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LINA ROSA PERICOLO
CARTILHA EDUCATIVA DE ORIENTAÇÃO SOBRE ALIMENTAÇÃO PARA
CRIANÇAS NA FASE PRÉ-ESCOLAR
CANOAS, 2011
1
LINA ROSA PERICOLO
CARTILHA EDUCATIVA DE ORIENTAÇÃO SOBRE ALIMENTAÇÃO PARA
CRIANÇAS NA FASE PRÉ-ESCOLAR
Trabalho de conclusão apresentado à
banca examinadora do Curso de Nutrição
do Centro Universitário La Salle Unilasalle, como exigência parcial para a
obtenção do grau de Bacharel em
Nutrição.
Orientação: Profª M.ª Fernanda Miraglia
CANOAS, 2011
2
LINA ROSA PERICOLO
CARTILHA EDUCATIVA DE ORIENTAÇÃO SOBRE ALIMENTAÇÃO PARA
CRIANÇAS NA FASE PRÉ-ESCOLAR
Trabalho de conclusão aprovado como
requisito parcial para a obtenção do grau
de Bacharel em Nutrição pelo Centro
Universitário La Salle - Unilasalle.
Aprovado pela banca examinadora em 5 de dezembro de 2011.
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________________
Profª M.ª Rosana Carolo
Unilasalle
_______________________________________________
Nutricionista Martinha Scolari
Colégio Maria Auxiliadora
3
Homenagem especial
Aos meus pais Carlos e Ida, que sempre foram um
modelo a ser seguido.
Aos meus filhos, Andrea, Angela e José, que me
incentivaram e me apoiaram.
E a Deus, por me dar força para concluir essa
jornada.
4
AGRADECIMENTOS
Agradeço a todos os meus colegas e professores de faculdade que
colaboraram e tiveram paciência me ajudando em meu aprendizado.
Em especial à colega e amiga Denise.
À professora e amiga Fernanda Miraglia, pelo tempo a mim dedicado, pela
orientação, auxílio e seus conhecimentos para um bom desenvolvimento desse
trabalho.
À grande amiga e incentivadora Martinha Scolari, pelo respeito e consideração
a mim dedicado.
Meu muito obrigado!
5
“Entre os instintos de preservação da espécie está a
fome, que servirá como base para a sensação do apetite.
O acúmulo de experiências, gratificantes ou não, ao longo
do desenvolvimento da criança, moldará sua conduta
alimentar na dupla vertente da nutrição e do prazer.”
(MENDONÇA, 2010)
6
RESUMO
Nas sociedades modernas ocidentais, as práticas alimentares adotadas não são as
mais recomendadas, uma vez que a falta de educação nutricional dos pais e
familiares, e uma oferta muito grande de produtos práticos no mercado, fazem com
que alimentos prontos para o consumo imediato sejam frequentemente preferidos.
Esta prática é impulsionada, muitas vezes, pelo fato de as mães estarem cada vez
mais inseridas no mercado de trabalho, arcando, muitas vezes sozinhas, com a
responsabilidade da casa e da família. Estes produtos resultam na ingestão de
alimentos gordurosos ou cheios de açúcar, podendo causar complicações de saúde.
Na fase de aprendizagem, a criança construirá sua conduta alimentar por meio de
condicionamentos clássicos e operantes que ela vivencia na família, de gratificação
que recebe e de hábitos diários. O objetivo deste trabalho foi elaborar uma cartilha
educativa com orientação alimentar para responsáveis pela alimentação de crianças
na fase pré-escolar, bem como descrever as características alimentares,
necessidades e fornecer orientações nutricionais. Este trabalho foi baseado em
revisão bibliográfica atualizada para a montagem de uma cartilha de orientação
sobre alimentação de crianças na fase pré-escolar, para pais, cuidadores,
merendeiras e professores, que são responsáveis pela alimentação de crianças,
tanto no ambiente domiciliar como nas escolas de educação infantil. O estudo foi
realizado em três fases: o levantamento bibliográfico da literatura disponível em
livros, artigos e sites oficiais; redação do trabalho através de informações
previamente coletadas e montagem da cartilha a partir das descrições citadas na
redação do trabalho, ou seja, no referencial teórico. O resultado do trabalho foi uma
cartilha estruturada de acordo com informações obtidas no estudo bibliográfico
específico, que possa ser facilmente interpretada e utilizada na rotina diária das
famílias, creches e escolas de educação infantil. Com a cartilha de orientação
alimentar será possível esclarecer as principais dúvidas e orientar pais, familiares,
professores e cuidadores, presentes ao longo do desenvolvimento da criança.
Palavras-chave: Alimentação saudável. Educação nutricional. Alimentação préescolar.
7
ABSTRACT
Nowadays, feeding practices adopted by modern occidental societies are not the
more recommended ones, since the lack of nutrition education of parents and
relatives, and a very large supply of practical products on the market, make fast food
often preferred. This practice is driven by the increase of employed mothers, who
carries alone the responsibility of home costs and family. These greasy products can
cause infant obesity. On the learning phase, the child will build his conduct food
through classical conditioning and operant experiences in her family and daily habits
These products result in the intake of fatty and full of sugar, may cause health
complications. The objective of this study was to develop an educational booklet with
nutritional guidance for those responsible for feeding children in preschool, and to
describe food features, nutritional needs and to be used as a guide. This study was
based on current literature review, to assemble a booklet of guidance to parents,
caregivers, cooks and teachers who are responsible for feeding children, both at
home and at early childhood education schools. The study was conducted in three
phases: literature review of books, papers and official websites; writing of the study
and assembling the booklet through previously collected information. The result was
a booklet structured according to information obtained in specific bibliographic study,
which can be easily used in daily household routine, infant day care centers and
preschools. With the food guide booklet it will be possible to clarify the main infant
feeding related questions and guide parents, relatives, teachers and caregivers, who
are part of the child development.
Keywords: Healthy eating. Nutrition education. Preschool fooding.
