0 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSO EM ENFERMAGEM CURSO DE MESTRADO ACADÊMICO ARYELE RAYANA ANTUNES DE ARAÚJO ANÁLISE DOS FATORES DE RISCO DO DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM RISCO DE INFECÇÃO EM PACIENTES COM CÂNCER HOSPITALIZADOS NATAL/RN 2016 1 ARYELE RAYANA ANTUNES DE ARAÚJO ANÁLISE DOS FATORES DE RISCO DO DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM RISCO DE INFECÇÃO EM PACIENTES COM CÂNCER HOSPITALIZADOS Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Enfermagem. Área de Concentração: Enfermagem na Atenção à Saúde. Linha de Pesquisa: Desenvolvimento Tecnológico em Saúde e em Enfermagem. Grupo de Pesquisa: Grupo de Estudos e Pesquisa em Enfermagem Baseada em Evidências. Orientadora: Profa. Dra. Alexsandra Rodrigues Feijão NATAL/RN 2016 2 Catalogação da Publicação na Fonte Universidade Federal do Rio Grande do Norte - Sistema de Bibliotecas Biblioteca Central Zila Mamede / Setor de Informação e Referência Araújo, Aryele Rayana Antunes de. Análise dos fatores de risco do diagnóstico de enfermagem risco de infecção em pacientes com câncer hospitalizados / Aryele Rayana Antunes de Araújo. - 2016. 80 f. Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem. Natal, RN, 2017. Orientadora: Prof.ª Dr.ª Alexsandra Rodrigues Feijão. 1. Neoplasias - Dissertação. 2. Enfermagem - Dissertação. 3. Diagnóstico de Enfermagem - Dissertação. 4. Câncer - Dissertação. 5. Fator de Risco - Dissertação. I. Feijão, Alexsandra Rodrigues. II. Título. RN/UF/BCZM CDU 616-006:616-083 3 ARYELE RAYANA ANTUNES DE ARAÚJO A ANÁLISE DOS FATORES DE RISCO DO DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM RISCO DE INFECÇÃO EM PACIENTES COM CÂNCER HOSPITALIZADOS Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (PGENF-UFRN), como requisito para obtenção de título de Mestre em Enfermagem. Aprovada em: ___/___/___ BANCA EXAMINADORA _______________________________________________ Profa. Dra. Alexsandra Rodrigues Feijão Presidente da Banca _________________________________________________ Profa. Dra. Bertha Cruz Enders Membro interno ________________________________________________ Profa. Dra. Gabriela de Sousa Martins Melo Membro externo ao Programa _________________________________________________ Profa. Dra. Isabelle Katherinne Fernandes Costa Membro interno _________________________________________________ Profa. Dra. Maria Lurdemiler Sabóia Mota Membro externo ao Programa 4 AGRADECIMENTO Agradeço a Deus por ter me proporcionado caminhos tão frutíferos, pessoas tão especiais, momentos de aprendizado e oportunidades de crescimento; Agradeço a minha família por me amar, apesar das minhas arestas, por me respeitar e acolher mesmo quando entender não foi possível, por me dar a base para discernir o momento para sacrificar e plantar, e todos aqueles para aproveitar a colheita; Agradeço aos meus pais que sempre foram para mim maior inspiração de vida. Ao meu pai Raimundo, de quem herdei o dom da briga, o senso de justiça, o amor pelo simples, a admiração pela família e o sentimento de que essas são as coisas mais importantes e aquelas pelas quais enfrentaremos qualquer batalha; A minha irmã Alyna com quem brigo e amo todos os dias, com quem discordo só pelo prazer de discordar e sei que será minha companheira de vida além de todos os outros. Com ela divido o sonho de perpetuar nossa forma de vida, nossa união de família tão torta que por cima de espinhos florece. O pedaço de mim que mais amo fora do meu corpo. À minha mãe Régina, pessoa que mais me inspirou dentre todos, a mais forte entre todos os fortes. A maior de dentre todos os educadores que passaram na minha vida e que por tantas vezes me disse para escolher qualquer profissão que não o ofício de lecionar e mesmo assim me envolveu tanto no processo que o tornou parte de mim. A professora, e mulher, e mãe que me mostra pelo exemplo que nada é tão pesado que não possa ser carregado, nada é tão difícil que não possa ser feito e que na vida tudo vai inquestionavelmente passar. Portanto, se houver dúvida, viva! ! Aos meus amigos que tanto me ensinam, que tanto me entendem, que tanto me corrigem e me fazem sentir como é boa a família que se escolhe pelo afeto, as relações que se formam pela admiração, e todos os momentos que guardo com apreço. 5 Aos meus amigos de trabalho, que transformaram meu modo de ser e enxergar o mundo, que lapidaram muitas daquelas arestas, que se doaram para causas que eram minhas e deram o ombro em momentos de desespero, compreensão em momentos de falhas, e muita ajuda quando eu mesmo não podia. À minha orientadora, pela generosidade em aceitar as mudanças que me fariam trabalhar no sonho de estudar pacientes com câncer. E por ter sido para mim a mestre que acolhe, compreende e norteia, sem ela o caminho não seria possível. Aos meus amigos do Mestrado que me proporcionaram crescimento intelectual e pessoal sem precedentes, com quem vive intensamente momentos deliciosos de discussão e noites afins de estudo. Que também foram meus orientadores, meus parceiros, e me mostraram o quão deliciosos são os momentos de comemoração após cada aula de Bases Filosóficas. A todos os meus professores, que desde o berço me ensinaram as lições da vida, me deram todas as ferramentas para construir o aprendizado e pela admiração fizeram em mim crescer o sonho de ser um pouquinho como todos eles. Ao grupo de pesquisa GEPEBE e às meninas Cristiane, Isabelle, Juliana, Anne, Isabela e Annanda, que dedicaram férias e fins de semana, noites e feriados em prol do meu sonho, do meu trabalho, e o tornaram também delas. À Liga Norte-rio-grandense Contra o Câncer, por ter possibilitado meu curso de Mestrado Acadêmico, com todas as disciplinas e exigências desse, e a compreensão e flexibilidade para que esse sonho fosse possível. Aos pacientes com câncer, que me fazem tão feliz, por quem me apaixonei desde o primeiro instante, que me inspiram o amor e a força, que dão lições diárias de resiliência e afeto gratuitos. Às professoras Bertha, Gabriela, Isabelle e Lurdemiler pelas valiosas contribuições na construção deste trabalho. 6 À Universidade Federal do Rio Grande do Norte, instituição ímpar, que me abriu a mente ao mundo e suas possibilidades. Que me deu profissão, caminho e instrumentos para construir o conhecimento e participar da ciência. Obrigada! 7 ARAÚJO, A.R.A. Análise dos fatores de risco do diagnóstico de enfermagem risco de infecção em pacientes com câncer hospitalizados. 2016. 80f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) - Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal/RN, 2016. RESUMO As Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde representam uma grave problemática de saúde mundial. Relativo especificamente aos pacientes com câncer hospitalizados, estes possuem fatores relacionados à doença, ao tratamento e à internação que favorecem o desenvolvimento desses eventos. Assim, objetivou-se identificar os fatores de risco do Diagnóstico de Enfermagem Risco de Infecção em pacientes com câncer hospitalizados notificados com Infecção Relacionada à Assistência de Saúde e acordo com a NANDA-I. Trata-se de um estudo documental quantitativo desenvolvido em um hospital referência em oncologia para pacientes do Sistema Único de Saúde no estado do Rio Grande do Norte. Foram analisados os prontuários de pacientes com idade igual ou superior a 18 anos, de ambos os sexos, entre os anos de 2013 e 2014, os quais apresentaram infecção associada à assistência de saúde durante o período de internação. A amostra totalizou 105 prontuários. A coleta de dados se deu entre os meses de novembro de 2015 a abril de 2016 por meio de um instrumento composto por variáveis sociodemográficas e de saúde e os fatores de risco para infecção. Foram realizadas análises exploratórias amostrais por meio de distribuições de frequências e medidas descritivas. As diferenças entre as proporções foram verificadas mediante aplicação dos Testes Qui-quadrado de Pearson e o Teste Exato de Fisher e a Regressão Múltipla foi avaliada por meio do teste T de Student, todos com nível de significância de 5% (p valor ≤ 0,05). O estudo foi aprovado nos Comitês de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e da Liga Norte-rio-grandense contra o Câncer, nº do CAAE 48374815.3.3001.5293. Quanto à caracterização da amostra, verificou-se maioria de adultos (54,3%), com média de idade de 58,9 (±14,7), do sexo feminino (57,1%), com companheiro (51,4%), trabalhavam (34,3%), provenientes do interior do estado do Rio Grande do Norte (59,0%). Em relação às características clínicas, 64,8% dos pacientes estavam internados por uma clínica cirúrgica. As manifestações clínicas mais relatadas nos prontuários foram febre (43,8%), dor (33,3%) e constipação (26,7%). Os sítios de infecção mais presentes foram infecção do sítio cirúrgico (50,5%), infecção do trato urinário (21,0%), e infecção de corrente sanguínea (19,0%). Referente aos fatores de risco do diagnóstico de enfermagem risco de infecção, os mais prevalentes foram, respectivamente, procedimento invasivo (100,0%), pele rompida (93,3%) e peristaltismo inadequado (63,8%). Observou-se uma associação estatisticamente significante entre os fatores de risco pele rompida característica cirúrgica do paciente; e hemoglobinemia aos pacientes de condição não-cirúrgica com p-valor ≤ 0,05. Além disso, foi significativa a relação entre o tempo de internação e pertencentes a uma clínica não-cirúrgica e que realizaram cirurgia prévia. Descritores: Neoplasias. Câncer. Diagnóstico de Enfermagem. Fator de risco. Enfermagem. 8 ABSTRACT The infections regarding health care represents a serious problematic of global health. Especially when it involves patients with cancer that are hospitalized, they have factors pertaining the disease, treatment and hospitalization that boosts the development of these events. Therefore, the purpose was to analyze the risk factors of the Nursing’s infection risk diagnostic on patients with cancer that are hospitalized and with an infection related to health care and according to the North American Nursing Diagnosis-International. It is about a documentary and quantitative study developed inside a hospital that is reference on the field of oncology for patients of the Single Health System (SUS) in the state of Rio Grande do Norte. The handbooks of patients with age equal or above 18 years, of both gender, between the years of 2013 and 2014, which had showed infection associated with the health care during their hospitalization period were analyzed. Sample was composed with 105 handbooks. The data gathering happened between November of 2015, to April of 2016, using an instrument composed by sociodemographic and health variables and the risk factors for infection. Sample exploratory analysis were made using frequency distributions and descriptive measures. The differences between the proportions were verified upon the applications of the Chi – Square test and Fisher’s Exact test and the Multiple regression was evaluated using Student’s T test, all of them with significance level of 5% (p value ≤ 0,05). The study was approved on the committees of Ethics in Research of Universidade Federal do Rio Grande do Norte and the Norte Riograndense League against cancer, nº of CAAE 48374815.3.3001.5293. Regarding the sample’s characterization, it was verified a majority of adults (54.3%), with average age of 58.9 (±14.7), female (57.1%), with a companion (51.4%), that used to work (34.3%), coming from the state’s countryside (59.0%). Regarding clinical characterization, 64.8% of the patients were hospitalized by a surgical clinic. The most reported clinical manifestations on the handbooks were fever (43.8%), pain (33.3%) and constipation (26.7%). Referring the risk factors of the Nursing’s infection risk diagnostic, the most prevailing were, respectively, invasive procedure (100.0%), disrupted skin (93.3%) and inadequate peristalsis (63.8%). One observes a statistically significant association between risk factors, disrupted skin, a patient’s surgical characteristic, and the presence of free hemoglobin on the blood on patients with a non – surgical condition, with p-value ≤ 0.05. Furthermore, the hospitalization’s time evaluation and the patient being a woman was significant, belonging to a non – surgical clinic and that made a previous surgery. Keywords: Neoplasms. Cancer. Nursing Diagnosis. Risk Factors. Nursing 9 LISTA DE SIGLAS ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária CCIH Comissões de Controle de Infecção Hospitalar CDC Center for Disease Control and Prevention DCNT Doenças crônicas não-transmissíveis HLA Hospital Dr. Luiz Antônio IRAS Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde LIGA Liga Norte-rio-grandense Contra o Câncer NANDA-I North American Nursing Diagnosis-International l NIC Nursing Interventions Classification OMS Organização Mundial da Saúde PE Processo de Enfermagem PNI Programa Nacional de Imunizações SAE Sistematização da Assistência de Enfermagem SPSS Statistical Package for Social Sciences SUS Sistema Único de Saúde 10 LISTA DE TABELAS Tabela 1. Caracterização de saúde de pacientes oncológicos com Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde. Natal/RN, Brasil, 2016 ................................... 40 Tabela 2. Manifestações clínicas relatadas de pacientes oncológicos com Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde. Natal/RN, Brasil, 2016 ................................... 41 Tabela 3. Distribuição dos fatores de risco do diagnóstico de enfermagem Risco de Infecção em pacientes oncológicos com Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde. Natal/RN, Brasil, 2016................................................................................... 