universidade candido mendes pós-graduação lato sensu projeto a

Propaganda
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
PROJETO A VEZ DO MESTRE
AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM: ATUAÇÃO DO
ORIENTADOR EDUCACIONAL E PEDAGÓGICO
Por: Aline Rosas Fonseca
Orientador
Prof. Vilson Sérgio de Carvalho
Niterói
2010
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
PROJETO A VEZ DO MESTRE
AS Dificuldades de Aprendizagem: Atuação do Orientador
Educacional e Pedagógico
Apresentação
Candido
de
Mendes
monografia
como
à
requisito
Universidade
parcial
para
obtenção do grau de especialista em Orientação
Educacional e Pedagógica.
Por: Aline Rosas Fonseca
3
AGRADECIMENTOS
Gostaria primeiramente de agradecer
a Deus por me dar vida e saúde, à
minha mãe e à minha avó que não me
deixaram desistir da Pós - graduação;
ao professor Vilson Sérgio de carvalho
que foi fundamental na elaboração
desta pesquisa, pois acredito que sem
a sua ajuda eu jamais teria conseguido.
4
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a minha avó Cecília
que foi fundamental para a concretização
do mesmo.
5
RESUMO
Ao decorrer do trabalho monográfico iremos abordar e discutir os
seguintes temas: O processo de aprendizagem; o conceito sobre as
dificuldades de aprendizagem; o histórico das dificuldades de aprendizagem;
as características e os tipos de dificuldades; a atuação e o papel do Orientador
Educacional. As dificuldades de aprendizagem tornaram-se muito comuns
dentro das escolas e se manifestam de formas diversificadas, e muitos
professores, coordenadores e diretores não conseguem lidar com os grandes
números de alunos que apresentam essas dificuldades. E assim, procuramos
compreender como seria o papel do orientador na mediação do processo
educacional desempenhando um trabalho junto aos professores e alunos.
6
METODOLOGIA
Foi privilegiada a pesquisa teórica – bibliográfica, pois é preciso
conhecer com profundidade questões referentes ao tema; a observação
participante como instrumento de tomada de dados.
Dentre os autores pesquisados merece destaque Fonseca (1995) em
função de suas análises sobre as dificuldades de aprendizagem e o seu
histórico. Nem sempre se consegue explicar por que algumas crianças,
independentemente de suas inteligências normais, de suas acuidades
sensoriais e de seus comportamentos motores e sócio-emocionais adequados,
não aprendem normalmente a ler, a escrever e a contar. Essas questões são
abordadas pelo autor, que busca os caminhos e as respostas tão procurados
por todos que se preocupam com a educação.
A autora Grinspun (2006) que também merece destaque nos traz a
discussão e análise sobre a orientação educacional na sua origem, nos seus
aspectos legais, na sua história e nas próprias relações que ela mantém dentro
da escola. Os aspectos sociais, políticos, culturais, o advento das novas
tecnologias, inserem os indivíduos dentro de um novo cenário em que suas
ações, fruto desta nova realidade, precisam ser pensadas, analisadas à luz de
uma reflexão sobre esse novo contexto.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
08
CAPÍTULO I - O PROCESSO DE APRENDIZAGEM
10
CAPÍTULO II - O HISTÓRICO DAS DIFICULDADES
DE APRENDIZAGEM
15
CAPÍTULO III - CARACTERÍSTICAS DAS DIFICULDADES
DE APRENDIZAGEM
19
CAPÍTULO IV - A ATUAÇÃO DO ORIENTADOR EDUCACIONAL 25
CONCLUSÃO
30
BIBLIOGRAFIA
32
ÍNDICE
34
FOLHA DE AVALIAÇÃO
35
8
INTRODUÇÃO
A escolha do meu tema surgiu quando me deparei com uma criança com
dificuldade de aprendizagem que se refere não a um único distúrbio, mas
vários fatores que podem afetar qualquer área do desempenho escolar. Foi
durante as observações da disciplina de Pesquisa e Prática Pedagógica, em
uma turma de 3ª série de Anos Iniciais, com 25 alunos de idade igual ou inferior
a 11 anos. A turma era conduzida por um só profissional, com o apoio de uma
pedagoga, psicopedagoga e psicóloga, mesmo assim, pude perceber que não
estavam seguros para enfrentar a situação por diversos fatores: classe
numerosa, falta de capacitação especifica para trabalhar com a criança com
dificuldades de aprendizagem, falta de recursos financeiros para aquisição de
material próprio.
Este trabalho monográfico terá cerca de quatro capítulos muito
importantes para sua concretização. O primeiro capítulo abordará os conceitos
de aprendizagem e das dificuldades de aprendizagem; já no segundo buscarei
o histórico das dificuldades de aprendizagem; no terceiro trarei as
características das dificuldades de aprendizagem; e no quarto capítulo falarei
sobre a atuação do orientador educacional.
Ao adquirir a minha habilitação por meio desta pós-graduação em
Orientação Educacional e Pedagógica almejo favorecer e facilitar o trabalho
dos profissionais que atuam na área da educação, em especial nos Anos
Iniciais, indicando diversos fatores que contribuem para as dificuldades de
aprendizagem, e apontar como se faz necessário o papel do orientador junto à
escola.
9
O
objetivo
deste
trabalho
é
compreender
as
dificuldades
de
aprendizagem, conhecer e refletir sobre a forma pela qual o Orientador
Educacional e Pedagógico poderá contribuir no aprendizado educacional do
Aluno.
