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O Renascimento comercial e urbano.
Prof. Sérgio Henrique.
00. BATE PAPO INICIAL.
Olá amigo estudante. É com muita alegria que o recebo
novamente para falarmos de história. Estudar a aula anterior é
fundamental para que você possa compreender muitas das coisas que
vamos tratar aqui. Leia com atenção seu texto de apoio, releia e
pratique exercícios. Aos poucos o conteúdo básico vai ficar retido na
sua memória. Claro que para isso é muito importante você fazer suas
próprias anotações, ou em forma de resumo ou anotações nos
exercícios, não importa, você escolhe. O importante é estudarmos
bastante e nos concentrarmos nos estudos. Estimule sua disciplina e
procure motivação pensando em seus sonhos. Bons estudos.
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1. O RENASCIMENTO COMERCIAL E URBANO.
As cruzadas e a decadência do Feudalismo:
No ano de 1096, o Papa Urbano II convocou a cristandade ocidental
para lutar contra o infiel que dominava a cidade sagrada de Jerusalém.
Até hoje esta cidade é local de intensos conflitos, pois é sagrada para
as três grandes religiões monoteístas: Judaísmo, cristianismo e
islamismo. Para os católicos europeus era então uma cruzada pela fé
cristã para expandi-la, dominar seus locais sagrados no oriente, então
foram enviadas várias expedições. Tiveram vários objetivos:
 Religioso: expandir a fé crista e tomar Jerusalém dos árabes
islâmicos.
 Sociais: Diminuir o excedente populacional europeu. Nas duas
primeiras cruzadas foram enviados os mendigos e as crianças
abandonadas.
 Comerciais: As cidades italianas financiaram expedições com o
objetivo de realizar trocas comerciais com as ricas cidades
orientais. As expedições cruzadas, em nome da fé saquearam
muitas
cidades
islâmicas
e
levaram
os
produtos
para
comercializarem na Europa.
Os católicos conquistaram Jerusalém e fundaram os reinos
cristãos do oriente, e dominaram a região por mais de um século. A
resistência cultural e militar islâmica foi notória, e apesar do mundo
árabe ter sido destruído militarmente, conseguiram expulsar os
europeus sob o comando de Saladino no séc. XIII.
As cruzadas promoveram um intenso choque de civilizações que,
de certa forma, percorreu os séculos e dura até hoje. Sua principal
consequência foi ter promovido um “renascimento comercial” e a
reabertura do mar mediterrâneo, que até aquele momento era
monopolizado pelos árabes. As cidades italianas de Gênova e Veneza
foram pioneiras neste comércio e passaram a deter o monopólio de
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navegação. Este momento foi decisivo para que o comércio se tornasse
cadê vez maior e desse início à gestação do sistema capitalista.
O Renascimento Urbano e Comercial:
Na medida em que o comércio se intensificava, os comerciantes
circulavam através de caravanas, que conforme o tempo passava,
tornaram-se importantes rotas comerciais. Estas rotas multiplicaramse em seus entroncamentos, os primeiros comerciantes que se
encontravam passaram a realizar as trocas ali mesmo, dando origens
a feiras medievais. Estas feiras cresceram até dar origem as primeiras
cidades, chamadas Burgos. O comerciante habitante do burgo era o
burguês. Assim nasce uma nova classe social, que será a dominante
no sistema capitalista. Os burgos eram totalmente caóticos e não
possuíam saneamento básico. Para a sua proteção eram construídos
grandes muros em formatos de anel. Para adentrarmo-nos na cidade
tínhamos que atravessar os seus portões.
Conforme as cidades
cresciam mais eram construídos novos anéis. Sujas e sem circulação
de ar e lotadas de ratos, eram locais muito propícios para a proliferação
de doenças, e epidemias eram frequentes. A mais famosa delas foi a
peste negra. As cidades começaram a crescer muito pois o servo que
fugisse para um burgo, estaria liberto de suas obrigações feudais caso
não fosse resgatado em um ano. Daí um ditado da época: “O ar da
cidade liberta”. As fugas de servos dos feudos tornaram-se frequentes.
A crise do século XIV:
O século XIV foi marcado por uma série de crises que
acarretaram na decadência total do Feudalismo. Foi um século
marcados por crises de fome, guerras (guerra dos 100 anos e as
guerras camponesas e a peste negra).
 A peste negra atingiu a Europa de forma tão intensa que matou
1/3 da população ocidental. Era a peste bubônica, transmitida
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pelo rato e de fácil e rápida contaminação. As condições
sanitárias europeias aumentavam as chances de contaminação,
mas como não dominavam como era transmitida a doença, não
sabiam cuidar dela e atribuíam a epidemia a um castigo de Deus.
 A fome se tornou constante. A alta mortalidade da população e
fortes invernos fizeram as colheitas declinarem. Isso provocou
um grave conflito entre camponeses e nobreza, pois os senhores
além
de
aumentarem
os
impostos,
aumentam
muito
a
exploração e dominação. Isso estimulou o aumento das fugas
para os burgos
 A crise da servidão foi provocada pelo renascimento comercial e
pela superexploração feudal decorrente da diminuição da
população. Os camponeses que permaneceram, revoltaram-se
contra a exploração e passaram a ocorrer guerras entre
camponeses e senhores cada vez mais violentas, além disso os
reinos da Inglaterra e da França disputavam sucessões no trono.
A guerra dos 100 anos e as Jaquieries destruíram a organização
feudal e estimularam a centralização política que viria ao final da
guerra dos 100 anos e a formação do absolutismo Inglês e
Francês.
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2. EXERCÍCIOS RESOLVIDOS.
1. "Guerra proclamada pelo Papa em nome de Cristo e travada como
iniciativa do próprio Cristo para a recuperação da propriedade cristã ou
em defesa da Cristandade contra inimigos externos. O movimento das
Cruzadas era em certo sentido uma extensão da guerra que estava
sendo travada contra os muçulmanos na Espanha e na Sicília."
(LOYN, H.R. "Dicionário da Idade Média")
a) Cite uma motivação de ordem religiosa e outra de ordem
socioeconômica para o início das Cruzadas.
b) Cite e analise duas repercussões do movimento das Cruzadas para
o ocidente medieval.
