Introdução à Economia

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Antonio Victorino Avila
Engenheiro Civil. MSc. Engª Produção
Introdução à Economia
V.1.4
2014-abril
Introdução à Economia.
Prólogo
O objetivo deste material é dispor ao aluno de uma
expressão documental coerente com o conteúdo a ser
apresentado em sala de aula. E, deste modo, tenha
condições de participar, discutir e levantar dúvidas quanto
ao assunto.
Autor:
Engenheiro Civil Antonio Victorino Avila. MSc.
Disciplina Introdução à Economia
Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL
Florianópolis - SC, julho de 2002.
Versão 1.4 – abril de 2014.
Recomenda-se que o conteúdo seja lido antes de
cada aula visando o conhecimento do que será discutido
bem como a imprescindível consulta à bibliografia
recomendada, pois esta apostilha não esgota o assunto
abordado.
O autor ficará grato por sugestões e comentários
quanto a erros ou omissões havidos, em prol da melhoria
deste trabalho bem como do andamento das aulas, fato
que contribuirá para o melhor aproveitamento do aluno.
2
Eng.º Civil Antonio Victorino Avila, MSc Eng.ª Produção
1.6 - TIPOS DE MERCADO.
1.6.1 - A LIVRE CONCORRÊNCIA.
1.6.2 – O MONOPÓLIO.
1.6.3 - O OLIGOPÓLIO.
1.6.4 - O MONOPSÔNIO & O OLIGOPSÔNIO
Sumário
27
27
28
28
29
PARTE 1 - INTRODUÇÃO & CONCEITOS.
6
PARTE 2 - MICRO ECONOMIA
34
1.1 - CONCEITOS BÁSICOS.
7
2.1 – TEORIA DA FIRMA.
35
1.1.1 - DEFINIÇÕES
1.1.1.1 - Economia
1.1.1.2 - Necessidades Humanas.
1.1.1.3 – Fatores de Produção.
1.1.1.4 – Macro e Micro Economia.
1.2 - PROBLEMAS CENTRAIS DE UM SISTEMA ECONÔMICO.
1.2.1 - DEFINIÇÕES.
1.2.2 - ELEMENTOS DA ESTRUTURA ECONÔMICA
1.2.3 - OBJETIVO.
1.3 - POLÍTICAS ECONÔMICAS
1.3.1. – POLÍTICA MACROECONÔMICA & OBJETIVOS - PRINCIPAIS.
1.3.2 - CRESCIMENTO ECONÔMICO.
1.3.3 - DISTRIBUIÇÃO DA RENDA GERADA
1.3.4 - ESTABILIDADE DO PROCESSO ECONÔMICO.
1.4 – SISTEMAS ECONÔMICOS.
1.4.1 - TIPOS DE SISTEMAS ECONÔMICOS
1.4.2 - SISTEMA ECONÔMICO DE MERCADO
1.4.2.1 – Liberalismo Econômico.
1.4.2.2 - Características do Sistema de Mercado.
1.4.2.3 - Restrições
1.4.2.3 - Neoliberalismo.
1.4.3 - SISTEMA DE PLANEJAMENTO CENTRALIZADO.
1.4.3.1 - Características.
1.4.3.2 - Restrições.
1.4.4 - SISTEMA MISTO.
7
7
7
7
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24
24
1.5 - SETORES ECONÔMICOS.
25
1.5.1 - O Setor Público.
26
2.1.1 – OBJETIVO.
2.1.2 – TEORIA DA PRODUÇÃO.
2.1.2.1 – Conceituação.
2.1.2.2 – Processo de Produção.
2.1.2.3 – O curto e o longo prazo.
2.1.3 – TEORIA DOS CUSTOS.
2.1.3.1 - Custos Totais
2.1.3.2 - Custos Unitários.
2.1.4 – ANÁLISE GRÁFICA.
2.1.5 – MINIMIZAÇÃO DE CUSTOS.
2.1.5.1 – Minimização em Concorrência Perfeita.
2.1.5.2 – Aplicação à Função Contínua de Custos.
2.1.6 – ABORDAGEM DISCRETA.
2.1.7 – EXERCÍCIOS.
2.1.8 – TEORIA DA RENDA.
2.1.9 – PONTO DE EQUILÍBRIO.
2.1.9.1 - Definições.
2.1.9.2 - Ponto de Equilíbrio Inferior.
2.1.10 – MAXIMIZAÇÃO DO LUCRO NO CURTO PRAZO.
2.1.11 - OTIMIZAÇÃO DA PRODUÇÃO – PRODUÇÃO ÓTIMA.
2.1.11.1 - Da Minimização do Custo Total:
2.1.11.2 - Da Maximização do Lucro:
2.1.11.3 - Produção Ótima - Resumo.
2.1.12 – APLICAÇÃO.
2.1.13 - RATEIO DO CUSTO FIXO.
2.1.14 – EXERCÍCIOS PROPOSTOS.
2.2.1 – OBJETIVO.
2.2.2 – O MODELO.
2.2.4 – AJUSTE DE CURVA – FUNÇÃO QUADRÁTICA.
2.2.5 - EXERCÍCIO.
2.2.6 – SISTEMAS LINEARES - ALGORITMO DE GAUSS.
2.2.7 – POLINÔMIOS DO 3º GRAU.
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68
3
Introdução à Economia.
2.2.7.1 – Método da Bisseção.
2.2.7.2 – Algoritmo de Briott – Ruffini.
2.2.7.3 – Algoritmo de Newton-Raphson.
2.3 – A OFERTA E A PROCURA.
2.3.1 - CONCEITOS
2.3.1.1 - A Demanda.
2.3.1.2 - A Oferta.
2.3.2 - O EQUILÍBRIO DO MERCADO.
2.3.3 – EXERCÍCIOS.
2.3.4 - O COMPORTAMENTO DOS MERCADOS.
2.3.4.1 – Tipos de Mercados.
2.3.4.2 - Concorrência Perfeita.
2.3.4.3 – O Oligopólio.
2.3.4.4 – O Monopólio.
2.3.5 – POLITICAS DE MERCADO EM CONCORRÊNCIA PERFEITA.
2.3.5.1 - Variação de Demanda.
2.3.5.2 – Crescimento da Oferta
2.3.5.4 – Exercícios Propostos.
68
70
71
73
73
73
73
74
75
75
75
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78
79
79
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80
81
PARTE III - MACRO ECONOMIA
82
3.1 – PRINCÍPIOS DA CIÊNCIA ECONÔMICA.
83
3.3.1 – PRINCÍPIO FUNDAMENTAL.
3.3.2 - PRINCÍPIO DE SAY
3.2 - O EQUILÍBRIO DO MERCADO.
83
83
83
3.2.1 - OS FLUXOS MACRO ECONÔMICOS.
3.2.2 - A ANÁLISE RENDA - DESPESA.
3.2.3 – EQUILÍBRIO EM ECONOMIA FECHADA.
3.2.4. - SITUAÇÃO DE DESEQUILÍBRIO
3.2.5. - A CONDIÇÃO DE EQUILÍBRIO.
3.2.6 - O CIRCUITO RENDA – CONSUMO
83
84
84
85
86
88
3.2 - VARIÁVEIS MACROECONÔMICAS.
90
3.2.1 – PIB E PNB.
3.2.2 – PRODUTO NOMINAL E PRODUTO REAL.
3.2.3 - PRODUTO NACIONAL LÍQUIDO.
3.2.4 - PRODUTO NACIONAL LÍQUIDO A PREÇOS DE MERCADO.
3.2.5 - PIB PER CAPITA.
3.3 – A CONTABILIDADE NACIONAL.
3.3.3 - PRINCIPAIS AGREGADOS DA CONTABILIDADE NACIONAL.
3.3.4 - Contas Nacionais.
3.3.5 - BALANÇO DE PAGAMENTOS
3.4 - RELAÇÕES ENTRE MACRO MAGNITUDES.
3.4.1 – CONCEITOS.
3.4.2 - RENDA NACIONAL DISPONÍVEL
3.4.3 – ANÁLISE PELO LADO DA PROCURA.
3.4.4 – ANÁLISE DO FLUXO DA PROCURA
3.4.5 – ANÁLISE PELO LADO DA OFERTA.
3.4.6 – O EQUILÍBRIO AGREGADO.
3.4.7 - EXERCÍCIO - QUESTIONÁRIO
93
93
94
94
95
95
96
100
100
101
102
103
3.5 - DO PRODUTO NACIONAL AO PRODUTO INTERNO – BRUTOS.
103
3.5.1 - DETERMINANTES DO VALOR DO PIBPM
3.5.2 - EFEITO MULTIPLICADOR DE RENDA.
3.5.3 – EXERCÍCIOS.
3.5.3.1 – Exercícios Resolvidos.
3.5.3.2 - Exercícios Propostos.
3.6 - TEORIA KEYNESIANA.
3.6.1 – OBJETIVO POLÍTICO ().
3.6.2 - MODELO KEYNESIANO – CONDIÇÕES DE EQUILÍBRIO.
3.7 – TEORIA MONETARISTA.
3.7.1 – OBJETIVO POLÍTICO.
104
106
106
106
108
109
109
110
111
111
ANEXO I - O MISTÉRIO DA MOEDA INFLACIONADA
113
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ()
115
90
91
92
92
92
4
Eng.º Civil Antonio Victorino Avila, MSc Eng.ª Produção
Realidade:
“O pecado da inteligência não tem perdão quando a
mediocridade detém o poder da decisão”.
Carlos Frederico Werneck de Lacerda
Jornalista e ex-governador do Rio de Janeiro.
5
Introdução à Economia.
Parte 1 - Introdução & Conceitos.
6
Eng.º Civil Antonio Victorino Avila, MSc Eng.ª Produção
1–Introduçã oeConceitos
1.1 - CONCEITOS BÁSICOS.
1.1.1 - Definições
1.1.1.1 - Economia
A economia estuda a forma de administrar recursos
escassos, com o objetivo de produzir bens e serviços e
distribuí-los para consumo entre os membros da sociedade
visando atender as necessidades humanas.
1.1.1.2 - Necessidades Humanas.
Necessidade Humana é a sensação de carência de algo,
unida ao desejo de satisfazê-la.
1.1.1.3 – Fatores de Produção.
Voltando à definição de economia, a economia tem a
missão de suprir as necessidades humanas, tanto materiais
como não materiais, de bens e serviços.
Para tanto, ela deve considerar os meios que dispõe
para atender as demandas da sociedade, meios estes
denominados Fatores de Produção.
São definidos como meios ou fatores de produção
nesta fase histórica transcorrida pela humanidade: Recursos
naturais; Força de trabalho; Capital; Tecnologia; Capacidade
empresarial.
Historicamente, os fatores de produção considerados
eram os três primeiros da relação: recursos naturais; força de
trabalho e capital.
Na época atual, outros dois fatores foram
incorporados aos primeiros: a tecnologia; e, a capacidade
empresarial.
Recursos Naturais
Força de Trabalho
Capital
Tecnologia
Capacidade Empresarial
Tal fato decorreu da crescente competitividade entre
pessoas, empresas e nações, do conhecimento e da visão, ou
intuição, das atuais e futuras necessidades do homem e do
mercado.
Isto porque, tais necessidades podem ser supridas de
distintas formas e, também, devido à criação de novas
demandas ou desejos que, antes de serem oferecidas, eram
desconhecidas ou inimagináveis e que passam a ter forte
apelo de consumo.
A tecnologia compreende ao estudo das ciências e das
técnicas corretas e necessárias à realização de objetivos ou a
realização dos produtos desejados.
7
Introdução à Economia.
Ao
engenheiro,
como
exigibilidade
para
o
desenvolvimento de suas habilidades e responsabilidades,
não cabe apenas do domínio de “como fazer ou utilizar”, know
how, uma tecnologia.
Para o domínio e a respeitabilidade de uma sociedade,
há que se entender, sobretudo, do saber o “porque fazer“, isto
é, o know why.
Dominando o know why, é possível entender o
funcionamento dos equipamentos e tecnologias disponíveis,
da teoria que amparou a criação desses bens, de seus efeitos
sobre o homem e o meio ambiente e a possível aplicação, a
partir deles, na criação de novos bens ou produtos. Isto, sem
falar na alteração da cultura dos povos onde novas
tecnologias são desenvolvidas e realizadas.
Inovação essa que pode ser relativa tanto à
implementação de novo processo de execução - engenharia
do processo -, como no desenvolvimento de novas
tecnologias a partir dos quais torna-se possível à criação de
novos produtos (engenharia do produto).
A capacidade de uma sociedade, ou nação, em traçar
seus próprios destinos, dominando a inovação e o
desenvolvimento
de
tecnologias,
esta
intimamente
correlacionada com o know why.
Abdicar do domínio do know why, espontaneamente, é
se atrelar como caudatário do desenvolvimento de outras
sociedades mais competitivas e tecnologicamente mais
preparadas.
Por capacidade empresarial, entende-se a habilidade
ou a competência em congregar os demais fatores de
produção e os direcionar, através de uma adequada
organização e eficiente coordenação de operações, à
realização da produção de novos bens, serviços ou
empreendimentos.
Sem dispor de capacidade empresarial, é impossível a
oferta de novos bens e serviços à sociedade. Ver Figura 1.2.
E capacidade empresarial pode ser entendida como a
habilidade em mobilizar recursos humanos, tecnológicos e
financeiros, bem como a capacidade correr e administrar
situações de riscos.
Abdicando do saber o “porque” das coisas serem feitas,
o engenheiro passa a ser um simples repetidor de tecnologias
já dominadas, perdendo capacidade de inovar.
8
Eng.º Civil Antonio Victorino Avila, MSc Eng.ª Produção
exemplo de: dos consumidores ou famílias e das empresas e
da indústria onde estas se inserem; bem como suas interrelações.
Na opinião do autor, em sociedades menos avançadas,
cabe ao governo, por ser um forte instrumento de ação e
organização da sociedade, e um de seus principais agentes
macros econômicos, estabelecer metas, prioridades, políticas,
enfim, os meios necessários ao desenvolvimento de uma
economia e, em decorrência, de sua sociedade.
Em, especialmente, na pesquisa, desenvolvimento e
implantação de tecnologia de ponta ou estratégicas.
1.1.1.4 – Macro e Micro Economia.
O estudo da teoria econômica é dividido em dois
principais campos: micro e macro economia. Ver Figura 1.3.
I - A Microeconomia
II - A Macroeconomia
A macroeconomia estuda o funcionamento da
economia em seu conjunto. Ou seja, dos grandes agregados
econômicos cuja abrangência é o total da economia.
Seu propósito é obter uma visão simplificada da
economia e, ao mesmo tempo, com os dados disponíveis,
conhecer e atuar sobre o nível da atividade econômica de um
município estado, uma região ou de um país.
No campo macroeconômico, estuda-se, basicamente, o
inter-relacionamento dos principais agentes que atuam no
cenário econômico que são: Famílias; Empresas; Governo;
Resto do Mundo (importação × exportação).
A microeconomia é a área da teoria economia que
estuda o comportamento das unidades econômicas, a
9
Introdução à Economia.
A Figura 1.5 – Teorias Econômicas para Definição de
Políticas Econômicas relaciona, tanto pelo lado da
macroeconomia como da microeconomia, o conjunto de
teorias que contribuem para a formação e análise de politicas
econômicas.
10
Eng.º Civil Antonio Victorino Avila, MSc Eng.ª Produção
1.2 - Problemas Centrais de Um Sistema Econômico.
Considerando que as sociedades dispõem de recursos
escassos e o aproveitamento desses recursos requer uma
organização sócio-política que estabeleça o modo em que
ocorrerá a apropriação e o destino a serem dados a eles, há
que se conhecer, implantar e gerir três aspectos que
transpassam a sociedade e o processo econômico em si: o
sistema econômico adotado, o regime econômico instituído e
a estrutura econômica disponível.
condicionam o sentido geral das decisões fundamentais que
se tomam em toda a sociedade e os ramos predominantes de
sua atividade.
b)
Regime Econômico: o regime econômico de um país é
caracterizado pelo conjunto de normas básicas
estabelecidas para regular, direcionar e controlar suas
atividades econômicas e produtivas.
c)
Estrutura Econômica: a estrutura econômica de um país
se revela num conjunto de elementos que apresentam
ligações entre seus próprios componentes e interrelações com componentes de outros elementos.
1.2.2 - Elementos da Estrutura Econômica
A estrutura econômica é determinante e base das
condições de funcionamento do conjunto das atividades
econômicas de qualquer região e que permitem utilizar seus
recursos próprios, Figura 1.5.
1.2.1 - Definições.
a)
Sistema Econômico: corresponde ao conjunto de
relações técnicas, básicas e institucionais que
caracterizam a organização econômica da sociedade.
Pode ser definida, também, como a forma pela qual a
sociedade esquematiza seus elementos estruturais, visando
organizar suas atividades de produção, circulação de bens e
serviços e da apropriação da riqueza gerada. Essas relações
Partindo dela, fica plausível o planejamento de um
adequado e conexo programa de desenvolvimento.
Os principais elementos de uma estrutura econômica são:
a) Elementos Físicos ou Geográficos - constituídos pelas
condições do clima, relevo e tipo de solo, água,
acessos, recursos minerais, etc., a partir dos quais a
capacidade de produção de um país pode ser alterada.
b) Elementos
Demográficos
características da população
diz
respeito
às
e, conforme sua
11
Introdução à Economia.
distribuição, influi na capacidade de produção de um
país. Estas características são: composição da
população por faixa etária, sexo, proporção de jovens,
idosos e indivíduos em idade produtiva.
e) Elemento Econômico - este é dos itens muito
importantes para poder avaliar o verdadeiro potencial
produtivo do País ou de uma região.
Neste elemento é contabilizado o estoque de capital
disponível.
Ele considera a composição setorial da produção, a
disponibilidade dos fatores de produção, as relações de troca
com o exterior, o PIB e a sua proporção exportável, etc.
c) Elemento Cultural - de fundamental importância para o
desenvolvimento da capacidade de produção e,
dependendo da qualidade da população, sem as quais
qualquer esforço pode ser infrutífero. Neste elemento
são considerados o nível de instrução dos indivíduos, a
escolaridade, seus usos e costumes.
d) Elemento Institucional - este elemento diz respeito ao
ordenamento jurídico institucional e definido pelo
regime econômico.
1.2.3 - Objetivo.
Qualquer que seja a forma de organização da produção
adotada, metas devem ser estabelecidas e que devam ser
atingidas
pelas
empresas
ou
pelo
planejamento
governamental, ou seja, pelo sistema econômico. Assim,
surgem três problemas básicos a serem resolvidos: definir
quais produtos e serviços serão executados; definir o
processo de produção; e definir o público a ser atendido. Ver
Figura 1.8.
12
Eng.º Civil Antonio Victorino Avila, MSc Eng.ª Produção
a)
Definir quais os produtos e serviços serão elaborados
no mercado interno a cada nível de desenvolvimento e o que
será adquirido no mercado externo. Para tanto há que se
responder aos seguintes questionamentos: O que ou quais
bens e serviços serão produzidos, suas quantidades, e isto
em especial correlação com a estrutura econômica disponível.
b)
Como produzir bens e serviços. Este questionamento
deve estabelecer quem será o responsável pela produção dos
bens; qual o capital financeiro demandado, os recursos
humanos desejados e a estrutura institucional necessária. E,
também, a ciência e a tecnologia disponível ou a desenvolver.
Partindo dos elementos integrantes da estrutura
econômica, é possível definir onde se pode ou se quer chegar
e definir estratégicas políticas visando alcançar o patamar de
desenvolvimento politicamente definido;
c)
Para quem produzir. Esta é uma decisão política que
definirá qual será o público alvo dos bens e serviços. Se o
destino será a economia interna ou a externa.
Os itens “b” e “c”, acima, definem o quadro a ser eleito
pela coalizão dominante de qualquer país, visando à
realização de sua política econômica ou do desenvolvimento.
Sendo escassos os recursos da sociedade a política
econômica ou os planos econômicos de desenvolvimento a
serem estabelecidos deverão prever:
•
•
•
•
Qual o volume de recursos a ser alocado para a
implantação da estrutura de produção dos insumos que
compõe cada produto;
A formação, o treinamento e o desenvolvimento da força
de trabalho exigida pela engenharia do processo e do
produto de cada bem;
Estabelecimento do sistema de distribuição;
Programas de financiamento ou de securitização
necessários
ao
sucesso
do
programa
de
desenvolvimento.
Com o objetivo de cumprir o acima exposto, o ideal
será instituir uma adequada combinação entre uma
13
Introdução à Economia.
estrutura produtiva eficiente e uma justa e efetiva
distribuição da produção, para que além dos objetivos do
desenvolvimento seja obtida uma melhoria na qualidade
de vida da nação. Ver Figura 1.9.
Do ponto de vista macroeconômico, isto é, a partir
do conhecimento, inter-relações e importância dos
agregados econômicos, a Teoria Econômica propicia um
forte instrumento a ser utilizado para atingir objetivos
econômicos específicos. Isto é, os objetivos politicamente
determinados, no intuito de alcançar o interesse do grupo
político que os formulou ou da sociedade neles
interessada.
Como exemplo de objetivos específicos ou metas a
serem atingidos pela implantação de uma política
econômica pode-se citar:
O aumento de renda em certa classe da população
ou região;
A criação de novos empregos em determinados
setores da economia ou indústrias;
Comentando:
a) Uma estrutura produtiva eficiente deve ser obtida
através de uma composição ótima das questões “o
que”, “como” e “quanto” produzir;
b) Uma justa e efetiva distribuição da produção diz
respeito a solucionar, de modo eficiente, o “para quem
produzir”. Esta visão de mundo, sem dúvida nenhuma
de cunho ideológico, esta visivelmente ligada ao
sistema de valores da coalizão política dominante.
1.3 - Políticas Econômicas
O incremento da demanda por determinados
produtos;
Privilegiar e desenvolver a criação de produtos,
serviços e indústrias;
Propiciar a qualificação de pessoal especializado
em áreas específicas; etc.
Desenvolver
estratégicas.
a
realização
de
tecnologias
Assim sendo, quando se usa o termo Política
Econômica, tem-se em vista que o governo está utilizando
14
Eng.º Civil Antonio Victorino Avila, MSc Eng.ª Produção
instrumentos fornecidos pela teoria econômica com o
objetivo de condicionar, balizar e conduzir o sistema
econômico de um país ou região em função de atingir os
objetivos
econômicos
e
sociais
politicamente
estabelecidos.
Para o cumprimento de políticas econômicas duas
principais diretrizes devem ser adotadas:
•
Definição dos principais objetivos econômicos a serem
alcançados, compatíveis com outros objetivos políticos e
sociais;
•
A eleição, dentro do conjunto de teorias econômicas
disponíveis, daquelas que melhor se adequem a um
programa econômico necessário à consecução dos
objetivos determinados.
1.3.1. – Política Macroeconômica & Objetivos - Principais.
Entende-se por política macroeconômica o conjunto de
medidas governamentais - leis, regulamentos, procedimentos
e normas - cujo objetivo é influir no desenvolvimento da
economia em seu conjunto.
Para tanto a política econômica, e a macroeconomia,
deverá entender o comportamento e as causas que
contribuem para evolução dos seus três principais objetivos e
atuar sobre eles, quais sejam: o crescimento econômico; a
distribuição da renda gerada no país; e, a estabilização do
processo econômico. Ver Figura 1.10.
É de notar que estes objetivos não são,
necessariamente, mutuamente exclusivos, entendimento que
não é assumido por diversos autores ou formuladores de
políticas econômicas de um país. Especialmente aos
defensores do liberalismo puro que não compactuam quanto
à intervenção estatal no processo de distribuição da renda
gerada.
Outros autores, entretanto, a exemplo do Professor
Kelwin Lancaster, associado à Columbia University, EUA,
sustentam que o objetivo da política econômica é,
primordialmente, atingir objetivos distributivos. Isto porque,
seus efeitos produzem impactos no ambiente econômico com
reflexos diretos no meio social e na melhoria da qualidade de
vida da população.
Enfim, a razão de ser da economia política é
administrar a escassez e as necessidades humanas enquanto
sociedade. E, destarte, orientar, decidir e prover recursos
para o atendimento para a sociedade em geral ou estratos
privilegiados dela.
15
Introdução à Economia.
Em segmento, serão discutidos os três principais
objetivos de qualquer política macroeconômica.
1.3.2 - Crescimento Econômico.
O crescimento econômico, sem dúvida alguma, é o
alavancador do incremento de riqueza de uma nação.
A Política Econômica ao definir: metas de crescimento,
taxa de crescimento das variáveis econômicas, relações de
troca, etc., contribui para a realização de um ritmo de
crescimento compatível com as necessidades da sociedade.
Assim, o objetivo do crescimento econômico é: ampliar e
melhorar os recursos disponíveis pela sociedade; ampliar e
melhorar a infraestrutura; captar recursos financeiros
necessários ao crescimento. Ver Figura 1.11.
Quanto aos recursos disponíveis pela sociedade podese considerar: ampliação e melhoria do sistema educacional
em todos os níveis; da rede hospitalar e de atendimento ao
emergencial ao cidadão; da segurança; da urbanização e
serviços urbanos; do desenvolvimento de projetos que
contribuam para realização de condições de emprego o
renda.
No caso da ampliação e modernização da infraestrutura
pode-se elencar: as rodovias, hidrovias e ferrovias; a geração,
transmissão e distribuição de eletricidade; sistemas eficientes
de transportes urbanos estrutura portuária e aeroportos;
redes de comunicação; estrutura de saneamento
considerando agua potável, esgoto e lixo; etc..
16
Eng.º Civil Antonio Victorino Avila, MSc Eng.ª Produção
Como rápido comentário, a captação de recursos
financeiros pode ocorrer com o aporte de capital oriundo da
poupança interna ou da externa. Ver Figura 1.12.