A pesquisa proposta foi realizada na perspectiva da abordagem
qualitativa que se preocupa com o “contato direto e prolongado do pesquisador
com o ambiente e a situação que está sendo investigada”. (MENGA E LUDKE,
1986, 11)”.
10
CAPÍTULO I
O PROCESSO DE APRENDIZAGEM
“Pesquiso para conhecer o que ainda
não conheço e comunicar e anunciar a
novidade”. Paulo Freire
..
Antes de falarmos sobre dificuldades de aprendizagem é
necessário que se tragam alguns conceitos sobre a aprendizagem.
Segundo CAMPOS, (1987), a aprendizagem tem sido considerada
como: “Uma modificação sistemática do comportamento, por efeito da prática
ou experiência, com um sentido de progressiva adaptação ou ajustamento”
(p.30).
De acordo com CAMPOS, (1987), a aprendizagem está ligada à
modificação comportamental do individuo, ocorrendo na prática ou na
observação, possibilitando o avanço do aluno em sua educação. Sendo assim,
a aprendizagem é um processo individual, onde cada pessoa é responsável
pelo seu envolvimento, mobilizando forças e sua capacidade.
Neste sentido, podemos ainda entender a aprendizagem, segundo o
autor Falcão como “fenômeno do dia-a-dia, que ocorre desde o inicio da vida”
(FALCÃO, 2000: p.19).
De acordo com Falcão (2000) aprendemos desde o inicio da vida,
portanto não se aprende somente na escola, aprendemos desde cedo, é nesse
dia-a-dia que vamos fazendo observações, adquirindo conhecimentos.
Aprendemos a ter atitudes em relação a nós
mesmos e aos outros; aprendemos a ser o tipo de
pessoa que realmente somos. Isto significa que as
crianças estão aprendendo, mesmo quando não
11
nos damos conta disso. Para sermos mais exatos,
elas podem não estar aprendendo a matéria do
currículo, mas estão aprendendo alguma coisa (p.
25).
De acordo com Falcão (2000), a aprendizagem ocorre em diversos
momentos, mas muitas vezes não nos damos conta disso, ou seja, por mais
que percebemos a aprendizagem ela se faz de um modo natural, seja ela
dentro ou fora da escola.
A aprendizagem encarada aqui como um processo
dinâmico, onde o aluno atua em um papel ativo,
em constante interação com o envolvimento e com
o grupo da turma onde está integrado, muda as
suas noções, idéias, atitudes e aquisições, mas
também
deve
mudar
as
condições
do
envolvimento onde ela tem lugar (FONSECA,
1995: p. 87).
A aprendizagem faz parte da construção do conhecimento, envolvendo
a criança a participar das atividades que lhe são propostas, possibilitando
momentos de integração do aluno com a turma e com a professora, onde o
mesmo encontra-se inserido.
1.1 – Dificuldades de Aprendizagem
Após termos definido o conceito de aprendizagem, falaremos agora
sobre as dificuldades de aprendizagem.
Dificuldade de aprendizagem segundo o autor Fonseca é:
Um termo geral que se refere a um grupo
heterogêneo de desordens manifestadas por
dificuldades significativas na aquisição e utilização
da compreensão auditiva, da fala, da leitura, da
12
escrita e do raciocínio matemático (FONSECA,
1995: p. 71).
Segundo Vitor da Fonseca (1995), essas desordens que são
manifestadas por dificuldades são atribuídas, não só por uma única causa, mas
aspectos diversos podem prejudicar o funcionamento cerebral. Essas
desordens podem estar ligadas ao sistema nervoso central, podendo ocorrer
durante toda a vida de um individuo.
De acordo Smith e Strick dificuldades de aprendizagem são “problemas
neurológicos que afetam a capacidade do cérebro para entender, recordar ou
comunicar”. (Smith e Strick, 2001: p. 15). Tais problemas impossibilitam o
desenvolvimento e o envolvimento do aluno. Sendo assim, o mesmo acaba
sendo prejudicando não absorvendo os conteúdos que são propostos pela
professora.
Na realidade, as dificuldades de aprendizagem
são normalmente tão sutis que essas crianças não
parecem ter problema algum. Muitas crianças com
dificuldades de aprendizagem têm inteligência na
faixa de média a superior, e o que em geral é mais
óbivio nelas é que são capazes em algumas áreas
(SMITH e STRICK, 2001: p.15)
Nós, enquanto educadores e orientadores educacionais, devemos
prestar mais atenção nas dificuldades de aprendizagem, pois elas podem
ocorrer de modo sutil, ficando invisível ao nosso olhar e de nossos alunos,
embora mesmo apresentando dificuldades a criança consiga obter um bom
desenvolvimento em algumas áreas. “Para vivermos nos tempos modernos
necessitamos de muitos conhecimentos. Houve tempo em que bastava saber
caçar e pescar. Imagine alguém querendo viver assim hoje” (BOSSA, 2000: p.
70).
È necessário que os docentes tornem-se professores pesquisadores,
viabilizando meios para planejarem, avaliarem suas atividades, buscando
respostas que garantam mais eficácia ao seu trabalho, estando atento às
13
etapas do desenvolvimento da criança, colocando-se na posição de facilitador
da aprendizagem, estabelecendo com seus alunos uma relação de ajuda,
atento para as atitudes de quem ajuda e para a percepção de quem é ajudado.
Através da busca de estratégias conseguiremos oferecer um bom ensino
para os alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem, viabilizando
recursos que possam estar contribuindo com a aprendizagem dos mesmos,
além de tornarmos a aula mais dinâmica e prazerosa.
