FESTA DO BATISMO DO SENHOR C 2016 SAUDAÇÃO INICIAL P- A concluir o tempo da manifestação, bem vividas as festas do natal, eis-nos reunidos, em assembleia, para darm0s início, nesta Eucaristia, à celebração da Festa do Batismo do Senhor. Nós não fomos, nem somos batizados, como Jesus foi, por João, no rio Jordão. Aquele gesto foi apenas um sinal de que Jesus não Se envergonha de ser um de nós. Nós, na verdade, somos batizados por Cristo, com Cristo e em Cristo! Pelo batismo, somos mergulhados no oceano do infinito amor do Pai, que nos enviou o Seu Filho e derramou em nossos corações o seu Espírito Santo. ASPERSÃO: (Missal, 1359): Recordemos essa graça, através da aspersão da água benta. Oremos, irmãos caríssimos, a Deus nosso Senhor, suplicando-Lhe que Se digne abençoar esta água, que vai ser aspergida sobre nós para memória do nosso Batismo, e nos renove interiormente, a fim de permanecermos fiéis ao Espírito que recebemos. Depois de breve oração em silêncio, o sacerdote diz, de mãos juntas: Deus eterno e omnipotente, que, por meio da água, fonte de vida e elemento de purificação, quisestes também que fossem lavadas as nossas almas e recebessem o dom da vida eterna, dignai-Vos abençoar + esta água, para que seja sinal da vossa proteção neste dia a Vós consagrado. Por meio desta água, Senhor, renovai em nós a fonte da graça e livrai-nos de todo o mal da alma e do corpo, para estarmos na vossa presença de coração puro e recebermos dignamente os frutos da redenção. Por NSJC. R. Ámen. Aspersão e cântico GLÓRIA ORAÇÃO COLETA LITURGIA DA PALAVRA: optar pelas leituras facultativas previstas para o Ano C HOMILIA NA FESTA DO BATISMO DO SENHOR C 2016 Abriram-se os céus e ouviu-se a voz do Pai: Este é o Meu Filho muito amado. Escutai-O! (Lc.3,22) 1. Abrem-se as portas do céu! É a porta jubilar, mais alta e mais bela! É a porta principal, para ver a Deus, face a face! Com a vinda de Jesus a este mundo, esta porta abriu-se, de par em par. Foi restabelecida a comunicação, entre o céu e a terra, entre Deus e o homem. Com os céus abertos, as “nuvens chovem o Justo, a terra abre-se e germina o Salvador” (Is.45,8). E nós somos salvos, “não já por causa das nossas boas obras, mas em virtude da Sua misericórdia” (Tit.3,5). Os céus abertos trazem assim a bênção da chuva e a frescura da água pura, com que Deus fecunda a terra árida e sacia a nossa sede. Que belas imagens da terra para nos falar do céu, do grande oceano de misericórdia, que inunda e fecunda a nossa vida! 2. É neste oceano da misericórdia, que desagua o rio Jordão, esse rio de miséria, alimentado pelo pecado. É nesse rio que Jesus, em tudo igual a nós, exceto no pecado, mergulha, para descer ao abismo da nossa fraqueza. Mergulha aí, para daí nos fazer olhar para cima… e assim recebermos a graça, que transborda e se derrama desse oceano infinito de amor. No Jordão, a voz do Pai, que vem do alto e a pomba, que anuncia o tempo novo e a renovação do Espírito Santo, estão a dizer-nos que “este rio alagador nada pode contra o oceano de misericórdia, que inunda o nosso mundo” (Papa Francisco, Homilia 1.1.2016). 3. Creio que daqui poderíamos colher duas sugestões simples, para vivermos bem este ano jubilar, em que se abrem, para nós, as portas do céu e, com elas, as comportas do grande Oceano de misericórdia, ao Qual ninguém pode pôr limites: 3. 1. Em primeiro lugar, é altura de redescobrir o batismo, como porta da vida e do reino. Essa “porta, que introduz na vida de comunhão com Deus e permite a entrada na sua Igreja, está sempre aberta para nós” (Bento XVI, PF, nº1). Passares este ano, pela porta jubilar, não é realizares um gesto mágico ou folclórico, mas fazeres um sinal, para recordares que te foi aberta uma porta de acesso, a um banho de regeneração. Também para ti, no Batismo, se abriram os céus, para que fosses inundado, pela graça do perdão e da misericórdia de Deus. O batismo não foi, para ti, um simples rito de «passar por água», mas o primeiro mergulho nesse “oceano infinito de amor”. Nesse sentido, o primeiro sacramento é sempre e continuamente mistério de «regeneração e renovação do Espírito Santo» (Tit.3,5). Em consequência, e doravante, és chamado a mergulhar neste oceano, a deixar-te regenerar, para te tornares cooperador de Deus, na construção de um mundo mais justo e fraterno (cf. Papa Francisco, Homilia, 1.1.2016). 3.2. Em segundo lugar, os céus abertos são uma imagem muito bela do abraço infinito de Deus, que nos alcança, na sua misericórdia infinita. O céu abre-se, como uma brecha nas paredes, como quando se abrem os braços aos amigos, ao amado, aos filhos, aos pobres. O céu abre-se, o céu acolhe: dele irrompe a vida, nele entra a vida. Isto quer dizer: ninguém pode ser excluído da misericórdia de Deus. A Igreja tem de ser a casa que acolhe a todos e não rejeita ninguém. As suas portas permanecem abertas, para quantos se deixam tocar pela graça, de modo que encontrem sempre aberta a porta da misericórdia e a fonte do perdão. Podemos receber este abraço, no sacramento da Confissão. É como um segundo batismo, no qual somos lavados, não pelas águas doces da pia batismal, mas pelas águas salgadas das lágrimas, vertidas no oceano da misericórdia, com que Deus nos cura e salva. Querido irmão, querida irmã: Neste ano jubilar, abrem-se os céus: vai chover mais bênção, mais perdão, mais misericórdia. Levanta a cabeça do chão, olha para o alto. Sobre ti, em oração, sobre a tua casa, sobre a tua vida, o céu não está fechado. O céu está aberto. Está perdoada a culpa. O tempo é novo! Por favor, não fiques preso no ano velho! PRECES P- Nesta festa do Batismo do Senhor, como Povo sacerdotal, intercedamos uns pelos outros, junto de Deus Pai, que é rico em misericórdia: 1. Pela Santa Igreja: para que seja uma mãe de coração aberto, Casa aberta do Pai, onde há lugar para todos, com a sua vida fatigante. Invoquemos! 2. Pelos que governam: para que correspondam aos anseios do seu povo, na atenção aos mais frágeis e na promoção da justiça e da paz. Invoquemos. 3. Por todos os que procuram a Deus de coração sincero: para que encontrem sempre aberta, na Igreja e nos cristãos, a porta do acolhimento, do diálogo e da reconciliação. Invoquemos. 4. Por todos os batizados, que não correspondem, na sua vida, à graça recebida: para que o ano da misericórdia seja uma porta aberta, para a descoberta e para o encontro com Cristo. Invoquemos. 5. Por todos nós: para que aproveitemos bem este ano jubilar, deixando-nos mergulhar no oceano infinito da misericórdia do Pai, através da prática frequente e renovada do sacramento da Reconciliação. Invoquemos. P- Senhor, nosso Deus, que abris os céus e fecundais a terra, concedei-nos a graça de abrirmos as portas do coração, à abundância dos dons da vossa misericórdia, que derramais, como uma torrente de bênção, sobre nós. Por NSJC…