Transtorno do Pensamento

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Transtorno do Pensamento
Os transtornos do pensamento ou esquizofrênicos caracterizam-se em geral por
distorções profundas e características no pensamento e na percepção, e por afeto inapropriado
ou embotado. É um quadro complexo apresentando sinais e sintomas na área do pensamento,
percepção e emoções, causando marcados prejuízos ocupacionais, na vida de relações
interpessoais e familiares. Nesse quadro a pessoa perde o sentido de realidade ficando
incapaz de distinguir a experiência real da imaginária. Essa doença se manifesta em crises
agudas com sintomatologia intensa, intercaladas com períodos de remissão, quando há um
abrandamento de sintomas, restando alguns deles em menor intensidade.
A consciência e a capacidade intelectual geralmente são preservadas, embora possa
haver o desenvolvimento de certos déficits cognitivos com o passar do tempo. O discurso da
pessoa pode ser difícil de ser seguido por mudar de um assunto para outro com pouca ou
nenhuma conexão lógica. Podem ocorrer Interrupções na seqüência de pensamentos
(bloqueios de pensamento).
O transtorno do pensamento ou esquizofrênico se desencadeia, em geral, na
adolescência ou no adulto jovem. Raramente se inicia após os 40 ou 50 anos. A doença afeta
igualmente homens e mulheres. A idade de início é mais precoce no sexo masculino, por volta
dos 20 anos, ao passo que no sexo feminino, inicia-se mais tarde, mais próximo dos 30 anos.
Embora, a idade de início parece determinar um prognóstico pior para o sexo masculino,
quando comparado a pacientes do sexo feminino. O curso desta doença é sempre crônico com
marcada tendência à deterioração da personalidade do indivíduo.
Até hoje não se conhece nenhum fator específico causador da Esquizofrenia. Há, no
entanto, evidências de que seria decorrente de uma combinação de fatores biológicos,
genéticos e ambientais que contribuiriam em diferentes graus para o aparecimento e
desenvolvimento da doença. Sabe-se que filhos de indivíduos esquizofrênicos têm uma chance
de aproximadamente 10% de desenvolver a doença, enquanto na população geral o risco de
desenvolver a doença é de aproximadamente 1%.
Os sinais prodrômicos (sinais que precedem a doença), podem aparecer meses ou
anos antes da instalação da doença, as pessoas de modo geral apresenta-se retraídas,
tornam-se quietas, introvertidas, com tendência ao isolamento social e a manifestações de
desconfiança e excentricidades, com histórico de poucos amigos e dificuldades na escola. Na
adolescência não estabelecem relacionamento afetivo com o sexo oposto. Em geral não
conseguem participar de atividades esportivas, sociais ou profissionais, principalmente em
equipe. Há um interesse por assuntos filosófico, esotérico ou de ficção
Os sintomas psicóticos do transtorno do pensamento são divididos em sintomas
positivos e negativos e distúrbios das relações interpessoais, onde temos como ponto de
referência a normalidade: os sintomas positivos são aqueles que não deveriam estar presentes
e os negativos aqueles que deveriam estar presentes, mas estão ausentes. São classificados
como positivos os sintomas como: alucinações, delírios, perturbações do pensamento e
alteração da sensação do eu; os negativos podem ser descritos como: falta de motivação,
apatia, embotamento afetivo e o isolamento social.
Delírios: o indivíduo crê em idéias falsas, irracionais ou sem lógica. Em geral são temas de
perseguição, grandeza ou místicos.
Alucinações: O paciente percebe estímulos que em realidade não existem, como ouvir vozes
ou pensamentos, enxergar pessoas ou vultos.
Discurso e pensamento desorganizado: O paciente esquizofrênico demonstra incapacidade de
organizar o pensamento em uma seqüência lógica.
Expressão das emoções: O paciente esquizofrênico tem uma dificuldade de demonstrar a
emoção que está sentindo. Não consegue demonstrar se está alegre ou triste, mostrando-se
indiferente a diversas situações do cotidiano.
Alterações de comportamento: Os pacientes podem ser impulsivos, agitados ou retraídos,
muitas vezes apresentando risco de suicídio ou agressão, além de exposição moral, como por
exemplo, falar sozinho em voz alta ou andar sem roupa em público.
Tipos de Esquizofrenia:

Desorganizada: anteriormente designado como herbefrênica, predomínio de alterações
da afetividade e desorganização do pensamento.

