EGITO ANTIGO Períodos da história do Egito antigo A história do

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EGITO ANTIGO
Períodos da história do Egito antigo
A história do Egito divide-se em três fases: o Antigo Império; Médio Império e o
Novo Império. Ao longo desses três períodos, o Egito atingiu o apogeu. Porém, a partir
do século VII a.C. o Egito foi invadido por vários povos e perdeu o seu antigo
esplendor. A seguir, uma rápida explanação sobre cada período.
ANTIGO IMPÉRIO (3200 a.C. – 2100 a. C.)
Durante o Antigo Império foram construídas obras de drenagem e irrigação, que
permitiram a expansão da agricultura; são desse período ainda as grandes pirâmides dos
faraós Quéops, Quéfren e Miquerinos, construídas nas proximidades de Mênfis, a
capital do Egito na época.
As pirâmides eram túmulos dos faraós. Para o seu interior era levada grande
quantidade de objetos que pertenciam ao soberano, como móveis, jóias e outros objetos
preciosos.
Durante o Antigo Império, o faraó conquistou amplos poderes. Isso acabou
gerando alguns conflitos: os grandes proprietários de terra e os chefes dos diversos
nomos não aceitaram a situação e procuraram diminuir o poder do faraó. Essas disputas
acabaram por enfraquecer o poder político do Estado.
MÉDIO IMPÉRIO (2100 a.C. – 1580 a.C.)
Durante o Médio Império, os faraós reconquistaram o poder político no Egito. A
capital passou a ser Tebas.
Nesse período, conquistas territoriais trouxeram prosperidade econômica. Mas
algumas agitações internas voltariam a enfraquecer o império, o que possibilitou, por
volta de 1750 a.C., a invasão dos hicsos, povo nômade de origem asiática. Os hicsos
permaneceram no Egito cerca de 170 anos.
NOVO IMPÉRIO (1580 a.C. – 715 a.C.)
O período iniciou-se com a expulsão dos hicsos e foi marcado por numerosas
conquistas territoriais. Em seu final ocorreram agitações internas e outra onda de
invasões. Devido ao enfraquecimento do Estado, o Egito foi conquistado
sucessivamente pelos assírios (670 a.C.), persas (525 a.C.), gregos (332 a.C.) e romanos
(30 a.C.)
POLÍTICA E SOCIEDADE DO EGITO ANTIGO
Inicialmente, os egípcios se organizaram por meio de um conjunto de
comunidades patriarcais chamadas de nomos. Os nomos eram controlados por um chefe
chamado nomarca. Os nomos se agrupavam em duas regiões distintas, que formavam
dois reinos rivais: o reino do Alto Egito e o reino do Baixo Egito.
Por volta de 3.200 a.C. o reino do Norte dominou o reino do Sul, unificando
assim, o Egito. O responsável por essa união foi Menés, que passou, então, a ser
chamado de faraó, cujo significado é “casa grande”, “rei das duas terras”. O poder dos
reis passava de pai para filho, isto é, era hereditário. Como os egípcios acreditavam que
os faraós eram deuses ou, pelo menos, representantes diretos dos deuses na Terra, a
forma de governo que se instalou foi chamada de monarquia teocrática.
Como podemos perceber, a sociedade egípcia era organizada em torno do faraó,
senhor de todas as terras e de todas as pessoas. Ele era responsável pela justiça, pelas
funções religiosas, pela fiscalização das obras públicas e pelo comando do exército. O
faraó era considerado um deus vivo, filho de deuses e intermediário entre eles e a
população. Em sua honra, realizavam-se inúmeros cultos.
Abaixo do faraó, e em ordem de importância, estavam o Vizir do Alto Egito, o
do Baixo Egito e o Sumo-Sacerdote de Amon-Rá, um dos principais deuses do Egito
Antigo. Os vizires contavam com a ajuda dos supervisores e dos nomarcas, isto é, os
governadores dos nomos, os distritos do Egito. Os nomarcas por sua vez, eram
auxiliados pelos funcionários do governo, os escribas, que sabiam ler e escrever.
A centralização política do Egito não foi de fato uma constante em sua história.