No caso da poupança interna, ela pode ser oriunda de
fontes particulares ou públicas.
Quanto à poupança externa, os instrumentos muito
utilizados atualmente pelo Brasil para a sua captação são: a
venda de Títulos do Banco Central no exterior, os
denominados C-Bonds, ou o aporte direto de capital via
empréstimos do FMI – Fundo Monetário Internacional e do
BIRD – Banco Interamericano de Desenvolvimento.
Para um País, a fonte de capital mais interessante para
o financiamento do desenvolvimento econômico é aquela
propiciada pela poupança interna.
Isto porque, evita-se o pagamento de juros, tanto aos
credores externos como aos internos, fazendo com que estes
recursos sejam reinvestidos internamente, no refinanciamento
de projetos e serviços.
Neste caso pode ser citado o estabelecimento de
projetos públicos em que ocorra a demanda de mão de obra,
especializada ou não, a exemplo de: programa de
edificações, obras públicas, rodovias, construção naval e
estaleiros e portos, isto é, investimento principalmente em
áreas da construção civil; o aumento da renda dos
aposentados e do salário mínimo, programa de seguro
desemprego, etc.
1.3.3 - Distribuição da Renda Gerada
O objetivo da distribuição de renda é promover a justiça
social quanto ao acesso e ao usufruto de bens e serviços
produzidos pela nação, ou em dada região, pela sua
população.
A distribuição de renda pode ocorrer de forma direta ou
indireta. Ver Figura 1.13. De forma direta, através da
melhoria da renda dos indivíduos, conforme Figura 1.13.
17
Introdução à Economia.
Qualquer programa de melhoria de renda e a melhoria
dos serviços públicos acessíveis ao conjunto da população,
somente será possível com o estabelecimento de políticas
públicas que promovam tal procedimento.
De forma indireta, com politicas que incrementem a
rede de serviços públicos, tais como: a saúde pública e
ambulatorial; a educação gratuita; as creches; o transporte
coletivo; a água para consumo doméstico; serviços esses,
total ou parcialmente subsidiados pelo Estado; etc. Estes
serviços contribuem para que a coletividade em geral os
usufrua sem despender diretamente de suas economias,
podendo direcionar o excedente disponível para outras
necessidades e, mesmo, promover a sua poupança pessoal.
Ver Figura 1.15.
1.3.4 - Estabilidade do Processo Econômico.
Conforme a bibliografia disponibilizada, os três principais
objetivos que justificam a intervenção política do Estado na
economia e que visam contribuir para a estabilidade do
processo econômico são:
Garantir empregos à população economicamente ativa.
Evitar o desemprego;
18
Eng.º Civil Antonio Victorino Avila, MSc Eng.ª Produção
Manter a estabilidade do nível de preços. Promover o
controle da Inflação.
Equilibrar o balanço de pagamento com o exterior.
Evitando deste modo a tomada de recursos externos o
que demanda em pagamento de juros. E, no caso de
bens e serviços, instituir políticas para que os produtos
nacionais sejam competitivos no exterior.
Comentários sobre cada uma delas efetuados no quadro a
seguir.
Política
Fiscal:
Tributos, gastos públicos, incentivos fiscais e
subsídios.
Monetária:
Controle da quantidade de moeda e da taxa
de juros.
Comércio
Exterior:
Taxa de câmbio, incentivos fiscais e
tributários a incentivar as exportações e inibir
importações de bens e serviços, instrumentos
inibidores de importações podendo ser de
fundo quantitativo ou qualitativo.
De Rendas:
Visando o desenvolvimento, a qualidade e o acesso da
população, principalmente a serviços públicos, além das três
politicas acima citadas há o controle do estado em serviços
como os de energia, rodovias, agua e esgoto onde a iniciativa
particular tem se mostrado incapaz em atendê-los com a
proficiência desejada pela sociedade.
Para que estes objetivos sejam cumpridos, o governo
dispõe de alguns instrumentos de ação política, a saber:
politica fiscal, monetária, de comercio exterior, de rendas,
setoriais industriais, e outras específicas necessárias a apoiar
a realização de metas politicamente estabelecidas.
Instrumentos
Setoriais:
Específicos
São todos os instrumentos adotados pelo
governo para interferir no processo de
apropriação de renda e das oportunidades,
tanto dos atores econômicos como dos
indivíduos em particular.
Todos aqueles destinados a tratar setores
específicos da economia.
Como exemplo: setor elétrico, siderúrgico,
bancário, têxtil, cerâmico, agroindustrial,
agrícola, etc.
Como instrumentos específicos podem ser
citados: os níveis de tributos a serem
estabelecidos, incentivos ou renúncia fiscal,
facilidades de financiamento, qualificação de
mão de obra, amparados em metas
politicamente
estabelecidas
a
serem
alcançadas por estes setores.
19
Introdução à Economia.
Quanto
ao
sistema
de
planejamento
eminentemente centralizado, atualmente ainda é utilizado
em países sob sistema dito comunista de governo, a
exemplo da Coréia do Norte e de Cuba, sendo que a
China já pratica um sistema misto.
1.4 – Sistemas Econômicos.
1.4.1 - Tipos de Sistemas Econômicos
Basicamente,
os
considerados são:
•
•
•
sistemas
econômicos
Livre iniciativa ou de mercado;
Planejamento Centralizado;
Sistema Misto.
Os dois primeiros tipos de sistemas são casos
extremos ou antagônicos. O primeiro quando ocorre
pequena intervenção do estado na economia e o
segundo com a economia dirigida pelos interesses do
estado.
O que ocorre na atualidade e na maioria dos
países é a adoção de sistemas intermediários,
denominados de sistemas mistos, que apresentam
características dos dois primeiros sistemas e que diferem
uns dos outros segundo um maior ou menor grau de
intervenção do governo na economia.
O importante a notar, é que o sistema econômico
define o compasso do desenvolvimento em que se
encontra uma sociedade em seu conjunto.
Além disto, o sistema econômico implementado
por uma sociedade é fruto do processo histórico que ela
vivenciou, sendo extremamente complexa a forma que
uma sociedade chega à adoção de um sistema.
1.4.2 - Sistema Econômico de Mercado
Sistema Econômico de Mercado é definido como
toda instituição social em que bens e serviços, assim
como os fatores de produção, são trocados ou
comercializados livremente.
Para estudar o comportamento do mercado para
certo produto, se faz necessário conhecer o
comportamento dos demandantes e dos ofertantes, o
que será realizado no estudo da oferta, da procura e do
equilíbrio do mercado.
O preço de um bem ou serviço, por sua vez, é
definido como a relação de troca por dinheiro, isto é, o
número de unidades monetárias pelas quais se troca
uma unidade do bem.
Desta forma fica caracterizado que numa economia
de mercado atuam dois tipos básicos de agentes,
claramente diferenciados, com atuação distinta e que
são: os compradores e os vendedores.
O esquema da Figura 1.17 apresenta o fluxo básico de
bens e serviços, dos fatores produtivos e dos
20
Eng.º Civil Antonio Victorino Avila, MSc Eng.ª Produção
pagamentos monetários numa economia de mercado
que ocorre entre os compradores e os vendedores.
Os compradores, representados pelas famílias,
consomem bens e serviços finais produzidos pelas
empresas e, por outro lado, fornecem a essas empresas
fatores produtivos.
Os vendedores, representados pelas empresas,
fornecem bens e serviços aos consumidores e, por outro
lado, utilizam e pagam fatores produtivos fornecidos
pelas famílias.
O processo de alocação dos recursos em uma
economia de mercado funciona segundo o modelo da
Figura 1.18 e, como pode ser constado, ocorre em forma
de fluxo circular dos recursos, sendo este processo
composto de três fases:
1ª Fase - Os consumidores externam suas preferências
ao
acessarem
o
mercado,
dando
preferência à compra de determinados
produtos em detrimento de outros. As
tendências
apresentadas
pelos
consumidores direcionam “o que” deva ser
produzido.
21
Introdução à Economia.
2ª Fase - O “como” devam ser produzido os bens é
definido
pela
concorrência
entre
os
produtores. Para otimizar seus produtos, os
produtores procuram insumos capazes de
permitir custos e rendimentos reduzidos, bem
como a tecnologia adequada, visando a
oferecer preços competitivos.
3ª Fase – O “para quem” produzir é definido através da
oferta e da demanda no mercado de fatores
produtivos. A distribuição dela resultante é
função da do perfil de distribuição da
propriedade ou da renda, das capacidades
adquiridas ou herdadas, sem falar das
oportunidades que surgem devido à educação
recebida.
Para Smith, não eram necessárias intervenções na
economia, visto que o próprio mercado dispunha de
mecanismos próprios de regulação da mesma: a chamada
“mão invisível”, que seria responsável por trazer benefícios
para toda a sociedade, além de promover a evolução
generalizada. Os liberalistas defendem a livre concorrência e
a lei da oferta e da procura. Estes teóricos foram os
primeiros a tratar a economia como ciência.
Laissez-faire é hoje expressão-símbolo do liberalismo
econômico, na versão mais pura de capitalismo que entende
que o mercado deva funcionar livremente, sem interferência
e com apenas uma suficiente regulamentação para proteger
os direitos de propriedade.
O liberalismo tornou-se dominante nos Estados
Unidos e nos países ricos da Europa durante o final do
século XIX até o início do século XX.
1.4.2.1 – Liberalismo Econômico.
O principal teórico e considerado o pai da teoria do
liberalismo econômico foi Adam Smith. O economista
escocês desenvolveu as ideias de Quesnay e Gournay
precursores do pensamento liberal, ao estabelecer em seu
livro “A Riqueza das Nações” as principais ideias do
liberalismo econômico: a prosperidade econômica e a
acumulação de riquezas não são concebidas através da
atividade rural e nem comercial, mas sim através do trabalho
livre, sem nenhum agente regulador ou interventor. (1)
1
( ) Fonte: http://www.brasilescola.com/economia/liberalismoeconomico.htm
1.4.2.2 - Características do Sistema de Mercado.
O sistema de mercado ocorre com as seguintes
características:
•
As pessoas podem consumir e produzir conforme
suas preferências e disponibilidades;
•
O sistema de preços fará com que a escassez ou o
excedente de bens e serviços não dure muito;
•
Sistema de preços é que determina sobre o nível de
preços e a quantidade de produção à ser alocada ao
mercado, sem haver a intervenção do Estado;
22
Eng.º Civil Antonio Victorino Avila, MSc Eng.ª Produção
•
Havendo aceitação pelos consumidores dos produtos
ofertados, os produtores passam a obter lucro e
condições de atuar de forma produtiva;
•
Na economia de mercado, a demanda de bens e
serviços é que determina sua oferta;
•
Os preços fazem o equilíbrio entre a oferta e a
demanda.
1.4.2.3 - Restrições
As restrições ao funcionamento do sistema de
economia de mercado são:
•
A renda não se distribui de forma equitativa, excluindo
ou restringindo parcelas consideráveis da população
do benefício ou acesso ao mercado;
•
O mercado não alcança a eficiência econômica e,
consequentemente, não tem condições de atender às
exegeses sociais, isto por que:
− A concorrência, geralmente, pode ser imperfeita,
favorecendo a instituição de monopólios e
oligopólios;
− Efeitos
exógenos
ao
mercado
não
são
considerados;
− Os bens e recursos de propriedade comum tendem
a esgotar-se;
− A publicidade é um meio de manipular os
consumidores;
− As economias de mercado tendem a ser instáveis.
1.4.2.3 - Neoliberalismo.
O neoliberalismo é um sistema de marcado que prega
o retorno ao estado liberal dos séculos XVII – XVIII
época em que a intervenção do aparelho de Estado
sobre a economia era mínima, pois deixava toda a
atividade econômica e a intermediação financeira sob a
responsabilidade das forças de mercado.
Ele foi desenvolvido em contraposição à ao Estado
de Bem Estar Social, cuja política foi proposta durante a
reunião de Mont Pelerin, após a última grande guerra,
visando o retorno ao puro sistema de livre iniciativa,
tendo inicialmente sido implementado durante o governo
conservador da Sra. Margareth Thatcher, na Inglaterra.
Como política, propugna a retirada do Estado de
dispor de meios de produção ou serviços próprios. E,
consequentemente, só tenha responsabilidade quanto
aos investimentos sociais em: segurança, justiça,
diplomacia e saúde pública. Se bem que esta última sob
forte controle do mercado.
Propostas para a implantação de uma política
neoliberal com abrangência mundial foram aprovadas na
reunião de Mont Pelerin, Suíça, 1947, contendo como
principais diretrizes:
Capitalismo duro e livre de regras;
Elevação das taxas de juros;
Redução de impostos sobre as altas rendas;
23
Introdução à Economia.
Abolição dos controles sobre os fluxos financeiros
internacionais;
a) Universalização do acesso aos serviços;
Desemprego massivo, visando formar um estoque
de mão de obra disponível e barata;
c) Redução do nível de pobreza;
Corte nos gastos sociais, direcionando os
recursos públicos ao controle dos agentes
econômicos de mercado;
Instituição de Legislação inibidora de greves;
Amplo programa de privatizações.
A constatação atual é que o resultado dessa política,
nas sociedades onde o neoliberalismo foi introduzido, é a
produção de um número crescente de excluídos sendo a
economia expressa totalmente pelo mercado e que este é um
jogo, onde poucos são informados e conseguem criar
condições de apropriação dos recursos disponíveis.
1.4.3 - Sistema de Planejamento Centralizado.
Nas
economias
centralmente
planificadas,
o
proprietário dos meios de produção é o Estado, sendo as
decisões de produção e consumo realizadas por agências de
planejamento estatais, controladas pelo poder central.
1.4.3.1 - Características.
O objetivo da adoção de um sistema centralizado visa
estabelecer as seguintes características:
b) Garantia do pleno emprego;
d) Planejamento centralizado da produção e distribuição
de bens e serviços;
1.4.3.2 - Restrições.
O que se verificou nos países que adotaram regime
centralizado foi:
a) Concentração do poder econômico na mão do
estado;
b) Decisões gerenciais ineficientes;
c) Desperdício de recursos ou utilização acima de
capacidade necessária;
d) Empresas não são julgadas pela otimização dos
recursos disponíveis;
e) Manutenção
deficitárias;
artificial
da
vida
de
f) Estabelecimento de uma grande
detentora dos privilégios sociais.
empresas
burocracia
1.4.4 - Sistema Misto.
Como o próprio nome diz, este sistema visa aproveitar
características dos dois anteriores.
24
Eng.º Civil Antonio Victorino Avila, MSc Eng.ª Produção
Assim, o sistema misto, em cada sociedade pode
apresentar características peculiares e que atendam aos
interesses do país onde foi adotado.
Deste modo, no sistema misto algumas funções de
suprimento de bens e serviços são deixadas a cargo do
estado e outras à iniciativa particular.
1.5 - Setores Econômicos.
A economia pode ser dividida em setores, conforme o
ponto de vista institucional ou da produção.
Considerando o ponto de vista institucional, a
economia pode ser dividida em setor privado e setor público.
O Estado intervém no domínio econômico de forma a
desenvolver as indústrias locais e proteger o poder aquisitivo
de sua população, impedindo a ocorrência de grandes
oscilações econômicas e a manutenção do bem estar
reinante.
Neste caso a iniciativa particular e o Estado podem
funcionar de forma complementar em resposta às perguntas:
o que, como e para quem produzir de modo a serem
respondidas de forma ética e com visão social.
O ideal é que as atribuições do Estado e da Iniciativa
Particular sejam estabelecidas a setores ou áreas cujas
responsabilidades e interesses sejam bem definidos,
atuando cada um deles naqueles onde sejam o mais
eficiente possível ou em áreas estratégicas.
Além disso, o Estado pode ser pioneiro em áreas onde a
iniciativa particular tenha dificuldades em se estabelecer,
financiando e apoiando a instalação de novos
empreendimentos até que estes consigam a autogestão.
Partindo da diversidade das atividades econômicas ou
da produção propiciada pelos agentes econômicos, ela pode
ser subdividida em três principais setores:
Setores
economia
Primário
Secundário
Terciário
a) Setor Primário, onde se incluem a agricultura, a
pecuária, a extrativa, a pesca e a mineração, diz
respeito àquele grupo de atividade que se desenvolvem
mais próximas às bases dos recursos naturais.
25
Introdução à Economia.
b) Setor Secundário diz respeito às atividades industriais
onde são transformados os bens, nele incluídos as
indústrias e a construção.
c) Setor Terciário, diz respeito àquele grupo de atividades
que satisfazem ao setor produtivo, porém não se
transformam em algo material, a exemplo de: serviços,
comércio, transporte, bancos, escolas, etc.
Setor
Público
Produtivo
Setor
Público
Administração
Pública
1.5.1 - O Setor Público.
Entende-se por setor público não só os órgãos de
administração direta, mas toda a estrutura para estatal dos
estados e municípios.
No século XX, o Estado deixou de ser apenas um
garantidor das atividades econômicas e supridor dos
serviços de saúde, educação, transporte e segurança.
Passou a ser, também, um agente econômico,
atuando como empresário e oferecendo bens e serviços,
preenchendo espaços e atividades econômicas sem
interesse pela atividade particular ou, então, abrindo
espaços econômicos para ser preenchido futuramente pela
iniciativa privada.
Sistema Econômico
Economia de Mercado
Empresas
Estatais
Financeiras
Não Financeiras
Entes
Territoriais
Estados
Municípios
Territórios
Previdência
Social
INSS
Outras Administrações
Administração
Central
Autarquias
Estado
Resumo
Característica Básica
Neste sistema a definição do que
produzir e dos preços praticados ocorre
pelas forças do mercado.
Este sistema deixa parte das atividades
econômicas em função do mercado e
parte efetuada planejadamente.
Economias Mistas
Enfim, o setor público estabelece o marco jurídico institucional dentro do qual se desenvolve a atividade
econômica.
Sendo
responsável,
também,
pelo
estabelecimento da política econômica.
É comum, neste caso, o governo
implementar certas atividades e,
devidamente instaladas, as repassar à
iniciativa particular.
Economias Autoritárias.
Planejamento
Centralizado
O planejamento da produção e dos
serviços ocorre eminentemente sob a
centralização do estado.
26
Eng.º Civil Antonio Victorino Avila, MSc Eng.ª Produção
Socialismo de Mercado
Neste caso o governo libera, embora
sob seu controle, parte da atividade
econômica para flutuar em função do
mercado.
1.6 - Tipos de Mercado.
1.6.1 - A Livre Concorrência.
Os tipos de mercado estão relacionados a duas
principais características:
Um mercado esta em livre concorrência, também
denominado de concorrência perfeita, quando todos os
agentes do mercado são pequenos em relação ao seu
tamanho.
i)
ii)
O número de empresas participantes como
vendedoras;
A substitutibilidade de um dado produto, frente
aos seus concorrentes mais próximos,
considerado do ponto de vista quantitativo e
qualitativo.
Segundo o número de vendedores, o mercado pode
ser tipificado como de: Livre Concorrência ou Concorrência
Perfeita; Monopólio; Oligopólio; Monopsônio; Oligopsônio.
Para que um mercado esteja em concorrência
perfeita e garantam uma um mercado livre e impessoal,
quatro condições devem ser atendidas:
i)
Grande número de pequenas empresas;
ii)
O produto deve ser homogêneo, isto é, o produto de
qualquer vendedor é idêntico ao dos demais, situação que
inibe a propaganda e a diferenciação;
iii) A livre mobilidade dos recursos, ou seja, cada recurso
pode imediatamente entrar ou sair do mercado como
resposta a impulsos monetários, aí incluídos a fácil entrada
ou saída de empresas nesse mercado;
27
Introdução à Economia.
iv) O perfeito conhecimento por parte dos consumidores,
produtores e proprietários dos recursos quanto ao
comportamento e nível de preços atualmente praticados,
bem como no futuro.
v) O interessante notar é que, na ausência do perfeito
conhecimento do mercado por todos os agentes
econômicos, a concorrência perfeita não prevalece. Tal
situação é reconhecidamente difícil de ocorrer, inexistindo
esse modelo no mundo real. Mas, alguns mercados podem
se aproximar dela, a exemplo da construção civil leve, da
produção de hortifrutigranjeiros e da distribuição de roupas
de consumo popular.
1.6.2 – O Monopólio.
Diz-se que um monopólio puro existe quando houver
um e apenas um vendedor atuando num mercado bem
definido.
Uma das razões para o estabelecimento e manutenção
do monopólio é o controle do insumo ou serviço que
oferece, sem o qual não apresenta base de firme
sustentação.
Os principais motivos para a existência de uma base
firme de sustentação do monopólio são:
i)
ii)
iii)
Controle da oferta da matéria prima;
O direito de exploração de patente e o conhecimento
tecnológico;
Licença governamental ou concessão de serviço
público;
iv)
Custo de estabelecimento de uma fábrica eficiente,
face ao tamanho do mercado.
Para haver monopólio puro, não deve haver
concorrência no sentido popular ou de forma direta que é a
existência de outras empresas oferecendo o mesmo
produto. E, não haver concorrência no sentido técnico, isto
é, de forma indireta.
A concorrência indireta pode ser de dois tipos: a
concorrência potencial e a existência de bens substitutos.
i)
A possível concorrência potencial, isto é, a
possibilidade de entrar outras firmas no mercado, o
que faz o monopolista moderar a política preço ×
quantidade de produto oferecido.
Isto porque, o preço do monopolista é definido pelo modelo
abaixo, fato que faz com que o monopolista procure reduzir
seu Preço Unitário visando inibir a entrada de outros atores
em seu mercado.
Pmonopolista = Custo + Lucro
ii) A existência de possíveis bens substitutos, mesmo não
sendo perfeita, pode fazer migrar os consumidores na
utilização de um insumo para outro com característica pouco
diversa, mas que possa atender aos resultados desejados.
1.6.3 - O Oligopólio.
28
Eng.º Civil Antonio Victorino Avila, MSc Eng.ª Produção
O oligopólio ou, em sua forma limite o duopólio, é uma
situação de mercado intermediária entre a livre concorrência
e o monopólio.
Inversamente ao Oligopólio, o Oligopsônio é uma
estrutura de mercado em que o número de compradores é
pequeno, contra o número de fornecedores que é grande.
Diz-se existir oligopólio, quando mais de um vendedor
estiver no mercado, porém em número não muito grande,
mas a ponto de não ser possível negligenciar a importância
de cada um deles.
Exemplo: em cidades do interior, produtoras de leite,
existem duas ou três empresas de laticínios que adquirem a
maior parte do leite dos inúmeros produtores rurais locais.
Site:
http://gestao-elideranca.blogspot.com.br/2010/12/estruturas-demercado.html
A transcendental importância para o reconhecimento
de uma situação de oligopólio, cada um deles deve estar
consciente da ação dos outros rivais, e da reação dos
concorrentes quanto a alterações na ação de um deles.
É uma situação em que a propaganda contribui
fortemente na composição dos custos da firma, visando
manter ou aumentar sua situação de parcela de mercado.
1.6.4 - O Monopsônio & O Oligopsônio
O monopsônio caracteriza uma estrutura de mercado
onde ocorre um único comprador de bens e serviços e
diversos vendedores. Em termos de preço, o comprador dita
as regras.
Ex. Normalmente é representado por empresas Estatais
sejam elas municipais, estaduais e federais. Nas obras do
metrô, contratação de equipamentos de perfuração do solo.
Diz-se haver um monopsônio, quando houver apenas
um comprador para um insumo e oligopsônio, quando
houver poucos.
Desta forma, o monopsônio pode ser definido como o
monopólio no mercado de insumo.
Tal situação, de modo análogo ao do monopólio,
permite ao comprador estabelecer o preço do insumo
desejado.
29
Introdução à Economia.
Os reais beneficiados por um
capitalismo regulado.
Hans F. Sennholz , Mark Borkowski e Leandro Roque
http://www.mises.org.br. Acesso: 5 de junho de 2014.
A palavra "capitalismo" é utilizada de duas maneiras
contraditórias. Em algumas ocasiões, ela é utilizada com o intuito de
denotar um mercado livre e desimpedido, ou laissez-faire. Em outras
ocasiões, ela é utilizada para denotar exatamente o arranjo atual em
que vive o mundo, uma economia mista em que o governo intervém
para privilegiar grandes empresas, criando monopólios e oligopólios.
Logicamente, "capitalismo" não pode ser ambas as coisas. Ou os
mercados são totalmente livres, ou o governo os controla. Não é
possível ter os dois arranjos ao mesmo tempo.
Mas a verdade é que não há um mercado genuinamente livre em
nenhum país do mundo. As regulamentações governamentais, as
tarifas, os subsídios, os decretos e as intromissões são generalizados,
variando apenas o grau de intensidade com que ocorrem em cada
país. Sendo assim, o termo "capitalismo" denotando mercados livres
não pode ser aplicado nos dias de hoje.
O que existe é um capitalismo mercantilista, um capitalismo de
compadrio, um capitalismo regulado em prol dos regulados e dos
reguladores, e contra os consumidores.
O que seria esse capitalismo mercantilista? Trata-se de um sistema
econômico no qual o mercado é artificialmente moldado por uma
relação de conluio entre o governo, as grandes empresas e os grandes
sindicatos. Neste arranjo, o governo concede a seus empresários
favoritos uma ampla variedade de privilégios que seriam
simplesmente inalcançáveis em um genuíno livre mercado, como
restrições de importação, subsídios diretos, tarifas protecionistas,
empréstimos subsidiados feitos por bancos estatais, e agências
reguladoras criadas com o intuito de cartelizar o mercado e impedir a
entrada de concorrentes estrangeiros. Em troca, as empresas
beneficiadas lotam os cofres de políticos e reguladores com amplas
doações de campanha e propinas.
