Encaminhamento metodológico

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FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO
PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA
TURMA - PDE/2012
Título - Musicalização: Práticas Pedagógicas para sala de aula na Educação de Jovens
e Adultos
Autor
Vanilda Bernadete Polizel
Disciplina/Área (ingresso no Arte
PDE)
Escola de Implementação Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e
do Projeto e sua localização Adultos
Município da escola
Núcleo
Regional
Educação
Ponta Grossa
de Ponta Grossa
Professor Orientador
Me. Egon Eduardo Sebben
Instituição de Ensino
Superior
Universidade Estadual de Ponta Grossa
Relação Interdisciplinar
História e Português.
Resumo
(descrever a justificativa,
objetivos e metodologia
utilizada.
A
informação
deverá conter no máximo
1300 caracteres, ou 200
palavras, fonte Arial ou
Times
New
Roman,
tamanho 12 e espaçamento
simples)
A música é uma linguagem que está presente em nosso
cotidiano como elemento integrador e socializador que
influencia a vida individual e social dos cidadãos. Por
outro lado, percebemos que nem todos apreciam e
usufruem dos benefícios da música por falta de
conhecimentos básicos e por não ser oferecida na
escola, espaço que deveria ser privilegiado para esse
conhecimento.
Pretende-se
com
esse
projeto
desenvolver um trabalho de musicalização por meio de
oficinas na Educação de Jovens e Adultos,
oportunizando de forma ativa e criativa o conhecimento
dos elementos que compõem a música. A
implementação será no Centro Estadual de Educação
Básica de Jovens e Adultos –– Professor Paschoal
Salles Rosa, com um coletivo de no máximo 12 alunos
do Ensino Fundamental da disciplina de Arte. A pesquisa
será de natureza qualitativa na técnica de oficina de
participação ativa em explorações rítmicas e sonoras
envolvento o sentir, perceber e produzir. Espera-se com
isso estimular a reflexão, o senso crítico e o gosto pela
linguagem musical dos alunos de EJA envolvidos e que a
linguagem musical permaneça uma constante no
processo de ensino aprendizagem nessa modalidade.
Palavras-chave
Formato
Didático
Público Alvo
do
Musicalização.
pedagógica.
EJA.
Material Caderno Pedagógico.
Professores e alunos.
Linguagem
musical.
Prática
SUMÁRIO
Apresentação..................................................................................................... 4
Orientações Metodológicas.................................................................................. 6
Unidade 1 - Som.................................................................................................. 7
Oficina 01 – Exploração dos sons.................................................................................. 12
Referências .................................................................................................................... 14
Unidade 2 - Elementos formais da música...................................................... 15
Oficina 02 – Criando partitura musical............................................................................ 19
Oficina 03 – Compondo jingles....................................................................................... 21
Referências .................................................................................................................... 23
Unidade 3 – Prática Instrumental: flauta doce.................................................. 24
Oficina 04 – Conhecendo a flauta doce.......................................................................... 26
Oficina 05 – Fazendo música com a flauta doce............................................................. 30
Referências ..................................................................................................................... 34
Unidade 4 – Gêneros musicais........................................................................... 35
Oficina 06 – Apreciação e interpretação de gêneros....................................................... 41
Referências ..................................................................................................................... 42
Unidade 5 - Instrumentos musicais ................................................................. 43
Oficina 07 – Conhecendo os instrumentos musicais....................................................... 45
Oficina 08 – Construção de instrumentos ...................................................................... 46
Referências .................................................................................................................... 50
4
APRESENTAÇÃO
A música é uma constante na vida do homem e por meio dela descobriu
formas de comunicar-se e expressar-se. Em cada época o homem vai construíndo e
recriando o seu meio e sua maneira de interagir. No mundo atual, onde o homem é
influenciado pelas tecnologias, ele não se dá conta de seus sentimentos, emoções.
Uma das necessidades do momento atual é proporcionar aos cidadãos meios para o
seu desenvolvimento integral, ou seja, saber ler as palavras da sua realidade e
interpretá-las, refletir e sentir o sabor que a vida lhes oferece e viver como sujeitos
ativos, críticos, livres e solidários.
A mídia tornou-se o principal meio de acesso à música. Pelo ritmo acelerado
e pela facilidade de recursos nos oferece uma diversidade de músicas, de todos os
gêneros, para todos os gostos. Todos, independentemente de classe social ou
escolaridade, ouvem e se deixam influenciar e os alunos jovens e adultos, como
todos os cidadãos, delas usufruem e consomem, muitas vezes sem perceber a sua
essência ou quais suas mensagens.
A música, por meio de suas diversas funções, interfere na vida individual e
social do ser humano, favorecendo o processo de desenvolvimento de sua
percepção, cognição, sensibilização e senso estético, tornando-o um indivíduo
capaz de perceber o outro e sua realidade, podendo assim nela interferir.
É nesse sentido que a Musicalização de jovens adultos torna-se uma
possibilidade de desenvolvimento do senso crítico frente às ofertas musicais
midiáticas e também como ampliação do repertório musical dos alunos. Dessa
maneira, é necessário um ensino adequado na escola, que priorize os conteúdos
claros e específicos da linguagem musical.
Diante dessa realidade nos indagamos: Quais as possibilidades de
desenvolvimento do trabalho de musicalização na Educação de Jovens e Adultos e
suas contribuições nessa modalidade de ensino?
Propõe-se, diante do atual contexto, o trabalho de musicalização na
educação de jovens e adultos como uma possibilidade para que essa linguagem
seja colocada em prática. Com isso, espera-se também que a linguagem musical
permaneça uma constante no processo de ensino aprendizagem nessa modalidade.
5
Para tanto, esta produção didático-pedagógica tem como objetivo oferecer
ferramentas para desenvolver um trabalho de musicalização por meio de oficinas na
Educação de Jovens e Adultos. Pretende também oportunizar de forma ativa e
criativa o conhecimento dos elementos que compõem a música, a reflexão, o senso
crítico e o gosto pela linguagem musical.
Sua implementação será com os alunos do Ensino Fundamental do Centro
Estadual de Educação Básica para jovens e Adultos - Professor Paschoal Salles
Rosa, podendo também servir de subsídio para trabalhar com o ensino regular. Está
dividida em cinco unidades didáticas contendo entre elas oito oficinas.
A primeira unidade aborda o elemento som e seus elementos formadores,
oportunizando na oficina 1:
A exploração dos sons a partir do corpo e de materiais alternativos;
A elaboração de partitura sonora.
A segunda unidade didática destaca os elementos formais da música. Na
primeira parte procura conceituar de forma sintética cada elemento da música e na
segunda parte focaliza a notação musical. A oficina 2 e 3 na sequência oferecem:
Criação de partitura musical, despertando a compreensão da escrita
musical;
Criação de Jingles, oportunizando a prática da composição musical.
A unidade didática três enfatiza a flauta doce soprano como um recurso no
fazer musical e as oficinas 4 e 5 envolve:
O conhecimento da flauta doce soprano;
Procedimentos na execução da flauta doce soprano;
Criação e interpretação de trechos musicais na flauta doce soprano.
A unidade didática quatro relata brevemente alguns gêneros musicais
brasileiros e a oficina 6 propõe:
Definição de gênero e estilo a partir da apreciação de músicas;
Criação de música a partir da montagem.
6
A unidade cinco, construção de instrumentos, traz a classificação dos
instrumentos por categoria e as oficinas 7 e 8 oportunizam:
Conhecimento sobre os instrumentos musicais e sua classificação;
Procedimentos para construção de instrumentos com materiais
alternativos
Procuramos, assim,
trazer formas diferenciadas do fazer musical para
oportunizar aos alunos o gosto pela arte musical e apresentar recursos que possam
contribuir para a consolidação da música na educação básica.
J qwe
Orientações metodológicas
Para construção de conhecimentos musicais o material oferece conteúdos
diversificados e atividades criativas e alternativas para vivenciar a música, tais como:
apreciação, interpretação, improvisação, composição, construção de instrumentos,
gêneros musicais e a experimentação na flauta doce. A metodologia contempla os
momentos, teorizar, sentir e perceber e o trabalho artístico.