Vários episódios de dissolução do Estado podem ser observados durante sua trajetória.
Por volta de 2.300 a.C., uma série de contendas internas e invasões deram fim à
supremacia do faraó. Nos três séculos subsequentes os nomos voltaram a ser a principal
unidade de organização sócio-política. Esse primeiro período que vai da unificação ao
restabelecimento dos nomos corresponde ao Antigo Império.
Ao fim do século XXI a.C., o Estado centralizado foi restabelecido graças aos
esforços do faraó Mentuhotep II. A servidão coletiva foi mais uma vez adotada,
permitindo a construção de vários canais de irrigação e a transferência da capital para a
cidade de Tebas. Mesmo sendo um período de diversas conquistas e desenvolvimento
da cultura egípcia, o Médio Império chegou ao seu fim em 1580, com a dominação
exercida pelos hicsos.
A presença estrangeira serviu para que os egípcios se unissem contra a presença
dos hicsos. Com a expulsão definitiva dos invasores, temos o início do Novo Império.
Nessa época, presenciamos a dominação egípcia sob outros povos. Entre as
civilizações dominadas pelos egípcios, destacamos os hebreus, fenícios e assírios. Tal
expansão das fronteiras possibilitou a ampliação das atividades comercias durante o
Novo Império.
O Novo Império, considerado o mais estável período da civilização egípcia, teve
seu fim com a deflagração de uma série de invasões. Os assírios, persas, macedônios e
romanos invadiram e controlaram o Egito ao longo da Antiguidade. Ao longo de mais
de 2500 anos, os egípcios ainda foram alvo do controle árabe, turco e britânico.
OS FENÍCIOS
Os fenícios foram responsáveis pela formação de uma rica civilização que
ocupou uma faixa do litoral mediterrâneo que adentrava o território asiático até as
montanhas do atual Líbano. No início de sua trajetória, a exemplo de outros povos da
Antiguidade, os fenícios desenvolveram uma economia exclusivamente voltada à
agricultura. Contudo, graças ao seu posicionamento geográfico, acabou viabilizando o
contato comercial com várias caravanas nômades.
A expansão comercial foi responsável pela organização de vários centros
urbanos independentes, entre os quais destacamos Arad, Biblos, Ugarit, Tiro e Sídon.
Em cada uma dessas cidades, observamos a presença de um monarca escolhido pela
decisão dos grandes comerciantes e proprietários de terra do local. Dessa forma,
podemos afirmar que o cenário político fenício era eminentemente plutocrático, ou seja,
controlado pelas parcelas mais ricas da população. Assim, sua forma de governo era
chamada de TALASSOCRACIA, pois quem governavam eram os comerciantes
marítimos.
O desenvolvimento do comércio entre os fenícios aconteceu primordialmente
através da realização de trocas de mercadorias. Com o passar do tempo, as expansões
das atividades privilegiaram a fabricação de moedas que facilitaram a realização de
negócios. Sob tal aspecto, devemos ainda destacar a grande complexidade do artesanato
entre os fenícios. Madeiras, tapetes, pedras, marfim, vidro e metais eram alguns dos
produtos que atraíam a atenção dos habilidosos artesãos fenícios.
Outra interessante contribuição advinda do comércio entre os fenícios foi a
elaboração de um dos mais antigos alfabetos de toda História. Por meio de um
específico conjunto de símbolos, os fenícios puderam empreender a regulação de suas
atividades comerciais e expandir as possibilidades de comunicação entre as pessoas.
Séculos mais tarde, a civilização greco-romana foi diretamente influenciada pelo
sistema inaugurado pelos fenícios.
Na esfera religiosa, os fenícios ficaram conhecidos pelo seu amplo interesse nas
práticas animistas, ou seja, a adoração às árvores, montanhas e demais manifestações da
natureza. A Grande Mãe e Baal (o deus protetor) eram as duas mais prestigiadas
divindades do universo religioso fenício. Geralmente, os rituais eram executados ao ar
livre e incluíam a realização de sacrifícios, sendo que alguns destes contavam com a
oferenda de seres humanos.