O capitalismo mercantilista é tão antigo, que Adam Smith já o
criticava — e combatia — no século XVIII. Atualmente, não é
necessário procurar muito para se encontrar exemplos deste tipo de
capitalismo. Basta olhar para o seu próprio país. Todos os cartéis,
oligopólios e monopólios que você conhece estão em setores
altamente regulados pelo governo, como o setor bancário, o setor
aéreo, o setor de transportes terrestres, o setor de transportes
aquaviários, o setor de telecomunicações, o setor elétrico, o setor
energético (petróleo, postos de gasolina), o setor minerador, o setor
farmacêutico etc.
Quem cria cartéis, oligopólios e monopólios é e sempre foi o estado,
seja por meio de regulamentações que impõem barreiras à entrada da
concorrência no mercado (agências reguladoras), seja por meio de
altos tributos que impedem que novas empresas surjam e cresçam,
seja por meio da burocracia que desestimula todo o processo de
formalização de empresas, seja por meio da imposição de altas
tarifas de importação que encarecem artificialmente a aquisição de
produtos importados (pense nas fabricantes de automóveis).
30
Eng.º Civil Antonio Victorino Avila, MSc Eng.ª Produção
Um capitalismo de livre mercado é um sistema em que os lucros e os
prejuízos são privados. Já um capitalismo mercantilista é um arranjo
em que os lucros são privados, mas os prejuízos são
socializados. Quando são bem-sucedidas, as empresas mantêm seus
lucros; quando sofrem prejuízos, recorrem ao governo em busca ou
de pacotes de ajuda ou de novas medidas que restrinjam a
concorrência. No extremo, pedem ao governo para jogar a fatura do
prejuízo sobre os pagadores de impostos.
O papel das regulamentações em um capitalismo mercantilista não é
corretamente entendido pelos intervencionistas. Eles genuinamente
acreditam que as regulamentações são uma forma de o governo
subjugar e domar as grandes corporações. Só que, historicamente, as
regulamentações sempre foram uma maneira tida como lícita de
determinadas empresas (geralmente as grandes e bem-conectadas
politicamente) ganharem vantagens à custa de outras, geralmente
menos influentes.
Por exemplo, em teoria, agências reguladoras existem para proteger
o consumidor. Na prática, elas protegem as empresas dos
consumidores. Por um lado, as agências reguladoras estipulam preços
e especificam os serviços que as empresas reguladas devem
ofertar. Por outro, elas protegem as empresas reguladas ao restringir
a entrada de novas empresas neste mercado. No final, agências
reguladoras nada mais são do que um aparato burocrático que tem a
missão de cartelizar os setores regulados — formados pelas empresas
favoritas do governo —, determinando quem pode e quem não pode
entrar no mercado, e especificando quais serviços as empresas
escolhidas podem ou não ofertar, impedindo desta maneira que haja
qualquer "perigo" de livre concorrência.
Em seu cerne, a regulação é ante-livre iniciativa, anti-livre mercado e
anti-concorrência. A regulação não se baseia nas preferências dos
consumidores e nem nos valores subjetivos dos consumidores em
relação aos bens e serviços ofertados. Ao contrário, ela faz com que
as empresas ajam como se fossem ofertantes monopolistas, de modo
que os preços passam a ser determinados pelos custos de produção
das empresas e não pela preferência dos consumidores.
Mas isso é apenas o primeiro passo: uma empresa regulada pode
encontrar várias maneiras de fazer as regulações funcionarem em
proveito próprio e contra os interesses dos consumidores.
Por exemplo, não é incomum que grandes empresas façam lobby
para criar regulamentações complicadas e onerosas sobre seu próprio
setor. Por que elas fazem isso? Para dificultar uma potencial
concorrência de empresas novas, pequenas e com pouco
capital. Empresas grandes e já estabelecidas têm mais capacidade e
mais
recursos
para
atender
regulações
minuciosas
e
onerosas. Empresas pequenas, que querem entrar naquele mercado
mas que ainda não possuem muitos recursos financeiros, não têm essa
capacidade. Empresas grandes podem contratar lobistas (ou podem
simplesmente subornar políticos) para elaborar padrões de regulação
que elas já atendem ou que podem facilmente atender, mas que são
impossíveis de serem atendidos por empresas pequenas e recémcriadas.
O livro "The Big Ripoff: How Big Business and Big Government Steal Your
Money", de Timothy Carney, explica em detalhes como a própria
Phillip Morris estimulou a "guerra contra o tabaco" para se beneficiar,
como a própria General Motors agitou pela aprovação de rígidas
legislações ambientalistas nos EUA (cujas restrições mais rígidas
31
Introdução à Economia.
afetariam a concorrência), e como a poderosa megacorporação Archer
Daniels Midland se beneficia dos subsídios para o etanol (algo adorado
um confortável estilo de vida para políticos e para milhões de
funcionários públicos.
pelos ambientalistas).
O apoio das grandes empresas às regulamentações criadas pelos
governos não apenas não é algo raro, como, na realidade, sempre foi
a norma.
Caso ainda não esteja convencido, apenas faça a si mesmo a seguinte
pergunta: Qual destas tem uma maior probabilidade de ser afetada
por vigorosas regulamentações: grandes corporações com boas
conexões políticas e com enormes departamentos jurídicos e
contábeis, ou micro e pequenas empresas ainda incipientes e em
processo de formalização?
Regulamentações aniquilam a concorrência — e as empresas já
estabelecidas adoram que seja assim.
Este arranjo de economia mista é também, como já explicado, ótimo
para os governos. Políticos e burocratas adquirem poderes sobre as
empresas e, com tais poderes, garantem que seus cofres estejam
sempre cheios. Políticos ganham generosas doações de campanha e
reguladores ganham fartas propinas. Ambas essas contribuições são
feitas pelas grandes empresas e pelos grandes sindicatos em troca da
promessa de novas regulamentações que irão lhes favorecer e afetar
a concorrência.
Trata-se de uma mistura de socialismo em um arranjo basicamente
capitalista, uma mistura suficiente para manter fluidas as receitas do
governo e garantir a continuidade dos assistencialismos sociais e
corporativos. A porção capitalista dessa economia mista possibilita
Defensores das regulações não percebem que elas são essencialmente
uma forma de controle estatal. É por isso que todos os partidos
políticos atuais endossam agências reguladoras e todo o seu aparato
burocrático. Afinal, qual político não gostaria de comandar amplos
setores da economia?
Em vez de proteger os inocentes e incautos, regulações estimulam os
escroques e incentivam as grandes empresas a manipular o sistema
com o intuito de aumentar sua própria fatia de mercado e seus
lucros. Como sempre ocorre com todas as interferências
governamentais nas questões econômicas e sociais, a regulação gera o
efeito exatamente oposto do seu proclamado objetivo. E o pior: em
um esforço para se tentar corrigir as inevitáveis consequências
desastrosas das regulações, mais e mais regulações vão sendo criadas,
levando a um controle estatal da economia cada vez mais paralisante.
Já passou da hora de a população entender a diferença entre livre
mercado, que se baseia na liberdade e na concorrência, e capitalismo
mercantilista, que se baseia em privilégios concedidos pelo estado.
A conclusão é que os socialistas se reinventaram, trocaram seu rótulo
para socialdemocratas, deixaram de lado sua ânsia de estatizar
diretamente os meios de produção e optaram por um mais suave
modelo fascista, no qual estado e grandes empresas atuam em
conluio para se beneficiar mutuamente e prejudicar o cidadão, que
tem de aceitar serviços ruins e caros, pois não há mais livre
mercado. Exatamente o intuito original dos socialistas.
32
Eng.º Civil Antonio Victorino Avila, MSc Eng.ª Produção
33
Parte 2 - Micro Economia
Introdução à Economia.
2–MicroEconomia
2.1 – Teoria da Firma.
Esses limites são estudados no campo do saber denominado
de Teoria da Firma, área do conhecimento que integra o campo
de estudo da microeconomia, conhecimento imprescindível para o
gestor que se preocupa em estudar e conhecer o comportamento
de sua empresa. A Teoria da Firma se subdivide em três áreas:
Teoria da Produção; Teoria dos Custos; Teoria dos Rendimentos,
conforme Figura 2.1.
2.1.1 – Objetivo.
2.1.2 – Teoria da Produção.
O objetivo deste capítulo é estudar o comportamento de
custos e despesas, contabilmente denominados de gastos ou
custos operacionais, necessários a determinar a quantidade de
produção que permita produzir a menores custos e, em
decorrência, resulte em maior lucro para a empresa.
O objetivo será estudar os limites da firma visando à
maximização dos lucros e, em contraposição, a minimização dos
custos.
2.1.2.1 – Conceituação.
Conhecer a Teoria da Produção é importante devido aos
seguintes fatos:
a) Seus princípios gerais proporcionam as bases para a análise
dos custos e da oferta dos bens produzidos;
b) Seus princípios, também, se constituem peças fundamentais
para a análise dos preços e do emprego dos fatores de
produção, bem como da alocação desses fatores entre os
diversos usos alternativos na economia. (GUERREIRO,
2009).
O estudo da produção pode ser efetuado ao se dispor de uma
Função de Produção, expressão que exprime qual a quantidade a
ser produzida de um dado produto a partir da quantidade utilizada
dos fatores de produção.
35
Eng.º Civil Antonio Victorino Avila
Uma função de produção pode ser expressa pelo modelo
abaixo em que xi corresponde à quantidade utilizada de um fator
de produção i, seja fixo ou variável, e q, a quantidade a ser
produzida.
q = f (x1, x2,..., xn),
E, define-se fator de produção como seno o conjunto de
insumos, capital e trabalho demandados no esforço de produção
de dado produto.
O processo de produção é realizado sob dois sistemas: o
de produção contínua e o da produção por encomenda.
O processo de produção contínua ocorre em linha de
produção, realizada por produto único ou família de produtos, em
que os bens produzidos, via de regra, os permitem ser mantidos
em estoque. Como exemplo tem-se as produções de: têxteis, aço,
produtos de limpeza, fios e cabos, produtos alimentícios,
automóveis, etc.
Um fator de produção é dito fixo quando acarreta dispêndio
independentemente da quantidade de produção a ser realizada.
O processo de produção por encomenda visa atender a uma
demanda especial do cliente e é produzido para um fim
específico. Como exemplo tem-se: geradores de hidrelétricas,
transformadores de grande porte, pontes de rodovias,
edificações, pontes rolantes, projetos de engenharia em geral,
etc.
Como exemplo tem-se: salário dos diretores e da
administração da empresa; remuneração de escritório de
contabilidade; custos realizados com veículos alocados à
administração; aluguel do espaço utilizado, etc.
É interessante notar que cada indústria ou empresa
apresenta características próprias no seu sistema de produção e
gestão e que custos classificados numa empresa como fixos,
noutra podem ser classificados como variáveis.
Um fator de produção é definido como variável quando sua
demanda é função do volume de produção a ser realizado.
Cabe ao gestor os saber diferenciar e os classificar
adequadamente, segundo melhor atender o processo de controle
da empresa, visando permitir uma boa análise do seu
comportamento em cada etapa da produção e na formação do
custo total praticado.
Os fatores de produção podem ser classificados como sendo
fixos ou variáveis.
Como exemplo cita-se: mão de obra empregada no processo
de produção; energia elétrica, matéria-prima, etc.
2.1.2.2 – Processo de Produção.
2.1.2.3 – O curto e o longo prazo.
O estudo dos fatores de produção, seja ele fixo ou variável,
pode ser realizado no curto e no longo prazo.
36
Introdução à Economia.
É fácil notar que qualquer fator de produção com preço fixo
no curto prazo, no longo prazo, também varia.
Como exemplo da assertiva acima, seja o aluguel do
espaço utilizado. Ele pode ser constante por alguns meses, e sua
variação anual pode até ser desconsiderada. Entretanto, não é
correto considerar que esse fator seja fixo em um prazo
suficientemente longo, como de dez anos. Portanto, a definição
de fatores fixos e variáveis está ligada ao conceito de curto e
longo prazo. (GUERREIRO, 2009).
O curto prazo é definido como o espaço de tempo em que
pelo menos um fator envolvido no processo de produção é fixo.
O longo prazo corresponde à situação ou período onde
todos os fatores de produção são variáveis.
O estudo será desenvolvido no curto prazo, isto é, enquanto
não ocorrer alteração na escala da planta. Neste caso, a menos
da mão de obra não especializada, os demais fatores de
produção serão considerados como fixos.
2.1.3 – Teoria Dos Custos.
A metodologia para o estudo da produção considera,
basicamente, três grupos de custos: Custos Unitários; Custos
Totais e Custos Marginais.
Observa-se que curto e longo prazo são situações sem
uma relação definida com o tempo, mas com a oscilação dos
custos e das tecnologias vinculados à elaboração de um produto.
Logo, cabe acompanhamento constante quanto à
oscilação dos fatores de produção visando uma adequada fixação
dos preços com o objetivo da realização do lucro ou de manter a
margem de lucro pré-definida.
2.1.3.1 - Custos Totais
37
Insumo
Produção
Curtíssimo Prazo
Curto Prazo
Longo Prazo
Fixo
Variável
Variável
Trabalho
m.d.obra
Fixo
Variável
Variável
Capital
Fixo
Fixo
Variável
Os custos totais são constituídos pelos seguintes custos:
CFT = Custo Fixo Total
CVT = Custo Variável Total
CTC = Custo Total de Curto Prazo
Eng.º Civil Antonio Victorino Avila
O custo fixo total, CFT, corresponde aos custos incorridos
com despesas de vendas e administrativas da empresa. Logo,
cada produto deve suportar parte deste custo, situação efetuada
por algum tipo de rateio.
O custo variável total, CVT, corresponde aos custos
incorridos com a produção de bens ou serviços e varia segundo o
volume da produção.
A função dos Custos Totais no curto prazo, CTC, é
composta do somatório das funções dos Custos Fixos Totais,
CFT, e dos Custos Variáveis Totais, CVT.
O comportamento típico das curvas de custo é
apresentado na Figura 2.3 – Curvas de Custos Totais. De sua
analise verifica-se que:
a. Sendo a curva do custo total obtida a partir da soma das
curvas do custo fixo e do custo variável;
b. Sendo a curva representativa dos custos fixos constante, ou
seja, uma reta, a curva representativa do Custo total - CTC é
paralela à dos Custos Variáveis - CVT.
2.1.3.2 - Custos Unitários.
C
ƒCT (q) = CFT + ƒCVT,(q)
A partir da função de custo total, costuma-se definir as
seguintes categorias de custos unitários, os quais são utilizados
para calcular os preços dos produtos, do ponto de vista das
empresas e, as quantidades ótimas de produção.
CFM = Custo Fixo Médio
CVM = Custo Variável Médio
CMC = Custo Médio de Curto Prazo
CMgC = Custo Marginal de Curto Prazo.
a) - Custo Fixo Médio
O Custo Fixo médio é definido como a razão entre a função
de Custo Fixo Total e a quantidade produzida.
CFm =
CFT
q
38
Introdução à Economia.
b) - Custo Variável Médio.
quando se dispõe de dados discretos. E, a segunda, quando se
dispõe de funções de produção.
O Custo Variável médio é definido como a razão entre a função
de Custo Variável Total e a quantidade produzida.
CVm =
CVT
q
c) – O Custo Médio de Curto Prazo.
O Custo Médio de Curto Prazo ou Custo Total Médio de
Curto Prazo – CmC – representa o custo por unidade de produção
e é calculado dividindo-se o custo total, CT, pela quantidade total,
Q, produzida.
Cmc =
C
CT
= CFM + CVM
q
d) – Custo Marginal.
Entende-se por Custo Marginal o custo a ser incorrido para que
haja o acréscimo de produção de mais uma unidade de produto.
Por definição o Custo Marginal corresponde à razão entre o
acréscimo do Custo Total, associado à um dado nível de
produção e o acréscimo da Quantidade a ser produzida.
Matematicamente, calculado segundo as expressões abaixo
em que a primeira expressão permite o calculo do custo marginal
39
=
=
Discutindo a obtenção do custo marginal, sabe-se que:
CM(q) =
CT( q) CF + CV
=
= CFm + CVm
q
q
CMg =
∆CT ∆CVT
=
∆q
∆q
Da expressão acima, quando se tem um incremento de produção
igual a uma unidade, ∆q = 1, tem-se que:
CMg = ∆CT = ∆CVT
Levando ao limite a expressão acima e fazendo ∆q → 0,
∆CT dCT dCVT
=
=
q→0 ∆q
dq
dq
CMg = lim
Pelo exposto, a expressão do Custo Marginal é obtida
efetuando a derivada primeira do Custo Total ou do Custo
Variável Total, em relação à quantidade, o que o caracteriza
como a função de variação da função de produção.
Eng.º Civil Antonio Victorino Avila
2.1.4 – Análise Gráfica.
A Figura 2.4 mostra as curvas típicas dos custos unitários,
ao se estabelecer as quantidades produzidas nos eixos das
abscissas e os preços unitários em ordenadas.
A Curva dos Custos Marginais Unitários intercepta as
Curvas Custo Médio Total de Curto Prazo e a curva de Custo
Variável Médio Total nos seus pontos de mínimo.
E, a curva representativa dos Custos Fixos Médios, se
apresenta de forma decrescente, ao se aumentar a quantidade
produzida.
2.1.5 – Minimização de Custos.
2.1.5.1 – Minimização em Concorrência Perfeita.
Sob concorrência perfeita, os produtores procuram adotar
uma capacidade ótima de produção equivalente ao Custo Total
mínimo. E, em decorrência, minimizar o Custo Total.
Neste desenho, as curvas de Custo Médio Total de Curto
Prazo e Custo Variável Médio Total são paralelas, pois a primeira
é função da segunda acrescida da curva dos Custos Fixos Totais.
40
Introdução à Economia.
Isto porque, produzindo abaixo da capacidade ótima, não
conseguem otimizar o lucro e, produzindo acima desta
capacidade ótima, ocorre um processo de deseconomia de
escala, devido ao fato do comportamento do Custo Médio passar
a ser crescente.
O objetivo, então, é minimizar a função do Custo Total. E, o
ponto ou quantidade ótima correspondente ao mínimo Custo Total
é aquele em que a 1ª derivada desta função seja igual a zero e
apresentar a 2ª derivada maior que zero, isto é, a função ser
crescente.
Então, matematicamente:
Minimizar: ƒCT(q) → q* (mínimo)
Minimizando
2.1.5.2 – Aplicação à Função Contínua de Custos.
Como exemplo de aplicação, solicita-se definir a
quantidade que minimiza os custos de produção quando se
dispõe das seguintes funções:
CFT = 144 R$
E, como a função d”ƒ( CT ) > 0, para que a condição acima
se verifique, a função Custo Marginal deve ser crescente.
Deste modo, a quantidade que minimiza os custos de
produção é obtida igualando as equações de:
&
CVT = 0,8 q² + 3q
a) Obtenção das funções de Custo:
d’ ƒ CT(q ) = 0 = CMg , com
d” ƒ CT(q ) > 0
Considerando que a 1ª derivada da função Custo Total
corresponde ao Custo Marginal, a quantidade que minimiza os
Custos de Produção é a que corresponde ao ponto de interseção
da curva do Custo Total Médio - Cm com a curva dos Custos
Marginais, conforme apresentado na Figura 2.5.
41
CMg = Cm
C T = 0,8 q² + 3q + 144
Cm = 0,8 q + 3 + 144 q-1
CMg = 1,6 q + 3
b) Obtenção da Quantidade de Menor Custo ou Ótima:
Condição: CMg = Cm ∴ 0,8 q + 3 + 144 q-1 = 1,6 q + 3
q = 13,42 un
c) Elaborando os Cálculos:
q
1,00
3,00
5,00
7,00
CT
147,80
160,20
179,00
204,20
Cm
147,80
53,40
35,80
29,17
CMg
4,60
7,80
11,00
14,20
∴
Eng.º Civil Antonio Victorino Avila
9,00
13,00
13,42
15,00
235,80
318,20
328,34
369,00
26,20
24,48 24,47
24,60 17,40
23,80
24,47
27,00
2.1.6 – Abordagem Discreta.
É possível definir a quantidade ótima de produção, mesmo
não dispondo de uma função de produção. Porém, dispondo dos
custos relativos a diversas quantidades inteiras de produção. Do
ponto de operacional, este procedimento é o mais expedito.
baseado nas despesas administrativas e de vendas apurados
pela contabilidade. Custos esses invariáveis no curto prazo.
E, os custos variáveis totais, CVT, definidos pela área de
produção para cada nível de produção ou lote de produção.
Ao utilizar os custos médios e o conceito de custo marginal,
pode-se definir a quantidade ótima de produção ao efetuar o
procedimento abaixo sabendo que, por definição:
CMgt =
CTt -CTt-1
qt -qt-1
Exemplificando: Partindo do quadro de custos a seguir,
seja definir a quantidade ótima de produção.
q
0
1
2
3
4
5
6
CFT
100
100
100
100
100
100
100
CVT
0
40
70
90
140
200
300
CT
100
140
170
190
240
300
400
CFm
100
50
33
25
10
16
CVm
40
35
30
35
40
50
Cm
140
85
63
60
60
66
CMg
40
30
20
50
60
100
Primeiramente, calcula-se o custo marginal para cada nível
de produção. Para um nível de produção de duas unidades ele é
dado por:
Para tanto, há que se conhecer os custos fixos totais da
empresa, CFT, sendo este, via de regra, um valor rateado e
CMg2=
CT2 -CT1 170-140
=
=30R$/un
q 2 -q 1
2-1
42
Introdução à Economia.
Da mesma forma que no processo contínuo, no ponto em
que o Custo Médio - Cm igualar o Custo Marginal - CMg e este se
comportar de forma crescente ficará estabelecida a quantidade
ótima de produção. Então:
Q
ó!"#$
CM = CMg ↑
Da tabela acima, a produção ótima ocorre quando a
produção for igual a cinco (5) unidades, pois nesta quantidade o
custo marginal iguala o custo médio e se apresenta de forma
crescente.
A Figura a seguir mostra a evolução das curvas de custo
médio e custo marginal em que, a intersecção dessas curvas
ocorre para uma produção de cinco (5) unidades.
2.1.7 – Exercícios.
2.1.7.1 - Uma empresa apresenta a seguinte função de custo
total, em que “x” representa a quantidade do produto:
ƒ(CT) = 143 x² - 19 x + 4.900
Pede-se:
Determinar e traçar as curvas dos custos: total médio, total
variável e marginal;
Os custos inerentes à produção de 30 unidades.
ƒ(CT) = 143 x² - 19 x + 4.900
Primeiro, determina-se as funções dos custos fixos e variáveis
totais:
CVT = 143 x² - 19 x
CFT = 4.900
Partindo das funções acima, obtêm-se as funções dos custos
unitários e, substituindo-se o valor dado, chega-se ao custo da
produção.
CVm = 143 x – 19
∴ CVm =
CFm = 4.900 x –1
∴ CFm =
Cm = 143 x - 19 + 4.900 x -1 ∴ CM =
CMg = 286 x – 19
43
∴
CMg =
Eng.º Civil Antonio Victorino Avila
2.1.7.2 - Uma empresa produtora de artefatos de cimento
apresenta a seguinte função de custo, ƒ(CT) = 333q³ + 98q² - 45q
+ 8.954, em que “q” representa a quantidade do produto.
Pede-se:
120
100
80
60
Determinar e traçar as curvas dos custos: total médio, total
variável e marginal;
Os custos inerentes à produção de 50 unidades.
A quantidade ótima de produção e o Ponto de Equilíbrio.
40
20
0
0
1
2
3
4
Custo Médio
2.1.7.3 – Calcular os custos de produção de uma empresa que
fabrica um produto “P”, sabendo-se que o custo fixo mensal
equivale a $100,00. A partir desses custos, indicar qual deverá
ser a produção ótima.
Q
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9 10
CVT
0
10 18 24 28 30 33 38 52 71 100
CFT 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100
CT 100 110 118 124 128 130 133 138 152 171 200
CFm
CVm
Cm
- 110 59,0 41,3 32,0 26,0 22,2 19,7 19,0 19,0 20,0
CMg
10
8
6
4
2
3
5
14 19 29
q* = q pois Cm = CMg
5
6
7
8
9
10
Custo Marginal
2.1.8 – Teoria da Renda.
Como já visto, a empresa pode otimizar a sua produção
através da análise de minimização dos custos a um dado nível de
produção. Mas, também, através da maximização de seus lucros.
É interessante notar que, ao minimizar custos de produção,
automaticamente estar-se-á maximizando os lucros.
A Teoria da Renda abrange conceitos como o da receita
total, da receita média, da receita marginal e do lucro.
(GUERREIRO, 2009).
Definindo os conceitos expressos no parágrafo anterior e
adotando como nomenclatura:
44
Introdução à Economia.
c) Receita marginal
• LT, para o lucro da empresa;
• R, representando o faturamento, isto é, a receita proveniente
de operações motivo da razão social da empresa;
• CT o custo de produção total no curto prazo;
• p, o preço unitário de vendas;
• v, o custo unitário médio total de vendas;
• q, a quantidade vendida;
• e, CF os custos fixos ou administrativos.
a) Receita total
A receita marginal mede o ganho na receita da empresa
obtido pela produção de uma unidade a mais do bem/serviço a
ser produzido. Matematicamente:
RMg =
∆RT(q )
dRT(q )
⇒ RMg =
= preço
∆q
d(q )
Ao ser analisada a expressão acima e considerando as
variáveis que compões a receita total, verifica-se para os dois
lados da igualdade, que:
A receita total de uma empresa, RT, corresponde ao
produto entre a quantidade produzida, q, e o seu preço de venda,
p.
