FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA TURMA - PDE/2012 Título - Musicalização: Práticas Pedagógicas para sala de aula na Educação de Jovens e Adultos Autor Vanilda Bernadete Polizel Disciplina/Área (ingresso no Arte PDE) Escola de Implementação Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e do Projeto e sua localização Adultos Município da escola Núcleo Regional Educação Ponta Grossa de Ponta Grossa Professor Orientador Me. Egon Eduardo Sebben Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual de Ponta Grossa Relação Interdisciplinar História e Português. Resumo (descrever a justificativa, objetivos e metodologia utilizada. A informação deverá conter no máximo 1300 caracteres, ou 200 palavras, fonte Arial ou Times New Roman, tamanho 12 e espaçamento simples) A música é uma linguagem que está presente em nosso cotidiano como elemento integrador e socializador que influencia a vida individual e social dos cidadãos. Por outro lado, percebemos que nem todos apreciam e usufruem dos benefícios da música por falta de conhecimentos básicos e por não ser oferecida na escola, espaço que deveria ser privilegiado para esse conhecimento. Pretende-se com esse projeto desenvolver um trabalho de musicalização por meio de oficinas na Educação de Jovens e Adultos, oportunizando de forma ativa e criativa o conhecimento dos elementos que compõem a música. A implementação será no Centro Estadual de Educação Básica de Jovens e Adultos –– Professor Paschoal Salles Rosa, com um coletivo de no máximo 12 alunos do Ensino Fundamental da disciplina de Arte. A pesquisa será de natureza qualitativa na técnica de oficina de participação ativa em explorações rítmicas e sonoras envolvento o sentir, perceber e produzir. Espera-se com isso estimular a reflexão, o senso crítico e o gosto pela linguagem musical dos alunos de EJA envolvidos e que a linguagem musical permaneça uma constante no processo de ensino aprendizagem nessa modalidade. Palavras-chave Formato Didático Público Alvo do Musicalização. pedagógica. EJA. Material Caderno Pedagógico. Professores e alunos. Linguagem musical. Prática SUMÁRIO Apresentação..................................................................................................... 4 Orientações Metodológicas.................................................................................. 6 Unidade 1 - Som.................................................................................................. 7 Oficina 01 – Exploração dos sons.................................................................................. 12 Referências .................................................................................................................... 14 Unidade 2 - Elementos formais da música...................................................... 15 Oficina 02 – Criando partitura musical............................................................................ 19 Oficina 03 – Compondo jingles....................................................................................... 21 Referências .................................................................................................................... 23 Unidade 3 – Prática Instrumental: flauta doce.................................................. 24 Oficina 04 – Conhecendo a flauta doce.......................................................................... 26 Oficina 05 – Fazendo música com a flauta doce............................................................. 30 Referências ..................................................................................................................... 34 Unidade 4 – Gêneros musicais........................................................................... 35 Oficina 06 – Apreciação e interpretação de gêneros....................................................... 41 Referências ..................................................................................................................... 42 Unidade 5 - Instrumentos musicais ................................................................. 43 Oficina 07 – Conhecendo os instrumentos musicais....................................................... 45 Oficina 08 – Construção de instrumentos ...................................................................... 46 Referências .................................................................................................................... 50 4 APRESENTAÇÃO A música é uma constante na vida do homem e por meio dela descobriu formas de comunicar-se e expressar-se. Em cada época o homem vai construíndo e recriando o seu meio e sua maneira de interagir. No mundo atual, onde o homem é influenciado pelas tecnologias, ele não se dá conta de seus sentimentos, emoções. Uma das necessidades do momento atual é proporcionar aos cidadãos meios para o seu desenvolvimento integral, ou seja, saber ler as palavras da sua realidade e interpretá-las, refletir e sentir o sabor que a vida lhes oferece e viver como sujeitos ativos, críticos, livres e solidários. A mídia tornou-se o principal meio de acesso à música. Pelo ritmo acelerado e pela facilidade de recursos nos oferece uma diversidade de músicas, de todos os gêneros, para todos os gostos. Todos, independentemente de classe social ou escolaridade, ouvem e se deixam influenciar e os alunos jovens e adultos, como todos os cidadãos, delas usufruem e consomem, muitas vezes sem perceber a sua essência ou quais suas mensagens. A música, por meio de suas diversas funções, interfere na vida individual e social do ser humano, favorecendo o processo de desenvolvimento de sua percepção, cognição, sensibilização e senso estético, tornando-o um indivíduo capaz de perceber o outro e sua realidade, podendo assim nela interferir. É nesse sentido que a Musicalização de jovens adultos torna-se uma possibilidade de desenvolvimento do senso crítico frente às ofertas musicais midiáticas e também como ampliação do repertório musical dos alunos. Dessa maneira, é necessário um ensino adequado na escola, que priorize os conteúdos claros e específicos da linguagem musical. Diante dessa realidade nos indagamos: Quais as possibilidades de desenvolvimento do trabalho de musicalização na Educação de Jovens e Adultos e suas contribuições nessa modalidade de ensino? Propõe-se, diante do atual contexto, o trabalho de musicalização na educação de jovens e adultos como uma possibilidade para que essa linguagem seja colocada em prática. Com isso, espera-se também que a linguagem musical permaneça uma constante no processo de ensino aprendizagem nessa modalidade. 5 Para tanto, esta produção didático-pedagógica tem como objetivo oferecer ferramentas para desenvolver um trabalho de musicalização por meio de oficinas na Educação de Jovens e Adultos. Pretende também oportunizar de forma ativa e criativa o conhecimento dos elementos que compõem a música, a reflexão, o senso crítico e o gosto pela linguagem musical. Sua implementação será com os alunos do Ensino Fundamental do Centro Estadual de Educação Básica para jovens e Adultos - Professor Paschoal Salles Rosa, podendo também servir de subsídio para trabalhar com o ensino regular. Está dividida em cinco unidades didáticas contendo entre elas oito oficinas. A primeira unidade aborda o elemento som e seus elementos formadores, oportunizando na oficina 1: A exploração dos sons a partir do corpo e de materiais alternativos; A elaboração de partitura sonora. A segunda unidade didática destaca os elementos formais da música. Na primeira parte procura conceituar de forma sintética cada elemento da música e na segunda parte focaliza a notação musical. A oficina 2 e 3 na sequência oferecem: Criação de partitura musical, despertando a compreensão da escrita musical; Criação de Jingles, oportunizando a prática da composição musical. A unidade didática três enfatiza a flauta doce soprano como um recurso no fazer musical e as oficinas 4 e 5 envolve: O conhecimento da flauta doce soprano; Procedimentos na execução da flauta doce soprano; Criação e interpretação de trechos musicais na flauta doce soprano. A unidade didática quatro relata brevemente alguns gêneros musicais brasileiros e a oficina 6 propõe: Definição de gênero e estilo a partir da apreciação de músicas; Criação de música a partir da montagem. 