Catatônica: alterações da motricidade.

Paranóide: predomínio de delírios e alucinações.

Residual: estágio crônico da doença com muita deterioração e pouca sintomatologia
produtiva,

Simples ou indiferenciada: diminuição da vontade e afetividade, empobrecimento do
pensamento, isolamento social.
Outros tipos de distúrbios:

Transtorno Esquizofreniforme: quadro clínico muito parecido com a Esquizofrenia. A
diferença deve-se ao tempo limitado em que os sintomas persistem. Ou seja, os sintomas
devem estar presentes por mais de um mês, porém os pacientes não devem ultrapassar seis
meses com o quadro. A remissão deve ocorrer durante esse período, sendo que quanto mais
curto for o episódio, melhor é o prognóstico. Pacientes que persistirem com os sintomas
psicóticos por um período superior a seis meses podem receber o diagnóstico de
Esquizofrenia.

Transtorno Esquizoafetivo: sintomas de esquizofrenia, "misturados" com sintomas de
doença afetiva bipolar ou de depressão. Esses sintomas podem apresentar-se juntos ou de
maneira alternada.

Transtorno Delirante: Delírio é um tipo de pensamento no qual o indivíduo tem uma
crença inabalável em idéias falsas, irracionais ou sem lógica. Para que o paciente receba esse
diagnóstico, os delírios devem estar presentes por um período maior que um mês. Diferem da
Esquizofrenia por esses pacientes não serem tão gravemente comprometidos em seu
comportamento e linguagem. Os pacientes podem apresentar alucinações, mais comumente
relacionadas ao tato e ao olfato (cheiros). Esses pacientes podem apresentar outros tipos de
conteúdo delirante, dividindo o diagnóstico em diferentes subtipos: Tipo erotomaníaco (delírio
cujo tema central é que uma pessoa está apaixonada pelo paciente); Tipo grandioso: (delírios
de possuir um grande talento, convicção de ser amigo de um presidente ou ser portador de
uma mensagem divina); Tipo ciumento (delírios de que está sendo traído pelo cônjuge); Tipo
persecutório (delírios de que está sendo alvo de algum prejuízo); Tipo somático (delírios de
que possui alguma doença ou deficiência física); Tipo misto (delírios acima citados
misturados); Tipo inespecífico (delírios diferentes dos descritos acima).
Assistência de enfermagem:

Encorajar o cliente a manter-se na realidade.

Estabelecer relação de confiança, isso exige do profissional máxima tolerância e
habilidade, pois dependendo de seus sintomas o cliente pode desconfiar de tudo e de todos.

Controlar a ansiedade em face de mudanças brusca de comportamento decorrentes da
sintomatologia exuberante como no delírio, alucinação e despersonalização. Considerar que o
cliente também experimenta ansiedade nessas situações.

Ouvir atentamente o cliente quando ele fala sobre seus sentimentos, porque, em geral,
a pessoa não consegue fazê-lo, ou acha que ninguém o entende nem se interessa por ele,
havendo assim perda de auto-estima.

Cuidar da comunicação não verbal, pois é por meio dela que o enfermeiro confirma sua
atenção e seu interesse pelo cliente, evitar risos, sussurros, falar sempre em tom audível,
porque podem gerar a desconfiança patológica.

Estimular o cliente a expressar seus sentimentos, mas sem forçá-lo, respeitando a sua
liberdade de responder.