RT(q) = p × q
RMg = preço.
d) O Lucro
O lucro de uma empresa é definido pela diferença, a
maior, entre as receitas e as despesas auferidas. Logo, o lucro
total, LT, é expresso matematicamente por:
b) Receita média
Por definição, a receita média, RMe, é obtida através do
quociente entre a receita total e a quantidade produzida.
RMe =
RT( q) p × q
=
=p
q
q
Da expressão acima se conclui que a receita média
corresponde ao preço unitário de venda do produto.
45
LT(q) = RT(q) − CT(q)
Sendo:
RT(q) = pu × q
e,
RT(q) = CM × q = q ( CVm + CFm)
Ao serem levadas as duas expressões acima à expressão
do lucro total obtém-se a expressão deste em função do preço
Eng.º Civil Antonio Victorino Avila
unitário, da quantidade a ser produzida e dos custos totais fixos e
variáveis:
LT = (pu × q) - q ( CVm + CFm) ∴
LT = q (pu - CVm - CFm)
Em decorrência, a expressão do lucro unitário, ou seja, o
lucro por unidade de produto é obtido ao se dividir a expressão
acima por “q”. Então:
Conhecer a técnica de definição do Ponto de Equilíbrio
contribui para amparar o processo de decisão da empresa, pois
permite estabelecer a quantidade a ser produzida e vendida, o
custo a ser incorrido, o preço a ser praticado, etc.
Como se pode depreender da Figura 2.6, é possível existir
dois pontos de equilíbrio, um inferior e outro superior, que
definem as quantidades de produção entre as quais ocorre a
existência de lucro. Assim sendo, abaixo de quantidade QEI a
empresa tem prejuízo, já que a curva do custo total é superior à
da receita. E, acima da quantidade QES ocorre idêntico fato.
LU = { pu - CVm - CFm }
2.1.9 – Ponto de Equilíbrio.
2.1.9.1 - Definições.
Conceitualmente, dado certo nível de preço praticado, o
Ponto de Equilíbrio é definido pela quantidade produzida em que
a empresa não apresenta lucro ou prejuízo.
Matematicamente, o Ponto de Equilíbrio é obtido igualando
as funções que representam o Custo Total com a de Receitas
Totais (ou faturamento).
&'()'*+,-.í01-'234+ = 254+
Graficamente, o Ponto de Equilíbrio é definido pela
intercessão da curva da receita com a curva do custo total.
O ponto de equilíbrio, então, possibilita estabelecer a
quantidade de produção em que a receita é suficiente para cobrir
todos os custos incorridos. Matematicamente, a soma dos custos
fixos e dos custos variáveis e, em consequência, o lucro é nulo.
46
Introdução à Economia.
Para definir a quantidade de equilíbrio, parte-se da
expressão:
LUCRO = VENDAS – ( CUSTOS FIXOS + CUSTOS VARIÁVEIS)
QEI =
CF
p-v
v
Sendo por definição, no ponto de equilíbrio, o Lucro igual a
zero, então:
VENDAS = CUSTOS FIXOS + CUSTOS VARIÁVEIS
2.1.9.2 - Ponto de Equilíbrio Inferior.
A quantidade de equilíbrio inferior pode ser rapidamente
determinada partindo da expressão do ponto de equilíbrio.
Substituindo no lado esquerdo da expressão acima, pelas
variáveis que a compõem, em que “p” representa o preço de
vendas do produto e sendo a quantidade de equilíbrio QEI, temse:
Vendas = CF + CV
Logo: p × QEI = CF + CV
Considerando como “v” o Custo Variável unitário então:
CV= v QEI
Ao se substituir esta variável na expressão acima, obtémse uma expressão expedita para a definição da quantidade de
equilíbrio:
47
2.1.10 – Maximização do Lucro no Curto Prazo.
Sob concorrência perfeita, como já citado, a empresa não
tem condições de exercer influência sobre seus preços de venda,
já que estes são definidos pelo mercado e constituem dados para
o empresário.
Disto resulta que a receita de venda é função direta do
acréscimo de produção.
Então, da mesma forma que os custos, as receitas da empresa
são função da quantidade produzida, “q”.
Eng.º Civil Antonio Victorino Avila
Utilizando como nomenclatura: L, para o lucro da empresa;
R como sendo o faturamento, isto é, a receita proveniente das
operações inerentes à razão social da empresa; e CT o custo de
produção total no curto prazo; p, o preço unitário de vendas; v, o
custo unitário médio total de vendas; q, a quantidade vendida.
Então:
L(q) = RT(q) - CT(q)
Considerando que a política mais adotada pelas empresas é
a de maximização dos lucros, o modelo simplificado pode ser
expresso sob a seguinte expressão:
Considerando que a derivada primeira da ƒ(CVT) é o Custo
Marginal, o empresário que deseje obter o máximo de lucro deve
produzir uma quantidade do bem “q” tal que seu custo marginal
correspondente seja igual ao preço de vendas praticado pelo
mercado, “pM”.
dCVT (q)
pM =CMg =
dq
Além disso, como segunda condição para a definição do
ponto de lucro máximo, tem-se que a derivada segunda da função
Lucro seja negativa:
Maximizar: ƒ L(q) = ƒ { RT(q) – CT(q) }
Para maximizar a função acima, a condição de primeira
ordem para que o lucro seja máximo, é que a derivada primeira
da ƒ L(q) em relação à “q”, seja nula: L’(q) = 0. Logo:
dL (q) dR(q) dCVT(q)
=
−
=0
dq
dq
dq
ou,
RMg = CMg
Substituindo na parte da expressão da Receita, equação
acima, pelas suas variáveis componentes; derivando apenas essa
componente da expressão e considerando que o preço, p, é uma
constante, tem-se:
d(q) dCVT (q)
d(p·q) dCVT (q)
=0 ∴ p
=
dq
d(q)
dq
d(q)
d 2 CV T (q)
d 2L(q)
=−
<0
dq
dq
d 2 CT( q)
d CVT (q) = d CT( q) =
<0
dq
2
2
Tal expressão significa que a função custo marginal
correspondente a um volume de produção que propicie obter um
lucro máximo, deve ser crescente.
Finalizando, para definir uma quantidade de produção em
que o Lucro seja Máximo, deve-se observar a seguinte igualdade:
RMg = CMg = preço de mercado
Ressalta-se que, em regime de concorrência perfeita e
independente do tipo de mercado onde atue uma empresa, a
48
Introdução à Economia.
maximização do lucro ocorrerá quando a Receita Marginal igualar
o Custo Marginal de produção e o Preço praticado pelo mercado.
Resumindo:
A definição da quantidade ótima de produção, q*, que permite a
obtenção do Lucro Máximo, é definida sob as seguintes
condições:
RMg = CMg = Preço de Mercado
Para tanto, deve-se atender:
1ª Condição:
d’ƒ (LT) = 0
2ª Condição:
d’ƒ (LT) < 0
Analisando a Figura 2.6, pode-se perceber que o Lucro é
crescente entre quantidades que variam entre qI e q*, situação
denominada de economia de escala.
Porém, entre as quantidades que variam de q* a qS,
mesmo em havendo aumento da quantidade produzida, ocorre
redução do Lucro Total, fato este denominado de deseconomia
de escala.
49
Eng.º Civil Antonio Victorino Avila
2.1.11 - Otimização da Produção – Produção Ótima.
Anteriormente foram estudadas as condições para o
estabelecimento das quantidades que, respectivamente,
Minimizem os Custos Totais e Maximizem os Lucros.
Nos itens a seguir, serão analisados, conjuntos e
comparativamente, os resultados dos processos acima e que
visam estabelecer a quantidade ótima, q*, de produção.
Quantidade essa que permite, simultaneamente,
Maximizar o Lucro e Minimizar o Custo Total, em outras palavras,
que otimize a produção.
2.1.11.1 - Da Minimização do Custo Total:
Como já demonstrado, a quantidade de produção que
decorre no menor custo é obtida ao se igualar as equações de:
Custo Marginal = Custo Médio = Preço da Firma
Desta igualdade, pode-se obter o Preço da Firma, isto é,
definir o preço que a empresa deve praticar para que seu produto
seja economicamente viável.
Isto porque, ao serem igualadas as expressões do Custo
Médio e a do Custo Marginal, se obtêm o valor da quantidade
ótima de produção, q*. Ao ser levado este valor em qualquer das
expressões de custo anteriormente citadas, fica definido o Preço
50
Introdução à Economia.
da Firma. O Preço da Firma é aquele que permite a obtenção de
lucro desejado.
2.1.11.2 - Da Maximização do Lucro:
Assim sendo, três casos podem ocorrer:
Quando
PM > PF
PM = PF
PM < PF
Situação
Este é o caso mais favorável à empresa. Ocorre a
existência de lucro extraordinário, pois o preço de
mercado é muito superior àquele estabelecido para
atender o interesse da empresa.
Neste caso, a empresa tem condições de participar
do mercado, porém apresentando um lucro “normal”.
Esta é a situação em que a empresa não tem
competitividade para participar do mercado pois o
preço a ser praticado é inferior àquele desejado.
Nesta condição a empresa gerará prejuízo.
Como demonstrado no item anterior, a quantidade de
produção que define que o lucro seja máximo é obtida ao ser
igualado o Preço de Mercado ao Custo Marginal:
RMg = CMg = Preço de Mercado
A igualdade acima, ao se equiparar ao Preço de Mercado,
permite definir a quantidade ótima de produção considerando o
preço praticado pelo mercado.
Porém, neste caso, é necessário verificar se a quantidade
obtida contribui, ou não, para a realização de lucro. Nestas
condições, recomenda-se levar a quantidade obtida na expressão
do lucro, visando verificar se ha ocorrência de lucro ou não.
Lucro = Receita – Custo Total
Sendo o lucro positivo, a quantidade a ser produzida pode
interessar ao proprietário visando levar o produto ao mercado.
2.1.11.3 - Produção Ótima - Resumo.
Comparando as expressões acima, a quantidade ótima de
produção, q*, isto é, aquela quantidade que produz o máximo
lucro ao mínimo custo de produção é dada por:
51
Eng.º Civil Antonio Victorino Avila
RMg = CMg = CMédio = Preço Mercado
2.1.11.4 – Economia e Deseconomia de Escala
As técnicas do ponto de equilíbrio e da otimização do lucro,
juntas, permitem estabelecer duas regiões de produção
denominadas de economia de escala e deseconomia de escala.
Ver Figura 2.9.
Na região nomeada de economia de escala, que abrange a
produção situada entre a quantidade zero e a quantidade ótima,
quanto mais se produz, maior é o lucro da empresa.
Na região de deseconomia de escala, que se inicia na
quantidade ótima de produção, em havendo aumento de
produção ocorre um processo de redução do lucro e, persistindo
o aumento na escala de produção, pode ocorrer prejuízo para a
empresa.
Conhecer e estabelecer os limites dessas duas regiões, para
cada produto ofertado, é de capital importância à sobrevivência
da empresa. Isto porque, o entendimento comum que diz
“...QUANTO MAIS SE PRODUZ, MAIOR O LUCRO...!”. Pode não ser
verdade. É verdade na região de economia de escala.
2.1.12 – Aplicação.
Um empresário deseja ofertar no mercado um cujo preço
vem sendo praticado a $6,00/un.
Qual deverá ser a quantidade ótima de produção, visando a
maximização do lucro, sabendo-se que a função de custo total é:
ƒCT (q) = q³ - 6q² + 15 q + 20
a) 1º Procedimento – Considerando o Preço de Mercado.
O empresário racional, desejando obter o lucro máximo,
procura produzir uma quantidade de bem ‘q’ de modo a igualar o
seu custo marginal ao preço de vendas ‘p’. Neste caso, o preço a
52
Introdução à Economia.
ser adotado é o preço de mercado, pois corresponde àquele
preço possível de ser adotado e, também, por ser competitivo.
Para tanto:
CMg (q) = preço de mercado.
i) Estabelecendo a equação do custo marginal:
Sob esta ótica, o empresário deseja saber se a quantidade
ótima de produção é compatível com o preço desejado e
calculado pela própria empresa.
Neste caso, o modelo a ser seguido adota a igualdade do
custo médio com o custo marginal. Então:
CMg (q) = 3q² - 12q +15
ii)
Calculando a quantidade ótima.
3q² - 12q +15 = 6 ∴ 3q² - 12q +9 = 0 ∴ q² - 4q +3 = 0
q’ = 3 unidades e q” = 1 unidade.
iii)
i)
Calculando as Equações dos Custos Médio e Marginal:
Cm( q) =
q3 − 6q2 + 15q + 20 ∴ CMg (q) = 3q² - 12q +15
q
Verificando o Resultado.
Levando os valores de q=3 & q=1 na equação do Lucro,
obtêm-se dois resultados negativos, respectivamente: L’ = -20 $ e
L” = -24,00 $.
Lucro = Receita – Custo Total
Lucro = 6q – {q³ - 6q² + 15 q + 20}
Considerando que em ambos os casos a produção
propiciará prejuízo igual a L’ = -20 $ & L’ = -24 $, o empresário
poderá manter a produção se considerar que a dificuldade de
mercado seja passageira. Caso contrário, o interessante é retirar
o produto de pauta.
b) 2º Procedimento – Considerando o Preço da Firma.
53
CM(q) = CMg(q) = preço da firma
ii) Calculando a Quantidade Ótima:
q3 − 6q2 + 15q + 20
= 3q2 − 12q + 15
q
∴
q3 − 6 q 2 + 15 q + 20 = 3 q3 − 12 q 2 + 15 q ∴ q 3 − 3q 2 − 10 = 0
Resolvendo a equação acima pelo método da Bisseção (ver
item 2.2.7.1), chega-se ao valor da quantidade ótima de
produção: q* = 3,7219 unidades.
iii) Calculando o Preço Firma:
Eng.º Civil Antonio Victorino Avila
O preço da firma é obtido levando o valor de q* = 3,7219 na
expressão do custo médio ou do custo marginal:
CM(q) = CMg(q) = Preço da Firma
Substituindo o valor de q* = 3,7219 em qualquer das
expressões acima se obtém o Preço da Firma:
Preço da Firma = 11,90 $
Como o preço calculado para a cobertura de todos os
custos, ou seja, o Preço da Firma = 11,90$ é superior ao Preço
de Mercado = 6,00$, é evidente que a empresa não tem
condições de competir nesse mercado. E, se assim o fizer,
apresentará lucro negativo como anteriormente determinado.
a) Exemplo de rateio:
Considere-se o caso de uma empresa que elabora três
produtos: A,B & C. Cada um deles, requerendo, apara sua
fabricação tA, tB & tC horas de máquina. Calcular o Custo Fixo a
ser alocado a cada produto considerando que o Custo Fixo Total
da empresa equivale a CFT,
Sendo:
CFA = CFT ×
CFA + CFB + CFC = CFT
tA
t A + tB + tC
CFB = CFT ×
2.1.13 - Rateio do Custo Fixo.
CFC = CFT ×
tC
t A + tB + tC
tB
t A + tB + tC
b) Exemplo Numérico:
Um questionamento a ser feito, ao se considerar uma
empresa que disponha mais de um produto em pauta, é o modo
de ratear o Custo Fixo da empresa, também denominado de
Custo Indireto, ao ser elaborada uma função de produção.
Nesta situação, o recomendável é efetuar um rateio do custo
total da empresa, adotando algum critério que permita uma
proporcionalidade de alocação desses custos, mas que seja
racional.
Como exemplo de critério de rateio tem-se: número de
homens hora, número de horas disponíveis de máquina,
montante dos custos indiretos de cada produto, produtividade,
etc.
Calcular o custo indireto ou fixo de produção a ser atribuído
a cada um dos três produtos elaborados por uma empresa
sabendo-se que:
- O Custo Fixo Total corresponde a 53.000,00 reais por mês;
- O produto A consome um total de 1.200,00 horas de
máquina;
- O produto B consome um total de 2.850,00 horas de
máquina;
- O produto C consome um total de 1.930,00 horas de
máquina;
54
Introdução à Economia.
CFn = CFT ×
CFA = 53.000 ×
tn
t A + tB + tC
1.200
= 10.635,45R$
1.200 + 2.850 + 1.930
2.1.14 – Exercícios Propostos.
a) Definir o ponto de equilíbrio, a quantidade ótima de produção e
o lucro máximo a ser auferido por uma empresa que dispõe de
um produto cujo preço de mercado é praticado a R$ 60,00/um e
que dispõe da seguinte função de custo total:
ƒ CT(q) = q3 – 35q² – 300q + 12.000
b) Dispondo da função de Custo Total dos produtos abaixo e os
preços praticados pelo mercado, em concorrência perfeita,
determinar o nível de produção que corresponda ao ponto de
equilíbrio.
CT = 4q2 + 16q + 20
e,
p=40,00
CT = 1,8q² + 2,9q + 5
e,
p=14,00.
c) Considerando os produtos abaixo, indicados pelas suas
funções de Custo Total e os respectivos preços de mercado, em
concorrência perfeita, verificar se os mesmos são viáveis para
serem produzidos. Caso afirmativo, definir o lucro máximo para
cada um deles.
55
CT(A) = q³ - 2 q² +8 q +6
CT(B) = 20q³ - 10q² +30q + 40
CT(C) = 2,6q³ - 8,3q² + 4,5 q + 4,8
sendo p= 25,00
sendo p= 55,00
sendo p= 17,00
d) Calcular o ponto de equilíbrio, a quantidade ótima de produção
e o montante do lucro máximo, visando a produção de um
produto, sabendo que o mercado o pratica ao preço de R$ 80,00
por unidade. Sabe-se que:
Custo Variável Total: CVT = q3 – 18q² - 99q
Custo Fixo Total:
CFT = 11.162, 00 R$
e) Sua empresa fabrica três produtos. Dispondo das seguintes
informações, calcule a quantidade de produção de cada produto,
visando maximizar o lucro da empresa.
Custos Indiretos Totais da Empresa: 22.800,00 $/ mês.
Horas semanais de Produção = 44 horas.
Mês: 4,3452 semanas.
Elabore os respectivos gráficos de custos.
Produ
to
Preço dos
Equipament
os
Consumo
de
Energia/u
m
Produtividad
e
um/h
A
24.600,00
22k wh/h
44
B
32.400,00
33 kwh/h
52
C
19.900,00
18 kwh/h
75
Preço de
Mercado
2.112,00
$/um
3.415,00
$/um
6.818,00
Eng.º Civil Antonio Victorino Avila
$/um
A:
B:
C:
ƒ CTC (q) = q4- 5q² - 20 q + kA
ƒ CTC (q) = 2q³ - 27q² + kB
ƒ CTC (q) = q³ - 3q² - 30 q + kC
f) Ronaldo, em 1999, resolveu abrir uma loja para vender
brigadeiros. Para tanto, investiu economias no montante de
$10.000,00. Dispondo dos seguintes dados:
I – Os custos variáveis montam a $10,00 por lote de 50
brigadeiros.
II – Os custos fixos mensais são compostos, basicamente, de:
Salário, com encargos, do gerente da loja.............. $1.000,00;
Salário, com encargos, de 2 vendedores............ $600,00/cada;
Aluguel da loja........................................................... $1.500,00;
Depreciações...................................................................100,00.
III – O preço de vendas, descontados os tributos, dos brigadeiros
é $1,20 por unidade.
IV – No primeiro ano de funcionamento as vendas trimestrais
foram:
Janeiro a março....................30.000 unidades;
Abril a junho.......................... 6.000 unidades;
Julho a setembro.................. 6.000 unidades;
Outubro a dezembro............ 20.000 unidades.
Com essas informações pede-se:
Informar se negócio deu lucro ou prejuízo em 1999?
Qual o ponto de equilíbrio mensal?
Considerando que Ronaldo deseja uma remuneração
de 2% ao mês sobre o capital aplicado, quantos
brigadeiros a loja deve vender, no mínimo?
Quantos brigadeiros devem ser vendidos para
proporcionar um lucro de $ 10.000,00 por mês?
Qual seria o novo ponto de equilíbrio sendo o salário
do gerente mudado para $400,00 por mês, mais uma
comissão de $0,05 por unidade?
No próximo exercício, considerando a queda de
vendas ocorrida entre os meses de abril e setembro, o
proprietário esta estudando em reduzir o preço de vendas
para $0,70/unidade. Neste caso, qual a quantidade mínima
a ser vendida visando a manter o lucro?
Considerando os dados originais e o baixo
desempenho da loja havido nos meses de abril a setembro,
pergunta-se: “é vantajoso o fechamento temporário da loja,
no citado período, com a dispensa dos dois vendedores?”
Visando o incremento de vendas, esta sendo
estudado o investimento em propaganda na ordem de $
1.000,00 por mês. Quantas unidades deveriam ser
vendidas para compensar o investimento?
g) Um funcionário de uma concessionária de energia elétrica
pensa em ingressar num plano de demissão incentivada e abrir a
sua própria empresa, uma pequena geradora de energia, no
intuito de vender energia para a sua cidade natal.
56
Introdução à Economia.
O projeto dessa
características:
pequena
geradora
tem
as
seguintes
Capacidade instalada de geração..................................................... 1.000 kw;
Capacidade Máxima de Geração: 30 dias×24horas×1.000kw = 720.000 kwh;
Preço de venda da energia elétrica:................................................ $ 0,11/kwh;
Custos variáveis:............................................................................ $ 0,01/ kwh;
Custos e despesas fixos:................................................. $ 21.600,00 por mês;
Depreciação, já inclusa no valor acima, ........................................ $15.000,00.
Sabendo que o funcionário recebia, bruto, um salário de
$10.000,00 e o consumo de energia da cidade alvo, em dado
mês, foi de 300.000 kwh, pergunta-se:
Qual o custo unitário do produto sob o princípio de custeio
integral?
Qual o custo unitário do produto sob o princípio de custeio
variável?
No citado mês, a empresa foi, ou não, superavitária?
Qual o ponto de equilíbrio do negócio?
Qual o volume de vendas necessário para cobrir o antigo
salário do funcionário?
Qual é o mínimo volume de vendas para não tomar dinheiro
emprestado?
Um plano de marketing prevê a distribuição, gratuita, de
chuveiros e ferros elétricos mais potentes à população da cidade.
Em decorrência desse fato, há uma previsão de aumento de
consumo de energia elétrica para 400.000 kWh. O investimento
nesse tipo de bem esta previsto para montar a $ 30.000,00. Nesta
situação, em quanto tempo ocorrerá o retorno do capital
investido?
57
h) O gerente da empresa Desterceiriza Ltda. esta analisando
fabricar, internamente, um dos componentes de um produto
fabricado pela empresa, atualmente adquirido ao valor de $ 10,00
por unidade. Dois são os equipamentos disponíveis para a
elaboração do produto: M1 e M2.
O equipamento M1 aumentará os custos fixo mensais em
$5.000,00. Em compensação, os custos variáveis unitários
seriam, apenas, $ 8,00.
O equipamento M2 aumentará os custos fixos mensais em
$15.000,00 e os custos variáveis em $7,00.
Com os dados acima, deseja-se saber:
Qual o nível de atividade que justifica a aquisição da
Máquina M1?
Qual o nível de atividade que justifica a aquisição da
Máquina M2?
Suponde que a empresa trabalhe com um nível de
atividade na ordem de 4.000 unidades, qual seria a melhor
alternativa?
Detalhe o nível de produção que justificaria cada
alternativa.
i) Um cidadão, que anteriormente trabalhava como empregado e
percebia um salário de R$ 2.000,00, abriu um negócio de
confecções.
Sua confecção incorria nos seguintes custos mensais:
Eng.º Civil Antonio Victorino Avila
Item
Matéria prima:
Salários com encargos sociais:
Energia elétrica:
Aluguel:
Seguros e impostos:
Depreciação:
Outros:
R$
40.000,00
4.000,00
530,00
1.500,00
223,00
350,00
50,00
A exceção da matéria prima, os demais itens podem ser
considerados como custos fixos.
A empresa determina seu preço de venda sob o método do
custeio integral, considerando um lucro de 50% sobre os custos
incorridos.
empresa poderá funcionar em sua capacidade máxima de
produção e vender seu produto a R$ 20,00/unidade. Neste
caso deseja-se conhecer: o novo ponto de equilíbrio contábil
e o lucro a ser obtido.
j) Uma empresa tem seu único produto vendido a R$ 1,00 por
unidade. Em dado período, praticou os seguintes custos:
-
MP =
12.000,00 R$
MOD =
6.000,00 R$
CIF fixos =
27.000,00 R$
CIF variáveis = 4.500,00 R$
A capacidade máxima de produção mensal da empresa é
de 5.000 unidades. Porém, no ultimo semestre, somente 4.000
unidades foram produzidas por mês.
Sua capacidade instalada é para produzir 100.000,00
unidades mês. Porém, vem produzindo, apenas, 90.000
unidades.
Com os dados acima, pede-se:
Considerando que os custos incorridos com MOD seja variáveis,
pergunta-se:
Qual o ponto de equilíbrio, mensal?
Qual o nível de vendas para que o proprietário mantenha a
renda que percebia enquanto empregado?
Qual o nível de vendas para que a empresa não necessite
recorrer a recursos de terceiros?
No verão, a venda do produto diminui bastante. Assim o
proprietário esta analisando a possibilidade de suspender,
temporariamente, as atividades nos meses de novembro a
março. Tal atitude possibilitará a redução dos custos fixos em
R$ 4.000,00. Neste caso, deseja-se saber o nível de vendas
abaixo do qual a suspensão de atividades é vantajosa.
Um estudo de mercado indica que, havendo investimentos
mensais na ordem de R$ 10.000,00 em publicidade, a
Qual o ponto de equilíbrio?
Qual o lucro mensal?
Qual nível de atividade resulta num lucro mensal de R$
10.000,00?
k) Você pode ganhar a importância de R$ 500,00 como
empregado ou comprar um hotel e ser proprietário de um
negócio.