Para Smith e Strick (2001), as dificuldades são definidas como
problemas que interferem no domínio de habilidades escolares básicas, e elas
só podem ser identificadas até que uma criança comece a ter problemas na
escola.
Cabe a nós, professores e orientadores educacionais, ficarmos atentos
ao primeiro sinal de problemas relacionados à aprendizagem, procurando
trabalhar com essas dificuldades sem que o aluno seja exposto.
As dificuldades de aprendizagem devem ser diagnosticadas de forma
diferente em relação a outros transtornos, ainda que, frente à presença de uma
dificuldade de aprendizagem e de outro transtorno, seja necessário classificar
ambos os transtornos.
Para Smith e Strick (2001), a rigidez dos professores na sala de aula é
fatal para as crianças com dificuldades de aprendizagem. Para progredirem,
tais estudantes devem ser incentivados a trabalhar ao seu próprio modo.
Infelizmente há professores muito inflexíveis, que usam materiais e métodos
inapropriados às necessidades do aluno, resultando um número alto de
reprovação.
De acordo com Fonseca (1995), as dificuldades de aprendizagem
aumentaram na presença de escolas superlotadas e mal equipadas, carentes
de materiais didáticos inovadores, além de contarem com muitos professores
desmotivados e desinteressados. Desta forma a dificuldade de aprendizagem
passa por questões institucionais, além das questões individuais.
14
É preciso que os professores tenham interesse, amor, e respeito pelo
que fazem, pois assim, os alunos não se sentirão desmotivados, e nem
fracassados, os mesmos terão a oportunidade de crescer não só como alunos,
mas como pessoas.
Cabe a escola, na figura da professora, prestar atenção adequada a
estas manifestações, considerando o estado geral da criança em seu dia-a-dia,
privilegiando atividades lúdicas e estimulantes, que possibilitarão ao aluno
vencer seus obstáculos, tendo a família desta criança como grande aliada da
escola, contribuindo positivamente na aprendizagem do educando.
Segundo Gonzales (1972),
A família e a escola que antes puderam exercer
funções específicas e parciais, agora terão que
reconhecer que se encontram comprometidas em
uma empresas comum, cujo os fins estão
aprioristicamente
relacionados
e,
estabelecidos,
portanto,
serão
absolutamente
condicionados a desenvolvimentos progressos da
criança. (p. 12)
É justamente visando uma maior integração neste sentido e evitando
uma divisão radical de especificações de funções e uma maior articulação das
mesmas em beneficio do processo de ensino-aprendizagem que se entende,
fazendo-se necessário e urgente, uma maior colaboração entre as instituições
família e escola frente ao trabalho educativo.
15
CAPÍTULO II
O HISTÓRICO DAS DIFICULDADES DE
APRENDIZAGEM
Fonseca (1995) afirma que se quisermos fazer uma análise histórica,
necessariamente superficial, a problemática das dificuldades de aprendizagem
deve se equacionar paralelamente com o desenvolvimento das sociedades.
Nos séculos XIII e XIV, a entrada para a escola se dava por volta dos 13 anos.
No século XVI, os jesuítas estabeleceram a entrada para a escola aos sete
anos e criaram as classes de nível que poderia ter crianças e adultos. No
século XVII, nos reinados de Luis XIII e Luis XIV, a entrada para a escola se dá
aos noves anos e aos cinco anos respectivamente. No século XIII, as
mudanças de atitude decorrentes da filosofia de ROUSSEAU e de DIDEROT
levam o ensino para todos e na base de diversidade. Já no século XIX e XX, as
idéias de MONTESSORI, DECROLY, FROEBEL, DEWEY, MAKARENKO,
MENDEL, FREINET e outros reforçaram a necessidade da escola estar aberta
à vida, ao mesmo tempo, que devia ser obrigatória para todos e não só para
filhos dos favorecidos ou privilegiados.
Na base dessa simples abordagem, o autor chega à conclusão de que a
escola foi impondo exigência, ao mesmo tempo em que se foi abrindo a um
maior número de crianças, aumentando as taxas de escolarização, o que,
como conseqüência, implicou obviamente inúmeros processos de inadaptação.
Quando os métodos que eram eficazes para a maioria não serviam,
rapidamente se recriavam (e se criam até hoje), processos de seleção e de
segregação para outras crianças.
Segundo ele, as concepções unidimensionais iniciais tendiam para uma
visão
unidimensional,
como
são
exemplos
os
modelos
psiquiátricos,
16
psicométricos, neuropsicológicos, pedagogizantes ou socializantes exclusivista.
Assim, o modelo dessas teorias não respeita a interação que está contida no
conceito das dificuldades de aprendizagem, onde as condições internas
(neurobiológicas) e as condições externas (sócio-culturais) desempenham
funções dialéticas (psicoemocionais) que estão em jogo na aprendizagem
humana.
