 Jul/02 Jan/02 Jul/01 Jan/01 Jul/00 Jan/00 Jul/99 Jan/99 Jul/98 Jan/98 -5.00 -10.00 -15.00 -20.00 Gráfico 1: Evolução das vendas na comparação com últimos 12 meses Fonte: CDL/BH – Pesquisa & Mercado – Setor: Pesquisa e Desenvolvimento Síntese dos resultados (%) Mês/Ano 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Jan./ Dez. Jan. / Jan. -22,8% -20,8% -19,2% -15,6% -15,6% -25,2% -18,6% -16,2% -25,1% -8,8% +0,2% -11,5% -6,2% -9,4 -4,1 -5,7 -8,6 -1,18 +54,2% +14,0% +8,6% -7,1% -11,6% +7,0% +21,7% -1,9% +1,4% +36,8% +14,2% +0,2% +7,6% +8,4 +2,8% +7,3 +5,1 -0,42 (Fev. - Jan.) / (Fev. - Jan.) +31,6 +16,6 +1,0 -6,4 -12,4 -10,5 +11,3 -0,4 +3,0 -1,8 +14,8 +5,3 +5,7 +5,4 +3,4% +5,2 +7,9 +5,37 Fonte: CDL/BH – Pesquisa & Mercado – Setor: Pesquisa e Desenvolvimento CDL/BH - Gerência de Pesquisa & Mercado - Setor Pesquisa e Desenvolvimento CONTATO: (31)3249-1619- [email protected] Análise de Conjuntura O crescimento econômico mundial observado no mês de fevereiro foi impulsionado por alguns condicionantes externos e internos estabelecidos nos meses anteriores que tendem a ditar o ritmo do crescimento no ano de 2012. Como condicionantes externos pode se destacar o processo de estabilização da economia americana bem como o crescimento da economia chinesa. No caso americano, tal processo tem sido impulsionado, em parte, pelo aumento da demanda por empréstimos para o financiamento de investimentos por parte das empresas. A China, por sua vez, tem apresentado altas estimativas para o crescimento de seu PIB; pelo menos 8% para este ano, o que significa uma boa expectativa. Ambas as situações corroboram para um aumento do PIB mundial. Além disso, outro fator de extrema relevância é a redução das taxas de juros nos EUA e países da Europa. Isso auxilia os países a cumprirem os compromissos de suas dívidas, pois a dívida pública de um país está vinculada à sua taxa de juros básica. No Brasil o governo também vem adotando a redução dos juros básicos - a taxa SELIC, que hoje está estabelecida em 9,75% a.a. – visando uma redução da taxa de juros real, que é a taxa SELIC descontada da inflação, e que está entre 3 e 4%. O mercado aposta que o Copom (Comitê de Política Monetária) estipule a taxa em 9,5% até o fim do ano. Taxas de juros mais baixas estimulam o consumo, e assim acabam contribuindo para o crescimento do PIB. Com isso observou-se na bolsa uma valorização das ações, impulsionada, provavelmente, por uma maior expectativa dos investidores em relação ao aumento do consumo que provocaria o aumento dos lucros das empresas. O investimento estrangeiro também aumentou, atingindo US$ 4,291 bilhões em janeiro, contra US$ 732 milhões no mesmo período do ano anterior, segundo dados do Banco Central. A preocupação maior para a economia brasileira é a questão da produção industrial. O padrão de comércio estabelecido pelo Brasil, que tem como ponto principal a exportação de produtos primários (commodities), tem contribuído para que o câmbio permaneça valorizado. Quando um país se especializa na produção de bens primários, como produtos agrícolas e minério, por exemplo, há uma grande CDL/BH - Gerência de Pesquisa & Mercado - Setor Pesquisa e Desenvolvimento CONTATO: (31)3249-1619- [email protected] entrada de capital estrangeiro no país em função da