O encaminhamento está estruturado em forma de oficinas, as quais permitem
a interação professor e aluno, pois o que se pretende é a participação dos alunos no
processo da aprendizagem, levando em consideração os conhecimentos prévios e
suas experiências. Para a execução das oficinas é importante considerar os
seguintes aspectos:
- As oficinas começam com uma atividade de mobilização, a qual fica a
critério do professor usar a mesma ou sibstiluí-la por outra
- As oficinas 1, 2, 3, 6, 7 e 8 podem ser trabalhadas separadas umas da
outras.
- A oficina 2 e 4 são prévias para a 5 – que trata da prática musical com a
flauta doce. Sugerimos trabalhar as 3 em sequência.
7
Unidade 1
SOM
LJ\ x
Não existe uma única definição para música. Segundo o dicionário Aurélio
(1988, p. 448): “música é arte e ciência de combinar os sons de modo agradável ao
ouvido.” O dicionário Magno (19--, p. 621) a define como “arte que utiliza os sons
combinados entre si como linguagem e como elementos de comunicação”. Já
segundo Penna (2010, p. 24), que trás uma visão mais ampla da área, a música “é
uma linguagem artística, culturalmente construída, que tem como material básico o
som”. Portanto o som é o elemento essencial na formação da música.
O homem sempre usou o som para se expressar, imitando os sons da
natureza, dos animais. Explorou os sons dos materiais e encontrou formas de fazer
música. Med (1996, p. 11), define o som como
a sensação produzida no ouvido pelas vibrações de corpos elásticos. Uma
vibração põe em movimento o ar na forma de ondas sonoras que se
propagam em todas as direções simultaneamente. Estas atingem a
membrana do tímpano fazendo-a vibrar. Transformadas em impulsos
nervosos, as vibrações são transmitidas ao cérebro, que as identifica como
tipos diferentes de sons.
Considerando essa definição podemos dizer que tudo o que chega aos nossos
ouvidos chamamos de sons. Com essa variedade de sons precisamos saber ouvir e
no “trabalho com a arte musical o primeiro passo é ouvir, mas não basta ouvir, temos
que ouvir, sentir e entender o que estamos ouvindo”. (SCHLICHTA, 1996, p. 47).
É preciso desenvolver no indivíduo uma escuta ativa e sensível dos sons e
silêncios,
“de modo que possa identificar os seus elementos formadores, as
variações e as maneiras como esses sons são distribuídos e organizados em uma
composição musical.” (PARANÁ, 2008, p. 75).
Portanto, para apreciar, compor, experienciar, enfim, musicalizar-se, é
necessário que o “aprendiz envolva-se com a prática do pensamento musical,
imaginando, relacionando e organizando – intencional e expressivamente – sons e
silêncios, no contínuo espaço-tempo. (MARTINS et al, 1998, p. 132).
Classificamos os sons em regular ou irregular. Os regulares são os sons de
alturas definidas como notas musicais e os sons irregulares produzem alturas
indefinidas, como os ruídos, barulhos. Atualmente utiliza-se para compor música
tanto sons regulares como irregulares, dependendo do gênero ou estilo musical.
8
Os sons sempre nos impulsionam, nos remetem a alguma lembrança, alguns
são fortes, outros curtos, longos, agradáveis. “O som é constituído por vários
elementos que apresentam diferentes características e podem ser analisados em
uma composição musical ou em sons isolados”. (PARANÁ, 2008, p. 75).
Elementos formadores dos sons
Os elementos formadores do som têm características físicas específicas que
são percebidas pelos nossos ouvidos e dependem da fonte sonora, de como esses
sons são produzidos. São elas: Altura, intensidade, duração e timbre.
A Altura do som é definida pela velocidade das vibrações dos objetos.
Vibrações lentas produzem sons graves e vibrações rápidas produzem sons agudos.
Podemos dizer se um som é grave ou agudo comparando um ao outro.
Sons agudos
__________________________
Figura 1- ondas sonoras- sons agudos
Sons graves
________________________
Figura 2- ondas sonoras – sons graves
Na onda sonora produzida por sons com diferentes alturas é possível perceber
que quanto mais agudo o som, mas rápida é sua vibração, enquanto no som grave
essa vibração é mais lenta. Na escrita musical a altura do som é definida pela clave
presente no início da pauta. Exemplos:
Sons da mesma altura
Figura 7 – partitura – sons de mesma altura
9
Sons de alturas diferentes
Figura 4 – notas de altura diferente
A Intensidade do som depende da amplitude das vibrações, da força com a
qual é gerado esse som e do ambiente em que é produzido. Ele pode ser forte ou
fraco, o que se traduz em maior ou menor volume de som. Nas figuras abaixo é
possível observar a amplitude das ondas sonoras. Amplitude é o tamanho da
vibração - .A-B
Som forte
Som fraco
B
A
Figura 5 – vibrações fortes
Figura 6 – vibrações fracas
Na figura acima podemos dizer que o som forte é também agudo, pois
apresenta vibrações rápidas, com cada ciclo da onda bastante próximo um do outro.
Já no som fraco, ele também é grave, pois apresenta vibrações mais lentas,
espaçadas.
Na escrita musical a intensidade é indicada por palavras ou sinais, como:
p - para suave
pp - para fraquíssimo
f - para forte
ff
- para fortíssimo.
aumentando
diminuindo
Essas palavras e estes sinais indicam onde tocar com mais ou menos força e
determinam a dinâmica, o colorido da música. Uma música para relaxar
10
possivelmente será executada com sons fracos, uma música para alegrar com sons
fortes. Exemplo:
Figura 7 – sinais de intensidade
A Duração é a extensão do som, definida de acordo com o tempo de emissão
das vibrações. Esses sons podem ser longos, médios ou curtos.
Sons longos
sons médios
sons curtos
Figura 8 – vibrações de sons longos, médios e curtos
Na música a duração do som é determinada pelos valores musicais. Na pauta
abaixo temos:
h
- 2 tempos,
q
- 1 tempo,
♪ - 1/2 tempo, x -
1/4 de tempo,
w
- 4 tempos
Figura 9 – notas de duração diferente
Timbre é o que chamamos de cor do som e “resulta da intensidade e da
qualidade dos harmônicos que acompanham o som fundamental” (MED, 1996, p.
91). Imagine as ondas que formam na água quando jogamos um pedra: a partir da
batida da pedra formam-se várias ondas. Podemos exemplificar que no local da
batida da pedra é o som fundamental e as ondas consequentes são os harmônicos.
O timbre é a característica do som que permite distinguir a fonte sonora. Os
fatores que caracterizam um determinado timbre são o material de que ele é feito e o
11
modo como seu som ressoa nesse material. Logo, o timbre do violão é diferente do
timbre da guitarra; o timbre de uma voz é diferente de outra.
Exemplos:
A mesma nota em fontes diferentes
_______________
_______________
_________________
Figura 10 – vibrações de timbres diferentes
Consideramos os elementos sonoros Timbre, Duração, Intensidade e Altura
como elementos de sons individuais, mas temos outros elementos compostos, como
a densidade e também a textura. Caznok (2003, p. 104) afirma: "Corolário ao
conceito de textura, está o de densidade. Este parâmetro composto (opera com mais
de um som) indica a quantidade de elementos - poucos ou muitos sons ocorrendo
em um determinado lapso temporal."
A densidade é um elemento sonoro composto, que acontece somente quando
existe mais de um som sendo emitido. Ela é responsável em deixar a textura
(organizações das vozes numa peça) mais densa ou mais rarefeita. É importante
definir esse conceito junto aos alunos e deixar claro que, apesar de estar presente
em vários livros didáticos, não é um elemento existente em um som individual, mas
somente quando temos mais de um som emitido simultaneamente.
Exemplo:
Dois instrumentos sendo executados ao mesmo tempo
Figura 11 – duas linhas melódicas
12
Oficina
Oficina 01 – Exploração
dos sons
Objetivos
1. Incentivar a escuta sensível e ativa dos sons.
2. Perceber os sons que nos rodeiam e seus elementos formais.
Encaminhamentos Metodológicos
º
Iniciar a oficina com um conto sonoro. O asterisco * indica onde devem ser
emitidos os sons.
Conto sonoro – Relato de uma história onde os alunos deverão representar sons e ruídos
sugeridos durante a narração.
Conto sonoro -. Zita é uma baiana bonita, que na corrida do dia * atende o telefone
sem parar *. Ora toca o fixo*, depois o celular*, assim que está o tempo todo a
trabalhar*.