8
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 9
2 REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................................... 11
2.1 Formação do hábito alimentar ......................................................................... 11
2.2 Definição e características do pré-escolar...................................................... 12
2.3 Guia alimentar para a população infantil ........................................................ 14
2.3.1 Pirâmide alimentar infantil ................................................................................ 14
2.3.2 Exemplo de alimentos que podem compor a dieta alimentar de um dia .......... 15
2.3.3 Exemplo de plano alimentar para crianças de 1 a 2 anos de idade ................. 16
2.3.4 Exemplo de cardápio para crianças de 3 a 6 anos........................................... 16
2.4 Recomendações nutricionais para o pré-escolar ........................................... 17
2.4.1 Energia ............................................................................................................. 17
2.4.2 Lipídios ............................................................................................................. 18
2.4.3 Proteínas .......................................................................................................... 18
2.4.4 Carboidratos ..................................................................................................... 19
2.4.5 Fibras ............................................................................................................... 19
2.4.6 Micronutrientes ................................................................................................. 19
3 OBJETIVOS ........................................................................................................... 22
3.1 Objetivo geral .................................................................................................... 22
3.2 Objetivos específicos........................................... Erro! Indicador não definido.
4 METODOLOGIA .................................................................................................... 23
4.1 Primeira fase: da pesquisa ............................................................................... 23
4.2 Segunda fase: da redação ................................................................................ 23
4.3 Terceira fase: de elaboração ............................................................................ 23
5 RESULTADOS ....................................................................................................... 24
6 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 25
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 26
APÊNDICE A – Cartilha educativa de orientação sobre alimentação para
crianças na fase pré-escolar .................................................................................. 29
9
1 INTRODUÇÃO
A responsabilidade social de garantir à criança o mais elevado padrão de
saúde, explicitamente reconhecida na Convenção dos Direitos da Criança, inclui a
garantia de um padrão nutricional satisfatório. O cuidado nutricional diz respeito às
práticas domésticas realizadas por pessoas responsáveis, pelo cuidado com a
criança e de como elas usam os alimentos e os recursos disponíveis a fim de
garantir a sua sobrevivência, crescimento e desenvolvimento. O cuidado nutricional
está estritamente vinculado ao bem estar da mulher que, em todo o mundo, é
geralmente quem cuida de bebês e crianças. Portanto, o reconhecimento do papel
da mulher na sociedade pode ser decisivo para garantir a atenção que ela deve
receber no seio da família durante a infância e na fase adulta (FAO/OMS, 1996).
Cada criança constitui um indivíduo único com necessidades individuais. Tratase de um princípio importantíssimo no trabalho com as crianças, devemos então,
sempre buscar descobrir essas necessidades humanas individuais, caso queiramos
ajudar cada criança a atingir seu maior potencial de crescimento e desenvolvimento
(WILLIAMS, 1997).
A educação alimentar na fase de 1 a 6 anos deve ser direcionada à mãe e para
as crianças que já participam ativamente de atividades educativas, como no campo
da aprendizagem, a criança construirá sua conduta alimentar por meio de
condicionamentos clássicos, condicionamentos operantes que ela vivencia na
família, de gratificação que recebe e de hábitos diários ( M.S.Brasil, 2006).
Nesse processo, é fundamental a compreensão dos responsáveis (pais, avós,
tios, babás e professores) de que o alimento, além da função primordial de nutrir
deverá proporcionar a função de prazer, pois nessa fase as crianças apresentam
seletividade alimentar, desenvolvem uma reação defensiva em relação à coação dos
pais, procurando comer o que mais agrada ao paladar e ao visual, tem grande
facilidade de acesso à diferentes alimentos e a maioria não muito saudáveis,
tornando-se alimentos inadequados à uma refeição. Não podemos esquecer da
conduta social, da publicidade, do marshandising da televisão, aos quais a criança
tem acesso diariamente, que são fatores que interferem nos padrões alimentares da
população em geral. Por isso, precisamos orientar as escolhas corretas e menos
prejudiciais à criança.
10
A alimentação saudável não se limita a fornecer todos os nutrientes de que a
criança precisa, inclui o prazer da mãe em alimentar seu filho e a harmonia familiar.
O horário das refeições não deve ser uma batalha à mesa, mas de preferência,
tranquilo (VITOLO, 2003).
Nesta fase se estabelecem os hábitos alimentares e a alimentação tem grande
influência na saúde da idade adulta.
A desnutrição é comum, apresentando altos níveis e consequentemente
alterações físicas e psíquicas irreversíveis se tornam comuns, sendo a fase que
apresenta o maior índice de mortalidade infantil (M.S.Brasil, 2006).
As necessidades de um equilíbrio alimentar que responda à demanda nutritiva
neste período estão condicionadas a um rápido crescimento do corpo, ao
desenvolvimento do sistema muscular e do sistema ósseo, e também às reservas
para o desenvolvimento na puberdade. A energia requerida para manter um
crescimento normal e uma boa saúde tem que ser suficiente para suprir as
necessidades com as atividades físicas intensas nessa idade. O crescimento e o
desenvolvimento constituem processos dinâmicos que sofrem interferência dos
fatores genéticos, nutricionais, sociais e culturais, sendo imprescindível a atenção
especial à alimentação e à nutrição (MENDONÇA, 2010).
Desta forma, o objetivo deste trabalho é elaborar uma cartilha educativa com
orientação alimentar para responsáveis pela alimentação de crianças na fase préescolar.
11
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Formação do hábito alimentar
O aleitamento materno é a forma primeira e mais adequada para alimentar no
primeiro ano de vida, atendendo a todos os requisitos nutricionais, garantindo
crescimento e desenvolvimento adequados. Durante a gestação, a mãe já começa a
passar hábitos saudáveis de uma boa alimentação.
Existem muitos mitos e tabus relacionados à dieta da mãe que amamenta, não
sendo preciso excluir nenhum alimento de sua dieta habitual, onde o princípio básico
de uma mãe que está amamentando é garantir a ingestão de todos os nutrientes
necessários para a sua saúde. A diferença está no aumento da necessidade de
energia, pois há um grande gasto de calorias para a produção de leite pois, para
cada litro de leite que a mãe produz, há um dispêndio de 900 calorias (CTENAS;
VITOLO, 1999).
A interação ocorrida entre a herança genética de criança com os valores e
hábitos alimentares da família, as condições sócio econômicas e os diversos fatores
que se apresentaram durante o período neonatal e nos dois primeiros anos de vida,
como: o tipo de aleitamento recebido nos primeiros meses; a forma do desmame e
da introdução de alimentos complementares no primeiro ano de vida; as
experiências alimentares prazerosas e as desprazerosas (MORAIS; CAMPOS;
SILVESTRINI, 2005).
Existe uma provável associação entre problemas alimentares na infância e
desordens alimentares maternas, tornando-se importante que se faça um inquérito
alimentar para melhor investigação (ACCIOLY; SAUNDERS; LACERDA, 2009).
A família é responsável pela formação do comportamento alimentar da criança
através da aprendizagem social, dando aos pais o papel de primeiros educadores
alimentares. Os fatores culturais e psicossociais influenciam as experiências
alimentares das crianças desde o momento do nascimento, dando início ao
processo, principalmente nas estratégias que os pais/família utilizam para a criança
alimentar-se ou para aprender a comer alimentos específicos. Estas estratégias
podem apresentar estímulos na aquisição das preferências alimentares da criança e
no auto controle da ingestão alimentar (RAMOS; STEIN, 2000).