Resposta:
a) 1. Você poderá citar uma motivação de ordem religiosa do
movimento das Cruzadas tal como: a recuperação de terras
santas tomadas pelos muçulmanos e a retomada da cidade de
Jerusalém, entre outras de mesma natureza.
2. Você poderá citar uma motivação de ordem sócio-econômica
do movimento das Cruzadas tal como: a busca de novos
territórios; o excedente populacional e o processo de expansão
comercial, entre outras de mesma natureza.
b)
Você
poderá
citar
e
analisar
duas
repercussões
do
movimento das cruzadas tais como: o domínio europeu das
rotas comerciais do Mediterrâneo; a expansão das atividades
comerciais e urbanas como feiras; o desenvolvimento dos
setores sociais urbanos como a burguesia e a maior presença
de elementos culturais de origem oriental na Europa, entre
outras.
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2. "Em 1348 a peste negra invadiu a França e, dali para a frente, nada
mais seria como antes. Uma terrível mortalidade atingiu o reino. A
escassez de mão-de-obra desorganizou as relações sociais e de
trabalho. Os trabalhadores que restaram aumentaram suas exigências.
Um rogo foi dirigido a Deus, e também aos homens incumbidos de
preservar Sua ordem na Terra. Mas foi preciso entender que nem a
Igreja nem o rei podiam fazer coisa alguma. Não era isso uma prova
de que nada valiam? De que o pecado dos governantes recaía sobre a
população? Quando o historiador começa a encontrar tantas maldições
contra os príncipes, novas formas de devoção e tantos feiticeiros sendo
perseguidos, é porque de repente começou a se estender o império da
dúvida e do desvio."
(Adaptado de Georges Duby, "A Idade Média na França (9871460): de Hugo Capeto a Joana D'arc". Rio de Janeiro: Jorge Zahar
Editor, 1992, p. 256-258.)
a) A partir do texto, identifique de que maneira a peste negra
repercutiu na sociedade da Europa medieval, em seus aspectos
econômico e religioso.
b) Indique características da organização social da Europa medieval
que refletiam a ordem de Deus na Terra.
Resposta:
a) A peste negra insere-se no contexto da crise do século XIV e
é considerada uma manifestação do esgotamento do sistema
feudal. Quanto ao aspecto econômico, as altas taxas de
mortalidade ocasionaram a escassez de mão-de-obra, levando
à superexploração dos servos pelos senhores feudais e às
consequentes
revoltas
camponesas,
destacando-se
as
"jacqueries", além de mudanças nas relações de trabalho. Tais
eventos acabaram por gerar a crise do trabalho servil.
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Outro efeito da mortalidade foi a redução do mercado em um
contexto
de
paralisação
retomada
das
do
rotas
comércio
terrestres,
que,
em
juntamente
à
decorrência
particularmente da Guerra dos Cem Anos, estimularam a
Expansão Marítima e Comercial Europeia.
Quanto ao aspecto religioso, a peste serviu de argumento para
perseguições aos grupos considerados heréticos, culpados de
atrair a ira divina, em razão de as interpretações sobre a peste
estarem inseridas à mentalidade medieval marcada pelo
cristianismo.
b) A concepção de sociedade, na Europa medieval, era
determinada pela Igreja e fundamentada no teocentrismo.
Assim sendo, a sociedade era estratificada, composta de três
ordens: o clero, os que rezam; a nobreza, os que combatem; e
os camponeses, os que trabalham.
3. No início foram as cidades. O intelectual da Idade Média – no
Ocidente – nasceu com elas. Foi com o desenvolvimento urbano ligado
às funções comercial e industrial – digamos modestamente artesanal
– que ele apareceu, como um desses homens de ofício que se
instalavam nas cidades nas quais se impôs a divisão do trabalho. Um
homem cujo ofício é escrever ou ensinar, e de preferência as duas
coisas a um só tempo, um homem que, profissionalmente, tem uma
atividade de professor e erudito, em resumo, um intelectual – esse
homem só aparecerá com as cidades.
LE GOFF, J. Os intelectuais na Idade Média. Rio de Janeiro: José
Olympio, 2010
O surgimento da categoria mencionada no período em destaque no
texto evidencia o(a)
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a) apoio dado pela Igreja ao trabalho abstrato.
b) relação entre desenvolvimento urbano e divisão de trabalho.
c) importância organizacional das corporações de ofício.
d) progressiva expansão da educação escolar.
e) acúmulo de trabalho dos professores e eruditos.
Resposta:
[B]
O desenvolvimento urbano e o renascimento cultural
promoveram transformações na sociedade, como o surgimento
de novas profissões urbanas, promovendo, também, uma nova
divisão do trabalho.
4. Veneza, emergindo obscuramente ao longo do início da Idade Média
das águas às quais devia sua imunidade a ataques, era nominalmente
submetida ao Império Bizantino, mas, na prática, era uma cidadeestado independente na altura do século X. Veneza era única na
cristandade por ser uma comunidade comercial: “Essa gente não lavra,
semeia ou colhe uvas”, como um surpreso observador do século XI
constatou.
Comerciantes
venezianos
puderam
negociar
termos
favoráveis para comerciar com Constantinopla, mas também se
relacionaram
com
mercadores
do
islã.
FLETCHER, R. A cruz e o crescente: cristianismo de islã, de Maomé à
Reforma.
Rio
de
Janeiro:
Nova
Fronteira,
2004.
A expansão das atividades de trocas na Baixa Idade Média,
dinamizadas por centros como Veneza, reflete o(a)
a) importância das cidades comerciais.
b) integração entre a cidade e o campo.
c) dinamismo econômico da Igreja cristã.
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d) controle da atividade comercial pela nobreza feudal.
e) ação reguladora dos imperadores durante as trocas comerciais.
Resposta:
[A]
As chamadas cidades comerciais – como Gênova e Veneza
– foram muito importantes para o renascimento urbanocomercial e para a superação da crise agrícola do fim do
Feudalismo. Nessas cidades o comércio renasceu primeiro, a
burguesia primeiro se formou, e as bases econômicas da Era
Moderna se fundaram.
