PERÍODO INTER-TESTAMENTÁRIO Virando-se a página do livro de Malaquias para o primeiro capitulo do Novo Testamento, há um salto de mais de 400 anos. Durante este tempo nenhum profeta bíblico falou ou escreveu. Esses anos são chamados de “anos de silencio”. Mas houve grandes acontecimentos nesse tempo que nos faz entender melhor o Novo Testamento. IMPÉRIO PERSA – 430 – 331 a.C Ao encerrar o Antigo Testamento, lá pelo ano 430 a.C, Judá ou Judéia era uma província da Pérsia, sendo esta nação, potencia mundial por mais de 100 anos. IMPÉRIO GREGO – 331 – 167 a.C Vindo da Grécia, o comandante grego Alexandre, o Grande (336 a.C) investiu para o oriente, sobre as terras que estiveram sob o domínio do Egito, Assíria, Babilônia e Pérsia. Em 331 a.C grande parte do mundo estava sob seus pés e em 332 a.C conquistou a Palestina. Alexandre fundou cidades gregas por todos os seus domínios e a elas levou a cultura (helenismo) e a língua dos gregos. Depois disto, a vida do povo judeu foi intensamente marcada pelo confronto com a cultura grega. OS PTOLOMEUS (REIS GREGOS DO EGITO) Alexandre, o Grande, morreu em 323 a.C e a Palestina ficou debaixo do governo de um dos seus generais gregos, Ptolomeu, que também governou o Egito. Daí vieram os reis gregos do Egito conhecido como os “Ptolomeus”, 323 a 117 a.C. Sob estes reis do Egito, a condição dos judeus foi sobretudo pacífica. Durante este período surgiu a forte colônia judaica na cidade de Alexandria, no norte do Egito. Nesta cidade foi feita a primeira versão do AT hebraico, a versão em grego conhecida como “A Septuaginta (LXX), intitulado assim por causa do setenta eruditos que, de acordo com a tradição, participaram na tradução. Os autores do NT escreveram em grego e com freqüência, utilizaram a LXX quando citavam o AT. OS SELEUCIDAS (REIS GREGOS DA SÍRIA) Assim como Ptolomeu, um dos generais de Alexandre, Seleuco, se tornou governador de um vasto império que se estendeu da Ásia Menor à Babilônia. A capital do Império Seleucida foi estabelecida na cidade de Antioquia na Síria, ao norte da Palestina. Daí vieram os reis gregos da Síria conhecido como “os Seleucidas”. Em 198 a.C o governador selêucida Antioco III conseguiu ocupar o território palestino que estava sob o domínio dos Ptolomeus. Em 175 a.C, Antíoco VI tentou forçar os judeus a adotar os costumes e a religião dos gregos. Ele esmerou-se em fazer com que os judeus deixassem de adorar ao único e verdadeiro Deus, empenhou-se em destruir todas as cópias da Torá, ordenou que os judeus adorassem ao deus grego Zeus e colocou uma estátua de Zeus no templo de Jerusalém e sacrificou um porco ali. PERÍODO DA INDEPENDÊNCIA – 167 – 63 a.C Depois desta profanação, iniciou-se a Revolta dos Macabeus. Sob a liderança de Judas Macabeus, pequenos grupos judaicos de guerrilha combateram e derrotaram repetidamente grandes batalhões selêucidas. Os judeus ocuparam Jerusalém e rededicaram o templo em 164 a.C. Por 100 anos eles viveram a independência. PERÍODO ROMANO – 63 a.C No ano 63 a.C o general romano Pompeu invadiu Jerusalém. Os conquistadores romanos mataram os sacerdotes judaicos enquanto ministravam no templo. Essas e outras ações fizeram com que os judeus cultivassem um ódio profundo pelos romanos. Herodes , um judeu prosélito foi colocado como rei da Judéia. Ele reinou de 37 a.C até a sua morte em 4 d.C. Foi esse Herodes que governava a Judéia quando Jesus nasceu e que mandou matar todos os meninos de Belém abaixo de dois anos (Mt 2.16). Muita coisa que se apresenta de pano de fundo do Novo Testamento, do tempo de Jesus e dos Apóstolos surgiram neste período inter-testamentário. Exemplos: DIÁSPORA OU DISPERSÃO: Com tantos cativeiros o povo judeu foi se dispersando (A Dispersão), vivendo fora da Palestina. Nesse período inter-testamentário, os judeus de fora da Palestina vieram a ser muito mais numerosos do que os da terra natal. Importantes colônias de judeus se formaram nas principais cidades do mundo civilizado principalmente sediada nos países da Babilônia, Síria e Egito. SINAGOGAS: Surgiram nos dias do cativeiro babilônico. Destruído o templo e dispersa a nação, houve necessidade de lugares de instrução e culto, onde quer que existissem comunidades judaicas. Após o repatriamento, continuaram as sinagogas, tanto na terra natal como nos centros judaicos de outros países. Em Jerusalém, apesar de lá se achar o templo, havia muitas sinagogas. Cada uma possuía cópias dos livros da Escritura, que eram lidos regular e publicamente. SAMARITANOS: A Bíblia refere que povos estrangeiros foram transladados para habitar o território das populações deportadas. Estes estrangeiros teriam criado uma religião nova, que misturava elementos hebraicos e pagãos, e encontram-se na origem dos Samaritanos. Eram rejeitados pelos judeus por causa dessa miscigenação de raça, cultura e religião. ESCRIBAS: Eram copiadores das Escrituras. Sua profissão era muita antiga e de grande importância. Acredita-se que surgiram durante o exílio. Sua função era estudar, interpretar, tanto quanto copiar as Escrituras. Eram conhecidos no tempo de Jesus como mestres da lei ou doutores da lei, eram reconhecidos como autoridades. FARISEUS: Surgiu no tempo da Revolta dos Macabeus a fim de lutar contra a ameaça de paganismo dos selêucidas (gregos). Se tornou mais tarde uma seita judaica juntamente com os saduceus e os essênios. SADUCEUS: Surgiu mais ou menos na mesma época dos fariseus. Eram favoráveis à adoção dos costumes gregos e tomaram o partido dos helenistas. Não participaram da luta dos Macabeus em prol da sua nação. SINÉDRIO: Conselho dos judeus no tempo de Cristo. Compunha-se de 70 membros, na maioria sacerdotes e saduceus nobres, alguns fariseus, escribas e anciãos, presidido pelo sumo sacerdote.