Zita saiu de sua terra do interior de Salvador, de lindas cachoeiras* , de uma
extensa ferrovia* , do barulho dos cavalos* para as buzinas dos carros* . Tirando
as motos *, que só ganham porque costuram e descosturam, giram até que batem*,
engraçado ainda dizem que o cara foi engavetado, no interior isso é briga de galo*...
Mas Zita é uma mulher vivida, já foi lavadeira*, e também chapeira* , até
cuidou de cachorros* , porque era babá de seus donos. Chegou até a escovar
gatos*, mas da vida jamais desistiu, estudou, aprendeu a ouvir os sons do coração*
e apreciou lindas sinfonias na orquestra * da grande cidade.
º
sonoros que fazem parte da narrativa.
Após a narração do conto sonoro abrir uma roda de conversa sobre música,
sua possível origem, sons e seus elementos.
º
Explicar os conteúdos, sons e elementos formadores, demonstrando-os no
teclado ou outro instrumento musical disponível.
13
º
Pedir que os alunos dêem exemplos dos elementos formadores dos sons,
como sons agudos, sons graves, timbres, sons longos, sons curtos, fortes,
fracos.
Atividades
1. Solicitar que os alunos, em grupos e de posse de uma imagem, explorem
os sons possíveis da imagem a partir do corpo e de objetos, criando uma sequência
sonora.
2. Registrar a sequência dos sons criados a partir da imagem, elaborando
uma partitura sonora.
Partitura sonora é o registro dos sons por meio de símbolos
como linhas, pontos e desenhos de tamanhos diferenciados ou não.
Exemplos
Intensidade - usar desenhos de tamanhos diferentes ou iguais:
Mesmo som que vai aumentando a intensidade.
Mesmo som repetido na mesma intensidade.
Altura - desenhos acima ou abaixo da linha da representação:
Mesmo som feito agudo e depois grave.
Som agudo para grave
Som grave para agudo
Duração - desenhos de linhas e espaços de comprimentos diferentes.
Mesmo som longo e curto
14
Densidade – dois ou mais desenhos juntos, podem ser iguais ou diferentes.
Muitos sons feitos ao mesmo tempo.
Referências
CAZNOK, Yara Borges. Música: entre o audível e o visível. São Paulo: Unesp, 2003. 182 p.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário Aurélio básico da língua
portuguesa. 1. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988. 687 p.
MAIA, Raul. Magno dicionário brasileiro da língua portuguesa. São Paulo: Círculo, 1988.
MARTINS, Mirian Celeste; PICOSQUE, Gisa; GUERRA, M. Terezinha Telles. Didádica do
ensino da arte: a língua do mundo: poetizar. fruir e conhecer arte. São Paulo: FTD, 1998.
MED, Bohumil. Teoria da música. 4.ed. Brasília, DF: Musimed, 1996.
PARANÁ, Secretaria do Estado de Educação. Diretrizes Curriculares da Educação
Básica - Arte. Curitiba, 2008.
PENNA, Maura. Música(s) e seu ensino. 2. ed. Porto Alegre: Sulina, 2010.
SCHLICHTA, Consuelo A B. D.; TAVARES, Isis Moura; TROJAN, Rose Meri. Educação
artistica: Livro do Professor: Pré a 4 ª Série. Curitiba: Módulo, 1996. 80 p.
ZAGONEL, Bernadete; CAMARGO, Ieda; BOSCARDIN, Maria T T. Musicalizando
crianças: Teoria e prática da educação musical. São Paulo: Ática, 1988.
15
UNIDADE 2 ELEMENTOS FORMAIS DA MÚSICA
qwe
É preciso oportunizar meios para compreender a música e dela se aproximar
com propriedade. Portanto, para uma apreciação significativa é preciso saber que:
Entre os sons possíveis de serem captados pelo ouvido humano, entre
todos os sons da natureza e os possíveis de serem produzidos, cada grupo
social seleciona, num determinado momento histórico, aqueles que são o
seu material musical, estabelecendo o modo de articular e organizar esses
sons. (PENNA, 2010,p. 22).
Nessa articulação e organização do sons se dá a elaboração da música, a
qual tem na sua composição a melodia, o ritmo e a harmonia.
Melodia – sucessão de sons de altura e duração diferente que formam uma
frase musical. Quando você cantarola uma canção, está fazendo uma melodia.
“A melodia é um elemento importante para definir a personalidade de uma
música. [...] uma melodia sempre tem começo, meio e fim. Pode ser tocada,
assoviada, cantarolada; se tiver uma linha melódica, é uma melodia.” (COSTTA,
2012, p.28).
Ritmo é o agrupamento dos sons e silêncios em uma determinada sequência,
de acordo com sua duração e acentuação. A música tem seu ritmo marcado por
pulsações ou batidas, como se fosse um relógio, com marcações precisas. Pode ser
ritmo num andamento rápido ou lento, depende do estilo da música.
Harmonia é os sons executados simultaneamente. Quando dois ou mais
sons tocados ao mesmo tempo se combinam são consonantes, quando não
combinam são dissonantes.
Sabe-se que a estruturação da música faz parte de um período histórico, de
um tempo após várias tentativas de registrá-la. Até a idade média ela era passada
oralmente. Jeandot (1990, p.15) afirma: “Ela é o resultado de longas e incontáveis
vivências individuais com a música e de civilizações musicais diversas.” Houve
várias formas de escrever e de conservar uma ideia musical até os dias de hoje esse
sistema é chamado de notação musical.
16
NOTAÇÃO MUSICAL
O sistema de notação musical que temos hoje faz parte da história da música
medieval e foi inventada pelo monge Beneditino chamado Guido d’ Arezzo que
aproximadamente em 1030 propôs o sistema das 5 linhas.
Conta-se que, para facilitar o aprendizado das notas pelos seus alunos ele
utilizou o som da primeira sílaba de cada verso do Hino a são João Batista, ut, ré,
mi, fá, sol, lá, sá, um hino em Latim que os alunos já cantavam. Cada linha desse
hino era cantada com um som e com alturas diferentes e com isso ele associou a
nota a seu som. Todas as notas permanecem com o mesmo nome até hoje, com
exceção de ut, que foi substituída pela nota dó, e sa, que foi substituída por si.
Desse modo, as notas ficaram assim: dó, ré, mi, fá, sol, lá, si.
Hino a São João Batista
Notas musicais
Utquent laxit
Ressonare fibris
Mira gestorum
Famuli tuorum
Solvi polluti
Labii reatum
Sancte joannes
dó
ré
mi
fá
sol
lá
si
Figura 12 – Hino a São João Batista
A notação musical pode ser definida como os sinais que usamos para
escrever música, como a pauta, notas, claves e figuras musicais.
Pauta quer dizer conjunto de 5 linhas que formam entre si 4 espaços, onde
escrevemos as notas musicais.
Linhas
1
2
3
Espaços.
4
Figura 13 - pentagrama
5
1
2
3
4
17
As notas são sinais gráficos que usamos para representar os sons na pauta.
Temos 7 notas musicais: DÓ, RÉ, MI, FÁ, SOL, LÁ, SI. Cada uma tem o seu lugar na
pauta determinado pela clave. Observe abaixo como fica as notas na clave de sol.
dó
ré
mi
fá
sol
lá
si
Figura 14 – 7 notas musicais
O conjunto dessas notas escritas em ordem sucessiva em diferentes alturas
chama-se escala musical. Assim, de DÓ a DÓ temos uma escala de oito sons, sendo
que o oitavo som é a repetição do primeiro, mas em uma altura diferente. A escola
musical pode ser ascendente ou descendente:
Ascendente
dó
ré
mi
fá
so
lá
si
dó
descendente
dó
si
lá
sol
fá
mi
ré
do
Figura 15 – Escala ascendente e descendente
Para dar nome às notas na pauta e determinar sua altura na escala musical
usamos o sinal chamado clave, sendo que existem basicamente três tipos:
Clave de Sol
&
Figura 16 - Claves
Clave de Fá
Clave de dó
B
18
As notas - figuras de som - e as pausas - figuras de silêncio - têm diversas
durações, que são representadas por símbolos chamados figuras musicais ou
valores.
Número
Figura
Pausa
Nome
1
Semibreve
1/2
Mínima
1/4
1/8
1/16
1/32
q
Semínima
♪
Colcheia
x
Semicolcheia
Fusa
1/64
Semifusa
Figura 17 – figuras musicais
Os valores são determinados pela fórmula de compasso, 2/4, 3/4, 4/4.
