Cuidados após a cirugia bariátrica Novo Centro Médico

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Publicação Interna da Rede VITA • Ano XIII • 2º Trimestre 2013
Novo Centro Médico no
Hospital VITA Curitiba
Cuidados após a
cirugia bariátrica
expediente
VITA
www.redevita.com.br
Hospital VITA Batel
(41) 3883-8482;
[email protected]
Hospital VITA Curitiba
(41) 3315-1900;
[email protected]
Hospital VITA Volta Redonda
(24) 2102-0001;
[email protected]
Grupo VITA
(11) 3030-5333;
[email protected]
Presidente:
Edson Santos
Vice-Presidente Executivo:
Francisco Balestrin
Diretor de Operações:
José Mauro Rezende
Diretor Financeiro:
Antônio Luiz Divetta
Diretor de Controladoria:
Ernesto Fonseca
Superintendente Hospital VITA Volta Redonda:
Deumy Rabelo
Superintendente Hospital VITA Curitiba:
José Octávio Leme
Superintendente Hospital VITA Batel:
Neidamar Fugaça
VITAL é uma publicação interna da
Rede VITA.
Editor: Francisco Balestrin
Conselho Editorial: Ligia Piola, Rafael
Martins e Iana Adour.
Apoio Volta Redonda: Ygor Rodrigues
Salgueiro
Fotos Volta Redonda: Fátima Fonseca
Apoio Curitiba: Luis Felipe Thomé e
Central Press
Fotos Curitiba: Rafael Danielewicz e
Rafael Martins
Produção: Headline Publicações e
Assessoria (11.3951-4478).
Jornalista responsável: João Carlos de
Brito
Mtb 21.952. Direção de arte: Alex
Franco. Revisão: Ligia Piola. Tiragem:
10.000 exemplares. Impressão: Gráfica
Josemar (11.3865-6308)
Email: [email protected].
Correspondência: Av. Pedroso de Moraes
1788
São Paulo SP Cep 05420-002
capa
• Hospital VITA Vota Redonda
completa 60 anos de atividade
Há 60 anos, a existência de um Hospital com
Qualidade naquela região era apenas mera
suposição.
Então veio a vontade e a garra, como disse
Fernando Pessoa em seu Livro do Desassossego:
“Agir, eis a inteligência verdadeira. Serei o que
quiser. Mas tenho que querer o que for. O êxito
está em ter êxito, e não em ter condições de êxito.
Condições de palácio tem qualquer terra larga, mas
onde estará o palácio se não o fizerem ali?”
E assim foi feito...
índice
opinião
04
• “Tempo”, por Francisco Balestrin
05
qualidade
assistencial
• “Qualiss”, por Vanuza Vitoreli
saúde
06
• Esteatose hepática não é sinônimo de cirrose
• Dicas para se proteger da cistite
• A vida após a cirurgia bariátrica
• Viagens longas dificilmente causam embolia pulmonar
• Conheça as vacinas para adultos
artigo médico-hospitalar
• “Prevenindo o ataque cardíaco já na infância”, por Bernardo Rzeznik
09
10
ping pong
• Foco na Sinergia
Entrevista com José Mauro Rezende, Diretor
Operacional do Grupo VITA
12
túnel do tempo
17
• UTIs, uma evolução recente
18
vida digital
• O surgimento do computador
em rede
19
• Hospital VITA Batel ganha prêmio por prevenção
• Volta Redonda conta com uma CIPA Dinâmica
• Novo Centro Médico no Hospital VITA Curitiba
18
perfil
• Conversamos com Jackson Baduy, um exemplo
de comprometimento e dedicação
histórias de nossa VITA
• Olejandar Justino, o Pelé do Hospital VITA Volta
Redonda, e suas missões impossíveis
22
opinião
Tempo
“Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo
de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou”
Eclesiastes 3:2
Assim também são as empresas e as atividades humanas. Sempre há o momento
adequado e certo para que as coisas aconteçam. Nossos Hospitais têm a hora certa
para se desenvolver, atingir seu momento
de maturidade e, a partir de então, alcançar
seu ápice e estar prontos para cumprir sua
missão institucional. Há anos buscamos o
aprimoramento de nossas atividades, sempre
tendo como objetivo o atender nossos pacientes de forma segura e com qualidade. Desde
o início de nossas atividades empresariais
trabalhamos nosso modelo de atenção com
o desenvolvimento de nossa organização, de
nossos processos e da checagem de nossos
resultados.
Sempre colocamos em primeiro lugar nosso
objetivo de buscar o êxito de nossa assistência como forma de termos a resolubilidade
necessária para sermos transformadores de
forma positiva. Nosso credo nos impulsiona
no sentido do melhor acolhimento, em
condições de melhor cuidado e resultado
para aqueles que, através de seus médicos
buscam no VITA a minimização de seus males de saúde. A condição de melhor relação
custo-benefício sem jamais incorrer numa
atenção de baixa qualidade é nosso norte, e
em nenhum momento será rompida; e todos
nossos esforços são canalizados para a máxima de cuidar com responsabilidade, ética,
compromisso com os clientes, dentro de um
ambiente de promoção e recuperação eficaz
e exitosa da saúde daqueles que acreditam
e precisam de uma assistência moderna e
não lesiva.
Não sem desafios, seja de custo, de adequação de processos e, muitas vezes, de inconformismo perante a doença e o financiamento
da saúde privada, continuamos e sempre
continuaremos neste caminho. Hoje o tempo
é de maturidade e de crescimento de nossas
atividades e operações.
Este número de nossa VITAL continua com
o desejo de veicular atividades e ações que
ocorrem em nossos Hospitais em prol da saúde de nossos clientes. Apresentamos técnicas
e procedimentos de correção da obesidade,
das ações de prevenção de patologias cardíacas, de esteatose hepática, da cistite e também
artigos que demonstram nossa visão de inovação em tecnologias para cirurgias cardíacas
e, como sempre, nosso compromisso com a
qualidade da atenção. Também um assunto
surpreendente, contando a história de uma
unidade hospitalar, hoje de nosso dia-a-dia,
mas que há poucos anos era ainda pouco
conhecida: a Unidade de Terapia Intensiva.
Trazemos três matérias que temos o maior
orgulho em comentá-las e apresentá-las. Em
primeiro lugar, a saga do Hospital VITA Volta
Redonda, que há seis décadas, isto mesmo 60 anos, serve de diferentes formas à grande
comunidade do Sul Fluminense e, em particular, a histórica cidade de Volta Redonda.
Esta unidade de saúde, heroica e exemplar,
faz hoje parte de nossa história e dela muito
nos orgulhamos. Na seção Ping-Pong temos a
grata satisfação de conhecer um pouco mais
dos pensamentos de um dos esteios deste
Hospital e também da Rede VITA de Hospitais, o médico, administrador e grande ser
humano José Mauro Rezende. Também neste
número da VITAL vamos conhecer mais da
vida exemplar daquele que, também fazendo
parte da história do Hospital VITA Curitiba,
desde o início revelou-se um amigo leal da
Rede: o colega Jackson Baduy. A eles nossas
homenagens e reconhecimento. Espero, como
sempre, que gostem.
Francisco Balestrin
Editor
4
em rede
Qualiss
Vanuza Vitoreli
O Programa QUALISS, da ANS, ajuda o consumidor a decidir qual plano de saúde
contratar, ao divulgar informações sobre sua rede credenciada de hospitais
Muitas dúvidas surgem quando vamos contratar um plano de saúde.
Sem dúvida, o consumidor quer saber qual é a qualidade dos hospitais
que irão atendê-lo, caso seja necessário. Mas como este consumidor
terá acesso a estas informações?
Entendendo esta necessidade, a ANS (Agência Nacional de Saúde
Suplementar, entidade reguladora vinculada ao Ministério da Saúde),
instituiu através de Resolução Normativa nº 275 o Programa QUALISS
- Programa de Qualificação de Prestadores de Serviços de Saúde - cujo
objetivo é o monitoramento e posterior divulgação de resultados pelos
hospitais, tornando-os acessíveis para a população. Conforme a própria
ANS, a expectativa é contribuir para o aumento do poder de avaliação
e escolha de prestadores mais qualificados pelos consumidores e
fomentar a cultura avaliativa nos estabelecimentos de saúde, com
competição positiva e maior transparência no setor. Hoje o consumidor
sofre com a escassez de informações objetivas sobre a eficiência e a
qualidade assistencial dos estabelecimentos de saúde brasileiros, de
forma a auxiliar na escolha, por parte dos beneficiários, de prestadores
mais qualificados. Os dados serão auditados pela própria ANS.
O programa é obrigatório para operadoras de plano de saúde
que possuem hospitais próprios, e é voluntário para os demais.
Aproximadamente 45 instituições de saúde do País fazem parte
deste grupo.
Neste contexto o Hospital VITA Volta Redonda tornou-se voluntário do
processo, entendendo que a transparência é fundamental na relação com
o consumidor. Além disso, há mais de 10 anos monitora seus processos
através de indicadores e os divulga. Participar deste projeto é a forma do
Hospital contribuir para a melhoria da saúde no Brasil e se aproximar da
sociedade, ao garantir a esta informações que auxiliarão na escolha de
planos de saúde, sabendo qual a qualificação de sua rede credenciada.
Vanuza Vitoreli é Coordenadora do Escritório da Qualidade do Hospital VITA Volta Redonda
saúde
Pesquisa busca cura
onde os stents falham
Pesquisadores conseguiram criar uma revascularização cardíaca em cobaias
Surge uma perspectiva para desenvolver tratamento de pacientes cardíacos que não podem ser curados nem com stents nem com ponte
de safena: o cardiologista Luiz Fernando Kubrusly, Diretor Clínico dos
Hospitais VITA Batel e VITA Curitiba, apresentou um trabalho científico
mostrando como usar um tecido do abdômen para revascularizar o
coração. A experiência feita em cobaias mostrou resultados positivos,
que foram apresentados no 40º Congresso Brasileiro de Cirurgia
Cardiovascular, realizado em abril, em Florianópolis (SC).
Kubrusly explica que, embora as cirurgias cardíacas salvem a vida
de muita gente, às vezes não há o que fazer: a extensão das artérias
danificadas é tão grande que não se pode colocar um stent (tubo de
platina que desobstrui a artéria) nem fazer uma ponte de safena (um
desvio que utiliza a veia safena) para voltar a irrigar a região do coração
que não está recebendo sangue. Nesse caso o coração do paciente vai
permanecer isquêmico (sem a força
toda, devido aos problemas circulatórios) ou mesmo parar de funcionar.
