Produtividade e qualidade de cinco híbridos de couve

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Produtividade e qualidade de cinco híbridos de couve-chinesa em
campo aberto.
Letícia Akemi Ito; Hamilton César de Oliveira Charlo; Pablo Forlan Vargas; Renata
Castoldi; Leila Trevizan Braz.
UNESP–FCAV, Departamento de Produção Vegetal, Via de Acesso Prof. Paulo Donato Castellane, s/n,
Jaboticabal–SP, 14884-900, e-mail: [email protected]
RESUMO
A couve-chinesa, é muito apreciada na culinária oriental, também é uma rica fonte de
cálcio, potássio, vitaminas A e C e de ácido fólico. As folhas, parte de interesse comercial,
são verde-escuras, de textura grossa e com nervuras brancas, formando ou não,
dependendo da cultivar, uma cabeça de formato alongado. Devido a escassez de
informações sobre a cultura, este trabalho teve por objetivo avaliar a produtividade e a
qualidade de cinco híbridos de couve-chinesa no cultivo em campo aberto. O presente
trabalho foi instalado no campo experimental do Setor de Olericultura e Plantas
Aromático-Medicinais, no período de 15-01-2006 a 27-03-2006. Dentre os híbridos
avaliados (Koubou, Nangoku, Chikara, Homura e Meikyo), Koubou e Homura obtiveram
as maiores médias para as características de altura da planta e altura da cabeça. Os
híbridos não apresentaram diferenças significativas para massa fresca da cabeça,
portanto os híbridos que se destacaram possuem formato mais alongado da cabeça.
Palavras-chaves: Brassica pekinensis, hibridos, produção.
ABSTRACT – Yield and quality of five chinese cabbage hybrids.
The chinese cabbage, is very appreciate in the oriental culinary and is rich in calcium,
potassium, A and C vitamins and acid folic. The leaves, part of comercial interesting, are
green-darks, thick and white nervure, and a shape of elongated head may develop depend
of the cultivar. Because at scarcity about the culture, the objective of this work is to
evaluate the yield and quality of five chinese cabbage hybrids. The present work was
installed inside greenhouse in January 1, 2006 to March 27, 2006. Among the hybrids
evaluated (Koubou, Nangoku, Chikara, Homura e Meikyo), Koubou and Homura got the
better medium for total height and head height. Consequently the hybrids Koubou and
Homura are the most elongated in head shape.
Keywords: Brassica pekinensis, hybrids, yield.
INTRODUÇÃO
Originária da China, a couve-chinesa pertencente à família das Brassicáceas, é chamada
erroneamente de “acelga”, a qual se trata de uma hortaliça bem diferente, pertencente à
família das Chenopodiáceas. Ao contrário de outras Brassicáceas é uma planta mais
rústica, pouco exigente em termos de solo, produzindo bem em diferentes tipos.
(FILGUEIRA,1987).
Também conhecida como “repolho chinês” (FILGUEIRA, 2000), a couve-chinesa
apresenta as folhas externas verde escuras e as internas mais claras, as cabeças são
compactas de formato globular-alongadas.
Segundo CAMARGO FILHO E MAZZEI (2001), existem 42 unidades de produção agrícola
no Estado de São Paulo que cultivam couve-chinesa, num total de 101 ha e média de
2,41 ha por propriedade rural. Nos municípios de Botucatu, Pindamonhangaba, Mogi das
Cruzes e Avaré se encontram as maiores áreas de produção da couve-chinesa
(PRESOTTI, 2002).
A maioria das cultivares requer temperaturas amenas, razão pela qual semeia-se em
março-junho, e em janeiro-julho, em localidades altas. A cultivar Michili, que produz
cabeças mais alongadas, é intolerante ao calor excessivo. Dentre as cultivares modernas
de couve-chinesa, destacam-se os híbridos japoneses, por sua tolerância ao calor
(FILGUEIRA,1987).
A cultivar mais apreciada em São Paulo é a Nagaoka-Kokai 2, cujas sementes são
importadas do Japão (FILGUEIRA, 2000).
PRESOTTI (2002) avaliou a adubação potássica em três híbridos de couve-chinesa:
Komakhi, Taibyo e Nangoku, dos quais o híbrido Taibyo obteve a maior produtividade.
Diante da importância e da escassez de informações sobre a cultura da couve-chinesa, o
objetivo do presente trabalho foi o de avaliar e comparar o comportamento de cinco
híbridos de couve-chinesa no cultivo em campo aberto.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido em área experimental do Setor de Olericultura e Plantas
Aromático-Medicinais, pertencente ao Departamento de Produção Vegetal, situado na
Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Câmpus de Jaboticabal - UNESP.
