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INFORME
ECONÔMICO
Ano 19 ● Número 07 ● 20 de fevereiro de 2017
A indústria gaúcha investe cada vez menos
A Pesquisa de Investimentos na Indústria do RS mostra que os investimentos em 2016 foram os mais
baixos desde 2010 e que as intenções para 2017 ainda não são de retomada.
Economia brasileira recua 4,34% em 2016
Taxa de desemprego encerra 2016 com recorde histórico
FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO RIO GRANDE DO SUL
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UNIDADE DE ESTUDOS ECONÔMICOS
www.fiergs.org.br/economia
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A indústria gaúcha investe cada vez menos
A Pesquisa de Investimentos na Indústria do RS mostra que os investimentos em 2016 foram os mais
baixos desde 2010 e que as intenções para 2017 ainda não são de retomada.
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A pesquisa Investimentos na Indústria é coordenada
pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), que
também responde pela divulgação dos dados nacionais
a partir da compilação dos resultados estaduais. No Rio
Grande do Sul, o levantamento é conduzido junto aos
empresários de diferentes ramos de atividade do setor
secundário pela Unidade de Estudos Econômicos
(UEE) do Sistema FIERGS.
Não há correspondência semelhante em nível
regional para esse objeto de investigação, o que torna a
pesquisa uma fonte de valiosas informações para
empresários, analistas e formuladores de políticas
públicas. O conjunto de estatísticas ajuda a entender de
que forma o cenário econômico afetou não somente os
investimentos efetivos, mas também as decisões com
relação aos futuros projetos.
O investimento é uma das variáveis mais
importantes no âmbito da economia porque representa
um dos principais elos constituintes do processo de
acumulação de riquezas nas economias de mercado.
Nessa edição da pesquisa, 217 respondentes das mais
diversas unidades fabris opinaram qualitativamente
sobre a evolução dos investimentos em 2016 e das suas
intenções para 2017.
Apenas 62,2% das empresas da indústria de
transformação investiram em 2016, o menor valor
desde o início da pesquisa. Considerando esse
subconjunto, apenas um terço (33,1%) o fizeram
conforme o planejado e 23,4% adiaram para 2017 ou
cancelaram / postergaram por tempo indeterminado os
projetos. Em ambos os casos também foram quebrados
os recordes negativos, algo que está em linha com o
cenário adverso enfrentado pelo setor. As compras de
máquinas e equipamentos, por sua vez, registraram
percentual semelhante ao de 2015 (87,2%), sendo que o
processo de substituição das importadas pelas nacionais
ganhou força.
A incerteza econômica, a reavaliação da demanda /
elevada ociosidade e o custo do crédito / financiamento
seguiram como as principais causas para a não
realização plena dos investimentos em 2016, com
destaque para o aumento da primeira. Ademais, o
objetivo principal permaneceu sendo a melhoria do
processo produtivo, e a principal fonte de
financiamento foram os recursos próprios, cuja
participação no total cresceu ainda mais. Em suma, boa
parte dos indicadores que visam capturar a evolução
dos investimentos efetivos registrou o piso da série
histórica, iniciada em 2010.
Para 2017, as notícias, de uma maneira geral, não
são animadoras: a intenção de investir (59,9%), caso se
confirme, deverá renovar o recorde negativo da série
histórica. Esse movimento ocorre a despeito da melhora
dos índices de confiança desde o segundo trimestre de
2016, e está ligado à expectativa de recuperação
letárgica da economia, uma vez que os vetores para a
aceleração do crescimento no curto prazo encontram-se
estrangulados.
A incerteza econômica, a reavaliação da demanda /
elevada ociosidade e o custo do crédito / financiamento
mantêm-se como os principais elementos que justificam
a ausência de investimentos de quatro entre dez
empresas em 2017. Por outro lado, entre as firmas que
pretendem investir, a maior parte deseja aumentar a
compra de maquinário, com destaque para o aumento
do apetite por equipamentos importados.
Por fim, o principal objetivo dos investimentos
planejados para 2017 permaneceu a melhoria do
processo produtivo, e o mercado alvo mais importante
segue sendo o interno.
Empresas que investiram no ano
(Em % do total das empresas)
Fonte: Fonte: FIERGS/UEE. Pesquisa Investimentos na
Indústria RS.
Intensão de investimento para o próximo ano
(Em % do total das empresas)
Fonte: Fonte: FIERGS/UEE. Pesquisa Investimentos na
Indústria RS.
A última edição da Pesquisa Investimentos na Indústria
e a análise dos resultados pode ser acessado no link:
http://www.fiergs.org.br/sites/default/files/pesquisa_inv
estimentos_rs_2016.pdf
Unidade de Estudos Econômicos – FIERGS
www.fiergs.org.br/economia
Economia brasileira recua 4,34% em 2016
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A atividade econômica brasileira encerrou 2016
com queda de 4,34% na comparação com 2015,
segundo o Índice de Atividade Econômica do Banco
Central (IBC-Br). O resultado foi pior que o observado
em 2015, quando o recuo da economia alcançou os
4,28%, marcando a maior retração anual da série
histórica do indicador que se inicia em 2003.