Assim comprou um hotel que opera nas seguintes condições:
− Diárias:
− Custos variáveis por diária:
− Custos Fixos:
R$ 50,00
R$ 5,00
58
Introdução à Economia.
−
−
−
−
Depreciação:
Outros Custos Fixos (elimináveis):
Outros Custos Fixos (não elimináveis):
Utilização do Hotel.
R$ 6.000,00
R$ 9.000,00
R$ 1.000,00
O máximo lucro possível de se obter com a comercialização
desse produto;
O lucro máximo a ocorrer no ponto de equilíbrio;
Esboce um gráfico representativo do caso em pauta;
2
Funções de Custos: CF = 6 e, CV= 5q + 8 q
Baixa
Temporada
Alta
Temporada
Aluguéis de quartos a plena
capacidade
9.500
9.100
Quartos Alugados
5.100
8.500
Vagas
4.050
600
Capacidade e utilização do hotel
Pergunta-se:
Você esta ganhando ou perdendo dinheiro?
Quantos aluguéis são necessários no ponto de equilíbrio?
Se, na baixa temporada, o aluguel fosse reduzido para R$
16,00, qual seria o ponto de equilíbrio?
Qual seria o mínimo de atividade que justificaria o fechamento
do empreendimento na baixa temporada?
l) Conhecendo as funções de custo de um determinado produto e
sabendo que o preço de mercado em concorrência perfeita é de
R$ 26,00, determine:
O nível de produção em que ocorra ponto de equilíbrio;
59
m) O mercado de um produto funciona em livre concorrência e
apresenta o seguinte comportamento:
Curva de Oferta:
Curva de Procura:
p = 6q + 8.200
p = 4q2 – 12q – 30.000
Considerando uma empresa analisando sua participação
nesse mercado e dispondo da uma curva de Custo Total como
abaixo, pergunta-se:
• Essa empresa apresenta condições de competitividade para
participar do mercado em questão;
• Qual será o lucro máximo possível ocorrendo a sua
participação.
CT(q) = 3q² + 86,66 q + 4.800
n) Uma empresa produz apenas um produto e o vende a R$
70,00 por unidade e seus custos fixos mensais montam a R$
40,00. Com os dados expressos na tabela, calcular o abaixo
solicitado.
Os custos: CT, CV, CFm, CVm, CMg, para os níveis de
produção considerados; A quantidade ótima de produção e o
possível lucro máximo;
Eng.º Civil Antonio Victorino Avila
q
C
M
1
12
6
2
10
6
3
93
4
82
5
72
6
64
7
6
2
8
64
9
67
10
70
2.2 - Ajuste de Curvas Polinomiais.
2.2.1 – Objetivo.
No item anterior foram estudados os vários tipos de custos,
utilizando funções contínuas ou a forma discreta.
o) Calcular o ponto de equilíbrio e a quantidade ótima de
produção visando a produção de um produto, sabendo que o
mercado pratica o preço de R$ 180,00 por unidade, sujeito à
seguinte função de Custo: CT(q) = q3 – 18q² + 99q – 162.
p) Estabelecidas as funções de custo de um produto, e sabendo
que o seu preço de mercado é de R$ 50,00.
Na vida profissional, os dados de custos são obtidos de
forma discreta, partindo dos custos fixos e dos custos variáveis
conexos a cada volume de produção, ou melhor, a cada
quantidade produzida.
Havendo interesse conhecer valores intermediários de
modo mais expedito, é possível ajustar uma curva que represente
a função de custos, ao se dispor de um conjunto de pontos custos
× quantidade, os exprimindo por meio de uma função polinomial.
CFT (q) = 20 e, CVT (q)= 4q²+16q
Solicita-se:
• O nível de produção relativo ao ponto de equilíbrio;
• O lucro máximo possível com a venda do produto;
• A quantidade ótima de produção;
• O montante do lucro no ponto de equilíbrio;
• O gráfico representativo da questão.
60
Introdução à Economia.
Alerta-se que, quanto maior for o conjunto de pontos
disponíveis, maior será a representatividade da curva polinomial.
2.2.2 – O Modelo.
O modelo a ser discutido e proposto para o ajustamento
de curvas será o método dos Mínimos Quadrados.
No caso, será ajustada uma função polinomial aos dados
discretos, obtidos a partir dos custos calculados.
forma:
Para tanto, a função y = ƒ(x) pode ser escrita da seguinte
y = a0 + a1x1 + a2x2 + a3x3 + a4x4 + … + anxN
Onde:
x é a variável independente. Ela expressa a quantidade de
produção desejada;
y a variável dependente.
Correspondente ao custo de
produção;
a0 , a1, a2, a3 , a4, … , an, constantes paramétricas a serem
determinadas.
Resolver uma função polinomial significa determinar suas
constantes paramétricas.
Para tanto, são necessárias tantas equações quantas são as
constantes a determinar.
61
Via de regra, para resolver uma função polinomial de grau “n”,
são necessárias “n+1” equações.
Milone & Angelini em Estatística Aplicada pg. 166, mostram
que o sistema de equações normais que possibilita calcular os
coeficientes da função polinomial apresenta a seguinte forma
geral:
Σy = n a0 + a1 Σx + a2 Σx2 + a3 Σx3 + ...+ an Σxn
Σxy = a0 Σx + a1 Σ x2 + a2 Σ x3 + a3 Σ x4 + ...+ an Σ xn+1
Σx2y = a0 Σx2 + a1 Σ x3 + a2 Σ x4 + a3 Σ x5 +...+ an Σ xn+2
Σx3y = a0 Σx3 + a1 Σ x4 + a2 Σ x5 + a3 Σ x6 +...+ an Σ xn+3
Σx4y = a0 Σx4 + a1 Σ x5 + a2 Σ x6 + a3 Σ x7 +...+ an Σ xn+4
........................................................................................
Σxny = a0 Σxn + a1 Σxn+1+ a2 Σ x n+2+ a3 Σx n+3+...+ an Σ x2n
2.2.3 - Ajuste de Reta.
Uma reta, ou função linear, é resolvida por um sistema de
duas equações a duas incógnitas.
Eng.º Civil Antonio Victorino Avila
∑ ? = (@A + CD ∑ E
H
<=
∑ F? = @A ∑ E + CD ∑ E G
Neste caso da reta, o sistema assume as seguintes condições:
Σy = na + b Σx
Σxy = a Σx + b Σ x2
2.2.5 - Exercício.
2.2.5.1 - Ajustar um polinômio do segundo grau representativo
dos custos de produção abaixo:
Quant
0
5
10
15
.
custos
2500
2855
3160
3595
Quantidade em mil unidades; Custos em R$
n
As funções polinomiais quadráticas são representadas por
parábolas, possíveis de serem determinadas por um sistema de
três equações a três incógnitas.
1
Forma Canônica: y = a0 + a1 x + a2 x²
4
Σy = n a0 + a1 Σx + a2 Σx2
Σxy = a0 Σx + a1 Σ x2 + a2 Σ x3
Σx2y = a0 Σx2 + a1 Σ x3 + a2 Σ x4
ou, substituindo pelos coeficientes segundo expresso na forma
canônica, obtêm-se o seguinte sistema de equações:
Σy = n a + b Σx + c Σx2
Σxy = a Σx + b Σ x2 + c Σ x3
Σx2y = a Σx2 + b Σ x3 + c Σ x4
25
30
3820
4185
4535
Função Quadrática de Custos - Parábola
2.2.4 – Ajuste de Curva – Função Quadrática.
Partindo do caso geral, a função é resolvida utilizando um
sistema de três equações a três incógnitas:
20
q
Custo
x
2
x
3
x
4
xy
yx
2
2
3
5
6
7
8
9
1
0
1
1
Σ
62
Introdução à Economia.
2.2.5.2 - Ajustar uma curva representativa dos Custos Totais e
dos Custos Marginais, dispondo dos dados abaixo.
Curva de Custo Total
n
q
1
2
3
4
24
28
CV 10 18
CF 100 100 100 100
CT 110 118 124 128
CM 110 59 41,3 32
8
6
4
CMg 10
5
6
7
8
30
33
38
52
100 100 100 100
130 133 138 152
26 22,2 19,7 19
2
3
5
14
9
71
100
171
19
19
10 11
100 131
100 100
200 231
20
21
29
31
1
2
3
4
5
6
7
8
9
1
0
1
1
Σ
63
x=q
y = CT
x
2
x
3
x
4
xy
yx
2
Eng.º Civil Antonio Victorino Avila
Curva de Custo Marginal
n
x=q
CMg
1
1
10
2
2
8
3
3
6
4
4
4
200
5
5
2
6
6
3
150
7
7
5
8
8
14
9
9
19
50
1
0
10
29
0
1
1
11
31
Ajuste de Curva Total
v a lo re s e m R $
250
100
1
2
3
4
5
6
7
8
quantidade
Quant x Custo Total
9 10 11
x2
x3
x4
xy
y x2
Σ
É comum, utilizando simplesmente os quantitativos de
produção, que os números calculados na tabela cheguem a
valores muito altos, fato que dificulta a operacionalização dos
mesmos.
Um artifício visando reduzir o tamanho destes valores é
atribuir à quantidade intermediária de “x”, na tabela N= 6, o valor
zero. A seguir, recomenda-se atribuir aos valores anteriores ao
64
Introdução à Economia.
valor intermediário o sinal negativo e, aos superiores, o sinal
positivo. Mantendo-se, porém, a variação de quantidade.
Resolvendo o
coeficientes:
Custo Marginal
n
y=
CM
10
8
6
4
2
3
5
14
19
29
31
x²
x³
x4
xy
x²y
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
x
=q
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
25
16
9
4
1
0
1
4
9
16
25
-125
-64
-27
-8
-1
0
1
8
27
64
125
625
256
81
16
1
0
1
16
81
256
625
-50
-32
-18
-8
-2
0
5
28
57
116
155
Σ
-
131,0
110,0
-
1.958,
251,00
250
128
54
16
2
0
5
56
171
464
775
1.921,
0
Montando o sistema de equações
determinação dos coeficientes do polinômio:
necessário
sistema
acima
obtém-se
65
131 = 11 a0 + 0 a1 + 110 a2
251 =
0 a0 + 110 a1 +
0 a2
1.921 = 110 a0 + 0 a1 + 1958 a2
valores
dos
a0 = 1,2269 ;
a1 = 2,2818 ;
a2 = 0,9798
Substituindo estes valores na expressão canônica, chega-se à
equação representativa dos custos:
y = 1,2269 + 2,2818 x + 0,9798 x²
2.2.6 – Sistemas Lineares - Algoritmo de Gauss.
O objetivo deste item é apresentar a resolução de sistemas
lineares de equações utilizando o algoritmo de Gauss.
Para tanto, será discutido o ajuste de uma parábola (curva do 2º
grau) aos seguintes dados relativos ao custo da produção:
à
Quantidade Produzida = x
1
2
4
5
Custo de Produção = y
3
3
8
10
Forma Canônica: y = a0 + a1 x + a2 x²
Σy = n a0 + a1 Σx + a2 Σx2
Σxy = a0 Σx + a1 Σ x2 + a2 Σ x3
Σx2y = a0 Σx2 + a1 Σ x3 + a2 Σ x4
os
2.2.6.1 – Ajuste da Parábola.
y = a0 + a1 x + a2 x²
Σy = n a0 + a1 Σx + a2 Σx2
Σxy = a0 Σx + a1 Σ x2 + a2 Σ x3
Σx2y = a0 Σx2 + a1 Σ x3 + a2 Σ x4
Eng.º Civil Antonio Victorino Avila
Os valores obtidos para os termos situados acima da
diagonal principal permitirão a resolução do sistema de equações
já citado.
a) Definição do Sistema Linear
n
1
2
3
4
Σ
x
=q
1
2
4
5
12
y = CM
x²
x³
x4
xy
x²y
3
3
8
10
24
1
4
16
25
46
1
8
64
125
198
1
16
256
625
898
3
6
32
50
91
3
12
128
250
393
Como exemplo de matriz a ser obtida:
1
0
α
1
β
δ
∆1
∆2
0
0
1
∆3
Partindo desta matriz pode-se reescrever o sistema de equações
sob a seguinte forma:
24 = 4 a0 + 12 a1 + 46 a2
91 = 12 a0 + 46 a1 + 198 a2
393 = 46a0 + 198 a1 + 898a2
iii)
Aplicação do Método de Gauss.
O método permite calcular os coeficientes das equações
do sistema acima definido: a0 ; a1 e a2
linear.
Para tanto, é montada a matriz representativa do sistema
A solução do sistema ocorrerá depois de efetuada uma
série de operações (2) elementares sobre matrizes que permitirão
atribuir aos termos integrantes da diagonal principal o valor um. E,
aos termos situados abaixo da diagonal principal o valor zero.
2
( ) Operações Elementares Sobre Matrizes:
I – Dividir ou multiplicar linha ou coluna por um número;
II – Somar ou subtrair linha de linha;
III – Trocar posição de linhas.
@A + J@K + L@M = ∆K
I @K + O@M = ∆M I
@M = ∆ P
Visando obter o sistema que permitirá definir os
coeficientes das equações, dois procedimentos serão
examinados:
Operando a divisão da diagonal principal;
Operando sem divisão
a) Operando a divisão da diagonal principal:
Inicialmente, para definir como 1 o primeiro termo da
diagonal principal, os valores da Linha 1 da matriz serão divididos
por 4: L1÷4.
66
Introdução à Economia.
4
12
12
46
46
198
24
91
46
198 898 393
→
1
3
11,5
6
12
46
198
91
46
equações que permitirá
definido:
198 898 393
a2 = 0,333
a1 + 6 a2 = 1,9
a0 + 3 a1 + 11,5a2 = 6
Operando a seguir as linhas: L2: L2 – 12 L1 e, L3: L3 – 46 L1
1
0
3
10
11,5
60
6
19
0
60
369 117
1
0
3
1
11,5
6
0
60
369 117
Resolvendo o sistema acima se obtém:
Operando a linha L2: L2 ÷ 10
a2 = 0,33333 ;
6
19
Operando a linha L3: L3 – 60 L2
0
1
6
0
0
9
6
1,9 Dividindo a linha L3 por 9:
3
↓
1
0
0
3
1
0
11,5
6
1
a0 = 2,466667.
y = 2,466667 – 0,1 x + 0,33333 x²
iv)
11,5
e,
y = a0 + a1 x + a2 x²
↓
3
a1 = - 0,1
Substituindo os coeficientes acima na expressão canônica:
↓
1
resolver o sistema anteriormente
6
1,9
0,333
Com os valores desta última matriz, depois de obtidos os
valores 1 para os coeficientes da diagonal principal e zero para
aqueles que lhes ficam abaixo, é possível montar o sistema de
67
Operando sem divisão.
Neste item é apresentado um procedimento visando resolver o
sistema sem efetuar a divisão.
4
12
46
12
46
198
46
198
↓
24
91 Operando L2: 4L2 – 12 L1 e, 4L3-46L1
898 393
Eng.º Civil Antonio Victorino Avila
4
0
12
40
46
240
0
240 1476 428
2.2.7 – Polinômios do 3º Grau.
24
Operando L3: 40 L3 – 240 L2
76
Os polinômios de terceiro grau podem ter suas raízes
obtidas através de diversas metodologias, notadamente:
↓
4
0
12
40
46
240
24
76
0
0
1440
480
Método da Bisseção;
Algoritmo de Briott-Ruffini;
Algoritmo de Newton Raphson (3).
2.2.7.1 – Método da Bisseção.
Desta matriz, considerando que os coeficientes que se
encontram situados abaixo da diagonal principal são nulos, podese escrever o seguinte sistema:
a) A Metodologia
O método da Bisseção visa, partindo de uma solução
arbitrada e a mais próxima possível da real raiz de um polinômio
e, efetuando um numero sucessivo de iterações, definir uma de
suas raízes.
Esta metodologia é um processo de fácil aplicação, com o
inconveniente de ser muito trabalhoso. Ver Figura 2.12.
Resolvendo o sistema acima o resultado obtido apresenta os
mesmos valores daqueles anteriormente obtidos, c.q.d.:
a2 = 0,33333 ;
a1 = - 0,1
Sendo na forma canônica:
e,
O processo é iniciado ao ser arbitrado um possível valor
para a raiz do polinômio e verificado se esse valor zera o valor
do mesmo.
a0 = 2,466667
y = a0 + a1 x + a2 x²
Sendo este primeiro valor positivo, (+), arbitra-se outro
valor maio e calcula-se, novamente, o valor do polinômio.
A Parábola representativa dos custos dados tem a seguinte
expressão:
Tal operação deverá ser repetida até ser encontrado um
valor negativo para o polinômio.
y = 2,466667 – 0,1 x + 0,33333 x²
3
( ) a demonstração do algoritmo não será motivo de discussão neste curso.
68
Introdução à Economia.
encontrada que apresentou um valor negativo ao resultado do
polinômio e a ultima em que esse valor tenha sido positivo.
O processo deverá ser repetido tomando-se valores cada
vez mais próximos, até a obtenção de um valor para o
polinômio que apresente um resultado o mais próximo possível
de zero.
b) Aplicação.
Calcular uma das raízes reais do polinômio abaixo definido:
y = x³ - 10 x² + 75 x - 722
Início do Processo: Arbitrando o valor k=10 para a primeira
tentativa, para: k=10, tem-se y = 28.
Ao ser definida uma possível raiz em que o valor obtido
para resultado do polinômio seja menor que zero, volta-se ao
procedimento inicial. Isto é, procura-se uma raiz menor que a
ultima encontrada em que o valor do polinômio seja positivo.
Como recomendação para acelerar o processo de cálculo,
a próxima raiz a ser adotada para o calculo do valor do
polinômio deve ser a média aritmética obtida entre a ultima raiz
69
k
10,0
8,0
9,0
9,5
9,75
9,875
k2 =
y = x³ - 10 x² + 75 x - 722
y
k
28,00
-250,00
-128,00
-54,625
-14,51
y
10 + 8
10 + 9,5
10 + 9
= 9 ; k3 =
= 9,75
= 9,5 ; k 4 =
2
2
2
k5 =
9,75 + 10
= 9,875
2
Eng.º Civil Antonio Victorino Avila
Da tabela, depreende-se que o valor a ser atribuído à variável x
como raiz do polinômio é k =
.
2.2.7.2 – Algoritmo de Briott – Ruffini.
y = x³ - 18 x² + 99 x - 162
1º Passo – Decompor o termo independente em seus fatores
primos.
16
2
81
27
9
3
1
O Algoritmo de Briott – Ruffini permite a obtenção de raízes
inteiras de polinômios do 3º grau utilizando.
Para tanto, a metodologia possibilita, inicialmente,
determinar uma das raízes inteiras do polinômio. E, de posse
dessa raiz é possível representá-lo em forma do produto de um
polinômio do 1º grau por um polinômio do 2º grau, este de fácil
solução.
Forma canônica do polinômio: y = a0 + a1x + a2 x² + a3 x³
Forma desejada:
y = ( x – k ) (a’0 + a’1x + a’2 x²)
O objetivo, então, é achar a raiz “k”, que passa a ser o
termo
independente do
polinômio
do
1º
grau
e,
concomitantemente, uma das raízes do polinômio do terceiro grau
em consideração.
2
3
3
3
3
2º Passo – O Algoritmo de Briott – Ruffini.
Considerando que o número 3 é o fator que aparece com maior
frequência na decomposição do termo independente, então será
o valor adotado para a verificação de ser uma das raízes do
polinômio.
1
3
Obtida a raiz “k”, o algoritmo permite escrever o polinômio
na forma desejada e, em seguida, resolver a equação do 2º grau
conexa, cujas raízes equivalem às duas raízes do polinômio do 3º
grau que faltam ser determinadas.
A utilização do dispositivo prático de Briott-Ruffini será
apresentada ao serem calculadas as raízes do polinômio abaixo.
2 x 34 = 162
1
-18
3×1=3
-15
99
3 × -15 = - 45
54
-162
3 × 54 =162
0
Sendo, após a aplicação do algoritmo, o resultado da ultima
iteração igual a zero, fica constatado ser o número 3,
efetivamente, uma das raízes procuradas.
Logo: k1 = 3
70
Introdução à Economia.
3º Passo: Rebaixamento do Nível do Polinômio
Forma desejada:
ƒ C( q) = a 0 + a 1q1 + a 2 q 2 + a 3 q 3 + L + a n q n
y = ( x – k ) (a’0 + a’1x + a’2 x²)
Substituindo na expressão acima a raiz 3 no primeiro termo e os
coeficientes oriundos do algoritmo no 2º termo da expressão, é
possível escrever o polinômio na seguinte forma:
y = (x – 3) (54 - 15 x + x²)
Igualando a zero o segundo termo da expressão, obtêm-se as
duas raízes faltantes:
x² - 15 x + 54 = 0
∴
k2 = 9
e,
k3 = 6
Assim, as raízes do polinômio são: 3;6 e 9.
2.2.7.3 – Algoritmo de Newton-Raphson.
2.2.7.3.1 – O Algoritmo.
O algoritmo de Newton-Raphson permite determinar uma
das raízes reais de um polinômio.
Considerado uma função de custo ƒC expressa sob a forma
polinomial e, sendo: “q” a variável que expressa as quantidades a
serem produzidas, ƒ’C(qi) a derivada da função de custos para
cada valor de “q” e, ai os coeficientes numéricos relacionados a
cada variável:
71
O calculo de uma das raízes reais do polinômio, q*, que zera
a função de custos ƒC=0, é obtida através um processo interativo.
Para tanto, os procedimentos abaixo devem ser seguidos:
a) Para reduzir o número de iterações e acelerar o processo,
ao ser efetuada a primeira iteração deve-se atribuir a “q” o
valor zero.
b) A cada iteração, tanto para a determinação da ƒC como de
ƒ’C, adota-se para oi valor de “q” aquele obtido na iteração
anterior.
c) O processo de iteração pode ser interrompido quando um qi,
qualquer, que faça ƒC≈0 ou, que a variação da função ƒC
para valores de qi e qi+1, seja mínima ou aproximadamente
zero.
A metodologia segue, então, os seguintes procedimentos:
q0 = −
fC(q = 0)
f ' C(q = 0)
q1 = q 0 −
fC( q 0 )
f ' C( q 0 )
q 2 = q1 −
fC( q1 )
f ' C(q1 )
q3 = q 2 −
fC( q 2 )
f ' C(q 2 )
Eng.º Civil Antonio Victorino Avila
...............................
q n = q n −1 −
fC( q n −1 )
f ' C( q n −1 )
Quando qn≈ qn-1 ou ƒC≈0 , o processo pode ser interrompido.
3ª Iteração: fazendo q = - 0,6497.
CT= - 4,7337 e, CT’ = 11,8651
q 2 = q1 −
fC( q1 )
− 4,7337
= −0,6497 −
= −0,6497 + 0,3990 = −0,2507
f ' C( q1 )
11,8651
4ª Iteração: fazendo q = - 0,2507
CT= 3,8529 e, CT’ = 9,1913
2.2.7.3.2 – Aplicação.
q3 = q2 −
Utilizando o método de Newton-Raphson, calcular uma das
raízes do seguinte função de custos:
fC(q 2 )
3,8529
= −0,2507 −
= −0,2507 − 0,4192 = −0,6699
f ' C(q 2 )
9,1913
CT=q³-2q²+8q+6
E, sendo:
dCT
= 3q 2 − 4q + 8
dq
1ª Iteração: fazendo q=0
CT =6 e, CT’ = 8 ∴ q 0 = −
fC(q = 0)
6
= − = −0,75
f ' C(q = 0)
8
2ª Iteração: fazendo q = - 0,75
CT= -1,2725 e, CT’= 12,6875
q1 = q 0 −
fC( q 0 )
− 1,2725
= −0,75 −
= −0,75 + 0,1003 = −0,6497
f ' C( q 0 )
12,6875
72
Introdução à Economia.
preço a que eles estão dispostos a pagar, mantida a condição
“ceteris paribus”(4), isto é, que somente haja variação de um fator,
no caso o preço, mantida a quantidade ofertada.
2.3 – A Oferta e a Procura.
2.3.1 - Conceitos
Por condição “ceteris paribus” entende-se a situação em que
apenas ocorre a alteração do preço de um bem em função da
quantidade consumida, ou vice versa. Enquanto outros fatores
que influenciam a aquisição deste mesmo bem e, portanto, as
flutuações de seu preço permanecem constantes, a exemplo de:
gosto, renda, preço de outros bens correlacionados, etc..
2.3.1.1 - A Demanda.
Lei da Demanda ou Procura: para a maioria dos produtos,
quanto maior o seu preço, menor será a quantidade que cada
indivíduo estará disposto a comprar ou demandar. Do mesmo
modo, quanto menor o preço de um bem, maior será o número de
unidades demandadas. Comportamento esse mostrado na Figura
2.13.
2.3.1.2 - A Oferta.
Lei da Oferta: quanto maior a oferta de um bem, maior será
o preço que os ofertantes desejarão cobrar por ele.
A curva de demanda de mercado, mostra a relação entre a
quantidade demandada de um bem por todos os indivíduos e o
4
( ) Do latim, mantidas as demais condições.
73
Eng.º Civil Antonio Victorino Avila
Identicamente à demanda, a oferta de um bem ou serviço
depende de uma série de fatores. Podem ser citados: tecnologia;
preço da terra, do trabalho e do capital, bem como o preço de
mercado do bem que se deseja oferecer.
A curva de oferta de mercado mostra a relação entre a
quantidade oferecida de um bem por todos os produtores e o
respectivo preço, ceteris paribus.
Da Figura 2.14 - Curva de Demanda, pode-se constatar
que o comportamento dos produtores é aumentar os preços dos
produtos e serviços conforme cresce a quantidade oferecida ou
demandada pelo mercado.