6 A unidade cinco, construção de instrumentos, traz a classificação dos instrumentos por categoria e as oficinas 7 e 8 oportunizam: Conhecimento sobre os instrumentos musicais e sua classificação; Procedimentos para construção de instrumentos com materiais alternativos Procuramos, assim, trazer formas diferenciadas do fazer musical para oportunizar aos alunos o gosto pela arte musical e apresentar recursos que possam contribuir para a consolidação da música na educação básica. J qwe Orientações metodológicas Para construção de conhecimentos musicais o material oferece conteúdos diversificados e atividades criativas e alternativas para vivenciar a música, tais como: apreciação, interpretação, improvisação, composição, construção de instrumentos, gêneros musicais e a experimentação na flauta doce. A metodologia contempla os momentos, teorizar, sentir e perceber e o trabalho artístico. O encaminhamento está estruturado em forma de oficinas, as quais permitem a interação professor e aluno, pois o que se pretende é a participação dos alunos no processo da aprendizagem, levando em consideração os conhecimentos prévios e suas experiências. Para a execução das oficinas é importante considerar os seguintes aspectos: - As oficinas começam com uma atividade de mobilização, a qual fica a critério do professor usar a mesma ou sibstiluí-la por outra - As oficinas 1, 2, 3, 6, 7 e 8 podem ser trabalhadas separadas umas da outras. - A oficina 2 e 4 são prévias para a 5 – que trata da prática musical com a flauta doce. Sugerimos trabalhar as 3 em sequência. 7 Unidade 1 SOM LJ\ x Não existe uma única definição para música. Segundo o dicionário Aurélio (1988, p. 448): “música é arte e ciência de combinar os sons de modo agradável ao ouvido.” O dicionário Magno (19--, p. 621) a define como “arte que utiliza os sons combinados entre si como linguagem e como elementos de comunicação”. Já segundo Penna (2010, p. 24), que trás uma visão mais ampla da área, a música “é uma linguagem artística, culturalmente construída, que tem como material básico o som”. Portanto o som é o elemento essencial na formação da música. O homem sempre usou o som para se expressar, imitando os sons da natureza, dos animais. Explorou os sons dos materiais e encontrou formas de fazer música. Med (1996, p. 11), define o som como a sensação produzida no ouvido pelas vibrações de corpos elásticos. Uma vibração põe em movimento o ar na forma de ondas sonoras que se propagam em todas as direções simultaneamente. Estas atingem a membrana do tímpano fazendo-a vibrar. Transformadas em impulsos nervosos, as vibrações são transmitidas ao cérebro, que as identifica como tipos diferentes de sons. Considerando essa definição podemos dizer que tudo o que chega aos nossos ouvidos chamamos de sons. Com essa variedade de sons precisamos saber ouvir e no “trabalho com a arte musical o primeiro passo é ouvir, mas não basta ouvir, temos que ouvir, sentir e entender o que estamos ouvindo”. (SCHLICHTA, 1996, p. 47). É preciso desenvolver no indivíduo uma escuta ativa e sensível dos sons e silêncios, “de modo que possa identificar os seus elementos formadores, as variações e as maneiras como esses sons são distribuídos e organizados em uma composição musical.” (PARANÁ, 2008, p. 75). Portanto, para apreciar, compor, experienciar, enfim, musicalizar-se, é necessário que o “aprendiz envolva-se com a prática do pensamento musical, imaginando, relacionando e organizando – intencional e expressivamente – sons e silêncios, no contínuo espaço-tempo. (MARTINS et al, 1998, p. 132). Classificamos os sons em regular ou irregular. Os regulares são os sons de alturas definidas como notas musicais e os sons irregulares produzem alturas indefinidas, como os ruídos, barulhos. Atualmente utiliza-se para compor música tanto sons regulares como irregulares, dependendo do gênero ou estilo musical. 8 Os sons sempre nos impulsionam, nos remetem a alguma lembrança, alguns são fortes, outros curtos, longos, agradáveis. “O som é constituído por vários elementos que apresentam diferentes características e podem ser analisados em uma composição musical ou em sons isolados”. (PARANÁ, 2008, p. 75). Elementos formadores dos sons Os elementos formadores do som têm características físicas específicas que são percebidas pelos nossos ouvidos e dependem da fonte sonora, de como esses sons são produzidos. São elas: Altura, intensidade, duração e timbre. A Altura do som é definida pela velocidade das vibrações dos objetos. Vibrações lentas produzem sons graves e vibrações rápidas produzem sons agudos. Podemos dizer se um som é grave ou agudo comparando um ao outro. Sons agudos __________________________ Figura 1- ondas sonoras- sons agudos Sons graves ________________________ Figura 2- ondas sonoras – sons graves Na onda sonora produzida por sons com diferentes alturas é possível perceber que quanto mais agudo o som, mas rápida é sua vibração, enquanto no som grave essa vibração é mais lenta. Na escrita musical a altura do som é definida pela clave presente no início da pauta. Exemplos: Sons da mesma altura Figura 7 – partitura – sons de mesma altura 9 Sons de alturas diferentes Figura 4 – notas de altura diferente A Intensidade do som depende da amplitude das vibrações, da força com a qual é gerado esse som e do ambiente em que é produzido. Ele pode ser forte ou fraco, o que se traduz em maior ou menor volume de som. Nas figuras abaixo é possível observar a amplitude das ondas sonoras. Amplitude é o tamanho da vibração - .A-B Som forte Som fraco B A Figura 5 – vibrações fortes Figura 6 – vibrações fracas Na figura acima podemos dizer que o som forte é também agudo, pois apresenta vibrações rápidas, com cada ciclo da onda bastante próximo um do outro. Já no som fraco, ele também é grave, pois apresenta vibrações mais lentas, espaçadas. Na escrita musical a intensidade é indicada por palavras ou sinais, como: p - para suave pp - para fraquíssimo f - para forte ff - para fortíssimo. aumentando diminuindo Essas palavras e estes sinais indicam onde tocar com mais ou menos força e determinam a dinâmica, o colorido da música. Uma música para relaxar 10 possivelmente será executada com sons fracos, uma música para alegrar com sons fortes. Exemplo: Figura 7 – sinais de intensidade A Duração é a extensão do som, definida de acordo com o tempo de emissão das vibrações. Esses sons podem ser longos, médios ou curtos. Sons longos sons médios sons curtos Figura 8 – vibrações de sons longos, médios e curtos Na música a duração do som é determinada pelos valores musicais. Na pauta abaixo temos: h - 2 tempos, q - 1 tempo, ♪ - 1/2 tempo, x - 1/4 de tempo, w - 4 tempos Figura 9 – notas de duração diferente Timbre é o que chamamos de cor do som e “resulta da intensidade e da qualidade dos harmônicos que acompanham o som fundamental” (MED, 1996, p. 91). Imagine as ondas que formam na água quando jogamos um pedra: a partir da batida da pedra formam-se várias ondas. Podemos exemplificar que no local da batida da pedra é o som fundamental e as ondas consequentes são os harmônicos. O timbre é a característica do