Macro Latam Mensal Revisão de cenário junho de 2013 Página Economia global Um mundo assimétrico 3 As perspectivas de crescimento nos EUA são melhores do que nas outras principais economias desenvolvidas e que nas economias emergentes em geral Brasil Crescimento menor e câmbio mais depreciado 7 Com o PIB abaixo do esperado no primeiro trimestre, reduzimos as projeções de crescimento em 2013 e em 2014. Esperamos também um câmbio mais depreciado e uma inflação maior Argentina Presa em suas políticas 12 O banco central perdeu 4,8 bilhões de dólares de suas reservas internacionais em 2013, apesar dos controles cambiais. Intervenções do governo reduziram a diferença entre as taxas de câmbio paralelas e a taxa de câmbio oficial México Sem cortes adicionais 15 Esperamos agora um ritmo mais lento de apreciação da taxa de câmbio e não esperamos novos cortes na taxa básica de juros Chile Crescimento menor abre espaço para corte de juros 18 A economia chilena desacelerou nos primeiros quatro meses do ano. Crescimento abaixo do potencial e inflação benigna permite taxas de juros mais baixas Peru Sol mais fraco 20 A economia desacelerou no início deste ano. Parte do enfraquecimento é temporário. O aumento nos juros de mercado dos EUA levou a uma taxa de câmbio mais depreciada Colômbia Peso enfraquece, reformas continuam 22 O governo parece confortável com a queda do peso nas últimas semanas. Ajustando para efeitos de calendário, o crescimento econômico segue fraco, mas em linha com nosso cenário Commodities Superávits agrícolas a caminho Preços sobem em maio, com baixos estoques de grãos e preocupações com o atraso do plantio nos EUA, mas fundamentos macroconômicos continuam a ser consistentes com queda dos preços de commodities Pesquisa macroeconômica – Itaú Ilan Goldfajn – Economista-Chefe Para acessar nossas publicações e projeções visite nosso site: http://www.itau.com.br/itaubba-pt/analises-economicas/publicacoes/ A última página deste relatório contém informações importantes sobre o seu conteúdo. Os investidores não devem considerar este relatório como fator único ao tomarem suas decisões de investimento. 25 Macro Latam Mensal – junho de 2013 Crescimento menor América Latina e depreciação cambial na O mundo de dólar forte e retirada de estímulos nos EUA veio para ficar. As perspectivas de crescimento nos Estados Unidos são melhores do que em outras economias desenvolvidas (Europa, Japão) e, mais recentemente, que em muitos países emergentes. A China tem desacelerado um pouco mais que o esperado (reduzimos a projeção para este e para o próximo ano), outros emergentes também. Essa assimetria fundamenta respostas diferentes de política monetária. Enquanto o Fed já pensa em retirada de estímulos - antecipamos para setembro nossa expectativa de desaceleração do estímulo monetário (QE) - os demais bancos centrais ainda permanecem com viés mais expansionista. Os juros nos EUA tendem a subir mais. Neste cenário de crescimento assimétrico e taxas de juros americanas maiores, o dólar se aprecia frente à maioria das moedas, e o preço das commodities tende a recuar, tanto pelo dólar forte quanto pela desaceleração dos emergentes. Este é um ambiente diferente para a América Latina. Desaceleração, depreciação cambial e menor espaço para queda de juros vão definindo o novo cenário. Após um período de bonança, a desaceleração finalmente atinge a maioria dos países, ainda que em intensidades diferentes. O México, mesmo próximo aos EUA, desacelerou no primeiro trimestre. A Colômbia, mais ligada à China, também está mais fraca. Chile e Peru sentem menos, em parte pela continuidade dos investimentos em mineração. No entanto, os fundamentos sólidos e a perspectiva de reformas nesses países sugerem que a desaceleração será temporária. A aliança comercial do Pacífico também é um avanço que beneficia a todos. Na América Latina, estamos agora projetando moedas mais depreciadas. Com inflação baixa, a depreciação do câmbio é bem-vinda, pois ajuda a competitividade. No Brasil, a desaceleração veio antes, e a recuperação do crescimento é lenta. Reduzimos nossas projeções de crescimento para este e o próximo ano. A esperança é a recuperação do investimento que, caso se mantenha, vai na direção de um rebalanceamento saudável para a economia, apenas lentamente. Diferente de outros países da região, a inflação mais alta limita o tamanho da depreciação do câmbio, o que leva a intervenção cambial e retirada de controles cambiais (IOF). A perspectiva é a de um câmbio não muito mais depreciado, juros em alta, e superávit primário em queda. A Argentina, por sua vez, segue em seus problemas particulares. A rápida perda de reservas evidencia a inconsistência do modelo atual, ainda que haja sinais recentes de crescimento um pouco melhor. O congelamento de preços ajuda na inflação de curto prazo, mas promete dificuldades no futuro. Cordialmente, Ilan Goldfajn e equipe de macroeconomia Revisão de Cenário PIB - % Mundo 2013 Atual Anterior 2,8 2,9 2014 Atual Anterior 3,4 3,5 PIB - % BRL / USD (dez) Taxa de Juros - (dez) - % IPCA - % Atual 2,4 2,07 8,75 5,8 Brasil 2013 Anterior 2,8 2,00 8,25 5,6 Atual 2,8 2,10 8,75 6,0 2014 Anterior 3,3 2,00 8,25 6,0 PIB - % ARS / USD (dez) BADLAR - (dez) - % IPC - % (estimativas privadas) Argentina 2013 Atual Anterior 2,0 2,0 5,9 5,9 21,0 21,0 30,0 30,0 Atual 2,0 7,7 25,0 35,0 2014 Anterior 2,0 7,7 25,0 35,0 PIB - % COP / USD (dez) Taxa de Juros - (dez) - % IPC - % Colômbia 2013 Atual Anterior 3,8 3,8 1880 1850 3,25 3,25 2,8 2,8 Atual 5,0 1820 4,50 3,0 2014 Anterior 5,0 1800 4,50 3,0 Página 2 América Latina e Caribe 2013 Atual Anterior 3,0 3,2 Atual 3,4 2014 Anterior 3,6 PIB - % MXN / USD (dez) Taxa de Juros - (dez) - % IPC - % México 2013 Atual Anterior 3,2 3,5 12,0 11,8 4,00 3,50 3,5 3,3 Atual 3,6 11,8 4,00 3,5 2014 Anterior 3,6 11,5 3,50 3,5 PIB - % CLP / USD (dez) Taxa de Juros - (dez) - % IPC - % Atual 4,5 485 4,25 2,2 Chile 2013 Anterior 5,3 460 5,00 2,5 Atual 4,7 475 4,25 2,8 2014 Anterior 4,8 460 5,00 3,0 PIB - % PEN / USD (dez) Taxa de Juros - (dez) - % IPC - % Atual 6,0 2,60 4,25 2,5 Peru 2013 Anterior 6,2 2,55 4,25 2,5 Atual 5,9 2,55 4,25 2,3 2014 Anterior 5,9 2,50 4,25 2,5 PIB - % Macro Latam Mensal – junho de 2013 Economia global Um mundo assimétrico • As perspectivas de crescimento nos EUA são melhores do que nas outras principais economias desenvolvidas. • Com uma melhor perspectiva de curto prazo e o comunicado recente do FOMC, esperamos agora que o Fed comece a diminuir suas compras de ativos em setembro, ao invés de dezembro. • O menor afrouxamento do Fed tende a fortalecer o dólar norte-americano contra as moedas de outras economias, tanto avançadas quanto emergentes. • A tendência de crescimento também é melhor nos EUA do que na China e nas economias emergentes em geral. Esta assimetria torna mais difícil para tais economias lidar com a política expansionista do Fed. As perspectivas de crescimento nos EUA são melhores do que nas outras principais economias desenvolvidas. O crescimento mundial moderado e assimétrico, com os EUA melhorando e a Europa ainda enfrentando problemas, é um dos nossos principais temas para a economia mundial este ano. Revisamos para cima nossas previsões de crescimento para os EUA e Japão, e mantivemos as previsões inalteradas para a zona do euro (ver tabela abaixo). Indicadores recentes sugerem que a desaceleração econômica que esperamos para meados do ano nos EUA será mais suave do que havíamos previsto. Apesar dos sinais indicando melhora na área do euro, continuamos esperando que a recessão chegue ao fim apenas no segundo semestre deste ano. O Japão, com fortes estímulos impulsionando a economia, está se tornando uma surpresa positiva. Dólar americano apreciou contra moedas dos principais países Variação no valor das moedas em relação ao dólar americano em maio Retorno em % -1,2 Economias desenvolvidas -2,9 Canadá -2,9 Japão Austrália -7,7 -1,3 Mercados emergentes Taiwan -2,5 Coréia do Sul -2,5 Cingapura -2,6 Russia -3,4 -4,1 -4,4 -4,8 -5,3 Peru Colômbia Turquia Índia México Chile -5,9 -10,9 Zona do euro Reino Unido -2,2 -6,5 Brasil África do Sul Um mundo assimétrico implica diferentes posturas de política monetária. Nos EUA, se a média mensal de criação de empregos se mantiver em pelo menos 175.000 (em linha com nosso cenário e abaixo da média dos últimos seis meses), o discurso recente de alguns membros do FOMC indica que o Fed vai começar a desacelerar gradativamente o afrouxamento quantitativo em setembro, ao invés de dezembro. Ao mesmo tempo, vemos o Banco Central Europeu em compasso de espera, mas com um viés expansionista, dados os riscos de baixa para a economia. Quanto ao Japão, a melhora na perspectiva econômica ainda é muito incipiente e o Banco do Japão deve continuar adicionando estímulo aceleradamente. Fonte: Bloomberg, Itaú O dólar norte-americano se fortaleceu contra a maioria das principais moedas (ver gráfico), em resposta à expectativa de redução na expansão do QE. Esperamos que a tendência continue em relação ao euro e ao iene. Vemos o euro em 1,25 e o iene em 105 no final do ano. Outro tema que ganha importância é a assimetria na tendência do crescimento dos EUA e da China. A economia chinesa se manteve em ritmo lento em abril. Apesar do crescimento menor, os formuladores de política econômica não sinalizam novos estímulos. Portanto, revisamos para baixo nossa projeção de crescimento para a China, de 7,7% para 7,6% em 2013 e de 7,7% para 7,5% em 2014. Página 3 Macro Latam Mensal – junho de 2013 A assimetria entre EUA e China representa uma tendência mais ampla, t/t, dessazonalisado e anualizado em que o crescimento melhora no 9% mundo desenvolvido e desacelera nas Crescimento do PIB de emergentes (ex China) economias emergentes? As economias 7% da América Latina desaceleraram mais 5% que o esperado no 1T13. Efeitos de calendário relacionados ao feriado da 3% Páscoa podem explicar parte do movimento, mas o desempenho fraco 1% levanta dúvidas. A Europa emergente -11,2% -1% permanece próxima da estagnação, na -8,1% esteira da recessão da zona do euro. E -3% 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 muitas economias emergentes da Ásia Fonte: Haver, Itaú também desaceleraram no 1T13. O Países: Índia, Coréia do Sul, Cingapura, Taiwan, Malásia, Indonésia, Tailândia, Brasil, México, Chile, Colômbia, Rússia, Ucrânia, Polônia, Hungria, República Tcheca, Turquia e África do Sul crescimento agregado nas economias emergentes ex-China recuou de 3,3% no 4T12 para 1,7% (anualizado, com ajuste sazonal) no 1T13 (ver gráfico). Ritmo de crescimento de emergentes diminuiu no 1T13 Crescimento trimestral em mercados emergentes excluindo China Com o crescimento menor nas economias emergentes, reduzimos a projeção de crescimento do PIB mundial de 2,9% para 2,8% em 2013 e de 3,5% para 3,4% em 2014. O menor crescimento da China e um dólar mais forte não favorecem os preços das commodities. Os EUA provavelmente terão uma boa colheita, e devem também pressionar para baixo os preços dos grãos no segundo semestre do ano. Revisamos a projeção de queda dos preços do nosso Índice Itaú de Preços de Commodities em 2013 (frente ao final de 2012) de -1,9% para 3,8%. O Fed deve, com muita cautela, começar a reduzir o ritmo de expansão monetária em setembro A desaceleração econômica que esperamos para o meio do ano nos EUA - devido ao aumento da contração fiscal no período - parece mais suave do que havíamos previsto. Os indicadores de atividade divulgados em maio surpreenderam positivamente. A menor inflação dos preços ao consumidor e as condições financeiras favoráveis estimulam o consumo das famílias. Projetamos agora o PIB dos EUA crescendo uma média de 2% (anualizado com ajuste sazonal) no 2T13 e no 3T13, acima dos 1,6% que esperávamos um mês atrás. Além disso, vemos as melhores condições financeiras se estendendo até 2014. Revisamos para cima nossa projeção de crescimento de 1,8% para 1,9% em 2013 e de 2,4% para 2,5% em 2014. A melhor perspectiva no curto prazo e o comunicado recente do FOMC nos levaram a antecipar nossa expectativa para o início da redução das compras de ativos pelo Fed de dezembro para setembro. Em seu depoimento à Comissão Conjunta da Câmara e Senado, Ben Bernanke afirmou que se o FOMC perceber uma melhora real na economia e estiver confiante na sustentabilidade desta melhora, o Comitê poderá reduzir o ritmo da compra de ativos em breve. A ata da reunião do FOMC de 1º de maio revelou que a maioria dos membros viu uma melhora na perspectiva para o mercado de trabalho. Muitos indicaram, no entanto, que o progresso adicional, uma melhora na confiança de empresários e consumidores, ou menores riscos de baixa seriam necessários para a redução do ritmo de expansão monetária. Página 4 Macro Latam Mensal – junho de 2013 Crescimento do emprego nos EUA consistente com menos afrouxamento Nonfarm payrolls (NFP) 350 325 variação mensal, milhares Crescimento mensal média móvel de 3 meses 300 275 250 225 200 175 150 125 100 Nosso cenário sugere desaceleração da expansão monetária em setembro. Acreditamos que se a economia dos EUA sustentar o ritmo de 2% (anualizado, com ajuste sazonal) e a média de criação mensal de empregos alcançar pelo menos 175.000 - abaixo da média móvel dos últimos seis meses (ver gráfico) - o Fed estaria disposto a começar a reduzir o ritmo do QE em setembro. 75 É importante notar que o FOMC será cauteloso e flexível. O banco central 0 jan-11 jul-11 jan-12 jul-12 jan-13 quer manter um controle rigoroso sobre as Fonte: BLS, Haver, Itaú expectativas de mercado e evitar um aperto prematuro das condições financeiras. Vemos o comitê reduzindo a expansão do QE aos poucos, começando com um abrandamento para 60 bilhões de dólares por mês em setembro, em relação aos 85 bilhões de dólares atuais. Ajustes para cima ou para baixo podem ser feitos de acordo com dados econômicos. Além disso, o risco para o nosso cenário é mais inclinado no sentido do Fed atrasar o abrandamento para dezembro - se a economia fraquejar novamente nos próximos meses - do que antecipar para junho ou julho. 