Online de março É no Turismo Cultural que pretendemos apostar, para o que esperamos poder contar com a colaboração/apoio do grande Amigo Professor Luís Mota Figueira, com brilhante “currículo”, em que se insere precisamente o Doutoramento precisamente em Turismo Cultural, e anda com a parceria do CESPOGA (Golegã). Breve daremos mais notícias. O mundo dos eremitas sempre fascinou muito o nosso imaginário cultural cristão de purificação, de ascese, de encontro com o divino, ou não assentasse o início da vida pública do próprio Jesus nas célebres tentações que ao longo de 40 dias sofreu exatamente nesse inóspito mundo, no deserto. Hoje, depois de se ter tornado assente que a vida de retiro no deserto, a génese do monaquismo, nasceu muito antes do Cristianismo, e sabe-se também que a chegada desse movimento de fuga mundial à fé dos seguidores de Cristo se deve ter dado nas regiões do delta do Nilo e nas vertentes do Sinai, zonas de grande efervescência mística desde, pelo menos, o caldo cultural criado pelas invasões de Alexandre, no séc. IV a.C. Entre os vários mosteiros que se terão formado no Sinai, mais ou menos organizados, ou mesmo verdadeiramente informais, com grupos de discípulos em torno de um mestre carismático, encontra-se o de Santa Catarina. Com uma vida complicada, no meio de rotas caravaneiras, sujeito a ataques frequentes, Justiniano terá decidido fortificar alguns desses dois mosteiros do Sinai. O significado deste lugar e mesmo do próprio topónimo é imenso, e nele se conta toda a história religiosa do Mediterrâneo nos últimos três milénios. O Mosteiro de Santa Catarina estará supostamente junto ao local da sarça-ardente, o centro da hierofania a que Moisés assistiu e da qual resulta uma unidade ética mediterrânica em torno dos Dez Mandamentos. Nessa simbólica da luz, que não se pode ver mas que traz a plena sabedoria e proteção, e que, seguindo um apócrifo cristão, Maria na fuga para o Egipto, terá colocado Jesus nessa mesma chama, como que revivificando a Aliança anterior feita com o seu povo através de Moisés. Mais tarde, quando nascem os mosteiros, o nome usado será o de uma mártir com pendor filosófico, com uma vida repleta de episódios que lembram Hipátia de Alexandria, a mulher filósofa há pouco anos recordada na tela do cinema. Catarina é a junção entre a Sabedoria e a Ascese, o martírio, o centro da vida monástica. Ironia dos tempos cartesianos, já no século XX o seu nome foi retirado dos calendários litúrgicos romanos por falta de provas da sua real existência, como se o real no coração dos crentes se manifestasse por provas historiográficas. Neste contexto, o Mosteiro de Santa Catarina é o exemplo perfeito de uma convivência religiosa, cultural e mental. A uma altitude de 1570m, na cidadela que compõe o complexo, hoje podemos encontrar dentro dos mesmos muros uma basílica, várias capelas, e uma mesquita, tudo em torno de um lugar de memória judaica. No interior da mesquita encontra-se, segundo a tradição, um manuscrito do Profeta Maomé, que, ao ter sido ali bem acolhido pelos monges, pede o bom tratamento dos cristãos por parte de todos os muçulmanos. Num momento em que é tão importante encontrar aquilo a que hoje chamamos de “boas práticas”, olhemos para essas palavras atribuídas a Maomé. Trata-se de uma carta que ostenta a sua legitimidade, através da impressão da mão do Profeta fundador do Islã Esta é uma mensagem de Muhammad ibn Abdullah, um pacto para quem adoptar o cristianismo, perto e longe, estamos com eles. Em verdade, os servos, ajudantes e os meus seguidores devem defendê-los, porque os cristãos são meus cidadãos, e por Deus! Eu serei contra qualquer coisa que os desagrade. Nenhuma compulsão sobre eles. Nem os seus juízes são removidos de seus cargos, nem os monges dos seus mosteiros. Ninguém destruirá a casa de sua religião, para a danificar, ou para tomar qualquer coisa, para casa de muçulmanos. Se alguém procedesse desta forma, ele iria estragar a aliança de Deus e desobedecer ao Seu Profeta. Na verdade, eles são meus aliados e são protegidos pela minha carta de proteção contra tudo o que odeiam. Ninguém os forçará a viajar ou obrigará a