som que permite distinguir a fonte sonora. Os fatores que caracterizam um determinado timbre são o material de que ele é feito e o 11 modo como seu som ressoa nesse material. Logo, o timbre do violão é diferente do timbre da guitarra; o timbre de uma voz é diferente de outra. Exemplos: A mesma nota em fontes diferentes _______________ _______________ _________________ Figura 10 – vibrações de timbres diferentes Consideramos os elementos sonoros Timbre, Duração, Intensidade e Altura como elementos de sons individuais, mas temos outros elementos compostos, como a densidade e também a textura. Caznok (2003, p. 104) afirma: "Corolário ao conceito de textura, está o de densidade. Este parâmetro composto (opera com mais de um som) indica a quantidade de elementos - poucos ou muitos sons ocorrendo em um determinado lapso temporal." A densidade é um elemento sonoro composto, que acontece somente quando existe mais de um som sendo emitido. Ela é responsável em deixar a textura (organizações das vozes numa peça) mais densa ou mais rarefeita. É importante definir esse conceito junto aos alunos e deixar claro que, apesar de estar presente em vários livros didáticos, não é um elemento existente em um som individual, mas somente quando temos mais de um som emitido simultaneamente. Exemplo: Dois instrumentos sendo executados ao mesmo tempo Figura 11 – duas linhas melódicas 12 Oficina Oficina 01 – Exploração dos sons Objetivos 1. Incentivar a escuta sensível e ativa dos sons. 2. Perceber os sons que nos rodeiam e seus elementos formais. Encaminhamentos Metodológicos º Iniciar a oficina com um conto sonoro. O asterisco * indica onde devem ser emitidos os sons. Conto sonoro – Relato de uma história onde os alunos deverão representar sons e ruídos sugeridos durante a narração. Conto sonoro -. Zita é uma baiana bonita, que na corrida do dia * atende o telefone sem parar *. Ora toca o fixo*, depois o celular*, assim que está o tempo todo a trabalhar*. Zita saiu de sua terra do interior de Salvador, de lindas cachoeiras* , de uma extensa ferrovia* , do barulho dos cavalos* para as buzinas dos carros* . Tirando as motos *, que só ganham porque costuram e descosturam, giram até que batem*, engraçado ainda dizem que o cara foi engavetado, no interior isso é briga de galo*... Mas Zita é uma mulher vivida, já foi lavadeira*, e também chapeira* , até cuidou de cachorros* , porque era babá de seus donos. Chegou até a escovar gatos*, mas da vida jamais desistiu, estudou, aprendeu a ouvir os sons do coração* e apreciou lindas sinfonias na orquestra * da grande cidade. º sonoros que fazem parte da narrativa. Após a narração do conto sonoro abrir uma roda de conversa sobre música, sua possível origem, sons e seus elementos. º Explicar os conteúdos, sons e elementos formadores, demonstrando-os no teclado ou outro instrumento musical disponível. 13 º Pedir que os alunos dêem exemplos dos elementos formadores dos sons, como sons agudos, sons graves, timbres, sons longos, sons curtos, fortes, fracos. Atividades 1. Solicitar que os alunos, em grupos e de posse de uma imagem, explorem os sons possíveis da imagem a partir do corpo e de objetos, criando uma sequência sonora. 2. Registrar a sequência dos sons criados a partir da imagem, elaborando uma partitura sonora. Partitura sonora é o registro dos sons por meio de símbolos como linhas, pontos e desenhos de tamanhos diferenciados ou não. Exemplos Intensidade - usar desenhos de tamanhos diferentes ou iguais: Mesmo som que vai aumentando a intensidade. Mesmo som repetido na mesma intensidade. Altura - desenhos acima ou abaixo da linha da representação: Mesmo som feito agudo e depois grave. Som agudo para grave Som grave para agudo Duração - desenhos de linhas e espaços de comprimentos diferentes. Mesmo som longo e curto 14 Densidade – dois ou mais desenhos juntos, podem ser iguais ou diferentes. Muitos sons feitos ao mesmo tempo. Referências CAZNOK, Yara Borges. Música: entre o audível e o visível. São Paulo: Unesp, 2003. 182 p. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário Aurélio básico da língua portuguesa. 1. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988. 687 p. MAIA, Raul. Magno dicionário brasileiro da língua portuguesa. São Paulo: Círculo, 1988. MARTINS, Mirian Celeste; PICOSQUE, Gisa; GUERRA, M. Terezinha Telles. Didádica do ensino da arte: a língua do mundo: poetizar. fruir e conhecer arte. São Paulo: FTD, 1998. MED, Bohumil. Teoria da música. 4.ed. Brasília, DF: Musimed, 1996. PARANÁ, Secretaria do Estado de Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica - Arte. Curitiba, 2008. PENNA, Maura. Música(s) e seu ensino. 2. ed. Porto Alegre: Sulina, 2010. SCHLICHTA, Consuelo A B. D.; TAVARES, Isis Moura; TROJAN, Rose Meri. Educação artistica: Livro do Professor: Pré a 4 ª Série. Curitiba: Módulo, 1996. 80 p. ZAGONEL, Bernadete; CAMARGO, Ieda; BOSCARDIN, Maria T T. Musicalizando crianças: Teoria e prática da educação musical. São Paulo: Ática, 1988. 15 UNIDADE 2 ELEMENTOS FORMAIS DA MÚSICA qwe É preciso oportunizar meios para compreender a música e dela se aproximar com propriedade. Portanto, para uma apreciação significativa é preciso saber que: Entre os sons possíveis de serem captados pelo ouvido humano, entre todos os sons da natureza e os possíveis de serem produzidos, cada grupo social seleciona, num determinado momento histórico, aqueles que são o seu material musical, estabelecendo o modo de articular e organizar esses sons. (PENNA, 2010,p. 22). Nessa articulação e organização do sons se dá a elaboração da música, a qual tem na sua composição a melodia, o ritmo e a harmonia. Melodia – sucessão de sons de altura e duração diferente que formam uma frase musical. Quando você cantarola uma canção, está fazendo uma melodia. “A melodia é um elemento importante para definir a personalidade de uma música. [...] uma melodia sempre tem começo, meio e fim. Pode ser tocada, assoviada, cantarolada; se tiver uma linha melódica, é uma melodia.” (COSTTA, 2012, p.28). Ritmo é o agrupamento dos sons e silêncios em uma determinada sequência, de acordo com sua duração e acentuação. A música tem seu ritmo marcado por pulsações ou batidas, como se fosse um relógio, com marcações precisas. Pode ser ritmo num andamento rápido ou lento, depende do estilo da música. Harmonia é os sons executados simultaneamente. Quando dois ou mais sons tocados ao mesmo tempo se combinam são consonantes, quando não combinam são dissonantes. Sabe-se que a estruturação da música faz parte de um período histórico, de um tempo após várias tentativas de registrá-la. Até a idade média ela era passada oralmente. Jeandot (1990, p.15) afirma: “Ela é o resultado de longas e incontáveis vivências individuais com a música e de civilizações musicais diversas.” Houve várias formas de escrever e de conservar uma ideia musical até os dias de hoje esse sistema é chamado de notação musical. 16 NOTAÇÃO MUSICAL O sistema de notação musical que temos hoje faz parte da história da música medieval e foi inventada pelo monge Beneditino chamado Guido d’ Arezzo que aproximadamente em 1030 propôs o sistema das 5 linhas. Conta-se que, para facilitar o aprendizado das notas pelos seus alunos ele utilizou o som da primeira sílaba de cada verso do Hino a são João Batista, ut, ré, mi, fá, sol, lá, sá, um hino em Latim que os alunos já cantavam. Cada linha desse hino era cantada com um som e com alturas diferentes e com isso ele associou a nota a seu som. Todas as notas permanecem com o mesmo nome até hoje, com exceção de ut, que foi substituída pela nota dó, e sa, que foi substituída por si. Desse modo, as notas ficaram assim: dó, ré, mi, fá, sol, lá, si. Hino a São João Batista Notas musicais Utquent laxit Ressonare fibris Mira gestorum Famuli tuorum Solvi polluti Labii reatum Sancte joannes dó ré mi fá sol lá si Figura 12 – Hino a São João Batista A notação musical pode ser definida como os sinais que usamos para escrever música, como a pauta, notas, claves e figuras musicais. Pauta quer dizer conjunto de 5 linhas que formam entre si 4 espaços, onde escrevemos as notas musicais. Linhas 1 2 3 Espaços. 