B. 1. 6 Engenharia Mecânica Materiais piezelétricos conectados a circuitos tipo shunt – Controle passivo de vibrações estruturais 1 2 Luís Henrique Benetti Ramos , Marcelo Areias Trindade . 1. Graduando em Engenharia Mecânica – Escola de Engenharia de São Carlos - USP - * [email protected] 2. Orientador/ Professor do Departamento de Engenharia Mecânica – EESC – USP Palavras Chave: controle passivo de vibrações, materiais piezoelétricos, modelagem dinâmica. Introdução O desenvolvimento de estruturas compósitas laminadas e dos materiais dito inteligentes que podem ser integrados à estruturas como sensores ou atuadores, permitiu avanço ao estudo de controle e monitoramento de estruturas. Cerâmicas piezelétricas vem sendo largamente empregadas em tais técnicas de controle de vibração. A dualidade efeito piezelétrico permite a tais materiais deformarem-se quando submetidos a uma tensão, tornando-os úteis como atuadores ativos, e criarem tensão quando deformados, tornando-os úteis como sensores quanto como um dissipador passivo quando associada a um circuito elétrico dissipativo. Dentre as possíveis técnicas de controle de vibração, a técnica de controle passivo apresenta-se altamente atrativa, devido a menor necessidade de agregar complexos atuadores, e a confiabilidade e robustez por ela fornecida, necessitando apenas de simples circuito shunt associado para ser utilizada. O desenvolvimento de tal circuito shunt visa maximizar a energia dissipada ou, até mesmo, gerar frequência de ressonância elétrica que interaja destrutivamente com a frequência de ressonância de interesse da estrutura, no caso de um absorvedor dinâmico de vibrações. Por meio de modelagem dinâmica, sistemas complexos de n graus de liberdade podem ser simplificados para menores GDL, afim de serem mais facilmente analisados em busca de otimizar parâmetros. Neste trabalho, o acoplamento transdutor piezelétrico/ estrutura será modelado dinamicamente de forma a otimizar os parâmetros do circuito dissipativo. Resultados e Discussão Obteve-se modelagem dinâmica generalizada para um sistema de dois graus de liberdade, um mecânico e um elétrico, expressos pela equação matricial (1), (onde 𝜔! representa frequência natural do sistema mecânico, L é a indutância, R é a resistência, 𝛼 é um fator de acoplamento eletromecânico, e k é a soma das impedâncias da capacitância do piezo e da capacitância negativa inserida no circuito elétrico), através da qual obtém-se o quadrado do módulo da função de transferência expressa pela equação (2). 𝑢 𝑢 𝑢 𝐹 1 0 0 0 𝜔 ² 𝛼 (1) ∗ + ∗ + ! ∗ 𝑞 = 𝑞 𝑞 0 𝐿 0 𝑅 0 𝛼 𝑘 ! (2) ! ! ! = !!!! !! !! ! !! ! ! !!! ! ! !!! ! !! ! ! ! ! ! !!!! ! !!! ! !! ! ! ! Através de estudo do comportamento do módulo da função de transferência expresso pela equação (2), é possível otimizar o amortecimento do sistema. Para tanto, observa-se a possibilidade de utilizar-se da ressonância do circuito elétrico para criar uma antirressonância que interaja com o sistema mecânico, absorvendo parte da energia vibracional do mesmo. Em seguida, faz-se uso do amortecimento do circuito elétrico para diminuir a amplitude de ressonâncias criadas pela inserção da antirressonância. Por fim, a capacitância negativa é utilizada para melhorar robustez do amortecimento fornecido pelo circuito RL, e equilibrar a amplitude desde cargas estáticas. Tais parâmetros são obtidos utilizando-se pontos fixos da função de transferência em valores nos quais a amplitude independe da frequência. Os parâmetros ótimos obtidos para os elementos do circuito são expressos pelas equações (3), (4) e (5). (3) 𝑘 = !!² ! !!! (4) 𝑅 = (5) 𝐿 = + !! ! ! !∗!∗! !! ² ! !! ² Conclusões Primeiramente, estabelece-se modelo dinâmico generalizado e formas de estabelecer-se parâmetros para tal modelo, vindo das condições gerais de sustentação e de características materiais da estrutura, bem como do comportamento do material piezoelétrico, podendo tal modelo ser aplicado e calculado para diversas possibilidades. Foram obtidos parâmetros ótimos tanto para a indutância, quanto para a resistência e a capacitância negativa. A indutância é responsável por criar uma antirressonância que corretamente projetada interage com desejada frequência de ressonância da estrutura, de forma a absorver parte de sua energia, enquanto a resistência estabiliza a amplitude das duas novas frequências de ressonância provenientes da inserção da antirressonância. A capacitância negativa auxilia em melhora à capacidade de absorção do circuito ressonante, além de estabilizar a amplitude do sistema desde cargas estáticas, devendo, todavia, ser corretamente utilizada de forma a não atingir condições estáticas críticas. Os resultados obtidos encontram-se de acordo com o proposto por outros autores, e remetem à um modelo simples e confiável para cálculo generalizado de estruturas associadas a transdutores piezelétricos. Agradecimentos Agradeço ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pelo financiamento em contribuição a esta iniciação científica. 67ª Reunião Anual da SBPC