Buscar a compreensão do que o cliente quer dizer, pois mesmo com pensamentos
incoerentes ele pode estar tentando se comunicar.

Compreender que as experiências são reais para o cliente e reconhecer as
necessidades dele de manifestar sua sintomatologia, mas de modo seguro para ele e para os
demais, quando o cliente estiver em condições, analisar com ele a sua experiência.

Proteger o cliente e os demais se houver riscos de agressividade, estar atento a
objetos que possam ser usados em momentos de agressividade.

Estar atento ao risco de suicídio, comunicar este risco aos membros da equipe e aos
familiares.

Controlar a ansiedade quando o cliente não conseguir tomar uma decisão diante uma
situação de escolha.

Proteger o cliente, caso ele apresente atos automáticos, de pessoas que se valham
desta condição, pois o cliente vira uma espécie de robô e faz tudo o que é mandado ou
sugerido.

Expressar assertivamente as solicitações para os cuidados de higiene pessoal,
aparência, alimentação, eliminações e participações nas atividades do dia-a-dia.

Incluir sempre a família no tratamento e no plano de cuidado. Orientar para as
primeiras manifestações de alteração do comportamento ou dos primeiros sinais prodrômicos,
indicativos de recorrência ou recaída, a família procure assistência imediatamente.
Transtorno do Humor
Assim chamados por afetar o humor, o estado emocional interno de uma pessoa. O
transtorno do humor é definido como um grupo de condições clínicas caracterizadas por uma
perturbação no humor, uma perda daquele senso de controle e uma experiência subjetiva de
grande sofrimento. Dessa forma, os indivíduos diagnosticados com transtornos de humor
experimentam um grau profundo de alegria ou tristeza aparentemente não relacionado com
estímulos externos, de longa duração; podendo, assim, interferir seriamente no dia-a-dia e na
qualidade de vida dessas pessoas.
Os transtornos do humor consistem em um conjunto de sinais e sintomas persistentes
por semanas ou meses que representam um desvio marcante do desempenho habitual do
indivíduo e que tende recorrer de forma periódica ou cíclica. O estado do humor pode
apresentar-se normal, elevado ou deprimido. Os indivíduos normais tem o controle de seu
estado de humor e afeto, já nos transtornos de humor este controle é perdido, e há uma
experiência subjetiva de grande sofrimento.
O paciente com o estado de humor elevado demonstra expansividade, fuga de idéias,
redução de sono, elevada auto-estima e idéias grandiosas. O paciente com humor deprimido
exibe perda de energia e interesse, sentimento de culpa, dificuldade de concentração, perda de
apetite e pensamento de morte e suicídio. Outros sinais e sintomas incluem modificações do
nível de atividade, das capacidades cognitivas da fala e das funções vegetativas. Essas
alterações quase sempre levam a comprometimento do desempenho interpessoal, social e
ocupacional.
Os transtornos do humor estão se tornado mais comum e se iniciando cada vez mais
cedo entre crianças e adolescentes. As mulheres são mais vulneráveis. Não se observa
diversidade quanto à etnia. Cerca de 15% das pessoas com transtorno bipolar e 11% das
pessoas com depressão cometem suicídio.
Os TH (transtornos do humor), são consideradas doenças fásicas que se manifestam
com episódios súbitos, únicos ou repetidos, tendo remissão espontânea ou caminhando para
cronicidade. A interação entre a gama de fatores biológicos, genéticos, psicossociais e
ambientais deve ser considerada. Os fatores genéticos são fundamentais, principalmente nos
transtornos bipolar.
Classificação dos transtornos do humor:

Episódio depressivo.

Episódio maníaco.

Transtorno afetivo bipolar.

Transtorno depressivo recorrente.

