do território real para o ciberespaço - HCTE

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Do território real para o ciberespaço: contribuições para a compreensão da desterritorialização
para a reterritorialização do exercício da fé no mundo virtual
Profa. Dra. Cláudia Andréa Prata Ferreira1
Profa. Ms. Paula Andréa Prata Ferreira2
Profa. Mestranda Cleonice Weber3
Resumo: O artigo aborda a movimentação religiosa do mundo real, territorializado, para o virtual, isto
é, a expansão da religiosidade através da vivência no ciberespaço. Atualmente convivemos com
diversos processos de mudança no campo religioso impulsionados pela virtualização da fé, ou seja, o
movimento religioso se expande pelo mundo virtual através das redes sociais, sites, além de ter a
possibilidade de interação e colaboração de seus usuários. Notamos a perda da exclusividade da
mediação e territorialização real feita pelas instituições tradicionais. Assim, temos o surgimento de uma
nova concepção de fé e prática religiosa, que se apropria de tais recursos midiáticos fazendo do
território virtual um meio de viabilizar a experiência religiosa.
Palavras-chaves: Religião; desterritorialização; ciberespaço.
Nos últimos anos convivemos cada vez mais com as possibilidades de existências virtuais e
suas movimentações pelo ciberespaço. A Web passou por transformações e historicamente podemos
pontuar três gerações em sua evolução até o momento. A primeira geração, a Web 1.0, era uma mera
vitrine e repositório de informações. A segunda geração, a Web 2.0 4, ganhou interação e passou a
vivenciar em seu cerne a inteligência e construção coletiva do conhecimento. O mais recente
movimento é a web semântica, a geração Web 3.0, que pretende dar organização semântica aos
conteúdos produzidos e compartilhados no ciberespaço. Dessa forma, podemos notar no
desenvolvimento das gerações web que não convivemos mais passivamente com o recebimento estático
1
Cláudia Andréa Prata Ferreira. Professora Associada da FL/UFRJ e PPGHC/IH/UFRJ. E-mail:
[email protected]. Lattes: http://lattes.cnpq.br/1665052411863789
2 Co-autora: Profa. Ms. Paula Andréa Prata Ferreira. Professora-Tutora do LANTE/UFF. Coordenadora de tutoria e
professora conteudista da Fundação CECIERJ, Professora-Tutora da FGV Online e coordenadora de Matemática do Projeto
CEJA (SEEDUC/SECT). E-mail: [email protected]. Lattes: http://lattes.cnpq.br/2397101522019321
3 Co-autora: Profa. Mestranda Cleonice Weber. Professora-Tutora do LANTE/UFF. E-mail: [email protected].
Lattes: http://lattes.cnpq.br/1088080657044430
4 Conceitualmente, a WEB 2.0 surgiu em 2004. Foi assim batizada por O´Reilly para designar as mudanças ocorridas na
web após o advento de comunidades e serviços baseadas na Plataforma Internet. A WEB 2.0 não é estática, mas sim
dinâmica, interativa, proporcionando a publicação de conteúdos por especialistas ou por usuários interessados (O´Reilly,
2005). A WEB 2.0 nos proporciona várias possibilidades de interação social, dentre as quais, as redes sociais tem tido
grande destaque.
2
de informações, muito pelo contrário, passamos a interagir ativamente com elas (Santa’ana, 2006).
Bustamente (2010) pontua que “o fenômeno humano não pode ser entendido fora de seu diálogo com a
tecnologia. Nada está transformando tanto a realidade humana como a tecnologia em todas as suas
facetas.”. Assim, "ficou praticamente impossível pensar em religião sem o uso de tecnologia", disse
Mario Sergio Cortella, filósofo e professor do Departamento de Teologia e Ciências da Religião
PUC/SP (Borges e Moreira, 2009).