12
2.2 Definição e características do pré-escolar
A fase pré-escolar vai de um aos seis anos de idade e se caracteriza por
profundas
transformações
no
crescimento,
desenvolvimento de
habilidades
psicomotoras e mudanças biopsicossociais (MAHAN; ESCOTT-STUMP, 2005).
Nesta fase acontece uma redução no ritmo de crescimento físico. Segundo
Lacerda et al. (2004), há um ganho de altura de 12 cm no segundo ano, 8 a 9 cm no
terceiro ano e 7 cm nos anos restantes. Com o ganho de peso variando de 2 a
2,5Kg/ano, que é um terço do ganho ocorrido no primeiro ano de vida. O apetite
diminui consideravelmente, alternando entre apetite insaciável e inapetência, e por
vezes, causando apreensão aos pais e cuidadores. Esta instabilidade no apetite é
bastante
comum.
As
crianças
em
idade
pré-escolar
tendem
a
variar
consideravelmente em suas ingestões de refeições durante o dia, mas sua ingestão
total de energia diária permanece praticamente constante. Pela menor capacidade
do estômago e pelo apetite variável, elas aceitam melhor as porções pequenas de
alimentos várias vezes ao dia. Estas porções parecerão pequenas para os padrões
de adultos (MAHAN; ESCOTT-STUMP, 2005).
Nesta fase, o cuidado deve ser dado no sentido de respeitar o apetite da
criança, pois sugestões externas que desatendam aos sinais de saciedade poderão
no futuro desenvolver obesidade. Mesmo que o consumo alimentar da criança não
pareça ser adequado, poderá ser observado com a boa progressão de peso e
estatura no acompanhamento da curva de crescimento nesta faixa etária (SIZER;
WHITNEY, 2003).
A cavidade oral também sofre alterações de forma e função nos dois primeiros
anos de vida, com relação à dentição, há erupção dos dentes, totalizando 14 a 16
com o aumento da dentição, ocorre a necessidade de adquirir-se bons hábitos de
saúde, incluindo alimentação e higiene. Há uma considerável variação de controle
dos esfíncteres, em geral o controle intestinal precede o controle urinário. A
expectativa de que a criança controle os esfíncteres antes da época adequada,
poderá produzir frustrações e desencadear transtornos orgânicos para a criança.
Devemos respeitar o ritmo de controle de cada um (ACCIOLY; SAUNDERS;
LACERDA, 2009).
O grau de maturidade alcançado pela maioria dos órgãos e sistemas equipara-
13
se ao adulto com graus de variabilidade individual e de atividade física que implicam
em diferenças nas necessidades energéticas. Nessa faixa etária o hábito alimentar é
de
extrema
importância
por
refletir
diretamente
no
seu
crescimento
e
desenvolvimento. A criança aprimora seu sentido de sabor e paladar, desenvolvendo
suas preferências baseadas na textura, no aroma e na apresentação dos alimentos
(ACCIOLY; SAUNDERS; LACERDA, 2009).
Nesse período, há uma relação forte entre a criança e o alimento, iniciando-se
o processo de escolha, existindo uma forte influência do contexto socioafetivo na
formação das preferências alimentares da criança, ocorrendo a imitação na seleção
dos alimentos decorrente da observação dos alimentos escolhidos por familiares ou
outras pessoas que convivem no mesmo ambiente. Após os 4 anos de idade,
tornam-se mais rápidas e expansivas, querendo participar das atividades no preparo
dos alimentos, fato que pode ser utilizado para a aquisição de bons hábitos
alimentares (WEFFORT; LAMOUNIER, 2009).
As crianças que se beneficiaram do aleitamento materno e tiveram a introdução
de alimentos sólidos de maneira harmoniosa, dentro de um contexto familiar com
hábitos saudáveis, tendem a entrar na fase pré-escolar com maior possibilidade de
perpetuar esses hábitos.
Na fase pré-escolar, as crianças tendem a valorizar as atividades lúdicas e a
alimentação fica em segundo plano, elas relutam para experimentar novos
alimentos, recusando-os, o que denominamos de neofobia alimentar. Repetidas
ofertas de alimentos podem reduzir essa resposta neofóbica (WEFFORT;
LAMOUNIER, 2009). Os alimentos rejeitados deverão ser novamente ofertados,
para que a criança aprenda a aceitá-lo e fixar o paladar daquele novo alimento, mais
ou menos de 8 a 10 vezes (M.S.Brasil, 2009).
Geralmente, uma grande ingestão energética em uma refeição é compensada
por uma baixa ingestão na refeição seguinte. Havendo também o desenvolvimento
da predileção por um grupo específico de alimentos durante um determinado
período e que pode mudar em outro.
A alimentação deve ser quantitativa suficiente e qualitativamente completa,
além de harmoniosa em seus componentes e adequada à sua finalidade e ao
organismo a que se destina (WEFFORT; LAMOUNIER, 2009).
Segundo Vitolo (2003), nesta fase, o sistema digestivo é bem comparável ao
14
do indivíduo adulto, porém, o volume gástrico é de 200 a 300 ml e elas apresentam
apetite inconstante.
Os hábitos alimentares adquiridos na infância tendem a se solidificar na vida
adulta e por isso é importante estimular a formação de hábitos saudáveis o mais
precocemente possível (ANCONA LOPEZ; BRASIL, 2004).
2.3 Guia alimentar para a população infantil
A alimentação equilibrada não consiste apenas em determinar a ingestão
adequada de nutrientes mas também de uma alimentação que agrade o paladar do
indivíduo que a consome, respeitando seus hábitos alimentares individuais e
conscientizando-o quando for necessário (PHILIPPI; CRUZ; COLUCCI, 2003, p. 7).
As práticas alimentares saudáveis devem resgatar os hábitos de consumo de
alimentos in natura cultivados em cada região, selecionando produtos nutritivos,
preservando a saúde e mantendo a segurança sanitária.
A alimentação da criança deve conter todos os nutrientes necessários de uma
dieta equilibrada, compostas dos seguintes grupos de alimentos: carnes, leite e
derivados, frutas, legumes, verduras e cereais, seguindo os novos valores
estabelecidos nas Dietary Reference Intakes (DRIs) de 1997, 2000, 2001 e 2003.
Sendo importante um aporte calórico suficiente de acordo com a idade e a atividade
física e distribuí-lo conforme o ritmo de atividades que a criança realiza durante o
dia, mantendo adequada hidratação, além de uma dieta variada, proporcionando um
aporte correto de vitaminas e oligoelementos. O desjejum é uma das principais
refeições, devendo contribuir com 20 a 25% da ingestão diária total de energia
(WEFFORT; LAMOUNIER, 2009).
2.3.1 Pirâmide alimentar infantil
A pirâmide alimentar é um guia para alimentação saudável, pois aborda todos
os nutrientes necessários, e ao mesmo tempo a quantidade certa de calorias para
manter um peso adequado (CTENAS; VITOLO, 1999).