50 25 Europa – Em recessão, mas com sinais de crescimento tímido no 2S13 A zona do euro continua em recessão, com o PIB caindo 0,22% sobre o trimestre anterior no 1T13, ligeiramente abaixo de nossa expectativa de -0,15%. Esperamos outra contração de 0,10% neste trimestre. Apesar da recessão persistente, vemos alguns sinais de que a região pode apresentar algum crescimento no 2S13, em linha com nosso cenário. A maioria dos indicadores antecedentes melhorou em maio. O Índice dos Gerentes de Compras (PMI) melhorou para 47,7 em maio, contra 46,9 em abril. O nível do PMI ainda aponta para uma contração do PIB. No entanto, o ganho em maio foi relevante, e representou o segundo aumento consecutivo. Entre os países, a Alemanha parece pronta para uma recuperação já no 2T13. A economia cresceu apenas 0,06% sobre o trimestre anterior no 1T13. Porém, o crescimento do consumo foi forte (0,8%). O investimento em equipamentos caiu 0,6%, enquanto a construção recuou 2,1% devido a um inverno mais frio. A construção deve se recuperar no 2T13. E a queda do investimento em equipamentos é cada vez menos intensa, e pode se tornar positiva conforme os riscos associados com a crise do euro diminuem. Finalmente, exportações líquidas, despesas públicas e estoques também tiveram contribuição negativa no último trimestre. Todos esses componentes poderiam se tornar positivos no 2T13. No geral, a economia alemã deve crescer 0,3% sobre o trimestre anterior no 2T13. No entanto, o balanço de riscos é negativo. O ajuste fiscal nos países periféricos da zona do euro ainda não está completo, e alguns países centrais também precisam passar por reformas. A situação na França é particularmente preocupante. Após permanecer estagnada em 2012, a economia francesa contraiu 0,2% no 1T13. Mercado de trabalho rígido, excesso de regulamentação, e um estado grande - cujos gastos atingem 56% do PIB - sufocam a competitividade do país. Estes problemas tornam-se mais evidentes à medida que a periferia se ajusta. Ao mesmo tempo, o presidente francês François Hollande completa um ano no poder, e já se encontra sem apoio popular para realizar reformas significativas. O país tem tempo para se ajustar, dado que o ajuste fiscal necessário para manter a dívida pública estável é modesto. Nossas estimativas apontam que com um ajuste de 0,8% do PIB no déficit estrutural a dívida pública se estabiliza em 95% do PIB em 2020. No entanto, a necessidade de reformas mais profundas na economia continua. Além disso, manter a Página 5 Macro Latam Mensal – junho de 2013 sustentabilidade de uma dívida elevada é mais difícil, porque mesmo choques moderados passam a ter efeitos grandes. Japão – Crescimento melhorando O Japão cresceu 0,9% sobre o trimestre anterior no 1T13, superando nossa expectativa de 0,6%. O consumo privado e as exportações líquidas foram os principais motores do crescimento no período. Elevamos a projeção do crescimento do PIB no 4T12 de 0,0% para 0,3%. Elevamos o crescimento para 1,5% em 2013 e 1,3% em 2014. Incorporando tanto a surpresa no primeiro trimestre quanto a revisão dos dados passados, revisamos nossa projeção de crescimento do PIB de 1,0% para 1,5% em 2013. Para 2014, esperamos uma resposta um pouco melhor da atividade aos atuais estímulos fiscais e monetários. Esperamos agora que o PIB avance 1,3% ano que vem, ante 1,1% projetado anteriormente. China – Governo mantém o foco em reformas, enquanto o crescimento enfraquece A economia chinesa continuou crescendo em ritmo mais lento em abril. A expansão da produção industrial melhorou ligeiramente, de 8,9% para 9,3% em março, mas principalmente por conta de efeitos de base. Enquanto isso, o investimento em ativos fixos desacelerou de 20,7% para 20,1%. Finalmente, o consumo está se recuperando, embora a um ritmo moderado. As vendas no varejo subiram 12,8% em abril, em relação ao ano anterior, acima dos 12,6% registrados no mês passado, porém abaixo dos 14,5% observados no 4T12. Apesar do ritmo lento, os formuladores de política econômica não sinalizam novos estímulos. As autoridades deixaram claro que estão mais preocupadas com as reformas estruturais do que com o crescimento no curto prazo. O primeiro-ministro Li Keqiang afirmou que a possibilidade de se apoiar em políticas de estímulo é limitada, e que o país deve contar com mecanismos de mercado. O presidente Xi Jinping afirmou que a China não vai sacrificar o meio-ambiente para garantir o crescimento. O presidente do banco central da China, Zhou Xiaochuan, disse que o país precisa abrir mão de crescimento no curto prazo para conseguir avançar com as reformas. Revisamos para baixo nossa projeção de crescimento de 7,7% para 7,6% em 2013, e de 7,7% para 7,5% em 2014. Commodities – Excedentes agrícolas à frente Nosso Índice Itaú de Preços de Commodities (ICI) subiu 0,3% na média de maio, impulsionado por preços agrícolas mais elevados. Estoques baixos e algum receio residual relacionado a problemas de plantio nos EUA pressionaram para cima os preços dos grãos para entrega antes da próxima safra no Hemisfério Norte. Este movimento levou o sub-índice de agricultura do ICI a registrar alta de 1,0% no mês. Enquanto isso, os preços de metais básicos e de energia mostraram alguma recuperação em maio, mas não suficiente para compensar a forte queda observada desde meados de abril. Dessa forma, os preços médios de metais e energia, em maio, ainda ficaram respectivamente 1,2% e 0,5% abaixo do observado no mês anterior. Olhando para frente, os fundamentos macro continuam sugerindo queda dos preços. O crescimento mais fraco na China e em outras economias emergentes, o dólar mais forte e o recuo das expectativas de inflação são consistentes com preços mais baixos das commodities cíclicas. Em particular, as perspectivas macro reforçam nossa expectativa de preços mais baixos para os metais básicos. Revisamos para baixo nossa previsão de preço do minério de ferro no fim do ano, de US$ 125 para US$ 115 por tonelada. Mantivemos nossas previsões abaixo do consenso para os outros metais básicos. Página 6 Macro Latam Mensal – junho de 2013 Para as commodities agrícolas, esperamos uma forte oferta à frente, o que deve pressionar os preços para baixo. Condições climáticas favoráveis na Europa e na China, assim como perspectivas de uma safra maior nos EUA em relação ao ano passado, sugerem excedentes de milho e soja. Excedentes globais também são observados para outras commodities agrícolas, como o café e o açúcar. Assim, reduzimos nossas projeções para o sub-índice de agricultura do ICI de 3,3% para -6,5% no final de 2013. O crescimento mais forte do que o esperado nos EUA está levando a spreads mais baixos entre as cotações do petróleo dos tipos WTI e Brent, na medida em que os preços do petróleo do tipo Brent se recuperam de forma lenta, em linha com nosso cenário. Olhando à frente, a produção de petróleo bruto pode retomar sua tendência de alta, pressionando o desconto a aumentar novamente. No entanto, as perspectivas de um crescimento mais forte nos EUA provavelmente impedirão que a diferença volte aos níveis observados em 2012 (cerca de US$ 17,5/bbl). Enquanto isso, mantemos nossa previsão de preço do barril de petróleo do tipo Brent inalterada em US$ 110/bbl no fim do ano, na medida em que a capacidade operacional das refinarias se recupera e a oferta de petróleo sofre algum impacto de questões geopolíticas. Projeções: Economia mundial Economia mundial Crescimento do PIB Mundial - % EUA - % Zona do Euro - % Japão - % China - % Taxas de juros e moedas Fed funds - % USD/EUR - final de período YEN/USD - final de período Índice DXY* 2008 2009 2010 2011 2012 2013P 2014P 2,8 -0,3 0,3 -1,0 9,6 -0,6 -3,1 -4,4 -5,5 9,2 5,2 2,4 2,0 4,7 10,4 4,0 1,8 1,5 -0,6 9,3 3,2 2,2 -0,5 1,9 7,8 2,8 1,9 -0,7 1,5 7,6 3,4 2,5 0,7 1,3 7,5 0,2 1,40 90,3 83,1 0,1 1,43 92,1 76,8 0,2 1,34 81,5 80,0 0,1 1,30 77,6 79,6 0,2 1,32 86,3 79,8 0,2 1,25 105,0 86,2 0,2 1,20 105,0 88,8 * O DXY é um índice para o valor internacional do dólar americano, que mede seu desempenho em relação a uma cesta de moedas incluindo: euro, iene, libra, dólar canadense, franco suíço e coroa sueca. Fontes: FMI, Haver e Itaú. Brasil Crescimento menor e câmbio mais depreciado • Após a divulgação do resultado do PIB abaixo do esperado no primeiro trimestre, reduzimos as projeções de crescimento em 2013 para 2,4% e em 2014 para 2,8% (de 2,8% e 3,3%, respectivamente). Com a apreciação global do dólar, elevamos nossa projeção para a taxa de câmbio no final deste ano de 2,00 para 2,07 reais por dólar. • Diante de uma inflação corrente mais alta e da perspectiva de um câmbio mais depreciado, elevamos a projeção para o IPCA este ano de 5,6% para 5,8%. Passamos a esperar também 1,5 ponto percentual de ajuste na taxa básica de juros Selic este ano. • Reduzimos nossa projeção para o saldo comercial em 2014 de US$ 12 bilhões para US$ 8 bilhões. Para este ano, mantemos a projeção em US$ 6 bilhões. Nossas projeções para o superávit primário do setor público ficaram inalteradas em 1,5% do PIB este ano e em 0,9% do PIB em 2014. Crescimento econômico mais baixo PIB surpreendeu para baixo no primeiro trimestre. Não houve a esperada aceleração do crescimento, num trimestre de grande contribuição do aumento da safra agrícola. A economia cresceu 0,6% no primeiro trimestre deste ano em relação ao quarto trimestre de 2012, após ajuste sazonal, repetindo a alta do trimestre anterior. O PIB da agropecuária avançou 9,7%, explicando praticamente toda a alta do PIB nos primeiros três meses do ano. A decepção foi com o setor de Página 7 Macro Latam Mensal – junho de 2013 serviços. O setor mostra crescimento mais baixo, provavelmente reflexo defasado da fraqueza da atividade industrial e do crescimento mais lento da renda. Revisamos para baixo as nossas projeções de crescimento em 2013 e em 2014. Reduzimos a %, var. trimestral dessazonalizada projeção de crescimento do PIB este ano de 2,8% para 2,4% e do próximo ano de 3,3% para 2,8% 2,0 2 (Macro Visão - Revisamos a projeção de crescimento do PIB do Brasil para 2,4% em 2013). Após a 1,2 1,0 1,0 surpresa negativa no primeiro trimestre, esperamos 0,8 1 0,8 0,7 0,7 0,7 0,7 0,6 0,6 0,6 0,5 alguma aceleração do crescimento no segundo 0,5 0,3 0,3 0,1 0,1 trimestre. No entanto, nos períodos seguintes a 0 economia deve crescer a um ritmo mais lento em -0,1 função dos baixos níveis de confiança dos empresários e do crescimento mais lento da -1 produtividade. Dados dos últimos trimestres mostram 2010.I 2010.IV 2011.III 2012.II 2013.I 2013.IV 2014.III que a economia brasileira, apesar dos diversos Fonte: IBGE, Itaú estímulos, não tem crescido, mesmo que temporariamente, acima de suas taxas de longo prazo. Isso reforça um cenário de crescimento mais lento da produtividade, mesmo controlando para fatores cíclicos. Os programas de concessões de serviços públicos (rodovias, ferrovias, aeroportos, portos e extração de petróleo, etc.), alguns avançando no curto prazo, podem contribuir para o aumento dos investimentos e ganhos de eficiência que podem melhorar a capacidade de crescimento no longo prazo. PIB: crescimento trimestral moderado 3 Consumo desacelerou e investimento teve forte alta no primeiro trimestre. O consumo cresceu abaixo do esperado no primeiro trimestre. O crescimento mais lento da renda real já tinha contribuído para a moderação das vendas no varejo, e provavelmente afetou também a demanda por serviços. O investimento, por outro lado, cresceu a taxas elevadas. O aumento do crédito a taxas subsidiadas teve papel importante na aceleração da formação bruta de capital fixo no começo do ano. Caso a composição do crescimento do primeiro trimestre se mantenha adiante - mais investimento e menos consumo – isto contribuirá para a recuperação do crescimento sustentado. No entanto, a confiança dos empresários continua em patamar baixo, o que pode moderar o crescimento do investimento nos próximos trimestres. Mercado de crédito volta a mostrar sinais de arrefecimento. Em abril, as concessões desaceleraram, provavelmente em função do arrefecimento da demanda, mas talvez também em razão da desalavancagem em algumas faixas de renda. Na comparação com o mesmo mês de 2012, houve queda de 0,5% na média das concessões em termos reais. O arrefecimento é mais evidente no crédito livre à pessoa jurídica. Esse crédito é sensível a mudanças na atividade, e pode ser um efeito do cenário de expansão mais lenta da atividade econômica. Outro fator que também pode estar contribuindo para o menor crescimento do crédito livre é a substituição por crédito direcionado, que possui taxas de juros mais baixas e tem crescido a um ritmo mais forte. A inadimplência total acima de 90 dias se manteve constante, com a continuidade da melhora na inadimplência do crédito livre PF, que caiu pelo quarto mês consecutivo, e aumento de 0,1 p.p. na do crédito livre PJ, que estava estável há quatro meses. Dólar se fortalece e estabelece novo patamar para o câmbio Seguindo um movimento de apreciação global do dólar, o real se depreciou em 6,5% em maio e chegou a ser negociado a 2,15 por dólar. O mês de maio foi marcado pela perspectiva de redução no afrouxamento monetário nos Estados Unidos antes do esperado, o que tende a fortalecer o dólar. Banco Central volta a intervir no câmbio e IOF é retirado. Preocupado com o impacto na inflação, o Banco Central interveio por meio de swaps cambiais, vendendo US$ 880 no mercado, no total das intervenções. Além disso, o governo retirou o IOF de 6% sobre investimentos estrangeiros em renda fixa, que vigorava desde 2010. Esperamos que o cenário global de dólar forte persistirá, mas