Pierre Lévy (1996) postula que nunca pensamos sós e sem ferramentas. Em sua visão, toda a
nossa atividade intelectual se dá por meio das diferentes línguas e linguagens, sistemas lógicos e de
signos que vieram se desenvolvendo com as comunidades que nos foram antecedentes, formando assim
uma verdadeira inteligência coletiva. Dessa forma, os colaboradores se integram as redes sociais,
muitas vezes formadas espontaneamente, e passam a desenvolver conhecimento sobre seus interesses
comuns, passando de consumidores a produtores da informação.5
Torna-se particularmente interessante a articulação dos recursos virtuais com os processos de
mudanças no campo religioso, ou seja, o surgimento de novas práticas religiosas, onde mediações
tradicionais do mundo territorializado real passaram a conviver com a midiatização da fé no mundo
virtual, pois “as distâncias se anulam e o território se desterritorializa através do ciberespaço, ainda que
momentaneamente.” (Bustamante, 2010). Temos assim, a ampliação da experiência religiosa subjetiva
para o ciberespaço como um novo território para o exercício da fé.
Processos de globalização aliados ao desenvolvimento de transportes e comunicação fortalecem
o ideário de mobilidade espacial da contemporaneidade, como também a necessidade de neutralizar
restrições espaciais (Fragoso, 2011). A arquitetura do mundo virtual é marcada pelo caráter interacional
e desterritorializado. Tais características influenciam a formação, desenvolvimento e atuação nos
campos virtuais, provocando a reconfiguração de mecanismos tradicionais da territorialidade
(Machado, 2002). Na visão de Haesbaert (2005), todo processo de desterritorialização acontece
5 Redes sociais como Facebook e serviços de microblog como o Twitter são na opinião da professora do Departamento de
Estudos Culturais e Mídia/UFF, Paula Sibilia (2009), “compatíveis com as habilidades que o mundo contemporâneo solicita
de todos nós com crescente insistência”. Segundo Sibilia (2009), essas ferramentas servem para dois propósitos
fundamentais: “Em primeiro lugar, elas ajudam a construir o próprio ‘eu’, ou seja, servem para que cada usuário se
autoconstrua na visibilidade das telas. Além disso, são instrumentos úteis para que cada um possa se relacionar com os
outros, usando os mesmos recursos audiovisuais e interativos”, explica. Comentário das autoras: Por sua vez, o YouTube é
um site que proporciona aos seus usuários o compartilhamento de vídeos em formato digital. Foi fundado em fevereiro de
2005 por uma dupla de ex-funcionários da empresa eBay®, Steve Chen e Chad Hurley (Fortes apud Caetano e
Falkemback, 2007). O YouTube é extremamente popular no seguimento desse gênero e chegou a marca de 14,6 bilhões de
vídeos exibidos no ano de 2010 (Tozetto, 2010). Além disso, o material encontrado no YouTube pode ser disponibilizado em
blogs, sites pessoais e nas redes sociais por meio de hiperlinks.
2
acompanhado de um de reterritorialização (consequência da multiplicação de territórios na
contemporaneidade). Assim, as tecnologias contemporâneas apesar de desterritorializantes, não geram
um abandono de território, mas passam a adquirir outro sentido relacional, fomentando assim novas
reterritorializações, como também multiplicação de possibilidades de conexões, gerando as
superconexões de territórios espaciais, ou seja, a multiterritorialidade. Os sujeitos circulam com maior
fluidez no trânsito espacial, estabelecendo relações, apropriando-se e pertencendo a múltiplos
territórios (Fragoso, 2011). Veremos a seguir como vem acontecendo a apropriação e reterritorialização
dos espaços religiosos, como também de que forma acontecem a resignificação do exercício da fé. Isto
é, o surgimento de novas propostas religiosas, a perda da autoridade de diversas mediações
institucionais tradicionais e o deslocamento da própria experiência subjetiva da religião ocupam hoje
boa parte dos esforços na construção de uma rede de conhecimentos e significações da vivência
religiosa no mundo virtual. O foco do trabalho será a abordagem das religiões e religiosidades, imagens
religiosas, a rede de conhecimentos e significações no ciberespaço, ou seja, o uso que a religião faz da
mídia como forma de divulgação de conhecimento, sociabilidade e nova construção de significado da
vivência religiosa. Embora não seja um fenômeno restrito ao campo religioso brasileiro, optamos por
delimitar no presente trabalho o impacto da virtualização do exercício da fé no Brasil e,
especificamente, no âmbito religioso católico.