41 Tabela 4. Fatores de Risco do Diagnóstico de Enfermagem Risco de Infecção em pacientes oncológicos com Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde. Natal/RN, Brasil, 2016. .............................................................................................. 42 Tabela 5. Regressão múltipla do tempo de internação e demais variáveis dos sujeitos com IRAS. Natal/RN, Brasil, 2016. ............................................................... 42 Tabela 6. Sítios de infecção de pacientes oncológicos com Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde. Natal/RN, Brasil, 2016.......................................................... 43 Tabela 7. Perfil microbiológico de pacientes oncológicos com Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde. Natal/RN, Brasil, 2016. .................................. 43 11 LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Operacionalização das variáveis sociodemográficas, clínicas e fatores de risco do diagnóstico de enfermagem Risco de infecção em pacientes oncológicos que desenvolveram IRAS. Natal/RN, 2016. .............................................................. 36 12 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13 2 OBJETIVO ............................................................................................................. 21 3 REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................................... 22 3.1 PROCESSO DE ENFERMAGEM E PROCESSO DIAGNÓSTICO ..................... 22 4 MÉTODO................................................................................................................ 33 4.1 TIPO DE ESTUDO .............................................................................................. 33 4.2 LOCAL DO ESTUDO .......................................................................................... 33 4.3 POPULAÇÃO/AMOSTRA ................................................................................... 34 4.4 INTRUMENTO DE COLETA DE DADOS E VARIÁVEIS DO ESTUDO .............. 34 4.5 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS .................................................... 38 4.6 ANÁLISE DE DADOS.......................................................................................... 38 4.7 ASPECTOS ÉTICOS........................................................................................... 39 5 RESULTADOS ....................................................................................................... 40 6 DISCUSSÃO .......................................................................................................... 45 7 CONCLUSÕES ...................................................................................................... 56 APÊNDICES ............................................................................................................. 70 ANEXOS ................................................................................................................... 74 13 1 INTRODUÇÃO O câncer corresponde a um conjunto de doenças que apresentam crescimento desordenado de células anormais com potencial invasivo. Condições multifatoriais estão envolvidas na sua origem, podendo agir em conjunto ou em sequência para iniciar ou promover o câncer, a chamada carcinogênese (INCA, 2014). Segundo Cotran, Kumar e Robbins (2016), além do crescimento desordenado, que ocorre mesmo na ausência de fatores de crescimento, é necessário que essas células se multipliquem em número excessivamente maior que o esperado da mesma célula em condições normais. Desta forma, os tumores malignos são mais agressivos, invasivos, e com habilidade de disseminação. Sendo capazes de penetrar em vasos sanguíneos e linfáticos e cavidades corporais, configurando as metástases. Devido suas características clínicas e epidemiológicas, essa doença é um problema de saúde pública de grande impacto na população mundial, sobretudo em países em desenvolvimento. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que até 2025, esses sejam responsáveis por 80% dos 20 milhões de casos novos esperados (OMS, 2014). Ressalta-se ainda que os países desenvolvidos e em desenvolvimento assemelham-se quanto aos os perfis de magnitude dos tipos de câncer mais incidentes. Estes se dividem entre tumores relacionados à riqueza, como próstata, mama e intestino, justificados pelos hábitos de vida ocidentais. Quanto aos tumores relacionados à pobreza como tumores de estômago e colo de útero, mais associados a infecções (INCA, 2015). No Brasil, houve uma mudança no perfil de morbimortalidade nas últimas décadas com maior prevalência de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) e diminuição das doenças infectoparisitárias. Isso ocorreu como resultado do maior acesso a serviços de saúde e descentralização desses, crescimento e consolidação do Programa Nacional de Imunizações (PNI), maior urbanização das cidades, com ampliação do acesso à tecnologia, contribuindo para o envelhecimento da população (INCA, 2014). Para os anos de 2016 e 2017, estima-se que ocorrerão aproximadamente 600 mil novos casos de câncer. Excluindo-se os casos de câncer de pele não melanoma, os que serão mais frequentes entre os homens são os tumores de próstata (28,6%), pulmão (8,1%), intestino (7,8%), estômago (6,0%) e cavidade oral (5,2%). Entre as 14 mulheres, os cânceres de mama (28,1%), intestino (8,6%), colo do útero (7,9%), pulmão (5,3%) e estômago (3,7%) estarão entre os principais (INCA, 2015). No Nordeste, são estimadas 52.680 ocorrências para homens, sendo os mais incidentes próstata, traqueia brônquios e pulmão, cólon e reto. Entre as mulheres, são estimados 54.500 novos casos, os mais incidentes serão mama, colo de útero, traqueia brônquios e pulmão (INCA, 2015). O Rio Grande do Norte destoa do Nordeste e se aproxima da realidade nacional ao ter incidência maior de câncer em homens, porém mantém a mesma distribuição de tipos de tumores por sexo mais incidentes no Nordeste (INCA, 2015). Tais características epidemiológicas também são reflexo do avanço nos métodos diagnósticos e tratamentos, pois aumentam a sobrevida dos pacientes, mesmo em casos de doença avançada. Com isso, são cada vez mais frequentes as hospitalizações para tratamento de intercorrências oncológicas ou tratamento paliativo (ROSA; RADUNZ, 2012; PEIXOTO et al., 2011). Assim, as neoplasias estão entres os grupos de doenças com mais elevada taxa de permanência hospitalar, juntamente com as doenças respiratórias, circulatórias e do trato gastrointestinal (LIMA et al., 2009). A permanência em ambiente hospitalar aumenta a exposição aos riscos inerentes à internação, neles incluídas as Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS). Dentre os fatores associados à hospitalização mais citados na literatura como favoráveis ao desenvolvimento das IRAS, estão a realização de procedimentos invasivos; a permanência de dispositivos invasivos em uso no paciente; e a precária higienização das mãos e paramentação correta da equipe para realização dos procedimentos (PEREIRA et al., 2016). Além das características inerentes aos serviços de saúde e os profissionais, há aquelas relacionadas à própria doença. Estudos apontam que doenças neoplásicas, especialmente as hematológicas levam a uma diminuição da resposta do sistema imune (STAUDINGER; PENE, 2014; FOX et al., 2010; CUENCA et al., 2014). Tal incompetência pode ser devido à supressão da medula óssea por infiltração maligna ou como resultado da quimioterapia citotóxica. Em que a neutropenia normalmente evidenciada em pacientes com câncer constitui causa primeira de imunossupressão nessa clientela, favorecendo a ocorrência de infecções bacterianas ou fúngicas (STAUDINGER; PENE, 2014). 15 A neutropenia febril é uma das principais causas de morbidade e mortalidade nos pacientes oncológicos e ocorre como uma complicação comum em casos de neoplasia hematológica ou após a quimioterapia antineoplásica. Seu prognóstico será pior quanto menor for a contagem de células e mais estendido o tempo da condição (contagem de neutrófilos abaixo de 500 células por mL) (GARCIA-LOZANO et al., 2014). No que toca ao tratamento cirúrgico oncológico, esse está relacionado ao maior risco de desenvolver infecção pelos pacientes e conecta-se a vários fatores, como período de internação pré-operatório, duração do procedimento cirúrgico, idade do paciente, uso de dispositivos invasivos e tempo de permanência desses, presença de doenças crônicas e comorbidades associadas (FEITOSA et al., 2014). A presença de comorbidades e a imunossupressão nesses pacientes acarretam em maior risco de infecção hospitalar grave, o que tem levado a altas taxas de mortalidade intra-hospitalar. Embora vários estudos descrevam as diferentes infecções desenvolvidas por pacientes durante o período hospitalar e seus agentes etiológicos, pouco se sabe sobre estas infecções em pacientes em tratamento oncológico e sobre como o estado imunológico é capaz de determinar o curso destas infecções (BONASSA; GATO, 2012). Devido a esta problemática, a prevenção das Infecções Relacionadas a Assistência à Saúde (IRAS) deve ser considerada prioritária para as instituições de saúde com vistas ao compromisso com a segurança do paciente. As IRAS são infecções adquiridas durante o atendimento em uma instituição de saúde e que não estavam presentes ou em incubação na admissão. Este tipo de infecção não atinge apenas usuários dos serviços, podendo se estender a visitantes, familiares e profissionais de saúde. São em sua maioria causadas por microrganismos resistentes a um ou mais dos antimicrobianos comumente utilizados, sendo urina, tórax, sangue e feridas, seus sítios de instalação mais frequentes (OMS, 2016). O período de 72 horas é um parâmetro adotado pelo Center for Disease Control and Prevention (CDC), entretanto, há instituições de saúde que baseadas na premissa de que as IRAS podem ocorrer antes deste tempo, quando relacionada a procedimento invasivo, adotam 48h após a admissão do paciente como padrão cronológico. As IRAS também podem ocorrer após a alta, desde que presentes fatores relacionados à hospitalização (NOGUEIRA et al., 2009). 16 Embora as informações sobre esse problema ainda sejam incipientes, as IRAS estão entre as seis principais causas de óbito no Brasil, ao lado das doenças cardiovasculares, doenças respiratórias e neoplasias, e as doenças transmissíveis (NOGUEIRA et al., 2009). Neste sentido, as IRAS geram grande impacto negativo nos serviços de saúde e seus usuários devido às suas consequências, tais como prolongamento do período de internação, encargo financeiro adicional maciço para as instituições, custos elevados para os pacientes e suas famílias, aumento da resistência dos microrganismos aos antimicrobianos, incapacidades a longo prazo, e mortes. E apesar do risco de adquirir uma IRAS ser intrínseco a todas as instituições de saúde, seu encargo global ainda permanece desconhecido devido à subnotificação de dados e a não reunião de dados diagnósticos confiáveis (OMS, 2016). O próprio ambiente hospitalar se mostra favorável ao desenvolvimento das infecções devido à intensa realização de procedimentos invasivos. Além disso, seleciona agentes infecciosos resistentes, devido ao uso indiscriminado de antimicrobianos e por reunir pessoas com diferentes vulnerabilidades à infecção, favorecendo também a propagação da IRAS (NOGUEIRA et al., 2009). Preocupada com essa temática, em 2004 a OMS lançou a Aliança Mundial para a Segurança do Paciente, e despertou o compromisso de desenvolvimento de práticas e políticas públicas voltadas para a segurança do paciente, entre elas merece destaque a política de prevenção das Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde. E apesar da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e o Ministério da Saúde promoverem a introdução de protocolos para a segurança do paciente, a adesão das instituições ainda é baixa, repercutindo no grande número de eventos adversos evitáveis (67%) nos hospitais brasileiros (CAPUCHO; CASSIANI, 2013). Conhecer o perfil das IRAS nas instituições de saúde é prioridade, requisito para evolução das ações de controle e prevenção desses eventos. No entanto, ressalta-se que esses são indicadores negativos e por vezes sua notificação acaba mascarada como forma de não exposição institucional. Esta prática ainda enraizada na realidade das instituições de saúde brasileiras leva a uma estagnação da melhoria e qualidade nos serviços (MENEGUETI, 2013). Estudo feito por Menegueti (2013) avaliou a qualidade das diretrizes dos programas de controle de infecção hospitalar nas instituições hospitalares em uma 17 cidade brasileira, e identificou várias lacunas como ausência ou inadequações dos profissionais das Comissões de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) quanto à exclusividade de atividade e tempo despendido às atividades, não conformidade de padronização de soluções germicidas e antissépticas, intervenções inadequadas quando em comparação aos relatórios, critérios diagnósticos de infecções hospitalares, atividades da CCIH muito restritas a atividades burocráticas e a exigências das normas legais em detrimento de atividades que tornem conhecimentos de todos e educativas que possam gerar mudanças. Na perspectiva da segurança do paciente e prevenção de IRAS no ambiente hospitalar, destaca-se o cuidado ao paciente oncológico pela equipe de saúde, na qual se insere o profissional enfermeiro. A enfermagem, especificamente, presta cuidados ininterruptos a essa clientela e, portanto, deve considerá-la ao planejar e desenvolver sua assistência de forma sistematizada e direcionada a maximizar o alcance de objetivos planejados (SALIMENA; SOUZA, 2010). Com vistas a promover um cuidado holístico, humanizado e organizado, o enfermeiro faz uso da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), que organiza seu trabalho quanto ao método, pessoal e instrumentos. Para operacionalizar a sistematização da assistência, faz-se uso do Processo de Enfermagem, modo específico de trabalhar que pressupõe a adoção de uma metodologia própria, sendo a essência de sua prática (GARCIA; NÓBREGA, 2009). O Processo de Enfermagem (PE) é dividido em cinco etapas: histórico, diagnóstico de enfermagem, planejamento, implementação e avaliação. Dentre essas etapas, enfatizam-se os diagnósticos de enfermagem, que são definidos como o julgamento clínico do enfermeiro às respostas expressas pelo indivíduo, família ou comunidade, aos problemas reais ou potenciais de saúde (HERDMAN, 2011). Os diagnósticos foram criados com objetivo de classificar e categorizar áreas de preocupação da enfermagem que se destinam a lidar com respostas a condições de saúde e processos de vida entre indivíduos, famílias, grupos e comunidades, de modo a construir uma linguagem universal que embase o corpo de conhecimentos de enfermagem e dirija os profissionais a corretas intervenções e resultados de enfermagem (HERDMAN; KAMITSURU, 2015). Entre os sistemas de classificação para os diagnósticos de enfermagem, a taxonomia mais difundida e empregada, aplicada no cenário mundial, é a da North American Nursing Diagnosis-International l (NANDA-I) (NÓBREGA; GARCIA, 2009). 