5. Queixume das operárias da seda
Sempre tecemos panos de seda
E nem por isso vestiremos melhor [...]
Nunca seremos capazes de ganhar tanto
Que possamos ter melhor comida [...]
Pois a obra de nossas mãos
Nenhuma de nós terá para se manter [...]
E estamos em grande miséria
Mas, com os nossos salários, enriquece aquele para
quem trabalhamos
Grande parte das noites ficamos acordadas
E todo o dia para isso ganhar
Ameaçam-nos de nos moer de pancada
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Os membros quando descansamos
E assim, não nos atrevemos a repousar.
CHRÉTIEN DE TROYES apud LE GOFF. J. Civilização do Ocidente
Medieval. Lisboa: Edições 70, 1992.
Tendo em vista as transformações socioeconômicas da Europa
Ocidental durante a Baixa Idade Média, o texto apresenta a seguinte
situação:
a) Uso da coerção no mundo do trabalho artesanal.
b) Deslocamento das trabalhadoras do campo para as cidades.
c) Desorganização do trabalho pela introdução do assalariamento.
d) Enfraquecimento dos laços que ligavam patrões e empregadas.
e) Ganho das artífices pela introdução da remuneração pelo seu
trabalho.
Resposta:
[A]
Nas passagens “estamos em grande miséria, mas, com os
nossos salários, enriquece aquele para quem trabalhamos” e
“ameaçam-nos de nos moer de pancada os membros quando
descansamos” podemos notar a coerção dos trabalhadores
durante o período retratado.
6. Se a mania de fechar, verdadeiro habitus da mentalidade medieval
nascido talvez de um profundo
sentimento de insegurança, estava difundida no mundo rural, estava
do mesmo modo no meio urbano, pois que uma das características da
cidade era de ser limitada por portas e por uma muralha.
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DUBY, G. et al. “Séculos XIV-XV”. In: ARIÈS, P.; DUBY, G. História da
vida privada da
Europa Feudal à Renascença. São Paulo: Cia. das Letras, 1990
(adaptado).
As práticas e os usos das muralhas sofreram importantes mudanças no
final da Idade Média, quando elas assumiram a função de pontos de
passagem ou pórticos. Este processo está diretamente relacionado com
a) o crescimento das atividades comerciais e urbanas.
b) a migração de camponeses e artesãos.
c) a expansão dos parques industriais e fabris.
d) o aumento do número de castelos e feudos.
e) a contenção das epidemias e doenças.
Resposta:
[A]
O final da Idade Média é caracterizado por um processo de
transformações socioeconômicas que envolveram as cidades.
Se durante a Alta Idade Média a cidade manteve-se isolada,
durante a Baixa Idade Média ela tendeu a crescer, impulsionada
por maior circulação de mercadorias provenientes do oriente. O
Renascimento, comercial e urbano, possibilitaram o surgimento
da burguesia e das raízes do processo de acumulação de
capitais.
7. A Peste Negra dizimou boa parte da população europeia, com efeitos
sobre o crescimento das cidades. O conhecimento médico da época não
foi suficiente para conter a epidemia. Na cidade de Siena, Agnolo di
Tura escreveu: "As pessoas morriam às centenas, de dia e de noite, e
todas eram jogadas em fossas cobertas com terra e, assim que essas
fossas ficavam cheias, cavavam-se mais. E eu enterrei meus cinco
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filhos com minhas próprias mãos (...) E morreram tantos que todos
achavam que era o fim do mundo."
Agnolo di Tura. The Plague in Siena: An Italian Chronicle. In:
William M. Bowsky, The Black Death: a turning point in history? New
York: HRW, 1971 (com adaptações).
O testemunho de Agnolo di Tura, um sobrevivente da Peste Negra que
assolou a Europa durante parte do século XIV, sugere que
a) o flagelo da Peste Negra foi associado ao fim dos tempos.
b) a Igreja buscou conter o medo, disseminando o saber médico.
c) a impressão causada pelo número de mortos não foi tão forte,
porque as vítimas eram poucas e identificáveis.
d) houve substancial queda demográfica na Europa no período anterior
à Peste.
e) o drama vivido pelos sobreviventes era causado pelo fato de os
cadáveres não serem enterrados.
Resposta:
[A]
O testemunho de Agnolo di Tura faz uma associação direta
entre o enorme número de mortos devido à Peste Negra e o fim
do mundo. Essa associação expressa, por sua vez, uma visão
teocêntrica e dogmática medieval, que considerava que os
diversos fenômenos simultâneos como surtos de fome, a
Guerra dos Cem Anos e a Peste Negra eram sinais da cólera de
Deus, reforçando a crença no final dos tempos.
8. Os cruzados avançavam em silêncio, encontrando por todas as
partes ossadas humanas, trapos e bandeiras. No meio desse quadro
sinistro, não puderam ver, sem estremecer de dor, o acampamento
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onde Gauthier havia deixado as mulheres e crianças. Lá os cristãos
tinham sido surpreendidos pelos muçulmanos, mesmo no momento em
que os sacerdotes celebravam o sacrifício da Missa. As mulheres, as
crianças, os velhos, todos os que a fraqueza ou a doença conservava
sob as tendas, perseguidos até os altares, tinham sido levados para a
escravidão ou imolados por um inimigo cruel. A multidão dos cristãos,
massacrada naquele lugar, tinha ficado sem sepultura.
J. F. Michaud. História das cruzadas. São Paulo: Editora das
Américas, 1956 (com adaptações).
Foi, de fato, na sexta-feira 22 do tempo de Chaaban, do ano de 492
da Hégira, que os franj* se apossaram da Cidade Santa, após um sítio
de 40 dias. Os exilados ainda tremem cada vez que falam nisso; seu
olhar se esfria como se eles ainda tivessem diante dos olhos aqueles
guerreiros louros, protegidos de armaduras, que espelham pelas ruas
o sabre cortante, desembainhado, degolando homens, mulheres e
crianças, pilhando as casas, saqueando as mesquitas.
*franj = cruzados.