Página 8 Macro Latam Mensal – junho de 2013 Câmbio se deprecia 2,20 Câmbio nominal bilateral e multilateral reais por dólar índice 110 Multilateral (dir.) vs. Dólar 2,15 105 2,10 2,05 100 2,00 95 1,95 1,90 jun-12 set-12 dez-12 mar-13 90 jun-13 Fonte: Bloomberg Reações à depreciação cambial 2,15 reais por dólar 2,10 2,05 2,00 Compra de dólares* Venda de dólares* Afrouxamento de controle de capitais 1,95 1,90 jun-12 set-12 dez-12 * operações de swap mar-13 jun-13 avaliamos também que a depreciação do real será limitada pela preocupação com a inflação. Revisamos nossa projeção para o câmbio. Embora possa permanecer em patamar mais fraco no curto prazo, projetamos que o dólar terminará 2013 em torno de 2,07 reais. Para o fim de 2014, esperamos que o câmbio alcance 2,10 reais por dólar (antes, 2,00 reais em ambos os períodos). O fluxo cambial foi um destaque do mês de maio, somando US$ 10,8 bi, sendo US$ 14,1 bi em fluxo comercial. Esses dólares provavelmente possuem ligação com o elevado volume de captações que ocorreram ao longo do mês, somando US$ 13 bilhões, dos quais US$ 750 milhões em bônus soberanos. Déficit em conta corrente alcança 3% do PIB. Em abril, o déficit em conta corrente somou US$ 8,3 bilhões, com contribuição negativa de US$ 1 bilhão da balança comercial. Acumulado em doze meses, o déficit soma US$ 70 bilhões ou 3,0% do PIB. O investimento estrangeiro direto (IED), por sua vez, surpreendeu positivamente e atingiu US$ 5,7 bilhões, dos quais 75% vieram de participação no capital. Mantemos nossas projeções de US$ 75 bilhões de déficit em conta corrente e US$ 58 bilhões em IED, em 2013. Fonte: BCB, Itaú Saldo comercial de maio foi positivo em US$ 760 milhões, mesmo com exportações recordes de soja. A exportação de petróleo se recuperou levemente, mas não o suficiente para registrar superávit dessa commodity: houve déficit mensal de US$ 335 milhões. Do lado das importações, destacou-se o fim do registro atrasado de combustíveis comprados em 2012. Acreditamos, contudo, que a balança comercial melhorará ao longo do ano e mantemos nossa projeção de superávit de US$ 6 bilhões em 2013. Para 2014, reduzimos a projeção de saldo comercial de US$ 12 bilhões para US$ 8 bilhões. Esta mudança resultou da revisão das projeções para as exportações de grãos e de produtos da extrativa mineral, além de mudanças nos preços dos principais produtos exportados. Com a mudança no saldo, nossa expectativa para a conta corrente em 2014 subiu para US$ 83 bilhões. Inflação corrente mais pressionada e câmbio mais depreciado levam à alta da projeção do IPCA Inflação deve desacelerar no 2º semestre 7,6% IPCA e núcleos variação em 12 meses 7,0% 6,4% 5,8% 5,2% 4,6% IPCA Média 3 núcleos 4,0% dez-07 dez-08 dez-09 dez-10 dez-11 dez-12 dez-13 Fonte: IBGE, Itaú Os preços dos alimentos devem começar a reverter parte da forte alta dos meses anteriores. O repasse da queda dos preços dos grãos e a normalização da oferta de alimentos in natura vão contribuir para o arrefecimento da inflação nos próximos meses. Produtos como tomate, batata e cebola, responsáveis pelo aumento de 64% nos preços do item tubérculos, raízes e legumes de janeiro a abril, entrarão numa fase sazonalmente favorável, em função do período seco e da entrada da safra de inverno. Isso deve garantir uma importante queda nos preços até o mês de setembro, pelo menos. No entanto, esta queda deve ser menos intensa do que em períodos anteriores, haja vista que Página 9 Macro Latam Mensal – junho de 2013 parte do movimento recente refletiu efeitos mais permanentes, relacionados à redução na área plantada e à elevação dos custos com frete e mão de obra. Projetamos variação média de 0,34% do IPCA de junho a outubro, em meio à perda de fôlego de alta dos alimentos. Elevamos a nossa projeção para o IPCA em 2013 de 5,6% para 5,8%. Incorporamos no cenário a inflação um pouco mais pressionada na margem e a taxa de câmbio mais depreciada no final do ano. Nossa projeção aponta alta de 7,0% para os preços livres (6,6% em 2012) e de apenas 2,0% para os preços administrados (3,7% em 2012). Os preços livres, excluindo alimentação, deverão subir 6,3%, contra 5,1% no ano passado. O desconto nas contas de luz será o grande responsável pela queda na inflação dos preços administrados neste ano, com impacto de -2,4 p.p. no grupo e de -0,6 p.p. no IPCA. Para 2014, nossa projeção para a elevação do IPCA continuou em 6,0%, com variação de 6,5% dos preços livres e de 4,5% dos preços administrados. Apesar do arrefecimento nos índices de preços ao consumidor nos próximos meses, a inflação subjacente segue pressionada. Os núcleos de inflação devem se manter ao redor de 6,0% ao ano. Mesmo com o crescimento mais baixo da economia, as condições no mercado de trabalho devem continuar apertadas, o que tende a manter elevada a inflação de serviços. A postura mais firme da política monetária deve ter efeitos favoráveis nas expectativas de inflação. Porém, a elevação das expectativas mais longas de inflação ocorrida nos últimos anos contribuirá para manter a inflação em patamar mais alto. Política monetária: aceleração no combate à inflação Banco Central acelera o ritmo de alta dos juros. O Copom elevou a taxa de juros básica (Selic) em 0,50 ponto percentual, para 8,0% ao ano, em sua reunião de maio. A decisão foi unânime. A ação sinaliza uma postura mais assertiva do Comitê no combate às pressões inflacionárias. A persistência da inflação está no centro do debate, das preocupações e dos discursos do governo. Apesar do recuo recente, a inflação continua pressionada e merece atenção do Banco Central e do governo. O impacto das desonerações e a queda cíclica dos preços dos alimentos têm reduzido a inflação, mas em um ritmo menor que o esperado. Em declarações públicas, os membros do Copom sinalizam maior determinação no combate à inflação. O objetivo é “colocar a inflação em declínio no segundo semestre" e "assegurar que essa tendência persista no próximo ano”. A decisão unânime do Copom sinaliza com mais força o compromisso do Comitê com a estratégia de combate à inflação. Nosso cenário é de uma alta total de 1,5 p.p na taxa Selic. Esperamos uma subida adicional de 0,50 p.p. na próxima reunião e uma última elevação de 0,25 p.p. em agosto. Política fiscal: na direção de um superávit primário menor Os resultados orçamentários do setor público seguem apontando na direção de uma redução no esforço fiscal. O superávit primário de abril foi de 10,3 bilhões de reais, ou 2,6% do PIB, abaixo da média registrada para o mesmo mês no pós-Lehman (5,2%, de 2009 a 2012). O saldo primário recorrente, que controla para receitas e despesas que julgamos atípicas, atingiu a marca de 1,45% do PIB no acumulado em 12 meses, o valor mais baixo em mais de dois anos. Queda no resultado fiscal reflete a fraca arrecadação e o aumento das despesas. A lentidão na recuperação das receitas do governo central deve-se ao elevado volume de desonerações tributárias e à gradual retomada da atividade econômica. Ao mesmo tempo, os gastos crescem a um ritmo que supera o crescimento potencial da economia. As maiores contribuições para a expansão das despesas do governo central vêm das linhas de custeio e transferências. Com o investimento federal total se expandindo ainda de forma tímida, configura-se um quadro onde o estímulo orçamentário via gasto ainda parece se direcionar mais para o consumo do que para o investimento. Governo anunciou o decreto de contingenciamento. O governo anunciou no dia 22 de maio o decreto de contingenciamento de recursos do orçamento da União, que bloqueou 28 bilhões em Página 10 Macro Latam Mensal – junho de 2013 despesas inscritas na lei orçamentária de 2013. As receitas também foram revisadas para baixo, em torno de 68 bilhões de reais, do quais 20 bilhões implicam em menores transferências para estados e municípios. A sinalização dada foi de que a programação orçamentária buscará um resultado primário mais baixo. O governo projeta um superávit primário do setor público em 2013 de 2,3% do PIB, contra uma estimativa anterior de 2,6%. Esta revisão conta com um uso maior de abatimentos da meta fiscal via gastos com o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) ou desonerações tributárias, saindo de 25 bilhões de reais (0,5% do PIB) para 45 bilhões de reais (0,9% do PIB). Há três elementos que sugerem um resultado primário do setor público inferior ao da projeção orçamentária. Primeiro, a hipótese de saldo primário dos governos regionais da ordem de 1,0% do PIB parece otimista, dado que o resultado anual vem rodando em torno de 0,4% do PIB. Além disso, há uma série de incentivos para que os estados e municípios acelerem os gastos, especialmente com investimentos, o que parece inconsistente com uma consolidação fiscal regional no curto prazo. Segundo, mudanças recentes indicam que o governo central não terá mais a obrigação de compensar resultados abaixo do orçado de estados e municípios, o que reduz os incentivos para o governo central formar uma poupança precaucional ou buscar mecanismos para garantir um maior esforço fiscal dos entes regionais. Terceiro, a lei orçamentária permite um volume de abatimentos da meta fiscal de 2013 de até 65 bilhões de reais (1,3% do PIB), o que sugere um espaço adicional para o governo reduzir o superávit federal para até 0,9% do PIB (contra uma projeção oficial de 1,3%). Mantemos a projeção para o superávit primário do setor público em 1,5% do Governo Central 1,2% 1,7% PIB para 2013. A maior parte da diferença Governos Regionais 0,3% 1,0% entre a nossa projeção e a programação Setor Público 1,5% 2,6% Meta Primária Cheia 3,2% 3,1% orçamentária se deve à nossa estimativa Abatimentos (PAC + Desonerações) 1,3% 0,5% de um superávit primário de governos Meta Primária Ajustada* 0,9% 2,6% * Nossa projeção leva em consideração a desobrigação do Tesouro Nacional de compensar regionais de 0,3% do PIB neste ano. resultado abaixo do orçado para estados e municípios. Na prática, a meta fiscal aplica-se apenas Nosso cenário considera crescimento real ao governo central (2,2% do PIB menos abatimentos de 1,3%), resultando em meta ajustada de 0,9% do PIB. de receitas do governo central em torno de 2% e gasto federal expandindo-se a uma taxa real próxima a 5%. Em ambos os casos, um ritmo inferior ao estimado pelas projeções orçamentárias oficiais revisadas. Resultado Primário Proj. Itaú Decreto LOA 2013 1,3% 1,0% 2,3% 3,2% 0,9% 2,3% Receitas com os leilões de campos petrolíferos representam a possibilidade de surpresa positiva nas contas fiscais este ano. Se a receita for superior à nossa estimativa de 17 bilhões de reais, o resultado fiscal pode ser melhor que o esperado. Outro risco é o adiamento nas negociações sobre a mudança no indexador das dívidas de governos regionais com a União, que poderia reduzir a velocidade de queda no desempenho fiscal regional. Um risco de baixa é a (remota) possibilidade de o Tesouro emitir dívida em nome da CDE (Conta de Desenvolvimento Energético) acima dos valores de 4,5 bilhões de reais sinalizados por fontes oficiais. Página 11 Macro Latam Mensal – junho de 2013 Projeções: Brasil Atividade Econômica Crescimento real do PIB - % PIB nominal - BRL bi PIB nominal - USD bi PIB per capita - USD Taxa de desemprego - média anual Inflação IPCA - % IGP–M - % Taxa de Juros Selic - final do ano - % Balanço de Pagamentos BRL / USD - dez Balança comercial - USD bi Conta corrente - % PIB Investimento estrangeiro direto - % PIB Reservas internacionais - USD bi Finanças Públicas Resultado primário - % do PIB Resultado nominal - % do PIB Dívida pública líquida - % do PIB 2008 2009 2010 2011 2012 2013P 2014P 5,2 3.032 1.652 8.874 7,9 -0,3 3.239 1.620 8.600 8,1 7,5 3.770 2.142 11.228 6,7 2,7 4.143 2.473 12.853 6,0 0,9 4.403 2.252 11.610 5,5 2,4 4.812 2.336 11.946 5,5 2,8 5.234 2.510 12.748 5,5 5,9 9,8 4,3 -1,7 5,9 11,3 6,5 5,1 5,8 7,8 5,8 4,2 6,0 6,0 13,75 8,75 10,75 11 7,25 8,75 8,75 2,40 25 -1,7 2,7 194 1,75 25 -1,5 1,6 239 1,69 20 -2,2 2,3 289 1,84 30 -2,1 2,7 352 2,08 19 -2,4 2,9 379 2,07 6 -3,2 2,5 400 2,10 8 -3,3 2,5 410 3,4 -2,0 38,5 2,0 -3,3 42,1 2,7 -3,3 39,1 3,1 -2,6 36,4 2,4 -2,5 35,2 1,5 -3,4 36,1 0,9 -3,7 36,8 (Para ver nossas projeções mensais de Brasil, clique aqui) Fontes: FMI, IBGE, BCB, Haver e Itaú. Argentina Presa em suas políticas • O banco central perdeu 4,8 bilhões de dólares de suas reservas internacionais em 2013, apesar dos controles cambiais. Revisamos nossa projeção para uma queda de 4,0 bilhões de dólares nas reservas este ano. • Intervenção no "blue-chip swap", controles mais apertados sobre as transações no "blue" e taxas de juros um pouco mais altas reduziram a diferença entre as taxas de câmbio paralelas e a taxa de câmbio oficial. • Fiscais de preços são o novo componente do kit de ferramentas anti-inflacionárias. Mantemos nossa previsão de inflação (30%) para 2013, apesar dos riscos negativos resultantes dos controles de preços. Para 2014 vemos a inflação atingindo 35%. Reservas internacionais em queda, dólar "blue" menos depreciado Queda livre 54 bilhões de dólares 52 50 Reservas internacionais 48 46 44 42 40 38 jan-11 ago-11 mar-12 Fonte: BCRA out-12 mai-13 O superávit comercial acumulado em 12 meses diminuiu para 10,5 bilhões de dólares em abril, de 12,4 bilhões de dólares em dezembro. A recuperação prevista para as exportações (12,7% sobre o ano anterior), devido aos maiores embarques de milho e soja, não foi suficiente para compensar o forte aumento das importações (32,0%). A piora na balança de energia explica a queda na balança comercial. De fato, o superávit comercial acumulado em 12 meses excluindo energia está estável, em 15,4 bilhões de dólares, desde o final de 2012. Esperamos um superávit comercial de 11 bilhões de dólares em 2013 e 8 bilhões de dólares em 2014. Página 12 Macro Latam Mensal – junho de 2013 As reservas internacionais