18 Os diagnósticos são constituídos por título diagnóstico; definição, que apresenta uma descrição clara e sucinta do diagnóstico; características definidoras, que são pistas/inferências passíveis de observação e que se agrupam como manifestações de um diagnóstico e dão suporte à precisão; fatores relacionados, que incluem etiologias, fatos ou contribuintes para o estabelecimento do diagnóstico e comumente são os fatores sobre os quais se voltam as intervenções de enfermagem; e por fim, os fatores de risco, presentes em diagnósticos de risco (HERDMAN; KAMITSURU, 2015). Esses diagnósticos estão distribuídos em treze domínios: promoção da saúde; nutrição; eliminação e troca; atividade/repouso; percepção e cognição; autopercepção; papeis e relacionamentos; sexualidade; enfrentamento/tolerância ao estresse; princípios da vida; segurança/proteção; conforto; e crescimento/desenvolvimento (HERDMAN, 2011). Destarte, a padronização de sua linguagem, por meio da utilização das taxonomias de enfermagem, contribui com a implementação de ações seguras para os pacientes e confere maior visibilidade para os cuidados de enfermagem (SALGADO et al., 2012). Em pacientes oncológicos há escassez de estudos abordando a temática dos diagnósticos de enfermagem. Os principais diagnósticos identificados são: Risco de infecção, Integridade tissular prejudicada, Padrão de sono prejudicado, Nutrição desequilibrada, Volume de líquido deficiente e Intolerância à atividade (SILVA; GORINI, 2012). As taxonomias de enfermagem foram amplamente difundidas nas últimas duas décadas com maior concentração na NANDA-I como terminologia diagnóstica (SEVINC et al., 2014). A disponibilidade de nomenclaturas padronizadas possibilita a produção de evidências sobre a prática de enfermagem com resultados positivos em estudos abordando a segurança do paciente sob a ótica da enfermagem. Apesar dos estudos diagnósticos terem sido desenvolvidos em diferentes populações, seus estudos ainda são elementares frente às possibilidades vislumbradas, sendo imperioso o desenvolvimento de estudos mais acurados (STRUDWICK; HARDIKER, 2016). Os diagnósticos de risco são definidos como “julgamento clínico sobre a vulnerabilidade de indivíduo, família, grupo ou comunidade para desenvolvimento de uma resposta humana indesejada a condições de saúde/ processos de vidaˮ, e os 19 fatores de risco associados a ele e são responsáveis por aumentar a vulnerabilidade a um evento não saudável (HERDMAN; KAMITSURU, 2015). O julgamento diagnóstico pressupõe uma aproximação por parte do enfermeiro das taxonomias diagnósticas além de habilidades cognitivas e clínicas empregadas sobre um pensamento crítico de forma a julgar, interpretar, analisar e explicar as evidências que embasaram sua decisão (LUNNEY, 2010). Estudos apontam a formação prática e o interesse pela técnica como dificultadores desse julgamento clínico, com tendência à centralização nas taxonomias em detrimento da associação entre as características clínicas e o contexto em que o paciente se insere, incorrendo muitas vezes em diagnósticos de enfermagem que não representam a real necessidade do paciente (BITTENCOURT; CROSSETTI, 2013). Neste contexto, o pensamento crítico se torna uma habilidade primordial no processo diagnóstico ao agrupar as capacidades de análise, conhecimento técnicocientífico, raciocínio lógico, experiência clínica, conhecimento sobre o paciente, aplicação de padrões, discernimento e perspectiva contextual para possibilitar o entendimento das manifestações clínicas e problemas de saúde e sua relação com o correto processo diagnóstico de enfermagem (BITTENCOURT; CROSSETTI, 2013). É importante ressaltar que a taxonomia em estudo amplamente difundida foi elaborada em país de cultura diferente, o que gera a necessidade de estudos que testem sua aplicabilidade em diferentes populações. Tais estudos trazem a evidência científica necessária para assegurar o uso desses instrumentos como evidência científica na prática clínica do enfermeiro (SOUSA, 2010). A Enfermagem Baseada em Evidências é um campo relativamente novo de estudos na área, e enfatiza a realidade de cuidados de saúde alicerçados na identificação de melhores evidências científicas disponíveis, a fim de produzir qualidade, segurança e efetividade na assistência de saúde prestada ao paciente. As maiores dificuldades percebidas pelos enfermeiros clínicos estão em encontrar, criticar, e implementar as melhores evidências disponíveis (GARDNER et al., 2016). Destarte, Sousa (2010) traz a relevância de que o diagnóstico de enfermagem seja estudado em populações diferentes com vistas a legitimar a aplicação de seus componentes a populações específicas e observar o comportamento desses diagnósticos. Assim, entende-se que investigações sobre os fatores de risco do Diagnóstico de Enfermagem Risco de infecção em pacientes com câncer hospitalizados contribuirão para a prática clínica do enfermeiro ao subsidiar a 20 tomada de decisão frente ao diagnóstico com intuito de prevenir ou retardar o desenvolvimento da infecção pelo paciente. Os estudos diagnósticos na área da enfermagem estão focados em mapeamento de diagnósticos de populações específicas, sendo incipientes os estudos que abordam diagnósticos específicos. O diagnóstico de enfermagem risco de infecção está entre os mais prevalentes, sobretudo em população com câncer. Entretanto, ainda são escassos os estudos sobre os fatores de risco desse diagnóstico, não sendo encontrado nenhum estudo desse tipo em revisão bibliográfica de bases nacionais e internacionais (SOUSA et al., 2015). Desta forma, perante toda a contextualização exposta e a relevância dos estudos diagnósticos em populações específicas, emergiu a necessidade de identificar os fatores de risco do diagnóstico de enfermagem com vistas a ajudar os enfermeiros a identificá-los e planejar sua assistência de modo a prevenir o desenvolvimento da infecção. Acredita-se que estudos dessa natureza forneçam evidências científicas consistentes para o aprimoramento da prática clínica e avanço do estado do conhecimento na área temática. Considerando a gravidade do paciente oncológico, sua vulnerabilidade, e a repercussão deste na saúde pública brasileira, há a necessidade de a enfermagem voltar seu olhar para a prevenção das IRAS nesta população. Assim, uma das formas mais eficazes, conforme a literatura, é com utilização da SAE, alicerçada em uma linguagem padronizada para descrever as etapas do PE possibilita a uniformização dos conceitos utilizados pelos profissionais, além de apoiar o desenvolvimento de novos estudos para o crescimento do referencial teórico-prático que orientam a profissão. Uma vez que a linguagem é a essência da comunicação comum, é imperativo que essa seja precisa e significativa, de forma a delinear as condições clínicas dos pacientes oncológicos, seus problemas de saúde, bem como as intervenções e resultados, representando o escopo de conhecimento da enfermagem. Para tanto, com vistas à operacionalização dos objetivos deste estudo, optou-se por trabalhar com os fatores de risco do DE risco de infecção da NANDA-I. Diante de todo esse processo argumentativo, surgiu a seguinte questão de pesquisa: Quais os fatores de risco do diagnóstico de enfermagem risco de infecção são presentes na população com câncer hospitalizada? 21 2 OBJETIVO Identificar os fatores de risco do Diagnóstico de Enfermagem Risco de Infecção em pacientes com câncer hospitalizados que desenvolveram Infecção Relacionada à Assistência de Saúde e verificar a associação entre as características clínicas e os fatores de risco do Diagnóstico de Enfermagem Risco de Infecção. 22 3 REFERENCIAL TEÓRICO O referencial teórico que embasa este estudo abordará o diagnóstico de enfermagem Risco de Infecção da NANDA Internacional e os fatores de risco a ele relacionados em pacientes com câncer hospitalizados, e suas respectivas definições operacionais e conceituais. 3.1 PROCESSO DE ENFERMAGEM E PROCESSO DIAGNÓSTICO O Processo de Enfermagem é um instrumento metodológico utilizado para organizar a assistência de enfermagem de forma sistematizada. É vantajoso para o paciente, pois individualiza o cuidado, direciona esforços da equipe de enfermagem e traz resultados afinados às necessidades de saúde; para a equipe de enfermagem organiza o processo de trabalho, clarifica os objetivos da assistência e oferece retorno imediato quanto às atividades empregadas e o resultado alcançado; e às instituições de saúde, pois ao sistematizar a assistência proporciona a continuidade do cuidado (BARRA; DAL SASSO, 2012). Desta forma, o PE fortalece um escopo de conhecimento próprio e necessário à ciência da enfermagem, proporciona o aumento da autonomia dos profissionais quanto à escolha das intervenções e resultados alcançados; e possibilita o reconhecimento e valorização da classe por parte de outros profissionais e da sociedade (SOUZA; SANTOS; MONTEIRO, 2013). Quanto a essa temática, o Conselho Federal de Enfermagem (2009) trata da Sistematização da Assistência de Enfermagem em sua resolução nº 358/2009, na qual define o processo de enfermagem como “um instrumento metodológico que orienta o cuidado profissional de Enfermagem e a documentação da prática profissional” e ainda considera que “a operacionalização e documentação do Processo de Enfermagem evidencia a contribuição da Enfermagem na atenção à saúde da população, aumentando a visibilidade e o reconhecimento profissional”. Desta forma, torna-se imperativa a apropriação do processo de enfermagem, nele compreendido todas as suas etapas, pela equipe de enfermagem, em especial o enfermeiro. Segundo Herdman e Kamitsuru (2015), o diagnóstico de enfermagem é dividido em cinco etapas, a saber: a primeira etapa constitui a coleta de dados, fase 23 que identifica informações objetivas e subjetivas por meio de anamnese e exame físico e busca de informações no prontuário que orientarão as demais fases do processo de enfermagem. Uma boa coleta de dados necessitada de conhecimento teórico e habilidade, pensamento crítico por parte do enfermeiro, com vistas a diferenciar dados, contextualizá-los, relacioná-los e fazer inferências, perpassando todas as fases do processo de enfermagem. Em relação à segunda fase do processo, Herdman e Kamitsuru (2015) definem o diagnóstico de enfermagem como o julgamento clínico sobre uma resposta humana a condições de saúde ou a processos e vida ou uma vulnerabilidade por parte do enfermeiro em avaliação do indivíduo, família ou comunidade. Segundo as autoras, pode ser dividido em três tipos: o diagnóstico real, que diagnostica problemas de saúde; o diagnóstico de risco, que representa uma vulnerabilidade a uma condição de saúde indesejável; e o diagnóstico de promoção da saúde, que concebe uma motivação ou desejo para aumento do bem-estar e alcance do potencial de saúde. Após elencados os diagnósticos de enfermagem prioritários para intervenção, o enfermeiro procede à eleição dos resultados esperados e o mapeamento das intervenções de enfermagem necessárias ao alcance desses resultados. Essa fase corresponde à assistência de enfermagem na sua essência, possui literatura de enfermagem própria que elenca as intervenções de acordo com os resultados visados, um exemplo dessas é a Nursing Interventions Classification (NIC), baseada em evidências científicas e amplamente difundida entre o meio acadêmico (HERDMAN; KAMITSURU, 2015). Apesar de descrito em etapas conseguintes, o processo de enfermagem é dinâmico e suas etapas, didaticamente separadas, acontecem simultaneamente toda vez que uma nova informação é adicionada ou uma nova resposta observada. Desta forma, a avaliação deve se dar sobre todas as etapas e durante todo o momento do processo de enfermagem (HERDMAN; KAMITSURU, 2015). O raciocínio clínico abarca processos mentais despendidos nas atividades do enfermeiro com objetivo de tomada de decisões no processo de cuidar, gerando, portanto, intervenções. São características requisitos para o raciocínio clínico: o conhecimento científico, a atenção individualizada e holística, a aplicação de padrões como a sistematização, coleta de dados qualificada e síntese, análise e 24 interpretação dos dados com consequente registro de todas as informações. (CARBOGIM; OLIVEIRA; PÜSCHEL, 2016). Além disto, o pensamento crítico é um processo de orientação da mente que incorpora os domínios cognitivo e afetivo e contribui para a acurácia diagnóstica dos enfermeiros. São características do pensamento crítico necessárias ao julgamento diagnóstico a análise: conhecimento técnico-científico e raciocínio lógico importantes na identificação de diagnósticos de enfermagem prioritários, a experiência clínica; o conhecimento sobre o paciente e aplicação de padrões, o discernimento e a perspectiva contextual (BITTENCOURT; CROSSETTI, 2013). 