Amin Maalouf. As Cruzadas vistas pelos árabes. 2a ed. São Paulo:
Brasiliense, 1989 (com adaptações).
Avalie as seguintes afirmações a respeito dos textos, que tratam das
Cruzadas.
I. Os textos referem-se ao mesmo assunto - as Cruzadas, ocorridas no
período medieval -, mas apresentam visões distintas sobre a
realidade dos conflitos religiosos desse período histórico.
II. Ambos os textos narram partes de conflitos ocorridos entre cristãos
e muçulmanos durante a Idade Média e revelam como a violência
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contra mulheres e crianças era prática comum entre adversários.
III. Ambos narram conflitos ocorridos durante as Cruzadas medievais
e revelam como as disputas dessa época, apesar de ter havido
alguns confrontos militares, foram resolvidas com base na ideia do
respeito e da tolerância cultural e religiosa.
É correto apenas o que se afirma em
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) II e III.
Resposta:
[D]
As cruzadas foram expedições organizadas pela Igreja
Católica e por reis europeus, que pretendiam conquistar terras
e riquezas no oriente próximo, baseadas num discurso de
fanatismo religioso. O confronto entre cristãos e muçulmanos
durou cerca de dois séculos e envolveu diferentes batalhas, nas
quais não foram poupadas as vidas de mulheres e crianças.
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3. EXERCÍCIOS PROPOSTOS.
1. (Espcex (Aman) 2016)
Os últimos anos do século X foram
marcados, na Europa Ocidental, pela diminuição das invasões bárbaras
e pela queda da mortandade por epidemias. Tais fatos geraram
estabilidade e crescimento demográfico. A partir do século XI, o
continente experimentaria profundas transformações que levariam ao
que se conhece como Renascimento Comercial.
Com relação ao acima exposto, é correto afirmar que
a) o Iluminismo gerou uma mentalidade de busca pela prosperidade
material, o que levou ao incremento de práticas comerciais.
b) o restabelecimento de rotas comerciais com a Oceania favoreceu o
estabelecimento de novas empresas de comércio na Europa.
c) os avanços tecnológicos elevaram a quantidade da produção agrícola
e o excedente passou a ser vendido.
d) as Cruzadas impediram a circulação de mercadorias entre o
Ocidente e o Oriente.
e) a intensificação do comércio provocou o enfraquecimento de feiras
regulares nos cruzamentos das rotas comerciais.
2. Sem dúvida, podemos afirmar que após uma fase A de crescimento
econômico (1200-1316) a Europa Ocidental entrou numa fase B
depressiva, que se estenderia até fins do século XV no sul e princípios
do XVI no centro e no norte.
FRANCO JÚNIOR, H. A Idade Média. Nascimento do Ocidente. 2a ed.,
São Paulo: Brasiliense, 2001, p. 46.
A respeito da situação de retração econômica apontada pelo autor, é
correto afirmar que
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a) Existia uma grande multiplicidade de moedas que circulavam
paralelamente entre si, sendo o cambista a principal figura
responsável pelas conversões nas feiras.
b) A sociedade que se estruturava no meio urbano reproduzia
predominantemente as relações de dependência típicas do meio
rural, como a vassalagem e a servidão.
c) A regulamentação da produção artesanal realizada nos espaços
urbanos aumentava com a criação das Corporações de Oficio em
diferentes setores produtivos.
d) Diversas cidades se desenvolveram a partir do aumento da
circulação de comerciantes em torno de entroncamentos de estradas
e em muralhas de castelos importantes.
e) As grandes rotas de comércio marítimo se concentravam no Mar do
Norte e no Mediterrâneo, com mercadorias vindas inclusive do
Oriente, como a seda.
4. Mas o objetivo da produção, mesmo com meios modestos, não era
um fim abstrato como hoje, mas prazer e ócio. Esse conceito antigo e
medieval de ócio não deve ser confundido com o conceito moderno de
tempo livre. Isso porque o ócio não era uma parcela da vida separada
do processo de atividade remunerada, antes estava presente, por
assim dizer, nos poros e nos nichos da própria atividade produtiva.
KURZ, Robert. A expropriação do tempo. Folha de São Paulo, 3
jan.1999. p. 5 (Adaptado).
A noção de tempo livre assumiu uma qualidade positiva distinta
daquela de ócio, em função de estar articulada a um conjunto de
transformações socioeconômicas, localizadas a partir de fins da Idade
Média, e que se caracterizava
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a) pelo incremento da produção agrícola para o mercado interno,
responsável pelo chamado renascimento feudal do século XV.
b) pela crescente mercantilização das terras da Igreja, cada vez mais
alinhada com as modernas concepções sobre o trabalho.
c)
pela
descentralização
político-administrativa
das
emergentes
monarquias nacionais, fator de estímulo para o crescimento da
produção mercantil.
d) pela aceleração das atividades urbanas e comerciais, com o
crescimento da produção mercantil e das camadas burguesas da
sociedade.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Para responder à(s) quest(ões) a seguir, considere o texto abaixo.
(...) os mitos e o imaginário fantástico medieval não foram
subitamente subtraídos da mentalidade coletiva europeia durante o
século XVI. (...) Conforme Laura de Mello e Sousa, “parece lícito
considerar que, conhecido o Índico e desmitificado o seu universo
fantástico, o Atlântico passará a ocupar papel análogo no imaginário
do europeu quatrocentista”.
(VILARDAGA, José Carlos. Lastros de viagem: expectativas, projeções
e descobertas portuguesas no Índico (1498-1554). São Paulo:
Annablume, 2010, p. 197)
5. Durante a Idade Média, havia um imaginário vinculado às cruzadas,
pautado pela concepção de que
a) Os nobres tinham a missão sagrada de proteger a população
europeia dos “infiéis” que, após a tomada da Península Ibérica,
vinham impondo violentamente sua crença e cobrando altos
impostos a toda a cristandade.