Nas cobaias, o tecido do abdômen
transplantado criou novos vasos sanguíneos que passaram a alimentar
aquela área do coração que não recebia sangue adequadamente.
Segundo Kubrusly, ainda há um longo caminho a percorrer até que
se possa testar a técnica em seres humanos e usá-la clinicamente;
mas é uma perspectiva para pacientes em quem não se pode usar as
técnicas tradicionais. Ele incentiva seus colegas a também pesquisarem
e publicarem artigos científicos: “A pesquisa é um excelente caminho
para o desenvolvimento profissional do médico”, afirma. O trabalho
de Kubrusly foi um dos 24 selecionados no Congresso para serem
incluídos em uma publicação científica.
5
saúde
Quem tem medo de esteatose?
Esteatose hepática, ou gordura no fígado, não causa problema para a maioria dos portadores
Hugo Ricardo
A. da Silveira
“Estou com cirrose?” Essa é uma pergunta que
muitos pacientes fazem ao médico Hugo Ricardo
A. da Silveira, hepatologista do Hospital VITA Volta
Redonda. Ele relata que as pessoas chegam ao
seu consultório assustadas, porque olham seus
exames e encontram uma informação preocupante: uma tal de “esteatose hepática”.
Trata-se de gordura no fígado. Silveira explica
que é muito fácil ouvir de amigos, ou da fa-
mília, que a esteatose hepática se torna uma
cirrose, um problema muito sério que pode
fazer com que o fígado deixe de funcionar.
Eis porque as pessoas chegam apavoradas ao
consultório. O que elas em geral não sabem é
que a chance de uma pessoa com esteatose
evoluir para uma cirrose é bem pequena.
excesso de peso e outros. Silveira explica que
desse total, 85% não vão ter problema algum.
Os outros 15%, por motivos diversos, devem
desenvolver esteato-hepatite, quer dizer, uma
hepatite induzida pela gordura no fígado.
Deste grupo de 15% com esteato-hepatite,
10% a 15% devem desenvolver cirrose.
Diagnósticos de gordura no fígado são muito
comuns e não devem causar preocupação
imediata. Uma ultrassonografia ou tomografia
solicitada por outros motivos pode encontrar
casualmente a esteatose hepática – é o que
os médicos costumam chamar de “achado”,
um resultado extra em um exame que não
foi feito para investigar aquilo.
Em resumo: a chance de uma pessoa desenvolver hepatite devido à esteatose hepática é
pequena, porém considerável, e a chance do
quadro evoluir para uma cirrose é ainda menor. A maioria das pessoas que tem esteatose
convive com isso sem maiores problemas.
Segundo Silveira, estima-se que metade da
população brasileira tem algum grau de esteatose hepática, ou seja, gordura no fígado,
por fatores como diabetes, colesterol elevado,
“Os pacientes olham seus exames, pesquisam
no Google e ficam apavorados com os resultados”, comenta Silveira. Ele sugere que a pessoa
leiga procure não interpretar por conta própria
os exames, porque pode chegar a conclusões
descabidas e eventualmente assustadoras.
Medidas simples previnem cistite
A bactéria que causa cistite está no nosso próprio corpo
A cistite, infecção na parede da bexiga, é um
problema tão comum na mulher que é provável
que uma adulta tenha uma cistite a cada dois
anos, em média – nos homens, a incidência é
muito menor. Entre os sintomas mais comuns
estão dificuldade para urinar, dor ao urinar, necessidade frequente de ir ao banheiro e dores
na bexiga e na parte de baixo do abdômen.
Entrevistamos o urologista Rogério de Fraga, do
Hospital VITA Batel, sobre esse problema.
por bactérias que estão no seu próprio corpo”,
garante. Fraga explica que na maioria das
vezes a cistite é causada pela bactéria Eschirichia Coli, que vive no intestino humano e atua
no processo de decomposição dos alimentos.
Quando essa bactéria atinge a bexiga, pode
causar a cistite. Isso é mais comum na mulher,
porque a uretra, canal por onde urinamos, é
mais curta na mulher do que no homem e mais
próxima do ânus, o que facilita a contaminação.
A primeira coisa que Fraga esclarece é que
ninguém pega cistite no banheiro: “A cistite
aparece porque as pessoas são colonizadas
A melhor forma de se proteger da cistite é beber
bastante líquido diariamente. Isso mantém um
fluxo de urina regular, o que impede que a bactéria tenha tempo de
Medidas Preventivas
infectar a parede da
A maioria dos casos de cistite recorrente em mulheres pode ser evitada
bexiga. Outras medicom os seguintes cuidados:
das simples podem
1 - Beber bastante líquido (pelo menos 1,5 litro por dia: água, chá, suco etc)
ajudar a prevenir o
2 - Urinar frequentemente (no mínimo a cada 4 horas)
problema (veja box).
3 - Urinar após a relação sexual
4 - Manter alimentação rica em fibras para facilitar evacuação
5 - Higiene após evacuar
6 – Usar roupas que facilitem a transpiração
6
Quando uma mulher
apresenta cistite três
vezes ou mais em um ano, já se pode considerar que se trata de uma cistite recorrente.
Nesses casos, além do tratamento da cistite
que a paciente tem naquele momento, Fraga
instrui a mulher a seguir as
medidas de prevenção. Isso
costuma ser suficiente para
resolver o problema das
cistites recorrentes em 85%
dos casos. Os demais casos
podem ser devido a causas
anatômicas ou imunológicas, e devem
ser analisados.
“Mais importante que tratar o evento
agudo é educar a paciente para evitar
que novas
Rogério
de Fraga
cistites apareçam”, diz Fraga.
A vida após a bariátrica
A cirurgia bariátrica não faz milagre: as pessoas perdem peso
e não o recuperam quando seguem as orientações da equipe
Ao contrário do que a maioria de nós pensa, a
bariátrica não é algo que acontece apenas no
centro cirúrgico: o procedimento propriamente
dito, que é reduzir a capacidade do estômago,
é apenas uma parte de um processo que
começa com a avaliação e preparação do paciente para a cirurgia, e que continua depois,
para o resto da vida.
“Nós consideramos a cirurgia um ‘gatilho’
desse processo, que desencadeia uma série
de mudanças no organismo que precisam ser
acompanhadas e controladas pelo paciente
e pela família, com auxílio do cirurgião e da
equipe multidisciplinar de apoio (nutricionista,
psicólogo e outros profissionais)”, diz Giorgio
Baretta, cirurgião bariátrico e endoscopista do
Hospital VITA Batel.
Segundo Baretta, quem é mais disciplinado, ou
seja, mantém o acompanhamento com a equipe e segue as orientações, é quem obtém os
melhores resultados da cirurgia bariátrica em
termos de: maior perda de peso; menor chance
de recuperação de peso; melhor controle das
comorbidades (problemas causados pela obesidade, como diabetes, hipertensão e outros).
Giorgio
Baretta
“Tenho pacientes que eram obesos e que
hoje são maratonistas; tem alguns que até
comemoram a data da cirurgia como um novo
aniversário, um renascimento”, conta Baretta.
Euforia perigosa
Segundo Paulo Nassif, cirurgião do aparelho
digestivo do Hospital VITA Batel, quem passa
por uma cirurgia bariátrica em geral sente um
grande bem estar logo após o procedimento. Nos
primeiros 30 a 40 dias há uma rápida perda de
peso, pessoas com diabetes tipo 2 podem em
algumas situações deixar o hospital já com os
níveis de glicose estabilizados e sem necessidade de tomar medicamentos, a disposição
e a produtividade melhoram, a confiança e a
auto-estima aumentam.
Mas, conforme relata Nassif, esse bem estar
pode ser uma armadilha para o paciente: ele
pode sentir-se tão saudável, que acha que não
precisa fazer mais nada, e acaba descuidando
da continuidade do tratamento, do qual a
cirurgia é apenas uma fase. Um dos riscos
é sofrer carência de nutrientes importantes,
porque o sistema digestivo mudou e é preciso
repor determinadas vitaminas e minerais.
Voltar a praticar atividade física após a bariátrica
é essencial, e não apenas para perder peso:
“após a bariátrica, a pessoa não perde apenas
gordura, perde massa muscular também, então é
preciso fazer exercícios para se fortalecer”, diz Baretta. Ele lembra que os músculos, além de serem
responsáveis pelos movimentos, também têm
um papel importante no sistema imunológico.
“A preparação do paciente para a cirurgia é
fundamental e eu valorizo muito essa fase”, diz
Nassif. “A pessoa precisa ser avaliada do ponto
de vista físico e psicológico para saber se está
preparada para o procedimento, e também precisa compreender o que vai ser feito, e porquê,
para poder seguir o tratamento após a bariátrica”.
Os benefícios de uma bariátrica são muitos e
importantes, e trazem um grande ganho de
qualidade de vida para as pessoas, quando
elas conseguem compreender a importância
das orientações pós-cirurgia e segui-las.
Pela sua experiência, Nassif observou que os
pacientes que alcançam seu objetivo com uma
cirurgia bariátrica, isto é, que perdem peso e não
readquirem posteriormente, e também se livram
das comorbidades são aqueles que melhor
Excelência em bariátrica
O Hospital VITA Batel é o único do Paraná credenciado como Centro de Excelência em Cirurgia Bariátrica
e Metabólica pela Surgical Review Corporation (SRC), instituição norte-americana que tem aval da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM). Isso significa que a estrutura, equipe e os
procedimentos realizados no Hospital foram avaliados e aprovados por uma instituição independente para
realização de bariátricas. Também os médicos cirurgiões que realizam esse tipo de cirurgia no Hospital
VITA Batel participaram do processo e receberam certificados de excelência. A certificação tem alcance
internacional, o que torna o Hospital VITA Batel uma referência nesse tipo de cirurgia no mundo todo.
Dirlene dos Santos
Paulo Nassif
compreenderam o que é o procedimento e que
seguem a orientação da equipe no período pós-cirúrgico, inclusive quanto à alimentação, em
termos de tipo e quantidade, e praticam atividade
física regular e moderada pelo resto da vida.
Comer nem sempre é nutrir
São realizadas no Hospital VITA Batel cerca de
40 a 50 cirurgias bariátricas por mês. Dirlene
dos Santos, chefe de Nutrição do Hospital,
explica que as mudanças no sistema digestivo
do paciente fazem com que ele precise repor
determinados nutrientes, conforme a técnica de
cirurgia empregada. Depois da alta, é preciso
também seguir à risca as recomendações nutricionais: “A pessoa precisa entender a diferença
entre comer e nutrir-se”, comenta Dirlene. Por
exemplo, se após a bariátrica a pessoa só
consegue ingerir certa quantidade de comida,
a sua refeição precisa ser constituída por uma
dieta balanceada, que supra suas necessidades
nutricionais; ela não pode substituir a refeição
por doces, que não vão nutri-la.