A pirâmide infantil preconizada por Philippi, Cruz e Colluci (2003) é dividida em
quatro níveis com 8 grupos:
15
a) Primeiro nível: Grupo do arroz, pão, massa, batata, mandioca: constituído
por cereais, tubérculos e raízes, fontes de carboidratos; contribui com a
maior parte das calorias da dieta – 5 porções, sendo pelo menos uma de
grãos integrais;
b) Segundo nível: Grupo das verduras e legumes e grupo das frutas: fonte de
vitaminas e minerais – 3 porções cada;
c) Terceiro nível: Grupo do leite, queijo e iogurte: fonte de proteínas, cálcio e
vitaminas – 3 porções; Grupo das carnes e ovos: alimentos fonte de
proteínas, ferro e vitaminas – 2 porções; grupo dos feijões; fontes de
proteína vegetal – 1 porção;
d) Quarto nível: Grupo de óleos e gorduras e grupo dos açúcares e doces:
fontes de gorduras e carboidratos, respectivamente – 1 porção.
Figura 1 – Pirâmide alimentar infantil
Fonte: Philippi, Cruz e Colucci, 2003, p. 9.
2.3.2 Exemplo de alimentos que podem compor a dieta alimentar de um dia
Abaixo, segue um exemplo de alimentos que podem compor a dieta alimentar
16
de um dia:
a) Café da manhã: pães, bolo ou biscoitos;
b) Lanche: bolo de fubá, sanduíches ou bolachas;
c) Almoço: arroz, macarrão ou batata;
d) Lanche: pão, bolo ou biscoito;
e) Jantar: arroz, macarrão ou mandioca.
A criança deve ingerir pelo menos três porções de hortaliças, legumes e
vegetais folhosos por dia. É indicado que a criança coma de três a cinco porções de
frutas diferentes diariamente (CTENAS; VITOLO,1999).
2.3.3 Exemplo de plano alimentar para crianças de 1 a 2 anos de idade
Quadro 1 PERÍODO DA REFEIÇÃO
ALIMENTOS
Leite com cereal
DESJEJUM OU CAFÉ DA MANHÃ
Pão com manteiga ou requeijão
Banana amassada
LANCHE DA MANHÃ
Iogurte com frutas
Biscoito de maisena
Salada de legumes cozidos:escarola,cenoura
Frango desfiado refogado c/ tomates
Purê de batatas c/ queijo ralado
ALMOÇO
Feijão
Arroz
Sagu c/suco de uva natural e creme
Suco de laranja
LANCHE DA TARDE
Vitamina de leite c/ maçã ou abacate
Biscoito maisena
Risoto de carne bovina c/ legumes e ovo cozido
JANTAR
Frutas picadas(mamão e pêra)
Suco de laranja
CEIA
Mingau de aveia cozido.
Adaptado,2011. Fonte: Mendonça, 2010, p. 102.
17
2.3.4 Exemplo de cardápio para crianças de 3 a 6 anos
Quadro 2 – Cardápio para crianças de 3 a 6 anos
PERÍODO DA REFEIÇÃO
DESJEJUM
ALIMENTOS
Leite com mamão e cereal
Pão com manteiga
Iogurte c/ frutas
LANCHE DA MANHÃ
Sanduíche
Banana
Salada de alface c/ tomate e vagem
Bolinho de carne moída
ALMOÇO
Batatas coradas
Arroz e feijão
Salada de frutas
Limonada
LANCHE DA TARDE
Vitamina de leite/banana/maçã
Bolo de cenoura
Torta de frango c/ legumes
JANTAR
Sobremesa: Pudim de leite
Suco de uva
Adaptado,2011. Fonte: Mendonça, 2010, p. 113.
2.4 Recomendações nutricionais para o pré-escolar
2.4.1 Energia
O Quadro 3 apresenta as recomendações de consumo de energia para préescolares, segundo categoria e faixa etárias.
18
Quadro 3 – Recomendação de consumo energético para pré-escolares
Idade (anos)
Energia (Kcal/dia)
Pré-escolar
1
2
3
4
5
-
Meninos
2
3
4
5
6
Meninas
104
104
99
95
92
106
102
95
92
88
Fonte: FAO/OMS, 1985.Lacerda ET AL 2004,p.341.
2.4.2 Lipídios
A proporção de lipídios da dieta deve ser suficiente para permitir crescimento
normal e para prevenir a deficiência de ácido linoléico. Recomenda-se de 30 a 40%
do consumo energético para crianças de 1 a 3 anos e de 25 a 35% para crianças de
4 a 6 anos (DRIs, 2004), e que 10% no máximo seja proveniente de ácidos graxos
saturados. O consumo de colesterol diário não deverá exceder 300mg/dia
(ACCIOLY, SAUNDERS, LACERDA, 2009).
2.4.3 Proteínas
As necessidades de proteínas por Kg de peso da criança são maiores do que
as do adulto, e elas também precisam de maior proporção de aminoácidos
essenciais.
Os valores por Kg podem ser observados na Tabela 1:
Tabela 1 – Necessidades de proteínas por Kg de peso da criança
IDADE
g/Kg
1 a 2 anos
1,03
2 a 3 anos
0,97
3 a 4 anos
0,86
4 a 5 anos
0,85
5 a 6 anos
0,89
Fonte: FAO/OMS, 2007.
19
2.4.4 Carboidratos
Os carboidratos devem compor a maior parte do consumo energético diário e
as DRIs (2004) recomendam que o consumo de carboidratos represente cerca de 45
a 65% do consumo de energia total por dia. Doses de carboidratos são necessárias
para evitar o desenvolvimento de Cetose e hipoglicemia.
2.4.5 Fibras
Com relação às fibras, sugere-se que crianças maiores de 2 anos de idade
devam ter uma ingestão de fibras equivalente à sua idade adicionada de 5 g/dia, até
um valor máximo de 25 a 35 g/dia, recomendado para adultos (AMERICAN HEALTH
FOUNDATION apud FALCÃO; CARRAZZA, 1999, p. 10).
2.4.6 Micronutrientes
A recomendação de cálcio para as faixas etárias de 1 a 3 anos é de 500mg/dia
e de 4 a 8 anos é de 800mg/dia (DRIs, 2004). A ingestão de duas ou três porções de
produtos lácteos por dia preenche os valores acima referidos. A ingestão de cálcio é
muito importante, pois nessa fase os ossos e os dentes estão se formando. Nas
crianças em idade pré-escolar, cerca de 100mg de cálcio são incorporados aos
ossos diariamente (VITOLO, 2003).
A alta biodisponibilidade do cálcio nos produtos lácteos está relacionada com o
conteúdo de vitamina D e com a presença de lactose, que aumentam sua absorção
pelo intestino (EINHORN apud VITOLO, 2003, p. 120).