Transtornos persistentes do humor.
Depressão
A depressão é um dos transtornos de humor mais sérios já descritos, caracteriza-se
por um predomínio anormal de tristeza, com perda do interesse por atividades anteriormente
consideradas prazerosas.
Todas as pessoas, de qualquer faixa etária, homens ou mulheres, podem ser afetados,
porém sabe-se que as mulheres são duas vezes mais afetadas que os homens. As razões
podem incluir variados estresses, partos, efeitos hormonais etc.
As causas de depressão são múltiplas, deve-se a questões constitucionais da pessoa,
como fatores genéticos, biológicos (desregulagem neuroendócrina, anormalidades do sono,
aminas biogênicas.), neuroquímicos (neurotransmissores cerebrais) somados a fatores
ambientais, sociais e psicológicos, como: estresse, estilo de vida, acontecimentos vitais, tais
como crises e separações conjugais, morte na família, climatério, crises de meia-idade, entre
outros.
Os sintomas da depressão são muito variados, indo desde as sensações de tristeza,
passando pelos pensamentos negativos até as alterações da sensação corporal como dores e
enjôos. Contudo para se fazer o diagnóstico é necessário um grupo de sintomas centrais:

Perda de energia ou interesse.

Dificuldade de concentração.

Alterações do apetite e do sono.

Lentidão nas atividades físicas e mentais.

Sentimento de pesar ou fracasso.

Pessimismo.

Dificuldade de tomar decisões.

Dificuldade para começar a fazer suas tarefas.

Irritabilidade ou impaciência.

Inquietação.

Achar que não vale a pena viver; desejo de morrer.

Chorar à-toa.

Desesperança.

Dificuldade de terminar as coisas que começou.

Sentimento de pena de si mesmo.

Persistência de pensamentos negativos.

Queixas freqüentes.

Sentimentos de culpa injustificáveis.

Boca ressecada, constipação, perda de peso e apetite, perda do desejo sexual.
Tipos de depressão:
Depressão reativa ou secundária: surge em resposta a um estresse identificável como
perdas,
doença
física
importante
(tumores
cerebrais,
AVC),
ou
uso
de
drogas
(benzodiazepínicos, anticoncepcionais, hormônios tireoidianos, etc.) Corresponde a mais de
60% de todas as depressões.
Depressão menor ou distimia: uma desordem depressiva crônica durando pelo menos
2 anos em adultos e que se manifesta pela presença da síndrome depressiva, onde o paciente
consegue funcionar socialmente mas sem experimentar prazer.
Depressão maior ou unipolar: uma desordem endógena, e que não tem relação causal
com situações estressantes, patologias orgânicas ou psiquiátricas, caracterizando-se por
episódios puramente depressivos em períodos variáveis da vida do paciente geneticamente
predisposto à doença. Durante o episódio, os sintomas depressivos são severos e intensos,
impedindo o indivíduo de agir normalmente, havendo alto risco de suicídio se não tratado.
Corresponde cerca de 25% de todas as depressões.
Depressão melancólica ou endógena: forma grave, com acentuado retardo ou agitação
psicomotora, humor não reativo a estímulos agradáveis, sintomas piores de manhã.
Depressão atípica: humor reativo a estímulos (a pessoa consegue se alegrar com
estímulos agradáveis), inversão dos sintomas vegetativos (ao invés de insônia e falta de
apetite, a pessoa tem hipersonia e aumento de apetite), ansiedade acentuada, queixas fóbicas.
Depressão sazonal: relacionada à luminosidade diurna, com episódios que se repetem
no outono/inverno e sintomas atípicos. Mais freqüente em países com inverno rigoroso,
melhora com fototerapia (exposição diária prolongada à luz forte).
Depressão com sintomas psicóticos: forma rara, porém grave, com delírios e
alucinações.
Depressão pós-parto: ocorre entre 2 semanas a 12 meses após o parto, com risco
maior em mulheres com antecedentes de depressão. Considera-se que o parto (e as
mudanças que ele traz, seja um potente estressor, desencadeando depressão em mulheres
com tendência à mesma.
Assistência de enfermagem:
A assistência de enfermagem ao cliente deprimido deve estar centrada na proteção da
vida do cliente em decorrência de suas idéias de morte e tentativa de suicídio.