7
saúde
Viajar de classe econômica mata?
Dificilmente. Mas se você tem histórico de
problemas circulatórios, não custa prevenir-se
Em outubro do ano 2000, Emma Christofferson, de 28 anos, estava viajando da Austrália
para a Inglaterra, em um voo de 20 horas
de duração. Logo após desembarcar, Emma
sentiu-se mal. Foi levada a um hospital, mas
não resistiu e morreu devido a uma embolia
pulmonar. Esse é o caso mais famoso do
que veio a ser conhecido como “síndrome da
classe econômica”. Acreditava-se que devido
ao espaço reduzido entre as poltronas e à
dificuldade de movimentar-se, viajar na classe
econômica dos aviões aumentaria a chance
de sofrer um problema circulatório como o
que vitimou Emma.
O médico angiologista (especialista em problemas dos vasos sanguíneos) Luis Fernando
Queiroz de Lima, do Hospital VITA Volta Redonda,
comenta a “síndrome”: “Essa ocorrência, raríssima,
já foi chamada de ‘síndrome da classe econômica’, porque afetaria mais os passageiros que
viajam em poltronas apertadas, mas também já
foi chamada de ‘síndrome da janela’, pela dificuldade para sair da poltrona e se movimentar;
mas hoje chamamos simplesmente de ‘síndrome
do viajante’, porque pode acontecer em qualquer
meio de transporte, desde que a pessoa tenha
pré-disposição para o problema e fique longas
horas sem se movimentar”. Ele diz que há relatos
de casos em viagens de ônibus.
Lima tranquiliza os assustados: “A quantidade
de pessoas que pode sofrer essa síndrome
é muito pequena e mesmo essas podem se
prevenir”. No grupo com pré-disposição para a
“síndrome do viajante” estão: mulheres grávidas,
mulheres que amamentam, tabagistas, pessoas
com casos de trombose (próprio ou na família),
pacientes em tratamento de câncer, pacientes
de cirurgia ortopédica ou abdominal. Para essas pessoas, é recomendável uma visita a um
angiologista antes de uma viagem longa. Ele
pode inclusive receitar meias de compressão
especiais e até medicamentos específicos.
Luis Fernando Queiroz de Lima
Todos podemos diminuir o desconforto de
uma viagem longa com medidas simples:
ingerir bastante líquido, não tomar álcool
durante a viagem, andar no corredor quando
possível e movimentar os pés, como quem
acelera e desacelera um carro, e também em
movimentos circulares.
Adulto também toma vacina
Algumas imunizações perdem a validade, outras você pode nunca ter tomado
Vacina não é só para crianças. Jaime Rocha,
médico infectologista do Hospital VITA Curitiba, explica que várias vacinas precisam
ser reforçadas ou atualizadas, e
também há aquelas que nem
existiam quando você era criança
e, portanto, não tomou. “Das que
precisam ser atualizadas, a mais
importante, sem dúvida, é a de
tétano, que deve ser tomada a
cada dez anos”, afirma.
Segundo Rocha, o
tétano só não é
mais comum
porque a população foi imunizada, mas a
bactéria que
causa a doenJaime Rocha
8
ça continua presente. “Não é só um prego
enferrujado que pode contaminar a pessoa”,
diz Rocha; “os últimos casos que vi foram
de pessoas que se feriram com latas
ao cuidar do jardim ou da horta”.
Outras vacinas que devem ser
atualizadas: gripe, todo ano, para
qualquer pessoa, inclusive crianças acima de 6 meses de idade;
coqueluche e difteria, pelo menos
uma vez na vida adulta; febre
amarela a cada dez anos
nas regiões em que
a doença é endêmica.
Entre as vacinas que
você pode
não ter
feito estão:
hepatite A; hepatite B; tríplice viral (sarampo,
caxumba e rubéola); hpv (a partir dos 9 anos
de idade); antipneumocócica (para adultos
acima dos 60 anos ou com doenças crônicas).
Além disso, novas vacinas continuam sendo
desenvolvidas. Rocha prevê que ainda em
2013 deve chegar ao Brasil a imunização
contra herpes zóster (cobreiro), para pessoas
com mais de 60 anos. O cobreiro é uma lesão
causada por vírus muito dolorosa e bastante
comum no Sul do Brasil.
Quem quiser conhecer o calendário completo
de vacinas, para crianças e adultos pode consultar o site da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM), em www.sbim.org.br/vacinacao.
Nele, há recomendações para prematuros,
crianças, adultos e idosos, e até por perfil
ocupacional, por exemplo, para profissionais
que trabalham com saúde, alimentos, animais,
coleta de lixo, etc.
artigo médico-hospitalar
Prevenção do ataque cardíaco:
iniciar já na infância?
A doença coronariana, isto é, o “entupimento” destas
artérias provoca o infarto do miocárdio, que é a causa
mais frequente de morte em todo o mundo ocidental.
Particularmente em Curitiba estamos em terceiro lugar
onde mais se morre desta doença, atrás do Rio de Janeiro e Porto Alegre. No Paraná, em 1996, quatro mil óbitos
ocorreram por infarto do miocárdio. O custo devido à
perda de produtividade e hospitalizações é enorme.
No Brasil não temos estimativas a respeito, mas nos
EUA calcula-se que 150 bilhões de dólares são gastos
anualmente no tratamento de doenças do coração.
Bernardo
Rzeznik,
Cardiologista
do Hospital
do Coração
Como aconteceu com as doenças infecciosas, conseguiu-se vencê-las com o descobrimento e a aplicação
das vacinas específicas para toda a população. Também
é essencial se fazer a prevenção da doença coronariana
a fim de reverter o quadro atual. É bem verdade que
nesta doença a situação é muito mais complexa, pois
ela é causada por múltiplos fatores.
O que queremos chamar atenção é para o fato de que
a prevenção deve ser iniciada já na infância e na adolescência. Está se constatando que os chamados fatores
de risco para o desenvolvimento da doença coronária
- colesterol elevado, pressão alta, obesidade, aliados aos
maus hábitos alimentares e vida sedentária, não são exclusivos de adultos. Eles começam a surgir cada vez mais
em crianças e adolescentes e nestes agravados pelo uso
da pílula anticoncepcional, fumo e drogas ilícitas como
maconha, crack e cocaína. Estas crianças e adolescentes,
se não detectados e orientados com medidas preventivas,
têm grandes chances de chegar aos 30 anos à beira de
um infarto. Assim a tendência mundial hoje é investigar
e prevenir, corrigindo os fatores de risco o quanto antes.
Um amplo estudo americano, envolvendo crianças,
adolescentes e adultos jovens, revelou dados muito
significativos: a partir do dez anos de idade, 100% delas
apresentam estrias gordurosas na aorta e nas artérias
coronárias. Estas estrias gordurosas são as lesões que vão
culminar, anos mais tarde, no “entupimento” das artérias
coronárias, causando o infarto do miocárdio. Também já
foi comprovado que quanto maior o numero de fatores
de risco presentes, maior é a gravidade destas lesões, em
adultos jovens. Portanto, quanto mais precocemente estes
fatores de risco forem modificados, maiores as chances
de adiar ou prevenir o seu aparecimento.
Um destes fatores de risco, que vem aumentando rápida e
progressivamente, é a obesidade não só entre os adultos
como também entre crianças e adolescentes, e deveria ser
encarada como um problema de saúde pública.
Estatísticas americanas mostram que 10 a 20% dos
bebês obesos serão crianças obesas; 40% das crianças
obesas irão se tomar adolescentes obesos; e 75 a 85%
destes serão adultos obesos. No Brasil estima-se que um
terço da população é obesa. A obesidade no adulto vem
frequentemente acompanhada de hipertensão arterial,
diabetes e alterações lipídicas (”gordura no sangue”),
todos os fatores de risco para o aparecimento da doença
coronariana. Uma maneira muito eficaz de preveni-la
seria a prevenção da obesidade já na infância. Estudos
revelam, também, que uma criança com níveis elevados
de colesterol tem um risco maior duas a quatro vezes
para desenvolver doença coronariana na idade adulta.
Além dos fatores de risco ambientais há um sobre o
qual não podemos interferir: é o fator genético, herdado
dos nossos pais. Assim, o cardiologista que atende um
paciente coronariano jovem (com menos de 55 anos de
idade) deve também investigar seus filhos para detectar
a presença dos fatores e procurar modificá-los para
retardar ou mesmo evitar um ataque cardíaco neles.
Podemos deduzir então que o caminho para a prevenção
do ataque cardíaco é longo, envolvendo desde o pediatra
até o cardiologista, passando pelo nutricionista, ginecologista, psicólogo e fisioterapeuta, e com certeza muito
difícil, pois implica em mudanças radicais nos hábitos de
vida, desde a infância até a idade adulta. Entretanto é um
esforço que, sem dúvida alguma, vale a pena ser realizado.
9
ping pong
Foco na Sinergia
O médico intensivista José Mauro Rezende, Diretor de Operações
do Grupo VITA, trabalha no Hospital VITA Volta Redonda desde 1986,
antes mesmo de pertencer ao Grupo VITA. Com sua vocação para
organização e liderança, recebeu responsabilidades administrativas
– a primeira foi Supervisor do Serviço de Emergência, em 1993.
Essa mudança de rota, em direção a cargos de Direção, o levaram
a realizar um MBA em Gestão Empresarial e participar do Programa
de Desenvolvimento em Gestão Hospitalar promovido pela ANAHP
(Associação Nacional do Hospitais Particulares) à qual o Hospital
VITA Volta Redonda é filiado.
Nesta entrevista, Rezende fala sobre os rumos estratégicos que
os Hospitais do Grupo VITA estão tomando para atender cada vez
melhor seus clientes, sejam pacientes ou médicos, as perspectivas
de crescimento, e como as unidades se integram para criar uma
sinergia que fortalece esta Rede, que reúne alguns dos melhores
hospitais do Brasil.
VITAL: Hospital VITA VR desempenha hoje
um papel importante na cidade e região. O
que está sendo feito para que ele mantenha
esse destaque?
tínuo investimento em treinamento de nossas
equipes internas e no incentivo a nosso Corpo
Clínico no desenvolvimento e aplicação de
novas técnicas terapêuticas no Hospital.