4 Figura 13 - pentagrama 5 1 2 3 4 17 As notas são sinais gráficos que usamos para representar os sons na pauta. Temos 7 notas musicais: DÓ, RÉ, MI, FÁ, SOL, LÁ, SI. Cada uma tem o seu lugar na pauta determinado pela clave. Observe abaixo como fica as notas na clave de sol. dó ré mi fá sol lá si Figura 14 – 7 notas musicais O conjunto dessas notas escritas em ordem sucessiva em diferentes alturas chama-se escala musical. Assim, de DÓ a DÓ temos uma escala de oito sons, sendo que o oitavo som é a repetição do primeiro, mas em uma altura diferente. A escola musical pode ser ascendente ou descendente: Ascendente dó ré mi fá so lá si dó descendente dó si lá sol fá mi ré do Figura 15 – Escala ascendente e descendente Para dar nome às notas na pauta e determinar sua altura na escala musical usamos o sinal chamado clave, sendo que existem basicamente três tipos: Clave de Sol & Figura 16 - Claves Clave de Fá Clave de dó B 18 As notas - figuras de som - e as pausas - figuras de silêncio - têm diversas durações, que são representadas por símbolos chamados figuras musicais ou valores. Número Figura Pausa Nome 1 Semibreve 1/2 Mínima 1/4 1/8 1/16 1/32 q Semínima ♪ Colcheia x Semicolcheia Fusa 1/64 Semifusa Figura 17 – figuras musicais Os valores são determinados pela fórmula de compasso, 2/4, 3/4, 4/4. Compasso é a divisão da música em partes iguais, podendo ser de 2 tempos – chamado de binário, 3 tempos – chamados de ternário e 4 tempos – chamado quaternário. O numerador indica o valor do compasso e o denominador indica a figura musical que vale 1 tempo. Exemplo de compasso de 4 tempos – fórmula de compasso 4/4. 1 2 3 4 5 Figura 18 – pauta com 5 compassos. Esse trecho musical tem 5 compassos, cada compasso tem 4 tempos, como indica o numerador, e o denominador 4 representa a figura chamada semínima ( q ) que vale 1 tempo, a mínima ( h ) vale 2 tempos e a semibreve ( w ) 4 tempos. 19 Oficina 02 – Criando partitura musical Objetivos 1. Conhecer a notação musical convencional. 2. Compreender a escrita musical. Encaminhamentos Metodológicos A audição da música com a partitura º Apresentar a partitura da Música do Folclore Brasileiro, “O Cravo e a Rosa” para os alunos observarem, solicitando que falem sobre a partitura. O Cravo e a Rosa Figura 19 – Partitura musical – O Cravo e a Rosa 20 º Interpretar no teclado ou tocar em CD para que de posse da partitura os alunos possam ouvi-la. Convidar para que todos acompanhem solfejando com a sílaba lá. º Solfejar a música “O Cravo e a Rosa”, fazendo a marcação dos tempos. A criação de uma partitura º Partindo da música ouvida e analisando a partitura, fazer a sistematização da teoria musical básica com a participação dos alunos. Solicitar que: º Marquem a pulsação; º Desenhem a pauta e enumerem as linhas e espaços; º Façam a clave de sol; º Escreva as notas musicais na pauta; º Nome das notas; º Escala musical; º Figuras musicais, pausas. Ao falar das figuras musicais fazer exercícios rítmicos. Exemplos º Pedir que os alunos se movimentem na sala conforme os ritmos: lentos, rápidos e moderados. Os ritmos podem ser executados em um pandeiro ou outro instrumento de percussão. º Alunos divididos em 4 grupos. Cada grupo bate palmas ou outro instrumento de percussão no valor das figuras musicais. Exemplo no compasso 4/4: um grupo faz a semibreve outro faz a mínima, outro a semínima, outro a colcheia. 21 Atividade 1. Escrever o nome das notas musicais da música “O Cravo e a Rosa”; 2. Fazer a pauta musical, a clave de sol e formar compassos binários, ternários e quaternários, usando as notas musicais; 3 Apresentar para a turma solfejando e com a marcação rítmica. Oficina 03 – Compondo Jingles Objetivos 1. Compreender a estrutura da composição musical. 2. Despertar para a apreciação e envolvimento da linguagem musical. Encaminhamentos Metodológicos º Iniciar a oficina com uma dança circular. Aqui a música escolhida foi uma música instrumental: Concerto para piano nº 1 de Tchaikovsky , ritmo de valsa. Na dança circular os passos podem ser escolhidos com o grupo. São passos com sequências simples ou bem elaborados e repetitivos. A música também pode ser de qualquer estilo. Procedimentos: º Alunos escolhem um par e se posicionam em círculo de mãos dadas. 1. um passo para direita, um passo para a esquerda, um passo para o centro do círculo, 22 2. um passo para trás, um passo para direita, um passo para esquerda girando de frente ao parceiro, dando as duas mãos no alto. 3. um passo para dentro do círculo, um passo à direita, um passo girando de costa na roda e fechando o círculo. 4. um passo para a direita, um passo para a esquerda, um passo girando no sentido anti-horário voltando no início da dança. Segue esta sequência até o final da música. Danças circulares Utilizando-se de músicas étnicas, clássicas ou contemporâneas e dançadas em sua maioria de mãos dadas e em círculo, as danças remetem-se às raízes, ao folclore, ao regional. Fornece a oportunidade de expressão corporal aliada com o ritmo e a colaboração, pois todos na roda atuam para que seus parceiros e parceiras entrem na harmonia da melodia. http://elieteramosdancascirculares.blogspot.com.br/2009/11/o-conceito-das-dancas circulares.html. º Na sequência conversar com os alunos sobre os elementos formais da música, ritmo, melodia e harmonia, identificando-os na música dançada. º Dar outros exemplos tocando outras músicas no teclado ou outro instrumento separadamente, a melodia, o ritmo e harmonia e pedir que identifiquem qual elemento foi tocado. º Construir o conceito de melodia, ritmo e harmonia. Atividade 1. Solicitar aos alunos que em duplas, criem jingles, com o tema livre utilizando instrumentos de percussão para o ritmo. 2. Apresentar a sua produção para o coletivo. Jingles – música de melodia simples e curta criada para fazer propaganda, promover uma marca e para atrair o público. Geralmente veiculada na televisão ou rádio. 23 Referências Hino a São João. Disponível em: < www.cademeusanto.com.br/sao_joao_batista.htm > Acesso em 18 set. 2012 COSTTA, Silvio. Educação sonora e musical: oficina de sons. São Paulo: Paulinas, 2012. O conceito das danças circulares sagradas. Dispinível em:< http://elieteramosdancascirculares.blogspot.com.br/2009/11/o-conceito-das-dancascirculares.html. < Acesso em: 17.11.2012 JEANDOR, Nicole.Explorando o universo da música. São Paulo: Scipione, 1990. PENNA, Maura. Música(s) e seu ensino. 2. Ed. Porto Alegre: Sulina, 2010. SCHLICHTA, Consuelo A B. D.; TAVARES, Isis Moura; TROJAN, Rose Meri. Educação artistica: 4ª série.. Curitiba: Módulo, 1996. 80 p. 24 UNIDADE 3 Prática instrumental: flauta doce VJHT A flauta doce é um instrumento de timbre suave e doce, podendo ser de madeira ou plástico. Apareceu na história pela primeira vez no séc. XII e era construída em madeira, sendo usada para tocar canções, músicas religiosas e acompanhamentos das danças nos bailes. No período Barroco foi usada como instrumento de solo. Com o surgimento da orquestra clássica os compositores procuraram novos recursos e a flauta doce foi substituída pela flauta transversal. Ao final do século XIX, aos poucos a flauta doce começa a reaparecer e hoje ela é usada nas mais diversas ocasiões, podendo ser em solo ou coletivo. Também é usada como recurso para o ensino da música nas escolas. Há um grupo de 8 tipos de flauta doce, que são dividas em 2 grupos pela sua tessitura. Tessitura refere-se ao conjunto de notas usadas por um determinado instrumento musical, com a qualidade necessária à sua execução. A flauta doce soprano tem sua tessitura de dó3 a ré5, isto é, a extensão dos sons que elas emitem com clareza. Na imagem abaixo podemos visualizar 6 flautas do grupo. Figura 20 – flautas doce Figura 20 – Grupo de flauta doce Dispoível em: <http://cantarolar.blogspot.com.br/2011/08/catalogo-oficial-de-flautas-docesda.html. Acesso em; 22.11.12. 