Parece claro que as dificuldades de aprendizagem não são encaradas
num modelo interacionista e dialético. Dum lado, os defensores que vêm as
dificuldades de aprendizagem na criança e nos seus déficits de processamento
da informação. Do outro, os defensores que vêm as dificuldades no professor e
nos seus processos de trabalhos. Dislexia ou dispedagogia? Problema da(s)
criança(s) ou problema do(s) adulto(s)? Dificuldade de aprendizagem ou
dificuldade de ensino? A falta de uma perspectiva integrada, a delimitação de
áreas de conteúdo e o divórcio interdisciplinar entre profissionais, fazem perder
de vista uma dimensão global das dificuldades de aprendizagem. (Fonseca,
1995: pp. 75 e76)
Estudando as origens das dificuldades de aprendizagem, Fonseca
(1995) considera a integração entre uma etiologia hereditária e neurobiológica
e uma etiologia sócio-cultural dessas dificuldades. Considerando, em termos
explicativos, cada um desses fatores, o autor classifica-os em fatores
biológicos, fatores sociais, fatores de envolvimento e de privação cultural e
fatores sócio-econômicos.
Mas, de modo geral, embora privilegiando um ou outro aspecto como
desencadeador das dificuldades de aprendizagem, a maioria dos estudiosos do
tema consideram que as condições biológicas, sociológicas ou psicológicas
interagem dinamicamente entre si e produzem efeitos que se materializam e
revelam-se, na escola, em crianças de todas as classes sociais. Dessa forma,
a compreensão dialética e interacionista da etiologia das dificuldades de
aprendizagem previne o risco da exclusividade ideológica ou doutrinária de
modelos
causais
econômicos.
absolutamente
orgânicos,
sociais,
pedagógicos
ou
17
Tendo ainda como referencial o trabalho de Fonseca (1995), sobre a
questão das dificuldades de aprendizagem, evidencia-se sua contribuição para
a caracterização mais abrangente que construiu dessas dificuldades a partir de
suas manifestações. Na diversidade de comportamentos que as crianças com
dificuldade de aprendizagem desenvolvem, surgem inúmeros problemas que
se vinculam e comprometem a aprendizagem. Segundo o autor, esses
problemas podem ser cognitivos, perceptivos, emocionais, psicolingüísticos,
psicomotores, de atenção, de memória – que, de forma interligada, tendem a
gerar os problemas de comportamento tão freqüentes em crianças com
dificuldades de aprendizagem.
Beyer (1996) coloca que expressões como incapacidade, inabilidade ou
deficiência no aprendizado viria acentuar o caráter deficitário da aprendizagem.
Tais expressões fortaleciam o conceito de que o individuo havia fracassado na
sua aprendizagem e apresentava deficiências ou áreas deficitárias. A situação
não era definida devido a fatores externos, porém localizava-se basicamente,
no individuo, as falhas do aprender.
Em razão a esse tipo de racionalidade cientifica onde o fracasso escolar
é explicado como falha na maquina biológica do individuo. A medicalização
inseriu-se, entretanto, como matriz para a compreensão e explicação aos
fenômenos sociais e humanos.
As dificuldades de aprendizagem ganharam destaque e passaram a ser
amplamente empregadas na década de 60. De acordo com Wener (2000),
esse fato coincide com a recusa de pais de classe média norte-americana em
aceitar que o fracasso escolar de seus filhos fosse justificado a partir do
diagnóstico de retardo mental, diagnóstico frequentemente dirigido, até então,
aos negros e membros de grupos étnicos que apresentavam problemas de
escolaridade. Suponha-se que seus filhos da classe média branca norteamericana eram bem nutridos e sem problemas emocionais e intelectuais
(privação cultural) que atingiam as comunidades pobres e as minorias raciais.
18
Assim, Beyer (1996) afirma que é a definição histórica da deficiência,
cujo resultado redundava na construção de estigmas, preconceitos e
segregações sociais, passou-se a afirma a existência de uma linha continua na
aprendizagem de todas as crianças independente da presença de um déficit.
Percebeu-se que houve mudança de paradigma onde a compreensão do déficit
como fator individualizante passou a ceder lugar a uma concepção mais
dinâmica e circunstancial da dificuldade de aprendizagem.
Sem uma atmosfera afetiva, lúdica e relacional, a interação e a
comunicação não se desenrolam favoravelmente. Não adiantará resolver os
problemas de aprendizagem se os problemas de relação não forem superados.
As crianças com dificuldade de aprendizagem não podem continuar
mergulhadas em envolvimento de ameaça, de “stress” e de humilhação. Antes
do mais, a criança com dificuldade de aprendizagem precisa ser respeitada na
sua totalidade como pessoa, o que não é, infelizmente, frequente nas nossas
escolas... É preciso antes de mais, transformar a criança com dificuldade de
aprendizagem
num
membro
válido
da
sociedade,
baseando
a
sua
aprendizagem de sucesso em sucesso, isto é, centrando a mudança de
comportamento pelo enriquecimento das suas áreas fortes, e não pelo
confronto desencorajador com suas áreas fracas (Fonseca, 1995: pp. 318-319).
19
CAPÍTULO III
CARACTERÍSTICAS DAS DIFICULDADES DE
APRENDIZAGEM.
É preciso conhecer as características das dificuldades de aprendizagem,
pois através das mesmas conseguiremos viabilizar recursos para serem
oferecidos a essas crianças que apresentam deficiência de aprendizagem.
Sobre isso, o autor Fonseca (1995) aponta que: “a criança com D.A manifesta
uma discrepância no seu potencial de aprendizagem e exibe uma diversidade
de comportamentos que podem ou não ser provocados por uma disfunção
psiconeurológica” (P. 252).
Nós enquanto professores, devemos prestar muita atenção na
diversidade de comportamentos, pois os mesmos podem ou não ser causado
por uma disfunção, por isso, cabe a nós docentes olharmos os nossos alunos
com um olhar minucioso.