José Mauro Rezende: É fundamental manter
a excelência dos serviços prestados, prever
as demandas do nosso Corpo Clínico, da
população da cidade e região e ficar atento às
melhores práticas desenvolvidas no mercado,
para que o Hospital esteja preparado para
oferecer a todos nossos clientes um serviço
de qualidade comparável a centros de excelência no Brasil e no exterior. O Hospital VITA
Volta Redonda é uma referência na região
sul-fluminense a partir de seu compromisso
com a qualidade e segurança de seu processo
assistencial, e focado em atender com ética e
respeito aos pacientes e familiares.
VITAL: Quais as perspectivas de crescimento
e em que áreas?
Como estratégia para oferecer este serviço de
alto desempenho o Hospital VITA congrega em
um único local, serviços de alta resolubilidade,
capazes de atender às diversas demandas da
população, desde consultas ambulatoriais,
exames complementares, serviços de emergência até cirurgias de alta complexidade, o
que sem dúvida agrega conforto e segurança
para quem busca atendimento.
Outro aspecto de grande importância é o con-
10
JMR: O projeto de destaque nos últimos dois
anos no Hospital VITA Volta Redonda foi a
reestruturação de nosso Centro Médico, que
nos permitiu alinhar nosso Corpo Clínico aos
objetivos estratégicos da instituição. São 160
médicos de 42 especialidades que realizam
cerca de 8.000 atendimentos mensais. A ampliação da oferta de consultórios nos permitiu
a atração, renovação e fidelização de nosso
Corpo Clínico, permitindo o incremento do
volume cirúrgico em cerca de 30% ao mês,
além da melhora dos fluxos de atendimento
de nossos clientes.
Outra área que está passando por importantes
reformulações é nosso setor de emergência. Nosso Hospital, como todos os hospitais do Brasil, assiste nos últimos anos a um enorme crescimento
de consultas ao setor de emergência, o que nos
obriga a constantemente buscar estratégias que
permitam acolher esta crescente demanda com
a segurança e qualidade requeridas.
A implantação do sistema de estratificação de
risco utilizando a metodologia de Manchester
trouxe a possibilidade de adequarmos as
áreas de atendimento ao perfil de gravidade
dos pacientes atendidos. Desta forma, nosso
grande projeto neste segundo semestre está
baseado na adequação de nossas áreas de
atendimento emergencial do pronto atendimento de adultos e na criação de uma nova
área de atendimento de pronto socorro infantil.
Neste próximo ano o Hospital VITA Volta
Redonda também estará ampliando sua
capacidade de atendimento em Cuidados
Críticos (UTI e Unidade Cardio Intensiva), com
ampliação de 40% dos leitos disponíveis para
estas especialidades.
VITAL: O VITA é Hospital de referência na
região. Como ele conquistou isso?
JMR: Para ser referência é preciso ser diferenciado, ser o melhor em sua área de atuação. Ser
referência não é fácil, é um trabalho de longo
prazo, baseado no respeito à história da instituição, às características de seu Corpo Clínico
e a um comprometimento Institucional com
a qualidade dos serviços prestados. No VITA
não nos basta prestar um serviço: precisamos
acreditar que este serviço é comparável ao que
é prestado nos melhores centros, que nosso
cliente pode ter a segurança da escolha que
realizou ao buscar o Hospital VITA para o
atendimento.
VITAL: Como os clientes veem o HVVR?
JMR: Estamos há 60 anos cuidando da
saúde da população de Volta Redonda e da
região. Só este fato já permite verificar como
o Hospital é parte da cidade e o carinho que
a população tem por nossa instituição.
Objetivamente podemos atestar a confiança
que é depositada pela população no baixíssimo índice de transferência externa que o
Hospital apresenta, na crescente busca de
atendimento em nossos serviços e na fidelização de nossos clientes.
Outro aspecto importante é como nossos
clientes médicos veem a instituição, como
suas necessidades são atendidas e suas
sugestões acolhidas. Nosso Corpo Clínico é
extremamente estável, alguns colegas atuam
no Hospital há mais de 30 anos, efetivamente
vivendo o Hospital, participando do dia-a-dia
da instituição e cuidando para que as coisas
funcionem da melhor maneira.
Como os clientes nos percebem é fundamental para nos tornamos mais eficientes,
não só do ponto de vista técnico, mas para
que nos sintamos estimulados a buscar a
melhoria contínua. Os clientes/pacientes
estão mais informados, mais exigentes e
passaram a participar das decisões do próprio tratamento, o que nos obriga a mudar
nossa comunicação. Mas isso é muito
positivo! Ao tomar conhecimento de seus
direitos e deveres, o paciente compartilha
a responsabilidade por seu tratamento e
colabora para seu êxito.
VITAL: Como está acontecendo a sinergia
entre os Hospitais VITA?
JMR: Primeiro vou me utilizar da própria definição de sinergia: sinergia significa cooperação.
Sinergia é um trabalho ou esforço para realizar uma determinada tarefa muito complexa,
e poder atingir seu êxito no final. Sinergia é
o momento em que o todo é maior que a
soma das partes.
O Grupo VITA foi a primeiro grupo empresarial
na área de hospitais a utilizar no Brasil o
conceito de REDE. Desde 1997 buscamos a
organização de nossas operações de forma
centralizada, através da criação de plataformas de serviços e definição de processos
administrativos que permitissem a implantação de serviços de forma padronizada e com
ganhos de produtividade.
A Diretoria de Operações está revitalizando
esta metodologia de trabalho. Durante alguns
anos, devido a questões específicas do mercado onde nossas unidades se encontram,
perdemos um pouco desta nossa característica. Em 2013, a partir de uma diretriz
da Presidência do Grupo VITA, retomamos
este modelo e estamos alinhando todos os
processos desenvolvidos pelos Hospitais.
Este alinhamento começa no planejamento
estratégico e se desdobra para os principais
processos operacionais.
VITAL: Que vantagens isso traz para o Grupo?
JMR: Um dos maiores ganhos deste modo
de operar é que erramos menos. Dizem que
experiência é como nós chamamos nossos
erros do passado e desta forma podemos
aprender com as experiências dos demais a
encontrar nossos melhores caminhos.
que passa pela compreensão das razões que
justificam os melhores resultados de um em
detrimento dos outros. Mas não se trata de
um sistema competitivo. O objetivo final é que
as trocas de informação gerem aprendizado e
possibilitem a aplicação desse conhecimento
na melhoria dos processos de trabalho.
VITAL: O Hospital acaba de completar 60 anos.
Como você vê o futuro da instituição?
Do ponto de vista prático podemos dizer que a JMR: O cenário que hoje identificamos mostra
sinergia entre as instituições poderá reduzir o que as instituições de saúde terão dificuldades
importantes
trabalho dos
a enfrentar
diversos dePara ser referência é preciso ser diferencianos próximos
partamentos,
anos. A reguatravés da
do, ser o melhor em sua área de atuação. Ser
lamentação
implantação
referência não é fácil, é um trabalho de londo setor, as
de processos
go prazo, baseado no respeito à história da
exigências rejá testados e
instituição, às características de seu Corpo
lacionadas à
parametrizaincorporação
dos para nosClínico e a um comprometimento Institucional
de tecnologia,
sos objetivos
com a qualidade dos serviços prestados
a necessidainstitucionais,
de de qualifia redução de
custos através de compras e contratações cação de mão de obra e os novos modelos de
centralizadas e também através da centraliza- relacionamento com clientes e fornecedores,
ção de serviços tanto administrativos quanto entre outros, constituem um conjunto de desafios que teremos que enfrentar para seguir
operacionais.
nesta trajetória de sucesso.
Outro aspecto que está sendo incrementado
nesta fase é a utilização de benchmarking Equilibrar valores do passado com as inovainterno onde podemos identificar diferenças ções do futuro é um grande desafio. A tradição
de desempenho em processos internos do Hospital VITA Volta Redonda é um dos
similares, estabelecer práticas e procedi- nossos pontos fortes, bem como nossa marca.
mentos comuns e criar um compromisso Buscar este equilíbrio não é tarefa facil, mas
organizacional; com isso se ganha tempo e entendo que quanto maiores as dificuldades,
podemos obter melhores resultados a partir mais inovadoras são as soluções, mais comda identificação e implantação das melhores prometimento se obtém da equipe de trabalho.
práticas observadas.
A implantação de sólidos processos de gestão,
VITAL: Existe uma troca de informações en- a manutenção da qualidade dos serviços
tre os Hospitais do Grupo do ponto de vista prestados, o compromisso com todos nossos
steakholders e a transparência de nossas
assistencial?
práticas são fundamentais para a solidez de
JMR: Todos os Hospitais da Rede possuem nosso empreendimento.
processos assistenciais estruturados e baseados nas melhores práticas da saúde. Estes O mais importante é sempre nos alicerçarmos
na nossa missão que é cuidar de vidas. É
processos são monitorados para garantir o
alcance das metas estipuladas. A troca de in- nosso objetivo maior hoje e assim será nos
formações serve como uma ferramenta para a próximos anos... E é nisso que aposto para
manter o sucesso do Hospital.
comparação de desempenho entre os Hospitais,
“
”
11
1930
Na década de 1930, o Brasil ainda só
tinha pequenas usinas siderúrgicas,
incapazes de suprir a demanda
interna, e precisava importar a
maior parte do aço que consumia.
O Brasil exportava minério de ferro
e importava trilhos.
12
Implantação
do Estado
Novo; Getúlio
Vargas fecha
o Congresso
Nacional e
cancela as
eleições pre1930
sidenciais previstas para o
ano seguinte. Foi o início de um dos períodos
mais autoritários da história do País.
Entre as medidas tomadas por Vargas
para manter o apoio popular está a
criação de um plano de industrialização para o País. É criada a Comissão
Preparatória do Plano Siderúrgico
Nacional, que estuda a viabilidade da
construção de uma usina siderúrgica
de grande porte.
1939
1939
Começa a II Guerra Mundial na Europa.
capa
Em 2013 o Hospital VITA Volta Redonda completa 60 anos de atividade,
uma trajetória que traz orgulho a todos que participaram de sua
evolução, sempre cuidando da saúde e do bem-estar da comunidade.
São seis décadas de trabalho de profissionais de saúde e administração,
que se dedicaram à construção de uma instituição que tem como marca
a qualidade dos serviços que oferece à população.