Embora seja conhecido como “PIB do Banco
Central”, o IBC-Br tem metodologia de cálculo distinta
do PIB apurado pelo IBGE através do Sistema de
Contas Nacionais. O indicador do BC leva em conta a
trajetória de variáveis de atividade setorial e que
possuem divulgação mensal, enquanto que o PIB é a
soma do valor adicionado de todos os bens e serviços
produzidos em um determinado período e possui
divulgação trimestral.
A produção industrial, com queda de 6,6% no ano
passado, apresentou a maior retração entre os principais
indicadores que compõem IBC-Br. Em 2015, a
produção do setor já havia recuado 8,2%. Dos 26 ramos
pesquisados pelo IBGE, 23 apresentaram resultado
negativo em 2016. Entre as atividades com maior
influência negativa no período, destacaram-se a
Indústria extrativa (-9,4%), Petróleo e biocombustíveis
(-8,5%) e Veículos automotores (-11,4%).
Já o volume de vendas no comércio varejista
recuou 6,2%, um resultado pior na comparação com o
verificado em 2015 (-4,3%). As contribuições negativas
com maior peso no resultado do setor vieram de
Hipermercados e supermercados (-3,1%) e Móveis e
eletrodomésticos (-12,6%).
Por fim, o volume de serviços sofreu um declínio
de 5,0%, uma nova perda após o recuo de 3,6%
observado em 2015. As principais influências vieram
dos Serviços de transportes e correio (-7,6%) e Serviços
profissionais, administrativos e complementares (11,4%).
Para o quarto trimestre do ano passado, o IBC-Br
registra uma queda de 0,36%, na série com ajuste
sazonal. Portanto, dada a alta correlação que o
indicador do BC tem com o PIB, a oitava queda
trimestral consecutiva deverá ser observada na
divulgação dos dados consolidados do PIB, que
ocorrerá no mês de março. De acordo com nossas
projeções feitas no Balanço Econômico 2016 e
Perspectivas 2017, o recuo do PIB no acumulado ano
passado foi de 3,5%.
A recuperação da economia brasileira será lenta e
com a oscilação típica dos momentos de retomada. Para
o fechamento de 2017, estamos prevendo um leve
crescimento de 0,5% no PIB, indicando que a atividade
ficará praticamente estável em um patamar bastante
baixo e ainda muito distante de compensar os anos
ruins de 2015 e 2016.
Taxa de desemprego encerra 2016 com recorde histórico
A taxa de desemprego do Brasil chegou aos 12,0%
no último trimestre do ano passado, segundo os dados
da PNAD Contínua, do IBGE. Foi o maior valor desde
o início da pesquisa em 2012. No mesmo período de
2015 a taxa estava em 9,0% e, na média para os quatro
trimestres de 2016, foi de 11,5%, ficando 3,0 pontos
percentuais (p.p.) acima da média de 2015 (8,5%).
O número de desempregados no país também
alcançou seu maior valor de toda a série da pesquisa:
são 12,3 milhões de pessoas que procuraram emprego e
não conseguiram nos últimos três meses de 2016. Vale
destacar que as pessoas que não estavam empregadas e
não procuraram emprego não entram nesse número. No
mesmo período de 2015 eram 9,0 milhões de
desempregado no país, um aumento de 36,0%.
O crescimento dos desempregados fica ainda mais
preocupante quando o número atual é comparado ao
verificado no final de 2014: 6,5 milhões de pessoas.
Nessa época, a atividade econômica já estava em
trajetória decrescente, mas o mercado de trabalho ainda
não era impactado significativamente. Portanto, em dois
anos o número de desocupados quase dobrou,
apresentando aumento de 91,3%.
O desemprego é uma das faces mais perversas da
crise que assola o país. A deterioração no poder de
compra das famílias prejudica todos os segmentos da
economia, com destaque aos setores de comércio e
serviços, os quais são responsáveis por mais de dois
terços do PIB nacional.
Historicamente, os ciclos no mercado de trabalho
ocorrem com defasagem em relação aos ciclos da
atividade econômica. Portanto, somente após a
economia apresentar resultados consistentes de
retomada, um novo ciclo de melhora no emprego será
iniciado, o que ainda não deve ocorrer no primeiro
semestre de 2017.
Taxa de desemprego – Brasil
(Em % da força de trabalho)
13,0
12,0
11,0
9,0
9,0
6,9
7,0
6,5
6,2
5,0
I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV
2012
2013
2014
Fonte: IBGE/PNAD Contínua.
Unidade de Estudos Econômicos – FIERGS
www.fiergs.org.br/economia
2015
2016
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