continuaram caindo em maio. O banco central já perdeu 4,8 bilhões de dólares desde o início do ano, apesar dos controles cambiais. Superávits comerciais menores são apenas parte da explicação. A escassez de linhas de crédito externas para a Argentina levou a rolagem da dívida externa privada para perto de zero. Além disso, uma taxa de câmbio oficial sobrevalorizada e expectativas de desvalorização representam um incentivo para que os devedores antecipem o pagamento de suas dívidas externas. A amortização da dívida do banco central e a queda dos depósitos em dólar também estão contribuindo para reduzir as reservas brutas. Esperamos agora que as reservas internacionais caiam 4,0 bilhões de dólares este ano (2,0 bilhões de dólares anteriormente). Notamos que superávits comerciais sazonalmente mais fortes ao longo dos próximos meses provavelmente aumentarão as reservas em relação ao nível atual. Intervenção oficial no “blue chip swap” (através da venda de títulos públicos em dólar na carteira da administração nacional de segurança social), taxas de juros ligeiramente mais altas e controles mais apertados sobre o mercado "blue" reduziram a diferença entre a cotação do dólar nos mercados paralelos e a taxa de câmbio oficial. O spread no mercado "blue" caiu para 70%, de um pico de 100% alcançado no início de maio. Enquanto isso, o peso continua desvalorizando em um ritmo anualizado de 20% no mercado de dólar oficial. Esperamos que a taxa de câmbio chegue a 5,90 pesos por dólar em 2013 e desvalorize mais rápido em 2014, a uma taxa de 30%. A taxa Badlar aumentou para 16,5%. Nossas previsões para a taxa Badlar permanecem inalteradas em 21% para 2013 e 25% para o próximo ano. O governo também reagiu às reservas mais baixas e à maior desvalorização nos mercados paralelos através do envio de um projeto de lei ao Congresso propondo anistia fiscal para os ativos externos não declarados. De acordo com o projeto de lei, o banco central e o Tesouro emitirão títulos denominados em dólares que podem ser adquiridos com os recursos captados através da anistia fiscal. Os incentivos para a participação na anistia não são claros, portanto não esperamos que a nova lei leve a um aumento significativo nas reservas internacionais. Atividade mais fraca em abril Em abril, a atividade econômica caiu 0,4% em relação a março, compensando o aumento de 0,4% registrado no mês anterior. O ritmo lento da economia está levando a uma alta do desemprego. Durante o 1T13, a taxa de desemprego subiu para 7,9%, de 7,1% um ano atrás. Mantemos nossa previsão de crescimento do PIB em 2,0% tanto para 2013 quanto para 2014. No entanto, vemos riscos negativos significativos para esse cenário. O índice antecedente de atividade da Universidad Di Tella permaneceu estável em março. O índice de confiança do consumidor registrou uma queda de 5,5% em maio (-6,1% em abril) e está 10,3% abaixo do nível observado um ano atrás. O índice de confiança para consumidores de baixa renda atingiu seu nível mais baixo desde que o indicador começou a ser publicado. Fiscais de preços Devido ao controle de preços, a inflação anual caiu pelo terceiro mês consecutivo, para 23,7% (de 24,4% em março, 25,3% em fevereiro e 26,3% em janeiro). O acordo firmado entre o governo, os supermercados e outras lojas de grande porte do país para congelar os preços se estenderá por mais tempo do que o inicialmente anunciado, mas será limitado a 500 itens básicos, incluindo carne bovina, carne de aves, laticínios e produtos de limpeza. Segundo a presidente Kirchner, fiscais e ativistas pró-governo irão verificar o cumprimento do congelamento de preços. Em nossa opinião, controles de preços só conseguem impactar a inflação no curto prazo. Assim, ao mesmo tempo em que os controles de preços mais rígidos representam um risco negativo para nossa previsão de inflação para este ano (30%), também acrescentam riscos de alta para nossa previsão de 35% em 2014. Enquanto isso, uma parte dos principais sindicatos trabalhistas concordou com aumentos de salários de cerca de 24% para o ano, próximo da inflação corrente. O acordo inclui setores Página 13 Macro Latam Mensal – junho de 2013 relevantes (bancos, empresas de metalurgia, transporte, ferrovias e setor público), atingindo quase a metade do total da população empregada coberta por acordos coletivos. O governo está esperando que este acordo defina o tom para as negociações salariais restantes, aliviando a pressão inflacionária. Maiores transferências de lucros do banco central contêm o aumento do déficit fiscal O saldo fiscal do setor público federal registrou um déficit de 3.576 milhões de pesos em março (2.392 milhões de pesos há um ano). O resultado acumulado em 12 meses aumentou para 56,1 bilhões de pesos, de 55,0 bilhões de pesos no mês anterior. A receita total subiu 21,3% face ao ano anterior (34,6% em fevereiro), afetada pelo mau desempenho dos impostos sobre as exportações nesse mês, e apesar do forte aumento das transferências de lucros do banco central. Despesas primárias desaceleraram para 22,8%, de 36,6% anteriormente, devido ao menor número de transferências para o setor privado e gastos com consumo mais baixos. Esperamos que o déficit fiscal caia para 1,9% do PIB em 2013 e 2014, de 2,6% em 2012, puxado por maiores transferências de lucros do banco central. A depreciação da taxa de câmbio no ano passado elevou o valor em pesos das reservas internacionais do país, aumentando dessa forma o superávit do banco central. Litígio Pari Passu: a falta de notícias é uma boa notícia? Não houve novas notícias por parte do Tribunal de Apelações dos EUA. No entanto, o tribunal pode emitir uma decisão antes do início do verão no hemisfério norte. O tribunal tem de decidir sobre a fórmula de pagamento para os holdouts, e se os bancos intermediários poderão continuar a pagar o serviço da dívida reestruturada sem que o país regularize a dívida em default. Apesar de esperarmos uma decisão negativa para a Argentina, possivelmente levando a um default técnico, alguns peritos jurídicos acreditam agora que o governo pode "comprar tempo" após a emissão da decisão, apelando para o Supremo Tribunal. Projeções: Argentina Atividade Econômica Crescimento real do PIB (Estimativa privada) - % PIB nominal - USD bi População (milhões hab.) PIB per capita - USD Taxa de desemprego - média anual Inflação IPC (Estimativa privada) - % Taxa de Juros Taxa BADLAR - final do ano - % Balanço de Pagamentos ARS / USD - final de período Balança comercial - USD bi Conta corrente - % PIB Investimento estrangeiro direto - % PIB Reservas internacionais - USD bi Finanças Públicas Resultado nominal - % do PIB Dívida pública bruta - % PIB 2008 2009 2010 2011 2012 2013P 2014P 3,4 324,8 39,7 8.171 7,9 -4,2 305,5 40,1 7.611 8,7 8,2 368,7 40,5 9.100 7,8 5,8 446,0 40,9 10.904 7,2 -0,4 475,5 41,3 11.518 7,2 2,0 530,6 41,7 12.737 7,6 2,0 582,4 42,0 13.856 8,1 20,3 14,9 26,4 22,8 25,6 30,0 35,0 19,75 10,00 11,25 17,19 15,44 21,00 25,00 3,45 12,6 2,1 3,0 46,4 3,80 16,9 3,6 1,3 48,0 3,98 11,6 0,8 1,9 52,2 4,30 10,0 -0,4 2,2 46,4 4,92 12,7 0,1 2,6 43,3 5,90 11,0 -0,2 2,4 39,3 7,67 8,0 -0,7 2,3 35,9 1,4 44,9 -0,6 48,2 0,2 44,7 -1,7 40,1 -2,6 39,2 -1,9 36,8 -1,9 34,7 Fontes: Banco Central, Haver, INDEC e Itaú. Página 14 Macro Latam Mensal – junho de 2013 México Sem Cortes Adicionais • Fatores temporários levaram a uma forte desaceleração da economia durante o 1T13. Esperamos uma recuperação ao longo dos próximos trimestres, trazendo o crescimento para 3,2% este ano e 3,6% em 2014. • Com os mercados precificando uma antecipação da retirada de estímulos monetários nos EUA, o peso desvalorizou. Esperamos agora um ritmo mais lento de apreciação da taxa de câmbio (para 12,0 pesos por dólar no final deste ano e 11,8 no final de 2014). Assim, não esperamos novos cortes na taxa básica de juros. • Um peso temporariamente mais fraco irá pressionar a inflação este ano. Revisamos nossa expectativa de inflação para 3,5% em 2013. Para 2014, nossa previsão de 3,5% segue inalterada. • O governo anunciou um projeto de lei para reformar o setor financeiro. Enquanto isso, divisões dentro do PAN surgiram, representando um novo risco para o conjunto de reformas que deve ser enviado para aprovação pelo congresso durante a segunda metade do ano. Economia temporariamente lenta no 1T13 O IGAE (proxy mensal para o PIB) caiu, em março, 1,8% em relação ao mesmo período do ano anterior, reduzindo o crescimento durante o 1T13 para 0,8%. A indústria foi o setor da economia com pior desempenho durante o primeiro trimestre (-1,5%), mas os serviços também tiveram uma performance ruim (1,9%). A desaceleração a partir do 4T12 resultou principalmente de efeitos de calendário (2012 foi um ano bissexto, e a semana santa daquele ano foi em abril). De fato, na margem, a atividade durante o 1T13 foi fraca, mas não tão ruim quanto os números citados sugerem. O IGAE cresceu 0,25% em fevereiro, após uma alta de 0,21% no mês anterior. Com isso, o PIB no 1T13 cresceu 1,8% (anualizado) sobre o trimestre anterior. A queda nos gastos públicos também reduziram o crescimento durante o 1T13. No período, as despesas primárias nominais contraíram 7,7% em relação ao ano anterior. Esperamos que a atividade se recupere durante o 2T13. Vemos a fraqueza no crescimento durante o 1T13 como transitória, não apenas por conta dos efeitos de calendário. O setor industrial lento não é consistente com os dados sólidos da indústria nos EUA no período. Além disso, os mercados de trabalho e de crédito continuam fortes, apontando para taxas de crescimento no consumo robustas. Por fim, o orçamento público definido para este ano sugere que os gastos públicos não poderão continuar crescendo a taxas negativas por muito mais tempo. A melhor perspectiva para a economia dos EUA também joga a favor de uma recuperação à frente. Revisamos recentemente nossa expectativa de crescimento para os EUA, de modo que esperamos taxas de crescimento mais fortes para a economia desse país ao longo dos próximos trimestres. Esperamos que a economia do México cresça 3,2% este ano. Em 2014, vemos o crescimento em 3,6%. O crescimento no próximo ano provavelmente será influenciado positivamente pelas reformas. Sem cortes adicionais na taxa básica de juros Os dados de balanço de pagamentos mostram que o déficit em conta corrente vem aumentando em 2013, mas continua num nível confortável. O saldo em conta corrente registrou um déficit de 5,5 bilhões de dólares durante o 1T13, elevando o déficit acumulado em quatro trimestres para 14,4 bilhões de dólares (1,2% do PIB), contra 11,4 bilhões de dólares em 2012. O déficit em conta corrente maior deve-se principalmente aos saldos comerciais mais baixos. Página 15 Macro Latam Mensal – junho de 2013 Em relação à conta de capital, o investimento estrangeiro em carteira caiu, mas continuou forte, 5,0% em 13,9 bilhões de dólares durante o 1T13. Durante os últimos quatro trimestres, as entradas de 4,5% investimento estrangeiro em carteira ficaram em 71,1 bilhões de dólares, abaixo dos 81,3 bilhões de dólares registrados em 2012. O investimento 4,0% estrangeiro direto ficou em 5,0 bilhões de dólares durante o 1T13 e em 13,8 bilhões de dólares nos últimos quatro trimestres. No entanto, o investimento 3,5% direto líquido (isto é, o investimento estrangeiro direto Diferencial de juros Swap 10 anosMéxico vs. U.S. excluindo os investimentos mexicanos no exterior) 3,0% continuou baixo, em 1,3 bilhões de dólares durante o jun-10 jun-11 jun-12 jun-13 1T13. Ao longo dos últimos quatro trimestres, o Fonte: Bloomberg, Itaú investimento direto registrou saídas líquidas de 9,9 bilhões de dólares. Diferencial de juros deixa a mínima histórica Vemos agora o peso em 12 por dólar ao final deste ano. Para 2014, nossa previsão para a taxa de câmbio está em 11,8. Anteriormente esperávamos a taxa de câmbio em 11,8 por dólar no final de 2013 e em 11,5 no final de 2014. Em maio, o peso se enfraqueceu fortemente em relação ao dólar, na medida em que os mercados começaram a precificar a remoção de estímulo monetário nos EUA mais cedo do que o esperado. Apesar dos juros mais altos nos EUA, ainda vemos espaço para valorização do peso. A taxa de câmbio provavelmente continuará a se beneficiar do debate em torno das reformas estruturais. Além disso, notamos que a melhor perspectiva para a economia dos EUA combinada com as surpresas negativas recentes na atividade da China ajudará o peso a se apreciar também em relação às demais moedas da região. Não esperamos mais cortes na taxa básica de juros. De fato, o banco central vinha comunicando claramente que as políticas monetárias frouxas no exterior representavam a principal motivação para um corte potencial nos juros. Dessa forma, com a elevação da curva de juros nos EUA, é pouco provável que o comitê de política monetária implemente cortes na taxa básica. Em nosso cenário anterior, esperávamos que o banco central fizesse dois cortes de 0,25% durante o 2T13. Fatores transitórios mantem a inflação acima do intervalo da meta O índice de preços ao consumidor do México registrou uma queda de 0,35% na primeira metade de maio. A deflação resultou principalmente de fatores sazonais (descontos de energia elétrica que ocorrem em abril e maio e são posteriormente revertidos em outubro e novembro). Apesar da deflação na margem, a inflação acumulada em 12 meses aumentou, atingindo 4,72% (contra 4,58% na segunda quinzena de abril). A inflação está portanto muito acima do intervalo da meta, mas isso se deve principalmente a efeitos de base. Notamos também que o índice de preços ao consumidor de maio incorpora os novos pesos derivados da Pesquisa de Orçamento Familiar de 2010. Como o peso da eletricidade caiu, os descontos mencionados acima contribuíram menos para a redução da inflação na margem em comparação com 2012, pressionando a inflação acumulada