A história do Hospital VITA Volta Redonda está
ligada a fatos que marcaram o desenvolvimento industrial do País. Até os anos 1930, o Brasil
era, com poucas exceções, essencialmente rural.
Após a implantação do Estado Novo, em 1937,
Getúlio Vargas deu andamento a um plano de
industrialização que teve como um dos pontos
altos a Criação da Companhia Siderúrgica
Nacional (CSN), em 1941. O local escolhido
para a construção da usina foi o distrito de
Santo Antônio de Volta Redonda, na época
pertencente ao município de Barra Mansa.
Participaram das obras cerca de 130 técnicos
brasileiros, 50 norte-americanos e sete mil
operários brasileiros, vindos de todo o País. Para
garantir o atendimento médico a esse enorme
contingente de pessoas, a CSN montou um
hospital provisório, uma edificação de madeira
e alvenaria. Em sua aparente precariedade
era uma unidade bastante equipada para a
época, capaz de oferecer vários serviços e dar
segurança assistencial aos operários e suas
famílias. Esse prédio simples foi a semente
do que é hoje o Hospital VITA Volta Redonda.
A demanda cresce
Com a inauguração da usina, em 1946, a região
continuou a crescer e atrair imigrantes de todo
Vargas busca financiamento e
cessão de tecnologia junto aos EUA para a
construção da usina siderúrgica, mas as negociações
não avançam. Em setembro
desse ano, Vargas faz um
discurso que é interpretado
como apoio aos países do
Eixo: Alemanha, Japão e
Itália. Essa atitude faz com
que os EUA finalmente liberem o financiamento para a
construção da usina.
o País, em busca das oportunidades que a CSN
oferecia. O hospital provisório continuava em
funcionamento, mas as necessidades de atendimento da população aumentavam. Nesse ano,
o médico ortopedista José Viana de Carvalho,
percebendo que a CSN não tinha interesse
imediato em investir em um hospital definitivo
propôs a organização da Sociedade Hospitalar
de Volta Redonda, constituída por três cotistas: a
CSN como principal investidora, o IAPI – Instituto
de Aposentadoria e Pensões dos Industriários – ,
que à época custeava a assistência à saúde da
categoria, e um grupo de médicos e dentistas,
pioneiros do hospital provisório.
A construção do Hospital “definitivo” começou em 1946 sob a coordenação de
Carvalho, que em setembro do mesmo
ano deixou a CSN e foi substituído pelo, à
época, recém-formado médico ortopedista
Olézio Galotti. Conta-se que o projeto do
novo Hospital, se não é cópia fiel, inspirou-se muito em um hospital da Marinha dos
Estados Unidos existente no Havaí durante
a Segunda Guerra Mundial.
O desinteresse inicial da CSN pela construção
de um hospital foi revertido pelas decisões de
dois diretores – Edmundo de Macedo Soares
e Silva e Silvio Raulino de Oliveira – que con-
1941
1930
1941
Começam as obras de construção da
usina, com consultoria de empresas
americanas.
Em abril é fundada a Companhia Siderúrgica Nacional; o local escolhido
para a construção é a pacata Fazenda
Santa Cecília, em Santo Antônio da
Volta Redonda, um distrito de Barra
Mansa, ponto estrategicamente escolhido entre o Rio de Janeiro, São
Paulo e Minas Gerais.
1941
A CSN instala um hospital provisório,
de alvenaria e madeira, para atender
os operários e administradores.
13
Mendes, médico obstetra
clínico. A mudança das
operações do hospital
provisório para o novo
e as necessárias interações com os órgãos
públicos de saúde foram
obra do médico Falcão
Neto, que faleceu em um
acidente automobilístico
meses após a inauguração.
Pronto, finalmente
Edson Santos e Francisco Balestrin (dir.)
venceram seus pares na empresa a investir
no Hospital, mas ainda receosos de como se
faria a gestão do serviço.
A Sociedade Hospitalar de Volta Redonda não
deu certo. Os aportes financeiros necessários
à edificação do Hospital não aconteceram.
Em 1951 a obra ainda não estava pronta.
Por pressão da CSN, que decidiu concluir o
Hospital, a Sociedade se dissolveu.
Para gerir o Hospital, a Administração da CSN
criou uma Diretoria para cuidar dos assuntos
sociais. Para ela nomeou Paulo Monteiro
A CSN concluiu a construção e o Hospital foi
inaugurado no Dia do
Trabalho de 1953 pelo
Presidente Getúlio Vargas, que gostava muito
de estar sempre em
Volta Redonda nas comemorações trabalhistas do Primeiro de Maio,
pois a construção da
usina havia sido iniciada por ele, e o trabalhismo sempre fora sua
bandeira política. A fita cortada por Getúlio
em frente à porta principal foi providência
da funcionária do Hospital, Bergonsil de
Oliveira Magalhães, que tornou-se posteriormente Vice-Presidente da Associação
dos Aposentados e Pensionistas de Volta
Redonda.
O Hospital da Companhia Siderúrgica
Nacional desde a sua criação contou com
excelentes equipes multiprofissionais e
protagonizou ou participou da história da
área de saúde de Volta Redonda e da Região
Sul-Fluminense.
Seu Corpo de Enfermagem nos anos 50 era
constituído por egressas da Escola Anna Nery,
primeira instituição do gênero do Brasil (1923),
hoje integrada à Universidade Federal do Rio
de Janeiro (UFRJ).
Curso de Medicina
Foi no Centro de Estudos do Hospital, em um
processo liderado pelo Patologista Nalmir dos
Santos Prado, que em 1965 nasceu a ideia
de criar um Curso de Medicina na cidade,
aproveitando os recursos humanos e físicos
disponíveis no Hospital.
Em 1968 foi fundada a Escola de Ciências
Médicas de Volta Redonda (ECMVR), hoje Curso
de Medicina do Centro Universitário de Volta
Redonda – UniFOA, uma instituição privada
de ensino superior, cuja mantenedora – a
Fundação Oswaldo Aranha – também nasceu
das discussões do corpo clínico do Hospital da
Companhia Siderúrgica Nacional e que originalmente se chamava Fundação Falcão Neto.
O Hospital da Companhia Siderúrgica Nacional atendia exclusivamente os empregados
da CSN e suas famílias até 1974, período em
que o empregado pagava as despesas de assistência através de uma tabela proporcional
ao seu nível salarial, com um complemento
pago pela empresa, o que permitia a cobertura
integral dos custos.
Entre o final de 1974 e o início de 1975, o
dermatologista Sérgio Costa Lima da Silva,
Diretor do Hospital à época, empreendeu um
plano de investimentos que incluía a prestação
de serviços ao INAMPS (precursor do SUS), de
modo que o empregado não mais arcasse com
as suas despesas assistenciais e a CSN também
reduzisse o seu investimento de custeio.
Nesse período, o Hospital já rebatizado de
1949
1942
Após vários navios
brasileiros serem
torpedeados, o País
abandona a neutralidade e entra na
II Guerra Mundial
junto aos Aliados.
Os EUA constroem
bases de apoio aéreo no nordeste.
14
Obras do novo hospital já
próximas da conclusão
Inauguração da CSN. Construção do
hospital “definitivo”.
1953
1946
Ambulâncias do antigo
Hospital da CSN
capa
HSN – Hospital Siderúrgica Nacional, passou
por amplo reaparelhamento tecnológico e
admissão de especialistas.
profissional certamente é a raiz da cultura de
qualidade assistencial que, ora formalmente
ou não, sempre permeou a gestão e a atuação
do Hospital, inclusive após a privatização.
Ensino integrado
Privatização
Por influência de Pedro Carlos Teixeira da Silva,
então Diretor da ECMVR e Chefe das Clínicas
do Hospital, os serviços foram alinhados a
várias disciplinas do Curso Médico, com vários
professores exercendo as respectivas Chefias
de Serviço. Entre 1977 e 1992, o Hospital editou a revista científica ANAIS do HSN, que foi
importante veículo de publicação técnica do
corpo clínico do Hospital e da área acadêmica
liderada pela ECMVR.
Com a privatização da CSN em 1993, todos os
serviços sociais da empresa foram transferidos
para a FUGEMSS – Fundação General Edmundo de Macedo Soares e Silva, mais tarde
renomeada Fundação CSN, incluindo o Hospital, que passou a ser denominado Hospital
Santa Cecília. Nesta etapa, a FUGEMSS decidiu
encerrar o Programa de Residência Médica.
A partir desta data a instituição absorve as
diretrizes institucionais e o modelo de gestão
profissionalizada, característicos do Grupo
VITA, implementados por uma equipe de
executivos de Volta Redonda, liderados por
José Mauro Rezende, com destaque para
Deumy Rabelo, Luis Rebelo, Vanuza Vitoreli
entre outros.
Após a privatização, o Hospital passa a
contar com um corpo clínico aberto e investe
na modernização dos processos de gestão
e em tecnologia, transformando-se em um
hospital preparado para a assistência em alta
complexidade.
O grande objetivo da FUGEMSS, em nome da
CSN, era preparar o Hospital para ser privatizado,
através da implementação de ações graduais,
com a contratação da consultoria Hospitalium,
dirigida por Edson Gomes dos Santos e Francisco
Balestrin. A empresa de consultoria para hospitais de Santos e Balestrin deu origem ao Grupo
VITA, que adquiriu o Hospital Santa Cecília em
1º de março de 2000 e rebatizou-o com o nome
atual: Hospital VITA Volta Redonda.
Investimento em Qualidade
O Hospital, além de proporcionar condições
de ensino médico no nível de Graduação integrado à ECMVR, implementou um Programa
de Residência Médica, multidisciplinar, a partir
de 1975, reconhecido oficialmente pelo Ministério da Educação. O Programa funcionou
ininterruptamente até 1995, capacitando um
número expressivo de médicos.
Esta integração entre ensino e atividade
Luis Rebelo
Deumy Rabelo
Vanuza Vitoreli
Atuando hoje em uma região de influência
com mais de 1,2 milhão de habitantes, o Hospital se consolidou como a principal referência
privada na Região Sul-Fluminense, atendendo
a maioria das Operadoras de planos e seguros
de saúde do mercado. É um dos hospitais que
fundaram em 2001 a ANAHP – Associação
Nacional dos Hospitais Privados.
Fundada
a Escola
de Ciências
Médicas de Volta
Redonda (ECMVR).
1968
1953
Hospital da CSN já em
funcionamento
1956
Inauguração do Hospital
da CSN; ao centro, Getúlio
Vargas.
Equipe de enfermeiras do
novo hospital da CSN
1955
1993
Privatização da CSN.