PÉRSIA
A Civilização Persa teve seu florescimento por volta do ano 2000 a.C., na região
das atuais planícies iranianas. Esse florescimento ocorreu conjuntamente a outros
povos, os medos. Por volta do ano 550 a.C., Ciro, o Grande, o primeiro rei persa a ter
grande destaque, conquistou o reino da Média e promoveu a unificação dos reinos dos
dois povos, os medos e os persas. Teve início com Ciro o império que durou cerca de
duzentos anos.
Ciro permaneceu mais de vinte anos no poder, tempo em que promoveu a
expansão do Império em direção à Ásia Menor, conquistando a região da Lídia e
marchando em direção às cidades-estado gregas situadas na atual Turquia. Seus
domínios também englobavam boa parte do Oriente Médio, como a Fenícia e a Síria,
que foram por ele anexadas.
Em 539 a.C., Ciro libertou os judeus do cativeiro da Babilônia, ordenado por
Nabucodonosor, permitindo que esse povo regressasse à sua terra de origem. Foi ainda
com Ciro que começou um dos aspectos mais acentuados dos governantes persas: uma
espécie de “política ecumênica” e tolerante que se caracterizava pelo respeito às culturas
dos povos conquistados, sem imposição de crenças ou de hábitos.
O sucessor de Ciro foi seu filho Cambises, que governou de 529 a 522 a.C.
Como Cambises morreu sem deixar herdeiros, Dario I, com o apoio de nobres persas,
passou a ocupar o trono imperial após debelar uma tentativa de usurpação. Dario foi um
dos mais poderosos imperadores da antiguidade. Durante seu reinado, o império Persa
passou por um esplendor ainda maior do que na época de Ciro, sobretudo em razão das
grandes construções de engenharia, entre elas, as estradas que ligavam as principais
cidades do império, como Pasárgada, Susa e Persépolis.
A forma de administração dos persas tinha com característica principal as
satrapias, que consistiam em províncias, em organismos locais, cujos governadores,
chamados sátrapas, eram responsáveis por cuidar da região segundo as orientações do
rei. Para que as satrapias se mantivessem fiéis ao poder central, havia funcionários de
confiança do imperador, conhecidos como “olhos e ouvidos do rei”, que eram
encarregados de fiscalizar os sátrapas.
Além disso, os persas, sob o governo de Dario I, desenvolveram um sofisticado
sistema de impostos unificado, que abrangia todas as satrapias, cujo controle era feito a
partir da moeda criada por esse monarca, o dárico.
A história da civilização persa também esteve intimamente associada à das
cidades-estado gregas. Foram contra os persas que os gregos travaram as famosas
Guerras Greco-Pérsicas ou Guerras Médicas (que remetem aos povos medos, como os
persas eram conhecidos pelos gregos). Desde Dario I, passando por Xerxes, até Dario
III (o último rei persa), que persas e gregos enfrentavam-se. Sempre foi um desejo persa
conquistar a região da Hélade (como era conhecida a Grécia Antiga). A batalha de
Salamina, ocorrida em 480 a.C., foi a mais importante daquelas travadas entre gregos e
persas, haja vista que a marinha ateniense, liderada por Temístocles, conseguiu o grande
feito de deter o avanço do poderoso exército de Xerxes.
O último grande imperador persa, Dario III, teve também a mesma pretensão de
seus antecessores. Porém, a civilização persa foi submetida ao maior império da
Antiguidade antes do Império Romano: o império que foi fundado pelo herdeiro da
cultura grega, Alexandre da Macedônia, também conhecido como Alexandre, O Grande,
que derrotou Dario III e estendeu os domínios de seu império sobre toda a região do
antigo império Persa.
HEBREUS
Os hebreus são conhecidos como israelitas ou judeus. Antepassados do povo
judeu, os hebreus têm uma história marcada por migrações e pelo monoteísmo. Sua
forma de governo é a TEOCRACIA, pois consideram que Deus comanda as ações dos
homens e, estes, a representam na Terra.
Muitas informações sobre a história dos hebreus baseiam-se na interpretação de
textos do Antigo Testamento, a primeira parte da Bíblia. O Antigo testamento foi escrito
com base na tradição oral dos hebreus. Consta dele, por exemplo, a interpretação feita
por esse povo da origem do mundo e de muitas das normas éticas e morais de sua
sociedade. Convém ressaltar, entretanto, que esses textos são repletos de símbolos e sua
interpretação é bastante difícil.