Sendo os preços expressos em função das quantidades,
P = f (q)
E, sendo a curva de Oferta representada por PO e a de
demanda PD, o ponto de equilíbrio de mercado ocorre quando:
PO f(q)= PD f(q)
2.3.2 - O Equilíbrio do Mercado.
A interação e comportamento do conjunto de produtores e
dos consumidores podem ser analisados quando colocados em
contato, ou postos em mercado, situação em que cada um deles
demonstra o respectivo comportamento.
O ponto de equilíbrio de mercado e consequentemente o
preço de mercado é definido, graficamente, na intersecção da
curva de oferta com a de demanda. E, em decorrência, a
quantidade de equilíbrio do mercado. Ver Figura 2.15 – O
Equilíbrio do Mercado.
Por definição, o preço de equilíbrio de mercado é aquele em
que coincidem os planos dos demandantes ou consumidores e o
dos ofertantes ou produtores.
Em situação de equilíbrio, as quantidades ofertadas e
demandadas se igualam. E, também, os preços.
74
Introdução à Economia.
2.3.3 – Exercícios.
2.3.4 - O Comportamento dos Mercados.
a) Calcular o ponto de equilíbrio de um produto, cujas curvas de
oferta e procura são, respectivamente:
2.3.4.1 – Tipos de Mercados.
Po = 43 – 3q e,
Pd = 5q + 7.
Para obter o Ponto de Equilíbrio, igualam-se as duas expressões
e chega-se ao valor da quantidade de equilíbrio em que qo = qd =
q* = 4,5 un. E, consequentemente, o preço de equilíbrio p* =
29,50 $.
b) Defina o equilíbrio de um mercado, sabendo que os
consumidores apresentam comportamento linear expresso pela
equação Pd = 7q + 12. E, os produtores apresentam um
comportamento segundo o modelo Po = 5q² - 3q + 12. Trace os
gráficos.
c) Qual deverá ser o Custo Marginal de produção de uma
empresa que deseja colocar certo produto no mercado cujas
curvas de oferta e procura, são: yo = 10 q + 48 e yd = 205 – 3q .
Apresente graficamente a sua assertiva.
d) Considerando o exercício anterior, defina o novo ponto de
equilíbrio de mercado, sabendo-se que, devido a uma evolução
do quadro de oferta, a sua curva representativa passou a
apresentar o modelo P0¹ = 6q² - 3,6+ 14,4.
Os tipos de mercado, conforme anteriormente relacionado,
são diferenciados segundo o número de vendedores ou de
compradores que deles participam, e que são:
Livre Concorrência ou Concorrência Perfeita;
Monopólio;
Oligopólio;
Monopsônio & Oligopsônio.
Nos mercados relacionados, a quantidade a ser produzida
por qualquer tipo de indústria ou de mercado são regulamentadas
pelo preço.
Anteriormente foram estudados a formação do preço e o
comportamento do mercado.
Agora, o objetivo deste item é mostrar o sistema
econômico como um todo coerente, tornando conexos os
assuntos estudados.
2.3.4.2 - Concorrência Perfeita.
2.3.4.2.1 – Conceituação.
75
Eng.º Civil Antonio Victorino Avila
Os mercados perfeitamente competitivos são caracterizados
por possuírem um grande número de participantes, a entrada e a
saída de competidores é livre, pois o processo decisório de cada
empresa é independente e os produtos vendidos são
homogêneos.
A seguir, é apresentado o comportamento de uma empresa,
Figura 2.16, e do mercado onde atua, Figura 2.17.
Todos os concorrentes praticam o preço determinado pelo
mercado, pois nenhum deles detém controle sobre o preço
praticado pelo mercado.
Nessas figuras, é visto que o vendedor individual venderá
uma quantidade – Q* - definida pela sua curva de custo marginal.
Quantidade essa, Q*, que maximiza o lucro do produtor.
Assim, uma empresa atuando em mercado de
concorrência perfeita consegue vender a quantidade desejada
desde que se sujeite ao preço praticado pelo mercado. E, tendo
por base o seu custo marginal, a empresa decidira o quanto
poderá produzir.
Em contrapartida, o preço praticado será definido pela
intercessão das curvas de oferta e da procura do mercado.
Pelo exposto, a curva de custo marginal da empresa
perfeitamente competitiva é também a sua curva de oferta.
Q* = ƒ (CMg)
Considerando que no curto prazo o preço é constante, os
lucros serão maximizados ao nível de produção em que o custo
marginal se equiparar ao preço praticado, isto é, quando a
Receita Marginal for igual ao Custo Marginal.
RMg = CMg
Assim, dado qualquer preço praticado, a empresa atuante
em mercado perfeitamente competitivo, produzira uma
quantidade de bens em que o Preço é igual ao seu Custo
Marginal.
Preço = CMg
Do ponto de vista da empresa, se o preço por ela estipulado para
os seus produtos for superior ao de mercado, isto é, o seu CMg
for superior ao preço definido pelo Ponto de Equilíbrio de
76
Introdução à Economia.
mercado, ela deve se abster oferecer seus produtos por não
serem competitivos.
2.3.4.2.2 – A Firma e o Mercado.
Sendo pF o preço da firma e pm o preço praticado pelo
mercado, tem-se as seguintes situações:
Quando
Situação
pF > pm
Nesta situação a participação no mercado indica
prejuízo.
pF = pm
A empresa participa do mercado, cobrindo seus
custos, porém sem obter lucros extraordinários.
pF < pm
A empresa obtém lucro extraordinário, muito
superior àquele normalmente obtido ou desejado,
o que permite uma grande capitalização.
a) Preço de Mercado Superior ao Da Firma.
77
A participação da empresa no mercado depende do preço
calculado para seus produtos comparado àquele praticado pelo
mercado em concorrência perfeita.
No desenho apresentado pelas Figuras 19 e 20, o preço do
mercado é superior ao da empresa, o que demonstra uma
situação de lucro puro.
Sendo PFIR = Preço da firma, ou seja, o preço que cobre os
custos, os tributos e o lucro desejado; PPRA o preço praticado pela
firma igual ao preço de equilíbrio de mercado, P0. E, sendo o
preço de mercado superior ao da firma, ocorre o que se denomina
de lucro puro, sendo este acréscimo de lucro igual ao valor da
área achurada na Figura 2.19:
∆L=QFIR RPPRA -PFIR Eng.º Civil Antonio Victorino Avila
b) Preço da Firma Superior ao de Mercado.
Curva de Procura:
p = 4q² - 13 q - 136
A luz dos seus conhecimentos, uma empresa que dispõe de uma
curva de Custo Total abaixo definida, pode participar deste
mercado?
CT(q)= 4q³ - 3 q² + 86q + 15.400
2.3.4.3 – O Oligopólio.
Um mercado em Oligopólio tem como característica principal
haver um pequeno grupo de empresas concorrendo entre si com
produtos levemente diferenciados uns dos outros.
Podem ocorrer algumas situações nesse caso:
•
Este caso é o inverso do anterior em que, pois o preço do
mercado é superior ao da firma. Caso ela persista em oferecer
o produto, ela incorrerá em prejuízo em valor equivalente ao
da área achurada conforme Figura 2.21, pois o preço de
mercado P0, definido conforme a Figura 2.22, se mostra
inferior àquele necessário a cobrir os custos da firma.
2.3.4.2.3 – Exercício.
Considerando o mercado em livre concorrência para certo
produto e que apresenta o seguinte comportamento.
Curva de Oferta: p = 6q + 32
•
•
Cartelização, com determinação de preço visando ocorrer
lucro extraordinário;
Concorrência visando o domínio de mercado, quando a
propaganda é um forte instrumento;
Regulamentação do mercado pelo governo.
O cartel é definido como um acordo entre empresas
independentes visando uma atuação coordenada de suas
operações de modo a restringir a concorrência entre elas e
elevar preços, situação essa prejudicial economicamente ao
mercado consumidor.
Para evitar formação de cartel e o controle dos oligopólios,
especialmente quando as empresas são concessionárias de
78
Introdução à Economia.
serviços públicos, podem ser instituídas
Reguladoras que tem como instrumentos de ação:
Agências
Adoção de Empresa espelho.
Controle de custos e remessa de lucros.
Metas de desempenho e modernização técnica.
Impedir controle das empresas por holding comum.
2.3.4.4 – O Monopólio.
a) Limitação dos custos incorridos, quando as empresas devem
cumprir os custos de uma empresa “espelho”;
b) A definição do modo e percentual de remuneração do ativo
imobilizado em serviço;
c) Metas de desempenho e qualidade dos serviços.
d) Procedimentos para remuneração dos custos quando as
tarifas são insuficientes.
2.3.5 – Politicas de Mercado em Concorrência Perfeita.
O monopólio é caracterizado pela existência de um único
fornecedor de bem ou serviço que não possua substituto próximo
numa determinada região ou País.
A discussão neste item é quanto à formação de politicas a
serem implantadas quanto ao aumento da oferta ou da demanda
sem que se rompa a situação de equilíbrio do mercado ou
gerando inflação ou a perda de postos de trabalho.
Neste caso o produtor determina o seu preço, normalmente
sob o modelo:
2.3.5.1 - Variação de Demanda.
Preço = Custo + Lucro.
Para impedir o aumento abusivo de preços, o governo define uma
regra para determinar a formação do preço final ou mesmo do
lucro.
Como exemplo tem-se o caso da energia elétrica onde o preço
é formado pela remuneração de duas variáveis: os custos e a
remuneração dos ativos.
Visando a proteção do consumidor, os órgãos ou agências
reguladoras definem metas visando atender politicas tais como:
79
Havendo aumento de demanda, visando evitar a ocorrência da
inflação e a consequente manutenção dos preços praticados, a
contrapartida é aumentar a oferta de bens e serviços usando de
instrumentos como:
•
•
•
Financiamento do aumento da produção com juros
atrativos;
Incentivos fiscais visando reduzir custos ou preços;
Importação de produtos;
Eng.º Civil Antonio Victorino Avila
a demissão de trabalhadores, fatos que podem decorrer na
redução da economia e na intranquilidade social.
Com o aumento da oferta, ocorre um deslocamento da
respectiva curva fazendo com que a quantidade demandada
cresça mantendo os preços constantes.
2.3.5.2 – Crescimento da Oferta
Neste contexto,
o objetivo politico é promover o
incremento do consumo visando manter o nível de preços manter
de modo que os produtores mantenham a oferta de seus bens ou
serviços e, em consequência, o nível de emprego.
Havendo aumento de oferta, o objetivo é aumentar a
demanda visando evitar a instalação de um processo de deflação.
Para tanto podem ser implantadas politicas de:
O objetivo, nesta situação de aumento de oferta é manter o
nível de preços de modo que não ocorra, num segundo
momento, um processo de retração da oferta.
•
•
•
É interessante notar que havendo deflação, pode ocorrer a
redução de produção pela insuficiente remuneração dos ativos e
•
•
•
Aumento de renda dos consumidores;
Manutenção da renda de aposentados e pensionistas;
Melhoria nos serviços de saúde, educação e serviços
públicos;
Gratuidade em alguns serviços de interesse público;
Redução de importações;
Redução de tributos;
80
Introdução à Economia.
•
Incentivos fiscais na aquisição de insumos.
2.3.5.4 – Exercícios Propostos.
a) É licito afirmar:
81
•
Havendo aumento da capacidade aquisitiva da
população ocorre um crescimento da demanda por
produtos. Visando evitar o estabelecimento de um
processo inflacionário o governo pode privilegiar o
financiamento da capacidade instalada de certo tipo
indústrias.
•
A oferta gratuita para a população em geral de serviços
médicos de qualidade pode aumentar a demanda por
bens de consumo durável de baixo valor aquisitivo.
•
Recentemente, em varias cidades do Brasil, foi tentado
aumentar o IPTU, de um exercício para outro, em
valores que triplicariam ou quintuplicariam o valor pago
anteriormente. Tal fato, se fosse realizado, poderia não
afetaria o consumo de bens de consumo duráveis de
baixo valor, pois os contribuintes poderiam optar pelo
pagamento deste tributo de modo parcelado.
Eng.º Civil Antonio Victorino Avila
Parte III - Macro Economia
82
Introdução à Economia.
3–MACROECONOMIA.
Repetindo o já comentado na Parte I, a macroeconomia
estuda o funcionamento da economia em seu conjunto. Ou
seja, os grandes agregados econômicos cuja abrangência é o
total da economia.
O propósito da desse estudo é obter uma visão
simplificada da economia e, ao mesmo tempo, com os dados
disponíveis, conhecer e atuar sobre o nível da atividade
econômica de um município estado, uma região ou de um país.
E, para tanto, procurar o equilíbrio econômico da
sociedade dentro de uma visão de desenvolvimento e, como
atualmente também é propugnado, em função da melhoria da
qualidade de vida da sociedade, pois permite balizar politicas
que contribuam para um ordenamento dos recursos nacionais.
3.1 – Princípios da Ciência Econômica.
3.3.1 – Princípio Fundamental.
Este princípio leva ao estabelecimento da identidade
contábil da macroeconomia, que diz, “para um determinado
nível de produto, a procura agregada é igual à oferta
agregada”. Em expressão matemática:
Despesa Agregada = Produto Agregado = Renda Agregada
ou
Procura Agregada = Oferta Agregada
3.3.2 - Princípio de Say
O Princípio de Say, Jean Baptiste Say - economista
francês do período clássico, estabelece a relação entre
produção, oferta e demanda. E, diz:
“A atividade de produção de todas as firmas gera o
produto agregado e, simultaneamente, o poder de compra dos
fatores de produção.”
Noutras palavras: a produção cria a renda que permite
comprar, integralmente o produto.
Este princípio leva a concluir que a atividade de geração
do produto agregado cria, simultaneamente, a renda agregada,
a oferta desse produto no mercado cria, logicamente, a sua
possibilidade de compra, isto é, a demanda agregada.
A ciência econômica tem como princípio fundamental:
“O poder de compra não pode ser destruído”.
3.2 - O Equilíbrio do Mercado.
3.2.1 - Os Fluxos Macro Econômicos.
83
Eng.º Civil Antonio Victorino Avila
O estudo da macroeconomia quanto ao equilíbrio do
mercado parte do conceito de “Fluxo Econômico”.
Aí são analisadas as condições em que ocorre a
circulação da moeda e, consequentemente, dos bens e
serviços produzidos internamente a uma economia e como
esse ciclo pode ser interrompido ou restabelecido.
Para tanto, serão analisados os fluxos decorrentes de
duas situações distintas: i) o de Renda – Despesa cujo objeto
é a analise dos fluxos externos; e o de Renda - Consumo cujo
objetivo é a analise dos fluxos internos da economia.
• O nível do PIB pode ser influenciado ou não?
• O que, ou quais variáveis, pode ser manipulado para
influenciar a variação do nível do PIB?
• Podem ser previstos os efeitos de uma manipulação do
PIB?
•
Qual será o efeito dos impostos sobre o PIB real?
•
Qual o impacto de uma ação brusca nas atividades de
investimento sobre o PIB?
•
Havendo variações nas despesas governamentais, o
que ocorre com o PIB real?
Inicialmente, este estudo considerara o caso de uma
economia fechada, isto é, quando não existam fluxos
monetários e troca de bens entre ela e o exterior.
E, a seguir, o caso de uma economia aberta, onde
existam fluxos de bens e serviços com o exterior ou, segundo
a nomenclatura utilizada, com o resto do mundo.
3.2.2 - A Análise Renda - Despesa.
3.2.3 – Equilíbrio em Economia Fechada.
A análise renda - despesa é um instrumento
macroeconômico que pretende responder os seguintes
questionamentos:
No caso da economia fechada, ocorre uma situação de
equilíbrio quando todo o produto colocado no mercado é
absorvido pelos consumidores. Ver Figuras 3.1.
O nível do PIB real de uma economia, para um dado
período de tempo, pode ser previsto?
Nesta situação, o valor monetário do produto equivale ao
nível de renda obtida pelos produtores e, consequentemente,
é igual à demanda ou despesa efetuada pelos consumidores.
•
84
Introdução à Economia.
Matematicamente, a igualdade representativa desse fluxo
de mercado, também denominada de Igualdade Macro Econômica, é:
O equilíbrio do mercado, então, ocorre quando o valor do
produto corrente corresponde exatamente ao valor da
despesa planejada. Em outras palavras e macro
economicamente falando, quando:
Receita Agregada = Despesas Agregadas
RENDA = PRODUTO = DESPESA
Esse fato acontece quando não há motivos para os
produtores mudarem o nível de produção nem os
consumidores a gastar mais do que a sua própria renda,
situação esta que pode se perpetuar indefinidamente.
No caso em exemplo, é levado ao mercado um produto no
montante de $100 e demandado o mesmo valor. Assim, os
produtores obtêm uma renda igual à despesa dos
consumidores, igual a $100,00.
Produto = $ 100
3.2.4. - Situação de Desequilíbrio
Produtores
Antes de entrar na análise em pauta, serão definidos
os conceitos econômicos de injeções e vazamentos:
Mercado
Consumo = $ 100
RENDA
Consumidores
Figura 3.1 - Fluxo circular da Renda em Equilíbrio
•
Vazamento corresponde à renda gasta pelos consumidores
de uma determinada economia em outra economia, ou com o
resto do mundo.
•
Injeções ocorrem quando economias externas adquirem bens
e serviços numa economia local e, em contra partida, injetam
capital nesta economia. Assim, qualquer valor advindo de
fora do fluxo primário renda - despesa caracteriza injeção no
fluxo da renda.
Fonte: LANCASTER, 1979.
No exemplo apresentado na Figura 3.1, o mercado se
apresenta em equilíbrio, para um nível de produto equivalente
ao da demanda, ambos iguais a $100 unidades monetárias.
85
Considerando, agora, o caso de uma economia aberta,
quando os nacionais adquirem produtos, serviços ou,
simplesmente, gastam sua renda em outras economias.
Eng.º Civil Antonio Victorino Avila
Neste caso ocorre um vazamento de recursos, havendo
desvio de consumo de um mercado em equilíbrio para outras
economias.
Em decorrência, faltam recursos para o consumo dos
produtos ofertados no mercado interno.
No exemplo apresentado na Figura 3.2, o desequilíbrio
do mercado ocorre devido ao vazamento de $10,00 unidades
monetárias. Para que o mercado retorne ao equilíbrio, há a
necessidade da injeção de outras $10,00 unidade.
No caso de não haver condições de exportação, o
mercado passará, em um segundo momento, a se equilibrar
em $90 unidades.
Neste caso, ocorrerá uma menor oferta de bens e
serviços e, consequentemente, a redução da renda agregada
devido à diminuição de pessoal empregado ou dos salários,
ou de ambos, simultaneamente. Fato esse que ocorre,
comumente, em economias como a brasileira.
3.2.5. - A Condição de Equilíbrio.
Como já comentado, uma economia pode se manter
em equilíbrio somente se a renda existente gere despesa
suficiente para adquirir o produto do qual a renda é gerada.
Por outro lado, o nível do produto da economia pode
ser mantido, se o total dos vazamentos for perfeitamente
contrabalançado pelo total das injeções. Ver Figura 3.3.
86
Introdução à Economia.
Se as injeções forem menores que os vazamentos, as
perdas provenientes do fluxo renda-despesa não são
compensadas pelos ganhos externos.
A despesa total
acrescida das injeções é menor que a renda total, que deve
ser igual ao valor planejado do produto.
Assim, a despesa passa a ser insuficiente para a
compra do produto planejado, o que faz a necessidade de
alguma intervenção ou ajustamento para voltar ao equilíbrio.
O processo de ajustamento pode ser efetuado através três
tipos de ações:
i)
Redução do produto
anteriormente praticados;
real,
mantendo
os
preços
ii)
Manutenção do nível de produção e redução dos preços
dos produtos; Neste caso, ocorre a redução de todos os
preços, inclusive o dos fatores de produção e aí considerados
os salários.
iii)
de aumentar o nível do produto real ou o nível de preços, ou
ambos.
Deste modo, pode-se concluir que, ocorrerá uma
pressão para baixo, sobre os preços ou sobre o nível do
produto real ou sobre ambos, se os vazamentos excederem
as injeções.
E, haverá uma pressão para cima, se as injeções
excederem os vazamentos, promovendo um aumento no
nível do produto real com possível acréscimo nos preços.
Vazamentos > Injeções
Efeito sobre nível dos
Preços ou Produtos
Pressão para BAIXO (recessão)
Injeções > Vazamentos
Pressão para CIMA (crescimento)
Situação
Uma combinação das duas ações acima descritas.
Do resultado das ações acima, podem ocorrer dois
movimentos na economia, a saber:
a)
Redução da Economia - Se o resultado das ações acima
conduz a uma redução do produto real, do preço ou de
ambos, diz-se que está havendo uma pressão para baixo
sobre a economia ou recessão;
b) Crescimento da Economia - Se as injeções excederem os
vazamentos, haverá uma pressão para cima, com tendência
87
O processo de reequilíbrio do mercado pode ocorrer,
basicamente, com a adoção de dois tipos de políticas:
Eng.º Civil Antonio Victorino Avila
i) Injeções devidas a um esforço de exportação, que
permita a entrada na economia considerada do
volume de recursos necessários ao seu equilíbrio;
ii) E, na injeção de recursos monetários externos.
Figura 3.4.
No caso das injeções ocorrerem por esforço de
exportação, pode-se dizer ter havido um processo virtuoso,
pois aumenta o superávit monetário com relação a outras
economias, aumentado em consequência a mobilização de
sua força de trabalho.
A dificuldade desse processo é o tempo de sua
realização, pois ocorre em lapso de tempo de médio a longo
prazo para a sua realização.
Esse processo de esforço de exportações requer uma
politica governamental permanente de substituição de
importações, melhoria da produtividade, agregação de valor
em produtos primários exportáveis, mudança cultural e o
incentivo ao desenvolvimento de novas tecnologias.
No caso de se optar pela entrada de recursos
monetários externos, duas politicas podem ser desenvolvidas:
1º. A captação de recursos para aplicação em ativos
produtivos;
2º. A captação de recursos para aplicação em ativos
financeiros.
No 1º caso, também há a exigibilidade de ações de
médio a longo prazo para a sua realização. Entretanto tem o
conveniente de propiciar o desenvolvimento de novos bens e
serviços internos, o que contribui para o desenvolvimento e a
mobilização da força de trabalho.
No 2º caso, referente à captação de recursos
financeiros, tal fato pode ocorrer com ações de curto prazo.
Porém, se essa politica for mantida permanentemente, ocorre
um endividamento crescente que, como se tem visto no
Brasil, inibe o fortalecimento da economia interna e o melhor
aproveitamento do próprio potencial seja de capital humano
seja de recursos naturais. Enfim, uma subutilização dos
próprios meios de produção, isso sem falar na migração de
capitais produtivos internos para a ciranda financeira.
3.2.6 - O Circuito Renda – Consumo
Na análise anterior, referente ao circuito renda despesa,
foi discutido o caso em que o fluxo da renda para a despesa
abrangia o funcionamento global da economia doméstica.
Naquele caso, os vazamentos constituíam perdas e
gastos em favor de outras economias e as injeções eram
oriundas de fontes, também de outras economias.
Pelo caso anteriormente exposto, foi analisada a
situação de uma economia aberta, isto é, economias que
possuem relações de comércio e pagamentos com o resto do
mundo.
No caso atual, será estudado o caso do fluxo da renda e
do consumo que ocorrem internamente a uma economia,
também denominados de fluxos endógenos. Para tanto, será
88
Introdução à Economia.
estendido o conceito de injeções e vazamentos para o fluxo
interno, visando à análise em consideração. Ver Figura 3.5.
O mais importante componente da despesa total, em
todas as economias, é o consumo, isto é, a parte da renda
que é despendida pelos consumidores na obtenção dos bens
e serviços que desejam ou necessitam. Além disto, o fator
determinante do nível de consumo de uma sociedade é o
nível de renda.
Além disso, os mais competitivos podem retirar seus
capitais dessa economia, agravando o nível de emprego.
Ao persistir esse processo por muito tempo, ocorre o
que se denomina em economia de processo de causação
circular cumulativa, fazendo com que o nível de produto, cada
vez mais, procure se acomodar num nível mais baixo.
A condição de equilíbrio da economia pode ser mantida
ao nível do produto existente, enquanto os vazamentos
puderem ser compensados com o mesmo nível de injeções
ou vice versa.
A condição relevante para determinar as condições de
ajustamento ou equilíbrio de uma economia, e motivo de
discussão entre os meios políticos e acadêmicos, é a
resposta a um questionamento objetivo, após a qual será
possível estabelecer uma política adequada para tal:
........." O ajustamento de uma economia tem lugar,
primeiramente, devido a alterações no nível de
produto real ou por meio das alterações nos níveis
dos preços e dos salários? ".......
Havendo redução do consumo de bens produzidos
internamente, o nível de produção cai, procurando o mercado
se acomodar em um patamar de produção, ou PIB, inferior
àquele em que se encontrava originalmente, situação que
leva a uma redução dos postos de trabalho, queda do
emprego real e da renda agregada.
89
Respondida as indagações efetuadas no parágrafo
anterior, é possível traçar a política desejada visando
alcançar o equilíbrio da economia.
Basicamente, dois são os modelos disponíveis para
alcançar o equilíbrio de mercado: o Modelo Keynesiano ou o
Modelo Monetarista.
Os principais tipos de vazamentos que ocorrem no fluxo
renda-consumo são: poupança, impostos e importações.
Eng.º Civil Antonio Victorino Avila
a) Despesas realizadas no exterior devido à aquisição de
decorrentes da aquisição de bens produzidos no exterior
(importações);
3.2 - Variáveis Macroeconômicas.