25 Dessa forma, existem as afinadas em dó, e as afinadas em fá. As do grupo dó, são as que têm a nota dó3 como seu som mais grave. São elas: Sopranino pequena, soprano, tenor, gran baixo. As do grupo fá são as que têm a nota fá3 como som mais grave. Sopranino, alto, baixo, contrabaixo. Existem 2 estilos de flauta doce soprano: a Barroca e a Germânica. A flauta de Estilo Barroca (Inglesa), muito usada no período Barroco, foi aprimorada e é tocada com a digitação original. A flauta do estilo Germânica (Alemã) é mais recente, teve a digitação alterada na nota fá3 e o terceiro furo de baixo para cima é menor. As duas têm a mesma estrutura, são 7 furos na frente e um atrás. Elas têm a extensão de 2 oitavas. A flauta que está sendo usada nas Figura 21 – Flauta doce escolas estaduais do Paraná é a flauta doce soprano germânica. É importante saber qual o tipo de flauta que você vai usar, pois a digitação entre elas tem algumas diferenças. Para saber o estilo da flauta, observa-se que elas trazem a marca G ou B na sua parte posterior. Na educação é um instrumento que oferece grandes possibilidades para a educação musical. É um instrumento acessível ao alunos pelo preço, sua execução é considerada fácil, embora envolva a respiração e o controle emocional. A postura tanto sentado como em pé deve ser ereta, braços relaxados. O bocal deve ser colocado suavemente entre os lábios. Assoprar pronunciando a sílaba tu, devagar e suave. Com a polpa dos dedos tapar os furos sem deixar nenhuma fresta aberta. Disso vai depender um bom som. Observe na figura 22 a posição das mãos e dos dedos na digitação da flauta, tanto para a flauta barroca (B) com a germânica (G). Os três primeiros furos da parte superior são para a mão Figura 22 – Posição 26 esquerda com os dedos, indicador, médio e anular e o polegar no furo de trás, os outros 4 furos da parte de baixo para a mão direita com o dedo indicador, médio, anular e mínimo. Oficina o4 - Conhecendo a flauta doce Objetivos 1. Conhecer a flauta doce soprano e os procedimentos para sua execução. 2. Oportunizar conhecimentos básicos sobre a digitação das notas musicais na flauta doce. Encaminhamento metodológico º Entregar a cada aluno um balão e pedir para encher assoprando devagar. A cada assopro observar sua respiração. Quando o balão estiver cheio soltar o ar ouvindo o som que irá produzir. º Repetir o exercício novamente assoprando com mais suavidade, soltar o ar fazendo produzir vários sons diferentes. º Explicar com esse exercício como funciona a execução da flauta, na qual o som será produzido conforme a força que vamos colocar para executá-la. Explicar que devemos tocar suavemente, os sons graves principalmente. º Mostrar a posição das mãos e do corpo. Apreciação de uma música executada na flauta doce ou de um CD. º Primeiramente os alunos ouvem a música, em seguida terão um tempo para observar, explorar a flauta, assoprando, descobrindo a produção dos sons. 27 º Ensinar a digitação das notas conforme as figuras abaixo, começando com as notas: si, lá, sol, dó, ré. Posição das digitações das notas na flauta. Figura 24 - Lá Figura 23 - Si Figura 25 – Sol Figura 26 – Dó agudo Figura 27 – Ré agudo 28 º Execução de cada uma das notas com o exercício rítmico a seguir, pronunciando a sílaba TU. O professor faz compasso por compasso e os alunos repetem. Figura 28 – Linhas rítmicas º Tocar as notas lendo a pauta com ajuda da professora. Para isso relembrar os valores das figuras musicais. 1 2 3 Figura 29 – Linhas melódicas 29 Atividades 1. Dividir os alunos em dois grupos. Cada grupo treina uma linha melódica do exercício quatro. Na sequência deverão apresentar tocando junto as linhas melódicas. 4 Figura 30 – Duas linhas melódicas 2.Todos os alunos treinam o exercício cinco, depois um grupo de alunos toca a flauta e outro executa um instrumento de percussão, fazendo um ostinato. Trocar o grupo da flauta e percussão para que todos façam as duas propostas. 5 Figura 31- Linha melódica e percussão Ostinato é um ritmo ou uma palavra cantada sempre igual e de forma contínua durante a execução de um trecho musical. 30 Oficina 05 – Fazendo música com a flauta doce Objetivos 1. Oportunizar a criação musical utilizando a flauta doce. 2. Desenvolver a escrita musical em partitura. 3. Desenvolver a criatividade musical. 4. Ler e interpretar partituras musicais na execução da flauta doce. Encaminhamento metodológico º Recordar a posição das notas da mão direita com exercícios rítmicos improvisados pelos alunos. Exercícios de ecos. º Ensinar a posição da digitação das notas dó, ré, mi, fá na flauta barroca e na germânica formando a escala de Dó Maior. Figura 32 - Dó Figura 33 - Ré 31 Figura 35 – Fá na Flauta Germânica Figura 36 – Fá na Flauta Barroca Figura 34 - Mi Escala de dó maior dó ré mi fá sol lá si Figura 37 – Escala de dó maior º Execução de cada uma das notas com os exercícios rítmicos a seguir, pronunciando a sílaba TU. º Exercitar cada frase várias vezes até perceber que todos os alunos estão conseguindo tirar o som com clareza. 32 Figura 38 – linha rítmica º Apreciação das músicas: Hino à alegria e This is my song, executados no teclado ou flauta ou mesmo tocado no CD. º Entregar a partitura das músicas para que os alunos possam acompanhar. º Analisar com eles a notação musical: clave, compassos, tempos, valor das figuras. Ë Fazer a leitura das notas, marcando a pulsação; Ë Recordar a posição da digitação das notas na flauta; Ë Execução das musicas na flauta individualmente pelo alunos; Ë Interpretação em grupo acompanhado do teclado ou violão.; Atividade Atividade Após a interpretação das músicas solicitar que os alunos componham um pequeno trecho musical compreendendo a: 33 1. Elaboração da partitura;Ë 2. Divisão da partitura em 8 compassos; 3. A escrita da clave de sol; 4. A formula do compasso de 4 tempos; Hino à alegria Beethoven Figura 39 – partitura Hino à alegria This Is My Song Charles Chaplin Figura 40 – partitura da música - This Is My song 34 Referências Sopro novo Yamaha: caderno de flauta doce soprano. Rio de Janeiro: Irmãos Vitale, 2006Flauta doce. Flauta doce na educação musical. Disponível em: < http://www.essaseoutras.xpg.com.br/flauta-doce-na-educacao-musical-germanica-oubarroca-diferencas/.