Vestígios da sociedade hebraica continuam sendo encontrados. Eles contribuem
para lançar novas luzes sobre a história dos hebreus.
Segundo a tradição, Abraão, o patriarca fundador da nação hebraica, recebeu de
Deus a missão de migrar para Canaã, terra dos cananeus, depois chamada de palestina,
onde se localiza hoje a Estado de Israel.
Após passarem um período na terra dos cananeus, os hebreus, foram para o
Egito, onde viveram em 300 e 400 anos, e acabaram transformados em escravos. Sua
historia começa a ganhar destaque a partir do momento em que resolvem sair do Egito
e, sob a liderança de Moisés, voltar a Canaã. Na história judaica, esse retorno é
chamado de êxodo e aconteceu entre 1300 e 1250 a.C.
Em 70 d.C., a Palestina era uma província do Império Romano; as muitas
rebeliões ocorridas na região levaram o governo imperial a expulsar os hebreus da
Palestina. Esse acontecimento é denominado de diáspora. Até 1948, quando foi fundado
o estado de Israel, os judeus viveram sem pátria, atualmente são os palestinos que não
tem pátria, pois suas terras foram tomadas pelos israelenses.
Praticam a agricultura, o pastoreio, o artesanato e o comércio. Têm por base
social o trabalho de escravos e servos. As tribos são dirigidas de forma absoluta pelos
chefes de família (patriarcas), que acumulam as funções de sacerdote, juiz e chefe
militar. Com a unificação destas, a partir de 1010 a.C., elegem juízes para vigiar o
cumprimento do culto e da lei. Depois se unem em torno do rei. Produzem uma
literatura dispersa, mas importante, contida em parte na Bíblia e no Talmude.
Localização
A Palestina localizava-se em uma estreita faixa a sudoeste do atual Líbano. O rio
Jordão divide a região em duas partes: a leste a Transjordânia; e a oeste, a Cisjordânia.
Essa região é atualmente ocupada pelo estado de Israel.
Até hoje a região é bastaste árida. O principal rio é o Jordão, e assim mesmo não
era suficiente para grandes obras de irrigação. Um solo pouco fértil e um clima bastante
seco impediam que a região fosse rica. No entanto, tinha bastante importância, pois era
passagem e ligação entre a Mesopotâmia e a Ásia Menor. E foi nessa região que
assentou o povo hebreu, um entre os muitos que vagaram e se estabeleceram na
Palestina.
Organização social e política dos hebreus
Após a morte de Moisés, os hebreus chegaram à palestina e, sob a liderança de
Josué, que cruza o rio Jordão, combate com os cananeus que então habitavam a terra
prometida. Vencidos os cananeus, os israelitas se estabelecem na Palestina. Nessa
época, o povo hebreu estava dividido em 12 tribos (“os doze filhos de Israel”), que
viviam em clãs compostos pelos patriarcas, seus filhos, mulheres e trabalhadores não
livres.
O poder e prestígio desses clãs eram personificados pelo patriarca, e os laços
entre esses clãs eram muito frágeis. Porém, devido às lutas pelas conquistas de Canaã
ou Terra Prometida, surgiu necessidade do poder e do comando estar nas mãos de
chefes militares. Estes chefes passaram a ser conhecidos como Juízes.
Com a concentração do poder em suas mãos, os juízes procuraram à união das
doze tribos, pois ela possibilitaria a realização do objeto comum: O domínio da
Palestina. As principais lideranças deste período foram os juízes: Sansão, Otoniel,
Gideão e Samuel, todos eram considerados enviados de Jeová, para comandar os
Hebreus.
A união das doze tribos era difícil de ser conseguida e mantida, pois os juizes
tinham um poder temporário e mesmo com a unidade cultural, (língua, costumes, e,
principalmente religião), havia muita divisão política entre as tribos. Assim foi preciso
estabelecer uma unidade política. Isto foi conseguido através da centralização do poder
nas mãos de um monarca, Rei, o qual teria sido escolhido por Jeová para governar.