aquisição destes produtos pelo mercado internacional, fazendo com que a taxa de câmbio se valorize. Porém essa situação coloca em segundo plano o setor industrial, que tem se retraído. Os produtos industrializados nacionais se tornam mais caros, e muitas pessoas passam a optar por produtos importados, enfraquecendo ainda mais nossa indústria. O setor industrial é importante na constituição do PIB de um país em função da geração de empregos e criação de valor adicionado (que é o valor gerado na produção de um bem ou serviço durante seu processo de transformação no processo produtivo) entre diferentes setores; desta forma a retração da indústria significa uma perda para estes setores. Algumas variáveis macroeconômicas apresentaram aumento, como a inflação (o IPCA passou de 0,50 em dezembro de 2011 para 0,56 em janeiro de 2012). O desemprego passou de 4,7% em dezembro de 2011 para 5,5% em janeiro de 2012, que pode ser resultado da eliminação de vagas temporárias do Natal. As perspectivas para o primeiro trimestre estão voltadas para a questão da indústria e a formação de estoques, visto que, segundo dados da FGV, 6,3% das empresas julgam ter estoques excessivos. O número é menor se comparado ao trimestre anterior, mas gera preocupações em razão da demanda ter se mantido a mesma, e de parte dela ser suprida pelas importações. Outra questão é o choque climático em algumas regiões do Brasil, como o sul, por exemplo, o que pode impactar o setor agropecuário brasileiro, além de gerar impactos indiretos no setor terciário. Diante disso, a previsão para o PIB do primeiro trimestre de 2012 é de certa estabilidade, com possíveis aumentos a partir do mês de março. CDL/BH - Gerência de Pesquisa & Mercado - Setor Pesquisa e Desenvolvimento CONTATO: (31)3249-1619- [email protected] Síntese Estatística Indicadores Econômicos - 2011(% ao mês) TJLP UFIR INPC (IBGE) IPCA (IBGE) IGP-M IGP-DI INCC-DI CUB (Sindusc) IPA- DI Poupança Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 0,5 2,14 0,94 0,83 0,79 0,98 0,41 0,28 0,96 0,57 0,5 2,14 0,54 0,80 1,00 0,96 0,28 0,16 1,23 0,55 0,5 2,14 0,66 0,79 0,62 0,61 0,43 0,1 0,6 0,62 0,5 2,14 0,72 0,77 0,45 0,5 1,06 0,22 0,24 0,54 0,5 2,14 0,57 0,47 0,43 0,01 2,94 3,33 -0,63 0,66 0,5 2,14 0,22 0,15 -0,18 -0,13 0,37 1,26 -0,19 0,61 0,5 2,14 0,00 0,16 -0,12 -0,05 0,45 0,06 -0,13 0,62 0,5 2,14 0,42 0,37 0,44 0,61 0,13 0,06 0,77 0,71 0,5 2,14 0,45 0,53 0,65 0,75 0,14 0,14 0,94 0,60 0,5 2,14 0,32 0,43 0,53 0,40 0,23 0,05 0,48 0,56 0,5 2,14 0,57 0,52 0,50 0,43 0,72 0,08 0,34 0,56 0,5 2,14 0,51 0,5 -0,12 -0,16 0,11 0,01 -0,55 0,59 Acum. Ano 6,08 6,5 5,1 5,01 7,48 5,85 4,11 7,45 Últ. 12 meses 6,08 6,5 5,1 5,01 7,48 5,85 4,11 7,45 Acum. Ano Últ. 12 meses Indicadores Econômicos - 2012 (% ao mês) Jan TJLP UFIR INPC (IBGE) IPCA (IBGE) IGP-M IGP-DI INCC-DI CUB (Sindusc) IPA- DI Poupança Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 0,49 2,14 0,51 0,56 0,25 0,30 0,89 0,10 0,01 0,59 Fonte: IPEAD/UFMG, IBGE, FGV, Sinduscon, Gazeta Mercantil, Banco Central do Brasil. SELIC TJLP TX DE JUROS - EUA 9,75% a.a. 6,0% a.a. 0,25% a.a. Fonte: CDL/BH – Pesquisa & Mercado – Setor: Pesquisa e Desenvolvimento. CDL/BH - Gerência de Pesquisa & Mercado - Setor Pesquisa e Desenvolvimento CONTATO: (31)3249-1619- [email protected]