3.2 DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM RISCO DE INFECÇÃO: DEFINIÇÕES OPERACIONAIS E CONCEITUAIS DOS FATORES DE RISCO O risco pode ser definido como a probabilidade de ocorrência de um evento normalmente relacionado a efeitos negativos. Uma vez identificado o risco, pode-se agir de forma a diminuir ou eliminá-lo com vistas a evitar ou reduzir os possíveis danos que serão causados (COUTINHO; CUNHA, 2005). Na investigação de saúde, o conceito de fator de risco está intimamente relacionado ao de desfecho. Desfecho é o evento de interesse na pesquisa de saúde, e o fator de risco é uma variável que está associada ao desenvolvimento do desfecho, podendo estar já comprovada ou em investigação da relação causa-efeito (SILVA; LIMA; MARZIALE, 2012). O diagnóstico de enfermagem de risco representa uma vulnerabilidade a uma condição de saúde indesejável e não possui características definidoras uma vez que representa a possibilidade de um evento ainda não estabelecido. Apresenta ainda fatores de risco relacionados a este que são de interesse para intervenções de enfermagem, que embasadas cientificamente e na prática clínica do enfermeiro podem solucionar tal diagnóstico (HERDMAN; KAMITSURU, 2015). 3.2.1 Conhecimento insuficiente para evitar a exposição a patógenos O conhecimento deficiente refere-se à ausência ou deficiência de alguma informação relacionada à determinada temática e pode estar arrolada a informação insuficiente, informações errôneas, conhecimento insuficiente de recursos ou até 25 interesse insuficiente em aprender. Pode ser relativo a fatores intrínsecos ao sujeito, ou atribui-se a alterações cognitivas ou alterações de memória (HERDMAN; KAMITSURU, 2015). Por se tratar de um estudo documental, não foi possível inferir tal diagnóstico nos participantes do estudo. 3.2.2 Desnutrição A desnutrição pode ser definida como o consumo de alguns compartimentos corporais ou alteração de escores clínicos e bioquímicos nutricionais, normalmente associados à perda de peso. Tal condição prediz maior morbimortalidade dos pacientes, e está associada à baixa qualidade de vida. Entre os pacientes com câncer, a desnutrição mostra-se mais prevalente em idosos e traz repercussões negativas na resposta à terapêutica, aumenta o risco de toxicidade à quimioterapia e diminui sobrevivência e qualidade de vida dessa clientela (BOZZETTI, 2015). Relativo ao risco de infecção, a desnutrição está associada a infecções recorrentes com efeito imunológico subjacente devido um aumento da demanda metabólica, alterações de absorção de nutrientes que fazem parte de estruturas de células e proteínas do sistema imunológico que faz com que seja consequência e ao mesmo tempo causa da desnutrição (BOURKE; BERKLEY; PRENDERGAST, 2016). Devido à ausência ou imprecisão dos registros e por não ser possível de mensuração na maioria dos participantes, optou-se por excluir esse fator de risco do estudo. 3.2.3 Obesidade A obesidade é caracterizada pelo acúmulo excessivo de células de gordura no corpo, com etiologias múltiplas. Tal condição interfere negativamente em vários sistemas do corpo humano e sua ação sobre o sistema imune se dá pela alteração de adipocinas (SILVEIRA et al., 2009). As adipocinas são peptídeos secretados pelos adipócitos que desempenham funções energéticas, inflamatórias e imunológicas. A resistina, por exemplo, é um tipo de adipocina que se encontra aumentada em pacientes obesos e seus níveis séricos estão comprovadamente associados a um aumento da atividade inflamatória. Já a adiponectina, outra adipocina, desempenha papel regulador e 26 protetor do sistema imune, está normalmente com valores séricos diminuídos em pacientes obesos (SILVEIRA et al., 2009). 3.2.4 Enfermidade crônica Refere-se a uma condição de saúde, normalmente de causas múltiplas, início gradual, e de prognóstico usualmente incerto, de duração longa ou indefinida. Apresenta períodos de agudização que podem gerar incapacidades (BRASIL, 2013). As enfermidades crônicas estão entre as comorbidades mais associadas ao desenvolvimento de infecções, em especial de infecções nosocomiais (OLIVEIRA et al., 2011) Quanto ao risco de infecção, as enfermidades crônicas como diabetes mellitus e hipertensão arterial causam alterações vasculares e neurológicas que culminam em neuropatias e insuficiências vasculares. A hiperosmolaridade no sangue dos pacientes diabéticos dificulta a ação leucocitária, favorecendo o desenvolvimento de infecções cutâneas e dificultando a resolução de processos aparentemente benignos. Além disso, pacientes doentes crônicos renais em tratamento hemodialítico estão mais expostos a infecções a depender, por exemplo, do tratamento de água utilizada na hemodiálise (TERRA et al., 2010; MINELLI et al., 2003). 3.2.5 Procedimento invasivo Acontece em qualquer uma das seguintes situações: irrupção da epiderme e derme com o uso de produtos químicos ou abrasivos; irrupção da pele atingindo o tecido subcutâneo para injeção, sucção, punção, insuflação, drenagem, instilação ou enxertia, com ou sem o uso de agentes químicos ou físicos; ou pela invasão dos orifícios naturais do corpo, atingindo órgãos internos (BRASIL, 2013a). Tais procedimentos favorecem a abertura a potenciais patógenos seja na inserção do dispositivo com migração microbiota residente do próprio paciente, ou por migração ou por contaminação cruzada por meio das mãos do profissional (SANTOS et al., 2010). 27 3.2.6 Defesas primárias inadequadas 3.2.6.1 Alteração no peristaltismo O peristaltismo é a capacidade dos órgãos que formam o aparelho digestivo de desenvolver movimentos que permitam o avanço do bolo alimentar. Alterações no peristaltismo podem levar ao retardo no esvaziamento gástrico, constipação, diarreia e até obstrução do trânsito intestinal (FLORA FILHO; ZILBERSTEIN, 1998). Em pacientes oncológicos, essas alterações podem estar relacionadas à localização tumoral, como tumores de estômago e cólon; relacionadas ao tratamento oncológico, como diarreia causada por mucosite induzida por quimioterapia antineoplásica, radioterapia ou imunossupressão em pacientes candidatos a transplante de medula óssea (ARAÚJO; DUVAL; SILVEIRA, 2012). Tais modificações acarretam em diminuição da microbiota intestinal residente e o consequente favorecimento da proliferação de microrganismos altamente patogênicos (SANTOS, 2010). 3.2.6.2 Alteração da integridade da pele A pele exerce múltiplas funções como manutenção da homeostase, controle hemodinâmico, recepção sensorial, excreção de metabólitos, e a função protetora contra infecções por meio de células envolvidas na imunidade inata e adaptativa. Alterações como idade, estado nutricional, e doenças podem interferir na sua constituição, e a redução da espessura da derme e epiderme favorecem a penetração de agentes infecciosos assim como a formação de lesões cutâneas (FERREIRA, 2011). Devido à hospitalização, o paciente oncológico se submete a inúmeros procedimentos como punções, procedimentos cirúrgicos que rompem essa integridade e comunicam as camadas internas à epiderme com o meio externo, favorecendo a multiplicação de microrganismos em um corpo já fragilizado, culminando no desenvolvimento de infecções. Ademais, pacientes submetidos a linfadenectomias prévias têm o sistema imunológico restrito no membro ou área esvaziada, aumentando a susceptibilidade a infecções até mesmo por 28 microrganismos da microbiota residente normalmente inofensiva em pessoas não submetidas a tal procedimento (BONASSA; GATO, 2012). A radioterapia ocasiona danos ao tecido cutâneo como descamação, ressecamento, fragilidade cutânea, formação de bolhas e assaduras, secreção na pele e vermelhidão. Este conjunto de sinais é chamado de radiodermite e além de ser doloroso e incômodo, favorece a proliferação de microrganismos e desenvolvimento de infecções oportunistas (BONASSA; GATO, 2012). Este fator de risco foi avaliado como presente quando da descrição de cirurgia, punções, coletas de exames ou outros procedimentos que provocaram rompimento da pele antes da notificação das IRAS. 3.2.6.3 Alteração do pH das secreções O pH das secreções do trato gastrointestinal desempenha duas funções importantes: a manutenção da atividade enzimática para a digestão dos alimentos e o controle de infecções. Na boca e no estômago, o pH ácido favorece e impede o crescimento de alguns microrganismos e promove a morte de outros potencialmente patogênicos. No intestino, o pH básico permite a vida de microrganismos essenciais à digestão, mas que também competem com patógenos e mantém o equilíbrio da microbiota. Já no trato urinário, o pH controla a ascensão de microrganismos da microbiota genital para o trato urinário superior (HEILBERG; SCHOR, 2003). Este fator de risco não foi avaliado por não estar presente tal informação nos prontuários. 3.2.6.4 Diminuição da ação ciliar O transporte mucociliar faz parte de um complexo sistema de defesa do sistema respiratório que juntamente com as células macrófagas e do sistema imune desempenham os mecanismos de defesa imunológica. Sua função está nas células ciliadas, mais predominantes na superfície mucosa de traqueias e brônquios présegmentares que desempenham propulsão ascendente do muco em direção à orofaringe com objetivo de manter microrganismos potencialmente patogênicos afastados de estruturas nobres como seios paranasais e pulmões (LOPES; NORONHA; MAFO, 2010). 29 Alguns fatores podem interferir na integridade do epitélio ciliar do trato respiratório como tabagismo e etilismo. Em pacientes com câncer, especialmente os com tumores de cabeça e pescoço, a radioterapia provoca a descamação e perda da função mucociliar apenas alguns dias após a exposição, podendo se estender até meses. Tal deficiência provoca mucosite - descamação da mucosa, com eritema e ulceração - que favorece o desenvolvimento de infecções fúngicas e bacterianas (ROLIM; COSTA; RAMALHO, 2011). 3.2.6.5 Estase de fluidos orgânicos Os fluidos orgânicos incluem sangue, secreções, excreções, linfa e outros líquidos resultantes da atividade do organismo. Na nossa pesquisa, foram identificados estase de sangue e linfa relatado por edema ou presença de insuficiência vascular; estase de sucos digestivos como estase gástrica ou intestinal; e estase de secreções de vias respiratórias. A estase vascular provoca alterações cutâneas que levam à fragilidade da pele e consequentes traumas de repetição. São de etiologias múltiplas, normalmente de curso crônico e pouco resolutivas. Pacientes oncológicos podem sofrer de estase vascular por obstrução tumoral de vasos com repercussões sistêmicas importantes, ou devido linfadenectomias associadas ao comprometimento tumoral de gânglios com perda importante da resposta imunológica celular no membro afetado (FERNANDES; PIMENTA; FERNANDES, 2007). A estase de conteúdo gastrointestinal em pacientes oncológicos comumente está relacionada à localização do tumor, a pós-operatórios de cirurgia neste trato, ou ao avançar da doença com comprometimento orgânico de vários sistemas corporais. Isso acarreta risco de pneumonia por aspiração; aumenta o tempo de permanência do bolo alimentar com consequente dano à microbiota e plorifeção de microrganismos patogênicos (BENEDET; BUB, 2001). 3.2.6.6 Tabagismo O tabagismo age negativamente de diversas formas sobre o organismo; modifica o epitélio ciliar do trato respiratório em epitélio não ciliado com perda da função mucociliar protetora em traqueias e brônquios pré-segmentares para remover 30 partículas e microrganismos para longe de seios paranasais e pulmões, favorecendo assim o desenvolvimento de infecções respiratórias (LOPES; NORONHA; MAFO, 2010). As infecções respiratórias estão documentadas entre as IRAS mais incidentes em instituições hospitalares, com prognóstico negativo e muitas vezes causa-óbito de pacientes admitidos em unidade de terapia intensiva (CLAUDINO; SILVA, 2012). 3.2.7 Defesas secundárias inadequadas 3.2.7.1 Diminuição da hemoglobina A hemoglobina é uma proteína presente nas hemácias responsável por carrear moléculas de oxigênio a todos os tecidos do corpo. A hemoglobinemia é comum e esperada em algumas condições clínicas, especialmente em pacientes oncológicos. Suas repercussões variam desde fadiga e perda de força muscular, a incapacidade de atenção, distúrbios comportamentais, alterações de temperatura (CARVALHO; BARACAT; SGARBIERI, 2006). 3.2.7.2 Leucopenia É o abaixamento global do número dos leucócitos no sangue e normalmente surge devido a uma linfopenia ou neutropenia. A leucopenia não é uma doença, mas a manifestação hematológica de algum transtorno orgânico, crônico ou transitório. No paciente com câncer, a leucopenia pode ser causada pelo estado da doença especialmente as hematológicas, ou pelo tratamento com drogas antineoplásicas que por agirem em células de crescimento rápido atingem a medula óssea com depleção do número de suas células (GONZALEZ et al., 2010). O tipo de leucopenia mais comum é a neutropenia. Os neutrófilos são os leucócitos de primeira linha, ou seja, aqueles que primeiro defendem o organismo contra infecções bacterianas e fúngicas na pele e no trato gastrointestinal. Desta forma, a mucosite e manifestações cutâneas infecciosas são as mais comuns em pacientes neutropênicos. No caso de neutropenia em pacientes graves, o principal sistema acometido é o trato respiratório. 