A estreia do papa Bento XVI no YouTube6 ou mesmo o lançamento do iBreviary7, sistema criado
em novembro de 2008 pelo Vaticano que permite colocar o breviário8 nos iPods, são apenas alguns dos
exemplos de como essa absorção tecnológica tem transformado o cotidiano das religiões, uma
tendência que tem ganhado força no Brasil e que abrange crenças de todas as vertentes. O Conselho
Pontifício para as Comunicações Sociais do Vaticano afirmou, em comunicado, que o iBreviary é uma
aplicação criada para o suporte telefônico de última geração iPhone e que seu inventor é o sacerdote
italiano Paolo Padrini.9 O iBreviary é totalmente gratuito e pode ser descarregado no site da iTunes
Store ou diretamente através do terminal iPhone.10 O Papa Bento XVI entrou em maio de 2009 no
6 Link: <http://www.youtube.com/vaticano>.
7 Link: <http://www.youtube.com/watch?v=z8QT6I0Wvi4>.
8 Breviário: Livro das leituras e orações usado pelos sacerdotes. O iBreviary, por exemplo, é mais um recurso para anunciar
o Evangelho através dos instrumentos que a tecnologia oferece.
9 Link: <http://www.vatican.va>.
10 Link: A aplicação está disponível em [phobos.apple.com]. Comentário: Esta aplicação leva diretamente "de forma
intuitiva e veloz" à prece do breviário da Igreja Católica, colocando nas mãos de jovens e adultos "não apenas um simples
texto, mas uma ação orientada tanto para o ouvinte passivo como para o que reza" (Site do Vaticano: www.vatican.va). O
Vaticano diz que, com esta aplicação, o iPhone pode ser considerado em âmbito católico não apenas um instrumento de
informação religiosa através do qual se pode navegar pela internet e ler conteúdos cristãos, mas também um aparelho aberto
4
mundo das redes de internet e de smartphones com um portal do Vaticano que inclui aplicativos para o
Facebook e iPhone.11
O Papa Bento XVI – em outubro de 2009 – convidou a integrar o Evangelho nesta nova cultura
“criada pela comunicação moderna”, para poder transformar o “continente digital” com “a única
Palavra que pode salvar o homem”. Esta proposta foi apresentada pelo Papa João Paulo II na
encíclica Redemptoris missio (7 de dezembro de 1990), na qual afirmava que “o uso dos mass-média
não tem somente a finalidade de multiplicar o anúncio do Evangelho: trata-se de um fato muito mais
profundo porque a própria evangelização da cultura moderna depende, em grande parte, da sua
influência” (n. 37). E acrescentava: “Não é suficiente, portanto, usá-los para difundir a mensagem
cristã e o Magistério da Igreja, mas é necessário integrar a mensagem nesta ‘nova cultura’ criada pelas
modernas comunicações” (Colina, 2009). Segundo esclareceu Bento XVI, “a cultura moderna surge,
antes ainda que dos conteúdos, do próprio fato de que existem novas formas de comunicar, com novas
linguagens, novas técnicas, novos comportamentos psicológicos” (id., ib.).12
à prece. Na década de 40, o papa Pio XII usou o rádio pela primeira vez para fazer sua pregação, a partir desse episódio o
uso de tecnologia se espalhou, se consolidou com a TV e atualmente é a internet que chega para potencializar tudo isso no
mundo virtual.
11 O Globo, 2009:34: “— Eles (os jovens) estão buscando uma cultura de comunicação diferente e esse é nosso esforço
para assegurarmos que a Igreja esteja presente nessa cultura de comunicações — disse o monsenhor Paul Tighe, secretário
do Departamento de Comunicação do Vaticano. — Reconhecemos que uma Igreja que não se comunica deixa de ser uma
igreja”. Comentário: O serviço, voltado ao público jovem, tem vídeos, áudios, fotos e transcrições de discursos do Papa,
além de eventos da Igreja Católica em geral. Contudo, quem agregar o Papa em sua página do Facebook não poderá receber
um email confirmando ter sido aceito como “amigo” do Pontífice, nem poderá escrever na sua “parede” (um recurso de
recados na página principal de cada usuário). Terá que se contentar em simplesmente acessar as informações fornecidas pelo
aplicativo. Apesar de pequenas limitações, o Vaticano está entusiasmado com a ideia de poder atrair mais jovens à Igreja.