A recomendação de vitamina A para crianças de 1 a 8 anos está apresentada
na Tabela2:
Tabela 2 – Recomendação de Vitamina A
Fonte: DRIs, 2004.
IDADE
Ug/dia
1 a 3 anos
300
4 a 8 anos
400
20
A recomendação de ferro para crianças de 1 a 3 anos é de 7 mg/dia e para
crianças de 4 a 8 anos é de 10mg/dia (DRIs, 2004). A absorção do ferro depende de
vários fatores, como o estado nutricional de ferro do indivíduo (quando há
deficiência, a absorção é maior); e do tipo de ferro heme (carnes, peixes, frango) ou
ferro não heme (leite, ovos, vegetais e grãos), os quais correspondem à absorção de
15 a 20%, respectivamente. Entretanto, o ferro não heme pode ter suas taxas de
absorção aumentadas pela presença de ácido ascórbico (VITOLO, 2003, p. 121).
A promoção da alimentação saudável deve prever ações que contemplem a
formação de hábitos alimentares saudáveis desde a infância, com a introdução da
alimentação complementar em tempo oportuno e de qualidade, respeitando a
identidade cultural e alimentar das diversas regiões brasileiras, assim, os Dez
Passos da Alimentação Saudável para Crianças Brasileiras Menores de 2 Anos foi
incluído em minha Cartilha sobre a Alimentação (Ministério da Saúde e OPAS/OMS).
REVENDO OS DEZ PASSOS DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL:
1) Dar somente leite materno até os 6 meses, sem oferecer água, chás ou
qualquer outro alimento;
2) Ao completar 6 meses, introduzir de forma lenta e gradual outros alimentos,
mantendo o leite materno até os dois anos de idade ou mais;
3) Ao completar 6 meses, dar alimentos complementares (cereais, tubérculos,
carnes e legumes) três vezes ao dia, se a criança estiver em aleitamento
materno;
4) A alimentação complementar deve ser oferecida de acordo com os horários
de refeição da família, em intervalos regulares e de forma a respeitar o
apetite da criança;
5) A alimentação complementar deve ser espessa desde o início e oferecida de
colher; iniciar com a consistência pastosa (papas/purês) e, gradativamente,
aumentar a consistência até chegar à alimentação da família;
6) Oferecer à criança diferentes alimentos ao dia. Uma alimentação variada é
uma alimentação colorida;
7) Estimular o consumo diário de frutas, verduras e legumes nas refeições;
8) Evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos e
21
outras guloseimas nos primeiros anos de vida. Usar sal com moderação;
9) Cuidar da higiene no preparo e manuseio dos alimentos; garantir o seu
armazenamento e conservação adequados;
10) Estimular a criança doente e convalescente a se alimentar, oferecendo sua
alimentação habitual e seus alimentos preferidos, respeitando a sua
aceitação.
HÁBITOS DE HIGIENE:
Os cuidados de higiene na preparação e na oferta dos alimentos evitam a
contaminação e doenças como a diarréia.
É IMPORTANTE!
a)
Lavar as mãos em água corrente e sabão antes de preparar e
oferecer a alimentação para a criança;
b)
Manter os alimentos sempre cobertos;
c)
Usar água tratada, fervida e filtrada para oferecer à criança e também
para o preparo das refeições.
22
3 OBJETIVOS
3.1 Objetivo geral
Elaborar uma cartilha educativa com orientação alimentar para responsáveis
pela alimentação de crianças na fase pré-escolar.
3.2 Objetivos específicos
a) Descrever as características alimentares nessa fase;
Nessa fase a criança não dá importância para a alimentação,usando ela como
chantagem para conseguir o que deseja,o apetite é irregular ,apresentando
flutuações diárias e até de uma refeição para outra(Neufobia Alimentar).Gerando
ansiedade nas pessoas responsáveis pelo cuidado da criança.
b) Descrever as necessidades nutricionais nessa fase;
A saúde na idade pré-escolar se refletirá definitivamente na adolescência e
vida adulta,sendo fundamental que sejam atendidas as exigências nutricionais
necessárias .A desnutrição pode levar a alterações físicas,funcionais e anatômicas
repercutindo negativamente no crescimento e desenvolvimento da criança.
c)Fornecer orientações nutricionais nessa fase;
Os pais são os responsáveis pela escolha alimentar de seus filhos, por isso a
grande importância de um exemplo alimentar correto, com todos os nutrientes
necessários para suprir as necessidades nutricionais para essa fase.
23
4 METODOLOGIA
Este trabalho foi baseado em revisão bibliográfica atualizada, para a montagem
de uma cartilha de orientação sobre alimentação de crianças na fase pré-escolar,
para pais, cuidadores, merendeiras e professores que são responsáveis pela
alimentação de crianças, tanto em casa como nas escolas de educação infantil.
4.1 Primeira fase: da pesquisa
Foi composta pelo levantamento bibliográfico da literatura disponível em livros,
artigos e sites oficiais.
4.2 Segunda fase: da redação
Foi caracterizada pela
redação do
trabalho através
de
informações
previamente coletadas.
4.3 Terceira fase: de elaboração
Foi realizada a montagem da cartilha a partir das descrições citadas na
redação do trabalho, ou seja, no referencial teórico.
24
5 RESULTADOS
O resultado do trabalho foi uma cartilha estruturada de acordo com
informações obtidas no estudo bibliográfico específico, que possa ser facilmente
interpretada e utilizada na rotina diária das famílias, creches e escolas de educação
infantil. Nesta cartilha foram abordados de forma simples os seguintes assuntos:
a) Dúvidas de pais e cuidadores sobre as características alimentares de
crianças na fase pré-escolar;
b) Guia alimentar com recomendações nutricionais;
c) Pirâmide alimentar: grupo de alimentos;
d) Exemplo de plano alimentar;
e) Os dez passos da alimentação saudável;
f) Hábitos de higiene.
Na cartilha de orientação alimentar procurou-se esclarecer dúvidas que vão se
apresentando ao longo do desenvolvimento da criança.
25
6 CONCLUSÃO
A infância é o momento onde o indivíduo tem diversos aprendizados, incluindo
os alimentares, e é muito importante que os cuidadores, sejam pais, professores,
merendeiras, tenham informações de como devem proceder na alimentação infantil.
Na educação alimentar, para se atingir as mudanças necessárias, devem ser
levados em consideração diversos fatores que influenciam as preferências
alimentares, como o envolvimento social dos pais como modelo alimentar a ser
imitado e a exposição da mídia, interferindo diariamente nos padrões alimentares da
população em geral, desse modo, os nutricionistas e responsáveis pela saúde
alimentar devem orientar nas escolhas corretas e menos prejudiciais à criança.