em 12 meses. O núcleo da inflação anual permaneceu baixo, em 2,89%, menor do que o centro da meta. Dentro do núcleo, a inflação de bens ficou em 3,54% (3,53% na quinzena anterior). A inflação de bens excluindo alimentos, álcool e tabaco ficou em 2,87%, ajudada pela valorização cambial, enquanto a inflação de alimentos continua acima do intervalo da meta (em 4,38%). A inflação de serviços caiu 1 ponto base (para 2,34%), permanecendo abaixo do centro da meta. A partir de junho, a inflação deve começar a convergir para o intervalo da meta. Efeitos de base serão favoráveis e o vencimento dos descontos de energia elétrica pressionará menos a inflação em comparação ao ano anterior. Página 16 Macro Latam Mensal – junho de 2013 Esperamos agora que a inflação termine este ano em 3,5% (anteriormente esperávamos a inflação em 3,3%). Para 2014, nossa previsão para a inflação permanece inalterada em 3,5%. A apreciação cambial mais lenta do que esperávamos anteriormente é a principal razão por trás da revisão. O Governo apresenta a reforma do setor financeiro Em maio, Enrique Peña Nieto anunciou - juntamente com os líderes dos principais partidos políticos - um projeto de lei para reformar o setor financeiro. O governo pretendia anunciar o projeto algumas semanas antes, mas voltou atrás após o partido governante PRI ser acusado de usar recursos públicos para fins eleitorais. As tensões políticas diminuíram, permitindo que o governo avançasse com a agenda de reformas. O objetivo básico da reforma é aumentar os empréstimos, e reduzir os spreads bancários. Considerando que o crédito é escasso no México, há espaço para aumentar a produtividade ampliando a intermediação financeira. Com o projeto de lei, o governo vai reforçar as leis de falência (melhorando o processo de execução de garantias, por exemplo), reduzindo incerteza para os credores. A criação de uma agência de crédito nacional unificada também vai ajudar os credores a avaliar melhor o risco de crédito das famílias. Ao mesmo tempo, a reforma deverá fomentar a competição no sistema financeiro, por exemplo através da melhora na transparência dos preços para os usuários do sistema financeiro e do aumento na "portabilidade de crédito". Além disso, as agências reguladoras se fortalecerão. Por fim, a reforma tem como objetivo também aumentar a participação do banco de desenvolvimento nas atividades de empréstimo. As divisões que vieram à tona dentro do PAN (um dos dois principais partidos de oposição do México) representam um novo risco para as reformas energética e tributária (ambas a serem enviadas para aprovação do Congresso durante o segundo semestre deste ano). Enquanto a reforma do setor financeiro pode ser interpretada como mais um sinal de que os políticos no México conseguem chegar a um acordo para aprovar reformas politicamente difíceis, o PAN foi recentemente atingido por uma disputa interna de poder entre o presidente do partido, Gustavo Madero, e o líder do partido no Senado (e ex-ministro da Fazenda) Ernesto Cordero. A disputa acentuou a divisão entre os legisladores do PAN que apoiam o Pacto pelo México e aqueles que acreditam que o PAN, usando as palavras de Cordero, "não pode ser um satélite do PRI". Como resultado, Madero decidiu trocar a liderança do partido no Senado. O apoio do PAN é essencial para as mudanças constitucionais necessárias para uma reforma significativa do setor energético. Projeções: México Atividade Econômica Crescimento real do PIB - % PIB nominal - USD bi População (milhões de hab.) PIB per capita - USD Taxa de desemprego - média anual Inflação IPC - % Taxa de Juros Taxa de política monetária - final do ano - % Balanço de Pagamentos MXN / USD - final de período Balança comercial - USD bi Conta corrente - % PIB Investimento estrangeiro direto - % PIB Reservas internacionais - USD bi Finanças Públicas Resultado nominal - % do PIB Dívida pública líquida - % do PIB 2008 2009 2010 2011 2012 2013P 2014P 1,2 1.094 109,5 9.993 4,0 -6,0 883 111,3 7.935 5,5 5,3 1.034 112,9 9.166 5,4 3,9 1.159 114,3 10.142 5,2 3,9 1.177 115,6 10.184 5,0 3,2 1.324 116,8 11.342 5,0 3,6 1.492 117,9 12.653 4,8 6,5 3,6 4,4 3,8 3,6 3,5 3,5 8,25 4,50 4,50 4,50 4,50 4,00 4,00 13,54 -17,3 -1,7 2,5 85,4 13,06 -4,7 -0,7 1,9 90,8 12,36 -3,0 -0,2 2,1 113,6 13,99 -1,5 -0,8 1,9 142,5 13,01 0,2 -0,8 1,1 163,5 12,00 -5,0 -1,4 2,0 193,0 11,80 -7,0 -1,5 2,5 208,0 -0,1 18,2 -2,3 29,0 -2,8 30,6 -2,5 32,2 -2,6 33,7 -2,0 33,6 -2,0 33,3 Fonte: IMF, Haver, Banxico, INEGI e Itaú Página 17 Macro Latam Mensal – junho de 2013 Chile Crescimento mais fraco cria espaço para juros mais baixos • A economia chilena desacelerou nos primeiros quatro meses do ano. Apesar de esperarmos uma recuperação à frente, reduzimos nossas previsões de crescimento para 4,5% neste ano e para 4,7% em 2014. • Com os mercados precificando uma retirada de estímulos monetários na economia americana mais cedo, o peso chileno depreciou rapidamente contra o dólar. Vemos agora a taxa de câmbio em 485 pesos por dólar no final deste ano e em 475 no final de 2014. • Apesar do câmbio mais depreciado, reduzimos nossas projeções de inflação. Projetamos agora a inflação em 2,2% no final deste ano e em 2,8% no final de 2014. • Crescimento abaixo do potencial num contexto de inflação baixo irá permitir juros mais baixos. Esperamos que a taxa básica de juros encerre o ano em 4,25%. A economia enfraquece A economia do Chile registrou um crescimento lento durante o primeiro trimestre do ano. O PIB cresceu 4,1% sobre o ano anterior, após uma alta de 5,7% no trimestre anterior. Embora efeitos de calendário tenham contribuído significativamente para a desaceleração, o PIB ajustado sazonalmente e por efeitos de calendário também foi fraco, crescendo modestos 2,1% (anualizado) em relação ao trimestre anterior, após uma alta de 7,9%. Todos os componentes da demanda apresentaram um padrão similar de crescimento: lento durante o primeiro trimestre, após taxas de crescimento muito acima do potencial no trimestre anterior. O consumo privado cresceu 2,9% no 1T13 (9,1% no 4T12). O investimento, excluindo variação de estoques, contraiu 18,8%, após uma forte alta de 26,4% no 4T12. As exportações reais de bens e serviços também caíram (-10,1%), após um aumento de 44% no 4T12. Em abril, o IMACEC (proxy mensal para o PIB) também foi fraco. O indicador com ajuste sazonal teve uma alta modesta de 0,2% em relação a Março. Dessa forma, a atividade contraiu 2,1% (anualizado) no trimestre encerrado em abril. O crescimento fraco no mês ocorreu apesar do forte crescimento das vendas no varejo (11,2%). Esperamos agora que a economia do Chile cresça 4,5% neste ano e 4,7% em 2014. Com a revisão para baixo tanto para este ano quanto para o próximo (anteriormente esperávamos uma expansão de 5,3% neste ano e um crescimento de 4,8% em 2014), a economia cresceria abaixo do potencial. Mais uma vez, a inflação fica muito abaixo do que era esperado O índice de preços ao consumidor do Chile ficou muito abaixo das expectativas de mercado em abril, registrando uma deflação de 0,5% na margem. O mercado esperava uma deflação de 0,1%. A inflação mais baixa resultou principalmente dos preços menores de energia (-4,4%), com tanto as tarifas de eletricidade (-9,4%) quanto o preço da gasolina (-3,8%) caindo acentuadamente. Os preços dos bens comercializáveis tiveram queda de 0,9%, enquanto a inflação dos bens não comercializáveis ficou em 0%. A inflação excluindo alimentos e energia - a medida de núcleo acompanhada mais de perto pelo banco central - também foi negativa (-0,1%). Como resultado, a inflação anual caiu para 1,0%, de 1,5% em março. Os preços dos bens comercializáveis caíram 0,7% em relação ao mesmo período do ano anterior (-0,1% em março), enquanto a inflação de bens não comercializáveis recuou para 3,1% (de 3,6% em março). A inflação excluindo alimentos e energia caiu 0,8%, de 1,1% no mês anterior. Assim, a inflação no Chile continua muito baixa, agora 100 pontos base abaixo do limite inferior do intervalo da meta, apesar do mercado de trabalho apertado. Enquanto parte da explicação para o descolamento entre o hiato do Página 18 Macro Latam Mensal – junho de 2013 produto e a inflação vem do impacto do preço de commodities e da apreciação cambial sobre os preços de bens comercializáveis, a inflação de não comercializáveis (que, a princípio, guarda relação próxima com a evolução da demanda e oferta internas) voltou para perto do centro da meta. Esperamos agora que a inflação do Chile termine este ano em 2,2% (2,5% no nosso cenário anterior). Para 2014, projetamos agora a inflação em 2,8%. De um lado, nossas novas previsões levam em conta as revisões em nossa expectativa de crescimento do PIB e a grande surpresa negativa no índice de preços ao consumidor de abril. A taxa de câmbio mais fraca atua no outro sentido. Cortes de juros à frente Um trade-off favorável à redução dos juros 12% 9% 6% 3% 0% O banco central do Chile manteve a taxa de juros inalterada em sua reunião de política monetária de maio, mas introduziu um viés de cortes. De acordo com a ata da reunião, o conselho de política monetária considerou reduzir a taxa de juros em 0,25%. A ata mostra que os membros do conselho querem ver mais evidência de que tanto a atividade quanto a demanda interna estão de fato fracas o suficiente para justificar uma redução de juros. IMACEC (variação trimestral) Inflação (variação ante o mesmo período do ano anterior) Nós esperamos que o banco central inicie um ciclo de afrouxamento monetário em junho. -3% Esperamos três cortes de 0,25% em cada uma das mai-11 nov-11 mai-12 nov-12 mai-13 próximas três reuniões, de forma que a taxa de Fonte: Haver, Itaú juros encerraria 2013 e 2014 em 4,25%. É importante notar que a última decisão de política monetária ocorreu antes da divulgação do PIB mensal de abril e antes da revisão para baixo do PIB do 1T13. Na nossa visão, o banco central irá interpretar esse conjunto de indicadores de atividade como evidência de que há mais que fatores temporários atuando para reduzir o crescimento no Chile. O peso enfraquece com a perspectiva de juros mais elevados nos EUA Durante o 1T13, a conta corrente registrou um déficit de 1,7 bilhão de dólares, levando o déficit acumulado em quatro trimestres para 11 bilhões de dólares (4% do PIB), de 9,5 bilhões de dólares em 2012. Termos de troca mais baixos, combinados com a demanda interna ainda sólida, continuam pressionando as contas externas. O investimento direto líquido continua muito forte, porém já não está financiando o déficit em conta corrente integralmente. O investimento estrangeiro direto ficou em 8,8 bilhões de dólares no 1T13 e em 34,2 bilhões de dólares acumulados em quatro trimestres. No entanto, como o investimento chileno direto no exterior também foi forte, o investimento direto líquido ficou em 9,6 bilhões de dólares nos últimos quatro trimestres. Por outro lado, a conta de investimento em carteira, que registrou uma saída líquida de 3,4 bilhões de dólares em 2012, registrou uma saída de apenas 0,1 bilhão de dólares no 1T13, trazendo o saldo acumulado em quatro trimestres para um superávit de 0,2 bilhão de dólares. Prevemos o déficit em conta corrente em 5,0% do PIB neste ano e em 5,3% em 2014. De fato, os números da balança comercial de abril mostram que o superávit comercial acumulado em 12 meses continua diminuindo, atingindo 1,2 bilhões de dólares (de 1,5 bilhão no 1T13 e 3,4 bilhões em 2012). Com os mercados precificando a retirada de estímulos monetários na economia dos EUA mais cedo que o esperado, o peso chileno, junto com a maioria das moedas flutuantes, enfraqueceu fortemente em relação ao dólar. Com a queda nos preços de cobre observada ao Página 19 Macro Latam Mensal – junho de 2013 longo dos últimos meses, as baixas taxas de juros globais eram o principal fator sustentando o peso chileno. Esperamos agora que o peso chileno termine este ano em 485 por dólar e em 475 por dólar no final de 2014. Em nosso cenário anterior, esperávamos a moeda em 460 por dólar tanto no final deste ano e quanto no do próximo. No novo cenário, a taxa de câmbio não aprecia o suficiente para acionar uma intervenção, de modo que agora não esperamos que o banco central anuncie um programa de acumulação de reservas. Projeções: Chile Atividade Econômica Crescimento real do PIB - % PIB nominal - USD bi População (milhões de hab.) PIB per capita - USD Taxa de desemprego - média anual Inflação IPC - % Taxa de Juros Taxa de política monetária - final do ano - % Balanço de Pagamentos CLP / USD - final de período Balança comercial - USD bi Conta corrente - % PIB Investimento estrangeiro direto - % PIB Reservas internacionais - USD bi Finanças Públicas Resultado nominal - % do PIB Dívida pública líquida - % do PIB 2008 2009 2010 2011 2012 2013P 2014P 3,3 179,6 16,8 10.715 7,8 -1,0 172,3 16,9 10.180 9,6 5,8 217,6 17,1 12.727 8,3 5,9 251,2 17,2 14.563 7,2 5,6 267,5 17,4 15.375 6,5 4,5 288 17,6 16.435 6,2 4,7 312 17,7 17.601 6,2 7,1 -1,5 3,0 4,4 1,5 2,2 2,8 8,25 0,50 3,25 5,25 5,00 4,25 4,25 629 6,1 -3,2 8,6 23,2 506 15,4 2,0 7,5 25,4 468 15,6 1,5 7,1 27,9 521 10,5 -1,3 9,1 42,0 479 3,4 -3,5 11,3 41,6 485 -1,0 -5,0 7,0 43,0 475 -4,0 -5,3 7,0 45,0 4,7 -22,6 -4,3 -12,0 -0,3 -7,8 1,5 -10,7 0,6 -7,8 0,7 -7,9 0,7 -9,2 Fonte: IMF, Haver, INE, Banco Central Peru Sol mais fraco • A economia desacelerou no início deste ano. Parte do enfraquecimento é temporário, em nossa opinião. Ainda assim, reduzimos nossa projeção para o crescimento do PIB neste ano de 6,2% para 6,0%. • A confiança dos empresários e a popularidade do presidente recuaram nos últimos meses, período em que Humala estudou comprar os ativos da Repsol e apoiou a eleição de Nicolas Maduro na Venezuela. • O aumento nas taxas de juros de mercado dos EUA levou a uma taxa de câmbio mais depreciada. Esperamos agora o sol em 2,60 por dólar no final deste ano e em 2,55 em 2014. • A inflação no próximo ano provavelmente será menor do que o estimado anteriormente, por conta de uma queda esperada nos preços das commodities agrícolas. Esperamos que os preços aumentem 2,3% em 2014. PIB desacelera no 1T Reduzimos nossa projeção para o crescimento do PIB este ano de 6,2% para 6,0%. O PIB cresceu 4,8% sobre o ano anterior no primeiro trimestre, abaixo dos 5,9% registrados no quarto trimestre do ano passado. O número foi menor do que esperávamos, mas parte do enfraquecimento decorre do menor número de dias úteis: o feriado da Páscoa ocorreu em março este ano (em vez de abril) e 2012 foi um ano bissexto. Ajustado para sazonalidade, o PIB cresceu 6,3% anualizado sobre o trimestre anterior, após os modestos 2,5% registrados no 4T12. Os primeiros sinais para abril são Página 20 Macro Latam Mensal – junho de 2013 Consumo de cimento se recupera em abril 30% 20% positivos, com o consumo de cimento crescendo 24,7% em relação ao ano anterior, e a produção de eletricidade subindo 7,0%. Ajustados à sazonalidade, os dados indicam que a economia peruana continua crescendo a um ritmo robusto na margem. 