Compasso é a divisão da música em partes iguais, podendo ser de 2 tempos –
chamado de binário, 3 tempos – chamados de ternário e 4 tempos – chamado
quaternário. O numerador indica o valor do compasso e o denominador indica a
figura musical que vale 1 tempo.
Exemplo de compasso de 4 tempos – fórmula de compasso 4/4.
1
2
3
4
5
Figura 18 – pauta com 5 compassos.
Esse trecho musical tem 5 compassos, cada compasso tem 4 tempos, como
indica o numerador, e o denominador 4 representa a figura chamada semínima
( q ) que vale 1 tempo, a mínima ( h ) vale 2 tempos e a semibreve ( w ) 4 tempos.
19
Oficina 02 –
Criando partitura musical
Objetivos
1. Conhecer a notação musical convencional.
2. Compreender a escrita musical.
Encaminhamentos Metodológicos
A audição da música com a partitura
º
Apresentar a partitura da Música do Folclore Brasileiro, “O Cravo e a Rosa”
para os alunos observarem, solicitando que falem sobre a partitura.
O Cravo e a Rosa
Figura 19 – Partitura musical – O Cravo e a Rosa
20
º
Interpretar no teclado ou tocar em CD para que de posse da partitura os
alunos possam ouvi-la. Convidar para que todos acompanhem solfejando
com a sílaba lá.
º
Solfejar a música “O Cravo e a Rosa”, fazendo a marcação dos tempos.
A criação de uma partitura
º
Partindo da música ouvida e analisando a partitura, fazer a sistematização da
teoria musical básica com a participação dos alunos.
Solicitar que:
º
Marquem a pulsação;
º
Desenhem a pauta e enumerem as linhas e espaços;
º
Façam a clave de sol;
º
Escreva as notas musicais na pauta;
º
Nome das notas;
º
Escala musical;
º
Figuras musicais, pausas.
Ao falar das figuras musicais fazer exercícios rítmicos.
Exemplos
º
Pedir que os alunos se movimentem na sala conforme os ritmos: lentos,
rápidos e moderados. Os ritmos podem ser executados em um pandeiro ou
outro instrumento de percussão.
º
Alunos divididos em 4 grupos. Cada grupo bate palmas ou outro instrumento
de percussão no valor das figuras musicais. Exemplo no compasso 4/4: um
grupo faz a semibreve outro faz a mínima, outro a semínima, outro a colcheia.
21
Atividade
1. Escrever o nome das notas musicais da música “O Cravo e a Rosa”;
2. Fazer a pauta musical, a clave de sol e formar compassos binários, ternários e
quaternários, usando as notas musicais;
3 Apresentar para a turma solfejando e com a marcação rítmica.
Oficina 03 – Compondo Jingles
Objetivos
1. Compreender a estrutura da composição musical.
2. Despertar para a apreciação e envolvimento da linguagem musical.
Encaminhamentos Metodológicos
º
Iniciar a oficina com uma dança circular. Aqui a música escolhida foi
uma música instrumental: Concerto para piano nº 1 de Tchaikovsky , ritmo
de valsa.
Na dança circular os passos podem ser escolhidos com o grupo. São
passos com sequências simples ou bem elaborados e repetitivos.
A música também pode ser de qualquer estilo.
Procedimentos:
º Alunos escolhem um par e se posicionam em círculo de mãos dadas.
1. um passo para direita, um passo para a esquerda, um passo para o centro do
círculo,
22
2. um passo para trás, um passo para direita, um passo para esquerda girando
de frente ao parceiro, dando as duas mãos no alto.
3. um passo para dentro do círculo, um passo à direita, um passo girando de
costa na roda e fechando o círculo.
4. um passo para a direita, um passo para a esquerda, um passo girando no
sentido anti-horário voltando no início da dança.
Segue esta sequência até o final da música.
Danças circulares
Utilizando-se de músicas étnicas, clássicas ou contemporâneas e dançadas
em sua maioria de mãos dadas e em círculo, as danças remetem-se às raízes,
ao folclore, ao regional. Fornece a oportunidade de expressão corporal aliada
com o ritmo e a colaboração, pois todos na roda atuam para que seus
parceiros e parceiras entrem na harmonia da melodia.
http://elieteramosdancascirculares.blogspot.com.br/2009/11/o-conceito-das-dancas circulares.html.
º
Na sequência conversar com os alunos sobre os elementos formais da
música, ritmo, melodia e harmonia, identificando-os na música
dançada.
º
Dar outros exemplos tocando outras músicas no teclado
ou outro
instrumento separadamente, a melodia, o ritmo e harmonia e pedir que
identifiquem qual elemento foi tocado.
º
Construir o conceito de melodia, ritmo e harmonia.
Atividade
1. Solicitar aos alunos que em duplas, criem jingles, com o tema livre utilizando
instrumentos de percussão para o ritmo.
2. Apresentar a sua produção para o coletivo.
Jingles – música de melodia simples e curta criada para fazer
propaganda, promover uma marca e para atrair o público.
Geralmente veiculada na televisão ou rádio.
23
Referências
Hino a São João. Disponível em: < www.cademeusanto.com.br/sao_joao_batista.htm >
Acesso em 18 set. 2012
COSTTA, Silvio. Educação sonora e musical: oficina de sons. São Paulo: Paulinas, 2012.
O conceito das danças circulares sagradas. Dispinível em:<
http://elieteramosdancascirculares.blogspot.com.br/2009/11/o-conceito-das-dancascirculares.html. < Acesso em: 17.11.2012
JEANDOR, Nicole.Explorando o universo da música. São Paulo: Scipione, 1990.
PENNA, Maura. Música(s) e seu ensino. 2. Ed. Porto Alegre: Sulina, 2010.
SCHLICHTA, Consuelo A B. D.; TAVARES, Isis Moura; TROJAN, Rose Meri. Educação
artistica: 4ª série.. Curitiba: Módulo, 1996. 80 p.
24
UNIDADE 3
Prática instrumental: flauta doce
VJHT
A flauta doce é um instrumento de timbre suave e doce, podendo ser de
madeira ou plástico. Apareceu na história pela primeira vez no séc. XII e era
construída em madeira, sendo usada para tocar canções, músicas religiosas e
acompanhamentos das danças nos bailes. No período Barroco foi usada como
instrumento de solo.
Com o surgimento da orquestra clássica os compositores procuraram novos
recursos e a flauta doce foi substituída pela flauta transversal. Ao final do século
XIX, aos poucos a flauta doce começa a reaparecer e hoje ela é usada nas mais
diversas ocasiões, podendo ser em solo ou coletivo.
Também é usada como recurso para o ensino da música nas escolas.
Há um grupo de 8 tipos de flauta doce, que são dividas em 2 grupos pela sua
tessitura.
Tessitura refere-se ao conjunto de notas usadas por um determinado
instrumento musical, com a qualidade necessária à sua execução. A flauta doce
soprano tem sua tessitura de dó3 a ré5, isto é, a extensão dos sons que elas
emitem com clareza.
Na imagem abaixo podemos visualizar 6 flautas do grupo.
Figura 20 – flautas doce
Figura 20 – Grupo de flauta doce
Dispoível em: <http://cantarolar.blogspot.com.br/2011/08/catalogo-oficial-de-flautas-docesda.html. Acesso em; 22.11.12.
25
Dessa forma, existem as afinadas em dó, e as afinadas em fá. As do grupo
dó, são as que têm a nota dó3 como seu som mais grave. São elas:
Sopranino pequena, soprano, tenor, gran baixo.
As do grupo fá são as que têm a nota fá3 como som mais grave.
Sopranino, alto, baixo, contrabaixo.
Existem 2 estilos de flauta doce soprano: a Barroca e a Germânica.
A flauta de Estilo Barroca (Inglesa), muito usada no período Barroco, foi
aprimorada e é tocada com a digitação original.
A flauta do estilo Germânica (Alemã) é
mais recente, teve a digitação alterada na
nota fá3 e o terceiro furo de baixo para cima
é menor. As duas têm a mesma estrutura,
são 7 furos na frente e um atrás. Elas têm a
extensão de 2 oitavas.
A flauta que está sendo usada nas
Figura 21 – Flauta doce
escolas estaduais do Paraná é a flauta doce soprano germânica. É importante saber
qual o tipo de flauta que você vai usar, pois a digitação entre elas tem algumas
diferenças.
