Resumo

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Eficiência produtiva em educação: Evidência a partir das Universidades
Brasileiras
Ana Carolina Zogbhi
Enlinson Mattos
Fabiana Rocha
Paulo Arvate
O objetivo deste trabalho é avaliar os determinantes do valor agregado
(diferença entre as notas de concluintes e ingressantes) pelas instituições de ensino
superior (Universidade) no Brasil, levando em consideração a natureza das instituições:
pública ou privada.
A Tabela 1 apresenta a média das notas do Enade 2007 da prova geral para
ingressantes e concluintes, das instituições de ensino superior (IES) públicas e privadas,
por região do país.
Observa-se que as notas dos ingressantes e dos concluintes são maiores na rede
pública do que na rede privada, não importando a região do país. Assim, os alunos mais
bem preparados são aceitos na rede pública de ensino superior (ingressantes com notas
mais altas) e deixam suas instituições mais bem preparados (notas concluintes mais
altas). Considerando o valor agregado do conhecimento, medido pela diferença entre as
notas dos concluintes e as dos ingressantes, observamos que no Nordeste, no Sudeste e
no Sul, as IES privadas agregam mais em conhecimentos gerais que as IES públicas. No
entanto, as IES públicas apresentam as maiores proficiências. Dessa forma, utilizar o
valor agregado como produto de uma função de produção de conhecimento é bastante
atrativo.
Tabela 1 – Média da Nota Geral do Enade 2007 para o Ingressante e para o Concluinte da Rede
Pública e Privada
Geral
Pública
Privada
Ingr.
Concl.
Acréscimo
Ingr.
Concl.
Acréscimo
Ingr.
Concl.
Acréscimo
Brasil
44,67
49,59
4,92
47,41
54,61
7,2
42,53
46,48
3,95
Norte
42,06
50,68
8,62
42,07
51,9
9,83
40,2
44,73
4,53
Nordeste
45,49
49,24
3,75
47,18
50,36
3,18
41,55
45,84
4,29
Sudeste
44,52
48,54
4,02
54,99
57,37
2,38
42,16
46,09
3,93
Sul
45,45
51
5,55
50,62
55,03
4,41
43,13
47,96
4,83
CentroOeste
47,45
52,18
4,73
53,14
58,99
5,85
44,06
46,53
2,47
Para calcularmos os determinantes do valor agregado pelas IES, utilizamos
Fronteira Estocástica de Produção. Por essa metodologia também foi possível verificar
quais IES são mais eficientes: as públicas ou as privadas.
Nas tabelas 2 e 3 estão as médias e os desvios-padrão dos escores de eficiência
das redes privada e pública, e também das dependências administrativas estadual,
federal e municipal. Dessa forma, as redes ou as dependências administrativas com
escores médios maiores (menores) representam as IES mais (menos) eficientes.
Tabela 2 – Média e Desvio Padrão dos Scores de Eficiência
Modelo 1.2
Média de
Desvio de
Scores
Scores
Modelo 4.2
Média de
Desvio de
Scores
Scores
Pública
0,224
0,118
0,221
0,118
Privada
0,369
0,086
0,369
0,086
Tabela 3 – Média e Desvio Padrão dos Scores de Eficiência
Estadual
Federal
Municipal
Modelo 1.2
Média de
Desvio de
Scores
Scores
0,2312
0,1125
0,2213
0,122
0,2875
0,1107
Modelo 4.2
Média de
Desvio de
Scores
Scores
0,228
0,1123
0,2183
0,1219
0,2959
0,1101
Analisando nosso principal modelo (1.2), observamos que as IES públicas são
menos eficientes que as privadas em agregar conhecimentos gerais. Com destaque para
as IES federais que apresentaram os piores indicadores de eficiência entre as
Universidades públicas.
Por fim, nossa proposta é a de que o governo vincule as transferências
financeiras das IES federais baseadas em algum critério de eficiência na alocação de
recursos, ou na evolução deste indicador ao longo do tempo.
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