MENSAGEM DO DIRECTOR REGIONAL POR OCASIÃO DO DIA MUNDIAL DO PALUDISMO 2010 Hoje, dia 25 de Abril de 2010, comemoramos o Dia Mundial do Paludismo, subordinado ao lema mundial ”Excluir o Paludismo”. O slogan da Região Africana é ”As Comunidades comprometemse a vencer o paludismo!” O fardo do paludismo é extremamente pesado na Região Africana, respondendo por 85% dos casos e 90% dos óbitos devidos à doença, em todo o mundo. As vítimas do paludismo são, sobretudo, crianças menores de cinco anos. Esta situação é inaceitável, uma vez que existem intervenções eficazes, que deviam ser acessíveis a todos, incluindo as populações das regiões e aldeias mais remotas. Ao longo dos anos, os líderes africanos têm-se comprometido a reforçar as intervenções de prevenção e controlo, com vista à eventual eliminação da doença. Esse compromisso tem dado alguns frutos. Por exemplo, em 2008, 31% dos domicílios dispunham de mosquiteiros tratados com insecticida (ITN), em comparação com 17% em 2006. Além disso, 24% das crianças menores de cinco anos usavam um ITN. Como resultado do aumento do uso de ITN, da pulverização residual interna, do tratamento preventivo do paludismo durante a gravidez e das associações medicamentosas à base de artemisinina, dez países da nossa Região conseguiram reduzir os casos de paludismo em, pelo menos, 50%, entre 2000 e 2008. Os referidos países são o Botsuana, Cabo Verde, Eritreia, Namíbia, Ruanda, São Tomé e Príncipe, África do Sul, Suazilândia, Tanzânia (Ilha de Zanzibar) e Zâmbia. É gratificante registar que vários outros países estão também a fazer progressos no controlo do paludismo e na consecução da meta dos ODM de reduzir a mortalidade dos menores de cinco anos em dois terços, até 2015. Isto demonstra que, com os recursos adequados e o uso de instrumentos eficazes, se podem conseguir grandes melhorias na saúde das pessoas. É necessária, portanto, uma actuação colectiva e coordenada de todas as partes interessadas, para que seja possível garantir: a aplicação de intervenções de saúde de qualidade, com base nas comunidades; um melhor acesso aos produtos e serviços; e o reforço das intervenções, nomeadamente o uso de mosquiteiros impregnados de insecticida, o tratamento preventivo intermitente do paludismo na gravidez, a pulverização residual interna e o diagnóstico e tratamento rápidos dos casos de febre. Gostaria de reiterar o nosso apelo aos governos, no sentido de afectarem os recursos adequados ao sector da saúde, em particular ao reforço dos sistemas de saúde e à melhoria da aplicação de intervenções baseadas nas comunidades. O empenho constante dos parceiros do desenvolvimento é crucial, para apoiar os programas nacionais de luta contra o paludismo e os programas relacionados de combate às doenças, saúde materna e infantil e educação, no contexto da sustentabilidade ambiental e da redução da pobreza. 1 Pelo seu lado, a OMS continuará a dar orientações relativamente a políticas e intervenções adequadas de controlo do paludismo. Para além disso, a OMS intensificará o apoio técnico aos países, em concertação com o Secretário-Geral das Nações Unidas, a parceria Fazer Recuar o Paludismo, as comunidades económicas regionais, a União Africana e as iniciativas mundiais para a saúde, designadamente o Fundo Mundial, a Iniciativa do Presidente dos EUA para o Paludismo, o Programa de Reforço do Banco Mundial, a Fundação Bill e Melinda Gates e a Fundação Clinton, assim como outros parceiros multilaterais e bilaterais. Esses esforços visarão acelerar o controlo do paludismo em África, com vista à consecução da meta dos ODM de travar e começar a inverter a incidência do paludismo até 2015. Cada um de nós tem um papel a desempenhar neste esforço. É preciso dispensar especial atenção às comunidades em que as crianças, as mulheres e as pessoas que vivem como VIH/SIDA são particularmente vulneráveis. É necessário dar maior relevo ao envolvimento quotidiano das famílias, crianças das escolas e professores, estudantes, jovens, mulheres, homens e organizações da sociedade civil. O apelo ao envolvimento das comunidades significa que devemos: • • • • • • assegurar a apropriação e a participação por parte das comunidades, incluindo a contribuição para os recursos humanos e financeiros e o reforço das alianças para combater paludismo; inspirar-nos nos conhecimentos e experiências locais, especialmente na protecção e gestão do ambiente, com vista à prevenção das doenças; envolver todas as famílias e líderes comunitários nas iniciativas locais de desenvolvimento; concentrar-nos na prevenção, criando as condições favoráveis à transferência rápida dos casos de febre para as unidades distritais de saúde, por parte dos prestadores de cuidados a nível das famílias; apoiar e trabalhar com os agentes comunitários de saúde; reforçar as capacidades para monitorizar a acessibilidade, a qualidade e o recurso aos serviços, a nível comunitário. Começou a contagem decrescente! Exorto todas as comunidades africanas a assumirem a liderança na luta contra o paludismo. Cada um de nós pode contribuir a partir da sua casa, aldeia, bairro, escola ou local de trabalho. As comunidades devem actuar no sentido de se protegerem do paludismo. Os políticos, parlamentares, governos, funcionários do sector privado, sociedade civil, organizações religiosas e os meios de comunicação social deverão participar no apoio às intervenções baseadas nas comunidades. Precisamos do envolvimento de representantes de todas as áreas de actividade, incluindo as artes, a cultura e o desporto, para divulgar mensagens apelativas de combate ao paludismo. Juntos, lutaremos para derrotar o paludismo! Muito obrigado. 2