Para saber o estilo da flauta, observa-se que elas trazem a marca G ou B na
sua parte posterior.
Na educação é um instrumento que oferece grandes possibilidades para a
educação musical. É um instrumento acessível ao alunos pelo preço, sua execução
é considerada fácil, embora envolva a respiração e o controle emocional.
A postura tanto sentado como em pé deve ser ereta,
braços relaxados. O bocal deve ser colocado suavemente
entre os lábios. Assoprar pronunciando a sílaba tu, devagar e
suave. Com a polpa dos dedos tapar os furos sem deixar
nenhuma fresta aberta. Disso vai depender um bom som.
Observe na figura 22 a posição das mãos e dos dedos
na digitação da flauta, tanto para a flauta barroca (B) com a
germânica (G).
Os três primeiros furos da parte superior são para a mão
Figura 22 – Posição
26
esquerda com os dedos, indicador, médio e anular e o polegar no furo de trás, os
outros 4 furos da parte de baixo para a mão direita com o dedo indicador, médio,
anular e mínimo.
Oficina o4 -
Conhecendo a flauta doce
Objetivos
1. Conhecer a flauta doce soprano e os procedimentos para sua execução.
2. Oportunizar conhecimentos básicos sobre a digitação das notas musicais
na flauta doce.
Encaminhamento metodológico
º
Entregar a cada aluno um balão e pedir para encher assoprando devagar. A
cada assopro observar sua respiração. Quando o balão estiver cheio soltar o
ar ouvindo o som que irá produzir.
º
Repetir o exercício novamente assoprando com mais suavidade, soltar o ar
fazendo produzir vários sons diferentes.
º
Explicar com esse exercício como funciona a execução da flauta, na qual o
som será produzido conforme a força que vamos colocar para executá-la.
Explicar que devemos tocar suavemente, os sons graves principalmente.
º
Mostrar a posição das mãos e do corpo.
Apreciação de uma música executada na flauta doce ou de um CD.
º
Primeiramente os alunos ouvem a música, em seguida terão um tempo
para observar, explorar a flauta, assoprando, descobrindo a produção dos
sons.
27
º
Ensinar a digitação das notas conforme as figuras abaixo, começando
com as notas: si, lá, sol, dó, ré.
Posição das digitações das notas na flauta.
Figura 24 - Lá
Figura 23 - Si
Figura 25 – Sol
Figura 26 – Dó agudo
Figura 27 – Ré agudo
28
º
Execução de cada uma das notas com o exercício rítmico a seguir,
pronunciando a sílaba TU. O professor faz compasso por compasso e os
alunos repetem.
Figura 28 – Linhas rítmicas
º
Tocar as notas lendo a pauta com ajuda da professora. Para isso relembrar
os valores das figuras musicais.
1
2
3
Figura 29 – Linhas melódicas
29
Atividades
1. Dividir os alunos em dois grupos. Cada grupo treina uma linha melódica do
exercício quatro. Na sequência deverão apresentar tocando junto as linhas
melódicas.
4
Figura 30 – Duas linhas melódicas
2.Todos os alunos treinam o exercício cinco, depois um grupo de alunos toca
a flauta e outro executa um instrumento de percussão, fazendo um ostinato. Trocar o
grupo da flauta e percussão para que todos façam as duas propostas.
5
Figura 31- Linha melódica e percussão
Ostinato é um ritmo ou uma palavra cantada sempre igual e de
forma contínua durante a execução de um trecho musical.
30
Oficina 05 – Fazendo
música com a flauta doce
Objetivos
1. Oportunizar a criação musical utilizando a flauta doce.
2. Desenvolver a escrita musical em partitura.
3. Desenvolver a criatividade musical.
4. Ler e interpretar partituras musicais na execução da flauta doce.
Encaminhamento metodológico
º
Recordar a posição das notas da mão direita com exercícios rítmicos
improvisados pelos alunos. Exercícios de ecos.
º
Ensinar a posição da digitação das notas dó, ré, mi, fá na flauta barroca e na
germânica formando a escala de Dó Maior.
Figura 32 - Dó
Figura 33 - Ré
31
Figura 35 – Fá na
Flauta Germânica
Figura 36 – Fá na
Flauta Barroca
Figura 34 - Mi
Escala de dó maior
dó
ré
mi
fá
sol
lá
si
Figura 37 – Escala de dó maior
º
Execução de cada uma das notas com os exercícios rítmicos a seguir,
pronunciando a sílaba TU.
º
Exercitar cada frase várias vezes até perceber que todos os alunos estão
conseguindo tirar o som com clareza.
32
Figura 38 – linha rítmica
º
Apreciação das músicas: Hino à alegria e This is my song, executados no
teclado ou flauta ou mesmo tocado no CD.
º
Entregar a partitura das músicas para que os alunos possam acompanhar.
º
Analisar com eles a notação musical: clave, compassos, tempos, valor das
figuras.
Ë
Fazer a leitura das notas, marcando a pulsação;
Ë
Recordar a posição da digitação das notas na flauta;
Ë
Execução das musicas na flauta individualmente pelo alunos;
Ë
Interpretação em grupo acompanhado do teclado ou violão.;
Atividade
Atividade
Após a interpretação das músicas solicitar que os alunos componham um
pequeno trecho musical compreendendo a:
33
1. Elaboração da partitura;Ë
2. Divisão da partitura em 8 compassos;
3. A escrita da clave de sol;
4. A formula do compasso de 4 tempos;
Hino à alegria
Beethoven
Figura 39 – partitura Hino à alegria
This Is My Song
Charles Chaplin
Figura 40 – partitura da música - This Is My song
34
Referências
Sopro novo Yamaha: caderno de flauta doce soprano. Rio de Janeiro: Irmãos
Vitale, 2006Flauta doce.
Flauta doce na educação musical. Disponível em: <
http://www.essaseoutras.xpg.com.br/flauta-doce-na-educacao-musical-germanica-oubarroca-diferencas/.> Acesso em: 26 set. 2012
VELLOSO, Cristal Angelica. Sopro novo yamaha: caderno de flauta doce soprano. Rio de
Janeiro: Irmãos Vitale, 2006
Flauta doce .Disponível em: <
http://www1.prefpoa.com.br/pwtambor/default.php?reg=14&p_secao=158. Acesso em:
09.11.12
35
UNIDADE 4
GÊNEROS MUSICAIS
jkgqwer
Existe uma diferença entre gênero e estilo. Gênero são categorias de músicas
que revela um estilo, a cultura de um povo dentro de um contexto histórico, político,
social e cultural. Isto é, maneira de agrupar, classificar ou dividir as composições
musicais. Dourado (2004, 146) define que gênero musical “de forma geral, designa
formas consolidadas de composição como o rock, o jazz, o lírico ou sinfônico. De
maneira mais restrita, pode indicar uma variedade de estilos e correntes musicais
que comungam de certa identidade entre si”.
Exemplo - música erudita, música africana, música religiosa, música popular,
e outros.
O estilo é a maneira como compositores agrupam e combinam os elementos
formais da música como: ritmo, melodia, harmonia, timbre. Como afirma Dourado
(2004, 123) é a maneira particular de se compor e tocar, associada a um compositor,
intérprete ou lugar (estilo alemão, estilo rococó, napolitano, mozartiano).
Com a evolução da história em diferentes países surgiram muitos estilos
musicais, como alguns que nós conhecemos: Chorinho, marcha, samba, pagode,
sertanejo, rap e outros.
Trazemos aqui alguns gêneros musicais mais antigos da música no Brasil e
também será discutido o Rap, como um gênero que faz parte do cotidiano dos
alunos.
Modinha
A modinha é um dos primeiros gêneros musicais que fez sucesso no final do
século XIX. É uma forma de canção com influência européia, melodiosa, suave,
carregada de sentimentalismo. Podemos dizer que a modinha surgiu como música
requintada tocada no piano e nos salões de festas e mais tarde saiu pelas ruas,
tomando característica brasileira. Sendo executada com outros instrumentos como a
flauta, violão, misturava música à poesia. De ritmo fácil geralmente falava de amor,
de saudades e era tocada e composta por seresteiros. Essa forma de canção
36
influenciou a música popular brasileira. Pode-se dizer que quem popularizou a
modinha foi Chiquinha Gonzaga e Caldas Barbosa.
http://www.brasilcultura.com.br/historia/origens-da-musica-popular-brasileira/
Exemplos de modinhas:
1.