Os tratamentos utilizados foram os híbridos: Koubou, Nangoku, Chikara, Homura e
Meikyo. As mudas foram produzidas em bandejas de poliestireno expandido contendo
128 células, preenchidas com o substrato comercial Plantmax® no dia 15-01-06.
As mudas obtidas foram transplantadas para a área experimental aos 23 dias após a
semeadura no espaçamento de 80 cm entrelinhas x 30 cm entre plantas. A calagem e as
adubações (de plantio e cobertura) foram realizadas conforme RAIJ et al. (1996) para a
cultura do repolho e da necessidade nutricional mostrada pela análise química do solo da
área em que foi implantado o experimento. A colheita foi realizada no dia 27-03-06, aos
62 dias após a semeadura. Foram avaliadas seis plantas por parcela. As características
avaliadas foram: massa fresca da planta (kg), massa fresca da cabeça (kg), altura da
planta (cm), altura da cabeça (cm), largura da cabeça (cm) e compacidade da cabeça
(adotando escala de notas: 1= compacta; 2 = média compacidade; e 3 = não compacta).
Entede-se por cabeça, a parte comercial da planta após a retirada das folhas externas.
O delineamento estatístico adotado foi o de blocos ao acaso, constando de cinco
tratamentos e quatro repetições. Realizou-se análise de variância conforme o
delineamento proposto e as médias foram comparadas pelo teste de Tukey ao nível de
5% de probabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Conforme a Tabela 1, para as características avaliadas: massa fresca da planta, massa
fresca da cabeça, diâmetro da cabeça e compacidade da cabeça, não foram detectadas
diferenças significativas entre os híbridos avaliados. Koubou e Homura obtiveram as
maiores médias para as características de altura da planta e altura da cabeça,
respectivamente: 50,06 cm; 52,72 cm e 42,10 cm; 40,88 cm, diferindo apenas de Chikara,
que obteve as menores médias, respectivamente: 44,2 cm e 37,71 cm. Como para a
característica massa fresca da cabeça não houve diferença significativa, conclui-se que
todos os híbridos possuem formato alongado, atendendo à exigência comercial, exceto
‘Chikara’.
LITERATURA CITADA
CAMARGO FILHO, W. P.; MAZZEI, A.R. Estacionalidade de alcachofra, cogumelo, milho
verde e hortaliças condimentares, Informações Econômicas, São Paulo, v.31, n.3, p.6369, 2001.
FILGUEIRA, F. A. R. ABC da Olericultura: guia da pequena horta. São Paulo: Agronômica
Ceres, 1987, p.106-107.
FILGUEIRA, F. A. R. Novo manual de olericultura: agrotecnologia moderna na produção e
comercialização de hortaliças. Viçosa: UFV, 2000, p.282.
PRESOTTI, L. E. Adubação potássica na cultura da couve-chinesa (Brassica pekinensis).
2002. 34f. Monografia (Trabalho de Graduação em agronomia) – Faculdade de Ciências
Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal.
RAIJ, B. van; CANTARELLA, H.; QUAGGIO, J. A.; FURLANI, A. M. C. Recomendação de
adubação e calagem para o estado de São Paulo. Campinas, SP: IAC, 1996 (Boletim
100).
Tabela 1. Médias das características: massa fresca da planta (MFP), massa fresca da
cabeça (MFC), altura da planta (AP), altura da cabeça (AC), diâmetro da cabeça (DC) e
compacidade da cabeça (CC) de cinco híbridos de couve-chinesa, cultivados em campo
aberto.
Híbridos
Koubou
Nangoku
Chikara
Homura
Meikyo
CV(%)
DMS (Tukey, 5%)
MFP
(kg)
1
2,90 a
2,86 a
2,25 a
3,26 a
2,79 a
16,07
1,0184
MFC
(kg)
1,38 a
1,14 a
1,03 a
0,97 a
1,19 a
17,86
0,4590
AP
(cm)
50,06 a
48,71 ab
44,42 b
52,71 a
49,11 ab
4,28
4,7346
AC
(cm)
42,10 a
38,88 ab
34,71 b
40,88 a
40,13 ab
6,22
5,5203
DC
(cm)
17,96 a
16,44 a
16,50 a
16,50 a
17,25 a
9,78
3,7331
CC2
1,92 a
2,21 a
2,29 a
2,67 a
2,21 a
18,18
0,9260
1. Médias seguidas pela mesma letra, na coluna, não diferem significativamente, ao nível de 5% de
probablidade, pelo teste de Tukey.
2. Notas de compacidade da cabeça: 1 = compacta; 2 = média compacidade; e 3 = não compacta.
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