INDIA
As origens da civilização se desenham no processo de ocupação territorial
promovido por diversas tribos árias entre 2000 e 1500 a.C.. Antes disso, a civilização
hindu foi responsável pela organização de uma vasta cultura repleta de artefatos que
comprovam a presença de uma sociedade complexa dotada de uma agricultura
extensiva, a realização de atividades comerciais e práticas religiosas próprias.
A partir desse evento temos a formação da civilização védica, que ganha esse
nome por causa dos textos sagrados reunidos nos Vedas. Esta obra consiste em um
conjunto de poemas e escritos atribuídos à Krishna, encarnação de Vishnu, uma das
mais importantes divindades do povo indiano. Nele temos a presença de preceitos
religiosos e também das regras sociais que justificam o sistema de castas indiano.
Segundo este sistema, o nascimento de uma pessoa em uma determinada família
define a natureza de sua casta. Seguidores do princípio da reencarnação, os indianos
relacionam a presença de uma pessoa em uma casta com a abnegação espiritual dela em
suas vidas passadas. Na medida em que a espiritualidade é trabalhada, o indivíduo pode
ocupar uma casta superior a cada encarnação.
Por volta do século VI a.C., um novo movimento religioso transformou o
cenário indiano novamente. Segundo os códices indianos, nessa época, um príncipe
chamado Sidarta Gautama abandonou sua vida de luxo e prazeres para experimentar
uma vida ascética e centrada no fim do sofrimento humano. Com isso, escreveu os
diversos princípios do Budismo, religião que se propagou em várias regiões do mundo
Oriental.
Outras religiões como o islamismo e o jainismo também aprecem na trajetória da
civilização indiana e demonstram a presença de uma historicidade em seu passado. Ao
atingimos a era Moderna, observamos que outras civilizações ocidentais passaram a
entrar em contato com a Índia. Os valiosos e diversificados produtos indianos
chamavam a atenção dos mercadores europeus dos séculos XV e XVI.
Quando atingimos o século XIX, a entonação do contato com os europeus se
transformou mediante as ações imperialistas tomadas pelo Império Britânico.
Interessados em desenvolver sua economia e conquistar novos mercados, os ingleses
promoveram um gradual processo de intromissão política na Índia. Com o passar do
tempo, a dominação viabilizou uma forte tensão entre britânicos e indianos.
O fim da hegemonia britânica só ganhou força quando o líder Mahatma Gandhi
empreendeu a organização de um movimento pacifista. Por meio da desobediência civil
não violenta e a realização de discursos de grande impacto à população indiana, este
líder político e espiritual conseguiu desarticular as justificativas e a ordenação do
controle político sustentado pela Inglaterra.
Após atingir a independência, a Índia se envolveu com uma ainda não resolvida
disputa territorial com os paquistaneses pela região da Caxemira. Além disso, a sua
economia se adaptou às necessidades do capitalismo contemporâneo e, hoje, ocupa a
condição de país emergente. Apesar disso, vemos que a Índia sofre com os vários
dilemas que expõe as tensões entre a modernização ocidental e a perpetuação de suas
antigas tradições.
CHINA
De acordo com a tradição, o povo chinês originou-se no vale do Huang He ou
rio Amarelo. As provas arqueológicas são escassas, embora tivessem sido encontrados,
perto de Pequim, restos do Homo erectus, que datam de 460mil anos, e que receberam o
nome de Sinanthropus pekinensis. Há provas fidedignas da existência de duas culturas
com cerâmica, a cultura de Yangshao (3950?-1700 a.C.) e a cultura de Long-Shan
(2000?-1850 a.C.).
O rio Huang He, ou Amarelo, atravessa Gansu, China, perto da cidade de
Lanzhou. É o segundo rio mais extenso do país, com 4.667 km de comprimento
Diz a tradição que os Hia (1994-1766 a.C.) foram a primeira dinastia chinesa
hereditária, embora a primeira de que se tenha evidências históricas seja a Chang.
