IP/98/1090 Bruxelas, 9 de Dezembro de 1998 A Comissão adopta uma nova política em relação à Coreia A Comissão Europeia adoptou novas propostas destinadas a reforçar as relações entre a Europa e a Coreia do Sul. A comunicação da Comissão intitulada "A política da União Europeia em relação à República da Coreia" definiu uma nova estratégia global para as relações entre a União Europeia e a Coreia. A Comissão considera que é chegado o momento de reconsiderar a política da UE, essencialmente por três ordens de razões: em primeiro lugar, o arranque de importantes reformas económicas na sequência da crise financeira; em segundo, a eleição para a presidência do reformista e antigo dissidente Kim Dae em Dezembro de 1997; e, por fim, uma evolução importante nas relações com a Coreia do Norte e o desenvolvimento de uma relação construtiva. Apesar de haver mergulhado na recessão, a Coreia permanece um dos principais parceiros comerciais da UE e a Europa possui interesses políticos e económicos importantes na região. A comunicação preconiza a continuação do apoio ao processo de reformas económicas empreendido pelo presidente Kim e sublinha a necessidade de a Coreia do Sul melhorar o acesso ao seu mercado. Apoia igualmente o reforço da cooperação entre a UE e a Coreia a fim de reunir apoios a nível mundial em prol de um novo ciclo de negociações comerciais. A comunicação aprova também a nova política sul-coreana tendente a reduzir as tensões com a Coreia do Norte através de uma aproximação à comunidade internacional em lugar de prosseguir na via do isolamento. Sir Leon Brittan, Vice-Presidente da Comissão Europeia, proferiu as seguintes declarações: "Esta nova comunicação reflecte as alterações na situação política e económica que se têm vindo a produzir na península coreana. A comunicação manifesta um firme apoio político ao programa de reformas económicas do presidente Kim e acolhe com satisfação a política radicalmente nova de "abertura" da Coreia do Sul, que consiste em atenuar as tensões com a Coreia do Norte através de uma relação construtiva. A Coreia do Sul teve um arranque impressionante no que se refere à criação de uma economia de mercado mais aberta e a Europa deveria continuar a dar um apoio firme mas vigilante a esta ambiciosa agenda de reformas. A Europa tem todo o interesse em trabalhar em parceria com a Coreia do Sul, tendo em vista o reforço da democracia, a prosperidade económica e a estabilidade política na região". No plano económico, a comunicação da Comissão manifesta um apoio firme mas crítico à ambiciosa agenda de reformas do presidente Kim. Acolhe com satisfação as medidas tomadas no sentido de atenuar as restrições impostas aos investimentos estrangeiros, reforçar os sistemas de fiscalização financeira e melhorar a eficácia do sector bancário. São, contudo, necessárias medidas suplementares para a reestruturação do sector das empresas e para a criação de um clima empresarial transparente. A comunicação aprova a continuação do controlo pela UE dos esforços de reestruturação efectuados pela Coreia a fim de garantir que o governo sul-coreano mantenha os seus compromissos de transparência e de não intervencionismo e respeite as condições relativas aos programas de assistência financeira internacional como, por exemplo, a supressão das práticas anteriores muitas vezes classificadas de "capitalismo de compadrio", que equivalem frequentemente a subvenções disfarçadas. A comunicação sublinha igualmente a necessidade de a Coreia do Sul melhorar o acesso ao seu mercado interno e de eliminar os obstáculos ao comércio. No plano político, a Comissão preconiza uma cooperação bilateral estreita a fim de reduzir as tensões na península coreana dividida. A Comissão apoia firmemente a política sul-coreana que procura aproximar o Norte comunista, em vez de o isolar, e preconiza que a UE mantenha o seu apoio político às discussões quadripartidas (entre os Estados Unidos, a China, a Coreia do Norte e do Sul) que visam a obtenção de um acordo de paz duradouro. A comunicação procura aproximar activamente a Coreia do Norte da comunidade internacional e preconiza que a UE continue a associar uma ajuda alimentar destinada aos grupos vulneráveis na Coreia do Norte, sem prejuído de um acordo relativo aos mecanismos adequados de controlo, a medidas destinadas a fomentar a adaptação das políticas agrícolas na Coreia do Norte. Esta posição explica-se porque a ajuda alimentar é, na melhor das hipóteses, uma solução a curto prazo para os problemas económicos da Coreia do Norte. Apesar das catástrofes naturais em 1995-1997, as causas principais da escassez alimentar que afecta a Coreia do Norte são práticas agrícolas não sustentáveis e, em especial, o falhanço de determinadas políticas económicas. A comunicação defende o reforço do diálogo bilateral com Seúl noutros domínios - por exemplo, as questões relacionadas com a Organização Mundial do Comércio. Preconiza que a UE colabore estreitamente com a Coreia do Sul no sentido da criação de um apoio a nível mundial com vista à organização de um novo ciclo de negociações comerciais globais e que as duas partes cooperem sobre as questões de interesse comum como os investimentos, a concorrência e o comércio electrónico. A Coreia do Sul é um importante parceiro comercial da UE. Em 1997, o comércio bilateral representou 27,5 mil milhões de ecus. Em 1998, a Coreia do Sul conheceu uma baixa do PIB real calculada em 7%, mas prevê-se que a economia regresse ao caminho do crescimento no final de 1999. 2