31 3.2.7.3 Imunossupressão e resposta inflamatória suprimida A imunossupressão refere-se à ação deliberada de redução da eficiência do sistema imune. Esta imunossupressão pode ser feita em transplantes de órgãos, por exemplo, para diminuir as chances de rejeição de um enxerto e constitui fator de risco importante para o desenvolvimento de neoplasias, em especial as neoplasias hematológicas. Também pode ser utilizada em transplante de medula óssea no tratamento de leucemias. Em todos esses casos a imunossupressão leva a reposta do paciente a infecções a um nível muito inferior, favorecendo o desenvolvimento de infecções oportunistas e, por conseguinte, as IRAS (BATLLES et al., 2015). A resposta inflamatória suprimida também é induzida por medicações antiinflamatórias e essas são utilizadas comumente na terapêutica oncológica desde o diagnóstico com objetivo de redução visando o fornecimento de maior conforto ao paciente pelo alívio de sintomas e, especialmente, da dor e inflamação; no entanto, AINE possui efeitos indesejáveis que, apesar do considerável efeito farmacológico, pode comprometer o sucesso terapêutico (SANTOS et al., 2012). Entretanto, pela impossibilidade de avaliação do efeito supressor, esses dois fatores de risco foram excluídos. 3.2.7.4 Vacinação inadequada A vacinação tem importante papel no sistema imune, sendo capaz de induzir resposta imune específica, que ao entrar em contato posterior ao desenvolvimento da imunidade, elimina ou suprime o microrganismo patógeno. Sua composição varia de suspensão de microrganismos mortos, ou vivos atenuados; produtos ou derivados de microrganismos; ou até de proteínas recombinantes obtidas por engenharia genética. São, portanto, instrumentos de prevenção de infecções e óbitos por suas complicações (LOPES, 2014). Algumas vacinas, como a vacina contra o Papilomavírus Humano (HPV), recentemente incluída no PNI do Ministério da Saúde tem importante papel na prevenção do câncer de colo de útero (SOUZA, 2015). Porém, por indisponibilidade desse tipo de dado nos prontuários e arquivos informatizados, tal variável não pôde ser mensurada. 32 3.2.8 Exposição ambiental aumentada a patógenos 3.2.8.1 Exposição a surto de doença O ambiente hospitalar favorece o desenvolvimento de surtos de doenças infecciosas devido à concentração de enfermos, o uso aumentado de antibióticos e a presença de agentes infecciosos resistentes a antibióticos. Assim, o controle de surtos nesses serviços abarca ações rápidas e direcionadas a fim de reduzir a gravidade dos casos e o número de pessoas afetadas pelas IRAS (RODRIGUES, 2012). Historicamente, devido à repercussão negativa sobre os indicadores de qualidade dos serviços de saúde a subnotificação de dados e a não reunião de diagnósticos confiáveis permanece como um desafio na realidade brasileira (OMS, 2016). Devido a não notificação de surtos, não foi possível associar tais dados. 33 4 MÉTODO 4.1 TIPO DE ESTUDO Trata-se de um estudo documental, retrospectivo, analítico, quantitativo, o qual visa descrever características de uma população e seus padrões de distribuição num determinado momento. Também se propõem a solucionar problemas ou responder questões de determinado evento de interesse conhecendo os fatores a ele relacionados e sua forma de revelação (POLIT; BECK; HUNGLER, 2011). 4.2 LOCAL DO ESTUDO O estudo foi desenvolvido no Serviço de Arquivo de Prontuários, junto à Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) do Hospital Dr. Luiz Antônio (HLA) em Natal, capital do Rio Grande do Norte. O HLA é a unidade hospitalar de atendimento da Liga Norte-rio-grandense Contra o Câncer (LIGA), referência no tratamento e atendimento de alta complexidade ao paciente portador de câncer no estado do Rio Grande do Norte, com atendimentos a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), exclusivamente. O hospital dispõe de 114 leitos de internação, a saber: 63 leitos de internação cirúrgica; 21 leitos de internação clínica e cuidados paliativos; 19 leitos para tratamento quimioterápico infusional; cinco leitos de pronto atendimento à intercorrências do tratamento oncológico; seis leitos de unidade de cuidados intermediários (inaugurados após o período de notificação da pesquisa); além de centro cirúrgico com cinco salas operantes; e consultórios de várias especialidades oncológicas multiprofissionais. A LIGA dispõe ainda de outras três unidades que atendem pacientes oncológicos em serviços ambulatoriais e de internação que referenciam os pacientes para o HLA, são elas: o Hospital de Oncologia, que oferece atendimento ambulatorial nas especialidades de cabeça e pescoço, oncologia clínica, mastologia e urologia; o Centro Avançado de Oncologia é uma unidade ambulatorial de diagnóstico e tratamento que sedia setores de radioterapia, quimioterapia e medicina nuclear, além de abrigar consultórios de várias especialidades, como mastologia, 34 urologia, oncologia clínica, gastroenterologia, proctologia e cardiologia; e a Policlínica, que além de ser um hospital geral com um leque diversificado de especialidades, contém a Unidade de Terapia Intensiva que recebe pacientes provenientes do HLA. 4.3 POPULAÇÃO/AMOSTRA A população foi composta por pacientes com idade igual ou superior a 18 anos, com câncer, de ambos os sexos, internados nas enfermarias do Hospital Dr. Luiz Antônio nos anos de 2013 e 2014, os quais tenham sido notificados quanto à presença de IRAS durante o período de internação. A amostra foi calculada de acordo com a fórmula para populações finitas. Segundo informações da CCIH da instituição, foram notificados, em média, 152 pacientes com IRAS no período de janeiro de 2013 a dezembro de 2014. Para o cálculo do tamanho da amostra, utilizou-se a fórmula para populações finitas aplicando erro amostral de 5% (HULLEY, 2015), estimou-se uma amostra de 110 pacientes, houve perda sem reposição de cinco sujeitos devido a insuficiência de dados nestes de prontuários e impossibilidade de análise dos fatores de risco. A amostra final foi de 105 sujeitos, sendo 49 sujeitos notificados em 2013 e 56 sujeitos notificados em 2014. A amostragem foi feita de forma probabilística estratificada e proporcional por ano de notificação da IRAS, por meio de sorteio simples. Para acessar os prontuários, inicialmente foi feito um levantamento das fichas de notificação de infecção da CCIH para identificar os sujeitos que atendiam aos critérios de inclusão, identificar os números dos prontuários destes, realizar o sorteio daqueles que constituíram a amostra e, posteriormente, houve a busca dos prontuários no Serviço de Arquivo de Prontuários e das informações no sistema de informação da LIGA, o INFOLIGA. 4.4 INTRUMENTO DE COLETA DE DADOS E VARIÁVEIS DO ESTUDO O instrumento de coleta de dados (APÊNDICE A) foi construído pela pesquisadora com base em revisão de literatura prévia sobre o diagnóstico de 35 enfermagem Risco de infecção da NANDA Internacional (2015) na população de pacientes oncológicos hospitalizados e composto por variáveis socioeconômicas, variáveis clínicas e os fatores de risco do diagnóstico de estudo (ARAÚJO et al., 2016). Tal instrumento foi composto por duas partes: a primeira composta de variáveis sociodemográficas - idade, sexo, estado civil, ocupação, procedência, cor e de saúde- clínica de origem; motivo de interação; uso de dispositivos invasivos; tipo de material colhido para cultura; microrganismo encontrado; sítio de infecção; manifestações clínicas durante a internação; valores de hemoglobina e leucócitos por serem importantes para compreensão e caracterização do objeto de estudo, além da possibilidade de obtenção dos dados. E a segunda contendo os fatores de risco para infecção NANDA-I. Dentre os fatores de risco contemplados no diagnóstico de enfermagem risco de infecção, foram selecionados aqueles condizentes à situação de internação e possíveis de serem colhidos e mensurados a partir dos dados dos prontuários. Foram selecionados e constituíram-se de variáveis do estudo as seguintes: procedimento invasivo; doença crônica (por exemplo: diabetes mellitus); defesas primárias inadequadas (alteração do peristaltismo), defesas secundárias inadequadas (diminuição da hemoglobina, leucopenia). As definições dos 19 fatores relacionados elencados pela NANDA Internacional para o diagnóstico de enfermagem Risco de Infecção foram abordados, excluindo-se os fatores de risco ruptura prematura da membrana amniótica e ruptura prolongada da membrana amniótica por serem específicos da clientela materno-fetal. Além disso, não foi possível verificar a presença do fator de risco desnutrição, devido a insuficiência de dados no prontuário. Para apresentar as variáveis do estudo bem como sua classificação e forma de verificação foi construído o Quadro 1. 36 Quadro 1 - Operacionalização das variáveis sociodemográficas, clínicas e fatores de risco do diagnóstico de enfermagem Risco de infecção em pacientes oncológicos que desenvolveram IRAS. Natal/RN, 2016. Parte 1 de 2 VARIÁVEIS ESCORES/ CATEGORIAS DE VERIFICAÇÃO CLASSIFICAÇÃO DAS VARIÁVEIS CARACTERIZAÇÃO SOCIODEMOGRÁFICA Sexo Masculino (1); Feminino (2) Idade Em anos completos Fixa etária Até 59 anos (0); Maior ou igual a 60 anos (1) Qualitativa Nominal Quantitativa discreta Qualitativa Nominal Procedência Capital do estado (1); Interior do estado (2); Proveniente de outro estado (3); Qualitativa Nominal Estado civil Sem companheiro (0); Com companheiro(1); Não mencionado(2); Qualitativa Nominal Cor Branco (1); Negro (2); Pardo (3); Qualitativa Nominal Ocupação Não mencionado (0); Dona de casa (1); Trabalha (2); Não trabalha (3); Aposentado/pensionista (4); Qualitativa Nominal Clínica de origem Oncologia Clínica (1); Cirurgia Geral e Coloprocto (2); Cirurgia de Cabeça e Pescoço(3); Hematologia(4); Mastologia (5); Ortopedia(6); Urologia(7); Radioterapia (8); Qualitativa Nominal Característica clínica Não-cirúrgico (1); Cirúrgico(2); Qualitativa Nominal Motivo internação Parte da 2 de 3 Internação Cirúrgica (1); Tratamento de Complicações Cirúrgicas (2); Internação Clínica Geral (3); Qualitativa Nominal Material colhido para cultura Tipo de material colhido Ausência (0); Presença (1); Qualitativa Nominal Urina (1); sangue (2); ponta de cateter (3); fragmento de ferida não cirúrgica (4); swab (5); exsudato/fragmento de ferida operatória (6). Qualitativa Nominal Microrganismo encontrado Nenhum ou não identificado (0); Escherichia coli (1); Enterococcus faecalis (2); Pseudomonas aeruginosa (3); Klebsiella pneumoniae (4); Enterococcus hirae (5); Staphylococcus aureus (6); Proteus mirabilis (7); Candida tropicalis (8); Enterobacter aerogenes (9); Bacilos e cocos gram negativos (10); Acinetobacter baumannii complex (11); Serratia marcescens (12); Serratia fonticola (13); Klebsiella ornithinolytica(14); Citrobacter freundii (15); Staphylococcus haemolyticus (16); Enterococcus faecium(17); Staphylococcus epidermides (18); Staphylococcus haemolyticus (19); Citrobacter koseri (20); Streptococcus sanguinis (21); Pseudomonas aeruginosa e Qualitativa Nominal VARIÁVEIS CLÍNICAS 37 Parte 2 de 2 Klebsiella pneumoniae (22); Escherichia coli e Citrobacter freundii (23); Tipo de microrganismo Fungo (0); Bactéria gram positiva (1); Bactéria gram negativa (2); Qualitativa Nominal Sítio de infecção Infecção do sítio cirúrgico (1); infecção de corrente sanguínea (2); infecção do trato respiratório (3); infecção do trato urinário (4);infecção de ferida não cirúrgica(5); Qualitativa Nominal Fez cirurgia nos últimos 30 dias Hemoglobina Não (0); Sim (1); Qualitativa Nominal Valor absoluto em g/dL Leucócitos Número absoluto Quantitativa contínua Quantitativa discreta Quimioterapia prévia até Qualitativa Nominal Não (0); Sim (1); 28 dias antes da notificação da IRAS Radioterapia prévia até 3 Não (0); Sim (1); Qualitativa Nominal meses antes da notificação da IRAS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Febre Ausência (0); Presença (1); Qualitativa Nominal Dor Ausência (0); Presença (1); Qualitativa Nominal Constipação Ausência (0); Presença (1); Qualitativa Nominal Vômito Ausência (0); Presença (1); Qualitativa Nominal Tosse Ausência (0); Presença (1); Qualitativa Nominal Rebaixamento do Nível Ausência (0); Presença (1); Qualitativa Nominal de consciência Náusea Ausência (0); Presença (1); Qualitativa Nominal Diarreia Ausência (0); Presença (1); Qualitativa Nominal DISPOSITIVOS INVASIVOS Presença de dispositivo Ausência (0); Presença (1); Qualitativa Nominal invasivo Acesso venoso periférico Ausência (0); Presença (1); Qualitativa Nominal Acesso venoso central Ausência (0); Presença (1); Qualitativa Nominal Sonda vesical de demora Ausência (0); Presença (1); Qualitativa Nominal Sonda vesical de alívio Ausência (0); Presença (1); Qualitativa Nominal Sonda nasogástrica Ausência (0); Presença (1); Qualitativa Nominal Sonda nasoenteral Ausência (0); Presença (1); Qualitativa Nominal Traqueostomia Ausência (0); Presença (1); Qualitativa Nominal Dreno Ausência (0); Presença (1); Qualitativa Nominal Número de dispositivos Número inteiro Quantitativa discreta FATORES DE RISCO DO DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM RISCO DE INFECÇÃO Classificação Ausência (0); Presença (1); Qualitativa Nominal Hemoglobina Leucopenia Ausência (0); Presença (1); Qualitativa Nominal Peristaltismo Inadequado Ausência (0); Presença (1); Qualitativa Nominal Pele Rompida Ausência (0); Presença (1); Qualitativa Nominal Procedimento Invasivo Ausência (0); Presença (1); Qualitativa Nominal Estase de fluidos Ausência (0); Presença (1); Qualitativa Nominal orgânicos Tecido Traumatizado Ausência (0); Presença (1); Qualitativa Nominal Doença crônica Ausência (0); Presença (1); Qualitativa Nominal Número de fatores de Número inteiro Quantitativa discreta risco 38 4.5 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS A coleta de dados aconteceu entre os meses de novembro de 2015 a abril de 2016. Os instrumentos passaram por um pré-teste antes de sua aplicação em 10% da amostra, que por não ter tido alterações significativas, foi incluída na amostra final do estudo. Os dados foram coletados por uma equipe formulada pela pesquisadora em colaboração de discentes da graduação em Enfermagem da UFRN do Grupo de Estudos e Pesquisa em Enfermagem Baseada em Evidência (GEPEBE). Estes foram previamente treinados, por meio de um curso de extensão teórico-prático com carga horária de 20 horas, desenvolvido pela pesquisadora no Departamento de Enfermagem da UFRN. O curso abordou a fisiopatologia do câncer, os tratamentos da doença e as principais complicações durante a internação hospitalar. A coleta de dados foi desenvolvida pela equipe de discentes durante dias e horários comerciais, devido compatibilidade com horários de funcionamento do Serviço de Arquivo Médico e pela pesquisadora, também em horários não comerciais fora do expediente de trabalho nos dados referentes ao INFOLIGA (Sistema de Informação da LIGA). 