Bachianas nº 1 de Villa-Lobos.
Disponível em:< http://www.radio.uol.com.br/#/letras-e-musicas/heitor-villa-lobos/modinha-debachiana-brasileiras-n1/2344915. Acesso em: 24.11. 12
2. Lua Branca
Chiquinha Gonzaga
Ó, lua branca de fulgores e de encanto
Se é verdade que ao amor tu dás abrigo
Vem tirar dos olhos meus o pranto
Ai, vem matar essa paixão que anda . comigo
Ai, por quem és, desce do céu, ó, lua branca
Essa amargura do meu peito, ó, vem, arranca
Dá-me o luar de tua compaixão
Ó, vem, por Deus, iluminar meu coração
E quantas vezes lá no céu me aparecias
A brilhar em noite calma e constelada
E em tua luz então me surpreendias
Ajoelhado junto aos pés da minha amada
E ela a chorar, a soluçar, cheia de pejo
Vinha em seus lábios me ofertar um doce beijo
Ela partiu, me abandonou assim
Ó, lua branca, por quem és, tem dó de mim
http://www.youtube.com/watch?v=cjM9sQrg09Y.
http://letras.mus.br/chiquinha-gonzaga/. >Acesso em: 20.11.12
Choro ou chorinho
Surge no Rio de Janeiro, no final do século XIX. Teve influência de ritmos
africanos, como batuque e o lundú. Sua principal característica é o improviso
instrumental, o virtuosismo e a criatividade.
No início o choro era apenas uma forma de interpretar, improvisar sob
músicas desses ritmos. Mais tarde, influenciado por esses ritmos, ganha
características próprias.
A partir de 1880 o choro populariza-se nos salões de dança e nas festas da
periferia carioca. Com Chiguinha Gonzaga e Ernesto Nazareth o gênero choro
37
ganha projeção. A partir da década de 30, deixa de ser apenas instrumental e passa
a ser também cantado, tornando-se sucesso nacional.
O choro inicialmente caracterizou-se por um ritmo calmo, tocado com os
instrumento populares, a flauta como instrumento de solo, cavaquinho que faz o
ritmo, e violões como base dos conjuntos. Com o tempo popularizou-se como
Chorinho e recebe um ritmo mais rápido, agitado e sincopado (deslocamento das
acentuações naturais do compasso). Exemplo é a composição Tico-Tico no Fubá de
Zequinha de Abreu, que a chamava de choro sapeca.
Surgem novos conjuntos regionais e com isso é introduzida a percussão,
como pandeiros para marcação do ritmo nas composições. Um dos compositores
representantes desse período foi Pixinguinha, que cria a música Carinhoso com a
letra de João de Barro, o Braguinha.
O maior sucesso desse gênero foi Brasileirinho (1947), de Valdir Azevedo,
gravado perla primeira vez por Carmem Miranda. Na música erudita o choro é
representado por Heitor Villa-lobos.
Exemplos de Choros.
1. Tico tico no fubá de Zequinha de Abreu
Duo Peranzzetta Senise - Tico-Tico no Fubá (Z. de Abreu) - Instrumental SESC Brasil –
09/08/2010. Disponível em.< http://www.youtube.com/watch?v=glNFIPy4J-Y. >Acesso em: 24.11.12
2. Brasileirinho
Waldir Azevedo - Brasileirinho (1968) Disponível em <
http://www.youtube.com/watch?v=Si5y0QGSjTY. Acesso em: Acesso em: >20.11.2012
Samba
Nasceu na Bahia com a população negra e pobre que vivia nos morros nos
últimos anos do século XIX, que timidamente ensaiavam seus batuques e roda de
capoeira.
Porém, foi no Rio de Janeiro que nasceu o primeiro samba sucesso “Pelo
Telefone”, feito de improviso em reuniões noturnas por um grupo de músicos, foi
gravado em 1917.
O samba é o ritmo mais representativo da música popular brasileira. Os
instrumentos usados são: cavaquinho, violão, surdo, pandeiro, flauta, piano,
38
saxofone. Tem como compositores notáveis, João de Barro, Francisco Alves, Dorival
Caymmi, Noel Rosa, Carlotla, Ary Barroso, Pixinguinha que também foi compositor
de choro e outros.
Surgem vários conjuntos musicais para difundir o samba e assim temos: o
Samba canção, samba de roda, samba enredo, samba choro, samba exaltação.
Exemplos: Aquarela do Brasil, de Ary Barroso e O Mundo é um moinho, de Cartola.
Aquarela do Brasil
Ary Barroso
Brasil, meu Brasil Brasileiro,
Meu mulato inzoneiro,
Vou cantar-te nos meus versos:
Brasil, terra boa e gostosa
Da moreninha sestrosa
De olhar indiferente.
O Brasil, samba que dá
Bamboleio, que faz gingar;
O Brasil do meu amor,
Terra de Nosso Senhor.
Brasil!... Brasil!... Prá mim!... Prá
mim!...
O Brasil, verde que dá
Para o mundo admirar.
O Brasil do meu amor,
Terra de Nosso Senhor.
Brasil!... Brasil! Prá mim ... Prá mim!...
Ô, abre a cortina do passado;
Tira a mãe preta do cerrado;
Bota o rei congo no congado.
Brasil!... Brasil!...
Deixa cantar de novo o trovador
À merencória à luz da lua
Toda canção do meu amor.
Quero ver essa Dona caminhando
Pelos salões, arrastando
O seu vestido rendado.
Brasil!... Brasil! Prá mim ... Prá
mim!...
Esse coqueiro que dá coco,
Onde eu amarro a minha rede
Nas noites claras de luar.
Ô! Estas fontes murmurantes
Onde eu mato a minha sede
E onde a lua vem brincar.
Ô! Esse Brasil lindo e trigueiro
É o meu Brasil Brasileiro,
Terra de samba e pandeiro.
Brasil!... Brasil!
http://letras.mus.br/ary-barroso/163032/>
Acesso em: 25.11.12
39
O Mundo é Um Moinho
Cartola
Ainda é cedo, amor
Mal começaste a conhecer a vida
Já anuncias a hora de partida
Sem saber mesmo o rumo que irás
tomar
Preste atenção, querida
Embora eu saiba que estás
resolvida
Em cada esquina cai um pouco a
tua vida
Em pouco tempo não serás mais o
que és
Preste atenção, o mundo é um
moinho
Vai triturar teus sonhos, tão
mesquinhos.
Vai reduzir as ilusões a pó
Preste atenção, querida
De cada amor tu herdarás só o
cinismo
Quando notares estás à beira do
abismo
Abismo que cavaste com os teus pés.
Ouça-me bem, amor
http://letras.mus.br/cartola/44901/#selecoes/44901. <acesso em: 20.11.12
Rap
O termo Rap significa rhythm and poetry - ritmo e poesia. O Rap é um dos
elementos do movimento Hip Hop, este movimento surgiu nos Estados Unidos em
1929 como expressão da cultura popular.
O Gênero Rap surgiu na década de 1960, com os jovens negros da Jamaica,
que procuraram através da música expressar e refletir sua realidade no momento
atual. Mais tarde foi levado para os Estados Unidos, chegando ao Brasil na década
de 1980. Oliveira (2009. p. 64) afirma que “muitos grupos de rappers foram criados,
ocupando um espaço de articulação e atuação no campo social, para reinvidiar o
direiro de ser cidadão, participar do mercado de trabalho e lutar pacificamente contra
a violencia e a descriminação.”.
Observa-se que esse gênero cresceu e ganhou força ultimamente que já
podemos citar vários estilos como: rap político, rap gospel, rap romântico, gangster
rap, rap for fun, rap underground, cada um com sua forma diferente de se manifestar
e com novos objetivos como o rap romântico com temas amorosos, o rap for fun feito
para diversão, o rap underground que critica tudo, o gangster rap que tem uma letra
mais agressiva.
40
É um gênero musical muito livre, a letra é ritmada com pouca melodia, de
andamento acelerado com batidas rápidas, traz muita informação, como as histórias
das vidas dos compositores, suas realidades, os problemas sociais, denúncias e
reivindicações de direitos iguais. Procuram com sua música a transformação da
realidade social.
Exemplos:
Até Quando?