A dinastia Chang (1766-1027 a.C.) governou no centro e no norte da atual
China. A capital era situada em Anyang, perto da fronteira norte. A economia era
baseada na agricultura; praticavam a metalurgia e o artesanato. A sociedade era
aristocrática; à frente, sobressaía o rei, que liderava uma nobreza militar. Adoravam
seus antepassados e uma profusão de deuses. O último monarca Chang foi expulso por
um dirigente Chou, de um estado no vale do rio Wei.
Durante a dinastia Chou (1122-256 a.C.), a civilização chinesa foi-se estendendo
gradualmente em direção ao norte. A grande expansão do território tornou impossível o
controle direto e a responsabilidade foi delegada a senhores feudais, cada um deles
encarregado de governar uma cidade murada e seu entorno. Com o tempo, esses estados
dependentes foram-se tornando cada vez mais autônomos.
A sociedade era organizada em torno da produção agrícola. Os reis Chou
mantiveram um controle efetivo sobre seus domínios até que, em 770 a.C., alguns
estados se rebelaram e junto com invasores nômades do norte expulsaram os soberanos
de sua capital. Posteriormente, os Chou fundaram nova capital, em direção ao leste, em
Luoyang. Do século VIII ao III a.C., ocorreram um rápido crescimento econômico e
uma profunda mudança social, num contexto de instabilidade política extrema e um
estado de guerra quase incessante.
O rio Yang-tsé, na China central, com 5.470 km de comprimento, é o maior da
Ásia e um dos maiores do mundo. Na fotografia, atravessa a província chinesa de
Sichuan. O rio e seus afluentes são as principais vias fluviais do interior do país
Os estados situados nas fronteiras exteriores da área cultural chinesa
expandiram-se à custa de seus vizinhos não chineses, menos avançados. Durante os
séculos VII e VI a.C., houve breves períodos de estabilidade, decorrentes da
organização de alianças entre os poderosos estados periféricos, sob a hegemonia do
membro mais forte. No entanto, por volta do século V a.C., o sistema de alianças era
insustentável e a China dos Chou caminhou para o chamado período dos Reinos
Combatentes (481-221 a.C.), caracterizado pela anarquia.
A resposta intelectual à extrema instabilidade e insegurança política produziu as
fórmulas filosóficas que moldaram o crescimento do Estado e da civilização chineses
durante os dois milênios seguintes. O mais antigo e mais influente filósofo do período
foi Kongfuci, Confúcio. As doutrinas do taoísmo, a segunda grande escola filosófica
existente nesse período, são atribuídas à figura semi-histórica de Lao-Tse e aos
trabalhos de Tchuang-Tse.
Uma terceira escola de pensamento que floresceu nesse período e exerceu
influência duradoura sobre a civilização chinesa foi o legalismo, que pregava o
estabelecimento de uma ordem social baseada em leis estritas e impessoais. Para
reforçar esse sistema, batia-se pelo estabelecimento de um Estado no qual o soberano
tivesse autoridade incontestável. Os legalistas pregavam a socialização do capital, o
estabelecimento do monopólio governamental e outras medidas econômicas para
enriquecer o Estado, reforçar seu poder militar e centralizar o controle administrativo.
Durante o século IV a.C., o reino de Qin, um dos estados periféricos emergentes
do noroeste, dedicou-se a um programa de reformas, seguindo as doutrinas legalistas.
Ao mesmo tempo, o poder dos Chou entrou em colapso em 256 a.C.
O rei de Qin se auto proclamou primeiro imperador da dinastia Qin (221-206
a.C.). O nome China deriva dessa dinastia. O imperador unificou os estados feudais em
um império administrativamente centralizado e culturalmente unificado. Aboliram-se as
aristocracias hereditárias e seus territórios foram divididos em províncias governadas
por burocratas nomeados pelo imperador. A capital de Qin transformou-se na primeira
sede da China imperial. O primeiro imperador estendeu as fronteiras exteriores: no, sul
até o delta do rio Vermelho; no sudoeste, dominou as atuais províncias de Yunnan,
Guizhou y Sichuan; no noroeste, chegou a Lanzhou, na atual província de Gansu, e, no
nordeste, a um setor do que hoje é a Coréia. A dinastia Qin concluiu a Grande Muralha
chinesa.