> Acesso em: 26 set. 2012 VELLOSO, Cristal Angelica. Sopro novo yamaha: caderno de flauta doce soprano. Rio de Janeiro: Irmãos Vitale, 2006 Flauta doce .Disponível em: < http://www1.prefpoa.com.br/pwtambor/default.php?reg=14&p_secao=158. Acesso em: 09.11.12 35 UNIDADE 4 GÊNEROS MUSICAIS jkgqwer Existe uma diferença entre gênero e estilo. Gênero são categorias de músicas que revela um estilo, a cultura de um povo dentro de um contexto histórico, político, social e cultural. Isto é, maneira de agrupar, classificar ou dividir as composições musicais. Dourado (2004, 146) define que gênero musical “de forma geral, designa formas consolidadas de composição como o rock, o jazz, o lírico ou sinfônico. De maneira mais restrita, pode indicar uma variedade de estilos e correntes musicais que comungam de certa identidade entre si”. Exemplo - música erudita, música africana, música religiosa, música popular, e outros. O estilo é a maneira como compositores agrupam e combinam os elementos formais da música como: ritmo, melodia, harmonia, timbre. Como afirma Dourado (2004, 123) é a maneira particular de se compor e tocar, associada a um compositor, intérprete ou lugar (estilo alemão, estilo rococó, napolitano, mozartiano). Com a evolução da história em diferentes países surgiram muitos estilos musicais, como alguns que nós conhecemos: Chorinho, marcha, samba, pagode, sertanejo, rap e outros. Trazemos aqui alguns gêneros musicais mais antigos da música no Brasil e também será discutido o Rap, como um gênero que faz parte do cotidiano dos alunos. Modinha A modinha é um dos primeiros gêneros musicais que fez sucesso no final do século XIX. É uma forma de canção com influência européia, melodiosa, suave, carregada de sentimentalismo. Podemos dizer que a modinha surgiu como música requintada tocada no piano e nos salões de festas e mais tarde saiu pelas ruas, tomando característica brasileira. Sendo executada com outros instrumentos como a flauta, violão, misturava música à poesia. De ritmo fácil geralmente falava de amor, de saudades e era tocada e composta por seresteiros. Essa forma de canção 36 influenciou a música popular brasileira. Pode-se dizer que quem popularizou a modinha foi Chiquinha Gonzaga e Caldas Barbosa. http://www.brasilcultura.com.br/historia/origens-da-musica-popular-brasileira/ Exemplos de modinhas: 1. Bachianas nº 1 de Villa-Lobos. Disponível em:< http://www.radio.uol.com.br/#/letras-e-musicas/heitor-villa-lobos/modinha-debachiana-brasileiras-n1/2344915. Acesso em: 24.11. 12 2. Lua Branca Chiquinha Gonzaga Ó, lua branca de fulgores e de encanto Se é verdade que ao amor tu dás abrigo Vem tirar dos olhos meus o pranto Ai, vem matar essa paixão que anda . comigo Ai, por quem és, desce do céu, ó, lua branca Essa amargura do meu peito, ó, vem, arranca Dá-me o luar de tua compaixão Ó, vem, por Deus, iluminar meu coração E quantas vezes lá no céu me aparecias A brilhar em noite calma e constelada E em tua luz então me surpreendias Ajoelhado junto aos pés da minha amada E ela a chorar, a soluçar, cheia de pejo Vinha em seus lábios me ofertar um doce beijo Ela partiu, me abandonou assim Ó, lua branca, por quem és, tem dó de mim http://www.youtube.com/watch?v=cjM9sQrg09Y. http://letras.mus.br/chiquinha-gonzaga/. >Acesso em: 20.11.12 Choro ou chorinho Surge no Rio de Janeiro, no final do século XIX. Teve influência de ritmos africanos, como batuque e o lundú. Sua principal característica é o improviso instrumental, o virtuosismo e a criatividade. No início o choro era apenas uma forma de interpretar, improvisar sob músicas desses ritmos. Mais tarde, influenciado por esses ritmos, ganha características próprias. A partir de 1880 o choro populariza-se nos salões de dança e nas festas da periferia carioca. Com Chiguinha Gonzaga e Ernesto Nazareth o gênero choro 37 ganha projeção. A partir da década de 30, deixa de ser apenas instrumental e passa a ser também cantado, tornando-se sucesso nacional. O choro inicialmente caracterizou-se por um ritmo calmo, tocado com os instrumento populares, a flauta como instrumento de solo, cavaquinho que faz o ritmo, e violões como base dos conjuntos. Com o tempo popularizou-se como Chorinho e recebe um ritmo mais rápido, agitado e sincopado (deslocamento das acentuações naturais do compasso). Exemplo é a composição Tico-Tico no Fubá de Zequinha de Abreu, que a chamava de choro sapeca. Surgem novos conjuntos regionais e com isso é introduzida a percussão, como pandeiros para marcação do ritmo nas composições. Um dos compositores representantes desse período foi Pixinguinha, que cria a música Carinhoso com a letra de João de Barro, o Braguinha. O maior sucesso desse gênero foi Brasileirinho (1947), de Valdir Azevedo, gravado perla primeira vez por Carmem Miranda. Na música erudita o choro é representado por Heitor Villa-lobos. Exemplos de Choros. 1. Tico tico no fubá de Zequinha de Abreu Duo Peranzzetta Senise - Tico-Tico no Fubá (Z. de Abreu) - Instrumental SESC Brasil – 09/08/2010. Disponível em.< http://www.youtube.com/watch?v=glNFIPy4J-Y. >Acesso em: 24.11.12 2. Brasileirinho Waldir Azevedo - Brasileirinho (1968) Disponível em < http://www.youtube.com/watch?v=Si5y0QGSjTY. Acesso em: Acesso em: >20.11.2012 Samba Nasceu na Bahia com a população negra e pobre que vivia nos morros nos últimos anos do século XIX, que timidamente ensaiavam seus batuques e roda de capoeira. Porém, foi no Rio de Janeiro que nasceu o primeiro samba sucesso “Pelo Telefone”, feito de improviso em reuniões noturnas por um grupo de músicos, foi gravado em 1917. O samba é o ritmo mais representativo da música popular brasileira. Os instrumentos usados são: cavaquinho, violão, surdo, pandeiro, flauta, piano, 38 saxofone. Tem como compositores notáveis, João de Barro, Francisco Alves, Dorival Caymmi, Noel Rosa, Carlotla, Ary Barroso, Pixinguinha que também foi compositor de choro e outros. Surgem vários conjuntos musicais para difundir o samba e assim temos: o Samba canção, samba de roda, samba enredo, samba choro, samba exaltação. Exemplos: Aquarela do Brasil, de Ary Barroso e O Mundo é um moinho, de Cartola. Aquarela do Brasil Ary Barroso Brasil, meu Brasil Brasileiro, Meu mulato inzoneiro, Vou cantar-te nos meus versos: Brasil, terra boa e gostosa Da moreninha sestrosa De olhar indiferente. O Brasil, samba que dá Bamboleio, que faz gingar; O Brasil do meu amor, Terra de Nosso Senhor. Brasil!... Brasil!... Prá mim!... Prá mim!... O Brasil, verde que dá Para o mundo admirar. O Brasil do meu amor, Terra de Nosso Senhor. Brasil!... Brasil! Prá mim ... Prá mim!... Ô, abre a cortina do passado; Tira a mãe preta do cerrado; Bota o rei congo no congado. Brasil!... Brasil!... Deixa cantar de novo o trovador À merencória à luz da lua Toda canção do meu amor. Quero ver essa Dona caminhando Pelos salões, arrastando O seu vestido rendado. Brasil!... Brasil! Prá mim ... Prá mim!... Esse coqueiro que dá coco, Onde eu amarro a minha rede Nas noites claras de luar. Ô! Estas fontes murmurantes Onde eu mato a minha sede E onde a lua vem brincar. Ô! Esse Brasil lindo e trigueiro É o meu Brasil Brasileiro, Terra de samba e pandeiro. Brasil!... Brasil! http://letras.mus.br/ary-barroso/163032/> Acesso em: 25.11.12 39 O Mundo é Um Moinho Cartola Ainda é cedo, amor Mal começaste a conhecer a vida Já anuncias a hora de partida Sem saber mesmo o rumo que irás tomar Preste atenção, querida Embora eu saiba que estás resolvida Em cada esquina cai um pouco a tua vida Em pouco tempo não serás mais o que és Preste atenção, o mundo é um moinho Vai triturar teus sonhos, tão mesquinhos. Vai reduzir as ilusões a pó Preste atenção, querida De cada amor tu herdarás só o cinismo Quando notares estás à beira do abismo Abismo que cavaste com os teus pés. Ouça-me bem, amor http://letras.mus.br/cartola/44901/#selecoes/44901. <acesso em: 20.11.12 Rap O termo Rap significa rhythm and poetry - ritmo e poesia. O Rap é um dos elementos do movimento Hip Hop, este movimento surgiu nos Estados Unidos em 1929 como expressão da cultura popular. O Gênero Rap surgiu na década de 1960, com os jovens negros da Jamaica, que procuraram através da música expressar e refletir sua realidade no momento atual. Mais tarde foi levado para os Estados Unidos, chegando ao Brasil na década de 1980. Oliveira (2009. p. 64) afirma que “muitos grupos de rappers foram criados, ocupando um espaço de articulação e atuação no campo social, para reinvidiar o direiro de ser cidadão, participar do mercado de trabalho e lutar pacificamente contra a violencia e a descriminação.”