Rap da Felicidade
Gabriel O Pensador
Cidinho e Doca
Não adianta olhar pro céu
Com muita fé e pouca luta
Levanta aí que você tem muito protesto pra
fazer
E muita greve, você pode, você deve, pode
crer
Não adianta olhar pro chão
Virar a cara pra não ver
Se liga aí que te botaram numa cruz e só
porque Jesus
Sofreu não quer dizer que você tenha que
sofrer!
Até quando você vai ficar usando rédea?!
Rindo da própria tragédia
Até quando você vai ficar usando rédea?!
Pobre, rico ou classe média
Até quando você vai levar cascudo mudo?
Muda, muda essa postura
Até quando você vai ficando mudo?
muda que o medo é um modo de fazer
censura.
Eu só quero é ser feliz
Andar tranquilamente
Na favela onde eu nasci
É...
E poder me orgulhar
E ter a consciência
Que o pobre tem seu lugar (2x)
Até quando você vai levando? (Porrada!
Porrada!!)
Até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai levando? (Porrada!
Porrada!!)
Até quando vai ser saco de pancada
Você tenta ser feliz, não vê que é deprimente
O seu filho sem escola, seu velho tá sem
dente
Cê tenta ser contente e não vê que é
revoltante
Você tá sem emprego e a sua filha tá gestante
Você se faz de surdo, não vê que é absurdo
Você que é inocente foi preso em flagrante!
É tudo flagrante! É tudo flagrante!
http://letras.mus.br/gabriel-pensador/30449/
Fé em Deus DJ
Mas eu só quero
É ser feliz, feliz, feliz, feliz, feliz
Onde eu nasci
Ham
E poder me orgulhar
E ter a consciência
Que o pobre tem seu lugar
Minha cara autoridade eu já não sei
o que fazer
Com tanta violência eu sinto medo
de viver
Pois moro na favela e sou muito
desrespeitado
A tristeza e alegria que caminham
lado a lado
Eu faço uma oração para uma santa
protetora
Mas sou interrompido a tiros de
metralhadora
Enquanto os ricos moram numa
casa grande e bela
O pobre é humilhado, esculachado
na favela
Já não aguento mais essa onda de
violência
Só peço às autoridades um pouco
mais de competência
Link: http://www.vagalume.com.br/mcs-cidinho-edoca/rap-da-felicidade.html#ixzz2DFMyNH6Y
41
Oficina 06 – Apreciação
e interpretação de gêneros
Objetivos
1. Identificar e diferenciar os diferentes gêneros musicais.
2. Proporcionar a compreensão de que a música reflete a cultura e os valores
de uma época e de um povo.
Encaminhamento Metodológico
º
Audição de músicas dos gêneros: Marchinha, choro, samba, rap.
º
Pedir para que os alunos, ao passo que vão ouvindo as músicas, registrem
em uma folha de sulfite a sensação que cada uma das música despertou, em
forma de linhas ou palavras.
º
Conversar
sobre
os
registros
feitos
pelos
alunos
levando-os
a
compreenderem as diferentes expressões feitas por eles.
º
Enfatizar o gênero, o estilo, o ritmo, os instrumentos usados, a relação de
uma música com a outra.
º
Destacar as temática e mensagens que as músicas estão expressando.
Atividade
42
1. Em grupo os alunos irão compor uma nova música por meio de montagem,
usando músicas de gêneros e estilos que mais lhe agradam.
2. Para a montagem selecionar 3 músicas que possuem elementos
expressivos semelhantes e agrupá-las, com sentido cômico ou não.
Exemplo: entra na montagem: uma frase da primeira música, uma frase da
segunda, uma da terceira e assim sucessivamente.
3. Cantar a nova composição para o grupo. Para apresentação sugerir que
usem instrumentos de percussão.
REFERÊNCIAS
Aquarela do Brasil. Disponível em: < http://letras.mus.br/ary-barroso/163032/. Acesso em:
>25.11.12
Choro. Disponível em: < http://www.locutor.info/index_historia_da_mpb.htm >. Acesso em:
24 set. 2012
Duo Peranzzetta Senise - Tico-Tico no Fubá (Z. de Abreu) - Instrumental SESC Brasil 09/08/2010.< http://www.youtube.com/watch?v=glNFIPy4J-Y. >Acesso em: 24.11.12
DOURADO, Henrique UTRAN. Dicionário de termos e expressões da música. 1º edição .
São Paulo: Editora, 2004.
JEANDOT, Nicole.Explorando o universo da música. São Paulo: Scipione, 1990. 174 p.
Lua Branca. Disponível em: < http://www.youtube.com/watch?v=cjM9sQrg09Y. Acesso em:
20.11.12
Lua Branca. Disponível em: < http://letras.mus.br/chiquinha-gonzaga/. Acesso em: < 20.11.12
LUZ, Silvia; DOMAREDZKY, Suely. A magia da música: educação musical, ensino
fundamental: 5º ano: manual do professor. Curitiba: Ludo, 2011.
OLIVEIRA, Elisete dos Santos.Hip Hop: uma experiência cultural na escola.In:KOBOLDT,
Márciah.; DOUZA, Rui Antônio de.(org.) Culturas Juvenis: dinamizando a escola. Porto
Alegre: edipucrs, 2009. P. 61-70.
Samba tem raiz. Disponível em: < http://letras.mus.br/samba-de-quintal/1756804/. Acesso em:>
225.11.12
SOURA, Jusamara. Hip hop, um grito por liberdade. Mundo jovem. Porto Alegre, n. 402,
nov.. 2009. Seção Juventudes.
POSITIVO, Apostila . Desafios do conhecimento: Ensino Médio. 1ª. Série . Arte. Curitiba:
Posigraf, 2003.
Rep. Disponível em: < http://www.suapesquisa.com/rap/ >. Acesso em: 11out. 201
Waldir Azevedo - Brasileirinho (1968) Disponível em:
<http://www.youtube.com/watch?v=Si5y0QGSjTY Acesso em: >20.11.2012
43
UNIDADE 5
INSTRUMENTOS MUSICAIS B.Xe
Xe
Conhecer os instrumentos musicais é conhecer os recursos possíveis para
fazer música e descobrir as diversas maneiras de expressar-se por meio dela.
Devido à imitação dos sons da natureza e dos animais o homem procurou recursos
além da voz e do corpo para produzir sons e com eles exprimir seus sentimentos,
suas necessidades e assim ele criou e desenvolveu os instrumentos musicais.
Com esses instrumentos descobriu meios de produzir sons musicais. Logo,
encontrou maneiras de produzir música. Jeandot (1990, p. 15) afirma que:
Aos poucos, o homem aprendeu a selecionar, entre a matéria, o que
produzia sons agradáveis: a ressonância da madeira preparada, da pele
esticada, da corda vibrando o encantou. Ele destaca e produz os primeiros
timbres. O som melódico aparece, fascinando-o. É o despertar de sua
consciência estética.
A classificação dos instrumentos musicas é feita por meio da Organologia.
Hoje os instrumentos são classificados conforme suas características e maneiras de
produzir sons. Temos então em 3 grupos distintos: corda, sopro e percussão.
A partir de 1906 começam a surgir também instrumentos elétricos quando
Thaddeus Cahill inventou o telharmonium, mas sem obter muito sucesso no
momento. Com a invenção de outros instrumentos após a II Guerra Mundial muitos
músicos passam a utilizá-los em estúdios. Pelos anos 50 com o desenvolvimento
tecnológico surgem os sintetizadores, que são instrumentos “capazes de criar sons
por si próprio, através, por exemplo, da combinação e da decomposição dos
elementos que constituem as ondas sonoras.” (JEANDOT, 1990, p. 36).
44
Classificação dos instrumentos.
Instrumentos de sopro, ou também classificado pelos etnomusicólogos de
aerófonos. Os sons são gerados pela vibração da coluna de ar soprado pelo
executante ou por meio de foles que passam pelo tubo. Os sons produzidos
dependem dos comprimento e largura do tubo. Tubos mais longos e estreitos
produzem sons mais agudos, tubos largos e curtos sons mais graves. Eles podem
ser de madeira ou metal.
Os instrumentos da família das madeiras dividem-se em:
Palheta dupla: oboé, cornê inglês, fagote e contrafagote.
Embocadura livre: flauta e flautim
Os instrumentos da família dos metais podem ser de:
Palheta simples; saxofones e clarinetes que pode ser também de madeira.
Instrumentos de bocal – trompa, trombone, tuba e saxofones.