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b) Apesar da conquista de riquezas por meio de pilhagens aos
muçulmanos, as Cruzadas não obtiveram sucesso no que diz respeito
ao domínio de territórios, já que os cruzados nunca conseguiram
dominar a Cidade Santa (Jerusalém).
c) O interesse em obter mercadorias raras no Ocidente, principalmente
os produtos conhecidos como especiarias, através do controle das
rotas de comércio no mar Mediterrâneo.
d) A necessidade de regular conflitos, desviando o espírito belicoso dos
senhores feudais para regiões sob ameaça do Islã, tal como
observamos com o Império Bizantino, que recorre à ajuda de
cruzados para proteger suas fronteiras.
e) Os benefícios espirituais concedidos aos cruzados, tal como a
indulgência plenária (perdão dos pecados) dada àqueles que
partissem em peregrinação rumo à Terra Santa para combater os
infiéis
8. Da mesma forma que a Terra Santa, ainda que com identidade
menor, a Península Ibérica possibilitava a reunião das ideias de paz
(luta no exterior da Cristandade), de Guerra Santa (engrandecimento
da Igreja em terra anteriormente cristã) e de peregrinação (corpo
santo apostólico em Santiago de Compostela). A Reconquista revelouse especialmente atraente, o que é significativo, para o centro-sul
francês (...) cujos cavaleiros foram os mais constantes participantes
ultramontanos da luta anti-moura na Península.
FRANCO JÚNIOR, Hilário. Peregrinos, monges e guerreiros. Feudoclericalismo e religiosidade em Castela Medieval. São Paulo: Hucitec,
1990, p. 161.
Sobre a Reconquista Ibérica, é correto afirmar que se trata de
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a) um conjunto de guerras e conquistas territoriais cujas motivações
foram semelhantes àquelas que estimularam a ação dos cristãos
durante as Cruzadas.
b)
um
movimento
dirigido
pelos
comerciantes
castelhanos,
interessados em se apropriar das riquezas e rotas mercantis do
mundo islâmico.
c) um movimento sem vinculação às crenças religiosas e devocionais
cristãs e estimuladas pelo avanço científico precoce da Península
Ibérica.
d) uma incursão de cavaleiros a serviço da monarquia francesa com o
intuito de anexar a Península Ibérica e reestruturar o antigo Império
Carolíngio.
e) um movimento essencialmente religioso que visava a combater o
fanatismo
muçulmano
e
estabelecer
monarquias
cristãs
que
respeitassem a liberdade religiosa na Península Ibérica.
9. A cidade é [desde o ano 1000] o principal lugar das trocas
econômicas que recorrem sempre mais a um meio de troca essencial:
a moeda. [...] Centro econômico, a cidade é também um centro de
poder. Ao lado do e, às vezes, contra o poder tradicional do bispo e do
senhor, frequentemente confundidos numa única pessoa, um grupo de
homens novos, os cidadãos ou burgueses, conquista “liberdades”,
privilégios cada vez mais amplos.
GOFF Jacques Le. São Francisco de Assis. Rio de Janeiro: Record, 2010.
Adaptado.
O texto trata de um período em que
a) os fundamentos do sistema feudal coexistiam com novas formas de
organização política e econômica, que produziam alterações na
hierarquia social e nas relações de poder.
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b) o excesso de metais nobres na Europa provocava abundância de
moedas, que circulavam apenas pelas mãos dos grandes banqueiros
e dos comerciantes internacionais.
c) o anseio popular por liberdade e igualdade social mobilizava e
unificava os trabalhadores urbanos e rurais e envolvia ativa
participação de membros do baixo clero.
d) a Igreja romana, que se opunha ao acúmulo de bens materiais,
enfrentava forte oposição da burguesia ascendente e dos grandes
proprietários de terras.
e) as principais características do feudalismo, sobretudo a valorização
da terra, haviam sido completamente superadas e substituídas pela
busca incessante do lucro e pela valorização do livre comércio.
10. Aquilo que dominava a mentalidade e a sensibilidade dos homens
da Idade Média era o seu sentimento de insegurança (...) que era, no
fim das contas, a insegurança quanto à vida futura, que a ninguém
estava assegurada (...). Os riscos da danação, com o concurso do
Diabo, eram tão grandes, e as probabilidades de salvação, tão fracas
que, forçosamente, o medo vencia a esperança.
Jacques Le Goff. A civilização do Ocidente medieval.
O mundo medieval configurou-se a partir do medo da insegurança,
como retratado no texto acima. Encontre a alternativa que melhor
condiz com o assunto.
a) A crise econômica decorrente do final do Império Romano, a guerra
constante, as invasões bárbaras, a baixa demográfica, as pestes,
tudo isso aliado a um forte conteúdo religioso de punição divina aos
pecados contribuiu para o clima de insegurança medieval.
b) A peste bubônica provocou redução drástica na demografia
medieval, levando a crenças milenaristas e apocalípticas, sufocadas,
por sua vez, pela rápida ação da Igreja, disponibilizando recursos
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médicos e financeiros para a erradicação das várias doenças que
afetam seus fiéis.
c) O clima de insegurança que predominou em toda a Idade Média
decorreu das guerras constantes entre nobres – suseranos – e servos
– vassalos, contribuindo para a emergência de teorias milenaristas
no continente.
d) As enfermidades que afetavam a população em geral contribuíram
para a demonização de algumas práticas sociais, como o hábito de
usar talheres nas refeições, adquirido, por sua vez, no contato com
povos bizantinos.
e) A certeza da punição divina a pecados cometidos pelos humanos
predominava na mentalidade medieval; por isso, nos vários séculos
do período, eram constantes os autos de fé da Inquisição,
incentivando a confissão em massa, sempre com tolerância e diálogo.
11. Durante a Idade Média houve uma grande circulação de viajantes
entre a Europa e o Oriente Médio. Algumas dessas viagens eram
peregrinações religiosas a locais considerados sagrados como, por
exemplo, a cidade de Jerusalém.
No início do século XI, entretanto, essa cidade estava sob o domínio
dos muçulmanos, o que não correspondia aos interesses da Igreja
Católica, por isso, em 1095, o Papa Urbano II fez um apelo à
cristandade para que nobres e camponeses libertassem Jerusalém.
De acordo com as informações citadas, é correto afirmar que o apelo
do Papa Urbano II deu origem
a) ao Renascimento.
b) ao Protestantismo.
c) à Inquisição.
d) à Contrarreforma.
e) às Cruzadas.