Segundo Smith e Strick (2001), as crianças com dificuldades de
aprendizagem são crianças suficientemente inteligentes, mas enfrentam muitos
obstáculos na escola. São muito curiosas e querem aprender, mas sua
inquietação e incapacidade de prestar atenção tornam difícil a explicação a
eles de qualquer coisa. Essas crianças têm boas intenções, no que se refere a
deveres e tarefas de casa, mas no meio do trabalho esquecem as instruções
ou objetivos.
MOOJEN (1999) afirma que um grupo muito grande de crianças
apresenta um baixo rendimento escolar em decorrência de fatores isolados ou
em interação. Essas alterações seriam as designadas dificuldades de
aprendizagem. Participam dessa conceituação os atrasos no desempenho
20
escolar
por
falta
de
interesse,
perturbação
emocional,
inadequação
metodológica ou mudança no padrão de exigência da escola.
Por ir mal à escola muitos alunos acabam desacreditando em seu
potencial, sentindo inferior aos demais colegas de turma, tal sentimento de
inferioridade pode implicar em conseqüências mais graves futuramente para
essa criança ou adolescente.
São através da rotina da escola que são identificadas algumas das
reclamações comuns na primeira infância, as quais em geral são confundidas,
por desconhecimento, com diagnósticos como agressividade, hiperatividade e
desatenção. Esses diagnósticos, quando analisados de forma adequada, e
com cuidado por meio de conversa com os pais, responsáveis pela criança,
podem revelar dados de suma importância e que demandam orientações da
própria escola.
O contexto familiar em que a criança está inserida pode ser um dos
fatores que ocasionam as dificuldades de aprendizagem, pois os eventuais
problemas familiares que são vivenciados pelo mesmo podem estar
dificultando a sua aprendizagem, que pode ocorrer desde o nascimento de um
irmão, a morte de um familiar, uma situação de desemprego, separação dos
pais, entre outros problemas.
Para Smith e Strick (2001), apresentam três pontos importantes a serem
entendidos com relação à dificuldade de aprendizagem, a saber:
- As crianças com dificuldades de aprendizagem frequentemente tem
problemas em mais de uma área, ou seja, uma deficiência pode provocar uma
outra complicação para a criança em seu cotidiano escolar, influenciando em
seu fraco desempenho; As dificuldades de aprendizagem não desaparecem,
quando uma criança volta para casa após a escola, ou seja, as dificuldades vão
estar presentes em todos os lugares, influenciando no comportamento do
individuo; As dificuldades de aprendizagem podem produzir conseqüências
emocionais, ou seja, o lado emocional acaba prejudicando muito o aluno, pois
21
o mesmo sente-se incapaz de reproduzir as atividades que lhe são propostas,
achando-se incapaz, fracassado, e desestimulado.
Conclui-se que as crianças com dificuldades de aprendizagem são
crianças inteligência “normal”, mas que apresentam um transtorno permanente
que afeta a maneira pela qual os indivíduos com inteligência “normal” retêm e
expressam informações. Por isso não podem ser consideradas como
deficiente, como são rotuladas diariamente nas escolas. Não deixando de citar
também os problemas de memória são muito freqüentes nas crianças que tem
D.A as mesmas esquecem as coisas com muita facilidade, dificultando assim,
em sua aprendizagem, pois s não armazenam as coisas que aprendem.
3.1 – Tipos de Dificuldades
Não se pretende aqui abordar em profundidade todos os tipos de
dificuldades de aprendizagem, mas buscar uma visão mais abrangente, em
relação aos fatores que considero fundamentais para a identificação dos
distúrbios de aprendizagem.
Na verdade, as crianças com dificuldades de
aprendizagem comumente estão lutando, em uma
ou mais de quatro áreas básicas que evitam o
processamento
adequado
de
informações:
atenção, percepção visual, processamento da
linguagem ou coordenação muscular (SMITH e
STRICK, 2001: p. 36).
As
causas
das
dificuldades
de
aprendizagem
podem
estar
correlacionadas a diversas áreas que atrapalham o processo de aprendizagem,
ou seja, a transmissão do conhecimento acaba ficando restrita.
Muitos estudos vêm sendo utilizados para descrever as dificuldades de
aprendizagem, que podem estar correlacionadas a diversos comportamentos
22
tais como: a dificuldade de leitura adquirida; cegueira verbal congênita; dislexia;
distúrbios perceptivos; neurofrenia; alexia congênita evolutiva; síndrome de
strauss; aprendizagem lenta; hiperatividade; lesão mínima no cérebro;
disfunção cerebral; problemas psicomotores; disfunção psiconeurológica;
dificuldade
especifica
da
linguagem;
problemas
emocionais
e
de
comportamento; falta de capacitação para os professores; mal transmissão de
conteúdo.
Esses são alguns termos aplicados por
investigadores para caracterizar as crianças com
D.A complicando obviamente o acesso a um
consenso no plano do diagnostico e no plano de
ampliação de estratégias educacionais que
permitam determinar a incidência de um problema
que joga com o potencial humano e com a
adaptação a sociedade moderna, cada vez mais
dominada por sofisticados avanços tecnológicos
(FONSECA, 1995: pp.193 a 194).
A diversos termos que dificultam a identificação das dificuldades de
aprendizagem,
impossibilitando
um
diagnóstico.
Tais
problemas
na
aprendizagem afetam o potencial do individuo, vivendo em uma sociedade
moderna com grandes avanços da tecnologia.