4.6 ANÁLISE DE DADOS Os dados foram digitados utilizando-se o Programa Microsoft Excel e exportados para o programa estatístico Statistical Package for Social Sciences (SPSS) versão 20.0 para tratamento e análise dos resultados, bem como para o programa R. Foram realizadas análises exploratórias amostrais, com vistas a caracterizar a população do estudo e responder aos objetivos propostos por meio de distribuições de frequências e medidas descritivas no programa SPSS. As diferenças entre as proporções foram verificadas mediante aplicação dos Testes Qui-quadrado de Pearson e Teste Exato de Fisher e a regressão múltipla foi feita no programa R. Para todos os testes adotou-se como nível de significância de 5% (p ≤ 0,05). 39 4.7 ASPECTOS ÉTICOS De forma a atender as determinações das Diretrizes e Normas do Conselho Nacional de Ética em Pesquisa Conforme a Resolução 466 de 2012, foram cumpridas todas as exigências para pesquisa envolvendo seres humanos. Para a realização das etapas propostas, foi solicitada a declaração da instituição (ANEXO A) bem como o projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética da Liga Norterio-grandense Contra o Câncer e pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, nº do CAAE 48374815.3.3001.5293 (ANEXO B). Por se tratar de um estudo retrospectivo com dados de prontuários, foi solicitada e concedida a permissão de dispensa do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APENDICE B), assegurando-se primordialmente a privacidade e o anonimato. 40 5 RESULTADOS Os resultados deste estudo serão apresentados em sete tabelas, conforme a ordem de apresentação dos objetivos. Inicialmente, será feita a caracterização sociodemográfica e clínica dos participantes da pesquisa, seguidos da distribuição dos fatores de risco encontrados na população do estudo e sua associação com a classificação clínica e características sociodemográficas. No estudo apresentado, foram avaliados 105 pacientes oncológicos com diagnóstico de IRAS, dos quais a maioria (57,10%) dos indivíduos era do sexo feminino; 51,40% possuíam companheiros; 34,30% trabalhava; 59,00% era proveniente do interior do estado do Rio Grande do Norte; e 80,00% eram pardos. Com relação à idade, obteve-se média de 58,97 anos (±14,7), com mínimo de 25 e máximo de 102 anos. Quando categorizados por faixa etária 54,30% era de adultos e 45,70% de idosos. Tabela 1. Caracterização de saúde de pacientes oncológicos com Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde. Natal/RN, Brasil, 2016 Variáveis Clínica de Origem Cirurgia Geral e Coloproctologia N % 41 39,00 30 15 6 6 6 1 105 28,60 14,30 5,70 5,70 5,70 1,00 100 68 37 105 64,80 35,20 100 47 44,80 Internação para tratamento de complicações cirúrgicas 31 29,50 Internação para cirurgia 27 105 25,70 100 Oncologia Clínica Cirurgia de Cabeça e Pescoço Urologia Mastologia Hematologia Radioterapia Total Característica clínica Cirúrgico Não Cirúrgico Total Motivo de internação Internação clínica geral Total 41 Tabela 2. Manifestações clínicas relatadas de pacientes oncológicos com Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde. Natal/RN, Brasil, 2016 Manifestações clínicas relatadas Febre Dor Constipação Vômito Tosse Rebaixamento do Nível de consciência Náusea Diarreia 46 35 28 24 11 7 21 12 43,80 33,30 26,70 22,90 10,50 6,70 20,00 11,40 Relativo à caracterização de saúde, 64,80% da amostra era de pacientes pertencentes a clínicas cirúrgicas, sendo 39,00% pertencente à Cirurgia Geral e Coloproctologia. Dentre os pacientes não cirúrgicos, a maioria (28,60%), era da Oncologia Clínica. Quanto ao uso de dispositivos invasivos até 72 horas antes da notificação da IRAS, 97,10% dos pacientes os tinham presentes. Sobre a coleta de materiais para cultura de microrganismos, esta foi feita em 74,30% da amostra, os outros 25,70% teve a infecção diagnosticada por exame clínico e de apoio diagnóstico, como hemograma e imagens sugestivas de infecção. Além disso, apenas 4,80% dos pacientes havia recebido quimioterapia antineoplásica até 21 dias anteriores à notificação, e somente 9,50% tinham passado por radioterapia até três meses antes da notificação da infecção. A distribuição dos fatores de risco foi apresentada em forma de tabela (Tabela 3), demonstrando que os fatores de risco procedimento invasivo, pele rompida e peristaltismo inadequado foram os mais frequentes. Tabela 3. Distribuição dos fatores de risco do diagnóstico de enfermagem Risco de Infecção em pacientes oncológicos com Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde. Natal/RN, Brasil, 2016. Fatores de Risco Frequência % Procedimento invasivo 105 Pele rompida Peristaltismo inadequado 98 67 100 93,30 63,80 Doença crônica 49 46,70 Leucopenia 32 30,50 Tecido traumatizado 31 29,50 Hemoglobinemia 20 19,00 Estase de fluidos orgânicos 20 19,00 42 Os fatores de risco foram analisados segundo sua associação estatística às características de saúde e à característica clínica ou cirúrgica dos participantes do estudo. Devido ao elevado número de variáveis, optou-se por apresentar apenas os cruzamentos estatisticamente significativos quando comparados os fatores de risco as características sociodemográficas e clínicas. Referente às diferenças entre os perfis dos pacientes, agrupou-se a população em dois grupos de pacientes - cirúrgicos e não-cirúrgicos. Por meio do teste Qui-quadrado de Person e do Teste exato de Fisher, observou-se associação estatisticamente significativa entre o paciente ter característica cirúrgica e possuir o fator de risco pele rompida e o fator de risco hemoglobinemia associado ao paciente de característica não-cirúrgica, ambos com p valor ≤ 0,05 (Tabela 4). Tabela 4. Fatores de Risco do Diagnóstico de Enfermagem Risco de Infecção em pacientes oncológicos com Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde. Natal/RN, Brasil, 2016 Fator de risco Pele rompida Hemoglobinemia Não cirúrgico Cirúrgico Sim 29 69 Não 6 1 Sim 35 50 Não 0 20 p-valor 0,00 0,00 O tempo médio de internação foi 11,81 dias. Por meio da regressão múltipla foi possível associar a variável tempo de internação às variáveis sexo, característica clínica, ter feito cirurgia prévia. Tabela 5. Regressão múltipla do tempo de internação e demais variáveis dos sujeitos com IRAS. Natal/RN, Brasil, 2016 Variável Estimativa Erro padrão t-valor* p-valor Característica clínica (cirúrgico) -32,86 12,06 -2,72 0,00 Ter feito cirurgia previamente *Teste T de Student 10,29 4,47 2,30 0,02 Quanto à característica clínica, os pacientes cirúrgicos tiveram em média 32,86 dias a menos de internação, anteriores à notificação da IRAS, quando comparados aos pacientes com característica clínica. Apesar disso, os pacientes que realizaram cirurgia num intervalo de até 30 dias anteriores à notificação da 43 IRAS, tiveram em média 10,29 dias a mais de internação quando comparados aos que não tiveram (Tabela 5). As IRAS foram distribuídas conforme frequência absoluta e relativa entre os sítios de infecção, sendo o sítio de infecção cirúrgico, trato urinário e de corrente sanguínea os mais prevalentes (Tabela 6). Tabela 6. Sítios de infecção de pacientes oncológicos com Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde. Natal/RN, Brasil, 2016 Sítio de Infecção Frequência % Infecção do sítio cirúrgico 53 50,50 Infecção do trato urinário 22 21,00 Infecção de corrente sanguínea 20 19,00 Infecção do trato respiratório 9 8,60 Infecção de ferida não cirúrgica 1 1,00 105 100,00 Total Dos microrganismos identificados, 69,50% era de bactérias gram negativas. Entre elas as mais frequentes foram a Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae e Pseudomonas aeruginosa. Apenas 1,90 % das infecções foi causada por fungos, sendo a maioria do gênero Candida. Na Tabela 7, foi apresentado o perfil microbiológico dos sujeitos com IRAS explicitando sua frequência em relação ao total de infecções dos microrganismos mais incidentes e as frequências dos sítios acometidos pelos microrganismos. Tabela 7. Perfil microbiológico de pacientes oncológicos Relacionadas à Assistência à Saúde. Natal/RN, Brasil, 2016. Microrganismos encontrados com Infecções Parte 1 de 2 Frequência % Escherichia coli 20 23,80 Infecção do sítio cirúrgico 9 45,00 Infecção do trato urinário 7 35,00 Infecção de corrente sanguínea 4 20,00 Klebsiella pneumoniae 16 19,00 Infecção do sítio cirúrgico 9 56,30 Infecção do trato urinário 4 25,00 Infecção de corrente sanguínea 2 12,50 Infecção do trato respiratório 1 6,20 Pseudomonas aeruginosa 14 16,60 Infecção do sítio cirúrgico 5 35,70 44 Parte 2 de 2 Infecção de corrente sanguínea 4 28,60 Infecção do trato urinário 2 14,30 Infecção do trato respiratório 2 14,30 Infecção de ferida não-cirúrgica 1 7,10 Enterococcus faecalis 7 4 2 1 8,30 57,10 28,60 14,30 Infecção do trato urinário Infecção do sítio cirúrgico Infecção do trato respiratório 45 6 DISCUSSÃO No tocante à caracterização socioeconômica, o estudo apresentou prevalência de indivíduos do sexo feminino, de maneira oposta ao encontrado na literatura para distribuição dos casos de câncer a nível nacional. Entretanto, está de acordo com o encontrado na estimativa para o Rio Grande do Norte, a qual apresenta predominância de indivíduos do sexo masculino com neoplasias malignas (INCA, 2015). Em relação à raça, a maioria dos estudados eram pardos, o que está em contradição com os achados na literatura brasileira onde os pacientes com câncer são maioria de raça branca (ANDRADE et al., 2013; JELDRES et al., 2014). Barrett (2013) afirma que em alguns casos de doença maligna, os pacientes brancos apresentam pior prognóstico. E apesar disso, estudo aponta uma maior predisposição a alguns tipos de câncer em pacientes negros (BARRETO-NETO et al., 2014). Entretanto, esse achado está proporcionalmente afinado à distribuição de raça do Nordeste brasileiro. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2010) aponta que a população de pardos chega a 43,10% no país e é maior nas regiões Norte e Nordeste brasileiros, sendo 67,40% desses em idade de 15-64 anos. A maioria dos participantes do estudo tinha companheiro. Aspecto semelhante foi encontrado em estudo realizado com pacientes oncológicos em uma cidade do Sudeste do Brasil, no qual indica que a maioria dos estudados possuía companheiro (SILVA et al., 2013). Sobre esse aspecto, a presença do companheiro influencia no apoio social da pessoa doente, como exemplo cita-se um estudo realizado acerca do papel e significados dos cuidadores de pacientes com câncer, aponta que a família normalmente assume tal responsabilidade com (PIOLLI; MEDEIROS; SALES, 2016). Este papel se desenvolve quando o companheiro ampara e aceita as dificuldades do processo de doença e os momentos de desespero de forma paciente e compreensiva, oferecendo refúgio e apoio ao enfrentamento da doença. Observou-se ainda que muitas vezes após essas experiências há um revigoramento e fortificação maior dessas relações (PIOLLI; MEDEIROS; SALES, 2016). No que diz respeito à procedência, a maior parte era proveniente do interior do estado do Rio Grande do Norte. Tal fato explica-se devido à instituição ser 46 especializada em tratamento oncológico e atender pacientes provenientes do SUS nas quatro unidades presentes no estado do Rio Grande do Norte, sendo o hospital em questão a referencia para internação hospitalar dos pacientes atendidos em todas as unidades. Observa-se que apenas um terço da amostra trabalhava e pouco mais da metade possui renda. O encontrado assemelha-se ao exposto pela Organização Mundial da Saúde (2011) e o Ministério da Saúde (2011) ao afirmarem que as Doenças Crônicas Não-Transmissíveis (DCNT), entre elas o câncer, estão mais presentes em pessoas de baixa renda. Justificando tal fato por essas pessoas estarem mais expostas aos fatores de risco somados ao menor acesso às informações e aos serviços de saúde, o que prejudica desse modo a prevenção das doenças, perpassando pelo processo diagnóstico e de tratamento. Segundo a OMS (2011), 80,00% das mortes por DCNT acontecem em países de média e baixa renda. Além disso, 29,00% desses pacientes têm mortes precoces, contra apenas 13,00% de mortes precoces em países de alta renda (OMS, 2011). Isso se explica pelo fato de que indivíduos com menor renda são propensos a não prevenção de doenças, em especial as crônicas, ocasionando diagnóstico tardio (CHERCHIGLIA et al., 2010). Ademais, as internações hospitalares e frequentes idas às instituições de saúde para tratamento da doença geram impacto negativo na qualidade de vida dos pacientes e familiares acompanhantes que acabam por abandonar o trabalho, distanciar-se da família e amigos, resultando em sentimentos de solidão e tristeza (RODRIGUES; POLIDORI, 2012). Referente à clínica de origem do paciente durante a internação, a maioria era da cirurgia geral oncológica e coloproctologia, seguidos da oncologia clínica, cirurgia de cabeça e pescoço, urologia, hemoterapia e hematologia e radioterapia. Tal perfil de pacientes reflete a distribuição de leitos do hospital bem como o motivo de internação hospitalar. Devido às semelhanças clínicas de intervenções e procedimentos notadamente equivalentes, optou-se por dividir os pacientes em característica