ABP Aprendizagem Baseada em Problema 1º SEMESTRE ABP Aprendizado Baseado em Problema 2011.1 1º Semestre Profa. Maria Luisa Carvalho Soliani Diretora da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública Prof. Ênio Ribeiro Maynard Barreto Vice-diretor da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública Prof. Gaspare Saraceno Coordenador de graduação Prof. Urbino da Rocha Tunes Coordenador do curso de Odontologia Prof. Atson Carlos de Souza Fernandes Coordenado do Núcleo I de Odontologia Tutores: Marcelle Rossi Maria do Carmo O. Rummler Maria Lúcia Perdiz Márcia Tosta Wanda Carvalho Um simples cafezinho... Era um final de dia de muito trabalho... Severino chegou em casa realmente exausto... Filomena, esposa dedicada, para lhe agradar prepara um café fresquinho, fresquinho... Severino, encantado com a boa vontade, amor e dedicação de Filó, sente aquele aroma delicioso, e, inebriado com aquela sensação, sorri para a esposa que vem lhe trazendo uma xícara de café... De repente, “AAAAAIIIII!!”! Foi a expressão de Severino. O cafezinho fresquinho, fresquinho, é derramado sobre seu braço direito para o desespero de Filomena que acabara tropeçando e causando aquele acidente... O que era uma sensação boa torna-se estressante e muito dolorosa! Severino sentiu realmente uma dor absurda! De repente observa o aparecimento de bolhas e a perda de líquido pela área queimada. Não conseguia tocar no local e só a sensação da brisa na área afetada era desesperadora. Os dois, mesmo sem saber que a pele apresenta várias camadas, sabiam que quanto maior a extensão da superfície corporal queimada e a profundidade da lesão, maior a gravidade. Pensaram em colocar sobre a área manteiga, óleo de comida, ovo etc... Mas será que essa era a solução? Olha o Coice! João do Nascimento, 18 anos, oriundo de classe economicamente menos favorecida, morador da cidade de Nazaré 64 Km de Salvador (via Ferry-Boat), foi vítima de acidente na zona rural onde trabalhava como vaqueiro de uma fazenda nos arredores da cidade. Durante a “lida” sofreu um coice de cavalo no lado direito da face sem, entretanto, provocar ferida aberta ou perda de consciência. No dia seguinte acordou com fortes dores na região do impacto e dificuldade para abrir a boca. Contrariando as orientações que recebeu dos vizinhos, João preferiu agüentar a dor e se alimentar com dieta líquida e pastosa até melhorar com o tempo sem procurar orientação médica. Entretanto, o tempo passou, a dor desapareceu, mas a boca continuou sem abrir e ele foi convivendo com o infortúnio. Dois anos se passaram até que ele foi a um posto de saúde procurar pelo dentista por causa de uma dor de dente. O profissional percebeu que, devido à falta de abertura de boca, João não pôde fazer uma boa higienização oral e por isso seus dentes estavam em situação precária. Porém, o mesmo não teve muito o que fazer já que a boca não tinha abertura suficiente para realizar tratamento, foi então que ele informou ao paciente que o mesmo deveria procurar o Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial do HGRS para tratar do episódio de dois anos atrás que limitou sua abertura de boca. Pois, só assim ele conseguiria voltar a abrir a boca, ter uma alimentação adequada e tratar dos dentes. Quem tem sorte envelhece! Vive-se nos dias atuais um grande apelo social buscando a permanência da aparência jovem. Novos tratamentos de rugas, flacidez e manchas da pele têm surgido. Afinal, a cada momento algum novo produto e tratamento são disponibilizados para o público. A cada encontro de profissionais de Estética e Dermatologia, a história se repete - de um lado estudos consagram técnicas já existentes, de outro surgem tratamentos revolucionários. Rafaela, 53 anos, atriz, em busca de novas oportunidades, pensa em aplicar o conhecido “botox”, mas tem algumas dúvidas sobre a ação e resultados do tratamento. Ela receia que sua expressão facial e cênica seja comprometida pós-procedimento. Procura esclarecimentos com uma amiga odontóloga, Drª. Madalena, que lhe informa quanto aos mecanismos celulares atingidos pela droga, as funções celulares que são comprometidas, o envolvimento de estruturas do sistema nervoso periférico e os possíveis resultados na musculatura facial. Dra Madalena lhe explica ainda, que o botox não é utilizado apenas na medicina estética, mas também em outras áreas da Medicina; e na Odontologia, em diversos distúrbios, especialmente ao nível muscular e de secreção glandular, como por exemplo, na hipertrofia do masseter e temporal, espasmo hemifacial, sialorréia e bruxismo. O que não se usa, atrofia! Maria do Socorro, 25 anos, moradora do Distrito CabulaBeirú, cidade do Salvador, foi vitimada de acidente automobilístico que resultou na fratura bilateral do corpo da mandíbula, além de outras pequenas escoriações ao longo do corpo. Seu tratamento foi conservador (não cruento) realizado com bloqueio maxilo- mandibular (BMM) que durou 45 dias. Após ser liberada do BMM, seu cirurgião lhe encaminhou a um fisioterapeuta a fim de orientá-la em alguns exercícios para retomar suas atividades musculares. No início a paciente sentia dificuldades ao tentar abrir e fechar a boca, porém, com os exercícios da fisioterapia ela retomou sua força de mastigação normal. E se Pedro não fo(ice)sse dentuço? Pedro, 11 anos, foi trazido por sua mãe ao ambulatório de odontopediatria da EBMSP, encaminhado pela médica que o acompanha no HEMOBA. A mãe relatou ao dentista, Dr. João, que Pedro tem uma doença no sangue, já tomou transfusões e que, recentemente, esteve internado no Hospital Roberto Santos com pneumonia quando tomou muitas injeções de benzetacil. Acrescentou que seu filho deve fazer uma operação nos “quadris”, por que está com um problema na perna esquerda, sente muitas dores e anda “mancando”. Durante a anamnese, Dr. João notou certa palidez e até uma leve icterícia nos olhos, prognatismo maxilar com “overjet” exagerado. Também constatou higiene oral precária, perda de duas unidades dentárias e várias cáries. Pedro quase não falou, mas sua mãe disse: “Doutor, tenho uma filha com essa mesma doença no sangue, mas não é dentuça, não... o que Pedrinho quer mesmo é colocar um aparelho nos dentes”. Está dando formiga no vaso sanitário! Maria, cursa uma faculdade na área Biomédica, conduziu seu irmão Rafael, 14 anos, a um Posto de Saúde. Rafael conta ao médico que faz algum tempo tem sentido cansaço, vem emagrecendo, apesar de ter muita fome especialmente por doces, sente muita sede (acorda à noite várias vezes para beber água), urina muito e a pele está ressecada. Relata, ainda, que começou a freqüentar uma academia para ganhar músculo, ficar bem forte, mas não tem conseguido seu objetivo. Pior, tem notado que seus músculos estão murchando. O médico solicitou alguns exames e o encaminhou ao dentista porque Rafael comentou que tem sentido dores nos dentes e que a gengiva sangra muito quando ele realiza a escovação. Dr. Daniel, de posse dos resultados, confirmou suas suspeitas: os exames laboratoriais acusaram um nível elevado de hemoglobina glicada e glicemia fora de controle. Disse então para os irmãos que Rafael tinha um problema hormonal e para facilitar o entendimento sobre o problema, mostrou 2 curvas glicêmicas, uma normal e a outra, alterada. Glicemia mg/dl Tempo após glicose oral (h)