PALHETA - Lâmina de metal ou madeira na boquilha dos instrumentos
e que vibra com o ar que passa por ela.
Instrumentos de corda ou cordofones - o som é produzido pela vibração de
uma ou mais cordas. Para que a vibração das cordas produzam sons elas precisam
estar esticadas sobre caixas de ressonância. As cordas são tocadas com o dedo ou
com arco.
Dividem-se em cordas dedilhadas – tocada diretamente com o dedo: harpa e
violão.
Cordas percutidas – são marteladas: cravo, piano
Cordas friccionadas – tocadas com o arco: violino, viola, violoncelo e
contrabaixo.
Cordas tangidas são tocadas com a palheta: cavaquinho, guitarra, bandolim,
banjo.
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Instrumentos de percussão ou idiófonos - o som é gerado por batidas,
sacudidas com baquetas, varetas ou a mão. Os sons são produzidos pela vibração
de uma matéria sólida. Esses instrumentos podem ser feitos de madeira, pele,
metal.
Dividem-se em instrumentos de som determinado: carrilhão, xilofone,
tímpanos.
Instrumentos de som indeterminado: triângulo, prato, chocalho, castanholas e
outros.
Instrumentos elétricos ou eletrofones – os sons são obtidos por circuitos
elétricos que produzem as ondas sonoras com auxílio de um amplificador. Teclado,
guitarra, bateria eletrônica, órgão e os sintetizadores em geral.
Oficina – 07 – Conhecendo
os instrumentos musicais
Objetivo
1. Identificar os instrumentos musicais conforme seus timbres e grupos.
2. Conhecer os recursos possíveis para fazer música e descobrir as diversas
maneiras de expressar-se por meio dela.
Encaminhamento metodológico
º
Audição dos sons de instrumentos de sopro, corda, percussão e elétricos no
CD e ou tocado no teclado.
º
Mostrar que muitos são os recursos para se fazer músicas e que os sons são
gerados de formas diferentes e conforme esses instrumentos são
manuseados.
º
Após essa compreensão os alunos, de posse da lista dos instrumentos, irão
no laboratório de informática para que os visualizem e pesquisem sobre eles,
escolhendo um deles para realizar a atividade proposta.
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Atividade
1. Ouvir algumas músicas e identificar os instrumentos utilizados.
2. Apresentação em sala da pesquisa realizada sobre os instrumentos,
representando seus sons com a voz e cantando uma frase musical da
preferência do aluno.
3. Fazer com que toda a turma repita a frase musical como se fosse um coral.
No final das apresentações todos deverão imitar o som de seu instrumento
com a frase musical que mais agradou a turma, criando assim uma orquestra de
sons da voz.
Oficina 08 – Construção
de instrumentos com materiais
alternativos
Objetivos
1. Construir instrumentos musicais com materiais alternativos.
2. Ampliar as possibilidades de criação e novas formas de expressar-se
musicalmente.
Encaminhamento metodológico
Para construção dos instrumentos solicitar antecipadamente aos alunos que
tragam materiais para os instrumentos relacionados abaixo.
Nessa oficina será construído os seguintes instrumentos:
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Corda: Violão de caixa
O violão como sabemos é um
instrumento que contém 6 cordas de
náilon ou aço, esticadas ao longo do
braço e que são dedilhadas. É feito de
madeira leve, a qual forma sua caixa
acústica.
As cordas são contadas de baixo
para cima, a primeira é mais aguda.
Cada corda corresponde a uma nota
musical, mi, si, sol, ré ,lá, mi e sua
Figura 41 – Violão de
caixa
afinação se dá esticando ou afrouxando as
cordas. Cordas mais finas emitem sons mais agudos e cordas mais grossas sons
mais graves.
Material
Caixa retangular tamanho médio, de espessura resistente.
Fio de náilon.
Tesoura.
Papel para encapar a caixa.
Construção
Recorte no centro de um dos lados da caixa um círculo que contenha um
quinto do comprimento da caixa para amplificar o som.
Amarre o fio de náilon bem esticado em volta da caixa até completar as 6
cordas ou quantas desejarem. Para ajudar a esticar coloque sob elas um suporte
como na figura 41.
Sopro: flauta de pã
A Flauta de pã é um instrumento de sopro, originariamente feito de vários
gomos de bambu de tamanho diferentes. Hoje é feita com diversos materiais. A sua
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afinação se dá pelo comprimento e largura dos tubos. Quanto maior mais grave a
sonoridade. O timbre depende do material utilizado.
Material
1 metro de tubo PVC,
8 rolhas de cortiça,
2 metros de corda ou fio de lã.
Régua
Serrinha
Lixa
Figura 42 – Flauta de pã
Lima
Disponível em: <http://www.jose-lucio.com/INR/Fazer/Fazer021.htm.
Acesso em: 23.11.12
Construção
Cortar o PVC em 8 pedaços com as seguintes alturas 16,5cm; 15cm; 14cm;
13cm; 12cm; 11cm; 10,9 cm. Lixar as pontas dos canos com a lima e depois com a
lixa.
Para ter um som bonito um dos lados deve ser fechado. Então feche um dos
lados com a rolha. Afinar os tubos subindo ou descendo a rolha no interior do tubo.
Depois de afinadas juntar os tubos com a corda ou fio de lã. Decorar como
quiser e tocar.
Para tocar encosta os lábios em um só tubo e soprar com força. Tocar a
escala dó-ré-mi-fá-sol-lá-si-dó ascendente e descendente.
Os tamanhos corretos dos pedaços de canos e a colocação da rolha implicará
na afinação.
Disponível em:< http://www.jose-lucio.com/INR/Fazer/Fazer021.htm. > Acesso em:
12.out.2012
Percussão: vidrofone
Vidrofone é um instrumento de percussão, feito de 5 ou 8 garrafas de vidro do
mesmo tamanho, contendo água em cada uma delas em níveis diferentes, para
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formar
a escala
com as notas dó-ré-mi-fá-sol-lá-si-dó. As garrafas podem ser
dispostas sobre a mesa como na figura ou penduras em um suporte. O som é
gerado com as batida nas garrafas com uma vareta ou colher.
Material
8 garrafas de vidro
do mesmo tamanho.
8 rolhas,
Água e anilina de
diferentes cores.
Uma vareta
Tesoura
Figura 43 – Vidrofone – professor Jean Marcel Delfrate
Construção
Para construir o vidrofone coloca-se água nas 8 garrafas em níveis diferentes,
em torno de 2 centímetros de água na primeira e aumentando nas outras, assim que
a última ficará quase cheia, pelo gargalo. Para afinar as notas em cada garrafa pode
ser utilizado um afinador eletrônico ou então um instrumento já afinado como
referência. Para diferenciar as notas pode-se colorir a água de cada garrafa.
Dispõe-se as garrafas sobre uma mesa como na imagem ou usa-se também
um pedestal para pendurar as garrafas. Para colocar no pedestal amarre as garrafas
pelo gargalho e pendure ou siga o seguinte procedimento: amarre as garrafas com
barbante pelo gargalho e pendure-as no suporte feito antecipadamente. Com a
vareta percutir as garrafas.
A afinação dos sons se dará pela quantidade de água, menos água
o som fica mais agudo. Mais água o som fica grave. Para obter uma
boa afinação acrescente ou retire água. Com esse procedimento você
terá a escala natural (dó, ré, mi, fá, sol, lá, si, dó).
http://www.jose-lucio.com/INR/Fazer/Fazer021.htm. > Acesso em:12.out.2012
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Atividade
1. Dividir a turma em grupos para que cada grupo construa um tipo de
instrumento.
Grupo 1 – Instrumento de corda – violão de caixa
Grupo 2 – Instrumento de sopro –flauta de pã.
Grupo 3 – Instrumento de percussão – vidrofone.
2. Após a construção dos instrumentos oportunizar um momento para explorar
os sons de forma lúdica.
Referências
COSTTA, Silvio. Educação sonora e musical: oficina de sons. São Paulo:
Paulinas, 2012.
JEANDOT, Nicole.Explorando o universo da música. São Paulo: Scipione, 1990.
Flauta de Pã. Disponível em:
<http://www.jose-lucio.com/INR/Fazer/Fazer021.htmf.Acesso em:> 12.out.2012
Vidrofone. <http://www.jose-lucio.com/INR/Fazer/Fazer021.htmf.Acesso em:>
12.out.2012
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