Manter observação constante do cliente porque ele apresenta potencial de risco de
violência contra si e pode tentar colocar em prática idéias suicidas.

Utilizar frases curtas e objetivas para explicar algo ou valorizar pequenos progressos.

“Não utilizar frases estereotipadas como por exemplo “vamos lá”," olha como o dia
está bonito”, “ vamos ânimo”.

Verificar sempre se o cliente realmente engoliu a medicação.

Demonstrar interesse e aceitação pelo cliente independente do comportamento
apresentado, não alimentar a dependência mais aceitá-la quando necessário.

Mantê-lo ocupado em atividades de acordo com suas condições e preferência

Estar atento para perceber e valorizar os esforços para mudanças de comportamento,
para estimular a auto-estima.

Encorajar o cliente a perceber seus pontos positivos.

Observar os cuidados relacionados à medicação específica.

Centrar a atenção no desenvolvimento de sua auto-estima, promovendo assim a
valorização de si mesmo e da sua vida.
Episódio maníaco ou mania
Presença de uma elevação do humor fora de proporção com a situação do sujeito. Na
sua maioria os episódios maníacos fazem parte do transtorno bipolar, podendo ocorrer de
forma isolada e tendo outras causas como efeitos fisiológicos diretos de medicamentos
antidepressivos, fototerapia.
Tipos:
Hipomania: Transtorno caracterizado pela presença de uma elevação ligeira, mas persistente
do humor, associada em geral a um sentimento intenso de bem-estar e de eficácia física e
psíquica. Existe freqüentemente um aumento da sociabilidade, do desejo de falar, e da energia
sexual, e uma redução da necessidade de sono; estes sintomas não são tão graves de modo a
entravar o funcionamento profissional ou levar a uma rejeição social.
Mania sem sintomas psicóticos: Presença de uma elevação do humor fora de proporção com a
situação, podendo variar de uma jovialidade descuidada a uma agitação praticamente
incontrolável. Levando à hiperatividade, um desejo de falar e uma redução da necessidade de
sono. A atenção não pode ser mantida, e existe freqüentemente uma grande distração. A perda
das inibições sociais pode levar a condutas imprudentes, inapropriadas ou deslocadas.
Mania com sintomas psicóticos: Além do quadro clínico descrito na mania sem sintoma
psicótico, apresenta idéias delirantes ou de alucinações, a fuga de idéias é de uma gravidade
tal que o sujeito se torna incompreensível ou inacessível a toda comunicação normal.
Assistência de enfermagem:

Manter o nível de estimulo reduzido no ambiente.

Se possível manter o cliente em quarto individual.

Observar o comportamento do cliente estando atento ás suas mudanças de humor
para prevenir agitação e agressividade.

Proporcionar atividades que canalizem a energia do cliente para uma ocupação útil.

Evitar atividades de caráter competitivo.

Auxiliar o cliente a identificar situações que possam desencadear auto-agressão.

Não fazer ameaças, ser firme em relação à restrição física, que deverá ser mantida
pelo menor tempo necessário. Explicar ao cliente o que estar sendo feito e o porquê.

Proporcionar repouso periódico, observar e registrar as horas de sono do cliente.

Manter uma boa relação com a família e realizar orientações sobre a natureza da
doença e as manifestações de agressividade.