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12. Nos séculos finais da Baixa Idade Média europeia, a economia de
subsistência e de trocas naturais tendia a ser suplantada pela economia
monetária, a influência das cidades passou a prevalecer sobre os
campos, e a dinâmica de comércio levou à mudança e à ruptura das
corporações de ofício medievais.
(SEVCENKO, Nicolau. O Renascimento. São Paulo: Atual, 1988, p.5.
Adaptado)
Analisando as transformações citadas, conclui-se, corretamente, que
elas
a) evidenciaram o surgimento da nova classe social burguesa e a crise
do sistema feudal.
b) fortaleceram a Igreja Católica, que incentivava a prática comercial
no período medieval.
c) prejudicaram a burguesia comercial e favoreceram os proprietários
das terras feudais.
d) demonstraram a força do sistema feudal e dos mecanismos de
subsistência no campo.
e) enfraqueceram os reis absolutistas que dominaram a Europa
durante o período medieval.
13. [A crise] do feudalismo deriva não propriamente do renascimento
do comércio em si mesmo, mas da maneira pela qual a estrutura feudal
reage ao impacto da economia de mercado. O revivescimento do
comércio (isto é, a instauração de um setor mercantil na economia e o
desenvolvimento de um setor urbano na sociedade) pode promover,
de um lado, a lenta dissolução dos laços servis, e de outro lado, o
enrijecimento da servidão. (...) Nos dois setores, abre-se pois a crise
social.
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(Fernando A. Novais, Portugal e Brasil na crise do Antigo Sistema
Colonial. p. 63-4)
Segundo o autor,
a) a crise foi provocada pelo impacto do desenvolvimento comercial e
urbano na sociedade, pois, na medida em que reforça a servidão,
origina as insurreições camponesas e, quando fragiliza os vínculos
servis, provoca as insurreições urbanas.
b) a crise do feudalismo nada mais é do que o marasmo econômico
provocado pela queda da produção, uma vez que há um número
menor de camponeses livres, o que leva à crise social do campo,
prejudicando também a nobreza.
c) a crise foi motivada por fatores externos ao feudalismo, isto é, o
alargamento do mercado pressiona o aumento da produção no
campo e na cidade, o que leva à queda dos preços e às insurreições
camponesas e urbanas.
d) o desenvolvimento comercial e urbano em si não leva à crise, pois
o que deve ser levado em consideração é a crise social provocada
pelo enfraquecimento dos laços servis, tanto no campo como na
cidade.
e) as insurreições camponesas e urbanas são as respostas para a crise
feudal, pois a servidão foi reforçada tanto no campo como na cidade,
garantindo a sobrevivência da nobreza por meio do pagamento de
impostos.
14. (Vunesp 2014) Mais ou menos a partir do século XI, os cristãos
organizaram expedições em comum contra os muçulmanos, na
Palestina, para reconquistar os “lugares santos” onde Cristo tinha
morrido e ressuscitado. São as cruzadas [...]. Os homens e as
mulheres da Idade Média tiveram então o sentimento de pertencer a
um mesmo grupo de instituições, de crenças e de hábitos: a
cristandade.
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(Jacques Le Goff. A Idade Média explicada aos meus filhos, 2007.)
Segundo o texto, as cruzadas
a) contribuíram para a construção da unidade interna do cristianismo,
o que reforçou o poder da Igreja Católica Romana e do Papa.
b) resultaram na conquista definitiva da Palestina pelos cristãos e na
decorrente derrota e submissão dos muçulmanos.
c) determinaram o aumento do poder dos reis e dos imperadores, uma
vez que a derrota dos cristãos debilitou o poder político do Papa.
d) estabeleceram o caráter monoteísta do cristianismo medieval, o que
ajudou a reduzir a influência judaica e muçulmana na Palestina.
e) definiram a separação oficial entre Igreja e Estado, estipulando
funções e papéis diferentes para os líderes políticos e religiosos.
15.
“O modo de produção feudal, tal como apareceu na Europa
ocidental, deixava em geral aos camponeses apenas o espaço mínimo
para aumentarem o produto de que dispunham dentro das duras
limitações do sistema senhorial.”
Perry Anderson. Passagens da antiguidade ao feudalismo.
Porto: Afrontamento, 1980, p. 208. Adaptado.
O texto caracteriza o modo de produção feudal, destacando que
a) havia classes distintas e opostas no feudalismo, embora a luta social
fosse atenuada pelas amplas oportunidades de lucro que os senhores
ofereciam aos camponeses.
b) as relações de suserania e vassalagem e o caráter rural do
feudalismo eliminaram as cidades e provocaram o declínio do
comércio e das atividades de serviço.
c) a possibilidade de melhoria da condição econômica dos camponeses
era bastante restrita, devido ao conjunto de obrigações que estes
deviam prestar aos senhores.
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d) as longas jornadas de trabalho nas lavouras e a ampla gama de
impostos impediam os camponeses de ascenderem socialmente e
provocavam a ruína dos senhores de terras.
e) havia oportunidades de transformação social no feudalismo, embora
os camponeses raramente as aproveitassem, pois preferiam se
dedicar prioritariamente ao trabalho.
16. Chegam a Jerusalém a 7 de junho de 1099. Jejuam e fazem
procissões em redor da cidade, esperando que as suas orações deitem
abaixo as muralhas, do mesmo que as trombetas de Josué tinham
derrubado as de Jericó. A chegada a Jafa de navios genoveses, pisanos
e venezianos é para eles de um grande auxílio [...] A cidade tão
cobiçada é tomada a 15 de julho de 1099. Assistimos, então, à
pilhagem e ao massacre sistemático de toda a população. Depois do
regresso dos cruzados ao Ocidente, a posse de Jerusalém torna-se
precária.
Tate, G. “Dois séculos de confronto entre o Oriente e o Ocidente”. In
Arneville, M.-B. D’ e outros, As Cruzadas. Trad. Cascais: Pergaminho,
2001, p. 22.