Nesta sessão serão apresentadas definições e conceitos
nos quais se apoiam o estudo da macroeconomia.
b) Aumento dos saldos monetários. É o caso do
entesouramento, que tanto pode ocorrer pela guarda de
dinheiro como por acumulação dos saldos bancários;
c) Compra de títulos governamentais ou de ações, já que
não são bens e serviços produzidos de forma corrente;
d) Impostos, pois é parte da renda das empresas e famílias
que passam a fugir de seu controle.
Por outro lado, as principais fontes de injeções são:
investimentos, despesas governamentais e exportações.
Analisando os itens acima relacionados, considera-se:
a) Despesas devido à aquisição de bens domésticos
efetuada por estrangeiros, ou exportações em geral;
b) Investimentos em bens de capital a exemplo de
equipamentos e edificações;
c) Despesas Governamentais, aquelas realizadas pelo
governo, em todos os níveis, na aquisição de bens e
serviços produzidos dentro da economia;
d) Capital de empréstimo de longo prazo ou capital
especulativo. Nesse caso de capital especulativo, o
mesmo vem para se beneficiar do nível de juros pago por
títulos do governo ou para o jogo em bolsa de valores.
3.2.1 – PIB e PNB.
Produto Nacional Bruto - PNB, também denominado de
Renda Nacional, representa o somatório ou agregado, de
todos os bens e serviços produzidos num pais ou numa
região, descontados o valor dos bens e serviços
intermediários utilizados na sua consecução.
90
Introdução à Economia.
PNB = Σ Agregado dos Bens + Σ dos Serviços.
O Produto Interno Bruto, PIB, é definido como a soma
do PNB, acrescido da renda líquida enviada ao exterior.
O PIB pode ser calculado de três formas diferentes:
•
•
•
Pela ótica da oferta;
Pela ótica da demanda;
Pela ótica do rendimento.
Seja qual for a ótica que for adotada para o calculo do
valor do PIB o resultado apresentado deve ser o mesmo.
PIB = PNB + Renda Líquida Enviada ao Exterior
ou
O PIB agrega as rendas resultantes da atividade de não
residentes ou firmas estrangeiras que atuam dentro do País.
Na mensuração do PNB, esses itens são excluídos.
Como exemplo do acima exposto, toma-se os lucros
auferidos por uma firma estrangeira no Brasil. Esses lucros
seriam agregados ao PIB e no PNB, não.
A eleição de um desses instrumentos, PIB ou PNB, como
base dos estudos macroeconômicos e das relações entre as
principais contas nacionais, varia de País para País.
Froyen sita o caso do Paquistão e dos EEUU. Enquanto
os primeiros adotam o PNB, já que é expressivo o número de
trabalhadores paquistaneses que trabalham no exterior e
remetem suas rendas para seu país. O EEUU preferem adotar
o PIB, dado este fator ter pouca expressão, em como a renda
auferida por empresas estrangeiras em seu território é similar
àquela recebida pelas firmas americanas no exterior.
PIB = PNB + (Renda Enviada - Renda Recebida)
Como comentários adicionais às definições do PIB e do
PNB, a diferença primordial entre esses dois instrumentos de
mensuração macroeconômicos é quanto o tratamento das
transações internacionais.
O PNB agrega as rendas dos residentes e das firmas
domésticas no exterior, o que não ocorre na mensuração do
PIB.
3.2.2 – Produto Nominal e Produto Real.
O Produto Nominal representa o valor do somatório de
todos os bens finais de mercadorias e serviços calculados a
preço corrente de mercado, relativos a uma dada economia em
um determinado período. Tanto o PNB como o PIB pode ser
definido em termos de moeda corrente.
O Produto Real representa o PIB em termos de moeda
de poder aquisitivo constante, no qual é descontada a variação

91
Richard T. Froyen. Macroeconomia.
Eng.º Civil Antonio Victorino Avila
de preços, ou inflação, ocorrida no período de tempo
considerado.
O Produto Nacional Líquido é obtido após ser
descontada a depreciação do Produto Nacional Bruto.
Como, neste estudo, será utilizado o símbolo PIBPM para
o PIB nominal, tem-se.
PNL = PNB - Depreciação
PIBREAL = PIBPM ÷
Φ (Índice de variação de Preços)
PIBPM
PIBREAL = t=n
Φt=1
3.2.4 - Produto Nacional Líquido a Preços de Mercado.
O PNL a preço de mercado equivale ao valor do Produto
Nacional Líquido considerando o preço dos insumos
necessários à realização dos produtos e serviços, acrescido
dos impostos incorridos no processo produtivo.
PNL a preços de mercado = PNL a custo dos fatores + Impostos Indiretos
3.2.5 - PIB Per Capita.
O PIB per capita, também denominado de renda per
capita é uma medida da renda média obtida por uma dada
população.
PIBPERCAPITA =
PIBPM
PopulaçãoTotal
A restrição que se faz ao PIB per capita como indicador
da qualidade de vida de uma população é que fica
subentendido que todos os indivíduos integrantes desta
população participam igualmente da renda por ela gerada.
3.2.3 - Produto Nacional Líquido.
Quando muito, esse indicador serve para comparar a
pujança de uma economia frente à outra.
92
Introdução à Economia.
Mas, sem dúvida alguma, como é uma média
aritmética, oferece conclusão distorcida quanto à participação
do indivíduo na apropriação ou distribuição da riqueza
nacional.
3.3 – A Contabilidade Nacional.
A contabilidade nacional, também denominada de
contabilidade social, relaciona, define, e mede o valor dos
agregados econômicos.
O estudo das variáveis macroeconômicas é realizado
através das contas nacionais, cuja abordagem é semelhante à
utilizada na contabilidade empresarial.
Identicamente às contas da contabilidade empresarial
onde existem contas de ativo e passivo, a macro economia
também pode ser estudada sob duas óticas: o lado do produto
e o lado da renda.
No lado do produto, são medidas a produção e as
vendas. No lado da renda, é medida a distribuição do resultado
monetário das vendas.
Isto é possível com o estabelecimento de uma série de
contas que integram a contabilidade nacional e o registro das
transações realizadas entre os diferentes setores da economia
do país, bem como com a de outros países.
O principal grupo de itens das contas nacionais é integrado
pelas seguintes contas, também denominadas de macro
93
agregados: governo, famílias, resto do mundo, produção,
acumulação.
Estas contas são consolidadas em seus principais
agregados e divulgadas pela Diretoria de Pesquisa do
Departamento de Contas Nacionais, organismos públicos
integrantes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística,
órgão que tem como uma de suas atribuições a coleta de
dados e a definição destas contas.
Do lado do produto, duas são as medidas largamente
utilizadas para avaliar a produção global. O Produto Interno
Bruto e o Produto Nacional Bruto.
3.3.3 - Principais Agregados da Contabilidade Nacional.
Considerando a identidade contábil macroeconômica, a
economia pode ser estudada e analisada pelo lado do gasto,
isto é, da demanda agregada; ou, pelo lado da renda, também
denominada de oferta agregada em que o valor da demanda
agregada é igual ao valor da oferta agregada.
O modelo adotado nesses estudos é dado no quadro a
seguir:
Demanda Agregada
+Consumo Privado
+ Consumo Público
+ Formação Bruta de Capital
+ Variação de Estoques
+ Exportação
Oferta Agregada
+Agricultura e Pesca
+ Indústria
+ Construção
+ Serviços
Eng.º Civil Antonio Victorino Avila
(-) Importação
(-) Impostos Indiretos
+ Subsídios
PIB custo dos fatores
•
Poupança das Famílias
•
•
Σ=C
=
Transferências Governamentais
(-) Renda Líquida enviada ao
exterior ( Rle = Renv – Rrecb)
Σ = Ydp
PIB custo dos fatores
Conta Acumulação
Investimentos
3.3.4 - Contas Nacionais.
Nas tabelas seguintes, são apresentadas as Contas
Nacionais, relacionando os seus principais agregados.
•
•
Formação Bruta de Capital
Variação nos Estoques
Σ=I
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Conta Resto do Mundo
Fluxo de Saída
Fluxo de Entrada
Exportações
• Importações
Poupança do Resto do Mundo
• Renda Líquida Enviada ao Exterior
Σ = X + RLR
Σ = M + RLE
Conta Governo
Gastos e Resultado
Receitas
Consumo do Governo
• Impostos Indiretos
Investimentos Governamentais
• Impostos Pessoais
Transferências Governamentais • Impostos sobre Lucros
Subsídios
• Contribuições Patronais à
Previdência
Déficit/Superávit (+/-)
• Contribuições Pessoais à
Previdência
Σ=G
Σ = YDg
•
•
•
•
•
Poupança
Lucros Retidos
Depreciação
Poupança das Famílias
Poupança do Governo
Poupança do Resto do Mundo
Σ=P
3.3.5 - Balanço de Pagamentos
Um balanço de pagamento é o registro das entradas e
saídas de divisas de um país, num dado período de tempo.
Esse registro segue uma metodologia estabelecida pelo
FMI - Fundo Monetário Internacional e é seguido pelo Brasil.
O resultado ou saldo das transações da Balança
Comercial também é denominado Resultado Primário das
transações correntes.
Conta Famílias
Gastos e Poupança
Receitas
• Salários
Consumo das Famílias
• Juros
Impostos Pessoais
Contribuições
Pessoais
à • Lucros Distribuídos
Previdência
• Aluguéis
94
Introdução à Economia.
7.
Déficit ou Superávit Global ( 4+5+6)
3.4 - Relações entre Macro Magnitudes.
Balanço de Pagamentos
1. Balança Comercial
(+) Exportação de mercadorias
(-) Importações de mercadorias
2. Balança de Serviços ( viagens, fretes, lucros, juros, etc.)
(+) Receitas de Serviços
(-) Despesas de Serviços
3. Transferências Unilaterais
(+) Recebimentos
(-) Pagamentos
4. Saldo em transações correntes (1+2+3)
5. Movimento de Capitais
5.1. Empréstimos e Financiamentos
a) (+) empréstimos e financiamentos recebidos do resto do mundo.
b) (-) pagamentos/amortizações de empréstimos e financiamentos.
c) (-) empréstimos/ financiamentos realizados para o resto do mundo.
d) (+) recebimentos e amortizações de empréstimos concedidos.
5.2. Investimentos
(+) capital de risco recebido
(-) investimentos de risco realizados no resto do mundo.
6. Erros e Omissões (+/-).
95
3.4.1 – Conceitos.
A análise macroeconômica é apoiada na Identidade
Macro Econômica, considerando o Fluxo Circular da Economia
e que, para um dado nível de produto, será denominado de
Produto Interno Bruto - PIB.
Antes de iniciar o estudo das macro magnitudes,
recorda-se que, para um determinado nível de produto, a
identidade contábil macroeconômica estabelece que:
Oferta Agregada = Procura Agregada
Eng.º Civil Antonio Victorino Avila
ou
Renda Agregada = Produto Agregado = Despesa Agregada
Antes de se distinguir entre PNB - Produto Nacional
Bruto & PNL - Produto Nacional Líquido, há que se conhecer
os seguintes conceitos:
a) Investimento Bruto corresponde ao somatório ou agregado
dos gastos efetuados em novas plantas e equipamentos
mais a variação de estoques;
b) Investimento Líquido corresponde ao investimento bruto
descontado da depreciação ou amortizações.
•
RLE = Transferências Líquidas de Recursos
Financeiros para o Resto do Mundo.
A Renda Líquida Enviada para o Exterior, RLE , por sua
vez , equivale ao saldo do balanço dos recursos financeiros
envolvidos com o resto do mundo, obtida pela diferença entre
a Renda Enviada ao Exterior, RENV, e a Renda Recebida do
Exterior, RREC.
RLE = R ENV - R REC
Tanto a análise dos fluxos macro econômicos, como a
do PIBpm , será realizada sob duas óticas: i) pelo lado da
oferta; ii) pelo lado da procura.
PNB = C + Investimento Bruto + G + (X - M)
PNL = C + Investimento Líquido + G + (X - M)
Igualando-se as duas expressões acima se têm:
PNL = PNB - (depreciação ou amortização)
3.4.2 - Renda Nacional Disponível
RND = RN + RLE
Em que:
•
•
RND = Renda Nacional Disponível;
RN = Renda Nacional;
Visando facilitar o entendimento do aluno é apresentado
o desenho da Estrutura Macro Econômica Básica, Figura 3.5,
esquema que permite visualizar o inter-relacionamento dos
fluxos básicos da economia realizado entre os principais
agentes econômicos, tanto pelo lado da oferta como pelo lado
da procura, mantido um determinado nível de produto.
Para tanto, o inter-relacionamento dos fluxos
macroeconômicos ocorre entre os seguintes atores: o governo,
as famílias, o mercado de capitais e o resto do mundo.
96
Introdução à Economia.
A Figura 3.6 mostra um modelo da Estrutura
Macroeconômica Básica onde se pode visualizar o fluxo
circular da renda, a identidade contábil macroeconômica e a
situação dos atores acima descritos no fluxo circular da renda.
LANCASTER, Kelvin, 2ª Edição.
97
Eng.º Civil Antonio Victorino Avila
Para que se possa entender a formulação dos modelos
matemáticos que exprimem os fluxos macroeconômicos
expressos na Figura 3.6, há que conhecer a nomenclatura e as
definições a seguir:
Símbolo
PIBpm
Y
C
I
G
Ib
X
M
Ydp
Ydg
RLE
Símbolo
PIBpm
Y
C
I
G
Ib
X
M
Ydp
Ydg
RLE
=
=
=
=
=
=
=
=
=
=
=
=
=
=
=
=
=
=
=
=
=
=
Definição
Produto Interno Bruto a preço de mercado
Renda = PIBpm
Consumo das Famílias
Investimentos: I = IP+IN
Gastos do Governo
Investimento bruto
Exportação de mercadorias e serviços
Importações de mercadorias e serviços
Renda disponível pelo Setor Privado
Renda Disponível pelo Setor Público
Renda Líquida Enviada ao Exterior
Definição
Produto Interno Bruto a preço de mercado
Renda = PIBpm
Consumo das Famílias
Investimentos: I = IP+IN
Gastos do Governo
Investimento bruto
Exportação de mercadorias e serviços
Importações de mercadorias e serviços
Renda disponível pelo Setor Privado
Renda Disponível pelo Setor Público
Renda Líquida Enviada ao Exterior
a) Ydp = Renda Disponível – significa o total recebido como
rendimentos pela população, a título de salários de
empregados, remuneração de autônomos, juros e lucros,
aluguéis, royalties e licenças de utilização, recebidos dentro
do país. Não integram esse grupo as transferências
realizadas para o governo devido ao pagamento de impostos
e os lucros retidos;
b) Ydg = Renda do Governo, integram esta conta o
agregado de todos os impostos arrecadados, diretos e
indiretos, deduzidas as devoluções havidas, mais o lucro das
empresas estatais e os juros e multas pagos ao governo.
c) Pe = Poupança das Empresas, equivale à formação de
capital fixo pelas empresas, principalmente utilizando os
lucros retidos e os incorporando à conta de Capital Social das
empresas.
d) I = Investimentos. Corresponde à aquisição de máquinas,
equipamentos e instalações destinados à produção de bens e
serviços a serem consumidos pelas empresas, tanto do setor
público como do privado;
Para o estudo do Investimento, I, é comum dividi-lo em
duas parcelas fundamentais: os Investimentos Planejados e
os Investimentos Não Planejados, estes também
denominados de Variações de Estoques. Matematicamente:
I = IP + IN
Os Investimentos Planejados correspondem
agregados das contas dos investimentos realizados
equipamentos e bens produtivos. Os Investimentos
Planejados referem-se ao aumento ou a diminuição
estoques disponíveis para consumo.
aos
em
Não
dos
e) G = Gastos do Governo, são os gastos realizados com o
pagamento de pessoal e custeio da máquina administrativa,
na aquisição de bens e serviços;
98
Introdução à Economia.
f)
RLE = Renda líquida enviada ao exterior. Esta renda e
resultado do capital enviado ao exterior menos o capital
recebido.
RLE = RLENV-RLREC
g) RLENV = Renda Líquida Enviada, equivale a recursos
financeiros enviados ao exterior a exemplo de: capital de
risco, empréstimos, compra de ativos financeiros, compra de
ouro, doações enviadas, salários pagos no exterior, etc.;
h) RLREC = Renda Líquida Recebida do exterior, integram
esse grupo as mesmas despesas definidas no item anterior,
porém em sentido inverso, isto é, a internalização desses
recursos.
Associando os símbolos acima por setor da economia e
dada à igualdade contábil macroeconômica tem-se:
Setor
População - Famílias
Governo
Empresas
Resto do Mundo
Σ = PIBpm
Renda
Ydp
Ydg
Pe
RLENV
Y
Despesa
C
G
I
RLREC
D
PIB – valores correntes – BRASIL – 2006 a 20012
Bilhões de Reais
2006
2.369
2007
2.661
2008
3.032
2009
3.239
2010
3.770
2011
4.143
2012
4.403
2013
4.838
Fonte: http://brasilemsintese.ibge.gov.br/contas-nacionais/pib-valores-correntes.
Acesso: 22.04.2014
99
Eng.º Civil Antonio Victorino Avila
Sabendo-se que, em termos contábeis e para um
mesmo nível de produto, a oferta é igual à procura. Ou
respectivamente, em outras palavras, a renda obtida pelos
ofertantes dos bens e serviços é igual à despesa efetuada
pelos agentes econômicos, podem-se igualar os segundos
termos das equações acima:
Y+M=C+I+G+X ∴
Y = C + I + G + (X - M)
3.4.4 – Análise do Fluxo da Procura
Podem-se realizar as seguintes inferências quanto à
situação da economia frente às demais economias do mundo,
considerando as igualdades acima, especialmente a descrita
no item 3.4.1: Y = C + I + G + ( X - M ).
3.4.3 – Análise pelo Lado da Procura.
•
Economia superavitária:
Y - {C + I + G + (X - M)} > 0
Sabendo-se que, numa economia aberta, a oferta de
produtos e serviços é equivalente ao Produto Interno Bruto a
preços de mercado, acrescido das importações tanto de
mercadorias como de serviços:
•
Economia equilibrada:
Y - {C + I + G + (X - M)} = 0
•
Economia deficitária:
Y - {C + I + G + (X - M)} < 0
Oferta Agregada = Y + M
E que a demanda, ou procura, agregada dentro da
mesma economia equivale ao somatório das despesas nela
efetuadas:
Procura Agregada = C + I + G + X
Sendo superavitária a economia, entram mais recursos
financeiros na economia nacional, propiciando ao governo
condições de enxugamento do meio circulante para que não
ocorra inflação pelo excesso de moeda disponível.
No caso de ser deficitária, o governo deverá propiciar
uma adequada injeção de recursos visando o equilíbrio macro
econômico.
Essa injeção de recursos poderá ocorrer por:
100
Introdução à Economia.
•
•
•
Empréstimos em moeda;
Capital de risco, mais volátil, pois normalmente
destinado à Bolsa de Valores ou Títulos do Governo;
Investimentos em ativos permanentes.
Além disso, podem-se efetuar as seguintes inferências ao
serem analisadas as identidades: ( C+ I + G ) correspondendo
à procura (consumo) interna de bens e serviços e ( X - M ) o
saldo da balança de pagamentos ou a procura de bens
externos.
Se (C+ I + G) > PIBpm , então as exportações deverão superar
as importações de tal forma a equilibrar o balanço de
pagamentos.
No caso das exportações e importações, apresentar um
balanço, (X - M ) com saldo negativo, para haver o equilíbrio
contábil deverá ocorrer a captação de recursos externos ou a
queima de divisas.
No momento de pagar dívidas, será necessário que as
importações sejam inferiores às exportações. Além disto, para
que se disponha de saldo de bens, a demanda interna devera
ser inferior à produção anual representada pelo (Y) PIBpm.
disponível pelo setor público, principalmente os impostos; e a
renda líquida enviada ao exterior, expressivamente os juros,
amortização de dívidas e o repatriamento de capitais.
Sendo: Y = PIBpm
Y = PIBpm = Ydp + Ydg + Rle
Considerando que a Oferta Agregada é igual à Procura
Agregada e levando a equação acima na da Procura
Agregada:
Ydp + Ydg + RLE = C + I + G + (X - M)
Ao ser agrupado o fluxo com o Resto do Mundo, tem-se:
Ydp + Ydg - (X - M - RLE) = C + I + G
Analisando as igualdades acima, podem-se efetuar as
seguintes inferências:
C+I+G
Ydp + Ydg
3.4.5 – Análise pelo Lado da Oferta.
(X - M - RLE)
Para a análise do PIBpm e dos fluxos monetários pelo
lado da oferta ou da renda agregada, três principais fluxos ou
macro variáveis são considerados:
a renda obtida pelo setor
privado, aí consideradas as famílias e as empresas; a renda
101
⇒ Representa o valor de mercado da demanda
interna de bens e serviços realizados pelas
famílias, governo e pelos investimentos das
empresas;
⇒ Representa o poder de compra devido a renda
gerada e distribuída internamente, ou seja, a
renda disponível do governo e a renda disponível
do setor privado;
⇒ Representa o balanço dos recursos tomados ou
enviados ao exterior. Considerando as variáveis X
& M, estas representam o fluxo de mercadorias e
RLE o fluxo de recursos financeiros.
Eng.º Civil Antonio Victorino Avila
O lado esquerdo, em seu conjunto, exprime o poder de
compra de uma economia representado pela renda distribuída
internamente: Ydp + Ydg - (X - M - RLE).
A expressão acima pode ser subdividida em dois
fatores, a saber:
a) Ydp + Ydg
b) (X - M - RLE)
Que representa a renda disponível pelo
governo, acrescida da renda disponível pelo
setor privado.
3.4.6 – O Equilíbrio Agregado.
Do acima exposto, verifica-se que a economia como um
todo, isto é, o sistema econômico esta em equilíbrio quando as
despesas agregadas são iguais à renda nacional, Y.
O nível de Produção Máximo, ou Produto Nacional
Potencial, é determinado por dois fatores:
O volume dos recursos disponíveis;
A tecnologia adotada.
Representando o Balanço de Pagamentos
nacional, isto é, as exportações deduzidas
das importações e da renda líquida enviada
ao exterior.
É interessante notar que “X”, as exportações, se por um
lado retiram bens do consumo nacional, por outro propiciam
um fluxo positivo de divisas, o que faz com que uma economia
se fortaleça perante o resto do mundo.
Sendo o valor do agregado “X” muito maior do que “M”,
as importações, o saldo da balança comercial passa a ser
superavitário. Essa situação leva ao aumento do poder de
compra dos nacionais frente aos demais países, com
expressão direta na taxa de câmbio, assunto a se visto
oportunamente.
Além disto, quanto maior for “X”, maior a demanda de
mão de obra e recursos internos, com expressão direta no bem
estar da população.
O aumento dos recursos disponíveis desloca o nível de
produção potencial para cima. A redução dos recursos, em
situação oposta, desloca o nível de produção para baixo. Ver
Figura 3.7.
102
Introdução à Economia.
Mas, para que a produção real se mantenha nos
mesmos níveis que a produção potencial, é necessário uma
expansão, simultânea, das despesas agregadas.
A despesa agregada é composta pelo consumo das
famílias, investimentos, gastos do governo e o saldo da
balança de pagamentos (X-M). Juntos, eles determinam o nível
de equilíbrio da Renda e do Produto Nacional.
Se o PNB potencial, isto é, o produto que a economia for
capaz de produzir, for igual ao PNB de equilíbrio, então a
economia se encontrará em pleno emprego e sem inflação.
Sendo a Renda Nacional de equilíbrio abaixo da renda
nacional de pleno emprego, ocorrerá a subutilização dos
recursos.
Se a renda de equilíbrio nacional exceder o potencial
que a economia é capaz de produzir, haverá inflação.
Considerando que nem todos os setores da economia
atingem simultaneamente a condição de pleno emprego, as
pressões inflacionárias serão sentidas já em fase em que
outros setores da economia ainda estão operando em situação
de subemprego dos recursos.
Os economistas denominam este último caso como
sendo de estrangulamento inflacionário.
3.4.7 - Exercício - Questionário
Dado as identidades acima, podem ser formulados
alguns questionamentos quanto ao PIBpm :
Que este conceito representa em termos de bem estar
para a sociedade?
Que ele tem a ver com o nível de emprego dos recursos
produtivos?
Que faz com que este indicador aumente ou diminua de
um período para outro?
Porque países tem PIBpm diferentes ?
Qual a relação do com os conceitos de desenvolvimento
e subdesenvolvimento?
Qual a importância do e de suas variações para as
organizações?
3.5 - Do Produto Nacional ao Produto Interno – Brutos.
Quando se considera o Produto Interno Bruto a custo
dos fatores de produção, PIBc.f. , há que se entender dois
conceitos agregados à este termo:
i.
Que o PIB é calculado sem a consideração dos impostos
indiretos, isto é, aqueles impostos que não são suportados
pelo produtor, mas, transferidos à pessoa que adquire o
produto ou serviço;
ii. Que o termo interno significa que as atividades produtivas
foram produzidas dentro da fronteira do país ou região.
Assim:
103
Eng.º Civil Antonio Victorino Avila
PIBc.f. = PNBc.f. + RRE - RRN
Em que:
Keynes e Kalecki, em manifestação quanto a este
assunto chegaram a seguinte conclusão:...”o nível da produção
e do emprego dependem da procura, ou demanda, agregada “.
RRE = rendas obtidas pelos residentes estrangeiros no país;
RRN = renda obtida por nacionais no exterior.
Noutras palavras, a procura agregada é que determinará
a oferta agregada e não o contrário.
No caso do PIB a preços de mercado, há que considerar
os impostos e os subsídios incidentes sobre o preço dos
produtos, já que eles influenciam a formação do preço final.