26
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29
APÊNDICE A – Cartilha educativa de orientação sobre alimentação para
crianças na fase pré-escolar
LINA ROSA PERICOLO
CARTILHA EDUCATIVA DE ORIENTAÇÃO SOBRE ALIMENTAÇÃO PARA CRIANÇAS NA FASE
PRÉ-ESCOLAR
30
1 APRESENTAÇÃO DA CARTILHA
A idéia de fazer uma cartilha de orientação alimentar infantil, com características,
desenvolvimento e recomendações nutricionais, vem da vivência com crianças na idade préescolar e nos constantes questionamentos de pais e cuidadores sobre a alimentação dos
mesmos.
Após o primeiro ano de vida, o alimento passa a ter uma importância secundária,
levando pais e cuidadores a fazer a queixa mais comum nessa idade, “meu filho não come”,
essa situação deverá ser encarada como normal, e não como um problema, e muito menos
como uma doença. É importante lembrar que as crianças seguem o modelo de alimentação
da família em que convivem e se essa tiver bons hábitos alimentares, ela também os terá.
A alimentação saudável não se limita a fornecer todos os nutrientes de que a criança
precisa. Vai além disso, inclui a mãe em alimentar seu filho e a harmonia familiar. O horário
das refeições não deve ser uma batalha à mesa mas, de preferência, um momento de
tranquilidade.
A cartilha mostra os 10 passos de uma alimentação saudável e a pirâmide alimentar
representando os grupos de alimentos e também traz as funções e fontes alimentares em
medidas caseiras das principais vitaminas e minerais.
2 CARACTERÍSTICAS DA FASE PRÉ-ESCOLAR
Um dos maiores problemas é a imposição de regras pela família para a sua idade,
como não derrubar comida, não se sujar, não brincar com alimentos e a usar guardanapos.
Nesse momento, o que a criança mais precisa é de estímulo para desenvolver uma relação
positiva com os alimentos.
A criança é esperta o suficiente para usar a alimentação como instrumento de
chantagem e conseguir o que deseja, ou mesmo chamar a atenção. O adulto deve ter uma
postura firme e equilibrada para estabelecer limites, evitando o domínio da criança e dandolhe segurança.
31
MEU FILHO NÃO COME!
Devemos lembrar que a capacidade gástrica de um pré-escolar é de 200 a 300 ml, ou
seja, + ou - 1 xícara de chá de alimento por refeição. Cada criança possui a sua capacidade
gástrica.
MEU FILHO ODEIA BETERRABA!
A preferência por certo alimento é definida geneticamente e nesta idade já começam a
impor suas preferências alimentares.
MEU FILHO NÃO GOSTA DE FRUTAS!
Deixe ao alcance das crianças frutas devidamente higienizadas e procure comê-las para
estimular a criança. Quando for ao supermercado, peça a ajuda da criança na escolha das
frutas.
MEU FILHO SÓ COME NA ESCOLA!
A existência da associação de momentos prazerosos de uma refeição juntamente com
seus colegas preferidos.
SE NÃO COMER TODA A COMIDA NÃO VAI GANHAR SOBREMESA!
Comportamentos negativos devem ser evitados, pois prejudicam a boa alimentação e
propiciam chantagens.
ENTÃO, GOSTOU DA COMIDINHA?
Já, comportamentos positivos influenciam no prazer de comer, dando segurança às
crianças.
Se a criança percebe que quando não come recebe mais atenção e deixa seus pais
preocupados, ela repetirá frequentemente esse comportamento, podendo comprometer
seu crescimento.
DOCES E GULOSEIMAS
A rotina de uma alimentação saudável é essencial para a formação de bons hábitos
32
alimentares, mas esporadicamente pode-se almoçar fora do horário, trocar o jantar por
algum lanche saudável.
Algumas mães que trabalham fora se sentem culpadas e mimam seus filhos. O
importante é a qualidade da atenção dada à criança.
Alimentos bem coloridos estimulam a criança a comer melhor, pois elas prestam muita
atenção nas cores e nas formas de apresentação.
A criança gosta de alimentação bem simples, sem condimentos fortes. Ex.: feijão,
arroz, moranga e carne.
Em algumas etapas do preparo das refeições, deixar que a criança participe. Com isso,
ela vai se sentir muito importante e também vai querer degustar suas preparações.
As crianças com uma boa alimentação, com todos os nutrientes e quantidades
adequadas, brincam melhor, aprendem com mais facilidade, crescem e se desenvolvem
melhor.
O processo de crescimento consome muita energia, por isso a quantidade por quilo de
peso de uma criança é bem maior que de um adulto.
3 PIRÂMIDE ALIMENTAR
A pirâmide alimentar de Philippi, Cruz e Colucci (2003) indica as porções adequadas de
nutrientes para essa faixa etária:
33
Fonte: Philippi, Cruz e Colucci, 2003, p. 9.
A base da pirâmide compreende os grupos de carboidratos = para que a criança tenha
a ingestão adequada é preciso que ela ingira 6 porções diárias, variando a cada dia.
Logo acima, encontramos o grupo representado pelos legumes e vegetais folhosos.
Nesse mesmo grupo encontramos as frutas, que fornecem vitaminas para o nosso corpo. O
recomendado é que se ingira 3 porções diária de cada, variando o tipo de fruta a cada dia.
No 3º nível da pirâmide encontramos o fornecedor de proteínas, que são as carnes,
ovos, nozes e leguminosas (feijão, soja, grão de bico, lentilha); a recomendação é de comer
de 2 à 3 porções diárias (lembramos que a carne não deve ser excluída da dieta, para evitar
carências de ferro e de vitamina B12). Outros alimentos que fazem parte desse grupo, que
são ricos em cálcio, são: leite, iogurte e queijos , que é preciso de dois a três copos diários.
No quarto grupo encontramos aqueles alimentos que fazem falta ao organismo mas
que devem ser consumidos com moderação, que são: açúcar, onde a dose recomendada é
de 2 gramas (1 colher de cafezinho) diariamente por quilo de peso e o sal 2 gramas (1 colher
de cafezinho) diariamente.
Com relação ao óleo, a recomendação é de 15 ml diariamente, o que equivale a 1
colher de sopa bem cheia, mas o consumo total diário para essa faixa etária é de 45 à 60g.
Doces, balas e chocolates devem ser oferecidos com moderação, porque fazem bem
ao organismo por serem energéticos; procure oferecer após a refeição ou em festinhas, não
como recompensa.
34
4 NECESSIDADES ENERGÉTICAS
QUAIS SÃO AS NECESSIDADES ENERGÉTICAS PARA MEU FILHO?
Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) (2006), as necessidades energéticas
nessa faixa etária são mantidas em 90kcal por quilograma de peso corpóreo. Ex.: se uma
criança pesa 17kg x 90 kcal = 1530 kcal/dia ou conforme Quadro abaixo:
IDADE
6 A 12 MESES
1 A 3 ANOS
4 A 6 ANOS
NECESSIDADE MÉDIA DIÁRIA
900 CALORIAS
1300 CALORIAS
1800 CALORIAS
QUAL A RECOMENDAÇÃO DIÁRIA QUE MEU FILHO NECESSITA?
Uma criança de 3 anos precisa de 16 gramas de proteína (1 bife pequeno 50gr já
contempla essa necessidade, ela é matéria-prima para a formação de novas células). Estão
presentes em alimentos de origem animal: carnes em geral, ovos, leites e derivados (iogurte
e queijo) e em alimentos de origem vegetal: feijões, ervilha seca, lentilha e soja.
Gorduras são fontes de energia e são responsáveis pela absorção de algumas
vitaminas. Fontes: manteiga, óleos em geral, ovos, leite, carnes em geral, castanhas e nozes.
Fibras: responsáveis pela movimentação e regulação do intestino. Estão presentes em
frutas, vegetais, legumes e alimentos integrais.
Procurar fazer o equilíbrio diário, incluindo um alimento de cada grupo em cada
refeição, garantindo qualidade na alimentação.
Cada fruta tem a sua vitamina predominante, portanto procure variar as frutas.
Leite, queijo e iogurte são ricos em cálcio para a formação óssea.
Lembre-se que a água hidrata e melhora o funcionamento do intestino.
35
RECOMENDAÇÃO DE CONSUMO ENERGÉTICO PARA PRÉ-ESCOLARES (FAO/OMS 85)
Idade (anos)
Pré-escolar
1
2
3
4
5
-
Energia (Kcal/dia)
Meninos
Meninas
104
104
99
95
92
106
102
95
92
88
2
3
4
5
6
Proteínas
As necessidades de proteínas por Kg de peso da criança são maiores do que as do
adulto, e elas também precisam de maior proporção de aminoácidos essenciais.
Os valores por Kg podem ser observados na Tabela abaixo:
NECESSIDADES DE PROTEÍNAS POR KG DE PESO DA CRIANÇA
IDADE
1 a2 anos
2 a 3 anos
3 a 4 anos
4 a 5 anos
5 a 6 anos
g/Kg
1,03
0,97
0,86
0,85
0,89
Fonte:FAO/OMS, 2007.
Carboidratos
Os carboidratos devem compor a maior parte do consumo energético diário e as DRIs
(2004) recomendam que o consumo de carboidratos represente cerca de 45 a 65% do
consumo de energia total por dia. Doses de carboidratos são necessárias para evitar o
desenvolvimento de Cetose e hipoglicemia.
Fibras
Com relação às fibras, sugere-se que crianças maiores de 2 anos de idade devam ter
36
uma ingestão de fibras equivalente à sua idade adicionada de 5 g/dia, até um valor máximo
de 25 a 35 g/dia, recomendado para adultos (AMERICAN HEALTH FOUNDATION apud
FALCÃO; CARRAZA, 1999, p. 10).
5 RECOMENDAÇÕES PARA A PRÁTICA ALIMENTAR DO PRÉ-ESCOLAR
* Intervalo de 2 a 3 horas entre a ingestão de qualquer alimento e o horário das
principais refeições;
* Pequena quantidade de alimento nas refeições;
* Fracionamento da dieta: 6 refeições diárias (café da manhã, lanche manhã, almoço,
lanche tarde, jantar e ceia);
* Se houver recusa da refeição principal, não substituir por leite ou outros produtos
lácteos. Oferecer mais tarde;
* Manter a presença de verduras e legumes nas refeições, mesmo que a criança não os
aceite, mas sem a obrigatoriedade do consumo e sem comentários, caso sobrem no
prato;
* Servir refeições sem a presença de sucos, refrigerantes ou líquidos açucarados. Esses
líquidos podem ser oferecidos após o término da refeição;
* Retirar o que sobrou do prato sem fazer comentários;
* As guloseimas não devem ser utilizadas como recompensas ou castigo (VITOLO,
2003).
6 PORÇÕES DE ALIMENTOS EM MEDIDAS CASEIRAS INDICADAS CONFORME PIRÂMIDE
ALIMENTAR
Tamanho de cada porção em medidas caseiras e o valor médio em calorias.
Plano alimentar para pré-escolar:
37
ARROZ, PÃES, MASSAS, BATATA, MANDIOCA > Consumir 6 porções diárias
(1 porção=150kcal)
ALIMENTO
Arroz branco cozido
Batata cozida
Biscoito tipo cream-cracker
Biscoito tipo Maria
Bolo de cenoura
Macarrão cozido
Mandioca cozida
Pão francês
Polenta s/molho
Purê de batatas
MEDIDA CASEIRA
2 colheres de sopa
1 unidade média
3 unidades
4 unidades
1 fatia pequena
3 colheres de sopa
2 colheres de sopa
1 unidade
2 fatias
2 colheres de sopa
Fonte: Adaptado de Guia alimentar para a população brasileira, 2011.
VERDURAS E LEGUMES > Consumir 3 porções por dia (1 porção=15kcal)
ALIMENTO
Moranga cozida
Alface
Beterraba crua
Brócolis cozido
Cenoura crua ralada
Chuchu cozido
Couve-flor cozida
Couve manteiga cozida
Espinafre cozido
Tomate comum
MEDIDA CASEIRA
2 colheres de sopa
5 folhas
2 colheres de sopa
2 colheres de sopa
2 colheres de sopa
2 colheres de sopa
2 colheres de sopa
1 colher de sopa
1 colher de sopa
2 fatias
Fonte: Adaptado de Guia alimentar para a população brasileira, 2011.
FRUTAS > Consumir 3 porções por dia (1 porção=70kcal)
ALIMENTO
Abacaxi
Banana
Bergamota
Caqui
Goiaba
Kiwi
Laranja
Maçã
Mamão formosa
Manga
Melancia
Morango
Pêra
Pêssego
MEDIDA CASEIRA
1 fatia
1 unidade
1 unidade
1 unidade
Meia unidade
2 unidades
1 unidade
1 unidade
1 fatia
2 fatias
1 fatia
10 unidades
1 unidade
1 unidade
Fonte: Adaptado de Guia alimentar para a população brasileira, 2011.
38
FEIJÕES > Consumir 1 porção por dia (1 porção=55kcal)
ALIMENTO
Ervilha seca cozida
Feijão cozido (50% de caldo)
Grão de bico cozido
Lentilha cozida
Soja cozida (somente grãos)
MEDIDA CASEIRA
2 colheres e meia de sopa
1 concha pequena
1 colher e meia de sopa
2 colheres de sopa
1 colher e meia
Fonte: Adaptado de Guia alimentar para a população brasileira, 2011.