. Observa-se que esse gênero cresceu e ganhou força ultimamente que já podemos citar vários estilos como: rap político, rap gospel, rap romântico, gangster rap, rap for fun, rap underground, cada um com sua forma diferente de se manifestar e com novos objetivos como o rap romântico com temas amorosos, o rap for fun feito para diversão, o rap underground que critica tudo, o gangster rap que tem uma letra mais agressiva. 40 É um gênero musical muito livre, a letra é ritmada com pouca melodia, de andamento acelerado com batidas rápidas, traz muita informação, como as histórias das vidas dos compositores, suas realidades, os problemas sociais, denúncias e reivindicações de direitos iguais. Procuram com sua música a transformação da realidade social. Exemplos: Até Quando? Rap da Felicidade Gabriel O Pensador Cidinho e Doca Não adianta olhar pro céu Com muita fé e pouca luta Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer E muita greve, você pode, você deve, pode crer Não adianta olhar pro chão Virar a cara pra não ver Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque Jesus Sofreu não quer dizer que você tenha que sofrer! Até quando você vai ficar usando rédea?! Rindo da própria tragédia Até quando você vai ficar usando rédea?! Pobre, rico ou classe média Até quando você vai levar cascudo mudo? Muda, muda essa postura Até quando você vai ficando mudo? muda que o medo é um modo de fazer censura. Eu só quero é ser feliz Andar tranquilamente Na favela onde eu nasci É... E poder me orgulhar E ter a consciência Que o pobre tem seu lugar (2x) Até quando você vai levando? (Porrada! Porrada!!) Até quando vai ficar sem fazer nada? Até quando você vai levando? (Porrada! Porrada!!) Até quando vai ser saco de pancada Você tenta ser feliz, não vê que é deprimente O seu filho sem escola, seu velho tá sem dente Cê tenta ser contente e não vê que é revoltante Você tá sem emprego e a sua filha tá gestante Você se faz de surdo, não vê que é absurdo Você que é inocente foi preso em flagrante! É tudo flagrante! É tudo flagrante! http://letras.mus.br/gabriel-pensador/30449/ Fé em Deus DJ Mas eu só quero É ser feliz, feliz, feliz, feliz, feliz Onde eu nasci Ham E poder me orgulhar E ter a consciência Que o pobre tem seu lugar Minha cara autoridade eu já não sei o que fazer Com tanta violência eu sinto medo de viver Pois moro na favela e sou muito desrespeitado A tristeza e alegria que caminham lado a lado Eu faço uma oração para uma santa protetora Mas sou interrompido a tiros de metralhadora Enquanto os ricos moram numa casa grande e bela O pobre é humilhado, esculachado na favela Já não aguento mais essa onda de violência Só peço às autoridades um pouco mais de competência Link: http://www.vagalume.com.br/mcs-cidinho-edoca/rap-da-felicidade.html#ixzz2DFMyNH6Y 41 Oficina 06 – Apreciação e interpretação de gêneros Objetivos 1. Identificar e diferenciar os diferentes gêneros musicais. 2. Proporcionar a compreensão de que a música reflete a cultura e os valores de uma época e de um povo. Encaminhamento Metodológico º Audição de músicas dos gêneros: Marchinha, choro, samba, rap. º Pedir para que os alunos, ao passo que vão ouvindo as músicas, registrem em uma folha de sulfite a sensação que cada uma das música despertou, em forma de linhas ou palavras. º Conversar sobre os registros feitos pelos alunos levando-os a compreenderem as diferentes expressões feitas por eles. º Enfatizar o gênero, o estilo, o ritmo, os instrumentos usados, a relação de uma música com a outra. º Destacar as temática e mensagens que as músicas estão expressando. Atividade 42 1. Em grupo os alunos irão compor uma nova música por meio de montagem, usando músicas de gêneros e estilos que mais lhe agradam. 2. Para a montagem selecionar 3 músicas que possuem elementos expressivos semelhantes e agrupá-las, com sentido cômico ou não. Exemplo: entra na montagem: uma frase da primeira música, uma frase da segunda, uma da terceira e assim sucessivamente. 3. Cantar a nova composição para o grupo. Para apresentação sugerir que usem instrumentos de percussão. REFERÊNCIAS Aquarela do Brasil. Disponível em: < http://letras.mus.br/ary-barroso/163032/. Acesso em: >25.11.12 Choro. Disponível em: < http://www.locutor.info/index_historia_da_mpb.htm >. Acesso em: 24 set. 2012 Duo Peranzzetta Senise - Tico-Tico no Fubá (Z. de Abreu) - Instrumental SESC Brasil 09/08/2010.< http://www.youtube.com/watch?v=glNFIPy4J-Y. >Acesso em: 24.11.12 DOURADO, Henrique UTRAN. Dicionário de termos e expressões da música. 1º edição . São Paulo: Editora, 2004. JEANDOT, Nicole.Explorando o universo da música. São Paulo: Scipione, 1990. 174 p. Lua Branca. Disponível em: < http://www.youtube.com/watch?v=cjM9sQrg09Y. Acesso em: 20.11.12 Lua Branca. Disponível em: < http://letras.mus.br/chiquinha-gonzaga/. Acesso em: < 20.11.12 LUZ, Silvia; DOMAREDZKY, Suely. A magia da música: educação musical, ensino fundamental: 5º ano: manual do professor. Curitiba: Ludo, 2011. OLIVEIRA, Elisete dos Santos.Hip Hop: uma experiência cultural na escola.In:KOBOLDT, Márciah.; DOUZA, Rui Antônio de.(org.) Culturas Juvenis: dinamizando a escola. Porto Alegre: edipucrs, 2009. P. 61-70. Samba tem raiz. Disponível em: < http://letras.mus.br/samba-de-quintal/1756804/. Acesso em:> 225.11.12 SOURA, Jusamara. Hip hop, um grito por liberdade. Mundo jovem. Porto Alegre, n. 402, nov.. 2009. Seção Juventudes. POSITIVO, Apostila . Desafios do conhecimento: Ensino Médio. 1ª. Série . Arte. Curitiba: Posigraf, 2003. Rep. Disponível em: < http://www.suapesquisa.com/rap/ >. Acesso em: 11out. 201 Waldir Azevedo - Brasileirinho (1968) Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=Si5y0QGSjTY Acesso em: >20.11.2012 43 UNIDADE 5 INSTRUMENTOS MUSICAIS B.Xe Xe Conhecer os instrumentos musicais é conhecer os recursos possíveis para fazer música e descobrir as diversas maneiras de expressar-se por meio dela. Devido à imitação dos sons da natureza e dos animais o homem procurou recursos além da voz e do corpo para produzir sons e com eles exprimir seus sentimentos, suas necessidades e assim ele criou e desenvolveu os instrumentos musicais. Com esses instrumentos descobriu meios de produzir sons musicais. Logo, encontrou maneiras de produzir música. Jeandot (1990, p. 15) afirma que: Aos poucos, o homem aprendeu a selecionar, entre a matéria, o que produzia sons agradáveis: a ressonância da madeira preparada, da pele esticada, da corda vibrando o encantou. Ele destaca e produz os primeiros timbres. O som melódico aparece, fascinando-o. É o despertar de sua consciência estética. A classificação dos instrumentos musicas é feita por meio da Organologia. Hoje os instrumentos são classificados conforme suas características e maneiras de produzir sons. Temos então em 3 grupos distintos: corda, sopro e percussão. A partir de 1906 começam a surgir também instrumentos elétricos quando Thaddeus Cahill inventou o telharmonium, mas sem obter muito sucesso no momento. Com a invenção de outros instrumentos após a II Guerra Mundial muitos músicos passam a utilizá-los em estúdios. Pelos anos 50 com o desenvolvimento tecnológico surgem os sintetizadores, que são instrumentos “capazes de criar sons por si próprio, através, por exemplo, da combinação e da decomposição dos elementos que constituem as ondas sonoras.” (JEANDOT, 1990, p. 36). 