Orientação sobre a importância da medicação e a não suspensão da mesma, mesmo
que o cliente esteja se sentido melhor.
Transtorno bipolar do humor (TB).
A alternância de estados depressivos com maníacos é a tônica dessa patologia. Muitas
vezes o diagnóstico correto só será feito depois de muitos anos. O início desse transtorno
geralmente se dá em torno dos 20 a 30 anos de idade. O início pode ser tanto pela fase
depressiva como pela fase maníaca, iniciando gradualmente ao longo de semanas, meses ou
abruptamente em poucos dias. Além dos quadros depressivos e maníacos, há também os
quadros mistos (sintomas depressivos simultâneos aos maníacos).No TB é considerado o
transtorno mental com mais alta ocorrência de suicídio e apresenta alto índice de morbidade
como de mortalidade. O TB é apontado como tendo forte influencia de fatores neuroendócrino,
neurobiológicos, entre outros. Aproximadamente 50% das pessoas com TB tem pelo menos
um dos pais com transtorno afetivo.
Existem quatro formas de Transtorno Bipolar do Humor:

Transtorno Bipolar Tipo I – Períodos de mania com humor elevado e expansivo,
contrapostos por períodos de humor deprimido. Geralmente, o estado maníaco dura dias ou
pelo menos uma semana, e os períodos de depressão de semanas a meses.

Transtorno Bipolar Tipo II – Períodos de hipomania, em que também ocorre estado de
humor elevado, mas de forma mais suave, não chega a ser suficientemente grave para causar
prejuízo em atividades de trabalho ou vida social.

Transtorno Bipolar Misto – Períodos mistos, em que em mesmo dia haveria
alternâncias entre depressão e mania. Em poucas horas a pessoa pode chorar, ficar triste e, no
momento seguinte, estar eufórica, falante e agressiva.

Transtornos Ciclotímicos – Alteração crônica e flutuante do humor marcada por
numerosos períodos com sintomas maníacos e numerosos sintomas depressivos que se
alterariam. Contudo, não seriam suficientemente graves nem ocorreriam em quantidade
suficiente para se ter certeza de se tratar de depressão e mania. Isto é, pode ser facilmente
confundida com o jeito de ser da pessoa, “de lua”.
Assistência de enfermagem:

Esclarecer a família sobre a necessidade e a importância de reconhecer os sinais
prodrômicos.

Orientar sobre a medicação, seus efeitos e a sua não interrupção.

Estar atento as mudanças de comportamento do cliente. Além das oscilações de humor
próprias do transtorno, o cliente pode apresentar ciclagem rápida.

Orientar os familiares que no período de eutimia deve-se manter a continuidade do
tratamento, a convivência e o desempenho no meio familiar, social e ocupacional com o
máximo de qualidade de vida.

Documentar todas as ações de enfermagem.
Transtornos de Ansiedade
Caracteriza-se por ter uma duração e intensidade maior que o esperado pra a situação,
e além de não ajudar a enfrentar um fator estressor, ela dificulta e atrapalha a reação. O
transtorno de ansiedade costuma ser uma doença crônica, com curtos períodos de remissão e
importante causa de sofrimento durante vários anos. Costuma causar um comprometimento
significativo no funcionamento social ou ocupacional da pessoa, podendo gerar um acentuado
sofrimento.
A pessoa pode sentir tremores, inquietação, dor de cabeça, falta de ar, suor em
excesso, palpitações, problemas gastrointestinais, irritabilidade e facilidade em alterar-se.
Esses sintomas podem ocorrer na maioria dos dias por pelo menos seis meses. É muito difícil
controlar a preocupação, o que pode gerar um esgotamento na saúde física e mental do
indivíduo.
Os principais sintomas do transtorno são:

Dificuldade de concentração

Fadiga

Irritabilidade

Tensão muscular

Insônia

Amortecimento/Formigamento dos pés, mãos, braços e pernas

Tremores

Transpiração excessiva

Falta de Ar

Dificuldade de Engolir

Agitação

Dor de cabeça

Palpitações

Dores musculares

Problemas gastrointestinais.
Esses sintomas podem ocorrer na maioria dos dias por pelo menos seis meses. É
muito difícil controlar a preocupação, o que pode gerar um esgotamento na saúde física e
mental do indivíduo.
Classificação dos transtornos de ansiedade:

Ataque de Pânico: é representado por um período distinto no qual há o início súbito de
intensa apreensão, temor ou terror, freqüentemente associados com sentimentos de catástrofe
iminente.