A Educação Especial é parte integrante da educação regular, entretanto
para um melhor funcionamento e organização do sistema escolar, é essa que
se responsabiliza pelos educados com necessidades educativas especiais.
Corime Smith e Lisa Strick, dizem que “nosso objetivo aqui é introduzir
os... tipos básicos de deficiência e descrever com cada um afetam o
desempenho escolar de uma criança” (SMITH e STRICK, 2001: p. 37).
Possibilitando a nós conhecermos melhor as deficiências e sua causas para
obter uma boa compreensão das mesmas, e com identificá-las.
“O déficits da atenção ocorrem com ou sem hiperatividade. Existem
também crianças que são primariamente hiperativas e impulsivas e tem menos
problemas de atenção” (SMITH e STRCCK, 2001: p. 39).
23
Os déficits podem ocorrer com ou sem a hiperatividade, que parte da
falta de atenção, ou da imaturidade social, onde o individuo começa a regredir
para fases como da infância.
Podemos identificar a hiperatividade e impulsividade de acordo com os
seguintes itens:
- Inquietação (mexendo-se na cadeira, se torcendo as mãos);
- Tem grande dificuldade para brincar em silêncio;
- Fala excessivamente;
- Interrompe ou intromete-se nos assuntos dos outros;
- Tem dificuldades em respeitar as regras.
Esse aluno que tem hiperatividade deverá receber atendimento
educacional respaldado nas adaptações curriculares, principalmente, no ensino
regular. É muito importante que os pais possam estar dando apoio a esta
criança, podendo assim, ajudar no desenvolvimento da mesma, para vencer
essa dificuldade de aprendizagem que é causada pela falta de atenção do
aluno.
Um outro fator que implica na dificuldade de aprendizagem é a dislexia
que é uma dificuldade de leitura já identificada e descrita pela neurociência. A
criança com dislexia apresenta as seguintes características: dificuldades na
leitura, na escrita, no soletramento da palavra e na compreensão do que lê
atraso na sua maturação e um desenvolvimento usualmente lento das funções
neuropsicológicas essenciais para leitura, tendo também muita dificuldade na
integração com as outras crianças.
Um outro termo que vem sendo utilizado para descrever as crianças com
dificuldades de aprendizagem são os problemas psicomotores.
“Independente de se reconhecer que muitas
crianças com D.A tem um bom controle postural e
um perfeita coordenação de movimentos, a grande
24
maioria delas apresenta um perfil psicomotor
dispráxico” (FONSECA,1995: p. 284), ou seja
apresentam em seu movimentos um exagero, e
não tendo controle de uma seqüência espaçotemporal.
E por fim, um outro termo que descreve o individuo com D.A são os
problemas emocionais. Os problemas emocionais também comprometem a
capacidade de aprendizagem da criança, a ansiedade a dinheiro ou mudanças
de residência, a discórdia familiar ou doença pode não apenas ser prejudicial
em si mesma, mas com o tempo pode acabar com a disposição de uma criança
para confiar, assumir riscos, ter uma má conduta de comportamento e ser
receptiva a novas situações que são de suma importância para o seu sucesso
na escola. Sobre isso o autor Vitor da Fonseca destaca que “inseguras e
instáveis afetivamente, podem por vezes manifestar ansiedade, agressividade
reacional, tensão, regressões, oposições, ruminações emocionais, narcisismos,
negativos” (FONSECA, 1995: p. 265).
Acredito que as crianças com dificuldades de aprendizagem e cidadania,
pois não são as mesmas que devem se adequar à sociedade e a escola, e sim,
a sociedade e a escola que precisam se adequar as essas crianças.
25
CAPÍTULO IV
A ATUAÇÃO DO ORIENTADOR EDUCACIONAL
O Brasil foi o primeiro país no mundo a ter a Orientação Educacional
proclamada obrigatória, utilizando-se de um documento legal; a lei 9394/96,
proporcionando a conscientização profissional, possibilitando ao orientador a obter
um espaço próprio junto aos demais protagonistas da escola.
De acordo com Grinspun (2008),
“A trajetória histórica desta Orientação, no nosso
país que teve inicio num enfoque mais psicológico,
que ressaltava o ajustamento do aluno à escola, à
família e a sociedade para se firmar, hoje, numa
dimensão mais pedagógica com ênfase num
conhecimento
que
promova
/
possibilite
a
transformação do sujeito, da escola, e da própria
sociedade.” (p. 69)
Oportunizando a este profissional (O.E) desenvolver junto à escola um
trabalho pedagógico integrado, superando os desafios existentes, compreendendo
criticamente as relações que se estabelecem no processo educacional.
No passado o trabalho do orientador educacional era concebido como um
terapeuta, e estava voltado mais para a orientação profissional, permanecendo o
mesmo restrito aos demais trabalhos desempenhados pela instituição.
De acordo com Grinspun (2008),
“A Orientação começa a aparecer no cenário
educacional brasileiro timidamente associada à
26
orientação profissional, com ênfase nos trabalhos
de seleção e escolha profissional”. (p. 17)
A Orientação Educacional passou por vários períodos que foram de suma
importância para sua transformação e aperfeiçoamento, tais como:
•
O período implementar (1920 a 1941): Voltado para orientação
profissional, ficando ele responsável em adaptar o educando à escola,
à família e à sociedade de acordo com as regras escolhidas por essas
instituições;
•
O período institucional (1942 a 1960): Passou a ser obrigatório a
orientação nas escolas, de posse a documentos legais;
•
O período transformador (1961 a 1970): voltado para o indivíduo e
chegando a uma Orientação coletiva, participativa e contextualizada.