O texto acima refere-se à
a) terceira Cruzada e revela os interesses bizantinos nessa expedição.
b) Reconquista Ibérica e apresenta as motivações religiosas dessa
empreitada.
c) sétima Cruzada e demonstra a forte presença da monarquia
francesa.
d) primeira Cruzada e revela a forte religiosidade da peregrinação
armada.
e) quarta Cruzada e revela a participação exclusiva dos fiéis franceses.
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(LE GOFF, Jacques. A Idade Média e o dinheiro: Ensaio de Antropologia
Histórica. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2014. p. 10. Adaptado)
Sobre a temática e o período destacado no texto, assinale a alternativa
CORRETA.
a) A economia medieval, em especial no período posterior ao século
XIII, foi marcada por um caráter natural, com atividades baseadas
em trocas de produtos.
b) A Europa medieval, em decorrência do feudalismo, assistiu a um
processo de desmonetarização completa da sua economia.
c) Do século X mais ou menos até o fim do século XIV, quando o
dinheiro recua, a circulação de moeda na Europa conhece um recesso
para depois começar um lento retorno.
d) A retração no fluxo de moedas no medievo não teve ligação direta
com as crises financeiras do Império Romano tardio.
e) O grande comércio com o Oriente manterá no Ocidente uma certa
circulação em ouro, sob a forma de moeda bizantina e muçulmana.
19. Na Idade Média, um mesmo cavaleiro podia ser vassalo de um
suserano e um suserano de outro cavaleiro. O vassalo de um vassalo
de determinado cavaleiro também era vassalo do mesmo cavaleiro. E
se um cavaleiro fosse vassalo de dois suseranos que entravam em
guerra? Nesse caso, prevalecia o princípio da “homenagem lígia”.
(Vainfas, 2010.)
Nesse contexto medieval de suserania e vassalagem, é correto afirmar
que “homenagem” era
a) a cerimônia de entrega, lealdade submissão de um vassalo a outro
nobre que seria, então, seu suserano.
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b) o contrato estabelecido entre as partes, em que constavam os
valores, prazos, direitos e deveres de suseranos e vassalos.
c) o juramento feito diante de toda a comunidade medieval, que
tornava suseranos e vassalos “irmãos na vida e na morte”.
d) o feudo, na forma de terra, pensão, ou rendimento agrícola,
recebido pelo suserano, devido à gratidão do vassalo à sua pessoa.
20. No início do século XIV, o fim da ordem templária marca um
importante momento da transição entre a primeira fase do feudalismo,
caracterizada
pela
cultura
cavalheiresca,
e
a
segunda
fase,
caracterizada pela formação de uma forte burguesia mercantil. Sobre
a ordem templária, é correto afirmar que foi
a) uma comunidade monástica que, além de evangelizar, difundiu a
cultura antiga por meio do ensino do latim.
b) um grupo que manteve as estruturas de clãs familiares típicas das
classes aristocráticas romanas.
c) uma das quatro ordens religiosas organizadas na época das cruzadas
para libertar a Terra Santa.
d) um grupo de mercadores que partiu em viagem para o Extremo
Oriente através do caminho da seda.
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Gabarito:
Resposta da questão 1:
[C]
A questão remete ao início da Baixa Idade Média. O texto aponta
para o fim das invasões bárbaras na Europa no século X e ao
crescimento
demográfico que
ocorreu em seguida,
gerando
a
necessidade de aumentar a produção de alimento. Daí surgiu a
“Revolução Agrícola” com novas técnicas de plantio e desmatamento.
Neste contexto surgiram o “Renascimento Comercial e Urbano”, a crise
feudal, as Cruzadas, a burguesia e o desenvolvimento do comércio.
Resposta da questão 2:
[C]
O excerto do historiador faz referência à Baixa Idade Média,
século XI ao XV na Europa. Conforme o texto “podemos afirmar que
após uma fase A de crescimento econômico (1200-1316) a Europa
Ocidental entrou numa fase B depressiva, que se estenderia até fins
do século XV no sul e princípios do XVI no centro e no norte”. No século
XIV ocorreram inúmeros problemas na Europa, tais como, Grande
Fome, a Peste Negra, a Guerra dos Cem Anos e as Revoltas
Camponesas.
Resposta da questão 3:
[B]
A sociedade que se estrutura no meio urbano – que virá a originar
a burguesia – não reproduzia as relações básicas do Feudalismo – como
a suserania e a vassalagem. Nas cidades, a base das relações era o
comércio.
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Resposta da questão 4:
[D]
Somente a alternativa [D] está correta. A questão aponta para
algumas transformações estruturais que ocorreram na Baixa Idade
Média, tais como o surgimento da burguesia que dinamizou a economia
através do comércio, moeda e vida urbana, etc. Ocorreu também um
processo de centralização política nas mãos dos reis culminando na
formação dos Estados Nacionais Modernos.
Resposta da questão 5:
[D]
As Cruzadas foram um movimento militar patrocinado e
incentivado pela Igreja Católica. Usando de sua grande influência sobre
a sociedade, a Igreja convocou e convenceu os fiéis para pegarem em
armas para recuperar Jerusalém dos muçulmanos sob a promessa de
que todos os seus pecados seriam perdoados.
Resposta da questão 6:
[D]
Os autos de fé, promovidos pela Inquisição Católica, visavam,
além de punir os hereges e os infiéis, criar exemplos aos cristãos
acerca das condutas aceitas ou não pela Igreja Católica. Por isso, as
cerimônias eram públicas.
Resposta da questão 7:
[B]
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As Cruzadas foram empreendidas pela vontade da reconquista
da Terra Santa, então sob domínio muçulmano. Durante a ocorrência
das oito cruzadas, houve momentos em que os cristãos dominaram a
Terra Santa e momentos em que os muçulmanos tiveram esse
domínio. Logo, a alternativa [B] está errada.