12 O Papa Bento XVI navega pela Internet e utiliza o correio eletrônico, segundo confirmou o presidente do Conselho
Pontifício de Comunicações Sociais do Vaticano, Dom Claudio Maria Celli, em declarações à rede de TV 'Italia 1', em
novembro de 2009 (VIDAL, 2009). Celli acrescentou que o Pontífice recebe "milhões de mensagens" e que, mesmo que não
consiga responder todas, reza por todas as pessoas que lhe escrevem. "A Internet é um meio excelente de comunicação",
afirmou. Em novembro de 2009, no Vaticano foi realizado um curso sobre Internet e novas tecnologias, especialmente
dedicado aos bispos europeus e no qual representantes do Google, Wikipedia, Facebook e até um hacker da informática
apresentaram seus conhecimentos. O encontro serviu para refletir e propor medidas para se conseguir que a Igreja esteja
mais presente e tire mais proveito das novas tecnologias para chegar às pessoas e dar a conhecer a sua mensagem: "Não
tenhamos ilusões", afirmou o bispo de Gap e Embrun (sudeste da França), Dom Jean-Michel di Falco Léandri, para quem a
"Internet não pode deixar de transformar também a Igreja". Segundo Falco Léandri, "as catedrais do século XXI" serão
"midiáticas" e devem ser construídas "na rede". "Além de assegurar a vida de nossas paróquias e de nossas dioceses,
devemos estar presentes ali onde estão as pessoas, onde o mundo muda. Portanto, é preciso ir ao YouTube, My Space,
Facebook", destacou (Vidal, 2009).
4
A documentação do Vaticano13 demonstra que a preocupação da Igreja com os meios de
comunicação - particularmente com a internet - é resultante de um longo processo de avaliação do uso
da tecnologia no ambiente católico. O interesse da Igreja Católica pela internet constitui uma particular
expressão do seu antigo interesse pelos meios de comunicação social como resultado do processo
histórico-científico. Citando a Carta Encíclica Miranda prorsus (1957) do Papa Pio XII, a Instrução
Pastoral sobre os meios de comunicação social Communio et progressio (1971) destacou estes meios
de comunicação social como “dons de Deus” na medida em que, segundo a intenção providencial,
criam laços de solidariedade entre os homens, colocando-se dessa forma a serviço da Sua vontade
salvífica. Esta questão continua sendo o ponto de vista da Igreja acerca da internet. Os modernos meios
de comunicação constituem fatores sociais que tem um papel a desempenhar na história da
comunicação humana e da religião: “É na vida, morte e ressurreição de Cristo, ‘é em Deus feito
Homem, nosso Irmão, que se encontra o fundamento e o protótipo da comunicação entre os
homens’.”14
O Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, por intermédio do documento Igreja e
Internet (2002), reconhece que os meios de comunicação social oferecem importantes benefícios e
vantagens sob uma perspectiva religiosa, já que transmitem notícias e informações acerca de eventos,
idéias, personalidades religiosas e, por fim, servem também como veículo para a evangelização e a
catequese. No caso da internet, ela oferece às pessoas um acesso direto e imediato a importantes
recursos religiosos e espirituais – livrarias, museus e lugares de culto, os documentos do ensinamento
do Magistério, os escritos dos Padres e dos Doutores da Igreja etc. A internet, reconhece ainda o
documento Igreja e Internet, tem a capacidade de ultrapassar a distância e o isolamento, levando os
indivíduos a entrarem em contato com as pessoas de boa vontade que nutrem os mesmos interesses e
que participam das comunidades virtuais de fé para se encorajarem e auxiliarem umas às outras. 15 A
Igreja reconhece que um número cada vez maior de pessoas adquire familiaridade com a internet em
outros setores da sua vida, e com isso é provável que recorram também a ela para aquilo que diz
respeito à religião e à Igreja.16
13Carta Encíclica Miranda Prorsus (1957), do Papa Pio XII; Instrução Pastoral sobre os meios de comunicação social
Communio et progressio (1971) e Igreja e Internet (2002).