Agorafobia: é a ansiedade ou esquiva a locais ou situações das quais poderia ser difícil
(ou embaraçoso) escapar ou nas quais o auxílio poderia não estar disponível, no caso de ter
um Ataque de Pânico ou sintomas tipo pânico.

Fobia Específica: caracteriza-se por ansiedade clinicamente significativa provocada
pela exposição a um objeto ou situação específica e temidos.

Fobia Social: caracteriza-se por ansiedade clinicamente significativa provocada pela
exposição a certos tipos de situações sociais ou de desempenho.

Transtorno Obsessivo-Compulsivo: caracteriza-se por obsessões (que causam
acentuada ansiedade ou sofrimento) e/ou compulsões (que servem para neutralizar a
ansiedade).

Transtorno de Estresse Pós-Traumático: caracteriza-se pela revivência de um evento
extremamente traumático.

Transtorno de Ansiedade Generalizada: caracteriza-se por pelo menos 6 meses de
ansiedade e preocupação excessivas e persistentes.

Transtorno de Ansiedade Induzido por Substância: caracteriza-se por sintomas
proeminentes de ansiedade, considerados como sendo a conseqüência fisiológica direta de
uma droga de abuso, um medicamento ou exposição a uma toxina.

Transtorno de Ansiedade de Separação: caracterizado por ansiedade relacionada à
separação de figuras parentais, geralmente se desenvolve na infância, ele é incluído na seção
"Transtornos Geralmente Diagnosticados pela Primeira Vez na Infância ou Adolescência".
Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC)
Transtorno
caracterizado
essencialmente
por
comportamentos
obsessivos
e
compulsivos recorrentes. A obsessão é conceituada como pensamentos, impulsos ou imagens
recorrentes e persistentes que se impõem à pessoa de modo intrusivo, repetitivo e
estereotipado, gerando ansiedade intensa e sofrimento. A pessoa tenta frequentemente ignorálos ou eliminá-los sem sucesso. Ela reconhece, entretanto, que se trata de seus próprios
pensamentos, mas estranhos à sua vontade e, em geral,vão contra seus valores.
A obsessão gera a compulsão que é uma manifestação consciente de comportamento
ou atos mentais, repetitivos e estereotipados que levam à diminuição da ansiedade, por
exemplo, repetir uma série de números, lavar as mão repetidas vezes, fazer rituais de limpeza.
A ansiedade aumenta quando há resistência à realização da compulsão.
A prevalência do TOC na população geral está estimada em 2 a 3%, sendo ambos os
sexos igualmente propensos na idade adulta. Estudos surgem o inicio mais precoce nos
homens (na infância) e mais tardio nas mulheres (puberdade e inicio da fase adulta). O TOC
atualmente é considerado o transtorno mental de maior prevalência, sendo superado apenas
pelas fobias, pelos transtornos depressivos e pelo uso de substância psicoativo.
Assistência de enfermagem:

Determinar, junto ao cliente, os tipos de situações que aumentam a ansiedade e
ocasionam comportamentos ritualísticos.

Dar tempo para a execução dos rituais no início do tratamento. Não fazer críticas ao
comportamento da pessoa.

Começar a limitar gradualmente o tempo que o cliente gasta na execução do ritual à
medida que o cliente for se envolvendo mais nas atividades da unidade.

Planejar com o cliente horário estruturado para a realização das atividades diárias.

Ajudar o cliente a aprender maneiras de interromper os pensamentos obsessivos e o
comportamento ritualístico por meio de técnicas como suspensão da corrente de pensamentos,
relaxamento e exercícios.

Encorajar o cliente a identificar e discutir conflitos evidentes no sistema familiar.
Identificar como o cliente e os outros membros da família responderam e reagiram a esse
conflito e ao comportamento ritualístico.