Então:
Então, para a determinação da variação do PIB
interessará saber o comportamento das variáveis integrantes
do lado direito da igualdade macroeconômica. E, no caso
inverso, em havendo redução na renda das famílias, ocorre
redução no consumo.
PIBpm = PIBcf + TRI - SUB
Em que:
PIBpm
PIBcf
TRI
SUB
= PIB a preço de mercado
= PIB considerando o custo dos fatores.
= Tributos ou impostos indiretos, isto é, aqueles que são
transferidos aos consumidores; Exemplo: ICMS, IPI,
CPMF, Contribuição Social.
= Subsídios recebidos.
3.5.1 - Determinantes do Valor do PIBpm
Este item visa demonstrar como a evolução das
variáveis macroeconômicas determinam uma variação do PIB.
Isto é, em havendo variação do nível dos agregados e
da influência que uns exerçam sobre os outros, como ocorre
um aumento ou uma diminuição no PIBpm , de um período para
outro.
Do modelo acima demonstrado:
Y=C+I+G +(X-M)
Neste modelo, “C” representa o consumo das famílias e
é uma variável que depende do nível de renda das mesmas.
Isto é, conforme aumenta a renda, consequentemente aumenta
o consumo das famílias.
Considerando ser “C” o consumo das famílias, ele pode
ser subdividido em duas partes. Uma que represente um
consumo que independa do crescimento da renda, sendo
relativa ao consumo básico das famílias. A outra vinculada ao
aumento de Ydp. Matematicamente:
C = Cf + kY
Em que:
104
Introdução à Economia.
•
Cf = o consumo efetuado pelas
independentemente do nível do PIB.
•
k = propensão marginal a consumir.
famílias,
A Teoria de Keynes, pelo exposto, associa
univocamente, a cada nível de renda das famílias, Ydp, um
nível de consumo, C.
Por definição, a propensão marginal a consumir, é
considerada como a razão entre o incremento da renda das
famílias que será destinada a gastos de consumo, a cada
unidade monetária de ganho adicional de renda.
Matematicamente,
k=
∆C
∆Ydp
Considerando que o gasto com consumo agregado das
famílias é inferior à renda gerada, tem-se que k<1.
Por outro lado, a poupança efetuada devido a acréscimo
marginal de renda é expressa por (1 - k).
Deste modo, se a Propensão Marginal a Consumir,
PMgC, equivalente a “k” e menor que 1, estabelece a parcela
da renda que é destinada ao consumo não compulsório, a
Propensão Marginal a Poupar, PMgP, representa o seu
complemento, (1-k).
Considerando, ainda, que I, G, ( X - M ) são variáveis
autônomas, isto é, podem variar independentemente do nível
105
de renda e da produção. E, substituindo as variáveis acima
descritas na equação da renda, acima:
Y = Co + k Y + G + I + (X - M)
Ao ser isolado o termo do PIBpm , chega-se a uma
equação denominada Renda Ou Produto de Equilíbrio.
Y=
C0 BGBIBX-M
1-k
Complementando, havendo intervenção sobre a
demanda, é possível aumentar ou diminuir o PIBpm, a Renda
Nacional .
E, esta intervenção sobre a renda pode ser efetuada
através da adoção de uma série de políticas disponíveis, ao se
incrementar restringir a renda ou os investimentos necessários
à formação da demanda.
k
• Propensão Marginal a Consumir
1-k
• Propensão Marginal a Poupar
1/(1-k)
• Efeito Multiplicador de Renda
Eng.º Civil Antonio Victorino Avila
3.5.2 - Efeito Multiplicador de Renda.
A importância do conhecimento do efeito multiplicador de
renda é conhecer a proporção em que é alterado o nível de
renda de uma sociedade, ou seja, o PIBpm , havendo uma
variação nalgum dos macro agregados: G, I, Co e (X -M).
O efeito multiplicador de renda, µ, é um fator que indica
qual será a variação do PIBpm, quando ocorrer alterações nas
diversas variáveis que integram o modelo.
A partir da equação da Renda de Equilíbrio, é possível
demonstrar como é obtido esse fator. Sendo Y = Renda =
PIBpm tem-se:
C0 BGBIBX-M
Y=
1-k
Como exemplo e aplicação do acima comentado, no
desenho da Figura 3.8 é demonstrado uma queda do PIB, ou
do PNB, motivado pela redução do Consumo, C, após o
governo propiciar um aumento de impostos.
Considerando um incremento na demanda do governo, G,
consequentemente ocorrerá uma variação incremental no valor
da renda, Y. Assim, pode-se escrever:
YB∆Y=
C0 BGB∆G BIBX-M
∴
1-k
YB∆Y =
C0 BGBIBX-M
∆a
B
1-k
1 − c
3.5.3 – Exercícios.
3.5.3.1 – Exercícios Resolvidos.
b) Calcular o PIBpm para uma economia, considerando ela
apresentar as seguintes características:
•
•
•
•
Ao ser efetuada a substituição da expressão representativa
da renda situada do lado direito da igualdade acima por Y e,
eliminando-o por subtração, já que consta dos dois lados da
equação, chega-se a:
∆Y=
Em que:
∆G
1-k
∴
∆Y=∆G∙
1
1-k
i.
C = 1.000 + 0,6 PIBpm
G = 6.000 $
I = 5.000 $
(X - M) = 0
Cálculo do PIBpm.
PIBpm = ( 1000 + 6000 + 5000 + 0 ) ÷ ( 1 - 0,6 ) = 30.000 $
1
= μ efeito multiplicador da renda.
1-k
ii.
Simulações.
106
Introdução à Economia.
A situação expressa em "a", indica uma situação de
equilíbrio e que, variando o PIBpm e mantendo fixas outras
condições, é possível analisar o que acontece com as
demais variáveis.
Procura Agregada = Procura Efetiva + Formação Voluntária
(Involuntária) de Estoques
•
Investimento Bruto = investimentos voluntários + formação
(ou redução) involuntária de estoques.
PIBpm
40.000
35.000
30.000
25.000
20.000
C
25.000
22.000
19.000
16.000
G
6.000
6.000
6.000
6.000
6.000
5.000
5.000
5.000
5.000
5.000
0
0
0
0
0
36.000
33.000
30.000
27.000
Procura
Agregada
•
Investimento
Involuntário
Investimentos Voluntários = formação bruta de capital fixo +
formação (redução) de estoques.
Procura
Efetiva
•
X-M
Procura Efetiva = demanda voluntária de bens e serviços =
C + G + (X-M) + Investimentos Voluntários.
Investimento
Voluntário
•
4.000
2.000
0,00
-2.000
-4.000
40.000
35.000
30.000
25.000
20.000
c) Considerando que o governo promoveu um incremento nos
impostos na ordem de 50×109 $ e que a economia em
consideração apresenta uma PMgC igual a 0,75, o calculo da
variação no PNB é dado por:
No caso em pauta, pode-se verificar que ocorrerá uma
variação para menor:
d) Calculo do Decréscimo do Consumo:
∆C = k · ∆G ∴ ∆C = 0,75 × 50 = 37,5 109 $
PIBpm = Procura Agregada
Fonte: Economia Aplicada à Administração/ Silva & Jorge.
b) Calculo do Decréscimo do PIB.
107
Eng.º Civil Antonio Victorino Avila
µ=
1
1
=
=4
PMgC (1 − 0,75)
∆PNB = 4 × 37,5 = (150,0 109 $ )
iii.
Cálculo do Decréscimo da Poupança.
Com os dados acima, pode-se calcular o quanto cairá a
poupança nacional, dado o incremento dos impostos na ordem
de $50×109.
∆P = 50 – 37,5 = 12,5 109 $
3.5.3.2 - Exercícios Propostos.
e) A partir da equação da Renda de Equilíbrio, definir µ
quando ocorre um incremento nos investimentos e no
balanço de pagamentos.
f) O produto existente em uma economia monta a $1.200
milhões. A poupança planejada é de $100 milhões. O
fluxo de arrecadação do governo é de $250 milhões e a
economia privada participa valores na ordem de $200
milhões.
g) Considerando ser uma economia fechada, isto é,
inexistem transações internacionais, pergunta-se:
• Qual será o nível de despesa governamental que
equilibrará a economia em seu produto existente?
•
Qual a propensão marginal a consumir para o nível da
economia considerada?
•
Considerando os dados do exercício anterior e que seja
uma economia aberta cujas exportações montam a $20
milhões e as importações $16 milhões, pergunta-se:
•
Qual será o nível de equilíbrio da despesa
governamental necessário a manter o nível do produto
existente?
h) Considerando os dados do exercício “a” e que seja uma
economia aberta cujas exportações montam a $20 milhões e
as importações $36 milhões, pergunta-se: Qual será o nível
de equilíbrio da despesa governamental necessário a
manter o nível do produto existente? Neste caso, comente o
que acontece com essa economia em termos globais?
e) Na economia descrita no exercício “a”, a despesa
governamental é tal que equilibra e economia em seu nível
de produto original de $1.200 milhões. O sistema de
impostos é tal que para cada unidade monetária de
produto adicional acima dos $1.200 milhões, aumentara os
impostos em $0,50 unidades monetárias.
Considerando que os níveis de investimentos e poupança
não sejam afetados pelo aumento do nível do produto, de
quanto deverá este crescer, se a despesa governamental
aumentar em $ 1 milhão?
f)
Uma economia apresentou, para o exercício de 2001, um
PIBpm no montante de $1.088 bilhões, configurado
segundo os macro agregados relacionados na tabela
abaixo.
A previsão para o exercício seguinte é que ela cresça em 3%.
108
Introdução à Economia.
Há, porém, a previsão de novos pagamentos de juros e
amortização de dívidas, o que acarretará um incremento de
86,20% na remessa líquida de recursos para o exterior.
Mostre qual será a política que você propõe para o próximo
exercício, visando manter equilibradas as contas nacionais, de
forma a não comprometer expressivamente o endividamento
externo e a quantificação das respectivas metas.
Exercício de 2001
Renda
Despesa
Ydg .....................382,0
G1......................111,0
G2..................... 271,0
Ydp......................598,0
R.Enviada.. ....... 58,0
C....................... 509,0
(-) R.Recebida.... 47,0
I .........................119,0
M....................... 97,0
X ......................... 78,0
$ 1.088 Bilhões
$ 1.088 Bilhões
Obs.: G1 - investimento infra estrutura; G2 – despesas de custeio.
3.6 - Teoria Keynesiana.
3.6.1 – Objetivo Político (5).
Conjunto de ideias que propunham a intervenção estatal
na vida econômica com o objetivo de conduzir a um regime de
pleno emprego.
(5) Fonte:
http://www.economiabr.net/teoria_escolas/teoria_keynesiana.html
109
As teorias de John Maynard Keynes tiveram enorme
influência na renovação das teorias clássicas e na
reformulação da política de livre mercado. Acreditava que a
economia seguiria o caminho do pleno emprego, sendo o
desemprego uma situação temporária que desapareceria
graças às forças do mercado.
O objetivo do keynesianismo era manter o crescimento
da demanda em paridade com o aumento da capacidade
produtiva da economia, de forma suficiente para garantir o
pleno emprego, mas sem excesso, pois isto provocaria um
aumento da inflação.
Na década de 1970 o keynesianismo sofreu severas
críticas por parte de uma nova doutrina econômica: o
monetarismo.
Em quase todos os países industrializados o pleno
emprego e o nível de vida crescente alcançados nos 25 anos
posteriores à II Guerra Mundial foram seguidos pela inflação.
Os keynesianos admitiram que fosse difícil conciliar o
pleno emprego e o controle da inflação, considerando,
sobretudo, as negociações dos sindicatos com os empresários
por aumentos salariais.
Por esta razão, foram tomadas medidas que evitassem
o crescimento dos salários e preços, mas a partir da década de
1960 os índices de inflação foram acelerados de forma
alarmante.
A partir do final da década de 1970, os economistas têm
adotado argumentos monetaristas em detrimento daqueles
Eng.º Civil Antonio Victorino Avila
propostos pela doutrina keynesiana; mas as recessões, em
escala mundial, das décadas de 1980 e 1990 refletem os
postulados da política econômica de John Maynard Keynes.
3.6.2 - Modelo Keynesiano – Condições de Equilíbrio.
Considerando uma economia fechada e modo
simplificado, o modelo Keynesiano parte do entendimento que
o produto estará em equilíbrio quando o produto nacional bruto,
o PNB, seja igual à demanda agregada. FROYEN, 1999.
modelo de economia fechada (6), o equilíbrio do mercado, no
modelo Keynesiano, pode ser realizado sob três modos distintos:
1º. Da Figura 3.1, que mostra o fluxo circular da renda, verificase que o modelo de equilíbrio ocorre quando que o valor do
PIB é equivalente ao somatório do consumo das famílias, dos
investimentos realizados e dos gastos do governo. FROYEN,
1999.
Matematicamente: Y = D.
Considerando a demanda expressa
componentes pode-se escrever:
Y=D
por
suas
variáveis
Y=D=C+I+G
Do modelo acima se tem que o valor do produto agregado, Y,
equivale ao somatório do consumo das famílias, dos
investimentos e dos gastos governamentais.
2º - Considerando as variáveis componentes da demanda, D, e
do fluxo circular da renda Figura 3.9, infere-se que:
Y = D = C+S+T = C+I+G
S+T=I+G
Analisando expressão matemática de equilíbrio do mercado
acima, e a Figura 3.10 que mostra o fluxo circular da renda, num
Do modelo acima se infere que, para haver equilíbrio numa
economia fechada o valor da poupança somada aos tributos deva
ser equivalente ao valor dos investimentos somados aos gastos
do governo. FROYEN, 1999.
6
( ) Note-se que numa economia fechada, o produto nacional bruto é
equivalente ao produto interno bruto.
110
Introdução à Economia.
a) IR > I.
Neste caso, Y>D, onde IR – I = ∆AE que representa o
acumulo não planejado de estoque. Nesta situação a
produção não vendida excede o valor dos investimentos
planejados em estoques.
3º - Considerando pelo lado da demanda e uma economia
fechada, o produto nacional bruto, Y, corresponde à renda
nacional agregada. Então, pode-se escrever que:
Y≡ C+S+T
b) IR < I.
A equação acima deve ser entendida como uma equação
contábil. Ela indica que a renda nacional cuja totalidade seja paga
às famílias em troca dos serviços dos seus fatores de produção,
seja inteiramente consumida, C, poupada, S, ou paga em
impostos. FROYEN, 1999.
Neste caso, Y<D, onde I- IR = ∆EE que corresponde à
escassez não planejada de estoque. A demanda é maior
que o produto e as firmas vendem mais do que o planejado.
É importante notar que as contas nacionais registram todos os
bens produzidos, sejam eles vendidos ou não. Em não serem
vendidos ocorre o investimento em estoques, tenham sido esses
investimentos planejados ou não.
Por outro lado, conforme expresso na Figura 3.10, tem-se pelo
lado do consumo que Y ≡ C + IR + G, em que IR corresponde aos
investimentos realizados.
Então, sendo Y = C + I + G e Y ≡ C + IR + G, o equilíbrio
ocorre quando:
IR = I
Em decorrência da afirmação ou expressão acima Y ≠ D.
Assim podem ocorrer duas situações de desequilíbrio:
3.7 – Teoria Monetarista.
3.7.1 – Objetivo Político.
Monetarismo é uma teoria econômica que defende ser
possível manter a estabilidade de uma economia capitalista
através de instrumentos monetários, ou seja, pelo controle do
volume de moeda disponível e de outros meios de pagamento.
(7)
7
( )Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Monetarismo.
111
Eng.º Civil Antonio Victorino Avila
Enquanto teoria monetária adota os pressupostos da
Teoria Quantitativa da Moeda - TQM, uma das primeiras e
mais polêmicas interpretações do funcionamento da economia.
Enquanto ideologia adota os pressupostos do "laissezfaire", que prega as virtudes do sistema econômico de produzir,
por suas próprias forças, o pleno emprego e o bem-estar
social, sendo desnecessária a intervenção governamental,
exceto no controle da oferta de moeda. (8)
liderados por George Stigler e Milton Friedman, ambos
laureados com o Prémio Nobel da Economia.
Suas ideias são associadas à teoria neoclássica da
formação de preços e ao liberalismo econômico. Adotam o
fundamentalismo de livre mercado como sua ideologia e
refutam e rejeitam o Keynesianismo em favor do monetarismo;
abominam qualquer regulamentação da economia em favor de
um laissez-faire quase absoluto.
A TQM é a hipótese de que as variações na quantidade
de moeda são a causa principal das variações no seu valor ou
no seu poder aquisitivo. A TQM assume que as variações no
valor da moeda são determinadas principalmente por variações
na sua quantidade.
A consequência imediata é que, quando a moeda é
abundante, seu valor ou poder de compra cai e, quando a
moeda é escassa, seu valor ou poder aquisitivo aumenta. O
valor da moeda é determinado pela sua quantidade, porque
esta afeta diretamente o nível geral de preços.
Foi a principal teoria de oposição ao keynesianismo. Até
o século XX, foi respaldado pela "Teoria Quantitativa da
Moeda" de Irwin Fisher, formalizando-se na equação onde o
nível geral de preços equivalia à quantidade de dinheiro
multiplicada por sua "velocidade de circulação" dividida pelo
volume de transações.
Os principais defensores do monetarismo, em épocas
recentes, foram os economistas da Escola de Chicago,
8
( )http://www.ufrgs.br/decon/publionline/textosdidaticos/textodid11.pdf
112
Introdução à Economia.
Anexo I - O Mistério da moeda inflacionada
Jornalista Hélio Fernandes.
Jornal Tribuna da Imprensa
24 e 25 de Abril de 2004.
Quem tinha 1 trilhão de cruzeiros em 1944 e
não movimentou, hoje, 60 anos depois, ficou
sem nada.
A propósito das sucessivas alterações do padrão monetário
nacional, provocadas ou justificadas pelas altas taxas inflacionárias
com que o País conviveu por muitos anos, leiam o seguinte
episódio, que bem poderia receber o título de "Tragédia
Financeira".
No Natal de 1942, uma pessoa depositou, numa conta corrente
bancária não sujeita a qualquer tipo de remuneração, a
importância de Cr$ 1.000.000.000.000,00 (um trilhão de
cruzeiros). Não tendo movimentado a conta corrente nos anos
subseqüentes, o depósito, em 01.07.94, quando foi criado o "real",
estava reduzido à irreal quantia de R$ 0,00, como a seguir fica
mostrado e demonstrado.
1944
1.000.000.000.000,00, ou 1 trilhão de cruzeiros. Exatamente
nessa época, pressionado pela guerra, pelo excesso de exportação
sem receber, pela inflação crescente, Vargas ditador trocou o milréis que vinha do Império pelo cruzeiro. Ainda se acreditava que a
moeda era a matriz de todos os males. Bastaria substituir a moeda
e tudo se acertaria.
113
1964
1.000.000.000. Um trilhão de cruzeiros, que continuava com a
mesma denominação, perdeu apenas os centavos. A "convicção"
sofrera modificação. Para os economistas de plantão, já não era
necessário trocar toda a moeda, bastava jogar os centavos ao mar
como se fez criminosamente com o café.
1967
1.000.000.000,00. Voltaram os centavos, a moeda passou a se
chamar de cruzeiro novo. Lógico, o caos continuou o mesmo por
dentro e aumentou a confusão por fora.
1970
1.000.000.000. Novamente cruzeiro novo, a denominação da
moeda. Perdeu a virgindade, perdão, os centavos. E foi chamada
pela primeira vez de "moeda transitória". As outras eram
transitórias pela incompetência, essa passou a ser provisória por
decreto.
1984
Essa "moeda provisória" durou 14 anos. Aí perdeu os centavos e o
cruzeiro novo, outra vez simplesmente cruzeiro. Quem tinha,
digamos, 10 cruzeiros e 50 centavos passou a ter 10 cruzeiros.
Sem vírgula e sem os algarismos (centavos) que vinham depois.
Muitos prejuízos, claro, mas ninguém podia reclamar.
Eng.º Civil Antonio Victorino Avila
1986
1994
Um simples decreto-lei criou o cruzado. Cada mil cruzeiros eram
trocados por 1 cruzado. Voltou o centavo. Quem tinha, por
exemplo, 2 milhões, 250 mil e 500 cruzeiros, passou a escrever (e
a receber) assim: CZ$ 2 mil, 250 cruzados e cinqüenta centavos.
Foi última mudança, por enquanto, por enquanto. A partir de julho
de 1994, perdeu a denominação de cruzeiro real, passou a ser
exclusivamente real. Cada 2 mil, 750 cruzeiros reais eram
trocados por 1 real, de acordo com a "transformação" determinada
pela URV. E aí, os cálculos feitos com as moedas citadas nas
outras mudanças não têm mais razão de ser. Pois 11 mil cruzeiros
reais
passaram
a
valer
4
reais,
inacreditável.
1989
No mesmo governo Sarney mas já com o terceiro ministro da
Fazenda, o cruzado passou a ser cruzado novo ou novo cruzado.
Quem tinha mil cruzados passou a trocá-lo por 1 cruzado novo.
Restabeleceram o centavo. Dando o mesmo exemplo da
importância da referência acima, quem tinha 2 mil e 500 cruzados
passou a possuir apenas 2 cruzados novos e 50 centavos.
1990
Veio Collor e com enorme criatividade mudou a moeda. E como a
imaginação era a mesma, voltaram a chamá-la de cruzeiro, com
centavos. Usando o mesmo valor aplicado a outras denominações,
quem tinha 2 mil cruzados novos e 500 centavos passou a ter 2
mil e 500 cruzeiros. Imaginem o que o cidadão-contribuinte-eleitor
foi deixando por esse caminho pedregoso.
1993
Com todas essas mudanças, modificações, malabarismo,
mobilização, mistificações, se comprova a constatação inicial
destas notas: quem em 1942 tinha 1 TRILHÃO DE CRUZEIROS e
não movimentou, agora, 60 anos depois, FICOU REDUZIDO A
ZERO.
O cidadão deve esse empobrecimento a Vargas, Castelo Branco,
Costa e Silva, Médici, João Figueiredo, José Sarney, José Sarney,
Fernando
Collor,
Itamar
Franco,
Itamar
Franco.
FHC, que se aproveitou largamente, usou e abusou da moeda, já
recebeu tudo pronto, não precisou fazer alteração. FHC não
participa das mudanças da História e não participará da História
propriamente
dita.
PS - Essa é a realidade de um País que acredita na moeda e não
no desenvolvimento. Só pensa nas "dívidas" e não no emprego.
Não faz com medo de errar, caindo no crime da omissão. De 1944
a 2004, todos os governos são culpados e indefensáveis.
Aí exibiram um pouquinho de criatividade, a moeda deixou de ser
cruzeiro, novo ou antigo, cruzado, novo ou antigo, ganhou
roupagem extra. Virou cruzeiro real. Por cada mil cruzeiros, o
cidadão tinha direito a 1 cruzeiro real. Com centavos. Usando o
mesmo total de dinheiro, quem tinha 2 mil e 500 cruzeiros ficou
com 2 cruzeiros reais e 50 centavos.
114
Introdução à Economia.
9
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ( )
BAYDIA, Tara K.N. - Introdução à Microeconomia. Editora Atlas.
São Paulo. SP. 2001.
BORNIA, Antonio Cezar. Análise Gerencial de Custos. BOOKMAN.
Porto Alegre. RS. 2002.
CUNHA, Fleury Cardoso – Microeconomia: Teoria, Questões e
Exercícios. Makron Books do Brasil Editora Ltda. São Paulo.
SP. 2000.
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DA SILVA, Eraldo S. Barbosa; ORNELAS NETO, Joaquim.
Introdução à Economia. Editora FTD S/A. São Paulo. SP. 1996.
* DRUCKER, Peter. Sociedade Pós Capitalista. Editora Pioneira.
São Paulo. SP. 1993.
FROYEN, Richard T. – “Macroeconomia”. São Paulo. Editora
Saraiva. 1999.
* GALBRAITH, John K. O Novo Estado Industrial. Abril Cultural.
São Paulo. SP, 1982.
HALL, Robert E. Macroeconomia – Princípios e Aplicações. Editora
Pioneira Ltda. São Paulo, SP. 2001.
9
( ) As referências assinaladas com (*) são obras clássicas do pensamento
econômico e recomendadas àqueles que se interessarem em conhecer o
desenvolvimento do assunto.
115
* LANCASTER, Kelvin - A Economia Moderna: Teoria e
Aplicações. 2ª Edição. Zahar Editores. Rio de Janeiro. RJ.
1979.
MAITAL, Shlomo. “Economia Para Executivos”, Editora Campus.
Rio de Janeiro. 1996.
* MARSCHALL, Alfred. Princípios de Economia. Abril Cultural. São
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MATHIAS, Washington F., GOMES, José M. – “Matemática
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RAPPAPORT, Alfred. Análise de Investimentos. Editor Campus
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RIANI, Flávio. – “Economia: Princípios Básicos e Introdução à
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* RICARDO, Davis. Princípios dae Economia Politica e Tributação.
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*SCHUMPETER, Joseph A.. Teoria do Desenvolvimento
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SILVA, Eraldo S. Barbosa da; ORNELAS NETO, Joaquim.
Introdução à Economia. Editora FTD. São Paulo. SP 1996.
SILVA, Fábio Gomes da; JORGE, Fauzí T. – “Economia Aplicada à
Administração”. São Paulo. Editora Futura. 1999.
TROSTER, Roberto L.; MOCHÓN, Francisco. Introdução à
Economia. Makron Books do Brasil Editora Ltda. São Paulo.
SP. 1999.
VARIAN, Hal R.. Microeconomia – Princípios Básicos. Editora
Campus. São Paulo. SP. 2002.
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