CARNES E OVOS > Consumir 1 porção por dia (1 porção=190kcal)
ALIMENTO
Bife de fígado
Bife bovino grelhado
Coração de frango
Filé de frango grelhado
Ovo cozido
Peixe cozido
MEDIDA CASEIRA
1 unidade
1 unidade
7 unidades
1 unidade
1 unidade
1 filé
Fonte: Adaptado de Guia alimentar para a população brasileira, 2011.
LEITES, QUEIJOS E IOGURTES > Consumir 3 porções por dia (1 porção=120 kcal)
ALIMENTO
Iogurte natural integral
Leite integral longa vida
Queijo tipo minas
Queijo tipo mussarela
Requeijão cremoso
MEDIDAS CASEIRAS
1 copo de requeijão
1 xícara de chá
1 fatia e meia
3 fatias
1 colher e meia
Fonte: Adaptado de Guia alimentar para a população brasileira, 2011.
ÓLEOS E GORDURAS > Consumir no máximo 1 porção por dia (1 porção=73 kcal)
ALIMENTO
Azeite de oliva
Margarina vegetal
Óleo vegetal de soja
MEDIDA CASEIRA
¾ de colher de sopa
Meia colher de sopa
1 colher de sopa
Fonte: Adaptado de Guia alimentar para a população brasileira, 2011.
AÇÚCARES E DOCES > Consumir no máximo 1 porção por dia (1 porção+110 kcal)
ALIMENTO
Açúcar cristal
Geléia de frutas
Mel
MEDIDA CASEIRA
1 colher de sopa
1 colher de sopa
2 colheres de sopa
Fonte: Adaptado de Guia alimentar para a população brasileira, 2011.
39
7 OS DEZ PASSOS PARA UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL SEGUNDO O MINISTÉRIO DA
SAÚDE
1) Dar somente leite materno até os 6 meses, sem oferecer água, chás ou qualquer
outro alimento;
2) Ao completar 6 meses, introduzir de forma lenta e gradual outros alimentos,
mantendo o leite materno até os dois anos de idade ou mais;
3) Ao completar 6 meses, dar alimentos complementares (cereais, tubérculos, carnes,
leguminosas, frutas e verduras) três vezes ao dia, se a criança estiver em
aleitamento materno;
4) A alimentação complementar deve ser oferecida de acordo com os horários de
refeição da família, em intervalos regulares e de forma a respeitar o apetite da
criança;
5) A alimentação complementar deve ser espessa desde o início e oferecida de
colher; iniciar com a consistência pastosa (papas/purês) e, gradativamente,
aumentar a consistência até chegar à alimentação da família;
6) Oferecer à criança diferentes alimentos ao dia. Uma alimentação variada é uma
alimentação colorida;
7) Estimular o consumo diário de frutas, verduras e legumes nas refeições;
8) Evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos e outras
guloseimas nos primeiros anos de vida. Usar sal com moderação;
9) Cuidar da higiene no preparo e manuseio dos alimentos; garantir o seu
armazenamento e conservação adequados;
10) Estimular a criança doente e convalescente a se alimentar, oferecendo sua
alimentação habitual e seus alimentos preferidos, respeitando a sua aceitação.
É nosso dever respeitar os interesses da criança, dando condições de crescimento e
ensinando a comer uma dieta equilibrada (MORAIS; CAMPOS; SILVESTRINI, 2005).
40
8
PRÁTICAS
HIGIÊNICAS
NECESSÁRIAS
NA
MANIPULAÇÃO
DOS
ALIMENTOS
COMPLEMENTARES PARA CRIANÇAS
A segurança dos alimentos complementares que serão oferecidos às crianças de
qualquer idade inclui a prática correta de uma boa higienização, que protegem contra a
contaminação dos alimentos com micro-organismos patogênicos, contaminantes químicos
exógenos, substâncias tóxicas de ocorrência natural ou compostos tóxicos, desde a seleção,
durante a produção e a estocagem até o seu processamento, preparação e administração.
É necessário ter certeza de que esses alimentos não causarão danos às crianças
pequenas quando preparados e administrados como recomendado pela OMS (WHO/FAO,
2005).
Estima-se que a promoção da prática de lavar corretamente as mãos pode reduzir de
14% a 48% a incidência de diarreia (BRASIL, 2006).
O mesmo cuidado deverá ser tomado na escolha e higiene dos alimentos utilizados,
principalmente com as frutas, as hortaliças e as embalagens dos produtos industrializados,
como garrafas, latinhas e caixinhas.
“A SIMPLES LAVAGEM CORRETA DAS MÃOS SALVA VIDAS”
A correta lavagem das mãos:
* Molhar as mãos;
* Passar sabão (qualquer sabão poderá ser utilizado);
* Deixar a espuma agir por alguns segundos;
* Enxaguar com bastante água;
* Secar as mãos;
* Borrifar com álcool 70% diluído com 25ml de água.
A contaminação pode acontecer em: bicos, mamadeiras, copos, tigelas, talheres ou em
outros utensílios utilizados, desde que não lavados corretamente.
A esterilização de utensílios pode ser feita pela lavagem, fervura e deixando de molho
em soluções próprias para esterilizar.
41
“ALIMENTOS PRECISAM FICAR SEMPRE BEM COZIDOS COMO FORMA DE SEGURANÇA”
“AS SOBRAS DE ALIMENTOS E DE MAMADEIRAS JÁ SERVIDAS DEVEM SER JOGADAS
FORA”
“CUIDADO COM A ÁGUA UTILIZADA NO PREPARO DOS ALIMENTOS E PARA BEBER”
“A PRÁTICA MAIS SEGURA, QUANDO OS RECURSOS FINANCEIROS O PERMITEM, É
PREPARAR O ALIMENTO EM QUANTIDADE SUFICIENTE PARA APENAS UMA REFEIÇÃO”
“O ALIMENTO DEVERÁ SER CONSUMIDO TÃO RAPIDAMENTE QUANTO POSSÍVEL,
LOGO APÓS COZIDO”
“SE NÃO FOR POSSÍVEL, ESTOCAR PELO MENOR PERÍODO DE TEMPO POSSÍVEL A UMA
TEMPERATURA FRIA <10°C OU QUENTE >60°C E REAQUECER BEM O ALIMENTO PARA
ASSEGURAR QUE TODAS AS SUAS PARTES ATINJAM UMA TEMPERATURA DE NO MÍNIMO
70°C NO CENTRO DO ALIMENTO” (BRASIL, 2007).
9 CONCLUSÃO
Com a cartilha de orientação nutricional para pais e cuidadores procuramos esclarecer
dúvidas que vão se apresentando ao longo do desenvolvimento de crianças na fase préescolar.
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REFERÊNCIAS
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