lutar. Os muçulmanos devem lutar por eles. Se uma mulher cristã casa com um muçulmano, o casamento não pode ter lugar sem a sua aprovação. Ela não deve ser impedida de visitar sua igreja para orar. Suas igrejas são para ser respeitadas. Eles não devem ser impedidos de reparálas, nem de exercer a santidade de seus convénios. Ninguém da nação (muçulmanos) desobedeça a aliança até ao final dos tempos." Demonstrando os novos tempos tecnológicos, mas essencialmente tempos de possibilidades de diálogo, neste cantinho da Europa, recebi uma tradução em inglês deste texto através de um imã, Rachid Ismael, diretor do Colégio Islâmico de Palmela. Já tinha ouvido falar do texto mas não o conhecia. Posto a circular entre investigadores de Ciência das Religiões, um católico, Rui Oliveira, indicoume esta tradução para português, feita por um padre ortodoxo, protopresbítero Alexandre Bonito, uma das pessoas neste país mais implicadas nas questões do diálogo inter-religioso. Nesta rede de homens de Boa Vontade, tive o prazer de redigir este texto para que mais pessoas dele tenham conhecimento. Historicamente, pouco se pode afirmar de certo sobre este texto. Sendo uma importante relíquia, o original foi levado em 1517 para Constantinopla pelo sultão Selim I, e estará no Topkapi, em Istambul. Em Santa Catarina encontra-se uma cópia oferecida pelo sultão. De resto, é impossível saber se a dita carta foi escrita pelo Profeta dos Muçulmanos, ou não. A ciência talvez pudesse fazer aqui algum milagre. Mas, tal como em relação à existência de Santa Catarina, o mais importante, hoje, é que existe o mosteiro com o seu nome, tenha ela existido, ou não. As palavras são mais importantes do que a materialidade do seu suporte ou a fluência da língua lá vertida. Perante um texto desta natureza, a sua simples verosimilhança é de uma força tremenda. A factualidade escondida nos gestos que produziram estas linhas é o menos importante, tanto mais que, independentemente da autoria, o conteúdo vai de acordo com os ensinamentos de Maomé, o Profeta do Islão, e podem-se colher em vários trechos do próprio Corão. De resto, as palavras são claras e lançam-nos de um passado de quase milhar e meio de anos para um futuro que é o imediato, o ainda nem amanhã, mas o agora. A urgência da nossa existência pede-nos que olhemos para este texto, onde as tradições religiosas, cristã e muçulmana, se consensualizaram num gesto de Paz, com o desejo de frutificação dos tempos. Num local sagrado para judeus, cristãos e muçulmanos, que mais podemos procurar e desejar para fomentar o diálogo que uma carta de Maomé a proteger os cristãos? Paulo Mendes Pinto Diretor do Instituto Al Muhaidib de Estudos Islâmicos da área de Ciência das Religiões da Universidade Lusófona. Embaixador do Parlamento Mundial das Religiões FestaFOLC 2015 Foi o espetáculo Nº 23 das Escolas de Folclore, e como habitualmente sala cheia, e quatro grupos que pretendem fazer um trabalho no bom sentido: Montargil, Carregado, Raposa e Boavista (Portalegre). Claro que há ali conceitos diferentes do que deve ser uma “escola de folclore” por isso –penso eu--se deve definir um modelo-base a partir do qual cada um adapte às suas potencialidades organizativas. Depois, e como muito bem disse aqui Manuel Braga que representava a Federação, uma escola não pode garantir que todos os anos terá um grupo artisticamente bom— pois integra elementos com diferentes anos de aprendizagem. Mas ao que me apercebi, o agrado foi geral. Com a designação de infantil ou juvenil existem vários grupos espalhados pelo país, mas na sua quase totalidade sem estrutura para se poder considerar e para já, uma “escola”. Mas com o partilhar de saberes, por certo a evolução será positiva. Neste momento e com a colaboração de praticamente todos os municípios do país, estamos a fazer um levantamento do que existe. MONTARGIL GRUPO DE PROMOÇÃO Foi por não ter ido à escola com a atenção ao que é devida, que ando, hoje, a pedir esmola na outra escola: a da Vida. JOÃO BAPTISTA COELHO (Tires-S. DOMINGOS DE RANA) Da escola tenho saudade do tempo que lá andei, porque foi lá de verdade que a ser homem comecei VÍTOR MANUEL