14 Communio et progressio, n.10.
15 Igreja e Internet, n.5.
16 Igreja e Internet, n.6. Acrescentamos observações de Sanchotene (2011) sobre a questão: “A religião 2.0 é o ambiente
interativo que move as práticas religiosas dos fiéis às práticas midiáticas. Todas essas ferramentas e recursos proporcionados
pelas novas tecnologias são apropriados pelo campo religioso, fazendo emergir um outro conceito de religião. (...) No caso
da internet, verificamos que novas práticas constituem o fazer religião da atualidade, tais como navegar, clicar, “tuittar”,
6
A internet apresenta à Igreja também alguns problemas singulares abordados no documento
Ética na Internet (2002), associado ao documento Igreja e Internet (2002). Entre os problemas
específicos apresentados encontra-se a presença de sites que instigam ao ódio, destinados a difamar e a
atacar os grupos religiosos e étnicos assim como a pornografia e a violência nos meios de comunicação
social.17
Considerações finais18: À primeira vista, pode parecer inusitado que as religiões –
particularmente a Católica - estejam cada vez mais próximas das novidades promovidas pelo
ciberespaço. Uma análise mais minuciosa, porém, mostra que isso faz todo sentido. Lideranças das
mais diversas crenças perceberam que os recursos tecnológicos - em especial os recursos oferecidos
pela internet - são ferramentas poderosas para disseminar suas religiões, estreitar laços com os fiéis e
atrair novos adeptos. O fenômeno deve ser compreendido junto ao avanço da globalização a partir da
década de 90, que imprimiu uma nova ordem mundial na qual o investimento tecnológico é uma
estratégia determinante. No contexto das transformações sociopolíticas e religiosas, a informação e os
meios de comunicação passam a ter um espaço privilegiado.
Não é de hoje que as religiões de um modo geral passaram a investir em meios de comunicação
como o rádio e a TV para ampliar seu alcance. Também não é de hoje que diversos credos passaram a
investir no seguimento web para ampliar seu alcance. Já transcorreram algumas décadas que o templo
deixou de ser o único local onde se pode ouvir a palavra transmitida por padres, pastores ou rabinos - o
que não significa que as mídias tenham substituído os cultos presenciais. Os recursos oferecidos pelo
ciberespaço, em geral mais interativos que os da mídia tradicional, tem corroborado no intuito de
aproximar as religiões de seus seguidores, ampliando o espaço de exercício da fé.
Referências Bibliográficas
acessar, etc., que fazem parte de uma religiosidade personalizada, que emerge da mídia, pois é possível receber conteúdo no
email, no celular e compartilhar a mensagem via redes sociais”. Exemplicando: Na Basílica de Nossa Senhora Aparecida,
no interior de São Paulo, há uma equipe especializada em WEB 2.0, cujo objetivo é transformar o site em um "portal
colaborativo". O site permite que as pessoas rezem usando um terço virtual e baixem imagens sacras para o celular, tem
também ferramentas para que os católicos troquem informações e criem comunidades de interesse.
17 Pornografia e violência nas comunicações sociais: uma resposta pastoral, n. 6. Obs.: O quadro sobre o
desenvolvimento religioso nas redes sociais não é um fenômeno restrito ao campo religioso brasileiro, nem a apenas ao
catolicismo. Futuramente, pretendemos ampliar o quadro de análise sobre o impacto da virtualização do exercício da fé no
Brasil para outras religiões (judaica, evangélicas, espírita e a umbanda).
18 As considerações apresentadas devem ser entendidas como resultado de um estudo ainda em curso, e que se espera,
possa futuramente ser lida num conjunto mais amplo.
6
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