Resposta da questão 8:
[A]
Somente a proposição [A] está correta. A questão remete as
“Guerras de Reconquista”. Através do ideal da Guerra Santa, o
Islamismo expandiu sobre o Oriente Médio, Norte da África, Mar
Mediterrâneo e Península Ibérica. Surgiu um conflito entre três
civilizações: Católica na Europa, Ortodoxa no Império Bizantino e a
Árabe Islâmica. No contexto das Cruzadas, 1095-1270, ocorreram
conflitos dentro da Península Ibérica entre cristão e muçulmanos
chamados de “Guerras de Reconquista” nos quais os cristãos lutavam
para reconquistar suas terras. As Cruzadas podem ser vistas como a
‘Guerra Santa Católica”. Somente em 1492, no século XV, os últimos
muçulmanos foram expulsos da região de Granada, na Espanha.
Resposta da questão 9:
[A]
No final da Idade Medieval, quando o sistema feudal já vivenciava
sua crise, as bases do Feudalismo passaram a coexistir com o
renascimento das cidades e o surgimento de uma nova classe social: a
burguesia. Nesse contexto, quando o Feudalismo sucumbiu, no século
XV, a burguesia assumiu papel central nas transformações que
marcariam o início da Idade Moderna.
Resposta da questão 10:
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[A]
Os medos que circundavam a população europeia da Idade
Média eram tanto materiais quanto espirituais, e estão bem
especificados na alternativa [A]. Esses medos ajudaram a configurar a
Idade Média socialmente, contribuindo para a formação das relações
sociais entre nobres e servos e para o alargamento do poder da Igreja
Católica.
Resposta da questão 11:
[E]
Somente a proposição [E] está correta. O famoso discurso do
Papa Urbano II no Concílio de Clermont em 1095 chamando os fiéis
para lutar contra os muçulmanos infiéis. O texto faz referência as
Cruzadas. Os muçulmanos dominavam algumas regiões sagradas para
o cristianismo e o Papa Urbano II pediu apoio dos nobres e camponeses
para libertar os lugares sagrados. Ocorreram oito cruzadas oficiais
entre 1095-1270. Somente a primeira teve relativo sucesso.
Resposta da questão 12:
[A]
Durante a crise do século XIV, o sistema feudal entrou em
colapso estrutural. Ao mesmo tempo, devido à reabertura do Mar
Mediterrâneo, as cidades e o comércio renasceram, fazendo surgir uma
nova classe social: a burguesia.
Resposta da questão 13:
[A]
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O texto deixa claro que o renascimento do comércio promoveu
uma série de profundas mudanças na Baixa Idade Média, dentre as
quais o enfraquecimento das relações servis nos locais próximos aos
novos mercados e o enrijecimento das mesmas relações nos locais
afastados dos novos mercados. Esses fenômenos – que provocaram
uma série de revoltas, servis ou urbanas – contribuíram para a crise
do sistema servil.
Resposta da questão 14:
[A]
O texto de Jacques Le Goff afirma que as Cruzadas contribuíram
para reforçar a unidade cristã ocidental bem como a autoridade do
papa. Tal ideia se confirma através da famosa “Querela das
Investiduras” que colocou em conflito Henrique IV, imperador do sacro
Império Romano germânico, e o Papa Gregório VII. O conflito se deu
por conta da nomeação de bispos que era realizada dentro do Sacro
Império Romano Germânico. Na Concordata de Worms, em 1122,
prevaleceu o poder papal sobre o poder temporal do imperador.
Somente a proposição [A] está correta. As proposições seguintes estão
incorretas. Os cristãos não conquistaram definitivamente à Palestina.
Não aumentou o poder dos reis e imperadores. Não ocorreu a
separação entre a esfera religiosa e política.
Resposta da questão 15:
[C]
Devido à carga de impostos que os servos tinham que pagar no
sistema feudal, a possibilidade de melhora na qualidade de vida desse
grupo social era muito difícil, porque dependia, fundamentalmente, do
aumento do nível de produção.
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Resposta da questão 16:
[D]
A data pode ajudar na resposta à questão, porém é uma
exigência superficial na medida em que os estudantes devem lembrar
que as cruzadas se iniciaram no século XI, mas não precisam decorar
cada uma, sua numeração ou, muito menos, a data de realização. A
Primeira Cruzada foi a única que ocorreu neste século, já nos seus anos
finais, conduzida por líderes religiosos católicos da Europa, num
momento marcado por forte sentimento religioso.
Resposta da questão 17:
[A]
A questão aponta para o judaísmo durante a Idade Média na
Europa. A Igreja católica considerava os muçulmanos “infiéis” e tinha
um olhar muito negativo sobre o judaísmo. Os judeus eram associados
ao comércio, dinheiro, lucro e a usura o que não era permitido pela
Igreja. A Igreja católica defendia o preço justo.
Resposta da questão 18:
[C]
A
ausência
quase
total
de
comércio
e
dinheiro,
marca
fundamental do período Medieval, entra, no século XIV, numa fase de
mudança, de ressurgimento das cidades e da volta de circulação
monetária, principalmente a partir da atuação de uma nova classe
social chamada de burguesia
Resposta da questão 19:
[A]
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A relação entre nobres denominada Relação de Suserania e
Vassalagem no Feudalismo era baseada no princípio de lealdade entre
o suserano e o seu vassalo. Esse princípio era firmado na cerimônia de
entrega da terra, chamada de homenagem lígia, na qual o vassalo
afirmava ser fiel a seu suserano em qualquer situação.
Resposta da questão 20:
[C]
Durante o período feudal, a Igreja Católica se organizou para
promover uma cruzada em busca da retomada da cidade de Jerusalém,
então sob domínio muçulmano. Nessa cruzada santa, a Igreja contou
com o apoio da Nobreza para montar exércitos. Uma das ordens
criadas para essa empreitada foi a Ordem dos Templários.
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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS.
Muito bem querido(a) estudante. Se chegou até aqui é um bom
sinal: o de que tentou praticar todos os exercícios. Não se esqueça da
importância de ler a teoria completa e sempre consultá-la. Não esqueça
dos seus objetivos e dedique-se com toda a força para alcança-los.
Sonhe alto, pois “quem sente o impulso de voar, nunca mais se
contentará em rastejar”. Te encontro na nossa próxima aula.
Bons estudos, um grande abraço e foco no sucesso.
Até logo...
Prof. Sérgio Henrique Lima Reis.
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