10% 0% Var. ante o mesmo mês do ano anterior Var. ante o mês mês do ano anterior, média 3 meses Crescimento trimestral -10% -20% mar-11 jul-11 nov-11 mar-12 jul-12 nov-12 mar-13 Fonte: Haver, Itaú Confiança dos empresários recua em abril 80 75 70 65 60 55 50 45 40 Estado da economia nos próximos 3 meses 35 30 abr-03 abr-05 abr-07 abr-09 Fonte: Haver, Itaú abr-11 abr-13 A confiança dos empresários e a popularidade do presidente recuaram nos últimos meses. O índice do banco central que mede como as empresas percebem o estado da economia nos próximos três meses diminuiu de 65 para 60 pontos em abril. A taxa de aprovação de Humala medida pela IPSOS caiu para 46% em maio, de 51% em abril. A indicação de Humala no sentido de comprar ativos da Repsol no Peru e seu apoio à eleição de Maduro na Venezuela foram as principais causas da queda de ambos os índices, em nossa opinião. Provavelmente em resposta às críticas de analistas locais, o governo desistiu do negócio com a Repsol. Além disso, Humala anunciou que o governo está agora trabalhando em medidas para estimular o investimento, tais como maior rapidez na concessão de licenças ambientais para construção. O nível de confiança dos empresários ainda é favorável, indicando um forte crescimento do investimento, e a popularidade do presidente continua mais alta do que a de seus antecessores em estágios similares do mandato presidencial. Um sol mais fraco Continuamos esperando uma apreciação do sol, porém para um patamar mais depreciado do que antes. A indicação do Fed dos EUA, de que pode reduzir o ritmo de compras de ativos nos próximos trimestres, causou um impacto significativo sobre as moedas de mercados emergentes. O sol peruano depreciou de 2,60 para 2,72 em duas semanas. Incorporamos o ambiente de um dólar mais forte em nosso cenário, e agora esperamos a taxa de câmbio em 2,60 no final deste ano (de 2,55) e em 2,55 no final de 2014 (de 2,50). É importante ressaltar que o banco central peruano possui várias ferramentas para conter um enfraquecimento excessivo do sol, como 33% do PIB em reservas internacionais e uma taxa alta de depósito compulsório para depósitos em dólares. De fato, na semana passada o banco central vendeu certificados de depósitos denominados em dólar, numa tentativa de conter a desvalorização do sol. O maior déficit em conta corrente não representa uma fonte de preocupação significativa, em nossa opinião. O déficit em conta corrente aumentou significativamente para 4,6% do PIB nos quatro trimestres acumulados no 1T13, contra 3,6% no 4T12. O saldo comercial foi o principal fator por trás do resultado, registrando um déficit de 223 milhões de dólares no primeiro trimestre. Enquanto isso, o investimento estrangeiro direto atingiu 6,3% do PIB, portanto, mais do que suficiente para financiar integralmente o déficit externo. Olhando à frente, os investimentos no setor de mineração deverão impulsionar as exportações de minérios a partir de 2014. A balança comercial deverá melhorar, fazendo com que o déficit em conta corrente pare de aumentar. Projetamos o déficit em conta corrente em 4,0% do PIB neste ano e 3,5% em 2014. Página 21 Macro Latam Mensal – junho de 2013 Inflação sob controle Esperamos agora que a inflação do Peru fique em 2,3% em 2014, abaixo dos 2,5% no nosso cenário anterior. A inflação no Peru vem registrando uma tendência de queda desde o início do ano passado. A queda da inflação de alimentos, que atingiu um pico de 8.0% (anual) no início de 2012 e agora está em 2,4%, tem contribuído fortemente para esta tendência. Na seção de commodities deste relatório, defendemos que a melhor perspectiva para a oferta de grãos nos EUA provavelmente resultará em preços mais baixos de grãos nos próximos trimestres. Nossos modelos estimam que essa queda terá impacto sobre a inflação peruana no início de 2014. Revisamos para baixo nossa projeção para a inflação de alimentos e bebidas, de 2,2% para 1,8%, e para a inflação cheia, de 2,5% para 2,3% em 2014. Oscilações na inflação de alimentos são mais relevantes para o Peru do que para a maioria de seus pares, por conta do elevado peso da inflação de alimentos e bebidas no índice total (38%). Projeções: Peru Atividade Econômica Crescimento real do PIB - % PIB nominal - USD bi População (milhões de hab.) PIB per capita - USD Taxa de desemprego - média anual Inflação IPC - % Taxa de Juros Taxa de política monetária - final de período - % Balanço de Pagamentos PEN / USD - final de período Balança comercial - USD bi Conta corrente - % PIB Investimento estrangeiro direto - % PIB Reservas internacionais - USD bi Finanças Públicas Resultado nominal Gov Central - % do PIB Dívida bruta do gov. central - % PIB 2008 2009 2010 2011 2012 2013P 2014P 9,8 127,1 28,8 4.412 8,4 0,9 127,3 29,1 4.371 8,4 8,8 153,9 29,5 5.225 7,9 6,9 176,7 29,8 5.931 7,7 6,3 203,6 30,1 6.757 6,8 6,0 225 30,5 7.558 6,6 5,9 243 30,9 8.281 6,4 6,7 0,2 2,1 4,7 2,7 2,5 2,3 6,50 1,25 3,00 4,25 4,25 4,25 4,25 3,11 2,6 -4,2 4,9 31 2,88 5,9 -0,5 4,7 33 2,82 6,8 -2,5 5,3 44 2,70 9,3 -1,9 4,6 49 2,55 4,4 -3,6 6,2 64 2,60 1,5 -4,0 5,0 72 2,55 4,0 -3,5 5,0 80 2,4 24,2 -1,3 27,3 -0,2 23,5 1,9 21,2 2,1 18,4 1,5 16,5 1,2 15,7 Fontes: Banco Central, Haver, INE, Itaú Colômbia Peso enfraquece, reformas continuam • O governo parece confortável com a queda do peso nas últimas semanas. Esperamos agora um câmbio mais depreciado, em 1880 no final deste ano e 1820 no final de 2014. • Ajustando para efeitos de calendário, o crescimento econômico segue fraco, mas em linha com nosso cenário. Mantemos nossa projeção de crescimento do PIB em 3,8% este ano. • Apesar da fraqueza da atividade econômica, principalmente na indústria, a Colômbia continua seu processo de abertura para o comércio internacional. E um acordo de paz com as FARC parece mais próximo. Esses dois processos são positivos para as perspectivas de longo prazo do país, em nossa opinião. Página 22 Macro Latam Mensal – junho de 2013 Mais compras de dólar e taxa básica de juros estável O banco central continua comprando dólares no mesmo ritmo, apesar da forte depreciação do peso nas últimas semanas. Em sua última reunião, o banco central assumiu o compromisso de comprar "pelo menos" 2,5 bilhões de dólares de junho a setembro. Isso representa cerca de 30 milhões de dólares por dia, praticamente o mesmo montante que o banco vem comprando nos últimos meses. O comitê notou que a desvalorização do peso e de outras moedas latino-americanas está relacionada à perspectiva de redução do afrouxamento quantitativo nos EUA, termos de troca mais baixos e crescimento econômico mais lento. A decisão de manter o ritmo de compras de dólares revela que o banco central está confortável com a recente depreciação do peso. Revisamos nossa projeção da taxa de câmbio para 1880 no final deste ano (de 1850) e para 1820 no final de 2014 (de 1800). De fato, o cenário de baixa inflação abre espaço para enfraquecimento do peso. A inflação na Colômbia está atualmente em 2,0%, o limite inferior do intervalo da meta. A inflação de bens comercializáveis (excluindo alimentos), que é o componente mais afetado pela dinâmica cambial, está em 1,0%. A inflação de alimentos também está baixa, em 1,6%. Apesar de nossa expectativa de um peso mais fraco, esperamos que a inflação permaneça abaixo do centro da meta nos próximos trimestres e termine este ano em 2,8%. Esperamos que a taxa básica de juros permaneça inalterada em 3,25% até o final deste ano. O banco central manteve a taxa de juros inalterada em suas duas últimas reuniões, como esperávamos. Os membros do conselho esperam que a economia acelere ao longo deste ano, impulsionada pelo afrouxamento monetário já realizado e pelo pacote de medidas do governo anunciado em abril. O banco central manteve sua projeção para o crescimento do PIB em 4,3% para 2013. Acreditamos que a taxa de juros permanecerá inalterada até o final deste ano. Nossa projeção de crescimento do PIB este ano (3,8%) é menor do que a projeção do banco central (4,3%), mas dado o nível mais depreciado do peso, acreditamos que os riscos para o cenário de taxas inalteradas estão equilibrados. Economia fraca no 1T, como esperado Esperamos fraqueza no PIB do primeiro trimestre. Vemos o crescimento do PIB desacelerando para 2,2% sobre o ano anterior no primeiro trimestre, abaixo dos 3,1% registrados no quarto trimestre do ano passado. O resultado está previsto para 20 de junho. Esta projeção é para a série ajustada para sazonalidade elaborada pelo DANE, o departamento nacional de estatística. O ajuste sazonal do DANE leva em consideração feriados, mas não as diferenças em número de dias úteis que não resultem de feriados. O primeiro trimestre deste ano teve 4 dias úteis a menos do que no 1T12, mas metade dessa diferença não é relacionada ao feriado móvel. Portanto, ajustado para a diferença total em dias úteis, o crescimento ficaria em torno de 2,7% sobre o ano anterior, ainda fraco, mas em linha com o ritmo que havíamos estimado anteriormente. Além disso, o crescimento lento não foi disseminado entre os diferentes setores da economia. Mantemos nossa projeção de crescimento para o ano todo em 3,8%. A indústria de transformação continua fraca, enquanto a mineração acelera. A produção manufatureira declinou 11,5% em relação ao ano anterior em março, com efeitos de calendário desempenhando um papel importante (março de 2013 teve 3 dias úteis a menos que março de 2012). Nosso próprio ajuste sazonal estima que a produção caiu 6,0% anualizados sobre o trimestre anterior, aproximadamente o mesmo ritmo observado em fevereiro. Enquanto isso, os dados mensais do Ministério de Minas e Energia revelaram que, no início do ano, a produção de petróleo chegou a 1 milhão de barris por dia pela primeira vez na história. No trimestre encerrado em abril, a produção cresceu 7,7% sobre o ano anterior. A produção de petróleo representa cerca de 70% do total da produção do setor de mineração. Página 23 Macro Latam Mensal – junho de 2013 O investimento parece estar se recuperando, enquanto o consumo desacelera. As importações 30% de bens de capital, que possuem forte correlação Var. ante o mesmo mês do ano anterior, com o investimento em máquinas e equipamentos 20% média móvel 3 meses (50% do investimento total) se recuperaram no primeiro trimestre, para 5,5% sobre o ano anterior. Na 10% margem, nossos próprios ajustes para sazonalidade 0% apontam para um crescimento de 29% anualizado sobre o trimestre anterior. O consumo, por outro lado, -10% continua desacelerando, mas a fraqueza parece -20% concentrada no segmento de veículos. As vendas no Produção manufatureira (com ajuste sazonal) varejo cresceram 0,9% sobre o ano anterior em Produção de petróleo -30% mar-01 mar-04 mar-07 mar-10 mar-13 março, enquanto as vendas no varejo excluindo veículos expandiram 6,4%. Com ajuste para Fonte: Haver, Itaú sazonalidade, vemos também que, na margem, as vendas desaceleraram durante o 1T13, enquanto o índice excluindo veículos cresceu fortemente. Mineração continua crescendo mais que a indústria Abertura comercial e acordo de paz trazem confiança à nossa visão de longo prazo para a 80% Var. ante o Colômbia. Apesar da fraqueza da atividade Investimento em 70% mesmo mês máquinas e do ano econômica, especialmente na indústria de 60% equipamentos anterior Importação de bens transformação, o governo continua engajado no 50% de capital processo de abertura da economia ao comércio 40% global, o que aumenta a competitividade e estimula a 30% produtividade no longo prazo. A Aliança do Pacífico 20% anunciou que, em julho, vai eliminar tarifas para 90% 10% dos produtos comercializados entre seus membros: 0% Colômbia, Chile, Peru e México. A Colômbia também -10% assinou um acordo de livre comércio com a Costa -20% mar-03 mar-05 mar-07 mar-09 mar-11 mar-13 Rica. Além disso, no dia 26 de maio, o governo e as FARC anunciaram que chegaram a um acordo sobre Fonte: DANE, Itaú a reforma agrária, um dos cinco pontos da agenda que está sendo discutida nas negociações de paz. As FARC continuam dizendo que a paz não será acordada até o prazo estipulado pelo presidente Santos (Nov/13), mas os desenvolvimentos recentes aumentaram as possibilidades de um acordo ser alcançado em algum momento. Recuperação do investimento Projeções: Colômbia Atividade Econômica Crescimento real do PIB - % PIB nominal - USD bi População (milhões de hab.) PIB per capita - USD Taxa de desemprego - média anual Inflação IPC - % Taxa de Juros Taxa de política monetária - final do ano - % Balanço de Pagamentos COP / USD - final de período Balança comercial - USD bi Conta corrente - % PIB Investimento estrangeiro direto - % PIB Reservas internacionais - USD bi Finanças Públicas Resultado nominal - % do PIB Dívida pública bruta - % do PIB 2008 2009 2010 2011 2012 2013P 2014P 3,5 214 44,5 4.814 11,3 1,7 247 45,0 5.489 12,0 4,0 284 45,5 6.242 11,8 6,6 317 46,1 6.882 10,8 4,0 368 46,6 7.901 10,4 3,8 383 47,1 7.943 9,0 5,0 408 47,7 8.723 8,5 7,7 2,0 3,2 3,7 2,4 2,8 3,0 9,50 3,50 3,00 4,75 4,25 3,25 4,50 2244 0,4 -2,8 4,3 24,0 2044 1,7 -2,1 3,1 25,4 1914 1,4 -3,1 2,4 28,5 1943 5,0 -2,8 4,0 32,3 1767 4,9 -3,1 4,3 37,4 1880 4,5 -3,2 3,8 42,3 1820 4,0 -3,6 4,0 47,8 -0,5 30,9 -2,2 36,1 -2,7 36,4 -2,9 34,2 -2,4 32,2 -2,2 30,9 -2,1 30,0 Fonte: FMI, Haver, Banrep e Dane. Página 24 Macro Latam Mensal – junho de 2013 Commodities Superávits agrícolas a caminho • Preços sobem em maio, com baixos estoques de grãos e preocupações com o atraso do plantio nos EUA. • Fundamentos macroeconômicos continuam a ser consistentes com queda dos preços de commodities. • Agrícolas: perspectivas favoráveis da oferta (milho, soja, açúcar e café) nos levam a revisar para baixo as projeções para o final do ano. O balanço do trigo está próximo do equilíbrio. Perspectiva de forte safra agrícola leva à queda na projeção do ICI Índice de Commodities Itaú (jan/00=100) 330 300 Anterior 270 Atual 240 210 180 mai-10 mai-11 mai-12 Fonte: Itaú mai-13 Os preços médios de commodities subiram 0,3% em maio (de acordo com o Índice de Commodities Itaú, ou ICI), influenciados por preços mais altos dos grãos. Níveis baixos de estoques e preocupações com os atrasos no plantio nos EUA levaram a altas nos contratos futuros para entrega antes da próxima colheita no hemisfério norte, fazendo o ICI-Agrícola subir 1,0%.Enquanto isso, os sub-índices de metais e energia recuaram 1,2% e 0,5% em relação à média de abril, respectivamente. A média mais baixa ainda é reflexo da forte queda observada em meados de abril, a qual foi parcialmente compensada por uma ligeira recuperação em maio. Revisão para baixo nos preços de commodities agrícolas, devido à perspectiva favorável da oferta. Condições climáticas favoráveis na Europa e na China, bem como a perspectiva de uma safra nos EUA maior do que no período anterior, apontam para superávits nos balanços globais de milho e soja. Os fundamentos de café e açúcar também sugerem superávits. Com isso, estamos revisando para baixo a projeção do ICI-Agrícola para o fim do ano. A projeção para o sub-índice passa a ser de uma queda de 6,3% em 2013 na comparação anual (antes, projetávamos queda de 3,3%). O relatório traz seções específicas de milho, soja, trigo, café e açúcar, com mais detalhes para cada commodity. Os fundamentos macroeconômicos são consistentes com quedas dos preços de commodities: (i) as projeções de crescimento da China e outras economias emergentes continuam a ser revisadas para baixo; (ii) o dólar segue apreciando ante uma cesta ampla de moeda; e (iii) as expectativas inflacionárias continuam diminuindo. Todos estes fatores são consistentes com a queda de commodities mais afetadas por fatores macroeconômicos e reforçam o ajuste para baixo que fizemos nos preços de metais básicos em nosso último relatório (Preços de metais seguirão baixos, maio de 2013). Estamos revisando para baixo a projeção de fim de ano para os preços de minério de ferro e manutenção das projeções abaixo do consenso para outros metais básicos. Diminuímos a projeção de preços de minério de ferro de US$125,0/ton para US$115,0/ton, devido à perspectiva de crescimento menor da demanda (crescimento econômico mais baixo na China e outras economias emergentes). As projeções para os outros metais foram mantidas nos mesmos níveis, dado que já incorporavam a deterioração dos fundamentos macroeconômicos. O crescimento econômico nos EUA está levando a descontos menores do petróleo WTI em relação ao Brent; preços do Brent se recuperam lentamente, em linha com nosso cenário. O crescimento acima do esperado dos EUA está levando o petróleo WTI a ser negociado com um desconto menor do que no ano passado. Olhando à frente, a produção de petróleo nos EUA deve voltar a crescer, pressionando o desconto a aumentar novamente. Contudo, a perspectiva de um crescimento econômico maior nos EUA deve limitar que o desconto retorne aos níveis observados em 2012 (média de US$17,5 por barril). Enquanto isso, os preços do petróleo do tipo Brent estão se Página 25 Macro Latam Mensal – junho de 2013 recuperando lentamente, em linha com nosso cenário. Continuamos projetando preços em US$110,0 por barril no fim de 2013, com a volta da capacidade operacional de refino (o que leva a mais demanda por petróleo cru) e quedas na produção causadas por conflitos em diversos países produtores. Milho e soja: perspectiva de superávits no próximo ano-safra EUA: mesmo com recuperação no plantio de milho, riscos permanecem 100 Área plantada (% do total) 80 60 Plantio de milho nos EUA se recupera, mas chuvas devem prejudicar resto do plantio e levar a safra menor. O plantio de milho nos EUA avançou em um ritmo forte em meados de maio, compensando boa parte do atraso observado até o começo do mês, enquanto o plantio da soja está próximo do padrão sazonal. Contudo, a perspectiva de chuvas acima da média ao longo de junho deve prejudicar o resto do plantio. A consequência deve ser uma área plantada abaixo das expectativas iniciais. 40 Média 2007-12 2012 2013 20 0 13 14 15 16 17 18 19 Semana 20 21 22 23 Fonte: USDA, Itaú Milho: perspectiva de forte superávit 1000 900 Milhões de toneladas 40% Produção Demanda Estoque-uso final (direita) 800 30% 20% 15% 600 10% 500 5% 400 A oferta da América do Sul deve ser maior do que no ano passado, de modo a atender a demanda global até a colheita americana. O ritmo de embarques brasileiros de soja acelerou em maio para 8 milhões de toneladas, o maior volume mensal da história. Este ritmo pode continuar em junho e julho, abrindo espaço nos portos para a exportação da safrinha de milho. A safrinha de milho deve ser novamente maior do que a safra de verão e, com o atraso no plantio dos EUA, deve voltar a ser usada para atender uma demanda externa acima do padrão verificado antes de 2012. Esta perspectiva da América do Sul reduz, mas não elimina, a pressão de alta nos contratos de curto prazo. 35% 25% 700 Os preços médios de milho e soja (1º vencimento) subiram em maio, indo de 649 centavos de dólar por bushel em abril para 672 no caso do milho, e de 1409 em abril para 1476 no caso da soja. A alta nos preços é causada pela combinação de baixos estoques com atrasos no plantio da safra americana. Apesar da alta nos preços, o mercado de futuros precifica uma forte queda dos contratos para entrega após a colheita nos EUA. Os contratos futuros de milho e soja para entrega após a colheita nos EUA são negociados a cerca de 570 e 1310 centavos de dólar por bushel, respectivamente, refletindo expectativas de superávits no próximo anosafra com uma produção maior no hemisfério norte. 0% Primeiras estimativas oficiais são de forte superávit no balanço do milho. O Ministério da Fonte: USDA, Itaú Agricultura dos EUA (USDA) divulgou as primeiras estimativas para o balanço entre oferta e demanda no ano-safra 2013-14. A expectativa inicial é de um superávit de 29,2 milhões de toneladas (mi t), levando a patamares mais elevados do que nos últimos 3 anos, graças a um forte aumento na safra americana (de 272 para 360 mi t), e algum 2001 2003 2005 2007 2009 2011 2013 Página 26 Macro Latam Mensal – junho de 2013 aumento em outros países do hemisfério norte. O superávit ocorre mesmo com um aumento de 13% na demanda global. Nosso cenário também é de superávit no milho, mas com uma produção menor e uma demanda mais fraca. Esperamos que a produção americana seja de 340 mi t, abaixo da primeira estimativa do USDA. Por outro lado, o aumento na demanda global deve ser menor, cerca de 5% acima da média dos dois últimos anos-safra. O saldo é um superávit equivalente, com a razão estoque-uso subindo de 14,5% para 16,5% ao longo do ano. Soja: aumento dos estoques 300 250 Milhões de toneladas 40% Produção Demanda Estoque-uso final (direita) 35% 30% 25% 200 20% 15% 150 10% 5% 100 0% 2001 2003 2005 2007 2009 2011 2013 As primeiras estimativas oficiais são de mais um ano de superávit no balanço da soja. O USDA também divulgou as primeiras estimativas para o balanço entre oferta e demanda no ano-safra 201314. A expectativa inicial é de um superávit de 12,5 milhões de toneladas (mi t), levando a mais um ano de aumento dos estoques. O aumento da produção é estimado em 16 mi t, liderado pelos EUA (+10 mi t), mas seguido pelos produtores do hemisfério sul. Dado o cenário de aumento da produção global em relação ao período anterior, o superávit ocorre mesmo com um aumento de 4,4% na demanda global. Fonte: USDA, Itaú Projetamos um aumento menor da produção e a mesma demanda, ainda levando a um superávit no balanço. Nossas estimativas atuais são de 4 milhões de toneladas a menos na produção combinada de EUA, Brasil e Argentina, e o mesmo aumento na demanda. É possível que os estoques de passagem do ano-safra 2012-13 para o próximo período seja revisado para baixo, dado que o USDA ainda não reconheceu safras menores no Brasil e na Argentina. Dadas as perspectivas favoráveis para a produção, estamos revisando para baixo as projeções de milho e soja, de 638 e 1350 centavos de dólar por bushel para 600 e 1300 centavos de dólar por bushel, respectivamente. Trigo: próximo do equilíbrio Preços estáveis em maio, compatíveis com ausência de novidades em relação aos fundamentos do setor. Os preços de trigo (1º vencimento) mantiveram em maio níveis próximos de 700 centavos de dólar por bushel, assim como em abril. A estabilidade dos preços é consistente com a ausência de novidades relevantes em relação aos fundamentos para o grão. Estamos revisando nossa projeção de 750 para 730 centavos de dólar por bushel, devido à revisão para baixo na projeção do milho. Os preços mais baixos de milho causam uma substituição de parte da demanda do trigo pelo mesmo. Perspectiva para o próximo ano-safra de balanço global próximo do equilíbrio entre oferta de demanda. O USDA divulgou as primeiras estimativas do balanço global do ano-safra 2013-14 no relatório mensal de oferta e demanda global (WASDE) de maio. A expectativa inicial é de manutenção da razão estoque-uso final, em patamar baixo se comparado às safras anteriores. Dado o conjunto de informações atual, não temos viés em relação a estas estimativas. A produção global estimada no WASDE é de 701 milhões de toneladas (mi t), uma forte recuperação ante à safra anterior (656 mi t). A expectativa de recuperação da produtividade na Europa contribui com cerca de 70% do aumento esperado. A safra dos EUA é estimada em 56 mi t, ante 62 na safra 2012-13. Tal queda é compatível com a baixa qualidade do trigo de inverno. A estimativa preliminar para Argentina e Brasil é de safras de 13 mi t e 5 mi t, respectivamente, em um cenário de recuperação da produtividade após a quebra na safra 2012-13. Página 27 Macro Latam Mensal – junho de 2013 Trigo: balanço global próximo do equilíbrio 800 750 Milhões de toneladas 50% Produção Demanda Estoque-uso final (direita) 700 45% 40% 35% 30% 650 25% 20% 600 15% 10% 550 5% 500 0% A demanda é compatível com recuperação na produção e com alguma substituição do consumo pelo milho. A demanda global projetada para o anosafra 2013-14 no WASDE (694 mi t) é 20 mi t acima da demanda no período anterior, mas abaixo da demanda no ano-safra 2011-12 (697 mi t). No ano passado, a quebra da safra no Leste Europeu levou a uma forte alta nos preços, reduzindo o consumo em países emergentes. A baixa em relação à safra 11/12 é parcialmente explicada por alguma substituição da demanda pelo milho, em resposta ao prêmio elevado do trigo. 2001 2003 2005 2007 2009 2011 2013 Fonte: USDA, Itaú Açúcar: equilíbrio no balanço global depende do Brasil Os preços do açúcar mantiveram a tendência de queda em maio, em movimento consistente com os fundamentos do setor. O preço do açúcar bruto (1º vencimento) manteve a tendência de queda dos últimos 8 meses, ficando abaixo de US$0,17 por libra-peso ao longo da segunda metade do mês. A queda nos preços é consistente com (i) a perspectiva de mais um ano safra com acúmulo de estoques, acentuada pelo forte ritmo de colheita brasileira de cana-de-açúcar na segunda quinzena de abril, e (ii) a desvalorização do Real ante o dólar desde março. Esperamos que os preços permaneçam levemente abaixo de US$0,18 (dez/13: US$0,1765) por libra-peso até o fim do ano. Queda de preços dos últimos anos gera incentivos para que o setor volte a ficar em equilíbrio. Desde janeiro de 2011,os preços já acumulam uma queda de mais de 50%. A queda nos preços gera incentivos para que o balanço global do setor volte a ficar em equilíbrio. No lado da demanda, incentiva um consumo maior. Do lado da oferta, a queda reduz as margens de lucro, levando ao deslocamento de área plantada para outras culturas e menos investimentos na área mantida. A reação ante os preços menores ainda não parece suficiente para reverter o superávit no balanço global. Nosso cenário básico é de uma queda na produção global ex-Brasil de 5 milhões de toneladas e um aumento de 3 milhões de toneladas no consumo. Estes ajustes não são suficientes para evitar que o ano-safra 2013-14 seja mais um ano de acúmulo de estoques. O equacionamento entre oferta e demanda depende de surpresas climáticas afetando a produção de alguma região produtora ou de um forte ajuste na produção brasileira. No médio prazo, é possível que os preços atuais já estejam até abaixo do nível de equilíbrio, mas a incerteza e a lentidão da produção podem levar a um cenário de volatilidade à frente. A perspectiva para o Brasil é de uma colheita de cana-de-açúcar maior, porém mais voltada para o etanol. Ao contrário do ano passado, os preços relativos favorecem a produção de etanol em detrimento do açúcar. Além disso, períodos