2000
Aquisição pelo Grupo VITA;
passa a chamar-se Hospital
VITA Volta Redonda.
15
Em 2006 o Hospital VITA Volta Redonda foi
acreditado em nível de Excelência pela ONA
– Organização Nacional de Acreditação, Certificado renovado em abril de 2013.
Em 2010, o Hospital VITA Volta Redonda
fez uma importante reformulação em sua
estratégia de atendimento, para adaptar-se
às mudanças nas demandas de Saúde do
município e região. Em dois anos, o Hospital
já apresentava novamente os seus indicadores assistenciais originais em franca
ascensão, tendência que continua. Um dos
elementos mais importantes para o sucesso
da estratégia foi a inauguração do Centro
Médico, que oferece uma estrutura de atendimento ambulatorial (consultas médicas)
integrado aos serviços de diagnóstico e
internação do Hospital.
Na sua agenda de responsabilidade social,
em parceria com a Secretaria Municipal de
Saúde de Volta Redonda, o Hospital oferece
Muito Obrigado
Ao comemorar os 60 anos
ininterruptos de atividade, o
Hospital tem muito a agradecer aos seus clientes pela fidelidade e confiança, ao Corpo
Clínico, gestores e demais colaboradores que, pelo seu compromisso ético e profissional
de excelência, proporcionam
cada vez maior aprimoramento
técnico e assistencial. À Companhia Siderúrgica Nacional,
pelas diversas parcerias que
garantem este modelo de gestão, e a todas as Operadoras
de planos e seguros de saúde,
que apontam esta Instituição
como referência.
Rônel Mascarenhas e Silva
Ex-Diretor do Hospital Siderúrgica Nacional (1985-1988)
Ex-Superintendente do Hospital Santa Cecília (1995-1998)
Diretor de Corpo Clínico do Hospital VITA Volta Redonda (2000-)
e realiza diversos procedimentos em porta
única para os clientes do Sistema Único de
Saúde, destacando-se Cirurgia Cardíaca, He-
modinâmica e outros métodos em Cardiologia,
Tratamento Intensivo Pediátrico e Neonatal,
Imagenologia e Endoscopia Digestiva.
Médico e repórter
Esta reportagem tem como base quase exclusivamente o texto escrito por
Rônel Mascarenhas e Silva, adaptado
e editado de acordo com a linha editorial da revista
Homenagem aos médicos
veteranos, que participaram
da fundação do Hospital.
2000
2003
Homenagem aos médicos que
completavam 25 anos de serviços
ininterruptos ao Hospital.
2006 – O Hospital
VITA Volta Redonda torna-se o primeiro hospital do
Estado do Rio de
Janeiro a conquistar o Certificado
de Acreditação em
nível de Excelência
pela ONA – Organização Nacional
de Acreditação.
2013
16
2006
aniversário de 60 anos de funcionamento.
túnel do tempo
Uma História Intensa
Reunir em um mesmo local os pacientes que precisam de
mais cuidados foi a ideia que deu origem às UTIs
A Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) é um
desenvolvimento recente da Medicina: só na
segunda metade do século XX é que foram
desenvolvidas as técnicas de ventilação mecânica e de monitoramento que caracterizam
essas unidades. Hoje a maioria dos grandes
hospitais dispõe de pelo menos uma UTI,
e existe até uma especialidade para ela, a
Medicina Intensiva.
Foi ainda no século XIX que surgiu a primeira
ideia do que viria a ser uma UTI: Florence
Nightingale, a fundadora da Enfermagem
moderna, sugeriu que os pacientes que se
recuperavam de cirurgias deveriam ficar em
alas isoladas, separados dos demais doentes.
Seguindo esse princípio, o neurocirurgião
americano Walter Dandy criou, em 1928, no
Hospital John Hopkins, uma unidade com
três leitos, destinada a receber pacientes pósoperatórios e mantê-los sob monitoramento
constante, dia e noite, com um corpo de Enfermagem especializado. Durante a II Guerra
Mundial, os hospitais militares criaram “alas
de choque” (shock wards) para tratar, em um
mesmo local, soldados feridos e assim facilitar
a assistência e a observação.
Salvando Vivi
Em 1952 ocorreu um grave surto de poliomielite na Dinamarca: 2.722 casos em
uma população de cerca de 2
milhões de pessoas. Entre os
cerca de 300 pacientes que
sofriam de parada respiratória
no Kommmunehospital de Copenhagen, uma das pacientes,
Vivi, tinha apenas 12 anos, e os
médicos previam que ela não
sobreviveria. Mas o anestesista
Bjorn Ibsen achava que podia
salvá-la. Ele propôs que se procedesse da mesma forma que
com pacientes durante uma
cirurgia: entubar e ventilar. Todos estavam céticos, mas Ibsen
teve a chance de experimentar.
Foi feita uma traqueostomia em
Vivi, mas quando Ibsen come-
çou a tentar insuflar, o ar não
ia para seus
pulmões. Então
Ibsen administrou o anestésico tiopental,
e conseguiu
ventilar Vivi.
Ele então organizou turnos
com cerca de
1.500 pessoas,
entre estudantes de Medicina, enfermeiros Bjorn Ibsen
e aposentados
para ventilar os pacientes de poliomielite. Em
1953 Ibsen transformou a ala de recuperação
cirúrgica em uma unidade onde todo tipo de
paciente receberia cuidados críticos, e estava
criada a primeira UTI do mundo.
Também em 1953 o engenheiro sueco Carl-Gunnar Engstrom desenvolveu o primeiro
equipamento de ventilação mecânica, um
ventilador capaz de liberar volumes predeterminados de ar. Em 1958 Ibsen publicou o primeiro
livro sobre princípios de gerenciamento de UTIs.
Ficou evidente que era vantajoso reunir
pacientes sob ventilação mecânica em um
antigo ventilador Ergstrom
Walter Dandy
mesmo local, para lhes prestar cuidados e
mantê-los sob monitoramento constante. Por
volta de 1958, 25% dos hospitais americanos
com mais de 300 leitos já tinham UTI. No
final dos anos 1960, a maioria dos hospitais
americanos tinha pelo menos uma UTI.
O primeiro intensivista dos EUA foi o médico anestesista Peter Safar. Ele estimulou
o atendimento de emergência e foi criador
de técnicas de reanimação cardiopulmonar,
inclusive a respiração “boca a boca”. Para
tanto, Safar contou com o auxílio de voluntários, que se deixavam anestesiar para serem cobaias das
técnicas de reanimação. Safar
recusava o título de inventor,
e dizia apenas que havia
testado e organizado técnicas
tradicionalmente conhecidas.
Safar também estabeleceu
a primeira UTI cirúrgica nos
EUA. A primeira UTI do Brasil
foi inaugurada em 1971, no
Hospital Sírio-Libanês, em
São Paulo.
Fontes: Sociedade Brasileira de
Terapia Intensiva; The Lancet; Pennsylvania Society of Anesthesiologists;
Historical Perspective of Intensive
Care, Rubina Aman; medicinaintensiva.com.br
17
vida digital
O despertar dos computadores
“Acredito que talvez haja mercado no mundo para cinco
computadores” Thomas Watson - presidente do conselho da IBM, 1953
No princípio havia o bit. É a menor quantidade
de informação que existe: simboliza sim ou não,
ligado ou desligado. Na programação de computadores, é representado como 0 ou 1. Talvez você
não perceba, mas usa o bit o tempo todo. Por
exemplo: “Amor, tem cerveja na geladeira?” “Tem!”
(um computador responderia 1). “Vai ter aula
hoje?” “Não” (0). Os modernos computadores
são máquinas extremamente velozes, capazes
de processar milhões de bits por segundo, e
assim representar textos, sons, imagens, tudo
digitalizado, ou seja, transformado em 0s e 1s.
Tudo começou na França, em 1752, quando
Basile Bouchon usou o mecanismo de um
órgão para controlar um tear com uma fita de
papel perfurada. Os buracos representavam
os “sim” e “não”, os “1” e “0”. O equipamento
foi aperfeiçoado por Joseph Marie Jacquard,
que apresentou em 1801 um tear automático,
controlado por cartões perfurados.
A ideia dos cartões perfurados foi aproveitada
pelo matemático inglês Charles Babbage, que
apresentou em 1837 o projeto do Engenho
Analítico, um computador mecânico que poderia resolver qualquer problema matemático.
Embora a máquina nunca tenha chegado a
ficar pronta, devido às limitações tecnológicas
da época, ela deu origem à primeira programadora da história: Ada Lovelace, filha de
Lord Byron. Ela conheceu Babbage em 1833
e produziu os fundamentos da programação
de computadores. “O Engenho Analítico tece
padrões algébricos como um tear tece flores
e folhas”, escreveu Lady Lovelace.
O próximo grande passo na evolução dos
computadores ocorreu nos EUA. O censo
de 1880 levou sete anos e meio para ser
calculado, então em 1890 o departamento
O Mark 1 ainda tinha partes mecânicas
18
responsável pelo censo ofereceu um prêmio O tear de
Jacquard
para quem apresentasse uma solução que
agilizasse o processo. O
prêmio foi ganho por Herman Hollerith (é a origem
do termo “olerite”), que criou
um mecanismo baseado
em cartões perfurados para
computar os dados. Hollerith criou a empresa TabuLady Lovelace, a primeira
lating Machine Company, A máquina tabuladora
programadora
que mais tarde tornou-se de Hermann Hollerith
a International Business
função de uma válvula, mas é muito menor
Machines, conhecida hoje como IBM.
e consome menos energia.
Durante a II Guerra Mundial, eram necessárias
enormes quantidades de tabelas balísticas, Os computadores desenvolvidos entre 1959
para calcular a trajetória dos projéteis lan- e 1964 são conhecidos como de “segunda
çados por canhões. Não havia especialistas geração”, porque utilizam transístores, em
vez de válvulas. O IBM 608 foi o primeiro
suficientes para a tarefa. Para isso, uma
parceria entre Harvard e a IBM desenvolveu computador totalmente “solid state”, ou seja,
o computador Mark 1, mas ele ainda tinha que só utilizava transístores.
peças mecânicas. Esse computador pesava
cinco toneladas e funcionou durante 15 anos. Em 1958 é inventado o circuito integrado,
que reúne vários transístores em um mesO problema até então era justamente a mecâ- mo circuito, e permite um grau inédito de
nica: equipamentos baseados em relês, inter- miniaturização. Esse avanço deu origem aos
ruptores e mecanismos tinham limitações de computadores de terceira geração, construídos
velocidade e durabilidade, e requeriam muita entre 1964 e 1972. O modelo mais popular
manutenção. Em 1906 havia sido inventada na época era o IBM 360, um grande sucesso
a válvula, um dispositivo eletrônico capaz de da companhia.
funcionar da mesma forma que um relé, mas
sem partes móveis. Em 1945 foi construído na Finalmente, em 1977 a Apple lança o primeiro
computador pessoal, em meio a grande descréUniversidade da Pensilvânia o ENIAC, um equipamento que utilizava 18.000 válvulas e que é dito: para quê alguém teria um computador em
casa? O sucesso da Apple levou a IBM a lançar
considerado o primeiro computador totalmente
eletrônico. A programação do ENIAC era feita seu computador pessoal em 1981, o IBM PC;
mas a empresa decidiu deixar a comercializaconectando cabos e acionando interruptores.