Encorajar a participação da família na elaboração dos planos para efetuar mudanças
positivas para reduzir a ansiedade que leva o cliente a ter comportamento ritualístico.
Transtorno do pânico
Caracterizado pela presença de ataques do pânico com vivência da angústia diante da
possibilidade de perigo, que ameaça a sobrevivência física ou psíquica da pessoa. Ela tem
medo de morrer, de perder a razão, o próprio controle ou de cometer atos inadequados. Sente
uma angustia que dura pouco tempo, é limitante e cerceia a sua liberdade e toda sua
capacidade para realizar os atos da vida. Sem tratamento adequado, os clientes podem evoluir
para a depressão.
Na angustia presente aos ataques de pânico, ocorre importante descarga do sistema
nervoso autonômicos, produzindo sintomas como taquicardia, sudorese, tremores, dispnéia,
dor e desconforto torácico, náusea e desconforto abdominal, boca seca, ondas de calor,
calafrios, parestesia nos membros e lábios e sensação de desfalecimento. Nas crises intensas,
os clientes podem experimentar diversos graus de despersonalização, com sensação de perda
do controle, e não reconhecimento do ambiente mesmo sendo este familiar, medo de
enlouquecer. Os ataques são de inicio abrupto, chegam ao pico em cinco a dez minutos,
geralmente tem duração de 5 a 30 minutos, raramente dura mais que uma hora.
Os ataques são espontâneos, ocorrem em qualquer situação, local ou hora e até
durante o sono, não sendo possível prever o momento de seu desencadeamento. Ataques de
pânico isolados não significam que a pessoa tenha o transtorno do pânico, mas podem ser
considerados fatores de risco para o desenvolvimento de outros transtornos de ansiedade e
depressão.
A prevalência do transtorno do pânico é de 1,5 a 3%, e para os ataques de pânicos
isolados é de 3 a 4%. O inicio deste transtorno pode ocorrer em qualquer idade, mas em média
surge, ao redor dos 25 anos. De modo geral, as mulheres são mais vulneráveis que os
homens.
Causas mais comuns da Síndrome do Pânico ou Transtorno do Pânico (é comum uma
combinação de mais de uma causa):

Psicológicas (são as mais comuns): reação a uma fase de Stress ou a uma situação
difícil cuja solução é igualmente difícil.

Experiência traumática: por exemplo assalto, seqüestro, acidentes, doença grave.

Físicas: alguns medicamentos (principalmente anfetaminas), drogas (maconha), abuso
de álcool.

Genética familiar de Pânico, Depressão, DOC, etc. Atenção: predisposição genética
não quer dizer hereditariedade.

Sem nenhum motivo (bem mais raro).
Assistência de enfermagem:

Proporcionar um ambiente quieto, sem estímulos, iluminação suave.

Usar frases simples e curtas, falar calmamente.

Dar instruções concisas.

Concentrar-se no aqui e agora.

Remover a estimulação excessiva.

Proporcionar medidas físicas para auxiliar o relaxamento, como banho morno,
massagem nas costas, terapias com aromas, musicas.

Proporcionar oportunidade para exercícios.

Demonstrar as técnicas respiratórias.

Durante o episódio agudo não discutir medidas preventivas.

Durante episódio não-agudo, ensinar técnicas de relaxamento.
Bibliografia:

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dimensões assistenciais.1ª ed. São Paulo:Manole, 2008.

Townsende M C. Enfermagem psiquiátrica: conceitos de cuidados. 3ª ed. Rio de
Janeiro:Guanabara,2002.

Sadock B K, Sadock V A.Compêndio de psiquiatria: ciência do comportamento e
psiquiatria clinica. 9ª ed. Artemed: São Paulo,2007.

Gomes D B M, Assistência de enfermagem aos portadores de transtorno de
pensamento. Monografia: especialização em enfermagem psiquiátrica. Centro
Universitário Hermínio Ometto. Araras, 2007.
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