44 Classificação dos instrumentos. Instrumentos de sopro, ou também classificado pelos etnomusicólogos de aerófonos. Os sons são gerados pela vibração da coluna de ar soprado pelo executante ou por meio de foles que passam pelo tubo. Os sons produzidos dependem dos comprimento e largura do tubo. Tubos mais longos e estreitos produzem sons mais agudos, tubos largos e curtos sons mais graves. Eles podem ser de madeira ou metal. Os instrumentos da família das madeiras dividem-se em: Palheta dupla: oboé, cornê inglês, fagote e contrafagote. Embocadura livre: flauta e flautim Os instrumentos da família dos metais podem ser de: Palheta simples; saxofones e clarinetes que pode ser também de madeira. Instrumentos de bocal – trompa, trombone, tuba e saxofones. PALHETA - Lâmina de metal ou madeira na boquilha dos instrumentos e que vibra com o ar que passa por ela. Instrumentos de corda ou cordofones - o som é produzido pela vibração de uma ou mais cordas. Para que a vibração das cordas produzam sons elas precisam estar esticadas sobre caixas de ressonância. As cordas são tocadas com o dedo ou com arco. Dividem-se em cordas dedilhadas – tocada diretamente com o dedo: harpa e violão. Cordas percutidas – são marteladas: cravo, piano Cordas friccionadas – tocadas com o arco: violino, viola, violoncelo e contrabaixo. Cordas tangidas são tocadas com a palheta: cavaquinho, guitarra, bandolim, banjo. 45 Instrumentos de percussão ou idiófonos - o som é gerado por batidas, sacudidas com baquetas, varetas ou a mão. Os sons são produzidos pela vibração de uma matéria sólida. Esses instrumentos podem ser feitos de madeira, pele, metal. Dividem-se em instrumentos de som determinado: carrilhão, xilofone, tímpanos. Instrumentos de som indeterminado: triângulo, prato, chocalho, castanholas e outros. Instrumentos elétricos ou eletrofones – os sons são obtidos por circuitos elétricos que produzem as ondas sonoras com auxílio de um amplificador. Teclado, guitarra, bateria eletrônica, órgão e os sintetizadores em geral. Oficina – 07 – Conhecendo os instrumentos musicais Objetivo 1. Identificar os instrumentos musicais conforme seus timbres e grupos. 2. Conhecer os recursos possíveis para fazer música e descobrir as diversas maneiras de expressar-se por meio dela. Encaminhamento metodológico º Audição dos sons de instrumentos de sopro, corda, percussão e elétricos no CD e ou tocado no teclado. º Mostrar que muitos são os recursos para se fazer músicas e que os sons são gerados de formas diferentes e conforme esses instrumentos são manuseados. º Após essa compreensão os alunos, de posse da lista dos instrumentos, irão no laboratório de informática para que os visualizem e pesquisem sobre eles, escolhendo um deles para realizar a atividade proposta. 46 Atividade 1. Ouvir algumas músicas e identificar os instrumentos utilizados. 2. Apresentação em sala da pesquisa realizada sobre os instrumentos, representando seus sons com a voz e cantando uma frase musical da preferência do aluno. 3. Fazer com que toda a turma repita a frase musical como se fosse um coral. No final das apresentações todos deverão imitar o som de seu instrumento com a frase musical que mais agradou a turma, criando assim uma orquestra de sons da voz. Oficina 08 – Construção de instrumentos com materiais alternativos Objetivos 1. Construir instrumentos musicais com materiais alternativos. 2. Ampliar as possibilidades de criação e novas formas de expressar-se musicalmente. Encaminhamento metodológico Para construção dos instrumentos solicitar antecipadamente aos alunos que tragam materiais para os instrumentos relacionados abaixo. Nessa oficina será construído os seguintes instrumentos: 47 Corda: Violão de caixa O violão como sabemos é um instrumento que contém 6 cordas de náilon ou aço, esticadas ao longo do braço e que são dedilhadas. É feito de madeira leve, a qual forma sua caixa acústica. As cordas são contadas de baixo para cima, a primeira é mais aguda. Cada corda corresponde a uma nota musical, mi, si, sol, ré ,lá, mi e sua Figura 41 – Violão de caixa afinação se dá esticando ou afrouxando as cordas. Cordas mais finas emitem sons mais agudos e cordas mais grossas sons mais graves. Material Caixa retangular tamanho médio, de espessura resistente. Fio de náilon. Tesoura. Papel para encapar a caixa. Construção Recorte no centro de um dos lados da caixa um círculo que contenha um quinto do comprimento da caixa para amplificar o som. Amarre o fio de náilon bem esticado em volta da caixa até completar as 6 cordas ou quantas desejarem. Para ajudar a esticar coloque sob elas um suporte como na figura 41. Sopro: flauta de pã A Flauta de pã é um instrumento de sopro, originariamente feito de vários gomos de bambu de tamanho diferentes. Hoje é feita com diversos materiais. A sua 48 afinação se dá pelo comprimento e largura dos tubos. Quanto maior mais grave a sonoridade. O timbre depende do material utilizado. Material 1 metro de tubo PVC, 8 rolhas de cortiça, 2 metros de corda ou fio de lã. Régua Serrinha Lixa Figura 42 – Flauta de pã Lima Disponível em: <http://www.jose-lucio.com/INR/Fazer/Fazer021.htm. Acesso em: 23.11.12 Construção Cortar o PVC em 8 pedaços com as seguintes alturas 16,5cm; 15cm; 14cm; 13cm; 12cm; 11cm; 10,9 cm. Lixar as pontas dos canos com a lima e depois com a lixa. Para ter um som bonito um dos lados deve ser fechado. Então feche um dos lados com a rolha. Afinar os tubos subindo ou descendo a rolha no interior do tubo. Depois de afinadas juntar os tubos com a corda ou fio de lã. Decorar como quiser e tocar. Para tocar encosta os lábios em um só tubo e soprar com força. Tocar a escala dó-ré-mi-fá-sol-lá-si-dó ascendente e descendente. Os tamanhos corretos dos pedaços de canos e a colocação da rolha implicará na afinação. Disponível em:< http://www.jose-lucio.com/INR/Fazer/Fazer021.htm. > Acesso em: 12.out.2012 Percussão: vidrofone Vidrofone é um instrumento de percussão, feito de 5 ou 8 garrafas de vidro do mesmo tamanho, contendo água em cada uma delas em níveis diferentes, para 49 formar a escala com as notas dó-ré-mi-fá-sol-lá-si-dó. As garrafas podem ser dispostas sobre a mesa como na figura ou penduras em um suporte. O som é gerado com as batida nas garrafas com uma vareta ou colher. Material 8 garrafas de vidro do mesmo tamanho. 8 rolhas, Água e anilina de diferentes cores. Uma vareta Tesoura Figura 43 – Vidrofone – professor Jean Marcel Delfrate Construção Para construir o vidrofone coloca-se água nas 8 garrafas em níveis diferentes, em torno de 2 centímetros de água na primeira e aumentando nas outras, assim que a última ficará quase cheia, pelo gargalo. Para afinar as notas em cada garrafa pode ser utilizado um afinador eletrônico ou então um instrumento já afinado como referência. Para diferenciar as notas pode-se colorir a água de cada garrafa. Dispõe-se as garrafas sobre uma mesa como na imagem ou usa-se também um pedestal para pendurar as garrafas. Para colocar no pedestal amarre as garrafas pelo gargalho e pendure ou siga o seguinte procedimento: amarre as garrafas com barbante pelo gargalho e pendure-as no suporte feito antecipadamente. Com a vareta percutir as garrafas. A afinação dos sons se dará pela quantidade de água, menos água o som fica mais agudo. Mais água o som fica grave. Para obter uma boa afinação acrescente ou retire água. Com esse procedimento você terá a escala natural (dó, ré, mi, fá, sol, lá, si, dó). http://www.jose-lucio.com/INR/Fazer/Fazer021.htm. > Acesso em:12.out.2012 50 Atividade 1. Dividir a turma em grupos para que cada grupo construa um tipo de instrumento. Grupo 1 – Instrumento de corda – violão de caixa Grupo 2 – Instrumento de sopro –flauta de pã. Grupo 3 – Instrumento de percussão – vidrofone. 2. Após a construção dos instrumentos oportunizar um momento para explorar os sons de forma lúdica. Referências COSTTA, Silvio. Educação sonora e musical: oficina de sons. São Paulo: Paulinas, 2012. JEANDOT, Nicole.Explorando o universo da música. São Paulo: Scipione, 1990. Flauta de Pã. Disponível em: <http://www.jose-lucio.com/INR/Fazer/Fazer021.htmf.Acesso em:> 12.out.2012 Vidrofone. <http://www.jose-lucio.com/INR/Fazer/Fazer021.htmf.Acesso em:> 12.out.2012