O dinheiro motiva… especialmente quando o vizinho ganha menos outros. Estudo do cérebro mostra o quanto as pessoas comparam seu sucesso ao dos De acordo com um recente estudo, os sentimentos satisfatórios que um individuo sentirá ao receber seu “salário” ao fim do mês, dependerá de quanto o seu colega recebeu. Esse fato foi evidenciado através de estudos e experimentos conduzidos por economistas e cientistas pesquisadores do cérebro humano da Universidade de Bonn (Alemanha). Para chegar a esta conclusão, foram realizados testes com individuos do sexo masculino, onde dois participantes deveriam concluir uma determinada tarefa, e depois estes receberiam um pagamemento como recompensa pelo sucesso. Através de ressonância magnética, os pesquisadores puderam analisar a atividade cerebral dos voluntários. Os participantes que receberam mais que seus “concorrentes” mostraram muito mais atividade na parte do cérebro denominada “reward center”, ou “centro de recompensa”, do que quando os dois participantes ganhavam a mesma quantia. Os detalhes deste estudo foram publicados pela revista “science”, em 23 de Novembro de 2007: ´Social Comparison Affects Reward-Related Brain Activity in the Human Ventral Striatum. K. Fliessbach, B. Weber, P. Trautner, T. Dohmen, U. Sunde, C. E. Elger, A. Falk.”. Partindo de um ponto de vista neurológico, os pesquisadores alemães chegaram praticamente a mesma conclusão que seus colegas americanos que investigaram a felicidade do ponto de vista sociológico e cujos resultados são apresentados a seguir. MAIS FELIZ QUANDO RICO E SAUDÁVEL Não dá para acreditar no velho ditado que diz que o dinheiro não compra a felicidade. A condição de ser um pouco mais rico que seu vizinho, o dinheiro rende as pessoas mais felizes. É a conclusão do estudo apresentado na reunião anual da Associação Sociológica Americana, na Filadélfia, por Glenn Firebaugh, da Universidade do Estado da Pensilvânia, e Laura Tach, de Harvard. De acordo com a pesquisa apresentada a principal condição para estar feliz é gozar de boa saúde e possuir mais dinheiro que seus vizinhos vem em segundo lugar, beneficiar-se de um nível de educação superior em terceiro e finalmente ter uma família estável. Para chegar a estas conclusões os pesquisadores compararam idade, renda familiar total e sensação geral de felicidade de uma amostra de 20.000 sujeitos entre 20 e 64 anos, representativos da sociedade americana. Juntaram vários dados de pesquisas sociais realizadas nos Estados Unidos entre 1972 e 2002. © 2008 Moityca Eficiência Empresarial Ltda. Os resultados mostraram que, quanto mais as pessoas forem ricas, em relação aos seus parentes e amigos da mesma idade, maior a tendência que elas têm de ser feliz. Mas como é possível medir a felicidade? A classificação foi feita a partir de respostas espontâneas de Americanos que consideram a própria situação “muito feliz”, “bastante feliz” ou “pouco feliz”. "Nós descobrimos que quanto maior a renda das pessoas ao nosso redor, num mesmo grupo de idade, menor a chance de sermos felizes", disse Firebaugh. ”As famílias cujos membros não conseguem aumentar o salário, dificilmente acessam à felicidade”. Um indivíduo que ganha US$ 20.000 por ano a mais que seus vizinhos tem 10% de chances de ser feliz. O que conta não é a riqueza absoluta, mas a riqueza relativa. De acordo com os resultados desse estudo, é possível concluir que o atual crescimento econômico dos países ricos, é irrelevante para a felicidade dos indivíduos. "Em vez de promover a felicidade geral, o crescimento da renda pode promover uma corrida ao consumo. Os indivíduos consomem mais e mais somente para manter um nível constante de felicidade", explicou Firebaugh. Seria interessante promover esse tipo de pesquisa no Brasil. Renzo Oswald São Paulo, Abril de 2008 © 2008 Moityca Eficiência Empresarial Ltda.