ção do sistema operacional com uma pequena
Em 1947 é inventado o transistor, um circuito companhia de software: Microsoft. O resto da
baseado em silício que exerce a mesma história você provavelmente já conhece.
O ENIAC usava 18.000 válvulas
IBM 360, o mais usado nos anos 1960
em rede
Cuidados Premiados
Pelo terceiro ano consecutivo, o Hospital VITA Batel
destaca-se em prevenção de lesões de pele
Só quem tem um parente acamado tem ideia
de como é preciso dedicação para mantê-lo
saudável. Conforme o tempo passa, as chances de que essa pessoa desenvolva ferimentos
na pele, difíceis de curar, é muito alta, e esse
risco é ainda maior entre os idosos, que têm
uma pele mais frágil que os jovens.
gem dos Hospitais VITA Batel e VITA Curitiba, “por
isso esses cuidados são essenciais”. É o terceiro
ano seguido que o Hospital VITA Batel recebe
o prêmio máximo, concedido após avaliação
criteriosa dos serviços, segundo padrões internacionais de atendimento - foi o único hospital
de Curitiba a conquistar essa distinção em 2013.
Foi por conta dos cuidados para prevenir
as lesões de pele que o Hospital VITA Batel
recebeu da 3M do Brasil a Certificação de
Prevenção de Lesões de Pele Categoria Diamante, o prêmio mais elevado oferecido pela
empresa para os hospitais. Isso significa que
a equipe de Enfermagem do Hospital segue
com o máximo rigor as medidas que podem
prevenir esse tipo de feridas nos pacientes.
“A pele do idoso é muito frágil e quando surge
uma lesão pode demorar muito para que ela
cicatrize; então nos esforçamos ao máximo
para preveni-la”, diz Leila Abrahão, Chefe de
Cuidados Não-Críticos do Hospital VITA Batel.
Ela explica que as lesões de pele, além de
dolorosas e desconfortáveis, representam um
risco importante para a saúde do paciente.
“Alguns pacientes passam meses internados”,
explica Claudimeri Dadas, gerente de enferma-
Segundo Leila, a maioria dos pacientes internados no Hospital VITA Batel precisa ser
acompanhada cuidadosamente, porque tem
Claudimeri Dadas e Leila Abrahão,
com o troféu Diamante
risco elevado de desenvolvimento de lesões,
devido a diversos fatores: idade, uso de fralda,
obesidade, imobilização, tipo de pele, lesão
preexistente e diabetes.
A prevenção envolve diversos pontos, como
movimentar regularmente a pessoa, aplicar
pomadas, usar técnicas adequadas para
transpe, entre muitas outras. O prêmio, representado por um lindo urso brilhante, foi
recebido por Claudimeri e Leila em nome do
Hospital, durante o Simpósio Internacional de
Prevenção de Lesões de Pele, realizado em
Florianópolis (SC) em abril deste ano.
Uma CIPA Dinâmica vale por duas
Equipe da CIPA do Hospital VITA Volta Redonda tem conseguido elevar a
conscientização e participação dos colaboradores quanto à segurança
A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) do Hospital VITA Volta Redonda
está vivendo uma grande renovação: os
colaboradores começam a perceber que não
se trata apenas de uma formalidade, mas que
pode trazer benefícios importantes e que é
muito fácil colaborar. Quem explica isso é o
comprador Eduardo Motta de Oliveira: “As pessoas perceberam a importância da CIPA, estão
colaborando e nos avisam quando notam
alguma coisa que oferece risco”, diz Oliveira.
Tanto entusiasmo já ganhou até nome: CIPA
Dinâmica, formada por 16 colaboradores,
dos quais oito titulares e oito suplentes, mas
todos participam. A CIPA está ligada ao SESMT - Serviço Especializado em Engenharia de
Segurança e em Medicina do Trabalho.
Segurança, destaca Oliveira, é um assunto de
extrema importância no trabalho com Saúde,
por isso é muito importante que os colaboradores sejam atuantes. Só quem está no setor
diariamente consegue perceber problemas
que não serão vistos apenas numa visita da
CIPA ao local. Segundo Oliveira, a participação
aumentou graças ao esforço que os integrantes
da CIPA estão fazendo para divulgar entre os
colaboradores o que é a Comissão, para que
serve, e como colaborar. Eles organizam palestras e também fazem um jornal informativo
mensal, com informações sobre a CIPA, normas,
doenças de atividade profissional e divulgação
dos programas de qualidade de vida e combate
ao fumo. “Nós ampliamos as atividades para
que não fiquem restritas apenas à Semana
Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho
(SIPAT), mas continuem o ano todo”, afirma.
Segundo Adriana Goulart de Souza, Chefe de
Serviço de RH do Hospital, a CIPA também está
atuando como apoio ao projeto Qualidade
de VITA, que busca promover a qualidade de
vida dos colaboradores, com campanhas pela
alimentação saudável, contra o tabagismo e
Adriana Goulart
de Souza
Eduardo Motta de Oliveira
pela melhoria da postura no local de trabalho.
“Já estamos vendo resultados positivos das campanhas de reeducação alimentar e para parar
de fumar, e a CIPA tem nos ajudado nisso”, diz
Adriana. Segundo ela, a próxima campanha para
melhorar a qualidade de vida do colaborador
será orientá-lo quanto à postura. Ela lembra
que segurança é um item do qual nunca se
deve descuidar em um hospital: “As pessoas
acham que nunca vai acontecer com elas”, diz
Adriana; “mas é preciso prevenir ao máximo,
porque acidentes com objetos perfuro-cortantes
são graves e criam transtornos na vida pessoal”.
19
em rede
Hospital VITA Curitiba
inaugura Centro Médico
Consultórios integrados ao Hospital dão acesso à central
de agendamento, laboratório de análises clínicas e novos
equipamentos de diagnóstico por imagem
Osni Silvestri
O atendimento global ao paciente no Hospital
VITA Curitiba ficou ainda melhor: acaba de ser
inaugurado um novo Centro Médico, com 26
consultórios (19 já em operação, e mais 7 nos
próximos dois meses), dentro do prédio principal
do Hospital, e com uma estrutura de atendimento que traz comodidade e praticidade para
pacientes e médicos. O Centro Médico reúne,
além dos consultórios, também uma central de
agendamento de consultas, uma enfermagem
própria, laboratório de análises clínicas, tudo isso
ao lado de um moderno centro de diagnóstico
por imagem e dentro de um Hospital com
Acreditações Nacionais e Internacionais em nível
máximo, certificações que garantem a máxima
qualidade em assistência médica (veja box).
Osni Silvestri, gerente médico do Hospital VITA
Curitiba, prevê que o novo Centro Médico deve
atrair principalmente cirurgiões, de várias especialidades: cirurgia geral, de aparelho digestivo, neurocirurgia, cirurgia vascular, ortopedia, urologia e
cirurgia cardíaca. Segundo Silvestri, a estrutura
oferecida pelas novas instalações permite que os
médicos possam otimizar suas atividades, porque
eles podem, no mesmo local, realizar consultas,
fazer visitas aos pacientes internados, e ainda
almoçar e trocar informações com os colegas
do Corpo Clínico do Hospital, para aprimorar a
assistência. “A economia de tempo em deslocamentos que uma estrutura como essa oferece é
incomparável”, garante Silvestri.
O novo Centro Médico trará grandes facilidades para o paciente, que terá acesso a um
atendimento integral para receber
um diagnóstico no prazo mais curto
possível. Ele poderá fazer a consulta e
imediatamente realizar um diagnóstico por imagem nas novas instalações
do Hospital, e também ter acesso a um
laboratório de análises clínicas, que
tem um posto exclusivo para atender
o Centro Médico. “Está tudo aqui,
integrado, agendamento, consulta,
exames por imagem e laboratório”,
explica Silvestri.
Para tornar o Centro Médico ainda mais
atraente, o Hospital VITA Curitiba planeja
oferecer parcerias para utilização da
estrutura, de acordo com os serviços que
cada profissional realiza no Hospital.
“É um acordo vantajoso para ambas
as partes”, diz Silvestri; “o médico pode
utilizar nossa estrutura e nós elevamos
nosso volume de atendimentos”.
Silvestri prevê um aumento substancial no número de consultas em
todas as especialidades até o fim do
ano. “Uma estrutura como essa, em
um Hospital com Acreditação plena
em nível internacional (certificação
de qualidade em serviços de Saúde), torna
o Centro Médico do Hospital VITA Curitiba o
local onde pacientes e médicos terão todas
as facilidades e a tecnologia necessárias para
um atendimento em Saúde confortável, seguro
e com a máxima qualidade”, afirma.
Novos equipamentos
O Centro de Diagnósticos do Hospital VITA Curitiba acaba de passar por um grande processo de
modernização. A nova ressonância magnética, da Hitachi, é o primeiro equipamento do tipo no Brasil,
com mais espaço, o que é vantajoso para pessoas acima do peso e claustrofóbicas, e também permite
certo nível de movimentação durante o exame, o que facilita o diagnóstico em crianças. Também
foram instalados novos aparelhos de tomografia computadorizada e Raio-X digital.
Todos esses exames por imagem serão disponibilizados para os médicos pelo sistema PACS, que
possibilita a visualização imediata dos resultados, seja no computador do consultório, no tablet do
médico e até mesmo na sala de cirurgia.
Uma nova e confortável recepção com
serviço de agendamento
Os consultórios são amplos,
modernos e têm banheiro privativo
Qualidade Certificada
Inaugurado em março de 1996, o VITA
Curitiba foi o primeiro hospital brasileiro
a conquistar, no início de 2008, a Acreditação Internacional Canadense CCHSA
(Canadian Council on Health Services
Accreditation). A certificação de serviços
de saúde avalia a excelência em gestão
e, principalmente, a assistência segura
ao paciente. O Hospital possui também
o nível de excelência na certificação
nacional da Organização Nacional de
Acreditação (ONA).