clínica ou cirúrgica, sendo 64,80% dos pacientes de característica cirúrgica e 35,20% dos pacientes em internação clínica. A notória diferença entre o percentual de pacientes das especialidades clínicas e o motivo de internação clínica pode ser explicado devido pacientes das especialidades cirúrgicas serem admitidos provenientes do serviço de pronto 47 atendimento ou mesmo das consultas ambulatoriais realizadas no hospital para tratamento de complicações oncológicas não cirúrgicas e permanecerem em acompanhamento por sua clínica de origem. É o caso de pacientes que internam para suporte nutricional ou tratamento de infecções em preparação para posterior realização de procedimento cirúrgico. A respeito das manifestações clínicas relatadas durante a internação, as mais frequentes foram febre, dor, constipação, e vômitos. Sobre a febre, sabe-se que é uma elevação da temperatura corpórea em resposta a um aumento de ajuste do controle hipotalâmico da temperatura devido a liberação de mediadores químicos, as citocinas, durante uma reação inflamatória. Suas causas são variadas, mas a mais comum delas é infecção (ALVES; MARQUES; MARQUES, 2008). Tais mediadores inflamatórios são produtos de leucócitos e plaquetas ativados, do metabolismo do ácido araquidônico-prostaglandinas e leucotrienos e das cascatas da coagulação e do sistema complemento, que agem localmente no sentido de diminuir o dano celular. No caso da impossibilidade de manter a reação inflamatória local, seja pela extensão do estímulo agressor ou pela incapacidade dos sistemas de defesa do próprio organismo, há uma reação sistêmica instalada (VOLTARELLI, 1994). Segundo Kraychete, Calasans e Valente (2006), essas substâncias inflamatórias provocam um aumento na permeabilidade das membranas vasculares com extravasamento de plasma para o espaço extra-vascular e consequente formação de edema, eritema e calor. Esse excesso de líquidos e citocinas provoca estímulo químico e mecânico de nervos sensoriais provocando a sensação de dor. Relativo ao fator de risco do diagnóstico de enfermagem Risco de infecção, 63,80% da amostra apresentou o fator de risco peristaltismo inadequado. Tal fato corrobora com o achado para as manifestações clínicas de constipação e vômitos como alterações do trato gastrointestinal e foram evidenciadas pelo uso de sondas para drenagem gástrica, relato de obstrução ou obstipação intestinal, além de relatos de diarreia. A diarreia em pacientes em tratamento oncológico pode ser em decorrência de perda de células da camada mucosa induzida por radioterapia abdominal e pélvica com consequente diminuição da capacidade de absorção hídrica e manutenção do bolo fecal no intestino. Outra causa desse evento em pacientes 48 oncológicos é a neutropenia, devido à perda da resposta a agentes infecciosos no trato gastrointestinal, levando à diarreia infecciosa (BONASSA; GATO, 2012). O trato gastrointestinal, especialmente o intestino, participa ativamente da proteção do organismo contra infecções, responsabilizando-se pela síntese de substratos utilizados como barreira contra microrganismos nocivos. A instabilidade na microbiota desse sistema causada pelos episódios diarreicos é responsável pela morte dos enterócitos, e prejuízo da capacidade digestiva, absortiva e protetora, permitindo o fluxo de toxinas por meio do intestino, que podem resultar em uma maior carga de infecção e maiores danos ao íleo (CHECKLEY et al., 2015). Os vômitos são comuns em pacientes com doenças avançadas, suas causas são variadas e de fisiopatologia complexa, podem estar associados a causas intestinais, como constipação, pancreatite e obstrução; causas do sistema nervoso central, como aumento da pressão intracraniana; ou mesmo relacionado ao tratamento, como no uso de quimioterápicos e em paciente pós-cirúrgicos (MORTON; FONTAINE, 2013). Esses sintomas são comuns em pacientes em pós-operatório imediato e estão associados ao uso de opióides no trans-operatório, secreções gástricas aumentadas e manipulação de órgãos do trato gastrointestinal e urinário. Todos esses estímulos são enviados ao centro do vômito, localizado no tronco cerebral, por meio de cinco pares de nervos cranianos. O enfermeiro deve estar atento ao risco de broncoaspiração, e identificar o fator etiológico para intervenção com vista à diminuição desse evento. Além disso, o aprazamento das medicações antieméticas deve levar em consideração que essas potencializam o efeito de alguns opióides (MORTON; FONTAINE, 2013). Os quimioterápicos induzem o surgimento de náuseas e vômitos pelo menos em parte por estimularem a liberação de serotonina em neurônios de centro do vômito, zona do gatilho e células cromafínicas do trato gastrintestinal. Desde que seja autolimitada, a ocorrência dos vômitos não necessita de terapêutica. Por outro lado, o vômito requer controle porque, além do desconforto, pode causar complicações sistêmicas, como desidratação, alcalose hipoclorêmica e pneumonia aspirativa, dentre outras. Por isso a abordagem terapêutica deve ser voltada para o fator causal, pois sua correção pode ser suficiente para a finalização do quadro, prescindindo-se dos antieméticos. Isso adquire importância quando se considera 49 que esses agentes são apenas sintomáticos e sua toxicidade pode ser bastante acentuada (KATZUNG, 2006). Já em se tratando da constipação no paciente oncológico, várias são as etiologias. Pode ser de causa mecânica como, por exemplo, em obstrução intestinal por crescimento tumoral; podem ser resultados de reações a medicações que alteram o funcionamento intestinal ou decorrentes do agravamento da doença e debilidade orgânica. As consequências da constipação quando crônica, vão desde hemorroidas e impactação fecal, prurido anal, até ao transbordamento fecal por escape de fezes líquidas após constipação prolongada (INCA, 2009). Referente ao fator de risco estase de fluidos orgânicos esteve presente em 18,09% dos indivíduos. Estes foram identificados pela estase de sangue e linfa relatado por edema ou presença de insuficiência vascular; estase de sucos digestivos como estase gástrica ou intestinal e estase de secreções de vias respiratórias. A não movimentação natural destes fluidos provoca alterações cutâneas que levam à formação de linfedema, que ocorre mais frequentemente pela retirada da via de drenagem em caso de linfonodos acometidos por células cancerígenas, que pode ser potencializada por complicações como seroma, hematomas, infecção e tromboflebite (FRANCO et al., 1997). Da mesma forma, o acúmulo de secreções do trato respiratório favorece a ocorrência de pneumonia aspirativa, representando mais uma complicação que pode levar a óbito em caso de pacientes mais debilitados (CLAUDINO; SILVA, 2012). É sabido que processos diagnósticos e terapêuticos comumente demandam a realização de procedimentos invasivos por parte da equipe de saúde sobre o paciente. Esses procedimentos podem objetivar o estabelecimento de uma via de alimentação; a remoção de um tecido acometido por doença; terapia de substituição da função de um órgão; procedimento para eliminação de excretas corpóreas; e até para aplicação de drogas de fim de tratamento, ou sintomáticas. Todos esses são mais frequentes quanto maior o grau de complexidade do serviço de saúde e a necessidade de intervenções do paciente (OLIVEIRA et al., 2015). O fator de risco tecido traumatizado foi encontrado em 29,25% dos estudados. O fator de risco pele rompida esteve presente em 93,00% da amostra. Sendo estatisticamente significante sua associação a pacientes em tratamento cirúrgico ou em tratamento 50 de complicações cirúrgicas. Relativo ao fator de risco procedimento invasivo, esse esteve presente em 100,00% da amostra. Observou-se que 97,10% da amostra estava em uso de dispositivos invasivos, sendo uma média de 2,40 (±1,20) dispositivos por paciente. Os dispositivos invasivos constituem um veículo de entrada de microrganismos potencialmente patogênicos. Essa entrada pode se dar na hora de inserção do dispositivo com migração de micróbio residente de região diferente do corpo, por migração ou por contaminação cruzada por meio das mãos do profissional que executa o procedimento (SANTOS et al., 2010). Estudo europeu corrobora com os achados da pesquisa ao apontar que os principais riscos para o desenvolvimento de infecções nosocomiais são associados à presença de dispositivos invasivos, procedimentos cirúrgicos e os microrganismos multirresistentes. Mesmo por isso, as principais medidas de prevenção e controle ainda são precauções básicas (higienização das mãos, uso adequado de equipamentos de proteção individual, controle ambiental) e isolamento e, bem como o uso racional de antimicrobianos (PINA et al., 2010). Estudo de revisão feito em bases internacionais que buscou os fatores de risco defesas primárias inadequadas para os pacientes com câncer em risco de infecção obteve o fator de risco procedimento invasivo presente em 59,30% dos artigos. Sendo que 32,20% dos artigos abordaram o cateterismo venoso central como fator de risco, e procedimento cirúrgico foi elencado em 30,50% dos estudos (ARAÚJO et al., 2016). Estudo desenvolvido no Japão acerca do efeito econômico de infecções relacionadas a cateteres venosos centrais destaca que essas representam um custo adicional substancial relativo ao tratamento dessas infecções, o que incluem medicamentos e materiais médicos, além de taxas técnicas (NAKAMURA et al., 2015). No que diz respeito ao fator de risco doença crônica, 46,60% da amostra o apresentou. Estudo confirma tal ideia ao inferir que pacientes com comorbidades apresentam-se mais debilitados com comprometimento de órgãos, sistemas de defesa, portanto, mais propensos a desenvolver eventos adversos em caso de internações (CRUVINEL; SILVEIRA; SOARES, 2011). Tais doenças podem levar a incapacidades a médio e longo prazo ocasionando sofrimento aos pacientes e familiares, influência negativa sobre sua 51 qualidade de vida e encargos financeiros com impacto importante a todo sistema de saúde. Além disso, incorre em custo direto à sociedade e ao governo devido à redução da produtividade geral e afastamento de trabalhadores com perdas do setor produtivo (MALTA; SILVA JR, 2013). A hemoglobinemia, apesar de ser um fator de risco presente em apenas 18,09% dos indivíduos do estudo, teve associação estatística significante quando comparada ao paciente ter característica não-cirúrgica. Esta condição está presente em pacientes portadores de doenças crônicas, em especial doenças malignas como, por exemplo, as hematológicas. Sua repercussão orgânica está na menor capacidade de oxigenação de órgãos e tecidos com consequente diminuição da resposta a injúrias e aumento de lesão tissular, além de repercussões sistêmicas como dispneia, astenia, lentidão de pensamento (MORTON; FONTAINE, 2013). Ademais, pacientes com neoplasias hematológicas comumente possuem distúrbio de leucócitos com hiperproliferação clonal de precursores hematopoéticos, que combinada à terapia antineoplásica induz a um variável grau de comprometimento imunológico com consequente aumento da suscetibilidade a infecções oportunistas (GABE; ALMEIDA; SIQUEIRA, 2009). Relativo à topografia das infecções, a ANVISA (2010) aponta como mais comuns as de sítio urinário, seguidas de infecção de sítio cirúrgico, infecção do trato respiratório, e infecção da corrente sanguínea. Entretanto, os resultados deste estudo se apresentaram de forma diferente, sendo mais comuns as infecções do sítio cirúrgico, seguidas pela infecção do trato urinário, infecção de corrente sanguínea, infecção do trato respiratório e, por fim, infecção de ferida não-cirúrgica. É provável que essa diferença se dê pela especificidade da amostra em tela. Quanto às infecções urinárias, a literatura refere que estão associadas comumente ao uso de dispositivos urinários invasivos, como o cateterismo vesical intermitente ou de demora, corroborando com o encontrado no resultado estatisticamente significativo deste estudo, para presença de infecção do trato urinário em pacientes em cateterismo vesical de demora (COSTA et al., 2014; RORIZ-FILHO et al., 2010). Pesquisa realizada no Brasil sobre as infecções do sítio cirúrgico refere que estas ocorreram mais frequentemente em pessoas que haviam se submetido a cirurgias anteriores, com intraoperatórios de mais de 50 minutos, cirurgias abdominais e que tinham presença de comorbidades (AGUIAR et al., 2012). Tal fato 52 corrobora ao encontrado na regressão múltipla realizada, que identificou que pacientes que já foram submetidos a procedimentos cirúrgicos passam em média 10,29 dias a mais de internação que aqueles que não se submeteram. Sobre as infecções de corrente sanguínea, o teste exato de Fisher não demonstrou significância estatística quando comparados o uso de cateteres venosos centrais e a presença desse tipo de infecção, o que vai contra o encontrado na literatura, que aponta que tais dispositivos são os principais responsáveis por esse tipo de infecção (BARROS; MENEZES, 2012). Acredita-se que tal ocorrido pode ser devido à baixa incidência de infecção de corrente sanguínea nos pacientes estudados quando comparado à infecção do sítio cirúrgico, metade das infecções. As infecções do trato respiratório acometeram 8,60% dos estudados. Importante observar que oito, dos nove pacientes que desenvolveram esse tipo de infecção apresentavam traqueostomia como dispositivo auxiliar da via respiratória. A literatura mostra associação forte entre a utilização de dispositivos respiratórios auxiliares e esse tipo de infecção (BERNARDINO, 2009). Quando comparadas a outros tipos de IRAS, as infecções do trato respiratório especialmente a pneumonia, estão associadas a maiores taxas de mortalidade. Sua ocorrência é considerada precoce até o quarto dia de internação; e tardia quando se dá a partir do quinto dia de internação. Sendo relevante para elucidação