com chuvas prolongadas nas regiões produtoras podem reduzir a safra esperada para a região centro-sul (aproximadamente 595 milhões de toneladas, ante 532 em 2012). Como resultado, a produção de açúcar do país pode ser um pouco menor do que no ano anterior, mesmo com o aumento na safra de cana-de-açúcar e a possível melhora no ATR (Açúcar Total Recuperável). A colheita da safra esperada no centro-sul do Brasil depende de condições climáticas favoráveis. Graças ao tempo seco nas regiões produtoras, a colheita de cana avançou em um ritmo forte entre 15 de abril e 15 de maio. Contudo, as chuvas verificadas na segunda quinzena de maio devem ter levado a um ritmo menor da colheita neste período. A perspectiva para os próximos meses ainda é favorável, mas há riscos: chuvas por um período longo podem atrasar a colheita e inviabilizar uma safra próxima do esperado no Centro-Sul. Uma colheita menor no centro-sul facilitaria o ajuste para baixo na produção brasileira de açúcar e poderia levar a preços internacionais mais elevados. Página 28 Macro Latam Mensal – junho de 2013 Mercado brasileiro de etanol hidratado não garante o fim da queda dos preços 25 Preços açúcar-equivalente (dólares) Etanol hidratado Etanol anidro 23 Açúcar Piso estimado 21 19 17 15 mai-12 set-12 jan-13 mai-13 Fonte: Bloomberg, Itaú Mercado brasileiro de etanol hidratado não garante o fim da queda dos preços de açúcar. A intensidade do deslocamento da produção brasileira de açúcar para etanol depende da evolução dos preços relativos dos produtos, de limitações físicas nas usinas e do volume já comercializado do açúcar. Destes fatores, acreditamos que apenas o primeiro será determinante nesta safra. Mantidos os preços atuais da gasolina na bomba, os preços pagos ao produtor para o etanol hidratado podem cair para cerca de US$0,16 por libra-peso em açúcarequivalente. Logo, a manutenção de preços do açúcar próximo dos preços do etanol hidratado não garante o fim da queda dos preços internacionais de açúcar. Café: safra brasileira e mudança de preferências derrubam preços Queda acentuada nos preços. Em maio, os preços do café do tipo arábica apresentaram forte queda (6%), chegando a atingir o patamar de US$127,25 por libra peso na InterContinental Exchange (ICE) , cotação mais baixa observada desde outubro de 2009. No mercado doméstico, os preços do CEPEA atingiram R$ 283,75 por saca, valor bem abaixo dos R$340 por saca estipulado pela Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) como média do custo de produção do café brasileiro. Essa queda acentuada nos preços foi resultado da expectativa de forte safra brasileira. Nossa expectativa para o fim do ano é de US$132 por libra peso. Produção brasileira recorde e aumento de estoques. Segundo dados da CONAB, a estimativa de colheita da safra 2013-14 do Brasil, maior produtor de café do mundo, é próxima a 48,6 milhões de sacas. Mesmo representando um volume 4,4% menor do que o observado no ano passado, trata-se da maior safra de ciclo de baixa bienalidade já produzida no país. Desse total, o café arábica seria responsável por 75% da produção. Na Colômbia, terceiro maior produtor mundial, a estimativa de colheita, segundo o departamento de agricultura dos Estados Unidos (USDA), seria de 9 milhões de sacas, representando um aumento de 8,5% em relação ao ano anterior. Caso essas estimativas se confirmem, a elevada produção nesses países seria mais do que suficiente para compensar a quebra de safra observada na América Central e Caribe (responsáveis por 14% da produção mundial), que levou a perda de 2,3 milhões de sacas de café na região. Do lado da demanda, os estoques mais altos observados nos Estados Unidos e na União Europeia indicam maior fraqueza na demanda dos principais consumidores de café do mundo, pressionando ainda mais a redução dos preços. Mudanças de preferências contribuem para a tendência de queda nos preços do café arábica. R$ por saca Adicionalmente, outro fator que vem influenciando a 332 queda dos preços do café arábica é o aumento no Diferença de preços 292 do café tipo arábica consumo de café do tipo robusta. Tradicionalmente, o em relação ao café arábica, consumido principalmente pelos países robusta 252 desenvolvidos, é cotado a um preço superior ao tipo 212 robusta devido à sua maior qualidade. Contudo, mesmo com a diminuição de 5,9% dos preços de 172 robusta em relação ao mês anterior, o que vem sendo 132 observado é uma sustentação de seu preço desde o início do ano passado, levando a uma redução no 92 jan-12 mai-12 set-12 jan-13 mai-13 prêmio pago pelo café do tipo arábica (ver gráfico). Fonte: Bloomberg, Itaú Essa firmeza dos preços estaria associada ao aumento no consumo de café robusta, principalmente nos países emergentes. Dessa maneira, esse movimento de substituição do consumo de café arábica para o tipo robusta também contribuiria para a queda nos preços do arábica. Diferencial de preços menor entre cafés tipo arábica e robusta Página 29 Macro Latam Mensal – junho de 2013 Acreditamos na estabilização do preço de café até o fim do ano. À medida que os bons resultados das safras de café forem se confirmando nos próximos meses, uma pressão de baixa nos preços pode ser observada. No entanto, nosso cenário é de recuperação nos preços do café arábica até o final do ano. Isso porque, na nossa visão, a perspectiva de safra forte para o ano já estaria precificada no mercado. Ademais, caso a queda nos preços continue e o desconto entre o café arábica e robusta se reduza, dada a maior qualidade do primeiro tipo de café, é provável que os preços relativos mais baixos voltem a favorecer seu consumo, não existindo, portanto, espaço para queda mais acentuada do preço do café arábica. Projeções: Commodities Commodities Índice CRB - a/a - % Índice CRB - var. média anual - % Índice de Commodities Itaú (ICI) - a/a - %** Índice de Commodities Itaú (ICI) - var. média - %** Metais - var. média anual - % Energia - var. média anual - % Agrícolas - var. média anual - % 2008 2009 2010 2011 2012 2013P 2014P -25,7 6,2 -32,9 14,6 -12,5 32,2 28,6 35,4 -14,6 44,8 -20,8 -27,2 -41,3 -10,1 21,9 25,1 28,4 21,8 31,5 23,2 20,6 -5,2 19,5 -17,2 25,0 12,2 29,1 31,4 0,8 -9,5 7,8 -7,8 -15,9 -3,5 -12,3 -4,1 -2,8 -3,8 -4,0 0,7 0,8 -7,1 2,8 -0,5 1,4 0,5 2,3 3,5 -1,2 ** O Índice de Commodities Itaú é um índice proprietário composto pelos preços das commodities, medidas em dólares e transacionadas nas bolsas internacionais, que são relevantes para a inflação brasileira ao consumidor. Ele é formado pelos sub-índices Metais, Energia e Agrícolas. Fontes: Bloomberg e Itaú. Informações Relevantes Este relatório foi preparado e publicado pelo Departamento de Pesquisa Macroeconômica do Banco Itaú Unibanco S.A. (“Itaú Unibanco”). Este relatório não é um produto do Departamento de Análise de Ações do Itaú Unibanco ou da Itaú Corretora de Valores S.A. e não deve ser considerado um relatório de análise para os fins do artigo 1º da Instrução CVM n.º 483, de 6 de Julho de 2010. 2. Este relatório tem como objetivo único fornecer informações macroeconômicas, e não constitui e nem deve ser interpretado como sendo uma oferta de compra ou venda ou como uma solicitação de uma oferta de compra ou venda de qualquer instrumento financeiro, ou de participação em uma determinada estratégia de negócios em qualquer jurisdição. As informações contidas neste relatório foram consideradas razoáveis na data em que o relatório foi divulgado e foram obtidas de fontes públicas consideradas confiáveis. O Grupo Itaú Unibanco não dá nenhuma segurança ou garantia, seja de forma expressa ou implícita, sobre a integridade, confiabilidade ou exatidão dessas informações. Este relatório também não tem a intenção de ser uma relação completa ou resumida dos mercados ou desdobramentos nele abordados. As opiniões, estimativas e projeções expressas neste relatório refletem a opinião atual do analista responsável pelo conteúdo deste relatório na data de sua divulgação e estão, portanto, sujeitas a alterações sem aviso prévio.] O Grupo Itaú Unibanco não tem obrigação de atualizar, modificar ou alterar este relatório e de informar o leitor. 3. O analista responsável pela elaboração deste relatório, destacado em negrito, certifica, por meio desta que as opiniões expressas neste relatório refletem, de forma precisa, única e exclusiva, suas visões e opiniões pessoais, e foram produzidas de forma independente e autônoma, inclusive em relação ao Itaú Unibanco, à Itaú Corretora de Valores S.A. e demais empresas do Grupo. 4. Este relatório não pode ser reproduzido ou redistribuído para qualquer outra pessoa, no todo ou em parte, qualquer que seja o propósito, sem o prévio consentimento por escrito do Itaú Unibanco. Informações adicionais sobre os instrumentos financeiros discutidos neste relatório se encontram disponíveis mediante solicitação. O Itaú Unibanco e/ou qualquer outra empresa de seu grupo econômico não se responsabiliza, e tampouco se responsabilizará por quaisquer decisões, de investimento ou de outra forma, que forem tomadas com base nos dados aqui divulgados. Observação Adicional nos relatórios distribuídos no (i) Reino Unido e Europa: Itau BBA International plc: Este material é distribuído e autorizado pelo Itau BBA International plc (Itau BBA UK) em conformidade com o Artigo 21 do Financial Services and Markets Act 2000. O material que descreve os serviços e produtos oferecidos pelo Itaú Unibanco SA (Itaú) foi elaborado por aquela entidade. IBBA UK é uma filial do Itaú. Itaú é uma instituição financeira validamente existente sob as leis do Brasil e membro do Grupo Itaú Unibanco. Itaú BBA International plc sede 20 º andar, 20 de Primrose Street, London, Reino Unido, EC2A 2EW e está autorizado pela Prudential Regulation Authority e regulado pela Autoridade de Conduta Financeira e do Prudential Regulation Authority (FRN 575225). Itaú BBA International plc Sucursal Lisboa e a Sucursal Financeira Exterior localizada na Madeira são reguladas pelo Banco de Portugal para a realização de negócios em todos os escritórios. Itaú BBA International plc tem escritórios de representação na França, Alemanha, Espanha e Colômbia, que estão autorizados a realizar atividades limitadas e as atividades de negócios realizados são regulados pelo Banque de France, Bundesanstalt fur Finanzdienstleistungsaufsicht (BaFin), Banco de España e Superintendência Financeira da Colômbia, respectivamente . Nenhum dos escritórios e filiais lida com clientes de varejo. Para qualquer dúvida entre em contato com o seu gerente de relacionamento. Para mais informações acesse: www.itaubba.co.uk. Itau BBA UK Securities Limited: Este material é distribuído e autorizado pelo Itau BBA International plc (Itau BBA UK) em conformidade com o Artigo 21 do Financial Services and Markets Act 2000. Este material é direcionado exclusivamente a contrapartes elegíveis e profissionais, definidas pela Autoridade de Conduta Financeira. O material que descreve os serviços e produtos oferecidos pelo Itaú Unibanco SA (Itaú) foi elaborado por aquela entidade. IBBA UK é uma filial do Itaú. Itaú é uma instituição financeira validamente existente sob as leis do Brasil e membro do Grupo Itaú Unibanco. Itau BBA UK Securities Limited sede 20 º andar, 20 de Primrose Street, London, Reino Unido, EC2A 2EW e é autorizado e regulado pela Autoridade de Conduta Financeira (FRN494837); (ii) EUA: A Itaú BBA USA Securities Inc., uma empresa membro da FINRA/SIPC, está distribuindo este relatório e aceita a responsabilidade pelo conteúdo do mesmo. O investidor americano que receber este relatório e desejar realizar uma operação com um dos valores mobiliários analisados neste relatório, deverá fazê-lo através da Itaú USA Securities Inc., localizada na 767 Fifth Avenue, 50th Floor, New York, NY 10153; (iii) Ásia: Este relatório é distribuído em Hong Kong pela Itaú Asia Securities Limited, autorizada a operar em Hong Kong nas atividades reguladas do Tipo 1 (operações com títulos e valores mobiliários) pela Securities and Futures Commission. A Itaú Asia Securities Limited aceita toda a responsabilidade legal pelo conteúdo deste relatório. Em Hong Kong, um investidor que desejar adquirir ou negociar os valores mobiliários abrangidos por este relatório deverá entrar em contato com a Itaú Asia Securities Limited, no endereço 29th Floor, Two IFC, 8 Finance Street - Central, Hong Kong; (iv) Japão: Este relatório é distribuído no Japão pela Itaú Asia Securities Limited - Filial de Tóquio, Número de Registro (FIEO) 2154, Diretor, Kanto Local Finance Bureau, Associação: Associação dos Operadores de Títulos Mobiliários do Japão; (v) Oriente Médio: Este relatório foi distribuído pela Itaú Middle East Limited. A Itaú Middle East Limited é regulada pela Dubai Financial Services Authority e é localizada no endereço Al Fattan Currency House, Suite 305, Level 3, Dubai International Financial Centre, PO Box 482034, Dubai, Emirados Árabes Unidos. Esse material é destinado apenas para Clientes Profissionais (conforme definido pelo módulo de Conduta de Negócios da DFSA), outras pessoas não deverão utilizá-lo; (vi) Brasil: A Itaú Corretora de Valores S.A., uma subsidiaria do Itaú Unibanco S.A., autorizada pelo Banco Central do Brasil e aprovada pela Comissão de Valores Mobiliários brasileira, está distribuindo este relatório. Caso haja necessidade, entre em contato com o Serviço de Atendimento a Clientes, telefones nº. 4004-3131* (capital e áreas metropolitanas) ou 0800-722-3131 (outras localidades) durante o expediente comercial, das 09h00 às 20h00. Se desejar reavaliar a solução apresentada, após a utilização destes canais, ligue para a Ouvidoria Corporativa Itaú, telefone nº. 0800 570 0011 (em dias úteis das 9h00 às 18h00), ou entre em contato por meio da Caixa Postal 67.600, São Paulo-SP, CEP 03162-971. 1. * Custo de uma Chamada Local Página 30