•
O período disciplinador (1971 a 1980): A orientação passou por uma
nova estrutura, estando sujeita à obrigatoriedade da Lei nº 5692/71,
que tinha por objetivo sustentar um ensino profissionalizante,
obrigatório partindo da orientação vocacional;
•
O período questionador (1980): Começa-se a levantar questões sobre
a Orientação Educacional, relação a formação de seus profissionais e
as práticas realizadas por eles. Ocorreram grandes, onde os
orientadores educacionais pretendiam participar e interagir de forma
mais eficaz, tornando-se também um protagonista do processo
educacional;
•
O período orientador (a partir de 1990): Ocorreu uma tentativa de
unificação dos trabalhadores de educação, buscando o fortalecimento
adequado a sua classe e profissão.
Como podemos perceber a orientação passou por uma série de
transformações, possibilitando ao orientador desenvolver um papel mais
significativo junto aos demais protagonistas da escola.
Segundo Grinspun (2008),
27
“A
Orientação,
hoje,
caracteriza-se
por
um
trabalho muito mais abrangente, no sentido de sua
dimensão
pedagógica.
Possui
um
caráter
mediador junto aos demais educadores, atuando
com todos os protagonistas da escola no resgate
de uma ação mais efetiva e de uma educação de
qualidades nas escolas”. (p. 31)
Como podemos compreender que o orientador está comprometido com a
construção de um novo cidadão, tendo o aluno como o sujeito de sua própria
história, resgatando os valores e buscando conhecer a realidade e transformá-la,
de modo a contribuir para um bom desenvolvimento da educação.
4.1 – O papel do Orientador Educacional
Podemos perceber que o papel do Orientador Educacional vem sofrendo
grandes modificações ao decorrer dos anos, pois antes, o mesmo ficava restrito
apenas na orientação profissional, hoje, ele está totalmente integrado as
questões referentes às instituições escolares, trabalhando de forma coletiva,
dando contribuições muito significativas, não apenas nas resoluções de
problemas, mas também na organização e reestruturação da escola, e no seu
projeto pedagógico.
Em uma perspectiva contextualizada podemos conhecer e identificar o
papel desenvolvido pelo orientador dentro da instituição escola e um deles é:
“Ajudar o aluno na formação de uma cidadania
crítica, e a escola, na organização e realização de
projetos pedagógico. Isso significa ajudar o nosso
aluno “por inteiro”: com utopia, desejos e paixões.”
(GRINSPUN, 2008: P.33)
28
O papel do Orientador Educacional é trabalhar em conjunto com os
professores para assim compreenderem os comportamentos dos alunos e
adotar uma metodologia para melhor atende-los e desenvolver o pedagógico
de forma integrada. Articulando a sua proposta de trabalho com a realidade,
reformulando as mesmas junto aos demais educadores para que atenda as
necessidades de seus alunos, buscando conhecer a realidade e transformá-la
para que seja mais justa e humana.
Atuando como um mediador contribuindo para formação do educando, e
na relação pedagógica da instituição, oferecendo subsídios parar que
professores
e
alunos
se
efetivem
possibilitando
também formas
de
relacionamento favoráveis entre aluno X professor, família X escola de modo a
promover uma boa integração e uma aprendizagem eficaz e duradoura.
Desenvolvendo um trabalho participativo, onde o currículo deve ser construído
por todos, buscando uma indisciplinariedade, para uma melhor compreensão
do processo pedagógico da escola.
Cabe a instituição, o orientador e os professores terem a clareza que
essas dificuldades de aprendizagem não estão isoladas e que é necessário
identificar-se quais as estruturas está possibilitando a disfunção da inteligência
e como isso acontece para que detectemos o problema e encaminhemos o
aluno para um profissional qualificado o mais rápido possível.
O Orientador através de um trabalho de mediação poderá auxiliar o
docente a desenvolver uma metodologia que envolva diversificadas formas de
se aprender, buscando a compreensão o porquê das dificuldades de
aprendizagem.
O trabalho do Orientador Educacional em relação às áreas de
Orientação familiar e escolar tem por objetivos:
- Colaborar com a família no desenvolvimento e educação do educando;
contribuir para o processo de integração escola – família - comunidade,
atuando como um mediador e comunicador entre todos; desenvolver atitudes
29
favoráveis à efetiva participação dos pais na tarefa educativa; identificar
possíveis influências do ambiente familiar que possam estar prejudicando o
desempenho do aluno na escola e atuar sobre elas; colaborar na analise dos
indicadores de aproveitamento escolar, evasão; desenvolver uma ação
integrada com o corpo docente e a coordenação pedagógica, visando a
melhoria do rendimento escolar; identificar e assistir alunos que apresente
dificuldades de ajustamento à escola, problemas de rendimento escolar e
dificuldades escolares.
“Lançamo-nos para diante, com base no
que temos, buscando o possível. É
antever um futuro diferente do presente.”
(VEIGA, 2001: p. 12).
Acredito que através desses objetivos o orientador possa desenvolver
um excelente trabalho junto à comunidade a escolar, atuando como um
alicerce nesta construção de conhecimento, comprometendo-se com as
transformações sociais desse novo tempo em que vivemos, buscando
fortalecer a educação e a formação do cidadão, trazendo a família para dentro
da escola para que juntos destruam os obstáculos que aparecem ou irão
aparecer impedido o crescimento de seus filhos. Pois só através de uma
orientação contextualizada poderemos identificar, conhecer e compreender os
conflitos de paradigmas existentes na educação, e desenvolver, desempenhar
alternativas para essas escolas, “no sentido de favorecer, promover, os meios
necessários que para se efetive um educação de qualidade”. (CRINSPUN,
2008: P. 10).