O peso crescente dos impostos, o serviço militar e os trabalhos forçados criaram
profundo ressentimento contra a dinastia Qin entre as classes populares, enquanto as
classes intelectuais estavam ofendidas pela política governamental de controle do
pensamento. Após uma luta pelo poder que mutilou a administração central, o povo
levantou-se em rebelião.
Liu Bang (ver Li Yuan) autoproclamou-se imperador em 206 a.C. A dinastia
Han (206 a.C.-9 d.C.), fundada por ele, seria a mais duradoura da era imperial. Os Han
estabeleceram seu governo sobre a base unificada dos Qin, modificando a política que
havia provocado sua derrocada. Uma das contribuições mais importantes desta dinastia
foi o estabelecimento do confucionismo como ideologia oficial; no entanto, os Han
incorporaram ao confucionismo ideias de muitas outras escolas filosóficas, além de
superstições.
Os primitivos Han alcançaram o auge de seu poder sob o imperador Wu (reinou
de 140 a.C. a 87 a.C). A autoridade chinesa estabeleceu-se ao sul da Manchúria e ao
norte da Coréia; no oeste, penetraram no atual território do Cazaquistão; no sul, a ilha
de Hainan passou ao controle Han e colônias foram fundadas ao redor do delta do
Chihchiang, em Anam e na Coréia.
As políticas expansionistas consumiram os excedentes econômicos e os
impostos foram aumentados, reaparecendo os monopólios estatais. As dissensões e a
incompetência debilitaram o governo imperial. As sublevações no campo refletiram o
descontentamento popular.
Durante este período de desordens, Wang Mang estabeleceu-se no poder,
fundando a efêmera dinastia Qin (9-23 d.C.). Nacionalizaram toda a terra e a
redistribuíram entre os agricultores, aboliu-se a escravatura e reforçaram-se os
monopólios imperais sobre o sal, o ferro e a moeda. A resistência das poderosas classes
proprietárias de terra foi tão dura que fez revogar a legislação sobre a terra. A crise
agrária intensificou-se e a situação se deteriorou. No norte, eclodiu uma rebelião
camponesa e as grandes famílias proprietárias de terra uniram-se a eles, reinstaurando a
dinastia Han.
A debilidade administrativa e a ineficácia dominaram a última dinastia Han ou
oriental (25-220). Entre 168 e 170, surgiu o conflito entre os eunucos e os burocratas e
aconteceram duas grandes rebeliões, lideradas por grupos taoístas, em 184 e 215. A
dinastia Han começou a se dividir quando as grandes famílias latifundiárias criaram
seus próprios exércitos privados. Em 220, Cao Pei fundou a dinastia e reino Wei (220265), nas províncias do norte. A dinastia Shu Han (221-263) firmou-se no sudoeste e a
dinastia Wu (222-280) no sudeste. Os três reinos sustentaram incessantes guerras entre
si. Em 265, Sima Yang usurpou o trono e estabeleceu a dinastia dos Ts'ins (265-317) no
norte. Em torno de 280, havia reunificado o norte e o sul sob seu mandato. No entanto,
pouco depois da morte de Sima, em 290, o Império começou a ruir.
As tribos não chinesas do norte aproveitaram a debilidade do governo para
estender-se pelo norte. As invasões começaram em 304 e, até mais ou menos 317, os
hiung-nus (provavelmente os mesmos hunoshaviam arrebatado à dinastia dos Ts'ins o
norte da China. Durante quase três séculos este território foi governado por várias
dinastias não chinesas, enquanto no sul o mesmo era feito por uma sucessão de quatro
dinastias chinesas. Nenhuma das dinastias invasoras foi capaz de estender seu controle
sobre a totalidade da planície do norte até 420, quando o feito coube à dinastia Bei Wei
(ou Bei do Norte, 386-534).
A China foi reunificada sob a dinastia Suei (581-618), que restabeleceu o
sistema administrativo centralizado. Embora o confucionismo tivesse sido instaurado
oficialmente, também o taoísmo e o budismo foram admitidos na nova ideologia
imperial, ao mesmo tempo em que floresceu o budismo. A dinastia Suei caiu em 617,
diante de uma revolta liderada por Li Yuan.
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