diagnóstica do agente causador e para a decisão a terapêutica a ser empregada (MAZUCHI et al., 2012). As infecções do sítio cirúrgico são aquelas que acometem tecidos, órgãos e cavidades manipuladas durante o procedimento podendo se manifestar até o trigésimo dia de pós-operatório, ou até em um ano no caso de cirurgias com próteses (SILVA, 2012). Isso se confirma no estudo, onde 93,30% da amostra apresentou o fator de risco pele rompida estatisticamente associado ao paciente ser cirúrgico, e 100,00% da amostra apresentou fator de risco procedimento invasivo. Conforme Silva (2012), são fatores que influenciam no desenvolvimento desse tipo de infecção: a duração do procedimento; extensão da cirurgia e número de órgãos manipulados; presença de infecção comunitária pré-operatória; tempo de internação hospitalar; hemotransfusão intraoperatória; cuidados de assepsia dos profissionais envolvidos; higiene e preparo de tricotomia do paciente. Segundo Siqueira-Batista (2012), uma infecção não tratada pode resultar em síndrome séptica na sepse, sepse grave e choque séptico. A sepse é uma reação 53 inflamatória sistêmica desencadeada por uma infecção com acometimento de função de múltiplos órgãos e sistemas orgânicos. Seu mecanismo inicial se dá pelo reconhecimento de moléculas antígenas que desencadeiam diversos eventos de ativação de células do sistema imune com produção de citocinas pró-inflamatórias que geram alterações laboratoriais, em exames de imagem, hemodinâmicas e orgânicas. Reconhecer a sepse é importante no sentido de intervir rapidamente e reduzir os possíveis danos teciduais. Entre as alterações observadas estão: mudança de temperatura (hipotermia ou hipertermia), taquicardia, taquipneia, edema e hiperglicemia; leucocitose ou leucopenia; hipotensão; enchimento capilar reduzido; oligúria aguda; hipoxemia com dessaturação arterial; coagulação sanguínea aumentada na presença de plaquetopenia; íleo paralítico e bilirrubinemia (LEVY et al., 2006). Apesar dos esforços em reduzir esse tipo de evento adverso, as IRAS continuam sendo um problema de grande repercussão para as instituições de saúde com elevada morbimortalidade. Desta forma, o uso da classificação de intervenções de enfermagem (NIC) pelo enfermeiro revela-se como ferramenta singular para o manejo do risco de infecção nessa clientela (ver quantas intervenções são propostas para o risco de infecção). Na assistência ao paciente com IRAS o enfermeiro pode usar o processo de enfermagem como instrumento para traçar as intervenções e resultados esperados a esses pacientes. São intervenções prioritárias: a avaliação do nível de consciência, monitorização de sinais vitais e padrão perfusão/ventilação; monitoração de diurese e glicemia capilar; manutenção de acesso pérvio; oxigenioterapia; leitura diária de parâmetros laboratoriais; iniciar antibioticoterapia prescrita após coleta de culturas (FERREIRA; NASCIMENTO, 2014). Desta maneira, a formação do profissional enfermeiro deve estar voltada principalmente para a prevenção das infecções relacionadas à assistência e essas medidas devem ser implementadas para todos os pacientes, independentemente do risco presumido. Tais medidas devem integrar diversos setores das instituições de saúde sempre observando indicadores epidemiológicos e as repostas as decisões implantadas (PEREIRA et al., 2005). Tendo em vista que a assistência do profissional enfermeiro tem norteamento pela NANDA-I, o diagnóstico Risco de Infecção permite que esse profissional planeje 54 o cuidado individualmente durante o período de internação do paciente, avaliando o risco de infecção por meio fatores que podem auxiliar ao desenvolvimento de uma infecção, sendo sua responsabilidade do profissional, tomar medidas que assegure a proteção do paciente (OLIVEIRA et al, 2016). Prevenir o desenvolvimento das IRAS bem como as complicações por elas causadas após seu estabelecimento significa também reduzir o sofrimento implicado na internação hospitalar. Entre os motivos desse sofrimento estão o distanciamento familiar e do convívio com os amigos, a mudança da rotina com perda da individualidade, medo da doença e desgaste emocional causado pelo processo (MOREIRA; MARTINS; CASTRO, 2012). Quanto aos microorganismos identificados nos sítios de infecção é importante a compreensão dos tipos de microorganismos e o caminho possível percorrido por eles. A Escherichia coli é uma bactéria encontrada naturalmente no trato intestinal, muito embora quando relacionada com IRAS no estudo, esteve mais presente no sítio cirúrgico. A literatura explica tal fato possivelmente devido a contaminação intraoperatória, déficit de cuidados pós-operatórios da equipe e do próprio doente. Além desse, foi também evidenciado em trato urinário, possivelmente por más hábitos de higiene e procedimentos invasivos realizados neste sistema orgânico (SUPERTI; AUGUSTI; ZAVASCKI, 2009). A Klebsiella pneumoniae, por sua vez, também está relacionada com as IRAS, muito embora seu processo patológico está ligado principalmente ao sistema respiratório através do desencadeamento de pneumonias devido ao seu alojamento em mucosas. Além de atingir aos pacientes com o sistema imunológico deprimido pelo mesmo processo da Escherichia coli, no qual caracteriza os pacientes estudados (FLORES et al., 2009). A Pseudomonas aeruginosa constitui uma espécie de bactéria oportunista em que sua presença no sítio cirúrgico e ferida não cirúrgica se dão devido a habilidade de seu desenvolvimento no ambiente hospitalar, como por exemplo, superfícies inanimadas próximas ao paciente e o ar. Com relação ao trato respiratório se dá através de dispositivos respiratórios contaminados, sendo associada a complicações fatais. Já em relação ao trato urinário, a infecção está associada aos dispositivos utilizados, como cateteres ou sondas, onde ela coloniza desde a glande e vulva interiorizando pela bexiga até os rins (PIRES, 2009). 55 Tendo o meio gastrointestinal o habitat das bactérias já mencionadas, o Enterococcus faecalis (8,30%) não difere, porém, sua constante mutação em paciente hospitalizados é o que designa sua resistência, tornando as infecções do trato urinário, sítio cirúrgico e trato respiratório mais propícias ao choque séptico (OLIVEIRA; DAMASCENO, 2010). 56 7 CONCLUSÕES Os fatores de risco do diagnóstico de enfermagem Risco de infecção elencados por este estudo, apresentaram relevante distribuição na população oncológica hospitalizada. Tal fato se deu pelas características próprias da condição do doente com câncer, bem como do processo de hospitalização e todos os eventos que a ele incorrem. O perfil dos pacientes com IRAS apontou para adultos, em sua maioria do sexo do sexo feminino, com companheiros, trabalhadores e provenientes do interior do estado do Rio Grande do Norte, portadores de doenças crônicas. Os achados do presente estudo revelam a importância da avaliação e identificação dos fatores de risco para infecção em pacientes internados. O diagnóstico de enfermagem Risco de infecção é um importante instrumento que orienta e define o planejamento de intervenções efetivas à prevenção de infecção e à promoção da segurança do paciente. O processo de enfermagem como método para a Sistematização da Assistência de Enfermagem e o uso de nomenclaturas unificadas contribui para qualificar o cuidado ao paciente com câncer, orientando a posterior criação de protocolos de prevenção e contribuindo para as questões de segurança dos pacientes internados. Quanto aos fatores limitantes deste estudo, destaca-se a organização da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar, que por ter iniciado as notificações das IRAS apenas no final do ano de 2012, não possibilitou um estudo de corte temporal mais espaçado e a possibilidade de inferências mais acuradas. Desta forma, acredita-se que este estudo servirá de subsídios para a criação de protocolo institucional de prevenção de IRAS nessa clientela além de embasar próximas investigações que considerem os efeitos destas ações de prevenção de IRAS na instituição. Releva-se, também, a possibilidade deste estudo orientar o agrupamento de intervenções baseadas em taxonomias próprias da enfermagem para promover modificações nas ações das equipes de enfermagem com vistas a real mudança no perfil de incidência e principalmente na diminuição da morbimortalidade por esse tipo de evento adverso. 57 REFERÊNCIAS AGUIAR, A.P.L; PRADO, P.R; OPITZ, S.P; VASCONCELOS, S.P; FARO, A.R.M. Fatores associados à infecção de sítio cirúrgico em um hospital na amazônia ocidental brasileira. Revista SOBECC, São Paulo, v. 17, n. 3, p. 60-70, jul./set. 2012. Disponível em: <http://pesquisa.bvs.br/brasil/resource/pt/lil-685007>. Acesso em: 02 nov. 2015. ALVES, J.G.B; MARQUES, N.D.C.A; MARQUES, C.D.C.A. Tepid sponging plus dipyrone versus dipyrone alone for reducing body temperature in febrile children. São Paulo Medical Journal, São Paulo, v. 126, n. 2, p. 107-11, fev. 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/spmj/v126n2/a08v1262.pdf>. Acesso em 13 abr. 2016. 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Health care without avoidable infections: The critical role of infection prevention and control. Geneva: World Health Organization, 2016. 70 APÊNDICES 71 APÊNDICE A – INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSO EM ENFERMAGEM ARYELE RAYANA ANTUNES DE ARAÚJO ANÁLISE DO DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM RISCO DE INFECÇÃO EM PACIENTES COM CÂNCER HOSPITALIZADOS INSTRUMENTO COLETA DE DADOS Parte 1 de 2 ID:______ INICIAIS DO PARTICIPANTE _____________Nº prontuário__________ DADOS SOCIODEMOGRÁFICOS Iniciais: ____________________ Data de Nasct: __/__/___ Idade em anos completos calculada do dia da notificação da IRAS: _____ Sexo 1-M( ) 2-F( ) Est. civil:0.( ) Sem companheiro 1. ( ) Com compaheiro 2.( )Não mencionado Ocupação: 0.( ) Não mencionado; 1.( ) Dona de casa; 2.( ) Trabalha; 3.( ) Não trabalha; 4.( ) Aposentado/pensionista Procedência: 1.( )capital do RN 2.( ) Interior do RN 3. ( ) Proveniente de outro estado DADOS DA IRAS Data de admissão __/__/___ Enfermaria/leito _________________ Clínica Responsável________________ Data do diagnóstico da IRAS: __/__/____ Dispositivos invasivos (até 72 horas antes da notificação da IRAS) ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Material colhido cultura Ausência (0); Presença (1); Tipo de material colhido Urina(1); sangue(2);ponta de cateter(3); fragmento de ferida não cirúrgica(4);swab(5); exsudato/ fragmento de ferida operatória(6) Microrganismo encontrado na cultura com antibiograma: ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 72 Parte 2 de 2 Sítio da IRAS: Infecção do sítio cirúrgico(1); infecção de corrente sanguínea (2); infecção do trato respiratório(3); infecção do trato urinário(4);infecção de ferida não cirúrgica(5); Cirurgias Procedimento____________________________________________ Data__/__/____ Reabordagem__/__/___ Quimioterapia prévia até 28 dias antes da notificação da IRAS Não (0); Sim(1); Radioterapia prévia até 3 meses antes da notificação da IRAS Não (0); Sim(1); MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS RELATADAS ATÉ 72 HORAS ANTES DA NOTIFICAÇÃO DA IRAS __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ EXAMES DO PACIENTE (72 horas antes da notificação da IRAS ou até 30 dias antes da notificação em casos de cirurgia) HEMOGRAMA Hm____ Hb____ Ht_____ Leucócitos______ DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM RISCO DE INFECÇÃO -DEFESAS PRIMÁRIAS INADEQUADAS Peristaltismo inadequado 1.( )Sim 2.( )Não devido a: 1.( )constipação 2.( )diarréia 3.( )estase gástrica 4.( )realização de preparo laxativo pré-cirúrgico/exames 4.( )outros: ___________________________________________________________________ Pele rompida 1.( )Sim 2.( )Não devido a: _________________________________ ( )Procedimento invasivo(data do procedimento) 1.( )cirúrgico 2.( )AVC 3.( ) AVP 4.( )toracocentese 5.( )paracentese 6.( )SVD 7.( )SVA 8.( )SNG 9.( )SNE __________________________________________________________________ Estase de fluidos orgânicos: 1.( )Sim 2.( )Não Devido a: _____________________ Tecido tramatizado(feridas/outros- descrever tipo e aspecto) ___________________________________________________________________ -DEFESAS SECUNDÁRIAS INADEQUADAS Redução da hemoglobina 1.( )Sim 2.( )Não Leucopenia1.( )Sim 2.( )Não Uso de antiinflamatório 1.( )Sim 2.( )Não Qual____________________ Doença crônica : 1( ) diabetes 2( ) hipertensão 3( ) Outra __________ 73 APÊNDICE B – JUSTIFICATIVA PARA DISPENSA DO TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE JUSTIFICATIVA PARA DISPENSA DO TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Eu, Alexsandra Rodrigues Feijão, coordenador(a) da pesquisa intitulada Valor preditivo do diagnóstico de enfermagem risco de infecção em pacientes com câncer hospitalizados, por este termo solicito ao Comitê de Ética em Pesquisa – CEP da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, a dispensa do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE em razão do exposto abaixo. Por se tratar de um estudo retrospectivo com dados de protuários desenvolvido no Serviço de Arquivo de Prontuários do Hospital Dr. Luiz Antônio (HLA) em Natal, Rio Grande do Norte (RN), será assegurada primordialmente a privacidade e o anonimato dos pacientes pesquisados. Natal, 08 de agosto de 2015. ______________________________________________________________ Profª. Drª. Alexsandra Rodrigues Feijão Professora da Graduação e Pós-Graduação em Enfermagem Departamento de Enfermagem – UFRN SIAPE 1299781 Coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisa em Enfermagem Baseada em Evidência – GEPEBE 74 ANEXOS 75 ANEXO A – DECLARAÇÃO INSTITUCIONAL 76 ANEXO B – PARECER CONSUBSTANCIADO DO COMITÊ DE ÉTICA Parte 1 de 5 77 Parte 2 de 5 78 Parte 3 de 5 79 Parte 4 de 5 80 Parte 5 de 5