30
CONCLUSÃO
Quem já não ouviu frases como: “esse garoto não sabe fazer nada!”,
“ah, como você é preguiçoso”, “mal começou a aula e você já vem falando que
não sabe fazer o dever”, “mas que criança desatenta!”.
Geralmente essas frases vêm acompanhadas de um resultado
inevitável: o baixo rendimento escolar, repetências, notas e conceitos abaixo do
esperado, frustração para alunos, pais e professores. De forma que devem ser
questionados os modelos pedagógicos, as questões sociais, a escola, e as
possibilidades de cada criança a partir das suas diferenças, de forma que até
algumas disfunções físicas podem ser a raiz de tudo, e isso não pode ser
percebido tarde demais..
Como vimos anteriormente, identificar as causas das dificuldades de
aprendizagem não é uma tarefa muito simples, pois existem vários fatores que
podem levar a essas dificuldades, porém, na maioria das vezes, não existe
uma causa para justificar os problemas de dificuldade de aprendizagem, mas
sim um conjunto de fatores envolvendo não só a criança, mas o seu contexto e
a sua realidade psicosocial.
Através da mediação do Orientador Educacional, poderemos
proporcionar soluções que possam contribuir positivamente para melhorar o
desenvolvimento do educando em seu cotidiano escolar, diminuindo e até
mesmo acabando com os números excessivos de alunos com dificuldades de
aprendizagem.
O Orientador torna-se um protagonista do processo educacional,
trabalhando na criação de um novo cidadão, articulando na construção do
conhecimento. Suas atitudes, práticas, desempenhos favorecem a um impacto
significativo no educando, pois elas proporcionam para o discente uma visão
positiva em relação à escola, ao processo educativo, e de como eles se vêem
dentro da mesma, e, é claro, em aspectos particulares de sua aprendizagem.
Portanto, toda atenção deve ser dada ao desenvolvimento do aluno, pois ele é
31
o sujeito de sua própria história e as contribuições muito significativas que o
Orientador tem para oferecer a escola, objetivando uma educação de qualidade
e um bom desenvolvimento de todos os protagonistas da instituição escolar.
32
BIBLIOGRAFIA
BEYER, H. O fazer psicopedagógico: A abordagem de Reuven Feuerstein
a partir de Piaget e Vygotsky. Porto Alegre: mediação, 1996.
BOSSA, N. A. Dificuldades de Aprendizagem: O que são/ Como tratá-las?
Porto Alegre: Ed. Artes Médicas Sul, 2000.
CAMPOS, D. M. de S. Psicologia da Aprendizagem. Petrópolis: Ed. Vozes,
1987.
FALCÃO, G. M. Psicologia da Aprendizagem. São Paulo: Ed. Ática, 2000.
FONSECA, V. da. Introdução às Dificuldades de Aprendizagem. Porto
Alegre: Ed. Artes Médicas, 1995.
GONZALEZ, J. A. L. Família e centro Educativo. Madri: Paraninfo, 1972.
GRISPUN, Mirian P. S. Z. A prática dos orientadores educacionais. 6ª ed.
São Paulo: Cortez, 2008.
GRISPUN, Mirian P. S. Z. Supervisão e orientação educacional:
perspectivas de integração na escola. 4ª ed. São Paulo: Cortez, 2008.
GRISPUN, Mirian P. S. Z. Orientação Educacional: Conflitos de paradigmas
e alternativas para a escola. 3ª ed. São Paulo: Cortez, 2006.
33
MENGA, L. e MARLI D.A.André. Pesquisa em Educação: Abordagens
qualitativas. São Paulo: EPU, 1986.
MOOJENS, S. Dificuldades ou Transtornos de Aprendizagem? In:
Rubinstein, E. (org.). Psicopedagogia: Uma prática, diferentes estilos. São
Paulo: Casa do Psicólogo, 1999.
SMITH, C. e STRICK, L. Dificuldades de Aprendizagem de A a Z. Porto
Alegre: Ed. Artmed, 2001.
VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Projeto Político Pedagógico da Escola Uma
construção coletiva. Campinas, SP. Papirus, 2001.
34
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO
2
AGRADECIMENTO
3
DEDICATÓRIA
4
RESUMO
5
METODOLOGIA
6
SUMÁRIO
7
INTRODUÇÃO
8
CAPÍTULO I
O PROCESSO DE APRENDIZAGEM
10
1.1 – Dificuldades de Aprendizagem
12
CAPÍTULO II
O HISTÓRICO DAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM 15
CAPÍTULO III
CARACTERÍSTICAS DAS DIFICULDADES DE
APRENDIZAGEM
19
3.1 – Tipos de Dificuldades
CAPÍTULO IV
A ATUAÇÃO DO ORIENTADOR EDUCACIONAL
25
4.1 – O papel do Orientador Educacional
27
CONCLUSÃO
30
BIBLIOGRAFIA
32
ÍNDICE
34
35
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: faculdade Cândido Mendes
Título da Monografia: As dificuldade de Aprendizagem: Atuação do
Orientador Educacional
Autor: Aline Rosas Fonseca
Data da entrega: 27 de fevereiro de 2010
Avaliado por:
Conceito:
Download