CAPELA BATISTA (BARREIRO) Porque a escola me educou, Porque a escola me instruiu Muito daquilo que sou Foi na escola que floriu MARIA RUT BRITO NETO( LISBOA) Minha escola, minha amiga Tudo o que ensinaste outrora É oi elo que me liga A tudo o que sou agora JOSÉ ANTÓNIO PALMA RODRIGUES (GANILHOS-ALJUBARROTA(PRZERES) Sempre bom em redação, Desde a treva à luz suprema, A escola, mais do que o verso, É, no seu todo um poema. JÚLIO SILVA MÁXIMO VIEGAS (QUEIJAS) DANDO COR AO UNIVERSO DESDE A TREVA À LUZ SUPREMA, A ESCOLA, MAIS DO QUE O VERSO, É.NO SEU TODO,UM POEMA. JOÃO BATISTA COELHO (TIRES-S.DOMINGOS DE RAMOS) Com a escola fiz-me à vida a vida deu-me saber que a que vida só é válida com um constante aprender. MARUA RUTH BRITO NETO(LISBOA) Na minha Escola Primária O ensino foi muito rico Mas na Escola Secundária Arranjei um namorico CELESTE MARIA SILVA AVÓ CHARNECA(S.MIGUEL DE MACHEDE) Nos velhos tempos da escola que mais me apraz registar É que levava na sacola O importante pra trabalhar MIGUEL ANTÓNIO BATISTA MENDES(MONTARGIL) À escola devemos ir e prestar muita atenção, quando tivermos que partir já sabemos a lição Bata branca, lá ia eu Prá escola, oh alegria! Realizei o sonho meu Ensinar no dia a dia ISABEL MARIA DOS ANJOS VIEGAS(CARNAXIDE)-. Grupo Mensagem de Teatro Para além dos ensaios que vão decorrendo, alguns elementos irão participar em mais uma peça levada à cena pelo Teatro da Terra. Ensaios: Continuam os ensaios de todos os outros núcleos Figura nº 1-Trabalho realizado pelos alunos dos 7ºs anos A e B da escola Básica nº1 de Montargil em homenagem a Manuel Ribeiro de Pavia. MANUEL RIBEIRO DE PAVIA Manuel Ribeiro de Pavia nasceu em Pavia-Mora a 19 de Março de 1907 e faleceu em Lisboa a 19 de Março de 1957. Foi um pintor, desenhador e ilustrador neorealista. Foi o autor de muitos desenhos, aguarelas e várias ilustrações de livros de escritores dessa época como de Alves Redol. Publicou um conjunto de 15 desenhos a que denominou de ‘Líricas’. O trabalho supracitado é exemplo dessas ‘Líricas’. A temática utilizada pelo artista foi o Alentejo e os seus camponeses, oscilando a expressão entre o lirismo, principalmente na representação da mulher. Algumas das suas obras estão em exposição na Casa-Museu Manuel Ribeiro de Pavia, em Mora, no Alentejo. Figura nº2-Casa-museu Manuel Ribeiro de Pavia Figuras nºs 3,4,5 e 6- ‘Servos da gleba’- exemplos de obras de Manuel Ribeiro de Pavia Professora Maria de Fátima Leão Chuço Pires CONSULTORA DE ARTES VISUAIS DO GRUPO DE PROMOÇÃO DE MONTARGIL Um dos grandes erros logo no pó 25 de Abril foi ignorar-se a importância de uma “formação política independente”. Naturalmente os partidos lançaram as suas sementes, que resultaram nos jotas de um só pensamento, e que para subir bastou a submissão. Mas nessa altura, pensava eu, o importante “mostrar” a “ideologia “ que cada um dos partidos, tendo sempre presente que a mesma tinha a ver com o espaço o tempo. Mas tudo se alterou. Será que Paulo Portas se comporta como um democratacristão e o Passos Coelho como um Social-democrata? Será que poderemos considerar que um Partido Socialista se divida em direita e esquerda? E que o partido Comunista se conseguiu tornar uma força verdadeiramente portuguesa? E será ainda, e esta resposta será muito importante, que se poderá dar uma “educação política” abstraindo os valores e os comportamentos dos partidos existentes? Seria bom pois que cada um estaria esclarecido para poder optar. Mas tudo isso não deixa de ser uma questão que se nos coloca! Lino Mendes Morreu o Joaquim António Teles O seu estado já não era bom, o desenlace esperava-se, mas de qualquer modo a notícia tocou-me profundamente. Era um bom Amigo, e mais do que isso realizou em Montargil uma obra de excelência. Montargil não o pode esquecer. A toda a família, à própria Misericórdia aqui ficam as minhas/nossas condolências. Que a memória das nossas gentes não seja curta. Em meu nome pessoal, da minha esposa os mais sinceros sentimentos. Os Corpos Sociais do Grupo de Promoção S.C.Montargil desejam também os pesamos a toda a família e à grande Instituição de que ele foi provedor. Montargil Ficou mais pobre.