Índice de concentração de renda no Estado de Minas Gerais: um ensaio teórico Leandro Maia Fernandes1 Resumo Nas últimas décadas o Brasil apresentou resultados positivos em relação à maioria dos indicadores referentes à situação social e econômica, pode-se dizer que a composição sócio econômica do Brasil atual em comparação ao Brasil de cinqüenta anos atrás é significativamente diferente. Entretanto, o país vem apresentando nas últimas décadas um significativo crescimento nas índices de concentração de renda, caracterizando-se como um dos piores países em distribuição de renda do mundo. Neste contexto, o estudo de índices que mostram a evolução de indicadores como a concentração de renda não somente no âmbito nacional mais também num âmbito mais regionalizado é de fundamental importância para elaboração de estratégias governamentais que visam minorar as desigualdades sociais no Brasil. Assim o presente estudo tem como objetivo determinar o índice de concentração de renda no Estado de Minas Gerais, utilizando o índice de Gini e a Curva de Lorenz. Por meio da análise dos dados pôde-se inferir que o estado de Minas Gerais tem uma distribuição de renda semelhante à média nacional. Palavras-Chave: Concentração de renda, Minas Gerais, Índice de Gini, Curva de Lorenz 1- Introdução Nas últimas décadas o Brasil apresentou resultados positivos em relação à maioria dos indicadores referentes à situação social e econômica, pode-se dizer que a composição sócio econômica do Brasil atual em comparação ao Brasil de cinqüenta anos atrás é significativamente diferente. Na segunda metade do século XX a produção interna cresceu a uma taxa de 5,2 % ao ano, refletindo num aumento de 21 vezes do PIB, neste contexto, nota-se um crescimento importante do nível de consumo, do nível de investimentos tanto internos quanto externos e uma maior inserção do Brasil no comércio internacional, entretanto na última década observou-se uma tendência de desaceleração econômica e aumento da dívida externa. No âmbito social o crescimento apresentado pelo Brasil nas últimas décadas do século passado traduziu-se numa melhoria do bem estar social. Pode-se inferir que os indicadores sociais em sua maioria melhoraram, apesar de ainda estarem aquém das condições dos países desenvolvidos. Indicadores como, por exemplo, a taxa de analfabetismo e esperança de vida mostraram uma evolução positiva ao longo do século XX. A característica perversa do crescimento econômico brasileiro do século que passou foi o crescimento baseado na concentração de renda, fazendo com que o Brasil apresentasse as maiores taxas de desigualdades de renda do mundo, ou seja, tem-se a grande maioria da renda nas mãos de uma minoria e a grande massa da população tem que repartir uma pequena parcela da renda nacional. Tal situação pode ser explicada por dois condicionantes, um histórico, relativo ao tipo de colonização pela qual passou o Brasil, e outro referente ao processo de crescimento dual adotado pelo país nas últimas décadas do século XX. A alta concentração também pode ser observada quando seus números são comparados com o resto do mundo, o Brasil apresenta a segunda maior concentração de renda. (BANCO MUNDIAL,2000) 1 Mestre em Economia Aplicada – UFV - Professor de Economia da Faculdade de ciências contábeis, econômicas e administrativas de Divinópolis