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Ano 01, n. 2, p. 11-13
Copyright © 2004, Entomologistas do Brasil
Marimbondos
Reinildes Silva Filho1
Paulo Cesar Rodrigues Cassino2
Entre os insetos, a ordem Hymenoptera ressalta-se com cerca de 103 mil espécies
conhecidas, compreendendo: formigas (15 mil espécies), abelhas (20 mil espécies) e vespas ou
marimbondos (cerca de 68 mil espécies) (GIANNOTTI, 1995).
As vespas ou marimbondos são insetos abundantes na natureza e apresentam associação
com o homem. Podem-se observar construções de ninhos de marimbondos em edificações
humanas, entretanto, há uma repulsão popular sobre os marimbondos, devido sua ferroada.
No Brasil ocorrem Masarinae, Eumininae e Polistinae. Entre os grupos eusociais a fauna
brasileira da subfamília Polistinae é a mais rica do mundo, com 302 espécies, 104 das quais são
endêmicas.
A maioria dos marimbondos é predadora de pragas agrícolas, atuando no controle
biológico destas pragas, reduzindo os níveis populacionais, pela eficiência dos inimigos naturais
(DeBACH, 1951).
O gênero Polistes atua como um agente de controle biológico, principalmente através da
manipulação e transferência de ninhos, os quais são transportados para abrigos artificiais.
Em 1966, CASSINO informa que os marimbondos (Hymenoptera, Vespidae) exercem
excelente função predatória sobre pragas de diversas culturas, incluindo Platyeda gossypiella.
Os vespídeos alimentam suas larvas de néctar e material de origem animal
(SPRADBERY, 1973), como também, com muitos insetos de importância econômica (SILVA
et al. 1968; REIS & SOUZA, 1983; GOBBI & MACHADO, 1986; MACHADO et al. 1987 e
1988).
Estudos demonstram que colônias de marimbondos, como também, colônias
introduzidas, reduzem e controlam população de pragas de cultivos (RABB & LAWSON, 1957,
MORIMOTO 1961; MACHADO et al. 1987).
Os marimbondos atuam sobre estas presas as quais são fonte de alimento para si e para
sua prole. Após identificarem as presas, efetuam a morte das mesmas, onde são levadas para os
ninhos, ainda em seu tamanho normal, como também dividem em pedaços, quando se torna
difícil o transporte devido ao seu tamanho. Estes são repassados para os marimbondos que
permanecem no ninho, efetuando o maceramento e logo após regurgitam, alimentando as larvas.
Através de levantamentos (PREZOTO et al, 1994; GIANNOTTI et al. 1995),
observaram as presas capturadas pelos marimbondos Polistes simillimus e P. lanio lanio,
respectivamente, sugerindo a utilização das mesmas no controle biológico de pragas agrícolas,
sendo a maioria das presas capturadas correspondentes a lagartas de Lepidoptera.
Diversos estudos demonstraram, que os vespídeos têm um potencial de predação em
pragas em vários cultivos, reduzindo assim, as populações, tanto em olerícolas, quanto em
frutíferas (GIANNOTTI & MACHADO, 1994; GIANNOTTI et al. 1995; VITALI &
MACHADO, 1995; SANTOS & FERREIRA, 1997; PREZOTO & MACHADO, 1999).
Quanto a atividade forrageadora, GIANNOTTI et al. (1995) estudaram as diferenças
marcantes nesta atividade, observando diferenças entre as estações úmida, quente e seca. Os
vespídeos apresentam atividade diurna, coletando néctar e larvas de outros insetos, observaram
ainda os autores, que as operárias (forrageadoras) não são especializadas em uma determinada
tarefa, assim, o mesmo indivíduo pode coletar mais de um tipo de material. Informam ainda,
que as vespas sociais, apresentam um grande potencial no controle de pragas (RABBI &
LAWSON, 1957; GOULD & JEANNE, 1984).
1
2
Doutorando em Biologia Animal – UFRuralRJ – [email protected]
Dr. Livre Docente, Bolsista do CNPq, USS/UFRuralRJ – [email protected]
Ano 01, n. 2, p. 11-13
Pode-se verificar o controle biológico através do manejo de colônias de marimbondos
no controle de pragas agrícolas, uma vez que introduzidas, as colônias crescem, multiplicam-se
e disseminam-se.
Os insetos participam ainda, da polinização através do seu hábito alimentar
(MACHADO et al., 1998), distribuídas principalmente entre abelhas, vespas, moscas, besouros,
borboletas, etc. e são responsáveis pela polinização de um grande número de plantas
(AMARAL & ALVES, 1979 e PLEASANTS, 1980). Embora sejam encontrados insetos de
várias ordens, o maior número de visitantes são pertencentes a ordem Hymenoptera (BERTI
FILHO 1981).
No Fragmento de Floresta Atlântica de encosta, encontram-se as seguintes famílias
botânicas, segundo SILVA & CANTIZANI (2002): Anacardiaceae, Bignoniaceae,
Cecropiaceae, Euphorbiaceae, Leguminosea-Caesalpinoideae. Leguminosae-Minosoideae,
Melastomataceae, Moraceae, Myrsinaceae, Myrtaceae, Palmae, Rutaceae e Salpidaceae.
Objetivando estudar a biodiversidade de fragmentos de Floresta Atlântica, LACERDA
et al (2002) realizaram um levantamento preliminar, coletando e identificando ordens da Classe
Insecta em Morro Azul, município de Engenheiro Paulo de Frontin, RJ., onde os himenópteros
apresentavam 1263 espécimes.
CASSINO et al (2002) registraram no município de Engenheiro Paulo de Frontin, no
distrito de Morro Azul, em Fragmento de Floresta Atlântica, a ocorrência de diversas famílias
da ordem Hymenoptera, incluindo: Formicidade, Vespidade, Ichneumonidae, Braconidae e
Apidae.
Entre os insetos encontrados na floresta, os himenópteros contribuem significativamente
para a biodiversidade, não só na polinização, mas também, no equilíbrio biológico do
ecossistema, onde diversas espécies predam e parasitam inúmeros artrópodos incluindo os
próprios insetos.
As vespas possuem grande importância ecológica no ambiente, entretanto, muitas
espécies estão ameaçadas devido, principalmente, as faltas de informação da população ao
encontrar ninhos e os destroem, além do uso indiscriminado de inseticidas, causando morte das
colônias.
Literatura Citada
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Como citar este artigo:
SILVA FILHO, R. & CASSINO, P.C.R. 2004. Marimbondos. Info Insetos, v. 1, n. 2, p. 11-13.
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