Contato: Para marcar consultas no Centro Médico Hospital VITA Curitiba, ligue para (41) 3315-1897 ou 3315-1790
20
perfil
Acima de tudo, as pessoas
O médico Jackson Baduy tem uma personalidade envolvente que
acaba conquistando a todos; conheça um pouco sobre este profissional
que tanto contribui para o desenvolvimento do Grupo VITA em Curitiba
Prato predileto: churrasco
Time: Atlético Paranaense (“sou
atleticano de quatro costados”)
Frase: “Não existe caminho
para a felicidade, a felicidade é
o caminho”
Mania: pontualidade, costuma
chegar adiantado aos
compromissos
O
nome completo é Jackson Baduy.
Mas não adianta chamar de Baduy,
porque muita gente não vai saber de
quem estamos falando. Ele é o Jackson, doutor
Jackson, e é assim que vamos tratá-lo neste
perfil que busca mostrar um pouquinho de
quem é essa figura tão importante e querida
do Hospital VITA Curitiba.
Jackson nasceu em Colombo, região metropolitana de Curitiba, de uma família de origem
libanesa, de onde vem o sobrenome Baduy. Foi o
primeiro e, por enquanto, o único da família a seguir uma carreira na Medicina. Estava destinado
a ser escrivão, porque seu pai tinha um cartório,
“na época em que isso não dava dinheiro”,
comenta. Mas sua vocação era clara: Medicina.
“Desde moleque eu queria ser médico”, conta
Jackson. E brincava de atender, receitar, operar.
Mas até entrar na faculdade, o máximo que se
aproximou da profissão foi como atendente em
uma farmácia, aos 13 anos, ainda em Colombo.
Buscava os remédios, ajudava o farmacêutico,
lia as bulas, e só. Para continuar no caminho
que tinha escolhido, Jackson fez o chamado
“científico” (hoje, 2º grau) em ciências biológicas.
O pai chamava-se Alfredo, e a mãe, Irene. “Meu
pai era semianalfabeto, estudou só até o 3º
ano do ensino fundamental, quando o pai dele
morreu. Era o mais velho de dez irmãos e teve de
trabalhar para ajudar a família. Em compensação,
tornou-se um autodidata, lia, lia, lia muito, era
capaz de discutir arqueologia, história natural,
geografia, o que fosse”, lembra Jackson. Ele tem
ótima memória, e lembra em detalhes coisas que
aconteceram há anos. “Aprendi muito com meu
pai, que ensinava a mim e à minha irmã, Eliane,
como memorizar as coisas fazendo analogias e
brincadeiras com palavras”, conta.
Chegando à Medicina
Estudar Medicina foi um empreendimento que
envolveu toda a família: Jackson estudou na
Universidade Católica de Curitiba, um curso
particular, difícil de pagar. Ele lembra que a mãe,
dona Irene, fazia roupinhas de bebê de tricô
para vender e ajudar nas mensalidades. Morar
em Colombo era outra dificuldade: nessa época ele precisava viajar diariamente a Curitiba.
Isso só foi mudar a partir do 4º ano do curso,
quando Jackson passou a trabalhar no Hospital
de Piraquara, que lhe oferecia moradia como
parte do pagamento. Ali, fez de tudo: foi auxiliar
de enfermagem, de radiologia, e tudo que fosse
preciso. “Na época, era um hospital de grande
porte, com 300 leitos, na região metropolitana
de Curitiba”, conta Jackson. “Aprendi muito trabalhando e morando no Hospital de Piraquara,
e também com o dono, doutor Rached”.
Para Jackson, foi um privilégio ter permanecido
por longos períodos na maioria dos lugares em
que atuou. Só no Grupo VITA, já são 16 anos.
“Conheço todo mundo do corpo clínico, fui
Supervisor Médico, depois passei a Gerente Médico e finalmente Diretor Clínico”, conta. Jackson
também atua muito no setor público: foi Diretor
da Regional de Saúde Metropolitana, braço da
Secretaria Municipal de Saúde, é médico da Assembleia Legislativa do Paraná há 30 anos e já
foi até Secretário de Estado da Saúde do Paraná.
Família, acima de tudo
Mas não é a carreira profissional o que Jackson
mais valoriza: é a família. “Minha família é meu
tesouro, minha mulher Ana Maria, meus filhos,
meus netos”. Ele é casado com Ana Maria há
37 anos, e eles têm quatro filhos: Alfredo Neto
(36 anos), os gêmeos Guilherme e Gustavo (33),
e Nicolle (31), que acabou de se casar. “Eu sou
muito coruja, nada é tão importante e me dá
tanta alegria quanto a minha família”.
Jackson é uma pessoa de família em tempo
integral, ou seja, ele está o tempo todo em
contato com a esposa, os filhos, os netos. É um
telefonema aqui, uma mensagem de texto, email,
facebook, tudo vale para estar próximo dos seus.
“Eu e a Ana conseguimos criar esses laços bem
fortes entre todos e isso me traz muita alegria”,
afirma. O almoço das quintas-feiras, que reúne
todos, é sagrado. “Foi engraçado quando o Guilherme e o Gustavo nasceram”, lembra Jackson;
“no dia 1 de julho de 1979 eu tinha 29 anos e
um filho, e no dia 3 eu tinha 30 anos e três filhos”.
Jackson foi um dos fundadores da Fundação
Francisco Bertoncello, que cuida de um lar
para crianças órfãs e organiza todos os anos
uma grande feijoada em Guaratuba, o Feijão
da Fundação, para angariar fundos. Este ano o
evento reuniu 1.700 pessoas. Ele também gosta
de cozinhar, caranguejo é a sua especialidade,
toca violão e cavaquinho, gosta de viajar e
sempre que pode passa o final de semana em
Guaratuba. E além da Medicina, dos cargos,
do trabalho social, Jackson talvez seja mais conhecido mesmo é por ser um torcedor fanático
do Atlético Paranaense. Tem cadeira no estádio,
assiste aos jogos, acompanha, torce, sofre.
Em tudo, Jackson busca se envolver profundamente, de uma forma emocional e ao mesmo
tempo racional. “Tudo que eu faço, faço porque
gosto; se não gosto, não faço”, garante. Para ele,
a emoção ajuda muito no trabalho de médico:
“Só assim a gente consegue se colocar no
lugar do paciente e entender o que ele está
pensando, e o que se pode fazer por aquela
pessoa naquele momento”.
Ele acaba de deixar a Diretoria Clínica do Hospital e agora assumiu outra responsabilidade
igualmente importante no Grupo VITA: a Direção
do Instituto VITA de Ensino e Pesquisa. Ele
explica que o Hospital pretende se tornar um
centro de pesquisa clínica, instituição que tem
um papel central na aprovação de novos medicamentos e procedimentos terapêuticos. Melhor
não duvidar. Em geral, o que o doutor Jackson
decide realizar, realiza. “Você tem que buscar
o que quer, batalhar, persistir, e não esquecer
que sua atividade profissional também depende
dos relacionamentos que você constrói”, ensina.
21
histórias de nossa VITA
“É um Homem? É um Avião?
Um Herói Justiceiro?”
Ligia Piola
Não. É o Pelé, nosso Bombeiro.
“Um dia, vivi a ilusão de que ser
homem bastaria.
Que o mundo masculino tudo
me daria do que eu quisesse ter”
Para sermos mais exatos, é Olejandar
Justino, Bombeiro Hidráulico que trabalha no Hospital VITA Volta Redonda
há somente 52 anos. Pelé não só
vestiu a camisa da empresa, como
se diz, mas calçou a bota e carrega
todos os acessórios para ser prata da
casa com 1001 utilidades.
Superman foi enviado à Terra por
seus pais, pouco antes de seu planeta
natal, Kripton, explodir. Foi criado
como Clark Kent por um casal de pequenos fazendeiros. Após seus pais
adotivos morrerem, o Homem de Aço
vai para Metrópolis sob o disfarce dos
óculos de Kent, e se junta ao pessoal
do Planeta Diário, a fim de estar perto
das notícias. Quando a emergência
o exige, ele assume sua verdadeira
identidade de Superman.
Pelé nasceu em Itumirim, Minas
Gerais, mas como “fugiu” aos 11 anos para
Volta Redonda, podemos dizer que é um
ilustre cidadão volta-redondense e com muitas
histórias para contar.
E na maioria das histórias encontramos as
moças e senhoras indefesas, tal qual nos
filmes do super-herói.
Era um belo dia, todos trabalhando e de
repente... ploft! Uma funcionária da limpeza
literalmente “capotou” no pátio interno do Hospital. Super-Pelé foi acionado, resgatou-a do
chão, carregou-a e a conduziu à Emergência.
Outro belo dia. A caminho do Hospital ele percebeu uma movimentação estranha em um
ponto de ônibus. Uma criança passava mal,
engasgada. Pelé não teve dúvidas: usou um
22
procedimento de emergência. Enfiou o dedão
na garganta do pimpolho e... surpresa! Tirou
um grão de milho de pipoca. Imaginem a senhora mamãe não cabendo em si de alegria.
Porém, uma delas, distraída ou não muito
empenhada, não segurou. E quando o ar
entrou... sentiram? Voou tampa, ar, funcionária
para todo lado.
Mais um belo dia? Sim, e Pelé quase tropeçou
em uma senhora desmaiada na calçada. E
mais uma vez adentrou ao Hospital VITA com
ela nos braços rumo ao Atendimento.
Mas desentupiu.
E por aí afora.
Querem mais um belo dia? Lá vai.
Há alguns anos ocorreu um “super-mega-plus” entupimento na UTI. Nada dava jeito.
Foi quando Super-Pelé teve a ideia de injetar
um poderoso ar no encanamento. Chamou
as funcionárias da limpeza, pois não conseguiria a façanha sozinho. Elas só deveriam
segurar as tampas dos ralos, que sofreriam
uma pressão.
“Quem sabe o Super-Homem venha nos
restituir a glória mudando como um deus
o curso da história por causa da mulher”
(*) Super-Homem – A Canção – Gilberto Gil
Tomara tenhamos ainda muitas histórias para
contar e muitos “Super-Heróis” para que nos
próximos aniversários do Hospital VITA Volta
Redonda, além de nossa missão principal em
favor da vida, possamos nos descontrair com
mais destes belos dias...
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